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Universidade Federal do Pará- Campus: Bragança
Instituto de Estudos Costeiros-IECOS
Laboratório de Bioecologia Pesqueira
Grupo de Pesquisa em Crustáceos da Amazônia GPECA
RELATÓRIO TÉCNICO – CIENTÍFICO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
ANÁLISE DE RISCO DE IMPACTOS ANTRÓPICOS ATRAVÉS DE
INDICADORES BIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS COMO FERRAMENTA DE
MONITORAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL DO LITORAL AMAZÔNICO
COM AUXíLIO DE UM LABORATÓRIO MÓVEL.
TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO
VARIABILIDADE DOS PROCESSOS FÍSICOS E QUÍMICOS DA ÁGUA
CONTROLADORES DA COMPOSIÇÃO E DENSIDADE DA ICTIO E
CARCINOFAUNA EM DOIS ESTUÁRIOS DA COSTA NORTE DO BRASIL.
Período: agosto/2014 a agosto/2015
( ) PARCIAL
(X) FINAL
Bolsista PIBIC: Karla Caroline da Paixão da Rosa
Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/CNPq
( ) PIBIC/CNPq-AF
( ) PIBIC/UFPA
( ) PIBIC/UFPA-AF
( ) PIBIC/INTERIOR
( ) PIBIC/FAPESPA
( ) PARD
( ) PARD – renovação
( ) PADRC
( ) Bolsistas PIBIC do edital CNPq 001/2007
Nome do Orientador: Bianca Bentes da Silva
Titulação do orientador: DOUTOR
Departamento: Instituto de Estudos Costeiros – IECOS/ Faculdade de
Engenharia de Pesca
Unidade: Campus Universitário de Bragança
Laboratório: Grupo de Pesquisa em Ecologia de Crustáceos da Amazônia
Objetivos Gerais
Descrever a biodiversidade da ictio e carcinofauna nos estuários da
Península Bragantina (Pará) e Maranhão, destacando aspectos biológicos de
relevância para a análise de impactos de empreendimentos, tais como locais e
períodos de desova e os efeitos da variação físico-química da água sob a
riqueza biológica das duas regiões de estudo.
INTRODUÇÃO
Ao longo de todo litoral brasileiro podemos identificar uma variedade de
ecossistemas de importância ecológica, social e econômica. Em todos estes
verificam-se uma biodiversidade de espécies animais e vegetais que se
adaptaram às condições climáticas e geológicas da costa brasileira (Ramos,
2007). No contexto da diversidade brasileira de ambientes, a plataforma
continental Norte contribui com esta assertiva.
Na plataforma Norte do Brasil é encontrada uma grande quantidade de
estuários. Estes são ecossistemas costeiros de transição entre ambientes de
água doce e marinha que sofrem ações do regime das marés (Schaeffer-
Novelli, 1995), com variações espaciais, temporais (Elliott & McLuscy 2002) e
abióticas, que apresentam mudanças gradativas desde o mar até o interior do
estuário, tais como: salinidade, turbidez da água, composição química da
coluna da água, nutrientes dissolvidos, oxigênio dissolvido, pH, entre outros
(Andrade-Tubino et al., 2008).
As características dos estuários da costa Norte do Brasil perfazem a
estruturação de comunidades animais e vegetais, que refletem de uma maneira
geral as condições ambientais do meio, sendo que sua composição e estrutura
são indicadores das possíveis alterações provocadas por episódios de
contaminação, e ainda, a distribuição destes animais e vegetais no sedimento
responde a alguns fatores tanto físicos como biológicos (Yunda, 2007).
Segundo Forneris (1969), o local que determinado organismo ocupa na
natureza nada mais é do que o reflexo da atuação de fatores bióticos e
abióticos e a heterogeneidade espacial. Maguire (1973) e Colin et al., (2006)
afirmam que a diversidade está intimamente relacionada à heterogeneidade
ambiental, uma vez que as espécies estarão mais sujeitas a encontrar os mais
variados ambientes, com diferentes recursos e condições (Maguire, 1973; Colin
et al., 2006).
A conservação da biodiversidade em ecossistemas aquáticos é um dos
desafios mais importantes e difíceis a serem enfrentados no mundo atual
(Chernoff et al., 1996). Esse desafio não pode ser superado sem conhecimento
detalhado da diversidade taxonômica e padrões de distribuição das espécies.
Comunidades tropicais de animais são caracteristicamente muito
diversificadas, com grande número de espécies e interações complexas,
quando comparadas com comunidades localizadas em zonas temperadas
(Corrêa et al., 2012).
Assim, considerando a importância de se conhecer detalhadamente a
diversidade biológica e sua relação com o ambiente, este estudo tem por
objetivo entender a influência das variáveis físicas e químicas da água sobre a
diversidade e densidade da fauna de bagres em dois estuários da costa Norte
do Brasil, considerando como fator de análise o grau de interferência antrópica.
MATERIAL E METÓDOS
Descrição das áreas de estudo
Foram escolhidos dois locais ao longo da Plataforma Norte do Brasil que
refletem um ambiente antropizado por ação da indústria de extração de minério
(Baia de São Marcos, São Luis -MA) e uma área com menos interferência de
fatores antrópicos (Planície de Ajuruteua, Bragança PA).
1º) Baía de São Marcos, São Luiz do Maranhão
A Ilha de São Luís divide o Golfão Maranhense em duas partes; a
primeira formada pela Baía de São Marcos (que recebe as contribuições dos
rios Mearim, Pindaré e Grajaú) e a Segunda formada pela Baía de São José
(que recebe contribuições dos rios Itapecuru e Munim).
A Baía de São Marcos (figura 1) é um estuário de aproximadamente 100
km de extensão. Está localizada na costa ocidental do Maranhão, caracterizada
por apresentar clima quente e úmido com temperatura média de 26 °C. O litoral
é regido por grandes variações de marés, cujas máximas atingem 7,1 m (Março
e Setembro), média de 3,4 m (Furtado, 2007), e marés negativas de até – 0,4
m. As correntes de maré são relativamente fortes, atingindo velocidades de até
1,0 m.s-1. A direção predominante dos ventos é de Leste-Nordeste (E-NE),
com intensidade máxima de 30 nós. Esta Baía é classificada como uma das
mais importantes do litoral brasileiro, onde atuam cerca de 30 empresas, dentre
elas a Companhia Vale do Rio Doce (VALE), ALUMAR e Petrobrás (Alcântara,
2005).
Figura 1: Mapa da Baia de São Marcos – MA.
O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é um porto privado
pertencente à Companhia Vale do Rio Doce, adjacente ao porto de Itaqui, e
defronte à Baía de São Marcos, no Maranhão, Norte do Brasil. Destina-se
principalmente à exportação de minério de ferro trazido do projeto Serra dos
Carajás, no Pará. Esse terminal é constituído de um píer de atracagem para
navios (figura 2), um pátio descoberto de 125.000 m² para estoque de minério
de ferro e manganês, e um silo horizontal para grãos com capacidade de
25.000 t.
Figura 2: Píer de atracagem de navios, Baía de São Marcos-São Luís-
MA
2º) Planície de Ajuruteua, Bragança-Pará
A planície costeira bragantina (figura 3) possui cerca de 40 km de linha
de costa, estendendo-se desde a ponta do Maiaú até a foz do rio Caeté (Souza
Filho, 1995).
Figura 3: Localização geográfica da península de Ajuruteua na Costa Norte
Brasileira.
Possui clima equatorial quente e úmido, tipo Amw, de acordo com a
classificação de Köppen. A pluviosidade média anual é de 2.000 mm; o período
chuvoso (inverno) vai de janeiro a junho, e o período seco (verão) estende-se
de julho a dezembro (Lima et al., 2001). A umidade relativa do ar varia entre 80
e 91%. A temperatura média do ar é de 25,7ºC, podendo variar entre 20,4 ºC e
32,8 ºC (Martorano et al., 1993). Na região predomina o regime de macromarés
semi-diurnas (4 – 6 m), e presença de vegetação constituída em grande parte
por mangues (figura 4) (Souza-Filho, 2001).
Figura 4: Mangue presente na planície de Ajuruteua Bragança-PA.
Coleta e análise das amostras
Os dados foram coletados no período de Agosto de 2013 a agosto 2015
em 2 locais da Costa Norte do Brasil, Planície de Ajuruteua Bragança –PA
(Furo Grande e Chavascal) e Baía de São Marcos, São Luis – MA (Igarapé do
Irinema e Igarapé do Cabeludo). As artes de pesca utilizadas foram, tapagem
(block nets) (figura 5 A), tarrafa (figura 5 B), e redes de espera de malhas 20,
25 e 30.
Figura 5: A) Arte de pesca Tapagem (block nets), B) Arte de pesca tarrafa,
utilizadas nas coletas da Planície de Ajuruteua, Bragança-Pará e Baía de São
Marcos-São Luís- MA no período de agosto de 2013 a novembro de 2013.
Os espécimes capturados foram acondicionados em sacos plásticos,
etiquetados, colocados em caixas de isopor contendo gelo e transportados
para o laboratório de bioecologia pesqueira, onde foram identificados até o
menor nível taxonômico possível utilizando-se chaves de identificação
específicas (Figueiredo & Menezes, 1978 e 1980; Cervigón et al., 1992;
Ferreira et al., 1998; Szpilman, 2000), medidos (comprimento total - CT e
comprimento padrão - CP [cm]) e pesados (g) , e ainda o sexo e o estádio de
maturidade foram registrados (figura 6).
Figura 6: Triagem de material biológico capturado Planície de Ajuruteua,
Bragança-Pará e Baía de São Marcos-São Luís- MA no período de agosto de
2013 a agosto de 2015.
A B
Em todas as análises foram utilizados métodos clássicos de avaliação
de parâmetros de acordo com Vazzoler (1996). As gônadas foram retiradas,
através da incisão ventro–longitudinal, pesadas (mg) e verificados os estágios
de maturação. O estágio de maturação de gônadas foi baseado nas
características como: tamanho em relação à cavidade abdominal, coloração,
presença de vasos sanguíneos, tamanho e aspectos dos ovócitos e grau de
turgidez; desta forma, foram definidos quatro estágios de maturação: (i)
imaturo, (ii) em maturação, (iii) maturo e (iv) desovado.
Paralelamente à captura biológica, são averiguadas: salinidade,
oxigênio dissolvido, pH e temperatura com uma sonda multi-parâmetro
(Horiba).
Para análise de dados estão sendo utilizados os programas STATSOFT®
7.0, PRIMER 6.0 (Clarke & Warwick, 2001) e planilhas eletrônicas do Microsoft
Office Excel 2010. O número de espécies foi testado entre locais, pontos de
coleta e meses com teste de médias (ANOVA, α=5%).
As espécies capturadas foram listadas e agrupadas em categorias
taxonômicas, (famílias e espécies). Posteriormente foi construída uma matriz
de presença-ausência, cuja frequência de ocorrência das espécies foi
calculada segundo o método de Dajoz (1973) que delimita três categorias de
espécies: constantes (>50% de ocorrência nas amostras), acessórias (25% ≤ c
< 50% de ocorrência nas amostras) e ocasionais < 25% de ocorrência).
Resultados e Discussão
Nos dois locais de amostragem foram coletados 176 exemplares, com
uma biomassa total de 12,306 kg, pertencentes a 2 famílias, distribuídas em 8
espécies (Figura 7; 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14), destas, 3 espécies foram comuns
aos dois locais de amostragem (Tabela 1).
Tabela 1: Bagres das famílias Ariidae e Auchenipteridae coletados na Planície
de Ajuruteua, Bragança- PA e Baía de São Marcos-São Luís- MA período de
agosto de 2013 a agosto de 2015.
Família/Espécies Pará Maranhão
Ariidae
Amphiarius rugispinis 4
Bagre bagre 8
Cathorops agassizii 1 7
Cathorops spixii 41 21
Sciades parkeri 1
Sciades herzbergii 50 31
Sciades proops 2
Auchenipteridae
Pseudaucnipterus
nodosus 10
Figura 7: Características morfológicas externas de espécimes de Amphiarius
rugispinis capturados na Baía de São Marcos. A) Espécime de Amphiarius
rugispinis; B) Cabeça e orifícios nasais; C) Olhos nadadeira peitoral e
barbilhões em vista lateral; D) Cabeça, acúleo da nadadeira dorsal e porção
anterior do corpo em vista dorsal; E) Nadadeiras adiposa, pélvica e anal; F)
Lábios grossos; G) Nadadeira caudal. Acervo pessoal.
Figura 8: Características morfológicas externas de espécimes de Bagre bagre
capturados na Baía de São Marcos. A) Espécime de Bagre bagre; B) Cabeça,
olhos e orifícios nasais; C) Barbilhões maxilares e mentais em vista ventral; D)
Acúleo da nadadeira peitoral com um longo filamento, e nadadeiras pélvica e
anal; E) Nadadeira caudal; F); G) Boca e dentes; H) Orifícios nasais em vista
frontal; I) Cabeça, acúleo da nadadeira dorsal e porção anterior do corpo em
vista dorsal. Acervo pessoal.
Figura 9: Características morfológicas externas de espécimes de Cathorops
agassizii capturados na Planície de Ajuruteua e Baía de São Marcos. A)
Espécime de Cathorops agassizii; B) Cabeça e porção anterior do corpo em
vista dorsal; C) Nadadeiras adiposa e anal; D) Acúleo da nadadeira dorsal; E)
Conjunto formado pelas placas de dentes; F) Nadadeira pélvica; G) Nadadeira
caudal. Acervo pessoal.
Figura 10: Características morfológicas externas de espécimes de Cathorops
spixii capturados na Planície de Ajuruteua e Baía de São Marcos. A) Espécime
de Cathorops spixii; B) Lábios grossos, barbilhões maxilares e mentais em vista
frontal; C) Nadadeiras adiposa, anal, e caudal; D) Cabeça, acúleo da nadadeira
dorsal e porção anterior do corpo em vista dorsal; E) Boca e dentes em vista
frontal; F) Nadadeira adiposa; G) Nadadeiras pélvica, anal e adiposa. Acervo
pessoal. Acervo pessoal.
Figura 11: Espécimes de Sciades parkeri. Fonte: Fishbase.
Figura 12: Características morfológicas externas de espécimes de Sciades
herzbergii capturados na Planície de Ajuruteua e Baía de São Marcos. A)
Espécime de Sciades herzbergii; B) Cabeça, narinas, olhos, barbilhões
maxilares e mentais em vista frontal; C) Acúleo da nadadeira peitoral; D)
Acúleo da nadadeira dorsal; E) Placas de dentes, boca e lábios grossos; F)
Narinas; G) Cabeça e porção anterior do corpo em vista dorsal; H) Nadadeiras
peitoral, pélvica, anal, e caudal em vista ventral. Acervo pessoal.
Figura 13: Características morfológicas externas de espécimes de Sciades
proops capturados na Baía de São Marcos. A) Espécime de Sciades proops; B)
Lábios grossos, acúleo da nadadeira peitoral, barbilhões maxilares e mentais
em vista ventral; C) Nadadeira peitoral; D) Cabeça e porção anterior do corpo
em vista dorsal; E) Nadadeira caudal; F) Nadadeira anal; G) Nadadeira
adiposa; H) Acúleo da nadadeira dorsal; I) Nadadeira pélvica; J) Olhos, narinas
e barbilhão maxilar; K) Placas de dentes, boca e lábios grossos em vista
frontal. Acervo pessoal.
Figura 14: Características morfológicas externas de espécimes de
Pseudaucnipterus nodosus capturados na Baía de São Marcos. A) Espécime
de Pseudaucnipterus nodosus; B) Nadadeira caudal; C) Cabeça e porção
anterior do corpo em vista dorsal; D) Nadadeira adiposa E anal. Acervo
pessoal.
Segundo Gomes et al., (1999) a família Ariidae é comumente encontrada
em zonas costeiras, especialmente em ambientes de fundo lodoso ou arenoso
legitimando assim os resultados encontrados pelo presente estudo, onde das
das 2 famílias registradas, Ariidae representou mais de 94,32% do total de
exemplares capturados durante todo o período de amostragem, enquanto que
a família Auchenipteridae de menor abundancia, participou com apenas 5,68%
do número total de exemplares. Em relação a biomassa, a família Ariidae
manteve o domínio e contribuiu com 99,20% da biomassa (12,208 kg).
Dos bagres capturados na Planície de Ajuruteua, os Ariidae, Cathorops
agassizii, Cathorops spixii e Sciades herzbergii, foram capturados em todos os
períodos sazonais (Tabela 2), evidenciando uma maior tolerância desta família
às variações da salinidade, corroborando com os resultados encontrados por
Juras et al., (1987), quando estudou a composição e distribuição das espécies
de peixes da ilha de São Luís, Maranhão, onde verificou a predominância
destas família, tanto em volume de captura como em número de espécies.
Na Baía de São Marcos apenas Sciades herzbergii foi capturado em
todos os períodos sazonais, com maior índice de captura no período chuvoso e
transição chuvoso seco (Tabela 2). Pseudaucnipterus nodosus, o único
representante da família Auchenipteridae foi capturado somente no período de
transição chuvoso seco, resultado parecido com o encontrado por Fonseca e
Souza (2006) quando realizou a caracterização ecológica de algumas espécies
da fauna acompanhante do camarão capturado com puçá de arrasto na zona
estuarina do rio Taperaçu Bragança-Pa, onde Pseudaucnipterus nodosus,
ocorreu somente no período chuvoso, durante o período de estudo.
Tabela 2: Frequência de ocorrência dos bagres coletados na Planície de
Ajuruteua, Bragança- PA e Baía de São Marcos-São Luís- MA período de
agosto de 2013 a agosto de 2015. Ch= Período chuvoso, Sc= Período seco,
Tsch= Período de transição seco chuvoso, Tchs= Período de transição
chuvoso seco.
Espécie Planície de Ajuruteua Baía de São Marcos
Ch Sc Tsch Tchs F. o Clas Ch Sc Tsch Tchs F. o Clas
Amphiarius rugispinis
4
25 OC
Bagre bagre 1
7
50 AC
Cathorops agassizii
5
1 1 75 CO 1
17 OC
Cathorops spixii 3
13 5 75 CO 38 3
50 AC
Sciades herzbergii
13
10 8 75 CO 20 2 2 26 83 CO
Sciades parkeri
1
17 OC
Sciades proops
2
25 AC
Pseudaucnipterus nodosus
10 25 AC
Na Planície de Ajuruteua pouco mais de 42% das espécies foram
constantes (Tabela 2), com destaque para Sciades herzbergii e na Baía de São
Marcos apenas 25% das espécies foi considerado constante.
Dos bagres capturados na Planície de Ajuruteua, Sciades herzbergii
apresentou o maior comprimento e máxima de peso (Tabela 3), já na Baía de
São Marcos, a espécie que exibiu as máximas de comprimento foi Sciades
proops.
Tabela 3: Média, máximo, mínimo e desvio padrão do comprimento total (mm)
e peso (g) dos bagres coletados na Planície de Ajuruteua, Bragança- PA e Baía
de São Marcos-São Luís- MA no período de agosto de 2013 a agosto de 2015.
Comprimento Total (mm) Peso Total (g)
Espécie N Média Máx. Mín. Desp. Média Máx. Mín. Desp.
Planície de Ajuruteua
Amphiarius rugispinis
Bagre bagre
Cathorops agassizii
1
38
Cathorops spixii
41 179,02 219 125 19,63 44,98 81,49 16,48 14,80
Sciades parkeri
1
1,59
115,02
Sciades herzbergii
50 157,83 377 58 79,12 62,98 510,14 0,92 116,19
Sciades proops
Pseudauc nipterus nodosus
Baía de São Marcos
Amphiarius rugispinis
4 216,50 271 166 45,79 68,03 137 28 41,17
Bagre bagre 8 218,48 265 160 32,23 66,68 110,37 26 24,47
Cathorops agassizii
7 183,86 197 167 10,84 50,96 66 38 9,15
Cathorops spixii
21 174,13 211 19,69 41,75 49 77 15,96 18,14
Sciades parkeri
Sciades herzbergii
31 258,72 355 192 41,11 146,06 424 424 79,44
Sciades 2 proops
285 361 210 106,77 217 366 69 210,01
Pseudauc nipterus 10 nodosus
101,80 125 85 11,77 984 19,18 5,77 3,58
Do total de gônadas triadas, grande parte apresentava-se em processo
de maturação (49), seguida de maturas (34) e imaturas (31) principalmente na
Baía de São Marcos (33). Sendo que as fêmeas foram em maior número nesta
localidade com 62,5% contra 37,5% no Planície de Ajuruteua, com relação aos
machos, 78% e 22% na Baía de São Marcos e Bragança, respectivamente. Os
Ariidae têm como característica a preferência por áreas costeiras (GOMES et
al., 1999), provavelmente procurando estas áreas de estuários para o período
de reprodução.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O presente estudo evidenciou que a variação sazonal influenciou no
aumento do volume de captura das espécies de bagres na costa Norte do
Brasil. Verificou-se ainda uma maior incidência de espécies de bagres da
família Ariidae adentrando em ambos os estuários da costa Norte do Brasil,
durante os diferentes períodos sazonais, porem com destaque para o período
de Transição seco chuvoso para a Planície de Ajuruteua, e chuvoso na Baía de
são Marcos.
REFERÊNCIAS
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DIFICULDADES – Nada a declarar.
PARECER DO ORIENTADOR: A aluna é esforçada e demostra interesse no
aprendizado do delineamento amostral e nas análises, desta forma considero a
aluna de boa conduta escolar.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS: A aluna é discente do curso de Bacharelado
em Engenharia de Pesca do campus de Bragança. Neste sentido, se aprovada,
a aluna continuará desenvolvendo pesquisas sob minha orientação ou co-
orientação na mesma linha temática desenvolvida na iniciação científica.
DATA: 17 de agosto de 2015
ASSINATURA DO ORIENTADOR
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