primeira edição do jornal do grêmio odara
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O Jornal Edição 3, Ano 2
Em 20 anos de grêmio estudantil no Gra-
cinha, varias foram as propostas de um jornal fei-
to por alunos e para alunos. E aqui estamos nós,
tentando retoma-la. Com publicações periódicas,
O Jornal tem como proposta base e inicial a apro-
ximação dos alunos com questões da escola, e até
de nível mundial.
Em um formato didático e prático, O Jor-
nal geralmente tem um tema pré-definido, o desta
edição, em homenagem ás eleições, é política. O
Jornal dispõe de diversos textos que interessam
todos os tipos de público, dentre eles:
Dois editoriais, sobre temas variados.
Três artigos de opinião assinados, trazendo opini-
ões variadas sobre temas do cotidiano. Até três
artigos sobre esportes, dos mais variados. Dois
artigos escritos por professores, tentamos dividir
sendo um do ensino médio e outro do ensino fun-
damental. Duas ou mais matérias de jornais mun-
diais, variando entre um francês, um brasileiro e
um estadunidense.
Sempre que conseguirmos teremos uma
entrevista com alguma personalidade brasileira,
dependendo do tema pré-definido do jornal. Um
conto ou poema, ao estilo dos velhos “Folhetins”.
Uma matéria sobre o ensino fundamental, outra
sobre o ensino médio e cinco tirinhas e charges,
tiradas de diversos jornais.
Com a publicação desta edição, espera-
mos que essa tradição seja retomada. Nós, mem-
bros da diretoria de imprensa do Grêmio Oda-
ra, esperamos então, que essa tradição seja nova-
mente aceita e introduzida na vida dos estudantes
da escola, para que assim, forme-se (de novo)
mais um patrimônio do Grêmio.
Bem vindos a nova era do jornal
Passam-se 6 anos da infeliz gestão de Gilberto
Kassab em São Paulo, rejeitada por 48% dos paulista-
nos, 2ª pior rejeição da história da cidade, superada
apenas por Celso Pitta ao fim de seu mandato. Os pau-
listanos, no domingo 28, foram às urnas escolher entre
José Serra (PSDB), candidato que representa a manu-
tenção do projeto político de Kassab para São Paulo, e
Fernando Haddad (PT), representante da oposição na
capital, da mudança. Dados os índices da aprovação da
gestão Kassab, somados aos 47% de rejeição de José
Serra, não é difícil compreender a vitória de Haddad.
Caso ocorresse, a vitória de José Serra representa-
ria enorme retrocesso na política da cidade de São Pau-
lo. Há 20 anos no Palácio dos Bandeirantes, com Mário
Covas, Geraldo Alckimin e o próprio Serra, o PSDB
construiu em São Paulo um aparelho policial violento,
patrocinou a exclusão social, privatizou aparelhos pú-
blicos, como o metrô e foi incapaz de resolver a rela-
ção da cidade de São Paulo com seus rios. Além disso,
na capital, a gestão Serra/Kassab possui o pior índice
de construção de metrô do mundo: menos de 2km por
ano. Kassab cumpriu apenas 47% daquilo que prome-
tera em 2008, tendo Serra agregado à seu plano de go-
verno aquilo que Kassab não soube fazer.
Por outro lado, o PT merece um voto de confian-
ça dos paulistanos. As duas gestões petistas na capital,
de Luiza Erundina e Marta Suplicy, constituiram as
melhores gestões da história de São Paulo. Erundina
foi responsável pela criação dos corredores de ônibus,
implantou o Orçamento Participativo, tendo sido consi-
derada uma das principais líderes da esquerda do país.
Com Paulo Freire na Secretaria da Educação, desen-
volveu os MOVAs (Movimento de Alfabetização),
centros de alfabetização e instrução de adultos. Com
Marilena Chauí na Secretaria da Cultura, foi responsá-
vel pela construção do sambódromo do Anhembi e
pela restauração da Biblioteca Mario de Andrade. Na
área da Habitação, Erundina constituiu os Mutirões da
Habitação, nos quais a prefeitura fornecia espaço, ma-
terial e apoio para que as famílias construirem suas
residências, reduzindo drasticamente o déficit habita-
cional da cidade. Ainda, a prefeita conseguiu trazer de
volta a capital a Fórmula 1, através da reforma do autó-
dromo de Interlagos.
Em sua gestão, Marta Suplicy criou os CEUs,
estabelecimentos educacionais de grande porte, visan-
do integrar a escola tradicional, com atividades extra-
curriculares e centros esportivos e culturais. Marta, na
área dos transportes, introduziu os corredores de ôni-
bus sem muros nem grade e criou o Bilhete Único. A
prefeita criou o “Vai e Volta”, sistema de transporte
escolar para alunos de escolas municipais. Terminou
seu mandato com 48% dos paulistanos avaliando sua
gestão como boa/ótima, uma das melhores aprovações
da história da cidade – entratanto, por razões que intri-
gam analistas políticos, não conseguiu transformar sua
alta aprovação em votos para ser reeleita.
A se analisar as gestões petistas e tucanas na capi-
tal, é perfeitamente justificável, e ainda louvável, o
voto paulistano no candidato Fernando Haddad. Agora
nos resta torcer por uma mais uma gestão inovadora do
Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo,
transformando aquela que é a principal cidade da Amé-
rica Latina em uma cidade mais justa e igual.
Voto de confiança
Senadora Marta Suplicy e Ex-Presidente Lula em comício da campanha de Haddad
Em nosso cotidiano é cada vez mais co-
mum a triste cena de algum individuo reclaman-
do, generalizando ou rejeitando todos os políti-
cos, as atividades políticas e as pessoas interessa-
das pela política. Mesmo o termo política já gera
certa repulsa de grande parte da população. A
frase “Todo político é ladrão” já foi ouvida por
todos nós ao menos uma vez na vida, e cada vez
mais nos deparamos com figuras despolitizadas
que usam dessa generalização e da própria indig-
nação política como justificativa para a confor-
mação e acomodação com a situação da política
atual.
Mas, afinal, do que esses seres distantes
da política estariam se afastando? Será que a de-
cisão de abstenção já não seria uma decisão polí-
tica?
A política, em suas origens na Grécia
Antiga, era vista como todas as atitudes relacio-
nadas à coisa pública. Esta, no entanto, era me-
nos complexa do que atualmente, dado que pou-
cos tinham o direito de participação. Mas com a
Revolução Francesa, marco no qual se abriram as
portas para a participação massiva e universaliza-
da na politica, começa a surgir o sistema de re-
presentação e, depois, da representação partidá-
ria.
O que ocorre hoje é que muitas pessoas
veem a política como simplesmente os partidos e,
desiludidas com tal instância de poder, acabam
por desistir da política como um todo. Nas pala-
vras do político italiano, Pietro Barcellona: "[...]
a vida coletiva continua a funcionar como uma
máquina, mas os cidadãos não creem mais no
Estado e nos partidos, que lhes aparecem como
uma força hostil e incompreensível, e fogem da
realidade para tentar encontrar alguma compreen-
são para a frustração de ter de se submeter a uma
ordem insensata".
O fato é que nós, cidadãos, esquecemo-
nos, diversas vezes, dos muitos outros meios e-
xistentes de participação política, considerando
política sob o entendimento da tradição grega.
Tais formas de participação, como a atividade
estudantil, sindical e ambiental constituem tam-
bém parte muito importante da política. Essas
manifestações também deveriam ser usufruídas
para a fiscalização dos que governam e como
meio de aperfeiçoamento dos meios de represen-
tação, fazendo com que os últimos de fato sejam
representativos de todo a população, e não só
pequenos grupos restritos. Assim, o crescimento
de tais atitudes políticas não necessariamente
partidárias e as respectivas cobranças provavel-
mente poderiam produzir maior aproveitamento
dessas dimensões da política, diminuindo o poder
dos que nos representam ou, ao menos, levando-
os a tornarem-se mais representativos.
A questão não se encontra, todavia, no
desmerecimento da política partidária, porque
esta também possui grande importância. O fato é
que precisamos submetê-la aos valores coletivos
e ao poder democrático dos cidadãos, para que
então verdadeiramente funcione. E para tal, vale
clamar novamente pelas atitudes políticas a se-
rem exercidas pelos cidadãos além do simples
voto ou da fácil abstenção da atividade política,
ressaltando atitudes cotidianas de caráter exigen-
te e fiscalizador de seus representantes políticos.
Afinal, o que é a política se não a atuação do po-
vo sobre o bem público que lhe é de direito?
Por Rachel Befi
A política vale a pena?
Nasci em uma família bem fragmentada
em relação a política. Meu avô assina a Veja até
hoje, é o passatempo de seu domingo, junto a
uma Itaipava e a deliciosa comidinha caseira da
minha avó. Meu pai, de esquerda, me fala do
mandato de Erundina, aquele povo alegre, a cida-
de não abandonada, ao menos uma vez. Minha
mãe, mas confusa do que não sei o que, votou no
43, que segundo minha madrasta era uma união
do 40 do Serra e do 3 do Haddad. Na Vila, minha
escola de infância, os professores sempre nos
influenciavam ao PT, visto que a guerra enérgica
em nossa abandonada São Paulo é entre PT e
PSDB. Desde que sei o que é “política”, PT é o
“menos pior”, e o Serra... bom , não preciso nem
comentar, não é mesmo?
Agora, no Gracinha, certamente com
mais garra e cegueira do que na Vila, o professor
que carrega a tocha do PT, protegendo a tudo,
contra todos ataca seu “inimigo” com argumentos
e apelações piores do que uma criança de cinco
anos, implorando a sua mãe que compre o choco-
late. Não o desmerecendo, só acredito que dis-
cussões mais limpas e menos apelativas sejam
mais apropriadas a um professor tão seguro de
seus conhecimentos.
Como se não bastasse as apelações do
petista roxo, descubro que Kassab foi bom
“porque plantou árvores”. Depois desse belíssi-
mo argumento fico, ciente de meus atos, tenden-
ciosa ao PT. Mas pensando bem, visando que
acredito com toda a minha fé, que o primeiro tur-
no existe pra votar em quem você acreditar, e não
fazer “voto-útil” (alias que termo mau emprega-
do! Voto útil são todos os votos, não? Se são vo-
tos, são úteis! São pronunciamentos de cidadãos,
como ser inútil? Não quero saber se Levy e seu
aerotrem tem pouquíssimas chances de serem
eleitos, um voto no Levy, é um voto útil”), PT e
PSDB não são as únicas opções.
Enfim, tudo isso pra dizer que ainda não
entendo de política, não sei se vale entender. Es-
pero que todos me entendam, afinal, não é nada
pessoal.
Por Moraiá Biagioni
Vale a pena entender?
O JORNAL PÁ GINA 2
Luiza Erundina, no primeiro ano de governo, em 1989: mar-
cas da gestão ainda se refletem em seu capital eleitoral
Opinião
A comemoração dos 300 anos do
nascimento de Rousseau – um pensador
em certa medida extemporâneo, que se
opunha tanto aos valores da nobreza quan-
to aos da burguesia – recentemente convi-
dou a reflexão acadêmica à discussão acer-
ca da origem da desigualdade, do papel da
educação, do significado da vontade geral,
da soberania popular etc. É impelido pela
recordação de suas ideias que gostaria,
aqui, de provocar algumas reflexões.
Primeiramente, a gritante a desi-
gualdade socioeconômica em nossa cidade
não permite, eticamente falando, qualquer
indiferença quanto às ações para dissipá-la.
Nada nos desculpa pelo abandono ou ne-
gligência com relação a valores como a
igualdade, o conhecimento e a participação
nas decisões da coisa pública. Para dar um
único exemplo, como não nos inquietar-
mos com o avanço dos grupos interessados
na especulação imobiliária na cidade? Com
uma visão controversa e excludente de
progresso, eles impiedosamente agravam
as consequências da baixa renda, inviabili-
zando de vez aos mais empobrecidos a
chance de uma moradia digna e bem loca-
lizada, ao mesmo tempo em que entopem
nossas ruas de carros, ao erigir com uma
arquitetura egoísta prédios de profundos
subsolos, cada vez com mais oferta de va-
gas de garagem.
E não seria igualmente lamentável a
meritocracia acrítica e ideológica que visa
a desmoralizar o valor da escolha política
das periferias, numa tentativa demagógica
de rotulá-las como ignorantes – defenden-
do veladamente uma espécie de aristocra-
cia intelectual a la Platão –, como se o po-
vo menos letrado não fosse capaz de com-
preender as consequências todas das deci-
sões da prefeitura que sentem na pele?
Será mesmo que sua condição social não
lhes pode garantir uma sensibilidade políti-
ca maior?
Ora, cidadania é participação de
todos! E essa participação requer tempo; e
arrumar tempo mesmo e sobretudo numa
metrópole de ritmo alucinante como a que
vivemos. Tempo pra refletir, pra pesquisar
sobre a vida e conhecer as propostas de um
candidato, se as tem e se são consistentes.
Tempo pra averiguar se nossos valores
estão alinhados com a demanda mais ur-
gente e prioritária de uma sociedade que se
pretenda verdadeiramente inclusiva. Tem-
po pra discutir, rever, aperfeiçoar e, enfim,
difundir as próprias ideias e escolhas, sem
o que não praticamos nem consolidamos a
democracia.
Como Rousseau nos ensinou, a
vontade geral, numa democracia de verda-
de, não é a somatória das vontades indivi-
duais, menos ainda as de indivíduos tão-
somente autointeressados, mas aquele quo-
ciente mesmo em que nos reconhecemos
unidos porque alcançado a partir da coinci-
dência entre as vontades individuais res-
peitadas, livres e soberanas ao mesmo tem-
po em que representadas por um governo
legítimo – porque um assim não trai as
necessidades dos indivíduos, sobretudo as
dos mais necessitados.
Por fim, não seriam também risí-
veis, nesse tempo de eleições, os falaciosos
discursos que reduzem toda adesão parti-
dária a um dogmatismo ingênuo, bem co-
mo, no outro extremo, aqueles que nunca
aceitam oposições ou críticas como ao
menos dignas de averiguação, ou ainda os
que alegam poder assegurar alguma neu-
tralidade política pelo simples fato de não
se identificar razoavelmente com um parti-
do? No sentido da participação passiva na
democracia, também calar-se e omitir-se é
dizer, escolher e agir; ora, não há como
não estar se posicionando. Logo, bom sen-
so, bons valores e boa educação, como
insistia Rousseau, são imprescindíveis para
a sensibilidade política, cada vez mais rara.
Por André Fávero (professor de Filosofia –
EM)
O JORNAL PÁ GINA 3
Cuidemos da Política
Ao meu jeito, desde muito pequeno,
gosto de política, inclusive a partidária.
Tenho na memória momentos e pessoas
especiais, graças à política. Ia votar com
meu pai, que sufragava a oposição à Dita-
dura Militar, como apreciava discutir con-
juntura política com meu tio Alfredo. Vale
lembrar que meu pai não apreciava a polí-
tica partidária.
Com o tempo – e não demorou mui-
to, aprendi que política vai muito além da
partidária. Na nossa existência, o ato polí-
tico é recorrente e cotidiano. Como cada
um carrega interesses particulares, faz a
defesas desses também a todo instante.
Assim como veio outra descoberta: o valor
do ato político ganha peso quando o coleti-
vo se sobrepõe ao individual. Por que cada
um buscar uma saída, se o problema é de
um grupo ou de todos?
Ao considerar a saída coletiva mais
carregada de valor, não ignoro, por outro
lado, que ela gera mais trabalho, discussão,
debate e algumas rusgas. Mas é nesse pro-
cesso coletivo que as saídas ganham mais
qualidade e justiça. Creio que os erros co-
letivos sejam mais raros. As saídas indivi-
duais resolvem dificuldades individuais,
mas são egoístas e perigosas. Servem, mui-
tas vezes, para manter uma ordem produto-
ra de mazelas.
Nesse sentido, é menos surpreen-
dente do assustador como o caminho indi-
vidual ganhou força na sociedade contem-
porânea. Não são poucos aqueles que não
compreendem que sua realidade não dife-
re, em essência, da de pessoas próximas.
Ignoram com gosto. O outro não passa de
concorrente, que disputa espaços de influ-
ência e poder. Como se as existências não
pudessem ser partilhadas. Felizmente, po-
rém, não são poucos os traçam outros ca-
minhos.
Ao mesmo tempo, o fazer política é
histórico. Já houve tempo, no Brasil e em
grande parte do mundo, que nem todas as
filiações partidárias eram legais e os sindi-
catos e associações em geral, controlados
ou proibidos. A democracia no Brasil pou-
co prevaleceu durante todo o século XX.
Ocorreram eleições presidenciais na cha-
mada República Velha (1889-1930) com a
participação de 2% dos brasileiros! Esses
tempos ficaram no passado, o que não é
pouca coisa.
O que é fazer política hoje? Ainda é
a partidária, apesar de razoável descrédito,
a sindical e das associações em geral, co-
mo a dos grêmios estudantis, dos morado-
res de um bairro, das minorias étnicas,
sexuais, regionais e nacionais. Essas cate-
gorias tendem a aumentar. Mais do que
isso: o fazer política ganhou novas dimen-
sões com a realidade virtual. Tornou-se
possível a militância virtual, ainda que
muitos questionem a sua validade e eficá-
cia, pois defendem que política se faz na
rua e não nas redes sociais. De qualquer
forma, o mundo virtual já permite que as
pessoas se reunião no espaço público – o
ambiente privilegiado do ato político.
Quem não se lembra da polêmica acerca
do local que seria escolhido para a constru-
ção de uma estação de metro em Higienó-
polis, que produziu o já famoso Churras-
cão da Gente Diferenciada? Mais recente,
duas manifestações na praça Roosevelt:
Existe Amor em São Paulo; na primeira,
uma resistência ao conservadorismo de um
dos candidatos à prefeitura de São Paulo,
na outra, um alerta aos que disputam o
segundo turno: a cidade não pode ficar
alheia ao debate de uma política cultural.
Muita gente reunida nos dois encontros. E
como bem lembraram os organizadores: o
foi político, mas não partidário.
Por fim, vale destacar que apesar
das constantes práticas individualistas, não
é pequeno o grupo que se organiza e luta.
Parece que aumenta o grupo daqueles que
brigam para que os benefícios criados pe-
los homens cheguem para todos. Apesar de
muitos entraves, vejo um futuro com coi-
sas boas para a maioria. E graças à políti-
ca.
Prof.
Plínio Labriola Negreiros
POLÍTICA: PARA QUÊ?
Professores
O JORNAL PÁGINA 4
Um assunto abordado com frequência é a
Copa do Mundo de 2014 a ser realizada no Bra-
sil. É com algum pesar que nós ainda estejamos
preocupados com o que acontecerá até lá, visto
que a riqueza no nosso país é mal distribuída e
assim o capital se concentra em algumas porções
do território.
Nos dias de hoje, as informações chegam
e saem muito rapidamente e com relativos erros,
a mídia é um apoio ou uma “falsa amiga” é preci-
so analisar e abranger os conteúdos acessados.
Isso não é diferente para o nosso assunto aborda-
do, as informações que a mídia acaba oferecendo
não são de grande importância se referindo ao
assunto Brasil, o que nós vemos nos jornais e
sites constantemente aborda a construção dos
estádios para o evento. De modo algum devemos
tirar o mérito de que essa parte do “projeto Copa”
está realizando-se com certo êxito, todavia o que
alguns acabam esquecendo são as outras partes
dessa idealização, iniciada no período no qual o
Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do
Mundo de 2014.
Um evento de tal porte que
atrairá diversos países e estran-
geiros ao nosso país precisa ter
uma infraestrutura capaz de
suportar o que é o maior espe-
táculo de esportes em todo o
planeta. Sem querer entrar no mérito, mas já en-
trando é dever da cúpula da cada município
(nesse caso, o que está sendo eleito nesse mês)
sede e do governo federal que trouxe a Copa para
o Brasil, investir e administrar as outras partes,
tais como aeroportos, transporte, policiamento e
etc.
Durante as férias visitei o Canadá, mais
precisamente a cidade de Toronto e seus arredo-
res. Tive uma experiência válida e talvez incômo-
da, estava sozinho e o meu voo foi cancelado,
com toda infraestrutura que lá existe resolveram
o meu problema, que depois descobri que foram
cancelados todos os voos para Nova York, para
onde eu estava indo. O que aconteceria se esse
incidente ocorresse aqui? Cancelarem vários vo-
os para uma grande cidade? Bom o tempo que
essa administração tem não é de se esbanjar, tem
que fazer com calma e seriedade, a Copa do
Mundo talvez tenha sido trazida para o nosso país
antecipadamente. Atualmente o único estado que
tem um aeroporto internacional razoável é São
Paulo, só que não suportaremos apenas um aero-
porto com voos de outras grandes cidades. A so-
lução caso isso acontece seria uma paralização de
voos domésticos? E como fica a situação das ou-
tras sedes? Perguntas que temos menos de 2 anos
para responder e nos preocupar.
Por Felipe Pina
O caminho para o hexa tem muitos obstáculos
O futebol é o esporte mais popular do mun-
do com mais de sete milhões de praticantes regu-
lares ou ocasionais. Além disso, é indiscutivel-
mente, um dos cartões-postais e paixões do Bra-
sil. Esta arte retratada como “jogo de trancos e
pontapés”, pelo ilustre escritor Lima Barreto, está
ha um bom tempo sendo, muitas vezes, esmagada
pelos grotescos erros de arbitragem.
Lances importantes no futebol nacional ou
mesmo no internacional são marcados pelos erros
da arbitragem, tornando-se inesquecíveis, como o
chute de Lampard, pela Inglaterra contra a Ale-
manha que ultrapassou em 33 cm a linha do gol,
mas o lance não foi validado, nas oitavas de final
da última Copa do Mundo. Ou mesmo o memo-
rável erro do juiz Javier Castrili, na semifinal do
Campeonato Paulista de 1998 entre Corinthians e
Portuguesa, no qual ele marcou um pênalti ine-
xistente contra a equipe lusitana, nos acréscimos
do 2° tempo que se convertido levaria a equipe
do Parque São Jorge para a final a competição.
O presidente da FIFA (Federação Internacio-
nal de Futebol Associado), Joseph Blatter, por
muito tempo “titubeou” na aplicação da tecnolo-
gia no futebol, recurso que é empregado com su-
cesso em outras federações como na NFL
(National Football League), liga estadusunidense
de futebol americano, ou na NBA (National Bas-
ketball Association), liga norte-americana de bas-
quete.
A animadora notícia para os fãs do futebol é
que nessas ultimas semanas de outubro a FIFA
vem realizando testes para a aplicação dessas tão
discutidas tecnologias e já fechou o contrato com
duas empresas (GoalRef e Hawk-Eye) para insta-
lar sensores nas traves de estádios pelo mundo. A
inovação tecnológica consiste em um chip dentro
da bola que quando a mesma passa totalmente
pela linha do gol, monitorada por sensores nas
traves, faz com que o relógio do árbitro vibre,
indicando o gol. A modernosa invenção tem até
data de estreia em um jogo oficial, e serra posta
em prova no dia 06 de dezembro de 2012, no
Mundial de Clubes no Japão. Mas claro, que a
receosa como por tradição FIFA já fez um seguro
que a isenta em caso de falha da nova tecnologia.
A decisão de colocar o, já apelidado, “juiz eletrô-
nico”, foi correta, porém atrasada e o poderoso
órgão supremo do futebol mundial já descarta o
debate para a aplicação de outras tecnologias,
como a utilização do replay pelo quarteto de arbi-
tragem ou aparelhos que monitorem a linha de
impedimento, o que seria extremamente saudável
para o esporte e todos envolvidos (times, atletas,
torcedores, árbitros e etc...).
Por Marco Magli
Esporte retrógrado
Protesto em oposição ao presidente da Fifa, Joseph Blatter
Tantas campanhas ditas politica-
mente corretas e factualmente incorre-
tas são difundidas pela internet e reper-
cutem fora dela que não custava nada
essa massa em estado de rebeldia à
deriva abraçar um bom combate.
Há várias causas à disposição de
soldados efetivamente interessados no
aperfeiçoamento da nossa ainda imper-
feita democracia. Um exemplo? O fim
do voto secreto no Congresso, ao me-
nos para os casos de cassação de man-
datos comprovadamente incompatíveis
com o decoro parlamentar.
O assunto de quando em vez volta
à discussão no Parlamento. Sempre que
há algum escândalo envolvendo depu-
tados e/ou senadores ou quando assisti-
mos a alguma absolvição escandalosa.
A última, em 2011, favoreceu a
deputada Jaqueline Roriz, flagrada em
vídeo recebendo dinheiro de origem
desconhecida pelas mãos de um conhe-
cido frequentador - Durval Barbosa, o
delator e participante do esquema que
resultou na queda do então governador
do DF, José Roberto Arruda - de terre-
nos onde a política se mistura à corrup-
ção.
Em 2006, em meio a renúncias e
absolvições de parlamentares envolvi-
dos no escândalo do mensalão, a Câ-
mara aprovou o fim do voto secreto.
Foram 383 votos a favor, nenhum con-
tra e quatro abstenções, em primeiro
turno.
Na época houve muita animação e
apoio à decisão. Mas o tempo passou, o
clima de indignação arrefeceu e a coisa
por ali ficou faltando completar o pro-
cesso de votação na Câmara e remeter
a proposta ao Senado.
Agora com o caso do senador
Demóstenes Torres volta-se a debater o
assunto, embora timidamente. É que a
situação dele é tão grave, há tanta into-
lerância em relação ao disfarce de de-
fensor da ética, são tantos os inimigos
que o senador colecionou por causa
desse papel e é tão inconsistente (senão
inexistente) sua sustentação política,
que o corporativismo dificilmente pros-
perará ao abrigo do voto secreto quan-
do o processo for ao exame do plenário
no Senado.
Portanto, ainda não será dessa vez
que uma crise resultará em avanço e o
voto secreto no Parlamento continuará
servindo de salvaguarda a representan-
tes da sociedade que não desejam dar
satisfações aos seus representados.
Note-se, então, que esse assunto
se inscreve entre aqueles passíveis de
intervenção popular. Energia solta no
ar há de sobra. Pena que em boa medi-
da desajeitada e por isso desperdiçada.
Falta compreensão para distinguir
o que realmente é importante para a
melhoria do processo político daquilo
que tanto serve para aplacar consciên-
cias de inocentes úteis quanto presta
serviço ao (não raro remunerado) ofício
da má-fé.
Roncos da reação. Há duas ques-
tões não respondidas pelas tropas de
ataque à Veja: as denúncias divulgadas
pela revista eram verdadeiras ou falsas?
Ajudaram ou prejudicaram na elucida-
ção de casos de corrupção?
Considerando a veracidade e o
benefício (abertura de inquéritos, pro-
cessos e demissões) resultante das re-
portagens e reveladores do compromis-
so com os fatos, resta a evidência de
inequívoco desconforto com a vigência
da liberdade de imprensa no País e o
indisfarçável desejo de alguma forma
de revogação da regra.
Certamente não se veem assim,
mas esses grupos atuam à semelhança
de setores conhecidos durante a ditadu-
ra como "bolsões radicais" contrários à
retomada do Estado de Direito.
Revisão. Leitor pondera e tem
razão: se Carlos Augusto Ramos é tra-
tado na imprensa como chefe de um
esquema criminoso, acusado em pro-
cesso na Justiça de Goiás por diversos
delitos entre os quais lavagem de di-
nheiro, não faz sentido nos referirmos a
ele como mero "contraventor".
Ademais... É como já avisou dou-
tor Márcio Thomaz Bastos: o homem
silenciará na CPMI a fim de não se
incriminar mais do que já está.
Por Dora Kramer - O Estado de
S.Paulo
Sem pai nem mãe
O JORNAL PÁGINA 5
O Presidente Obama, que em
seu discurso pronunciado em Cairo
no ano de 2009 afirmara pretender
reconciliar os EUA com o Mundo
Árabe-Muçulmano, condenou re-
centemente os ataques contra os
Estados Unidos e clamou ao mundo
uma frente unida contra a violência.
A seis semanas da eleição presiden-
cial, o candidato democrata – acu-
sado de fraqueza por seu adversário
republicano, alertou o Irã que o
tempo “não era ilimitado” para que
o país respondesse quanto à questão
nuclear.
Em um discurso um tanto can-
sativo, substancialmente tratando
dos desafios dos EUA, conquanto
pronunciado com eloquência habi-
tual, sob aplausos polidos da audi-
ência, Barack Obama prestou vi-
brante omagem ao embaixador nor-
te-americano na Líbia, Chris Ste-
vens, morto em Benghazi no último
11 de setembro. “Com três colegas,
Chris foi morto na mesma cidade
que ele ajudou a salvar”. “Os ata-
ques contra nós não são somente
ataques contra a América” ele insis-
tiu, “são ataques contra os ideais
que fundaram as Nações Unidas.”
O presidente norte-americano
dedicou longa parte de sua fala à
discorrer sobre a liberdade de ex-
pressão, responsabilizando às inú-
meras reprises do “vídeo anti-Islã”
como origem das violências. “Eu já
disse claramente que o Governo dos
Estados Unidos não tem nada a ver
com essse video; essa mensagem
deve ser rejeitada, pos insulta não
somente o Islã, mas também a A-
mérica”. Os republicanos veem
nisso um sinal de graqueza e de
“desculpas inúteis” perante os paí-
ses árabes. Mas Obama citou sua
própria experiência, fazendo alusão
à uma divisão que assola a política
nos Estados Unidos: “Eu mesmo,
eu aceito que as pessoas no meu
país me tratem por nomes horríveis
todos os dias, e eu sempre defende-
rei seu direito de fazê-lo”.
Destacando os progressos na
Tunísia, Egito, Líbia e Yemen, o
presidente convidou o mundo à
combater as causas da raiva e esco-
lher “entre as forças que nos sepa-
ram e aquelas que nos unem”. Ca-
sualmente, ele comentou que em
um mundo onde uma mensagem de
ódio pode ser difundida por um
simples clique em um telefone, os
Estados Unidos não podem contro-
lar tudo.
Apesar de ter criticado Mitt
Romney por não citar o Afeganis-
tão em seu discurso na convenção
republicana, o candidato à reeleição
não fez mais que uma breve refe-
rência ao tema. Ele também não
anunciou nada de novo sobre a Sí-
ria. Concentrou-se no Irã, tema que
é o coração da campanha eleitoral,
desqualificando qualquer política
de contenção: “Um Irã equipado de
armas atômicas não é um desafio
que pode ser contido. Isto pode cau-
sar a destruição de Israel, ameaçará
a segurança dos países do Golfo e a
estabilidade da economia mundial”.
O presidente, no entanto, não cedeu
as pressões de Benyamin Nétanya-
hou, que exigiu “linhas vermelhas”
para a questão iraniana. O Primeiro-
Ministro israelense comparecerá à
ONU dia 26/09.
Obama defende EUA e adverte o Irã
O JORNAL PÁGINA 6
Política é um assunto muito
presente em nossas vidas. Seja
quando estamos escutando rádio e
está acontece o horário eleitoral gra-
tuito, ou na televisão. A política está
presente no ambiente em que vive-
mos. No 9º ano o projeto de série é
“São Paulo”, portanto saber o siste-
ma político da nossa cidade é funda-
mental. Os professores introduzem
tal tema de diversas maneiras.
A matéria na qual o tema é
mais presente é história. Nela vemos
a política desde a idade moderna,
começando pelo teatro político até o
horário eleitoral de hoje em dia.
Também aprendemos sobre o que é
um estado e como funciona o nosso
sistema de governo, trazendo notí-
cias sobre os três poderes e ações na
cidade que implicam com a socieda-
de civil. Em português esse ano vi-
mos sobre editoriais, e produzimos
um nosso falando sobre o horário
eleitoral gratuito. Política também é
um tema aparente nas aulas interdis-
ciplinares. Sempre estamos discutin-
do sobre a nossa cidade e como nós
cidadãos podemos ajuda-la a crescer
e ao preparar o Congracinha alguns
grupos discutem extremamente esse
tema. Sendo assim a política é fun-
damental desde antes do colegial.
Por Valentina Kacelnik
A política é fundamental
Escola
O jovem sempre esteve ligado à po-
lítica. A UNE na ditadura teve im-
portância primordial, os “caras pin-
tadas” derrubaram um presidente da
república. Mas e hoje? Alguns di-
zem que a juventude se alienou em
tempo e espaço, outros preferem
alegar que somos todos alienados.
O Gracinha sempre esteve à frente
das outras escolas neste ponto. Sem-
pre que qualquer um escuta o nome
da nossa escola, vem a cabeça uma
formadora de opiniões, de cidadãos,
e não máquinas de passar em vesti-
bular. No ensino fundamental esse
contato ainda é quase imperceptível.
Uns não sentem falta, outros podem
sentir, mas enfim, a política não é
assunto recorrente para os alunos do
EF (salvo algumas exceções).
Porém no EM essa aproximação é
obvia. Aulas de Sociologia e Filoso-
fia entram na grade horária. As au-
las de Física são dominadas por au-
las de política externa ou de política
de tempos atrás. Geografia, História,
Português, até mesmo Matemática
dá um jeito de falar sobre política.
Agradável? Prejudicial? Não sei,
mas é imprescindível para com os
ideais da escola.
A aproximação é dada de maneira
de uma maneira um tanto repentina,
e os que não gostam talvez fiquem
atordoados. Mas talvez a principal
conquista dessa aproximação seja o
aprendizado de que política não é
somente a partidária. Isso é funda-
mental e condizente com o que di-
zem fora dos muros da escola, que
“O Gracinha é uma escola formado-
ra de cidadão ativos”.
Segundo os gregos antigos, a políti-
ca é um termo que se refere a todos
os procedimentos relativos à pólis, à
cidade e Estado. Porém devemos
pensar mais profundo, ampliar nos-
sos horizontes. A filósofa alemã
Hannah Arendt dizia que a política é
a “convivência entre diferentes”.
Assim como ela também disse, o
termo indica também a “pluridade
dos homens” e pluridade significa
coexistência de diferentes. Em su-
ma, a política segundo ela é uma
incessante busca pela igualdade en-
tre opiniões distintas. Há ainda uma
terceira definição, a de Maquiavel,
que escreveu que a política é a arte
de persuadir, de manter e exercer o
governo e o poder.
Enfim, o ensino médio nos aproxi-
ma da política em si, isso é fato ine-
gável. Mas o que devemos fazer a
partir desse ponto? Já que mesmo de
maneira involuntária, somos seres
políticos. É preciso agir, mudar o
que julgamos não estar certo, o jo-
vem tem sim uma força inegável na
sociedade, e é esse o principal a-
prendizado que temos no EM.
Por Guilherme Almeida
O poder esquecido dos jovens
Manifestação dos "caras-pintadas" pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello
O JORNAL PÁGINA 7
Anúncios e interesses
Resultado do concurso de fotografia!
Manoela Amorim
Carolina Petry
Danielle Gimenes Manoela Amorim
O Grêmio não obteve acesso ao arquivo digital
da fotografia do 5o colocado, André Hanna. A
mesma encontra-se exposta no mural do grêmio,
no Pátio Azul
1º lugar
2º lugar
3º lugar
4º lugar
6º lugar
Olívia Nagayama e André Barion
Entretenimento
O JORNAL PÁGINA 8
Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Realização: Diretoria de
imprensa do Grêmio Odara
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