percepção de risco - defesa civíl sc

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Aumentando a capacidade de resistência das comunidades à mudança climática

Silvia LlosaEstratégia Internacional para Redução

de Desastresllosa@un.org

SUMÁRIO• 1. Aumento do risco de desastres em nível mundial: os últimos

dados• 2. O vínculo entre desastres e mudança climática• 3. O que já está acontecendo: mudança climática no Brasil

(estudo do MMA sobre as vulnerabilidades do Brasil e dados do IPCC, sobre impactos mundiais)

• 4. Solução 1: conhecimento do risco e implementação do Marco de Hyogo

• 5. Solução 2: adaptação à mudança climática e redução de risco (ações práticas)

• 6. Solução 3: participação da Defesa Civil na redução de riscos associados a mudança climática

O problema:

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• Os desastres afetam milhões de pessoas, causam grandes perdas, impedem que se alcance os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

• A preocupação é com a vulnerabilidade humana; as raizes do risco são sociais e econômicas.

• Os problemas maiores são a falta de percepção e de compromisso político. O risco nem é considerado.

• O conhecimento, as ferramentas e as políticas necessárias estão disponiveis.

• A mudança climática agrava uma situação ruim e aumenta a urgênca.

Base conceitual (1) Visão pré-científica

Perigo natural

DESASTRE

Imprevisível, poder enorme, não há nada que possa ser feito, castigo de Deus?

Base conceitual (2) – Perspectiva da engenharia

Perigo natural

Vulnerabilidade

DESASTRE

+

Evitar situações perigosas, construir bem, se preparar, ter alerta prévio

Entender os perigos, avaliar o risco e monitorar os perigos

Diminuição de risco e impactos

Base conceitual (3) – Perspectiva social

Falta de informação

Construções perigosas

Perigo natural

Vulnerabilidade

DESASTRE

+

Exclusão social

Pobreza

Degradação ambiental

Pouco acesso a serviços públicos

Falta de recursos e de redes de apoio

Moradias sem planejamento

Falta de compromiso político

Parte 1Características dos Desastres

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Padrões Básicos - 1991-2005 (EMDAT, CRED)

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• 3.470 milhões de pessoas atingidas, 960.000 mortos, e US$ 1.193 bilhão em perdas

• A maioria dos desastres são relacionados ao tempo e ao clima

Os pobres, nas sociedades e nos

países pobres, são os mais

atingidos

Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED) EM-DAT: The OFDA/CRED International Disaster Database

Mortes por milhão, por região e por tipo de perigo(1994-2006)

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Um problema de desenvolvimento mal resolvido

Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED) EM-DAT: The OFDA/CRED International Disaster Database

Alguns desastres com grande impacto econômico (1975-2006)

Grandes desastres 1950-2006:Perdas totais e as seguradas

NatCatSERVICE, Munich Re

EM-DAT: The OFDA/CRED, International Disaster Database, Université catholique de Louvain Brussels - Belgium

Aumento da ocorrência de eventos hidrometeorológicos, 1991-2006

Parte 2A mudança climática no Brasil

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Mudança climática e risco de desastres

1. Observado: mais eventos extremos como secas, chuvas intensas e ondas de calor.

• Os mais vulneráveis: regiões costeiras populosas, ilhas estados e o continente africano.

• Impactos porque haverá (i) mais eventos extremos e (ii) aumento da vulnerabilidade por pressão nos ecosistemas e falta de água.

• Faltam dados sobre impactos especificos, humanitários e econômicos

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Mudança climatica e aumento do risco

Stern Review: A economia da mudança climática, 2006“A mudança climática está acontecendo e as medidas para ajudar as pessoas a se adaptarem são essencias.”“Só os custos dos eventos extremos poderiam alcançar de 0.5 - 1% do PIB mundial por ano em meados do século, e continuarão aumentando se o aquecimento continuar.”

Aumento na frequência de furacões Peter Webster et al.

IPCC: Impactos na America Latina

Impactos no Brasil

Impactos no BrasilAmazônia – Aumento de temperaturas: o clima mais seco, provocando a savanização da floresta. Pode chegar até 8ºC no cenário pessimista. Os níveis dos rios podem ter quedas importantes e a secura do ar pode aumentar o risco de incêndios florestais.Semi-árido – As temperaturas podem aumentar de 2ºC a 5ºC no Nordeste. A Caatinga será substituída por uma vegetação mais árida. O desmatamento da Amazônia pode deixar o semi-árido mais seco e levar a população a migrar para as cidades.Zona Costeira – O aumento do nível do mar vai trazer grandes prejuízos ao litoral.Construções à beira-mar poderão desaparecer, portos poderão ser destruídos e populações teriam que ser remanejadas. Sistemas precários de esgoto entrarão em colapso. Novos furacões poderão atingir a costa.Sudeste e bacia do Prata – Ainda que a chuva tendesse a aumentar, as elevadas temperaturas do ar poderiam comprometer a disponibilidade de água para agricultura, consumo ou geração de energia devido a um acréscimo previsto na evaporação ou evapotranspiração. Região Sul – A produção de grãos poderá ficar inviabilizada com o aumento da temperatura, secas mais freqüentes e chuvas restritas a eventos extremos de curta duração. As chuvas cada vez mais intensas poderiam castigar as cidades, com grande impacto social nos bairros mais pobres. Ventos intensos de curta duração poderiam também afetar o litoral. Com temperaturas mais altas e extremas em curto espaço, mais doenças seriam registradas.

Impactos no BrasilAgricultura – Culturas perenes, como a laranja, tendem a procurar regiões com temperaturas máximas mais amenas e a produção poderá se deslocar para o Sul. Elevadas temperaturas de verão vão condicionar o deslocamento das culturas como arroz, feijão, soja para a região Centro-Oeste, promovendo a mudança do atual eixo de produção.

Recursos hídricos – A redução de chuvas e a diminuição da vazão nos rios vão limitar os esgotos e o transporte fluvial. Poderá haver transbordamento de estações de tratamento e de sistemas de esgotamento sanitário. A geração de energia ficará comprometida com a falta de chuvas e altas taxas de evaporação devido ao aquecimento, em algumas regiões.

Grandes cidades – Regiões metropolitanas ainda mais quentes, com mais inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas, principalmente nas encostas de morro.

Saúde – Os casos de doenças infecciosas transmissíveis poderão aumentar. A dengue pode se alastrar pelo País. A proliferação tende a aumentar nas áreas urbanas.

Parte 3Redução das Vulnerabilidades

Ferramentas, políticasinstituções

Por que há mais desastres ?

• Mais pessoas pobres em lugares perigosos e em situaçoes insustentáveis

• Desenvolvimento não sustentável: assentamentos nas margens dos rios, degradação costeira, crescimento desordenado dos centros urbanos, construções instáveis, destruição de mangues, mudança no curso dos rios, desmatamento e erosão dos solos

• Risco exacerbado pela pobreza e doenças, conflitos e deslocamento da população

…. Em grande parte, pelo aumento das vulnerabilidades

Mortes no tsunami: por sexo e por idade; Dezembro 2004, Tamil Nadu, India

HomensMulheres

Crianças, idosos e mulheres são os mais vulneráveis

Courtesy Professor Deborati Guha-Sapir, Université catholique de Louvain Brussels - Belgium

Redução de risco – ações práticas para reduzir as vulnerabilidades

• Mapear e evitar áreas de alto risco • Construir infraestrutura e moradias resistentes aos perigos• Proteger e desenvolver barreiras naturais (florestas, recifes,

mangues, etc)• Desenvolver uma cultura de prevenção e de reação aos riscos• Fortalecer sistemas de alertas antecipados e de respostas• Fortalecer as instituções e desenvolver políticas e planos de

desenvolvimento sustentáveis

Áreas em que se deve priorizar a redução de risco

1. Risco existente: investir seletivamente em estruturas críticas para fortalecê-las - hospitais, escolas, vias de acesso

2. Desenvolvimento novo: o uso do solo, o manejo ambiental, o desenho das construções devem reduzir e não aumentar o risco

3. Depois de um desastre: reconstruir melhor; desastres são oportunidades para conscientizar o governo e a sociedade

1990-1999: Década Internacional para a Redução de Desastres Naturais – Promoção da redução de risco, engagamento técnico1994: Estratégia e Plano de Ação de Yokohama– Primeiro plano para a criação de uma política de redução de desastres (orientação social e comunitária)2000: Estratégia International de Redução de Desastres (EIRD) – Enfocada no compromiso público e vinculada com o desenvolvimento sustentável e promoção de parcerías2002: Plano de Implementação de Johannesburg, WSSD – Aponta a necessidade de se ter uma “atuação integrada, para múltiplas ameaças, priorizando a vulnerabilidade, a avialação de riscos e o gerenciamento dos desastres…”2005-2015: CMRD – Marco de Ação de Hyogo – O tsunami ofreceu visibilidade ao tema. Esquema intelígivel de ação, priorizando a responsabilidade do Estado

Evolução das estruturas internacionais para a redução de desastres

Marco de Ação de Hyogo 2005-2015: Construindo a resiliência das nações e comunidades aos desastres

168 governos chegaram a este acordo na Conferência Mundial de Redução de Desastres em, Kobe, Hyogo, Japão, Janeiro de 2005

O objetivo é a redução significativa de perdas

• Redução de desastres é parte do desenvolvimento sustantável • Fortalecimento das instituições (especialmente em nível comunitario)

para desenvolver resiliência• Inclusão da redução de risco no manejo de emergências e de

recuperação depois de um desastre

O Marco de Ação de HyogoAções prioritárias

1. Cuidar para que a redução dos riscos de desastre constitua uma prioridade nacional e local, com uma sólida base institucional para a sua implementação2. Identificar, avaliar e monitorar os riscos de desastres e implementar o alerta antecipado 3. Utilizar os conhecimentos, as inovações e a educação para criar uma cultura de segurança e de resiliência em todos os níveis 4. Reduzir os fatores de risco subjacentes 5. Fortalecer a preparação para casos de desastre, a fim de lograr uma resposta eficaz

• O governo tem a responsabilidade, com apoio de organizações internacionais e regionais e da EIRD

• Monitoramento e preparação de relatórios indicadores do progresso havido na redução de risco

• Os recursos necessários

Estamos progredindo na redução de desastres?

• Governos, indústrias, ONGs, comunidades, cidades e a ONU estão percebendo o risco e tomando providências

• O sistema da EIRD é um foro global para criar parcerias, avaliar o progresso e apoiar a ação

• As informações sobre risco não são ainda adequadas

• O risco não é levado em conta em políticas e planos de desenvolvimento

• Falta de recursos• Não vamos conseguir atingir o objetivo de

reduzir as perdas

Obrigada!

Silvia Llosa llosa@un.org

Climate change policy processes

1. UNFCCC Conference of Parties (COP-14 Poznan, COP-15 Copenhagen. Post 2012 focus.

• Subsidiary Bodies for Scientific and Technical Advice (SBSTA), and for Implementation (SBI).

• Ad-hoc Working Group on Long-term Cooperative Action (AWG-LCA) to follow up on Bali Road Map. Is organizing 7 workshops, one on risk management risk reduction strategies and risk transfer.

• Ongoing Nairobi Work Programme on adaptation• Adaptation Fund getting started.

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