“palestina” de joe sacco entre 1991 e 1992 josé … · na câmara dos deputados americana, os...
Post on 10-Nov-2018
216 Views
Preview:
TRANSCRIPT
119
CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA PALESTINA POR MEIO DO QUADRINHO “PALESTINA” DE JOE SACCO ENTRE 1991 E 1992
José Rodolfo Vieira – Graduando em História pela UEL
Richard Gonçalves André - Orientador Resumo: Após sua viagem para a Palestina entre o final de 1991 e o início de 1992, Joe Sacco, jornalista maltês radicado nos Estados Unidos, decide por contra própria conhecer as realidades do conflito entre Israel e Palestina que perduram desde 1948. Influenciado pelas leituras de Edward Said, especialmente do livro Questions of Palestine, Sacco observa a necessidade de ouvir as memórias daqueles que, por meio de sua perspectiva, não são ouvidos pelos meios de comunicação, ou seja, a população árabe islâmica da Palestina. Portanto, neste trabalho, visamos compreender a formação da memória do povo palestino mediante “Palestina” de Joe Sacco. Para isso, utilizaremos o conceito de memória de Michael Pollak nas questões inerentes à memória do “não-dito” e figura de Joe Sacco como “aquele que escuta”, ou seja, uma forma de comunicar a memória subterrânea de grupos sociais por muitas vezes esquecida. Palavras chave: Palestina, Memória, Quadrinhos.
120
A busca por uma nova perspectiva
O objetivo deste trabalho é compreender a formação de uma memória
palestina por meio dos relatos coletados por Joe Sacco durante sua visita a Palestina no
final de 1991 e início de 1992. Desde 1948 – após a instituição do Estado de Israel em
território palestino – o conflito entre árabes palestinos e israelenses perdura até a
atualidade. Em 1991, menos de cinco anos do início da primeira Intifada palestina
Sacco saia de Berlim, onde desenhava cartazes para bandas, rumo à Palestina com o
intuito de realizar um projeto jornalístico que se diferenciasse da cobertura realizada
sobre o conflito mediante os acontecimentos que arrolavam naquele momento.
No prefácio da edição brasileira de “Palestina”, Sacco discorre, e até
critica, a forma pelo qual as informações sobre o conflito são disseminados.
Conforme Sacco:
É frequente me perguntarem por que resolvi meter o nariz no conflito entre Israel e Palestina. Na verdade, respondi tantas vezes a esta pergunta que eu mesmo já considero minha resposta insossa, mas vou repeti-la, pois é verdade: Fui ao território Ocupado porque senti que era esta minha obrigação. Quer dizer, quando comecei a compreender a opressão a que era sujeitos os palestinos, fui tomado de uma quase necessidade biológica de ir. (SACCO, 2011 p.xvi).
Essa “necessidade biológica” a qual Sacco foi tomado deriva de sua formação jornalística – levando em consideração a “terrível e fraca” cobertura jornalística levantada pelos jornalistas norte-americanos – e sua condição de “pagador de impostos americano”, visto a ajuda financeira a qual os Estados Unidos dispõem para Israel, pois, como o próprio Sacco admite a ajuda financeira para a ocupação é a maior entre todas as nações a qual os norte-americanos dispunham dinheiro, e isso, nada agrada ao cartunista-jornalista. Segundo as próprias palavras de Sacco:
Mas, além do nebuloso dever de compadecer-me com o sofrimento de um povo distante, a situação me incomodava em outros dois níveis: como americano pagador de impostos, cujo dinheiro – meu dinheiro – estava sendo empregado para perpetuar uma ocupação, e como graduado em jornalismo pela Universidade do Oregon, pois estava abismado com a fraca – terrível seria mais adequado – cobertura que os jornalistas norte-americanos estavam dando à questão. (SACCO, 2011 p.xvi)
121
Sobre a ajuda norte-americana no conflito, Normal Finkelstein, grande
crítico judeu pró Palestina, discorre algumas palavras sobre o apoio dos Estados Unidos
a causa israelense.
Segundo Finkelstein:
Se Israel tenta ruma expulsão, provavelmente poderá contar com o apoio de poderosos setores da vida americana. Na Câmara dos Deputados americana, os líderes da maioria Tom Delay e Dick Armey apresentaram projetos de resolução em apoio à reivindicação israelense sobre toda a “Judéia Sumária”, tomando Armey a iniciativa de explicar que “os de lá”. O senador James M. Inhofe, de Oklahoma, sustenta que “o motivo mais importante” pelo qual os Estados Unidos devem apoiar Israel é que “Deus assim determinou (...)” (FINKELSTEIN, 2005 p.40)
Não podemos nos esquecer, primeiramente, da figura de Finkelstein e sua posição ideológica – por exemplo, em sua obra “Imagem e realidade do conflito Israel-Palestina” (2005), o autor revisa a história do conflito “desmascarando” várias representações acadêmicas e sociais que permeiam as origens do conflito – e que a levaram a ser impedido de entrar em Israel. Em 2008 Finkelstein teve sua entrada em Israel impedida devido as suas “opiniões antissemitas” e suas duras críticas ao governo israelense. Como exemplo de suas ideais radicais a posição norte-americana e a situação do governo israelense, Finkelstein (2005, p.28) afirma: “O objetivo de esmagar os palestinos perseguidos por Sharon combinava com a intenção do governo americano de explorar a atrocidade cometida no World Trade Center para eliminar os últimos vestígios da resistência árabe à dominação total dos Estados Unidos”. No entanto, tal situação nos leva a questionar se realmente há algum perigo ou retaliação no fato de levantar questões pouco abordadas sobre o conflito entre Israel e Palestina.
Em 1996, Emil Habibi e Yoram Kaniuk (1997) apresentam um
trabalho no qual pretendem humanizar o inimigo. Habibi é palestino e Kaniuk é judeu e mora em Israel e a intenção de ambos é a observação do “outro” de uma forma mais humana, e que está além do conflito que os distanciam. Porém, em relação ao apoio estadunidense em prol de Israel não deixa de ser observado por Habibi, segundo suas palavras: “O povo árabe palestino, meu povo, aprendeu através de sua experiência trágica que nada adianta esperar a salvação do exterior, nem tampouco contar com outra coisa a não ser suas próprias forças” (HABIBI, 1997 p.24). Habibi não deixa clara a existência de ajuda pró Israel, mas deixa claro certamente à falta de apoio de outras nações a causa Palestina.
Porém, a “vontade biológica” instigante relatada por Sacco tenha sido
proporcionada por outras palavras, a de Edward Said. Said é palestino e considerado o porta voz de seu povo, o povo palestino. A obra “Orientalismo” (1990) problematiza como o “outro” – neste caso o Oriente – foi material de suma importância para a consolidação intelectual do Ocidente. No entanto, a obra que inspirou “biologicamente” Sacco foi “Questão da Palestina” (2012). Nesta obra escrita entre 1977 e 1978 e
122
atualizada na edição de 1992, Said considera a questão Palestina como “a última grande causa do século 20” – como intitula um subcapítulo em sua introdução de 1992.
Segundo Said:
Naquilo que as circunstâncias mudaram e naquilo que eventos subsequentes vieram a superar e transformar, este livro desvela momentos cruciais e fornece chaves de leitura fundamentais de uma história que precisava reconhecer a voz e as perspectivas palestinas. (SAID, 2012 p.x).
Figura 2: SACCO, Joe. Palestina. São Paulo, SP: Conrad Editora do Brasil, 2011. P. 177
A influência advinda pela leitura de Edward Said é claramente
expressa na obra. Em um momento de descanso após um longo dia de entrevistas, Sacco
procura na biblioteca particular de seu amigo palestino Larry algum livro para ler antes
de dormir. Em sua busca ele encontra “Orientalismo” de Said, e expressa claramente
que sua razão de estar ali é a obra “Questão da Palestina”, conforme figura 01.
A necessidade do reconhecimento de uma perspectiva palestina é tema
central na obra “Palestina” de Joe Sacco. A busca por relatos e lembranças apresenta
essa nova perspectiva descrita por Said. Nas palavras de Said (2012, p.137) “Minha
tarefa é apresentar a história palestina; a sionista é muito mais conhecida e apreciada”,
ou seja, o ponto central de Said, e podemos considerar essa intencionalidade no trabalho
de Sacco, a história daqueles que pouco ou quase nunca foram ouvidos.
Memória do “não dito” palestino
123
O conflito entre Palestina e Israel perdura desde 1948 – após a
instituição do Estado de Israel. Porém, muito pouco ou quase nada é observado em
produção midiática sobre o assunto. “Palestina” apresenta-se como essa “nova
perspectiva” citada por Said (2012) na “Questão da Palestina”. Além de apresentar ao
seu leitor os acontecimentos do conflito do lado do povo palestino, surge a narrativa
jornalística por meio dos quadrinhos. Segundo Burke (2004, p.11) “Por essa razão,
lança-se mão, cada vez mais, de uma gama mais abrangente de evidências, na qual as
imagens têm seu lugar ao lado de textos literários e testemunhos orais.” Portanto, a
“perspectiva” surge inovadora em duas direções; a apresentação da voz palestina e a
utilização de imagens como linguagem, ainda mais a arte sequencial.
Segundo Eisner (2010):
As histórias em quadrinhos comunicam uma “linguagem” que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público. É de se esperar dos leitores modernos uma compreensão fácil da mistura imagem-leitura e da tradicional decodificação de texto. A história em quadrinhos pode ser chamara “leitura” num sentido mais amplo que o comumente aplicado ao termo.(EISNER 2010, p.1)
Por meio das palavras de Eisner (2010), nos deparamos com a
“experiência visual comum ao criador e ao público” e a fácil compreensão da
miscelânea entre imagem e leitura e sua codificação. O trabalho produzido por Sacco
proporciona a seus leitores a sua representação sobre os acontecimentos de sua visita a
Palestina entre 1991 e 1992. Assim, a experiência entre o criador e seu público é
explicita por meio de seus desenhos, sua representação do povo palestino, sua busca por
testemunhos e até mesmo o dia a dia do quadrinista, dentro e fora de suas entrevistas.
Nesses mais de sessenta anos que se estende, a luta pela hegemonia
sobre o território é de grande tensão. No entanto, o conflito não permanece somente na
esfera política ou territorial, chega até mesmo na invocação da memória para
legitimação do discurso.
124
Segundo Pollak (1992 p.4): “Essa predileção atual dos pesquisadores
pelos conflitos e disputas em detrimento dos fatores de continuidade e de estabilidade
deve ser relacionada com as verdadeiras batalhas da memória a que assistimos (...)”. Ao
mencionar tais palavras, Pollack retoma aos conflitos de memória que permearam a
Europa, tal como o processo de “desistalinização” na União Soviética quando Nikita
Kruschev, em 1956, denuncia os crimes do regime stalinista – ao chocar a URSS com
seu “discurso secreto” – na tentativa de reverter à visão histórica, e positiva, pregada
pelo regime socialista perante a figura de Stalin. Assim, a memória, após definir o que
seja comum a um determinado grupo, e, o que diferencia de outro grupo, fundamenta-se
os sentimentos e as respectivas fronteiras socioculturais. Portanto, o conflito entre
Palestina e Israel parecem não afastarem de tal situação.
Segundo Said (2012):
Para muitas pessoas que acompanham as notícias pelos jornais, pela TV e pelo rádio, que parecem ter mais do que um paco conhecimento político e que apregoam opiniões versadas sobre controvérsias internacionais, o Oriente Médio é essencialmente o conflito (disputa, problema, luta etc.) árabe-israelense, e não muito mais do que isso. (SAID, 2012 p.5)
Portanto, segundo as palavras de Said, o que seria esse “muito mais do
que isso”? Em outro ponto de sua obra, mais especificamente a introdução de “Questão
da Palestina” de 1992, Said é um pouco mais crítico e parece de certa forma apresentar
a obscuridade do “muito mais do que isso”.
Em minha opinião, muito pior é a hipocrisia do jornalismo e do discurso intelectual do Ocidente (e do sionismo liberal), que raramente tem algo a dizer do terror sionista. Existe algo menos honesto do que a retórica de afronta que se emprega parra relatar o terror “árabe” contra “civis israelenses”, “cidades” e “vilas” ou “crianças na escola” e a retórica de neutralidade que se emprega para descrever os ataques “israelenses” contra “posições palestinas”, segundo a qual ninguém consegue saber a que campos de refugiados palestinos do sul do Líbano se referem? (SAID, 2012 p.XLIX)
A “hipocrisia do jornalismo e do discurso intelectual” demonstra a
“fraca ou terrível” cobertura jornalística dita por Sacco em seu prefácio de “Palestina”.
125
Assim, a “vontade biológica” pela busca da nova perspectiva por meio da voz dos
palestinos faz com que Sacco siga para a Terra Santa.
Por outro lado, devemos recordar que “Palestina” – mesmo tentando
abordar uma perspectiva diferente a adotada pelos meios de comunicações oficiais, ou
“hipócritas” segundo Said – somente representa a visão de Joe Sacco e seu ponto de
vista.
Segundo Burke (2004):
“Apesar disso, seria imprudente atribuir a esses artistas repórteres um “olhar inocente” no sentido de um olhar que fosse totalmente objetivo, livre de expectativas ou preconceitos de qualquer tipo. Tanto literalmente quanto metaforicamente, esses esboços e pinturas registram “um ponto de vista”. (BURKE, 2004 p.24)
Entretanto, a busca pela perspectiva palestina remonta as palavras de
Pollak (1992) sobre a função do “não-dito”.
Conforme Pollak (1992):
Por conseguinte, existem nas lembranças de uns e de outros zonas de sombra, silêncios, “não-ditos”. As fronteiras desses silêncios e “não-ditos com o esquecimento definitivo e o reprimido inconsciente não são devidamente estanques e estão em perpétuo deslocamento. Essa trilogia de discursos, de silêncios, e também de alusões e metáforas, é moldada pela angústia de não encontrar uma escuta, de ser punido por aquilo que se diz, ou, ao menos de se expor a mal entendidos. (POLLAK, 1992 p.6).
Sacco, portanto, apresenta-se para os palestinos como “uma escuta”,
uma forma de tirar da obscuridade os fatos escondidos pela “hipocrisia” dos jornalistas.
Clarear as zonas de sombra e expor os “mal entendidos”.
Uma forma de apresentar os fatos escondidos pela “hipocrisia”
jornalística, em sua passagem por Jabalaia, Sacco se hospeda na casa de Sameh. Além
de apresentar a hospitalidade do povo palestino, o cartunista também apresenta as
dificuldades da vida cotidiana dos palestinos devido às imposições de Israel. Conforme
126
a figura 2, Sacco necessita de roupas após alguns dias sem abastecimento de água e
energia em Jabalaia. Os cortes de energia elétrica e abastecimento de água são
constantes pelos israelenses. Tais fatos nem sempre são relatados pelos meios de
comunicação, que, muitas vezes focam suas atenções aos ataques “terroristas”
palestinos, já nos casos de ataques ao povo palestino, há o que Said diz de
“neutralidade” a cobertura das posições israelenses.
Figura 3: SACCO, Joe. Palestina. São Paulo, SP: Conrad Editora do Brasil, 2011. P. 181
Habibi (1997) no início de sua obra também nos apresenta as
dificuldades do povo palestino em decorrência dos cortes de energia e abastecimento de
água na Palestina. Na tentativa de encontrar a melhor forma de começar seu trabalho,
Habibi (1997, p.13) se depara com um corte de energia que dura cerca de uma hora.
Ainda, segundo Habibi (1997)
127
Nós nos acostumamos, nestes últimos anos, a esses cortes de energia durante as noites de inverno, praticamente todos os dias. No verão, a água é cortada. A “Alta Nazaré”, em compensação, a cidade judia construída sobre as terras confiscadas à municipalidade, não conhece nem a sede nem a cegueira, tanto no verão como no inverno (HABIBI, 1997 p.14).
Portanto, Sacco é o veiculo transmissor da memória intacta dos “não-
ditos” palestinos. Para os palestinos, é a ocasião favorável para invadir o espaço público
e se tornar uma reinvindicação (POLLAK, 1992 p.7) contra a memória oficial de Israel.
Outro ponto que podemos analisar na obra de Sacco são agressões
físicas e psicológicas adotadas pela FDI (Força de Defesa Israelense) contra o povo
palestino. Segundo Finkelstein (2005, p.31) “As autoridades israelenses aparentemente
não abriram “investigações adequadas” sobre nenhuma das “matanças irregulares”,
causando o temor que a FDI haviam recebido “carta branca para continuar”“. Diante
disso, Finkelstein (2005) critica a negligência das autoridades israelenses sobre os casos
de tortura e assassinatos de colonos palestinos.
Em sua passagem pelo leste de Jerusalém, Sacco conhece Ghassan e
sua família. Mais uma vez o cartunista não deixa de apresentar a hospitalidade recebida
pelos palestinos, porém, dessa vez, o “não-dito” coletado por Sacco é a agressão física e
psicológica a qual Ghassan – e no decorrer da obra pode-se constatar vários outros –
recebeu da FDI, conforme figura 3. Segundo Burke (2004, p.17) “(...) imagens nos
permitem “imaginar” o passado de forma mais vivida.” Ou seja, os desenhos de Sacco
permitem “imaginar” por meio de uma forma mais vivida os testemunhos palestinos.
Além disso, mais uma vez Sacco se apresenta como veículo transmissor da memória
intacta dos palestinos, pois “Essas lembranças proibidas, indizíveis ou vergonhosas são
zelosamente guardadas em estruturas de comunicação informais e passam despercebidas
pela sociedade englobante.” (POLLAK, 1992 p.7).
128
Figura 4: SACCO, Joe. Palestina. São Paulo, SP: Conrad Editora do Brasil, 2011. P. 102
Neste caso, podemos considerar as “estruturas de comunicação
informais” os grupos de amigos e familiares palestinos, pois, relembrando as palavras
de Habibi (1997), o povo palestino conta somente com “suas próprias forças”. A forte
critica de Said em referência a “hipocrisia” dos jornalistas dá-se de certa forma pela
falta de atenção da “sociedade englobante” a questão da Palestina.
Considerações finais
O objetivo deste trabalho foi analisar a formação da memória palestina
por meio do quadrinho de Joe Sacco “Palestina”. Como jornalista, Sacco constrói sua
narrativa por meio de entrevistas informais com palestinos de várias regiões.
Foi necessário também as ideias do “não-dito” de Pollak (1992) para
compreendermos o papel de “escuta” de Joe Sacco para os palestinos. Por ora, é
importante ressaltar que tal trabalho que busque a construção da memória do “não-dito”
dos palestinos, de forma alguma estará desfavorecendo o povo israelense. Não podemos
esquecer que o povo judeu a menos de meio século sofreu com a violência às quais suas
cicatrizes perpetuam na temporalidade. Outro exemplo disso é a boa relação entre
129
Habibi e Kaniuk – autores do livro “A terra das duas promessas” – na sua tentativa de
humanização entre os dois povos conflitantes.
No entanto, o objetivo central deste trabalho é apresentar uma nova
“perspectiva” palestina para o conflito. A abertura para um novo ponto de vista que vai
além das críticas de Said e Sacco sobre a cobertura jornalística sobre o conflito árabe-
israelense.
130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EISNER, Will. Quadrinhos Arte Sequencial: princípios básicos e práticos do lendário cartunista. 4.ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. FINKELSTEIN, Norman G. Imagen e realidade do conflito Israel-Palestina. Rio de Janeiro: Record, 2005. HABIBI, Emil; KANIUK, Yoram. A terra das suas promessas. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1997. BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru: EDUSC, 2004. POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro, vol.2, n.3, 1989. SACCO, Joe. Palestina. São Paulo, SP: Conrad Editora do Brasil, 2011. SAID, Edward W. A questão da Palestina. São Paulo, SP: Unesp, 2012. ___________. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1990.
top related