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Resumãofevereiro
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Geografia
Formação do Espaço e a Revolução Industrial
Resumo
A Geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico, isto é, o espaço natural
modificado permanentemente pelo homem por meio do seu trabalho e das técnicas por ele utilizadas. Nesse
contexto, existem outros três conceitos que precisam ser diferenciados. São eles:
• Meio natural: Corresponde ao momento em que o ganho era determinado pela natureza, isto é, a
produção dependia do tempo da natureza.
• Chamamos de meio natural ou espaço natural o período da história no qual a produtividade humana
dependia dos fatores naturais. As atividades humanas que garantiam a sobrevivência se baseavam
basicamente em coleta, extração e caça. A humanidade se utilizava de um determinado espaço até
que as intemperes naturais ocasionassem a necessidade de deslocamento, conhecido como
nomadismo. Com o tempo, a humanidade passa desenvolver técnicas de controle do ambiente
como o plantio, a agricultura, o armazenamento de alimentos (com destaque para a invenção dos
potes), a domesticação e cruzamento de espécies e técnicas de irrigação. Com isso, o homem se
sedentariza, formando as primeiras aldeias fixas que originariam as primeiras vilas e cidades. A
essa mudança histórica damos o nome de Revolução Neolítica. Essa mudança da relação da
humanidade com o meio possibilitou não apenas um enorme crescimento populacional, mas
marcou a passagem do meio natural para o dito espaço geográfico, uma vez que, a partir desse
momento, a escala de interferência e domínio da humanidade sobre os processos ambientais passa
a crescer vertiginosamente.
• Meio técnico: A partir da Revolução Industrial (mudança abrupta na forma de produzir), o ganho passou
a ser determinado pela capacidade de produzir. É nesse sentido que os países pioneiros no processo de
industrialização conseguiram uma grande acumulação de capital e, por isso, até pouco tempo, esses
países eram sinônimos de países ricos.
• Esse período marca a passagem do trabalho artesanal para o trabalho manufatureiro. É sabido que
a repetição do trabalho permite o desenvolvimento de técnicas e de máquinas que auxiliam na
produção. Com a revolução industrial, a produtividade aumenta em ritmo e volume. Nesse período
as transformações espaciais ambientais se tornam mais intensas sobretudo no que tange a
mineração e desenvolvimento urbano.
• Meio técnico-científico-informacional (MTCI): A constante evolução das formas de produzir levou a
novas fases da Revolução Industrial e à expansão dessa atividade. Atualmente, no contexto do MTCI, é a
capacidade de produzir tecnologia (informação) o fator mais importante. Os tecnopolos são os principais
centros de produção de tecnologia e informação na Terceira Revolução Industrial.
• O desenvolvimento tecnológico propiciou profundas alterações nas relações de produção e
trabalho. O espaço se reorganiza com a nova divisão internacional do trabalho, acentuando a
diferença dos países produtores e exportadores de tecnologia, e os produtores e exportadores de
commodities. A informação ganha valor geopolítico e empresarial nesse contexto. É a organização
espacial do mundo globalizado.
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Geografia
A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. A constante
evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse processo em três ou quatro fases,
que serão estudadas nesta e nas próximas aulas. Antes de estudar as características de cada uma dessas
fases, é importante destacar que a economia pode ser dividida em três setores. São eles:
• Setor primário: Corresponde à agricultura, à pecuária e ao extrativismo, atividades relacionadas à
obtenção/produção de matéria-prima.
• Setor secundário: Corresponde à indústria, isto é, a transformação da matéria-prima.
• Setor terciário: Corresponde ao comércio, bancos e serviços.
Sobre a evolução da relação sociedade x natureza e as transformações espaciais que esses diferentes
momentos implicam, uma importante contribuição é de um geografo que ficou conhecido como o precursor
da geografia humana. Ratzel foi um pensador alemão que ganhou destaque por sua obra “Antropogeografia”.
Este autor via o ser humano sob uma perspectiva biológica, estando este inserido nas relações de causa e
efeito que condicionam a vida no ambiente. De acordo com essa visão, o homem seria produto do meio, como
se as condições naturais determinassem a vida em sociedade. Essas ideias ficaram conhecidas na ciência
geográfica por ser caratér determinista, por enunciar que o espaço e as condições do ambiente determinam
as características sociais. Ele viveu ao longo do período da unificação alemã, sendo um intelectual engajado
no projeto estatal, legitimando o expansionismo com suas ideias. O objeto geográfico, para Ratzel, seria o
estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade. Para ele, o meio define o
homem em suas posses, cultura, caráter, o que se reflete na sociedade que é definida pela natureza. O homem
deveria portanto utilizar os recursos da natureza para expandir a sociedade. Se os recursos são escassos, a
sociedade não se desenvolve. Para ele, quando a sociedade se organiza para defender seu território, se
transforma em estado. Nesse sentido, ele desenvolve o conceito de espaço vital que seriam as condições
espaciais e naturais para manutenção e consolidação do poder do organismo social sobre seu território.
Apesar de ser considerado determinista, sua contribuição para geografia foi ímpar por romper com uma
tendência meramente descritiva à época, ampliando os horizontes acerca da concepção espacial com seu
conceito, tanto sobre o ponto de vista biogeográfico, uma vez que a captação de recursos é o espaço que o
homem domina por meio do trabalho para sua sobrevivência, e do ponto de vista político, das relações de
poder e conquista de territórios.
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Geografia
Exercícios
1. O espaço geográfico é resultado da interação entre os sistemas de ações e os sistemas de objetos,
que expressam diferentes práticas sociais dos grupos que nele vivem. É nesse sentido, possibilidade
de realização do homem e não apenas seu determinante.
Tomando como base o conhecimento geográfico e suas preocupações com o homem e o planeta é
correto afirmar que:
a) Uma das preocupações exclusivas da ciência geográfica é a busca de soluções para os problemas
sociais e o desenvolvimento econômico.
b) A Geografia é uma ciência que se preocupa com a complexa relação homem-natureza, contudo,
esta preocupação está restrita à dimensão regional e global.
c) O possibilismo geográfico é uma corrente da Geografia que defende a possibilidade de a ação
humana modificar o meio natural.
d) A Geopolítica é um ramo da Geografia Cultural que busca explicar a ação do Estado e seu papel
como agente modificador de padrões culturais.
e) A Geografia Política estuda a relação entre os Estados sendo a categoria de lugar o principal
conceito que explica as relações de poder.
2. A história da incorporação das técnicas no espaço geográfico passou por três etapas distintas: o meio
natural, o meio técnico e o meio técnico-científico-informacional. Este é um meio geográfico onde o
território inclui necessariamente ciência, tecnologia e informação.
Ainda sobre o meio técnico-científico-informacional, pode-se afirmar:
a) inicia-se antes da Segunda Guerra Mundial e apresenta uma divisão técnica e social do trabalho
baseada na utilização intensiva de energia e de matéria-prima.
b) começa após a Segunda Guerra Mundial e organiza o espaço sob a estruturação de redes,
integradas virtualmente por meio das tecnologias da informação.
c) surge no início do século XX e apresenta uma produção de objetos técnicos e culturais por meio
de uma interação no espaço da ciência e da técnica.
d) emerge nas últimas décadas do século XX e considera o espaço como produto exclusivo de
reprodução da técnica e do uso de tecnologias de bases virtuais e digitais.
e) surge no início do século XVIII a partir da Revolução Industrial e corresponde à capacidade do
homem alterar o meio natural a partir da técnica.
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Geografia
3.
NEVES, E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com. Acesso em: 15 fev. 2013.
Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no
cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à
a) ideia de progresso.
b) concentração do capital.
c) noção de sustentabilidade.
d) organização dos sindicatos.
e) obsolescência dos equipamentos.
4. A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio laudatório da beleza e
da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial
econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de atraso, ignorância e falta de cuidado. PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de
Janeiro:Zahar, 2002.
Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor demonstra
que, via de regra, eles viam o meio natural como
a) ferramenta essencial para o avanço da nação.
b) dádiva divina para o desenvolvimento industrial.
c) paisagem privilegiada para a valorização fundiária.
d) limitação topográfica para a promoção da urbanização.
e) obstáculo climático para o estabelecimento da civilização.
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Geografia
5. “A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já eram largamente notadas
no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a própria chegada ao campo das estradas
de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa
a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social contra os miasmas urbanos.” SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002 (adaptado).
O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos objetos
culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais movimentos
sociais emergiram e se expressaram por meio
a) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano.
b) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais.
c) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza.
d) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes.
e) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza.
6. Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa
produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução
tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas
consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução
Industrial, as quais incluem
a) a erradicação da fome no mundo.
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da
mecanização.
7. “O espaço geográfico é fruto de um processo que ocorre ao longo da história das diversas sociedades
humanas; dessa forma, representa interesses, técnicas e valores dessas mesmas sociedades, que o
constroem segundo suas necessidades. Então, é possível dizer que ele reflete o estágio de
desenvolvimento dos meios técnicos de cada sociedade”. SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes 01. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2013. p.19.
No trecho acima, observa-se a noção de espaço geográfico vinculada:
a) ao emprego aleatório de ferramentas desprovidas de seus contextos.
b) à ideia de que a sociedade é o reflexo do meio onde vive e que nele se reproduz.
c) à história da humanidade, limitando esse conceito às justaposições do passado.
d) aos interesses da sociedade, em uma perspectiva totalitária e sem subjetividades.
e) à utilização das técnicas para a produção da sociedade e suas espacialidades.
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Geografia
8. Com o desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional, o espaço geográfico tomou-se mais
denso em objetos artificiais que apresentam um conteúdo cada vez mais elevado em ciência, técnica
e informação.
Nesse contexto, destacam-se os tecnopolos, que constituem espaços de
a) atividades industriais de alta tecnologia que não dispõem de uma moderna rede de infraestrutura
que permita a aceleração do fluxo da economia informacional, contribuindo, assim, para a repulsão
populacional.
b) intenso desenvolvimento e concentração espacial dos setores de alta tecnologia, em função dos
investimentos públicos e privados e da absorção de mão de obra migrante proveniente dos países
do Sul.
c) interconexão dos fluxos mundiais de informação e conhecimento, voltados para o
desenvolvimento tecnológico, produzindo, assim, um novo meio geográfico adaptado às
exigências da economia globalizada.
d) inovações tecnológicas que estão localizadas principalmente nas antigas zonas industriais dos
países asiáticos, com destaque para o Japão e a China, que são as maiores economias do mundo
capitalista na atualidade.
e) intenso desenvolvimento e fluxo de capital responsável pela absorção de todo o tipo de mão de
obra, criando grandes zonas industriais com forte ação sindical em função dos investimentos
privados.
9. “Esse autor, porém, traria a grande contribuição para a formulação esquemática do conhecimento
geográfico, com seu livro Antropogeografia e com a propagação das ideias deterministas, que
consideravam a existência de uma grande influência do meio natural sobre o homem. De formação
antropológica, ele foi bastante influenciado pelas ideias evolucionistas de Charles Darwin e Ernest
Haeckel, admitindo que, na luta pela vida, venceriam sempre os mais fortes e que a vitória dos mais
fortes, dos mais aptos sobre os mais fracos era o resultado lógico da luta pela vida” (ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Ed. Atlas, 1987).
O texto está se referindo ao seguinte pensador da Geografia
a) Friedrich Engels.
b) Pierre George.
c) André Cholley.
d) Alexander von Humboldt.
e) Friedrich Ratzel.
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Geografia
10. Ecossistema e meio geográfico são a mesma coisa? Não, e devemos ser enfáticos nisso a fim de
delimitar os diferentes campos de trabalho. A diferença substancial está no fato de que o homem,
vivendo em sociedade, não é um ser vivo a mais, nem se adapta à natureza de forma direta como os
animais. Sua relação com a natureza é demorada: primeiro, produz-se a adaptação com o meio social
e, através deste, ele se relaciona com o meio natural. Adaptado de Wettstein, citado por Oliva e Giansanti
A leitura do texto nos permite afirmar que:
a) tanto as comunidades humanas como os animais relacionam-se do mesmo modo com a natureza.
b) os homens, individualmente, participam dos processos de adaptação e de transformação da
natureza.
c) os homens vivem independentemente da natureza.
d) os homens relacionam-se coletivamente com a natureza.
e) os homens não devem preocupar-se com a natureza, pois vivem independentemente dela.
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Geografia
Gabarito
1. C
A oposição entre os pensamentos determinista e possibilista marcou a história do pensamento
geográfico. O Possibilismo é uma corrente que defende a capacidade da ação humana de modificar o
meio e que o homem não é apenas determinado por esse meio, mas é também um agente.
2. B
O meio técnico-científico-informacional representa a atual etapa do sistema capitalista de produção e
transformação do espaço geográfico, estando relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial.
Surge após a Segunda Guerra Mundial e permite a organização do espaço e da produção a partir de uma
rede integrada pela tecnologia da informação.
3. A
Na charge, pode-se perceber que as máquinas estão sendo servidas pelos homens, tomando conta do
mundo. As indústrias provocaram essa sensação. O desenvolvimento industrial foi muito apoiado na
ideologia do desenvolvimento e do progresso.
4. A
No texto, é referenciado que o meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico, o que
demonstra que esse meio era visto como uma ferramenta essencial para o avanço da nação.
5. E
As transformações nas formas de se produzir causam verdadeiros impactos nas paisagens e nos
espaços sociais, alterando dinâmicas e ressignificando funções. Esses impactos vêm justificados na
modernidade, no desenvolvimento e no progresso, a troco da qualidade de vida e dos recursos naturais
da população.
6. C
As Revoluções Industriais intensificaram o uso dos recursos naturais e alteraram as formas de trabalhar.
O trabalhador não foi apenas substituído pela máquina, mas a máquina demanda um outro perfil de
profissional e de função. Mesmo com a excessiva produção de alimentos, a fome no mundo parece ser
consequência do sistema que se baseia em exploração e desigualdades aquisitivas.
7. E
No texto, o autor comenta que o espaço geográfico é resultado de um processo histórico em diversas
sociedades e representa seus interesses, técnicas e valores. Assim, o espaço geográfico é resultado das
diferentes técnicas produtivas desenvolvidas pelas sociedades, que modificaram a realidade e
construíram sua própria espacialidade.
8. C
Os tecnopolos no atual contexto do meio técnico-científico-informacional consistem em pontos de troca
e desenvolvimento de informação e conhecimento. Um novo tipo de meio geográfico adaptado as
exigências da globalização.
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Geografia
9. E
As ideias de Friedrich Ratzel são muito bem representadas pela frase “Espaço é poder”, o que o faz ser
conhecido pelo conceito de espaço vital, segundo o qual um grande povo, uma grande nação é
naturalmente merecedora daquele espaço.
10. D
A capacidade do homem de alterar o meio natural se dá pela técnica, porém, isso só ocorre a partir da
sua organização social, isto é, vivendo em sociedade. Nesse sentido, a sociedade produz o espaço e, ao
mesmo tempo, é reflexo desse.
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Geografia
Primeira e Segunda Revoluções Industriais
Resumo
A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. Ela ocorre a
partir da invenção de ferramentas que otimizaram a produção de certos gêneros sendo que, posteriormente,
essas ferramentas foram se tornam máquinas, ou seja, objetos que o homem comanda a ação, e que fazem
as mesmas funções que ele, só que de maneira mais rápida e constante. As revoluções industriais indicam
portanto novas formas de produzir, alterando a organização espacial, o mundo do trabalho e as dinâmicas
locais dadas até então. A constante evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse
processo em três ou quatro fases, as quais começaremos estudando agora.
A Primeira Revolução Industrial (Século XVIII - 1789) deriva de um momento caracterizado pela mudança dos
processos artesanais (produção manual sem uso de máquinas) para as maquinofaturas (intenso uso de
máquinas no processo de fabricação). Ela aconteceu na Inglaterra, sendo este o país que saiu à frente do
processo industrial. A Inglaterra passava por um período de estabilidade política, e era uma grande
exportadora de tecidos, o que permitiu o desenvolvimento de pequenas e médias fábricas para otimizar a
produção têxtil. Além disso, ela tinha o controle de diversos portos e navios, que permitiram escoar a
produção e ampliar o mercado consumidor de seus produtos. Ela contava com a matéria prima de seu
território e também de suas colônias. Nesse sentido, o carvão mineral, substituindo a queima de madeira,
serviu como o combustível principal para as máquinas a vapor desenvolvidas. Essas máquinas permitiram
aumentar a produtividade diminuindo o custo de produção, causando uma crise no sistema artesanal.
Os trabalhadores que, anteriormente contavam com maior autonomia e maior domínio de todos os processos
produtivos, passam a se assalariar nessas pequenas e médias fábricas têxteis que estavam surgindo. Os
fatores de localização da indústria eram muito regulados pela disponibilidade de matéria prima, dada a
dificuldade do desenvolvimento dos transportes naquele período. Diz-se que o modelo produtivo da primeira
revolução industrial, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
padrão manchesteriano. Sobre isto, é importante destacar que não é propriamente um modelo produtivo, mas
uma característica das fábricas na cidade de Manchester, Reino Unido.
A indústria têxtil na Grã Bretanha no final do século XIX. Fonte: https://oqueehistoria.com.br/francis-cabot-lowell-a-revolucao-textil/
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Geografia
A Segunda Revolução Industrial (Século XIX - 1850) é a evolução produtiva dessa primeira fase, com a
incorporação de um modelo produtivo. Ela ocorreu no final do século XIX, e contou com países como Japão,
EUA, Alemanha, Inglaterra e França, dada as transformações vividas na geopolítica mundial ao longo dos
anos. Podemos diferencia-la da prímeira, pelo uso do petróleo como principal combustível. Sobre isso é
importante frisar que, embora o petróleo e a eletricidade sejam símbolos da Segunda Revolução Industrial, o
carvão mineral nunca deixou de ser usado. Ainda hoje, o petróleo e o carvão mineral são os combustíveis
fósseis mais utilizados no mundo. De qualquer forma, o motor a combustão, e não mais a vapor, possibilitou
o surgimento de novos produtos. Além disso, as fábricas e indústrias começaram a se tornar mais complexas,
com destaque para as indústrias siderúrgicas, que transformavam o metal em aço, e nas indústrias
automobilísticas.
Sobre os fatores locacionais, é importante frisar que as indústrias naquele período eram enormes, pois
possuíam em si todas as etapas do processo de produção. Contava também com as vilas operárias onde
moravam os trabalhadores, muito próximas das fábrica, o que, somado aos níveis de exploração do trabalho,
facilitava a formação de sindicatos e movimentos trabalhistas.
O modelo produtivo, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
Fordismo-Taylorismo. Esse modelo contava com uma alta fragmentação das tarefas, onde cada trabalhador
era especializado em uma única função repetitiva, num regime de trabalho rígido. Chama-se nesse período
mão de obra alienada, por conta do trabalhador não conseguir enxergar no produto final, a etapa do seu
trabalho. É um modelo de produção em massa que conta com as linhas ou esteiras de montagem para
aumentar a produtividade. O empregador ditava o ritmo da produção do empregado por meio delas. Além
disso, o trabalho era bem simples, o que possibilitou contratação de muitas pessoas, havendo diversas
denúncias de trabalho infantil dentro dessas fábricas. Até hoje, existem indústrias mais simples que se
organizam dessa forma.
Trabalhadora numa indústria tipicamente fordista, 1913. Fonte:
https://www.educabras.com/enem/materia/geografia/sistemas_economicos/aulas/segunda_revolucao_industrial_2
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Geografia
A indústria fordista e as linhas de montagem. Fonte: https://economia.culturamix.com/negocios/taylorismo-e-fordismo
• De modo geral, vamos ver na tabela as principais características e diferenças das duas Revoluções
Industriais estudadas:
Primeira Revolução Industrial Segunda Revolução Industrial
Quando Século XVIII - 1789 1850
Onde Inglaterra Estados Unidos, Alemanha e Japão
Símbolo Têxtil Siderúrgica e automobilística
Energia Carvão mineral Petróleo e eletricidade
Mão de obra Barata e abundante Especializada
Modelo produtivo Padrão manchesteriano Fordismo
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Geografia
Exercícios
1. Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da
natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a
escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do
relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso - todas
as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente. SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a
a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.
2. “Segundo Braverman: O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão
manufatureira do trabalho [...] A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum
idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...].” BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.
Com base no texto, o que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição
anteriores do trabalho é
a) A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização de
processos industriais.
b) A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o que
aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador.
c) O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva
à exclusão das mulheres do mercado de trabalho.
d) O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em mais riqueza
para essa parcela da sociedade.
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que conduz
ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador.
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Geografia
3.
Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, a
alternativa correta é:
a) Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A invenção
da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das
mudanças nos processos produtivos.
b) O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido
à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Financeiro.
c) Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o automobilístico.
d) As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha,
França e Estados Unidos ainda no Século XVIII.
e) Foi marcado pelo harmônico período entre indústria e meio ambiente, uma vez que os níveis de
poluição eram considerados de poucos danos em escala mundial.
4. A Primeira Revolução Industrial se desenvolveu principalmente na Inglaterra a partir do século XVIII.
Entretanto, a partir do século XIX, a industrialização se expandiu para outros locais que somados aos
novos desenvolvimentos tecnológicos caracterizaram a chamada Segunda Revolução Industrial.
O seguinte país não se industrializou durante a Segunda Revolução Industrial, no século XIX
a) Portugal.
b) EUA.
c) Alemanha.
d) França.
e) Japão.
6
Geografia
5.
Considerando a imagem e seus conhecimentos sobre a Revolução Industrial, assinale a alternativa
correta:
a) Ocorreu principalmente por causa do acúmulo de enormes capitais provenientes das atividades
mercantis.
b) Ocorreu principalmente na Inglaterra (Primeira Revolução Industrial) e mais tarde em alguns
países da América e África (Segunda Revolução Industrial).
c) Trouxe como consequência imediata a abolição da escravidão em alguns países com objetivo de
ampliar os mercados consumidores mundiais.
d) Demandou uma qualificação da mão de obra, exigida pelas atividades exercidas nas unidades
produtivas.
e) Garantiu uma hegemonia industrial inglesa até o período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial
e o início da disputa americana e soviética.
6. A Segunda Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, nos EUA, período em que
a eletricidade passou gradativamente a fazer parte do cotidiano das cidades e a alimentar os motores
das fábricas, caracterizou-se pela administração científica do trabalho e pela produção em série. MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no capitalismo: reflexões na interface da psicodinâmica do
trabalho e da sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.
De acordo com o texto, na primeira metade do século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada com a
a) proliferação de pequenas e médias empresas, que se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande capital.
b) técnica de produção fordista, que instituiu a divisão e a hierarquização do trabalho, em que cada
trabalhador realizava apenas uma etapa do processo produtivo.
c) passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
d) independência política das nações colonizadas, que permitiu igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e os países industrializados.
e) constituição de uma classe de assalariados, que possuíam como fonte de subsistência a venda
de sua força de trabalho e que lutava pela melhoria das condições de trabalho nas fábricas.
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Geografia
7.
Ronald Findlay e Kevin O’Rourke. Power and Plenty: Trade,War, and theWorld Economy in the Second Millennium. Princeton:
Princeton University Press, 2007. Adaptado.
Com base na tabela, é correto afirmar:
a) A industrialização acelerada da Alemanha e dos Estados Unidos ocorreu durante a Primeira
Revolução Industrial, mantendo-se relativamente inalterada durante a Segunda Revolução
Industrial.
b) Os países do Sul e do Leste da Europa apresentaram níveis de industrialização equivalentes aos
dos países do Norte da Europa e dos Estados Unidos durante a Segunda Revolução Industrial.
c) A Primeira Revolução Industrial teve por epicentro o Reino Unido, acompanhado em menor grau
pela Bélgica, ambos mantendo níveis elevados durante a Segunda Revolução Industrial.
d) Os níveis de industrialização verificados na Ásia em meados do século XVIII acompanharam o
movimento geral de industrialização do Atlântico Norte ocorrido na segunda metade do século XIX.
e) O Japão se destacou como o país asiático de mais rápida industrialização no curso da Primeira
Revolução Industrial, perdendo força, no entanto, durante a Segunda Revolução Industrial.
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Geografia
8.
Caspar David Friedrich. Grandes pinturas. São Paulo: Publifolha, 2012.
Por meio da imagem presente na tela, é possível identificar uma das principais características da
sociedade liberal burguesa construída ao longo do século XIX. Essa característica pode ser definida
como:
a) obtenção do lucro
b) valorização do exotismo
c) preservação da natureza
d) exaltação do individualismo
e) aumento de tecnologia moderna
9. Quanto mais complicada se tomou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os
elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância
fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia
ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser
organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de
mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante
a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes. POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).
A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a
a) expansão das terras comunais.
b) limitação do mercado como meio de especulação.
c) consolidação da força de trabalho como mercadoria.
d) diminuição do comércio como efeito da industrialização.
e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.
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Geografia
10. Podemos dizer que, na segunda metade do século XIX, iniciou-se a "era do petróleo e da eletricidade".
A partir de 1870, principalmente, houve não só uma gigantesca expansão da economia mundial,
firmemente sustentada na industrialização de numerosos países, como a aceleração da produção de
mercadorias e grande concentração de capitais para investimento.
A respeito dessas transformações, é correto afirmar que
a) marcaram a passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril,
concentrando-se, principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
b) demonstraram o declínio do capitalismo monopolista, com a perda de poder das grandes
corporações, e a sua substituição por um sistema de livre concorrência.
c) estão relacionadas à chamada Segunda Revolução Industrial, marcada pela substituição das
pequenas unidades fabris por complexos industriais com processos de produção mais
sofisticados e pela concentração maciça de capital para os investimentos de base.
d) ficaram restritas à Europa, não chegando a atingir os Estados Unidos, que só se industrializaram
a partir do período pós-guerras.
e) tornaram possível prescindir de mercados fornecedores de matérias-primas, em vista das
transformações tecnológicas ocorridas, o que fortaleceu o isolamento da Europa.
10
Geografia
Gabarito
1. E
Dominar a luz foi um passo fundamental para superar o tempo da natureza. Com o sucessivo avanço
das técnicas de iluminação noturna, foi possível “colonizar” a noite. Esse processo, concomitantemente
ao desenvolvimento capitalista, permitiu cada vez mais usar o período noturno para o trabalho humano,
aumentando a jornada de trabalho e a produtividade.
2. E
A divisão do trabalho tem como intencionalidade a desarticulação do conhecimento do trabalhador
acerca do produto. As operações limitadas compõem uma domesticação do corpo do trabalhador.
3. A
O advento da Revolução Industrial derivou de uma série de inovações tecnológicas (ex: motor a vapor),
responsáveis pelo aumento da produção e de uma consequente mudança em nível de organização da
sociedade.
4. A
Somente após a Segunda Guerra Mundial, Portugal, ao contrário dos demais países que tiveram
industrialização precoce e hegemônica, pôde aprofundar-se na sua industrialização, logo, não se
destacou ao longo do século XIX, como os outros países mencionados na questão.
5. A
Muitos pontos colaboram para o desenvolvimento de um processo de industrialização, entre eles, a
disposição de capital é fundamental, no caso inglês, o acúmulo dos períodos mercantilistas garantiu o
recurso.
6. B
O fordismo, modelo de produção traduzido pela divisão do trabalho dentro do ambiente fabril e pela linha
de montagem, é típico da Segunda Revolução Industrial.
7. C
A questão trabalha análise de tabela e relacionamento com a Revolução Industrial. O pioneirismo inglês
é amplamente conhecido, contudo, o destaque da Bélgica também foi bastante importante. Os dados
mostram exatamente isso, não necessitando de prévios conhecimentos específicos.
8. D
A imagem de um homem sozinho no topo da montanha pode ser associada a uma característica da
ideologia liberal burguesa, que é o culto ao direito individual e individualismo.
9. C
A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da sociedade,
a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação de capital através da
elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a difusão do trabalho assalariado.
10. C
Os avanços técnicos e produtivos da Segunda Revolução Industrial possibilitaram o surgimento de
grandes complexos industriais que passaram a ser organizar grandes conglomerados.
1
Geografia
Fordismo e a produção em massa
Resumo
Para obter maior lucratividade, a indústria passou a aperfeiçoar as formas de trabalho e produção. É nesse
contexto que surgem os modelos produtivos, que consistem em um método de racionalização da produção.
O Fordismo (1914) e o Toyotismo (1970) são os dois modelos produtivos estudados pela Geografia, pois eles
transcendem a organização da fábrica.
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência produtiva,
estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos ficaram
conhecidos como Taylorismo.
Henry Ford (1863-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Por isso, o Fordismo também
é chamado de Fordismo-Taylorismo.
São características do Fordismo:
• Linha de montagem: É a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.
• Trabalho especializado (repetitivo): É a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto menor fosse a tarefa
executada pelo trabalhador, mais eficiente ele poderia ser. Com o tempo, a tendência era se tornar um
especialista naquela tarefa.
• Padronização: A repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.
• Mão de obra alienada: O trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.
• Produção concentrada: Espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e
armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. A concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos, por isso, a pressão sindical era
muito forte.
Ilustração da linha de montagem do Ford T. Disponível em: https://cargocollective.com/
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Geografia
Complexo Industrial da Ford. Adaptado de: https://i.wheelsage.org/
3
Geografia
Exercícios
1. A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por
representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de
várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).
O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo
produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do
produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de
execução de suas tarefas.
2. “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum
sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje
ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas
não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda indústria.” SCHLOSSER, Eric. País Fast- Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.
No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego.
a) Alta remuneração da força de trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.
4
Geografia
3.
THAVES. Jornal do Brasil, 19 fev. 1997 (adaptado).
A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.
4. Nas primeiras décadas do século XX, o engenheiro Frederick Taylor desenvolveu os princípios de
administração científica, que consistiam, basicamente, no controle dos tempos e dos movimentos dos
trabalhadores para aumentar a eficiência do processo produtivo. Ao adotar estes princípios em sua
fábrica, Henry Ford criava um novo método de produção. A inovação mais importante do modelo
fordista de produção foi:
a) a fragmentação da produção.
b) o trabalho qualificado.
c) a linha de montagem.
d) a produção diferenciada.
e) a redução dos estoques.
5. Em seus Princípios de Administração Científica, Frederick Taylor desenvolvia um sistema de
organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em todo o tipo de empresa, mesmo
que os experimentos tenham ocorrido em empresas industriais. Taylor apresentava algumas formas
de organização do trabalho que incluem várias características, como:
a) O estímulo da produção através da qualificação da mão de obra.
b) A divisão do processo de fabricação em gestos complexos.
c) A medição e racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.
d) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.
e) A mensuração da produtividade final e não do tempo para a execução das atividades.
5
Geografia
6. Os trabalhadores que construíam seus carros Modelo N, predecessor do Modelo T, dispunham as peças
e partes numa fileira no chão, punham-nas em trilhos deslizadores e arrastavam-nas, ajustando umas
às outras. Mais tarde, o dinamismo do processo tornou-se mais sofisticado. Ford dividiu a montagem
do Modelo T em 84 passos discretos, por exemplo, treinando cada um de seus operários em executar
apenas um dos passos. Contratou também o especialista em estudos de movimento, Frederick Taylor,
para tornar a execução ainda mais eficiente. Nesse meio tempo, construiu máquinas que poderiam
estampar as partes automaticamente e muito mais rapidamente do que o mais ágil dos trabalhadores.
Com base no texto, a produção fordista tem por característica a
a) flexibilização da produção.
b) produção padronizada.
c) produção por demanda.
d) utilização de trabalho escravo.
e) valorização do trabalho artesanal.
7. Utilize as informações abaixo para responder à questão.
Taylorismo
• separação do trabalho por tarefas e
níveis hierárquicos
• racionalização da produção
• controle do tempo
• estabelecimento de níveis mínimos de
produtividade.
Fordismo
• produção e consumo em massa
• extrema especialização do trabalho
• rígida padronização da produção
• linha de montagem
Pós-fordismo
• estratégia de produção e consumo em
escala planetária
• valorização da pesquisa científica
• desenvolvimento de novas tecnologias
• flexibilização dos contratos de trabalho
Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.
2
Geografia
8. As inovações na organização do processo de produção, desenvolvidas a partir do fim do século XIX e
início do XX, ficaram conhecidas a partir da derivação dos nomes de seus principais expoentes,
Frederick Winslow Taylor e Henry Ford. Além disso, o taylorismo e o fordismo caracterizam,
respectivamente, dois princípios de organização do trabalho, denominados:
a) empirismo e produção artesanal.
b) administração científica e linhas de produção.
c) administração científica e células de produção.
d) administração empírica e linhas de produção.
e) administração emotiva e produção dispersa.
9. No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições necessárias para
aquilo que Thomas Gounet denominou "civilização do automóvel". Nesse contexto, um nome se
destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores maiores que o
de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado pela forma de
organização de trabalho que propôs para a indústria.
Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford,
assinale a alternativa correta.
a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em colaboradores da empresa.
b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o consumidor.
c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar estoques de produtos.
d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor.
e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários dos trabalhadores.
10. Outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos
desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Uma de suas preocupações
fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e das máquinas
atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam
combater os problemas que impediam o incremento da produção.
Taylorismo e Fordismo. Disponível em www.brasilescola.com. Acesso em: 28 fev. 2012.
O Taylorismo apresentou-se como um importante modelo produtivo ainda no início do século XX,
produzindo transformações na organização da produção e, também, na organização da vida social. A
inovação técnica trazida pelo seu método foi a
a) utilização de estoques mínimos em plantas industriais de pequeno porte.
b) cronometragem e controle rigoroso do trabalho para evitar desperdícios.
c) produção orientada pela demanda enxuta atendendo a específicos nichos de mercado.
d) flexibilização da hierarquia no interior da fábrica para estreitar a relação entre os empregados.
e) polivalência dos trabalhadores que passaram a realizar funções diversificadas numa mesma jornada.
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Geografia
Gabarito
1. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.
2. E
Os fast-foods são um bom exemplo das heranças fordistas e demonstram como a sobreposição dos
tempos traz a historicidade nos novos modelos. Alta rotatividade, baixa qualificação e má remuneração
são características desse tipo de trabalho.
3. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoação da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos da
divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das etapas
produtivas.
4. C
A linha de montagem foi a concretização material das ideias de Taylor, que buscavam uma maior
produtividade sobre o trabalho e, consequentemente, lucratividade. Foi a partir da linha de montagem que
se definiu o recorte temporal do Fordismo, sendo um componente fundamental desse modelo.
5. C
As ideias de Taylor tinham a intencionalidade de eliminar o controle dos trabalhadores sobre o processo
de produção. Consistia na divisão em etapas simples, capazes de serem reproduzidas por qualquer um.
Além disso, buscava-se a máxima racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.
6. B
As principais características do Fordismo são a linha de montagem e a produção padronizada.
7. C
A exploração do trabalhador assalariado presume aumentar a lucratividade, a mais-valia que o patrão
lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os trabalhadores
tenham dinheiro para consumir seu produto final a fim de movimentar os estoques.
8. B
Os preceitos científicos de Taylor (administração científica) com a prática de Ford (linhas de produção)
fizeram um modelo eficiente de exploração e produção em massa.
9. D
o Fordismo apoiou-se na concepção de Taylor, caracterizando-se pela divisão do trabalho nas fábricas,
cuja produção é gerenciada pelo sistema Just-in-case, buscando ampliar o estoque dos produtos.
10. B
O Taylorismo compreende um sistema de organização industrial desenvolvido no século XX com o
objetivo de maximizar a produção. Seus objetivos são: utilização de métodos de padronização da
4
Geografia
produção para evitar o desperdício produtivo, adoção de métodos para evitar a fadiga dos trabalhadores
e disciplina da distribuição das tarefas.
1
Geografia
Crise de 29 e o Keynesianismo
Resumo
A Crise de 29, ou Grande Depressão, foi um momento de crise financeira das principais potências, que
acarretou uma crise mundial em 1929. É uma crise do Liberalismo. Com o otimismo pós-guerra (Primeira
Guerra Mundial), observou-se o aumento da produção possibilitado pelo Fordismo. Todavia, esse otimismo e
crescimento não se manifestaram no consumo, em parte, porque não houve aumento do poder de compra
dos trabalhadores. Assim, produzia-se mais do que se consumia. Genericamente, essas foram as condições
para a crise de superprodução de 1929. Cuidado!! Não é uma crise do Fordismo (modelo produtivo), e sim do
modelo econômico, Liberalismo.
O Liberalismo
O Liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “auto-regula”. Ele tinha
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada. Foi na decadência do
mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo econômico. Essa teoria
se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis, políticas, reis), pois de
acordo com ela, o mercado consegue se auto-regular sem a intervenção do estado. É a ideia da “mão invísivel”
que regula a economia a partir dos demais princípios básicos como a livre concorrência, que causaria uma
espécie de seleção das melhores lojas e empresas, e da lei da oferta e da procura, na qual os preços se
autoregulam no mercado a partir da relação entre disponibilidade dos produtos e demanda.
A crise de 29
O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto no qual a capacidade de expandir o
mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam créditos, empréstimos
para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra característica de
uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o estado o responsável por
assegurá-los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte dos trabalhadores.
A crise de 29 portanto foi uma crise de superprodução e de concessão de créditos, que levou a quebra dos
bancos e da Bolsa de Valores de Nova York, assim como fechamento de fábricas, desemprego e
consequente redução do consumo.
Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano" Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão.
2
Geografia
O Keynesianismo
O Keynesianismo, assim como o Liberalismo, é uma doutrina econômica, que foi instaurada para reaquecer a
economia no contexto de crise liberal. O cientista econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para
a possibilidade de uma crise econômica devido a não interferência do Estado na economia. Ele defendia que
o Estado deveria ser atuante (forte) na economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais
desse sistema. O estado seria portanto responsável por prover não somente os direitos básicos da população,
como acesso a serviços de saúde e educação, mas por realizar grandes obras em setores estratégicos como
transporte, energia e infraestrutura, além de controlar as empresas e a atuação financeira, ampliando o setor
estatal. O aumento da atuação pública garantiria portanto uma boa qualidade de vida e reaquecimento do
consumo. É o que ficou conhecido como estado de bem estar social, ou Welfare State. Após a crise do
Liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na economia.
O New Deal e a recuperação econômica
Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a crise de 1929 tinha sido
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para
recuperar a economia. Fizeram parte das medidas desse Novo Acordo:
• Pleno emprego e estabilidade
• Aumento dos salários
• Menos horas de trabalho
• Aumento dos direitos trabalhistas e previdenciários
• Obras públicas em setores estratégicos
• Controle da produção
• Fiscalização bancária e de outras instituições financeiras
• Subsídios à pequenas empresas.
Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando
a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Estado
do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life (estilo de
vida americano). Na Europa, está associado a diversos ganhos sociais pela população desse continente.
3
Geografia
Exercícios
1. “A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt
(1933 - 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais
implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da
intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda
social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais
geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido”. EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).
A partir do texto, conclui-se que:
a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na
economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida,
apoiando- se em suas necessidades.
2. Ante a grande depressão de 1929, o economista John M. Keynes defendia o déficit público como uma
forma de enfrentar a recessão. Nos Estados Unidos, o Presidente Franklin Roosevelt, a partir de 1930,
financiou obras públicas a fim de diminuir o desemprego. A partir desse período, as mudanças na
política econômica propiciaram:
a) a oposição do governo norte-americano ao desenvolvimento do intervencionismo na economia.
b) a intervenção do Estado na economia, como estratégia de ampliação do mercado de trabalho.
c) a consolidação dos grupos econômicos que impediam a intervenção estatal.
d) o fechamento do comércio europeu ao capital norte-americano.
e) a livre aplicação do capital pela iniciativa privada.
4
Geografia
3. O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo,
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante
–, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das
massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego. CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966(adaptado).
Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais
descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.
4. O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 teve como principal ato o craque da
Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, podemos
destacar:
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos na área industrial europeia.
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos dos fundos particulares norte-
americanos.
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das exportações do café.
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, quando a Inglaterra abandonou o padrão-ouro,
permitindo a desvalorização da libra.
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou a sua produção, acarretando o
crescimento do comércio mundial.
5. A grave crise econômico-financeira que atingiu o mundo capitalista, na década de 30, tem suas origens
nos Estados Unidos. A primeira medida governamental que procurou, internamente, solucionar essa
crise foi o “New Deal”, adotado por Roosevelt, em 1933. Uma das medidas principais desse programa
foi o(a):
a) encerramento dos investimentos governamentais em obras de infraestrutura.
b) fim do planejamento e da intervenção do Estado na economia.
c) imediata suspensão da emissão monetária.
d) política de estímulo à criação de novos empregos.
e) redução dos incentivos à produção agrícola.
5
Geografia
6. “Cenas de agonia se passavam, nas salas de clientes dos vários corretores. Ali, os que poucos dias
antes haviam-se regalado em ilusões de riqueza, viam todas as suas esperanças esmagadas num
colapso tão devastador, tão além de seus mais desenfreados temores, que tudo parecia irreal.
Buscando salvar um pouco da ruína, mandavam vender suas ações "no mercado", quando descobriam
que não apenas haviam perdido tudo, mas ainda estavam em débito com o corretor.
E então, reviravolta irônica: a sacudida seguinte do louco mercado elevava os preços para onde eles
poderiam haver vendido e conseguido um substancial equilíbrio de caixa restante. Toda jogada era
errada naqueles dias. O mercado parecia uma coisa insensata, se vingava louca e impiedosamente dos
que julgavam dominá-lo."
24/out/1929 - BELL, Elliot V. New York Times. In LEWIS, John - O Grande Livro do Jornalismo. Rio de Janeiro: José Olympio,
2008, p 107.
O texto acima relata uma crise que
a) provocou transformações estruturais na economia europeia que, com déficit de produção, buscou
matéria-prima em outros continentes, dando início ao moderno imperialismo.
b) provocou uma reestruturação das instituições financeiras americanas com o objetivo de evitar a
ampliação da crise e a consequente contaminação da economia mundial.
c) não afetou a economia latino-americana, tradicionalmente agrária, tendo em vista que a crise foi
motivada fundamentalmente pela superprodução industrial.
d) demonstrou a fragilidade do capitalismo liberal e conduziu à adoção de medidas saneadoras que
ampliaram a participação do Estado na economia.
e) levou a Europa a adotar medidas livre-cambistas, como estratégia para conter o avanço da crise
financeira em seu território.
7. No fim da década de 20, após anos de prosperidade, uma grave crise econômica, conhecida como a
Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith, economista
norte-americano, afirma que “à medida que o tempo passava tornava-se evidente que aquela
prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.” Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.
São características da Crise de 1929:
a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado de trabalho e a falta de
investimentos em tecnologia.
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento dos preços agrícolas e o aumento
dos salários.
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as dívidas de guerra dos EUA e o aumento
do número de empregos.
d) a superprodução, a especulação desenfreada nas bolsas de valores e a queda da renda dos
trabalhadores.
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e a intervenção do Estado na
economia.
6
Geografia
8.
A história em quadrinhos apresenta uma característica fundamental do modo de produção capitalista
na atualidade e uma política estatal em curso em muitos países desenvolvidos.
Essa característica e essa política estão indicadas em:
a) liberdade de comércio – ações afirmativas para grupos sociais menos favorecidos
b) sociedade de classe – sistemas de garantias trabalhistas para a mão de obra sindicalizada
c) economia de mercado – programas de apoio aos setores econômicos pouco competitivos
d) trabalho assalariado – campanhas de estímulo à responsabilidade social do empresariado
e) livre circulação de mercadorias – projetos que visam diminuir as barreiras fiscais entre os Estados
7
Geografia
9. TEXTO I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou
localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de
milhões de transações diárias no ciberespaço. ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).
TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada
em 1929 nos Estados Unidos.
Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).
A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois:
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o
resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra
e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a
atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio
mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema
monetário.
10. “Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter meios para gastar. Uma conclusão
daí decorrente é que os salários de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente como
débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a demanda poderia aumentar e estimular a oferta.
Além do mais, uma demanda reduzida significava que não haveria investimento suficiente para produzir
a quantidade de mercadorias necessárias para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam,
portanto, encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem como criar um extenso
programa de obras públicas, que proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos
industriais.”
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram presentes
a) no “New Deal”, planejamento econômico baseado na intervenção do Estado, elaborado devido à
crise de 1929.
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do nazismo: ideia da existência da raça
ariana.
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia europeia através de maciços
investimentos.
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização que visa o livre comércio entre os
países.
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos que fundamentam o socialismo
marxista.
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Geografia
Gabarito
1. A
A questão evidencia a importância do Estado para recuperação da economia, retomando importante
conceito do intervencionismo keynesiano. Ressalta-se que, ingerência, é um substantivo feminino, cujo
significado corresponde ao ato ou efeito de ingerir(-se); introdução, intromissão. Nesse sentido,
ingerência do Estado, significa intromissão, intervenção do Estado e por isso Keynesianismo. A alternativa
E está errada, pois a intervenção de Roosevelt NÃO coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial.
2. B
O New Deal marca o início de um Estado interventor, com o objetivo de recuperar a economia norte-
americana a partir do consumo. Para isso, o Estado buscou fazer grandes investimentos garantindo o
pleno emprego.
3. E
O New Deal (Novo Acordo) foi a política implementada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, para solucionar a crise econômica que assolou o país após a quebra da bolsa de Nova
Iorque. Essa política representou um rompimento com o modelo liberal vigente. Baseando-se no
Keynesianismo, o New Deal visava a solucionar a crise por meio da intervenção econômica do Estado.
4. D
Devido à forte junção entre capital financeiro e industrial, a crise de 1929 afetou todo o mundo. A Inglaterra
era um dos poucos países que garantiam uma paridade da sua moeda a um determinado peso em ouro.
Com o fim dessa paridade (padrão-ouro) e a desvalorização da libra, as referências monetárias se
tornaram artificiais.
5. D
Entre as principais medidas propostas pelo New Deal para a resolução dos impactos da crise de 1929,
podem-se citar o aumento dos salários, a estabilidade no emprego, a redução das jornadas de trabalho e,
consequentemente, a geração de novos empregos.
6. D
A crise da bolsa de Nova Iorque em 1929 foi caracterizada por um considerável aumento de produção,
não acompanhado pelo respectivo consumo. As empresas vendiam ações no mercado financeiro com
valor alavancado escorado na produção, mas a economia não dava contrapartida no consumo e as taxas
de juros praticadas eram altas atraindo investidores do mundo todo, resultando em um surto especulativo.
Com o estouro da bolha especulativa, ocorreram inúmeras falências e elevadas taxas de desemprego.
Ficou evidente a fragilidade do capitalismo liberal, que facilitou a condução da adoção de medidas
saneadoras que ampliaram a participação do Estado na economia, através do New Deal, política
implementada no primeiro governo de Franklin D. Roosevelt.
7. D
A crise de superprodução, a especulação financeira e a diminuição da renda dos trabalhadores devido às
demissões estão entre as principais características dessa crise.
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Geografia
8. C
Na tirinha, Calvin tenta vender seu produto dentro da lógica capitalista e obter maior lucro, mas isso se
mostra impossível, pois não há procura que dê o retorno desejado. A Lei da Oferta e da Procura possui
limitações que podem obrigar os países a contrair dívidas externas e o Estado conceder incentivos fiscais.
No final da tirinha, ele pede para ser subsidiado. Subsídio significa uma concessão de dinheiro que o
governo oferece para determinadas atividades a fim de manter o preço do seu produto acessível para
estimular as vendas, as exportações.
9. B
A diferença entre as duas crises refere-se às suas causas. A crise de 29 está relacionada a uma
superprodução industrial e à falta de mercado no período em que o modelo fordista-taylorista estava em
destaque. Já a crise de 2008 está relacionada a uma grande oferta de crédito bancário, em que foi
desconsiderado o pagamento desse.
10. A
O New Deal, adotado por Roosevelt em 1933, foi um programa econômico de governo que adotava as
ideias de John M. Keynes, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana após a crise de 1929.
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Geografia
Toyotismo
Resumo
O modelo de produção toyotista foi idealizado por Eiji Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a partir
de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista, foi desenvolvido em uma
fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às especificidades da produção e do território
japonês.Todavia, suas características despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava sua crise
na década de 1970.
São características do Toyotismo:
• Produtos pouco duráveis: A durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista.
• Diversificação: A produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de
cada mercado, foi importantíssima para oferecer uma maior variedade de produtos.
• Just in time: Seguindo a lógica acima, produzir de acordo com a demanda e gosto do mercado permitiu
reduzir os estoques e a possibilidade de perdas produtivas.
• Mão de obra qualificada: Outra característica que possibilitava o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia ser
mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuíam para esse
progresso.
Diferença do fluxo de produção industrial fordista-taylorista e toyotista
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Geografia
Mapa mental – Toyotismo
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Geografia
Exercícios
1. (UERJ 2013) Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo.
Disponível em: letras.terra.com.br
A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia
própria do atual modelo produtivo toyotista:
a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos
b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias
d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia
e) ausência de preocupação com a vida humana
2. (UERJ 2012) Quando os auditores do Ministério do Trabalho entraram na casa de paredes descascadas
num bairro residencial da capital paulista, parecia improvável que dali sairiam peças costuradas para
uma das maiores redes de varejo do país. Não fossem as etiquetas da loja coladas aos casacos, seria
difícil acreditar que, através de uma empresa terceirizada, a rede pagava 20 centavos por peça a
imigrantes bolivianos que costuravam das 8 da manhã às 10 da noite. Os 16 trabalhadores suavam em
dois cômodos sem janelas de 6 metros quadrados cada um. Costurando casacos da marca da rede,
havia dois menores de idade e dois jovens que completaram 18 anos na oficina. (Adaptado de Época, 04/04/2011)
A comparação entre modelos produtivos permite compreender a organização do modo de produção capitalista a cada momento de sua história. Contudo, é comum verificar a coexistência de características de modelos produtivos de épocas diferentes.
Na situação descrita na reportagem, identifica-se o seguinte par de características de modelos distintos
do capitalismo:
a) organização fabril do taylorismo - legislação social fordista
b) nível de tecnologia do neofordismo - perfil artesanal manchesteriano
c) estratégia empresarial do toyotismo - relação de trabalho pré-fordista
d) regulação estatal do pós-fordismo - padrão técnico sistêmico-flexível
e) estratégia comercial do machesterianismo - organização trabalhista rígida
4
Geografia
3. (ENEM 2013) “Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é
muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente
descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.” SENNETT, R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).
Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de
tempo analisada no texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
4. (ENEM 2017) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral
de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o
comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais
apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas. RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Olhares geográficos:
modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).
Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a
a) saturação do setor secundário.
b) ampliação dos direitos laborais.
c) bipolarização do poder geopolítico.
d) consolidação do domínio tecnológico.
e) primarização das exportações globais.
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Geografia
5. (UERJ 2011) O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o anúncio publicitário:
Adaptado de Casa Cláudia, dezembro/2008
Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente neste anúncio é:
a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril
b) terceirização da produção, massificando o consumo de bens
c) flexibilização da indústria, permitindo a produção por demanda
d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas
e) terciarização do trabalho, com a ampliação do setor de comércio
6. (ENEM 2016) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de
capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular digital do que resulta a
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos
fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do
trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho. OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas Boitempo, 2003.
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior
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Geografia
7. (ENEM 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa. SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).
Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
8. (ENEM 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma
crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:
Disponível em: http://ensino.univates.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).
a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.
7
Geografia
9. (UNCISAL 2016) O chamado banco de horas é uma possibilidade admissível de compensação de horas,
vigente a partir da Lei nº 9.601/1998. Trata-se de um sistema de compensação de horas extras mais
flexível, mas que exige autorização por convenção ou acordo coletivo, possibilitando à empresa
adequar a jornada de trabalho dos empregados às suas necessidades de produção e demanda de
serviços.
Esse sistema de banco de horas pode ser utilizado, por exemplo, nos momentos de pouca atividade da
empresa para reduzir a jornada normal dos empregados durante um período, sem redução do salário,
permanecendo um crédito de horas para utilização quando a produção crescer ou a atividade acelerar.
Se o sistema começar em um momento de grande atividade da empresa, a jornada de trabalho poderá
ser estendida além da jornada normal (até o limite máximo da décima hora diária) durante o período
em que o alto volume de atividade permanecer e deverá ser compensada posteriormente com a
redução da jornada de trabalho. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/banco_horas.htm>. Acesso em: 03 nov. 2015.
O banco de horas é uma inovação que surgiu no modelo de produção
a) fordista, buscando diminuir a formação de estoques.
b) toyotista, com o objetivo de adequar a produção à demanda.
c) taylorista, que tenta aumentar a produção sem aumentar os custos.
d) keynesiano, objetivando aumentar a influência do Estado na economia.
e) socialista, buscando garantir os empregos e a continuidade da produção.
10. (UNCISAL 013) Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões particulares de um mesmo fenômeno: o controle do processo de trabalho pela dinâmica da acumulação capitalista. O Sistema Toyota de Produção, ou toyotismo, foi concebido para eliminar absolutamente o desperdício
e superar o modelo de produção em massa americano. As bases desse sistema se ancoraram em dois
pilares, sendo o Just in time o automação com um toque humano
O just-in-time é o principal pilar do modelo de produção toyotista. Segundo esse princípio.
a) a formação de estoques é necessária para garantir o abastecimento do mercado.
b) a mão de obra é secundária e a tecnologia deve prevalecer na linha de produção.
c) os desperdícios da linha de produção devem ter seu custo coberto pelo preço final do produto.
d) os produtos devem ser feitos de forma padronizada, evitando variações que implicam em gastos.
e) nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata.
8
Geografia
Gabarito
A
Ao mencionar “Obsolescência programa, eles ganham a corrida antes mesmo da largada” o autor
menciona uma importante característica do Toyotismo, que garante a renovação do consumo em menor
tempo, uma vez que a durabilidade dos produtos, seja por quebra, seja por se tornar ultrapassado, é menor.
C
No trecho apresentado, observa-se a ocorrência de uma estratégia empresarial típica do Toyotismo, a
terceirização de atividades produtivas, que é representada pela confecção de roupas. Ao mesmo tempo,
as condições de trabalho são precárias, marcadas pela exploração da mão de obra e pela ausência de
direitos trabalhistas, cenário parecido com aquele verificado no momento pré-fordista, correspondente
ao modelo manchesteriano.
E
O trecho de apoio aponta para a questão do trabalho em um contexto flexível, ou seja, o trabalho no
contexto toyotista, em que o trabalhador, muitas das vezes, não necessita ir à fábrica para trabalhar, como
ocorre em um contexto fordista-taylorista, pois era o local de produção e, por sua vez, de controle do ritmo
de produção através da linha de montagem. No Toyotismo, o trabalhador pode exercer suas funções
remotamente. Desse modo, o empregador não mais exerce controle sobre o processo produtivo, mas sim
sobre os resultados apresentados pelo trabalhador através de metas pré-estabelecidas.
D
Hoje, o desenvolvimento tecnológico é a principal vertente de crescimento econômico e está associado
aos tecnopolos, universidades e setores de pesquisa das empresas, onde se encontra a mão de obra
característica do modelo toyotista, a mão de obra qualificada e polivalente. Nesse sentido, os países
desenvolvidos perdem as suas indústrias para países em que a mão de obra é mais barata, numerosa e
pouco qualificada, porém, não deixam de desenvolver a tecnologia e, por isso, não perdem a posição de
centro de comando.
C
A imagem evidencia uma das características do modelo produtivo industrial toyotista, a demanda
regulando a oferta, ou seja, a produção de bens de acordo com a procura, de acordo com as demandas
dos consumidores, evitando, assim, os desperdícios de investimentos e os estoques lotados.
C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típica do toyotismo e da terceira revolução industrial. Outro ponto bastante claro no texto é o
fato da modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração das
formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, logo, o advento de
novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente atendendo à
demanda de mercado.
E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica em relação ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão
de obra por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo toyotista de produção industrial.
9
Geografia
D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a produção ocorre quando é requerida, eliminando,
assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção (just in time).
B
Com a demanda ordenando o momento da produção, surgiu a necessidade de flexibilização da carga de
trabalho, pois, em um momento, essa demanda pode estar baixa e, em outro, alta. Visando sempre ao
lucro, o empresariado busca uma mão de obra disponível e aberta a atender a essa demanda, trabalhando,
se necessário, por horas além do estabelecido. Essa flexibilização é característica do modelo toyotista.
E. O “Just in time” na sua tradução mais literal quer dizer “apenas no tempo” ou “apenas no tempo certo”,
indica a ideia de que a produção deve ocorrer sob demanda, evitando desperdício e crise de estoques
lotados como acontecia no fordismo.
1
Geografia
Terceira Revolução Industrial e Quarta Revolução Industrial e o
futuro do trabalho
Resumo
Terceira Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica-Informacional, tem
início em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Surge no Vale do Silício, Califórnia, Estados
Unidos. Esse é um importante tecnopolo americano, que abriga grandes empresas do setor de informática e
telecomunicações. Essa fase corresponde ao processo de inovações tecnológicas e informacionais na
produção e é responsável pela integração entre a ciência, a tecnologia e a informação. Nesse aspecto, a
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias possibilita às empresas desenvolverem novos
produtos, obtendo maior lucratividade. Essas empresas reinvestem parte dos lucros em P&D, gerando um
ciclo que os países não desenvolvidos e outras empresas não conseguem superar com facilidade. Na
atualidade, possuir indústria não é mais sinônimo de riqueza, e sim a capacidade de desenvolver tecnologia.
A evolução industrial não parou por aí.
Quarta Revolução Industrial
A Quarta Revolução Industrial tem início nos anos 2010, caracterizada principalmente pelo uso da Internet
das Coisas (IOT), impressão 3D e inteligência artificial. É importante destacar que ainda não é consenso entre
os estudiosos a existência dessa quarta fase. No Fórum Econômico Mundial, realizado em 2016, na cidade
de Davos, Suíça, a Quarta Revolução Industrial foi muito debatida, especialmente o fato de que, após a crise
de 2008, muitos países adotaram políticas protecionistas muito fortes, o que dificulta a expansão dessa fase.
Ela também é conhecida como Indústria 4.0. É importante destacar que essa revolução é marcada pela
evolução dos sistemas digitais e tecnologias da revolução anterior, a qual ocasionará mudanças tão
profundas que é considerada uma nova revolução industrial, sendo a mais perceptível delas a automatização
total das fábricas.
Parece existir um consenso que as repercussões dessa revolução impactarão as mais diversas esferas. Ela
chegará até os lugares mais distantes do planeta, afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho,
impactarão a segurança geopolítica, além de carregar consigo novas questões e debates éticos.
Trabalho e Desemprego
Com a quarta fase da Revolução Industrial é exigida cada vez mais uma maior qualificação da mão de obra.
Com isso surge a necessidade de investir mais em educação para preparar a mão de obra para esse novo
mercado e novas profissões que irão surgir nesse contexto. Por outro lado, as transformações dessa fase
vão gerar desemprego, e um tipo específico denominado desemprego estrutural, isto é, aquele gerado
permanentemente pela introdução de novas tecnologias no processo produtivo. Diferente do desemprego
conjuntural, que ocorre devido a crises econômicas e são recuperados com o crescimento econômico.
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Geografia
Síntese das quatro fases da Revolução Industrial.
Adaptado de: https://engeteles.com.br/industria-4-0/.
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Geografia
Exercícios
1. Diversos estudiosos têm atribuído o atual estágio de consolidação do espaço mundial
economicamente globalizado aos avanços científicos e tecnológicos. A integração efetiva entre
ciência, tecnologia e produção teve início em meados do século XX e, em um curto intervalo de tempo,
grande parte das descobertas cientificas foi transformada em inovações tecnológicas.
Essa fase produtiva, à qual o texto se refere, é denominada:
a) Globalização.
b) Segunda Revolução Industrial.
c) Taylorismo.
d) Primeira Revolução Industrial.
e) Terceira Revolução Industrial.
2. A chamada Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica fez surgir novos processos
de produção e grandes mudanças nas relações de trabalho dentro das empresas capitalistas. A esse
respeito, marque a alternativa correta.
a) As novas tecnologias favoreceram a informatização do processo produtivo e a ampliação do
emprego de modo geral.
b) Surgiu o fordismo: conjunto de métodos para a produção em série, com os quais o operário produz
mais em menos tempo.
c) O sistema de trabalho repetitivo foi ampliado e a especialização do operário torna-se fundamental.
d) Um método mais ágil e flexível foi desenvolvido, adaptado ao mercado, que prioriza o controle de
qualidade, conhecido por just in time.
e) A habilidade do trabalhador está restrita a uma única tarefa, favorecendo o aumento da
produtividade, método conhecido como “taylorismo”.
3. Nas últimas décadas do século XX, a intensificação do uso de alta tecnologia induziu uma nova lógica
de localização industrial. Os atuais espaços industriais caracterizam-se pela capacidade
organizacional e tecnológica de distribuir o processo produtivo em diferentes localidades. A
espacialização do processo produtivo revela que
a) os atuais espaços industriais, espalhados pelo globo, utilizam muita força de trabalho qualificada
e poucos trabalhadores semiqualificados.
b) as novas indústrias foram instaladas considerando-se a abundância de mão de obra e a
proximidade do mercado consumidor.
c) as empresas instalaram unidades produtivas em alguns países de industrialização tardia,
incentivadas pela política de substituição de importações.
d) a criação de espaços industriais, nos países do Terceiro Mundo, foi promovida pelas políticas
estatais de incentivo ao consumo dos países centrais.
e) os novos espaços industriais organizam-se em torno de fluxos de informação que reúnem e
distribuem, ao mesmo tempo, as fases da produção.
4
Geografia
4. O mundo vem assistindo a uma revolução no setor produtivo que tem sido chamada de Terceira
Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica (Revolução Tecnológica). A plena inserção
brasileira nesse contexto enfrenta um sério obstáculo, que é
a) a grande extensão do território nacional, encarecendo a produção tecnológica.
b) o distanciamento geográfico do Brasil em relação aos principais centros tecnológicos.
c) a incompetência tecnológica nacional no setor agrário-exportador.
d) o exagerado crescimento brasileiro no setor da indústria de consumo.
e) a limitada capacitação técnico-científica da produção nacional.
5. A Terceira Revolução Industrial, que se iniciou desde a década de 1970, vem impulsionando alterações
no que se refere à espacialização de áreas fabris. No atual ciclo de inovações, configuram-se novas
regiões industriais que primam pela localização nas proximidades de
a) grandes aglomerações de força de trabalho.
b) áreas com recursos naturais abundantes.
c) amplos mercados consumidores.
d) universidades e institutos de pesquisa.
e) rodovias e estradas federais.
6. Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial (FEM), escreveu, em artigo publicado na
“Foreign Affairs”, que:
A 1a revolução industrial usou água e vapor para mecanizar a produção entre o meio do século XVIII e
o meio do século XIX.
A 2a revolução industrial usou a eletricidade para criar produção em massa a partir do meio do século
XIX.
A 3a revolução industrial usou os eletrônicos e a tecnologia da informação para automatizar a produção
na segunda metade do século XX.
Agora, no século XXI, a 4a revolução industrial é caracterizada pela fusão de tecnologias entre as
esferas física, digital e biológica. Disponível em: https://tinyurl.com/y72sm8v5> Acesso em: 17.09.2018. Adaptado.
De acordo com a tendência expressa no texto, a última revolução industrial citada pelo autor
caracteriza-se por
a) redes aéreas de comunicação e pela intensificação do uso do fordismo.
b) viagens interespaciais e pelo grande emprego de carvão mineral.
c) cabeamento telegráfico submarino e pela adoção do taylorismo.
d) computadores a válvula e pela utilização de linhas de produção.
e) internet móvel e pela inteligência artificial.
5
Geografia
7. A Terceira Revolução Industrial promoveu o aumento da produtividade e a aceleração dos fluxos de
mercadorias, capitais, informações e pessoas. Também conhecida como Revolução Técnico-Científica
ou Revolução Informacional, caracterizou-se:
a) Pelo protecionismo alfandegário, pelo aumento da capacidade de transformação da natureza e
pelo desenvolvimento dos motores à combustão.
b) Por centros industriais de alta tecnologia, pela internacionalização da economia e pela ampliação
do setor financeiro.
c) Pelo desenvolvimento em torno das bacias carboníferas, por monopólios em muitos setores da
economia e por centro de decisões em nível supranacional.
d) Por relações não comerciais de produção, pela intervenção estatal nas relações comerciais e pela
expansão dos mercados consumidores.
e) Pela expansão das rotas marítimas de comércio, pelo uso intensivo do petróleo como fonte de
energia e pela produção em massa padronizada.
8. No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a algum tipo de
racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade produtiva e de
renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do processo
de acumulação para um nível novo e superior.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).
A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a
a) associação sindical.
b) participação eleitoral.
c) migração internacional.
d) qualificação profissional.
e) regulamentação funcional.
9. “A Nissan inventa o automóvel à la carte”
“O sistema Answer, [...] é um sistema de informática de ponta que coordena a produção e a venda [...]
isso significa que a fábrica produz carros ‘já comprados’, e que a fabricação se aproxima de uma
produção segundo a demanda”.
La Courrier Internacional apud Becouche, 1995.
O texto sugere que
a) O modelo fordista trabalha sem estoques e com defeito zero.
b) O nosso modelo industrial está centrado nas indústrias petroquímicas e automobilísticas.
c) Entramos na terceira revolução industrial, centrada na produção flexível, modelo Just in time,
viabilizado pela ciência, a tecnologia e a informação.
d) A produção de carros nos países desenvolvidos se faz por encomendas.
e) A indústria automobilista japonesa baseada no just in time conquistou os mercados mundiais.
6
Geografia
10. A vigilância alienada é praticada pelas companhias de tecnologias dos Estados Unidos (Microsoft,
Google, Facebook, Amazon, Apple, entre outras), sem que a maioria de seus usuários saiba ou tenha
conhecimento. Para essas companhias, o fato de o usuário ou cliente assinar o termo de aceitação de
uso de um software tem sido considerado suficiente, como permissão consentida, para que essas
companhias possam utilizar informações sem autorização explicita ou formal.
(Hindenburgo Pires. "Indústrias globais de vigilância em massa”. In: Floriano J. G. Oliveira et ai (orgs.). Geografia urbana, 2014. Adaptado.)
As informações geradas pelos consumidores, quando espacializadas, permitem estabelecer padrões
que interessam, particularmente, às grandes empresas. A “vigilância alienada" abordada pelo excerto,
bem como o emprego do geomarketing, contribui para
a) alimentar bancos de dados que colaboram com a reprodução do capital.
b) orientar políticas públicas para diminuir a concentração desigual de renda.
c) coibir práticas abusivas na veiculação de propagandas enganosas.
d) fiscalizar as formas de uso de produtos que possam invalidar garantias.
e) estabelecer áreas prioritárias para a distribuição de bens de caráter humanitário.
7
Geografia
Gabarito
E A Terceira Revolução Industrial ou revolução tecnocientífica inicia o período conhecido como meio
técnico-científico-informacional cujas tecnologias voltadas à comunicação, informação, robótica, química
fina, microeletrônica, computação, dentre outras, imprimem maior dinamismo na logística e integração
mundial, condição essencial para que a globalização se configure.
D
Uma das características da Terceira Revolução Industrial foi a adoção do modelo toyotista de produção,
também chamado de sistema flexível, do qual algumas características estão destacadas na alternativa.
E
A localização das indústrias antes da Terceira Revolução Industrial priorizava a proximidade em relação
às fontes de energia e mercados consumidores. Após a revolução, a informação e a necessidade de uma
infraestrutura de comunicações passam a ocupar um papel importante.
E
A inserção do Brasil, assim como de muitos países emergentes e subdesenvolvidos, na Terceira
Revolução Industrial ocorre de maneira parcial, pois não são centros de produção de alta tecnologia como
os países centrais, que historicamente possuem capacitação técnico-científica (qualificação profissional
e importantes centros de pesquisas).
D
Com a Terceira Revolução Industrial e o avanço dos transportes e comunicações, as indústrias migraram
de áreas próximas aos mercados consumidores e fontes de energia para áreas com boa infraestrutura e
próximas a centros de pesquisas (tecnopolos).
E
Tema de debates no Fórum Econômico Mundial de Davos na Suíça nos últimos anos, a 4ª Revolução
Industrial já avança nos países desenvolvidos centrais como Estados Unidos, Japão e Alemanha, bem
como na principal potência emergente, a China. É caracterizada por avanços na fronteira da ciência com
destaque para as inovações tecnológicas nas áreas de nanotecnologia e biotecnologia. As aplicações
são múltiplas: informática, telecomunicações, química, física, medicina e engenharia.
B
Entre as características mais importantes da Terceira Revolução Industrial, a formação de tecnopolos, a
ampliação das relações e trocas econômicas e a evolução para o capitalismo financeiro destacam-se
como pontos fundamentais de sustentação.
D
A expansão da capacidade produtiva e a renovação das condições de acumulação citadas no texto,
sugerem maior tecnificação da produção o que demanda, por sua vez, maior qualificação para que haja a
inserção do profissional no mercado de trabalho.
8
Geografia
C O trecho citado na questão aponta para uma produção de acordo com a procura, ou seja, a demanda
definindo a oferta, o que é chamado de just in time, uma das características do modelo produtivo industrial
toyotista, que surge em um contexto de Terceira Revolução Industrial.
A As informações geradas permitem que a engenharia social trace o perfil dos usuários que, ao serem
repassados para as grandes empresas, formam o perfil dos consumidores. Essa característica da
produção nos dias atuais pode ser associada a Quarta Revolução Industrial.
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