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PRODUÇÃO E RESPOSTA DE REBROTA DA Brachiaria brizantha CV.
MARANDU SUBMETIDA A DIFERENTES ALTURAS DE CORTE
Adeir Gudrin Filho 1
Diego Cabral Barreiros 2
RESUMO – O objetido desse trabalho foi avaliar a produção e a altura de rebrota da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a diferentes alturas de corte. O experimento foi instalado na área experimental do curso de Agronomia da Faculdade São Francisco de Barreiras, localizada no município de Barreiras, região Oeste do estado da Bahia, no período de julho a setembro de 2017. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados, com 3 tratamentos e 8 repetições, totalizando 24 parcelas, divididas em 8 blocos. Os tratamentos utilizados foram 3 diferentes alturas de corte: (T1: altura de corte de 20 cm, T2: altura de corte de 30 cm e T3: altura de corte de 40 cm). Avaliou-se a produção de matéria verde (PMV), a produção de matéria seca (PMS) e a altura de rebrota (AR) da gramínea para as diferentes alturas de corte citadas. Houve diferenças estatísticas quanto as variáveis analisadas, sendo observada maior produção de matéria verde e de matéria seca, e melhor resposta de rebrota com corte na faixa entre as alturas de 20 e 30 cm, na qual se recomenda o corte da gramínea. Palavras-chave: forragem, manejo de pastagem, alimentação de bovinos.
PRODUCTION AND RESPONSE OF REGROWTH OF Brachiaria brizantha CV.
MARANDU SUBJECT TO DIFFERENT CUTTING HEIGHTS
ABSTRACT – The objective of this work was to evaluate the height of regrowth of Brachiaria brizantha CV. Marandu subject to different cutting heights. The experiment was installed in the experimental area of Agronomy college course San Francisco Barreiras, located in the municipality of Barreiras, the Western region of the State of Bahia, in the period from July to September 2017. We used the experiment in randomized blocks, with 3 treatments and 8 reps, totaling 24 plots, divided into 8 blocks. The treatments used were 3 different heights: (T1: cutting height of 20 cm, T2: cutting height of 30 cm and T3: cutting height of 40 cm). The production of green matter (VMP), the production of dry matter (PMS) and the reply of regrowth (AR) of grass to the different cutting heights. Statistical differences as the variables analyzed, being observed higher production of green matter and dry matter, and best response to cut regrowth in the range between the heights of 20 and 30 cm, which recommends cutting the grass. Key words: forage, pasture management, feeding cattle.
1 Graduando em Agronomia, Faculdade São Francisco de Barreiras. Email: adeirgudrinsky@hotmail.com 2 Professor Mestre do Curso de Agronomia, Faculdade São Francisco de Barreiras. Email: cabralvet@yahoo.com.br
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1 INTRODUÇÃO
As gramíneas forrageiras possuem grande importância na bovinocultura
brasileira, e, proporcionado pelas grandes quantidades de terras que ocupa, as
pastagens correspondem a 20% da área total do país e 75% da área com fins de uso
para a agricultura (BRASIL, 2005).
A área ocupada com pastagem no Brasil corresponde a 178 milhões de
hectares, sendo que 56% dessas áreas são cultivadas, e os 44% restantes estão
localizados em pastagens naturais. A expansão das pastagens ocorreu rapidamente
a partir da década de 1970, e somente na área de cerrado, as pastagens cultivadas
já ocupavam cerca de 49,5 milhões de hectares no final da década de 90, sendo assim
aproximadamente 50% da área total de pastagens cultivadas no país (SOUSA et al.,
2004).
O Brasil é um dos países de maior potencial de produção pecuária a pasto,
determinada principalmente pelas suas condições climáticas e vasta extensão
territorial (SBRISSIA; SILVA, 2001). A base para a sustentação da pecuária do Brasil
é a pastagem, devido a sua praticidade e economia, sendo assim amplamente
utilizada para a alimentação de bovinos (VITOR; FONSECA; COSER, 2009).
As espécies braquiárias são largamente utilizadas pelos pecuaristas, tendo em
vista a facilidade de estabelecimento, e por serem plantas que possuem alto teor de
matéria seca, tem boa adaptabilidade, apresenta baixo problema em relação a
doenças, persistência, bom valor nutritivo e mostram bom crescimento na maior parte
do ano, mesmo no período seco (SOUZA; DUTRA, 1991).
Utilizado na cria, recria e engorda dos animais, principalmente bovinos, os
capins mais utilizados no país são do gênero Braquiária, pois esses se adaptam em
variadas condições climáticas e de solos, de maior implantação e crescimento nas
áreas de cerrado, tendo a capacidade de se sobressair em relação a outras espécies,
produzindo forragens de modo satisfatório nos solos de baixa a média fertilidade
(SOARES FILHOS, 1994). Segundo Zimmer e Euclides (2000), as espécies do gênero
Braquiária também são as mais utilizadas na recuperação e formação de pastagens
no Brasil.
Conhecida como braquiarão, a Brachiaria brizantha cv. Marandú apresenta boa
produtividade e robustez, e exige solos de média a alta fertilidade. É uma espécie
forrageira de rizomas curtos e encurvados, com produção de afilhos
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predominantemente eretos (LAZZARINI NETO, 2000). É originária de uma região
vulcânica da África, com precipitação pluviométrica anual ao redor de 700 mm e cerca
de 8 meses de seca no inverno. Sua introdução no Brasil ocorreu por volta de 1967,
no Estado de São Paulo, de onde foi distribuída para várias regiões do país. Apresenta
as seguintes características desejáveis: tolerância a solos ácidos com baixo pH e altos
níveis de alumínio tóxico; elevada produção de forragem; boa capacidade de rebrota;
tolerância à seca; persistência; resistência à cigarrinha-das-pastagens (EMBRAPA,
1999 a).
A Brachiaria brizantha cv. Marandú desenvolve-se bem em condições tropicais,
desde o nível do mar até 2.000 m de altitude, em regiões com boa precipitação pluvial
anual superior a 700 mm e cerca de 5 meses de seca. Não tolera solos argilosos e
siltosos, sendo a textura mais adequada para este cultivar a média ou arenosa.
Apresenta média proteção ao solo, podendo ser aconselhada para áreas de relevo
plano a ondulado. A alelopatia, que é a produção de substâncias, que quando
liberadas no ambiente, pode afetar o desenvolvimento de outras plantas, também é
uma característica deste cultivar (MATSUDA, 2016).
Diversas são as espécies de gramíneas forrageiras tropicais que se
apresentam como opções para a formação de pastagens no Brasil. As do gênero
Brachiaria têm-se firmado pela capacidade de adaptação às diversas condições
ambientais e de manejo da pastagem. A Brachiaria brizantha cv. Marandú apareceu
como mais uma opção para os pecuaristas, e pelas suas características agronômicas
e índices zootécnicos, já ocupa extensas áreas no Brasil Central. Como
características, essa forrageira apresenta bom valor nutritivo, menor estacionalidade
na produção, melhor relação folha/haste, e resistência à cigarrinha das pastagens,
quando comparada a variedades do mesmo gênero (EMBRAPA,1985; ALCÂNTARA;
BUFARAH, 1985).
A semeadura deverá ser realizada após as chuvas terem se estabilizado. É
recomendável evitar as primeiras chuvas, pois em nossa região pode ocorrer períodos
de estiagem no mês de fevereiro, que poderá causar prejuízos à pastagem recém-
formada. A forma mais adequada para o plantio do capim marandú é através de
sementes a lanço, em sulcos ou em covas. O plantio através de mudas é
extremamente trabalhoso, não sendo recomendado sua utilização. A quantidade de
sementes para a formação de uma boa pastagem de capim marandú é de 10 a 12
kg/ha com 30% de valor cultural. A profundidade de plantio está na faixa de 2 a 4 cm.
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No plantio em sulcos, o espaçamento deverá ser de 70 cm e no plantio em covas
utiliza-se o espaçamento de 50 cm x 50 cm. No caso do plantio a lanço, após o semeio,
deve-se proceder a uma gradagem leve, facilitando o enterro das sementes
(MATSUDA, 2016).
A Brachiaria brizantha cv. Marandú é uma planta cespitosa, muito robusta, de
1,5 a 2,5 m de altura, com colmos iniciais prostrados, e afilhos predominantemente
eretos (EMBRAPA, 1999). Este cultivar tem boa tolerância ao sombreamento, ao fogo
e a seca. Não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas. Oferece boa resposta
à adubação e as consorciações podem ser feitas com Arachis pintoi, estilosantes,
calopogônio, soja perene, java e puerária. O Marandu é uma boa alternativa de plantio
para regiões com problemas de formigas cortadeiras, uma vez que as formigas não
agridem este cultivar e são eliminadas por inanição. Outra importante característica
desta cultivar é a sua resistência à cigarrinha-das-pastagens (Zulia entreriana e Deois
flavopicta). No entanto, existem informações, principalmente no norte do Brasil, que a
cigarrinha do gênero Mahanarva está atacando este cultivar e esta tem se mostrado
susceptível. Em média, um grama de sementes contém cerca de 120 sementes puras
e viáveis (MATSUDA, 2016).
As formas de utilização do capim Marandú são o pastejo direto pelos animais,
silagem e fenação, sendo indicado para cria e engorda de bovinos, e não aceito por
equinos, ovinos e caprinos. O pastejo rotacionado, ou em piquetes pequenos, onde o
pasto possa ser vedado para sua recuperação após o uso, é a forma mais indicada.
Em caso de novo estabelecimento, a área pode ser pastejada cerca de 90 dias depois
da germinação das sementes, dependendo sempre das condições climáticas. No
pastejo rotacionado os piquetes devem ficar entre 30 a 35 dias em descanso durante
o período das águas e quente do ano, com 1 a 5 dias de utilização. Na seca e frio a
estação de folga da área é bem maior. Em caso de pastejo consecutivo a altura
mínima de pastejo é cerca de 20 a 25 cm de altura, quando apresenta quantidade de
talos maior do que a quantidade de folhas (MATSUDA, 2016).
Para a compreensão sobre os efeitos do pastejo sobre os capins, é necessário
o conhecimento da fisiologia e alteração na morfologia provocada por esse processo.
Torna-se um desafio ao pesquisador o conhecimento sobre a ecofisiologia das plantas
forrageiras submetidas ao pastejo ou corte. Assim, os manejos e práticas adotadas
são de extrema importância e alteram de certa forma, diferenciando de cada espécie
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de forrageiras e plantas individuais, espelhando assim a capacidade produtiva do
pasto e a população de plantas (SBRISSIA et al., 2007).
Objetivou-se, com o presente trabalho, avaliar a produção e a resposta de
rebrota da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetidos a três diferentes alturas de
corte.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi implantado na área experimental da Faculdade São
Francisco de Barreiras (FASB), localizada no município de Barreiras – Bahia,
coordenadas geográficas 12°10’61’’ Latitude Sul e 45°48’54’’ Longitude Oeste, e
altitude de 463 m. A região apresenta a temperatura média de 24°C, 68% de umidade
relativa do ar, 1020 mm de precipitação média anual, solo franco argiloso arenoso
(OLIVEIRA et al., 1979).
Foi conduzido através do delineamento em blocos casualizados, com 3
tratamentos e 8 repetições, totalizando 24 parcelas, divididas em 8 blocos com 3
tratamentos sorteados ao acaso, conforme demonstrado no croqui da Figura 1.
Figura 1. Croqui da área do experimento e detalhamento das parcelas.
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Os tratamentos foram definidos através de diferentes alturas de corte, conforme
descrito: T1: corte a 20 cm de altura; T2: corte a 30 cm de altura; T3: corte a 40 cm de
altura.
A área de cada parcela foi de 4 m² (2m x 2m), sendo cada uma formada por 8
fileiras espaçadas em 0,25 cm entre si, com 10 plantas por metro linear. Como
bordadura, foi descartado 0,50 m de cada lateral, utilizando o metro quadrado central
da parcela como área útil.
O preparo do solo foi realizado com uso de enxada rotativa (encanteirado),
visando à descompactação e nivelamento do solo. Não foi realizado adubação na área
do estudo.
A semeadura da gramínea foi realizada de forma manual no dia 01 de julho de
2017, com profundidade de 3 cm. Para suprir as necessidades hídricas da cultura, foi
utilizado irrigação por meio de micro aspersores.
O controle de plantas invasoras foi feito através de capina manual e não foi
necessário realizar o controle de insetos pragas. Para padronizar o número de plantas
por parcela, foi realizado desbaste 30 dias após o plantio, deixando 10 plantas por
metro linear.
O primeiro corte foi realizado nas alturas de 20, 30 e 40 cm, conforme citado
nos tratamentos, 60 dias após a semeadura. Já o segundo corte foi realizado nas
mesmas alturas, 30 dias após o primeiro corte.
Para a demarcação da área útil da parcela no momento do corte, foi utilizado
uma moldura (quadrado) de metal medindo 1 m x 1 m, sendo esse colocado no centro
de cada parcela, e para o corte da forragem contida dentro da área do quadrado foi
utilizado uma tesoura, medindo a altura de corte com uso de fita métrica.
Após a coleta (corte), de toda a forragem contida dentro da área do quadrado,
a mesma foi acondicionada em sacos de papel identificados, sendo levado para o
laboratório onde foi feita a determinação da Produção de Matéria Verde (MV) e da
Produção de Matéria Seca (MS).
Para a determinação da Matéria Verde (MV), o material coletado em campo, de
cada parcela, foi cortado em tamanho menor, para então ser pesado em balança semi
analítica. O valor encontrado corresponde a 1 m² de área, e para a determinação da
quantidade por hectare, esse valor foi multiplicado por 10.000 m².
Já para a determinação da Produção de Matéria Seca (MS) foi utilizado o
método desenvolvido por Souza et al. (2002), que consiste na utilização de um forno
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de microondas para determinar o teor de matéria seca (MS) em forragem, visando a
retirada da água retida na forragem, para obtenção de umidade padrão entre as
amostras.
Para a secagem, foi pesado 100 g de forragem de cada parcela, e, fazendo
uma pré-secagem de 4 dias ao sol e logo em seguida secada com temperatura
máxima do microondas, com os seguintes aquecimentos: o primeiro com 1 minutos e
após isso, repetições de 30 segundos até o peso da amostra se estabilizar. Após cada
aquecimento no microondas, foi realizada a pesagem da amostra seca.
Para a avaliação da altura de rebrota, no momento da realização do segundo
corte, foi medido, com uso de fita métrica, 10 plantas ao acaso, dentro da área útil de
cada parcela, avaliando a altura das plantas a partir da altura do corte até a última
folha.
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas entre si pelo tester de Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o
programa estatístico AgroEstat (BARBOSA; MALDONADO JÚNIOR, 2015).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 está descrito o resumo da análise de variância do experimento,
demonstrando que houve efeitos significativos para as variáveis analisadas: Produção
de matéria verde aos 60 dias (PMV 60) e Produção de matéria seca aos 60 dias (PMS
60).
Tabela 1. Resumo da análise de variância quanto à Produção de matéria verde aos 60 dias (PMV 60) e Produção de matéria seca aos 60 dias (PMS 60).
F. V. G. L. PMV 60 PMS 60
Q. M. F Q. M. F
Tratamentos 2 11830,41 6,69** 560,60 7,31**
Blocos 7 5707,66 3,23* 293,95 3,83*
Resíduo 14 1768,03 - 76,68 -
* Variância a (1%) ** Variância a (5%)
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A Tabela 2 descreve o resumo da análise de variância do experimento,
demonstrando que houve efeitos significativos para as variáveis analisadas: Produção
de matéria verde aos 90 dias (PMV 90), Produção de matéria seca aos 90 dias (PMS
90) e altura de rebrota das plantas (AR).
Tabela 2. Resumo da análise de variância quanto à Produção de matéria verde aos 90 dias (PMV 90), Produção de matéria seca aos 90 dias (PMS 90) e altura de rebrota das plantas (AR).
F. V. G. L. PMV 90 PMS 90 AR
Q. M. F Q. M. F Q. M. F
Tratamentos 2 20687,50 5,39* 808,97 4,00* 349,32 16,15**
Blocos 7 14317,57 3,73* 761,64 3,77* 99,60 4,61**
Resíduo 14 3834,97 - 202,08 - 21,63 -
* Variância a (1%) ** Variância a (5%)
Os resultados obtidos no experimento, quanto à Produção de matéria verde aos
60 dias (PMV 60), Produção de matéria seca aos 60 dias (PMS 60), Produção de
matéria verde aos 90 dias (PMV 90) e Produção de matéria seca aos 90 dias (PMS
90) estão descritos na Tabela 3.
Tabela 3. Produção de Matéria Verde aos 60 dias (PMV 60), Produção de Matéria Seca aos 60 dias (PMS 60), Produção de Matéria Verde aos 90 dias (PMV 90) e Produção de Matéria Seca aos 90 dias (PMS 90), de gramínea Brachiaria brizantha cv. Marandú submetida a três diferentes alturas de corte.
TRATAMENTOS PMV 60 PMS 60 PMV 90 PMS 90
T1: altura de corte 20 cm 132,37 a 32,81 a 192,72 a 47,78 a
T2: altura de corte 30 cm 113,88 a 28,50 a 140,85 ab 37,86 ab
T3: altura de corte 40 cm 58,47 b 16,64 b 91,02 b 27,67 b
MÉDIA 101,58 25,99 141,53 37,77
CV (%) 41,40 33,70 43,76 37,64
DMS (5%) 55,03 11,46 81,04 18,60
* CV: coeficiente de variação. DMS: diferença mínima significativa. Médias seguidas pela
mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente, de acordo com o Teste de Tukey com 5% de
probabilidade.
Observa-se, que o corte a altura de 20 cm com as médias de 132, 37 g de PMV
60, 32,81 g de PMS 60, 192,72 g de PMV 90 e ainda 47,78 g de PMS 90, foi o que
apresentou os maiores resultados produtivos.
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As medias de corte de 20 e 30 cm não apresentaram efeitos significativos entre
si, mas se diferenciaram em relação à altura de 40 cm para as variáveis analisadas:
matéria verde e matéria seca aos 60 dias.
Já para as variáveis analisadas: matéria verde e matéria seca aos 90 dias, o
corte com 20 cm de altura não apresentou diferenças significativas em relação ao
corte com 30 cm, assim como o corte com 30 cm não apresentou diferenças
significativas em relação ao corte com 40 cm. Houve diferenças significativas do corte
com 20 cm em relação ao corte com 40 cm de altura, para as variáveis analisadas:
matéria verde e matéria seca aos 90 dias.
Esses resultados corroboram com a indicação de Matsuda (2016), que
recomenda a altura de corte ideal para a Brachiaria brizantha cv. Marandu de 20 a 25
cm.
Já Difante et al. (2011), afirmam que a maior eficiência de utilização do capim-
marandu é alcançada com manejo de corte a 15 cm de altura, aliado a cortes
frequentes, quando o capim apresenta de 3 a 4 folhas surgidas por perfilho, pois dessa
maneira existe elevada participação de lâminas foliares na produção total de forragem,
principalmente devido a maior densidade populacional de perfilhos. Os mesmos
autores ainda afirmam que quando manejado com intervalo de corte de três folhas
surgidas, faz-se necessário menor quantidade de tempo de recuperação após o corte,
o que pode garantir maior eficiência ao sistema de produção animal em pasto.
Segundo recomendação da Embrapa (2003), a saída dos animais de piquetes
com a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandú deve ocorrer quando a gramínea
atingir de 20 a 40 cm de altura.
Já os resultados obtidos quanto à altura de rebrota das plantas (AR), estão
descritos na Figura 2.
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Figura 2. Altura de rebrota de plantas da gramínea Brachiaria brizantha cv. Marandú submetida a diferentes alturas de corte. DMS (5%) = 6,08.
Nota-se que, com o corte a altura de 20 cm, obteve a altura de rebrota média
de 26,21 cm, com o corte a altura de 30 cm obteve média de 22,25 cm de média de
altura de rebrota, e com o corte a altura de 40 cm a altura de rebrota média foi de
13,31 cm, demonstrando, dessa forma, que houve significância na variável analisada.
Os cortes com 20 cm e 30 cm de altura não se diferenciaram significativamente
entre si, porém apresentaram efeitos significativos em relação ao corte com 40 cm de
altura.
A Embrapa (2004), em estudo que comparou as frequências de corte de 21,
28, 35 e 42 dias, com alturas de corte de 20 e 40 cm, concluiu que, para conciliar
produção e qualidade da forragem, o melhor manejo para a cultivar Marandu consiste
em cortes a cada 42 dias, independente da altura de corte ou, cortes aos 35 dias e 40
cm acima do solo.
Segundo Corsi (1972), plantas forrageiras que recebem cortes a maiores
alturas, por reterem maiores quantidades de tecido foliar fotossinteticamente ativos e
ocorrer menor remoção de meristemas apicais, tornam-se mais produtivas, com o
passar do tempo, comparadas aquelas submetidas a cortes mais intensos, o que
garante maior persistência da pastagem.
a
a
b
0
10
20
30
T 1 (20 cm) T 2 (30 cm) T 3 (40 cm)
Alt
ura
de
reb
rota
(cm
)
Alturas de Corte (cm)
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4 CONCLUSÃO
A altura de corte da gramínea Brachiaria brizantha cv. Marandú influenciou
significativamente na produção de matéria seca e de matéria verde, e na altura de
rebrota do vegetal, tanto aos 60 como aos 90 dias após a semeadura, sendo
recomendado a altura de corte entre 20 e 30 cm.
REFERÊNCIAS
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