ritmos de fronteiras

Post on 12-Jul-2016

234 Views

Category:

Documents

3 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

1

TRANSCRIPT

Ritmos de FronteirasMILONGA, CHAMAMÉ E GUARÂNIA

Milonga

Milonga ou molonga é um estilo de canto, música e dança tradicional de várias partes da América Latina e da Espanha. Deriva da habanera e da guajira cubana. É o ritmo nacional da Argentina, do Uruguai e do Rio Grande do Sul, evidenciando o intercâmbio cultural entre estes povos.

Também são chamados "milongas" os bailes onde se dança o tango e, por extensão, os locais onde esses bailes se realizam. Tradicionalmente, numa milonga baila-se o tango, a milonga e o vals cruzado, ou vals argentino (uma variante da valsa Vienense).

Milonga

Milonga também é um ritmo de dança onde se dança tango num estilo dolente e "malandro". A milonga no Rio Grande do Sul é dançada com a marcação de 2 e 1, duas marcações feitas com uma perna e a outra fazendo deslocamento com um passo para frente ou para trás.

História

A milonga originou-se de uma forma de canto e dança da Andaluzia, na Espanha, que, nos fins do século XIX, popularizou-se nos subúrbios de Montevidéu e Buenos Aires. Posteriormente, a milonga, como dança, foi absorvida pelo tango. Porém ela sobreviveu como gênero musical, cantada ao som do violão.

Sabe-se que contem elementos africanos na sua constituição rítmica e na origem do seu nome, já que em Kimbundo milonga significa “palavras” e se utilizam várias letras para a mesma melodia de Milonga.

Descende ainda do Choro, do Candomblé, da Chamarrita, do Tango e sobretudo da Habanera – motivo pelo qual era conhecida por Habanera dos pobres.

Canções famosas

Deixando o Pago – Vitor Ramil

Ramilonga – Vitor Ramil

Milonga das missões - Renato Borghetti

Milonga das Três Bandeiras - Luiz Marenco E Pepe Guerra

A Milonga E O Milongueiro – Flávio Hanssen

Milonga - Flávio Hanssen

Chamamé

Chamamé é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (nos estados do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul) e em outros países.

Em pesquisas etimológicas, não existe a palavra chamamé. O mais próximo que etimólogos chegaram a concluir é que chamamé vem do guarani e quer dizer improvisação.

É considerado um dos ritmos decorrentes da mistura entre a cultura guarani e europeia, ao lado da polca paraguaia e guarânia, guardando muitas semelhanças com o primeiro.

História

Em sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos criollos argentinos e até de imigrantes europeus.

A origem do estilo musical no entanto, é bastante controversa. Mario del Trancito Cocomarola, um dos primeiros chamamezeiros, dizia que o estilo musical que tocava não se chamava chamamé, mas sim polca correntina. Muitos historiadores argumentam que, na verdade, a origem do chamamé é paraguaia, constituindo-se de um novo ritmo oriundo das misturas entre guarânia e polca paraguaia, incluindo-se o bandoneon no estilo.

História

Verdade ou mentira, o andamento do chamamé é praticamente idêntico à polca paraguaia e a outros estilos fronteiriços, como o rasqueado sul-matogrossense, por exemplo.

O chamamé é bastante popular no Mato Grosso do Sul, sendo considerado um dos estilos musicais símbolo da cultura do estado, ao lado da polca paraguaia, guarânia e do rasqueado sul-matogrossense.

História

Entre as muitas versões para a sua popularização no estado, a qual foi muito grande após a década de 50, prevalece aquela de que o chamamé foi trazido pelos imigrantes correntinos e paraguaios, que vieram ao estado trabalhar nas fazendas durante o ciclo da erva mate e também na pecuária local, trazendo assim seus discos e LPs de chamamé.

A popularidade do estilo no Mato Grosso do Sul é evidenciada pela Lei Estadual 3.837, a qual instituiu o Dia do Chamamé em Mato Grosso do Sul , bem como pela lei estadual n.º 4.113/201, a qual instituiu Rio Brilhante a capital do chamamé no estado.

Características

O chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja o chamamé valsado. Na Argentina, o chamamé é cantado e tocado, acompanhado pelos sapucays (que, em guarani, significa "grito da alma") é o único a permitir a emissão de sapucays e também o único a utilizar acordeão de botão.

Tradicionalmente, os instrumentos utilizados pelos conjuntos chamamezeiros são dois violões e um bandoneón, podendo ser usado, no lugar deste último, um acordeão (também chamado sanfona), acordeon oito baixos ou acordeon de botão.

Artistas e Obras

Na Argentina, os principais chamamezeiros foram: Ernesto Montiel, Antônio Tarragó Roos, Tránsito Cocomarola e Paquito Aranda. Eles produziram alguns dos chamamés mais conhecidas no Brasil como:

Maria Vá;

Mercedita;

Kilômetro 11.

Estátua de Ernesto Montiel em Pasos de Los Libres

Artistas e Obras

No Rio Grande do Sul, o principal chamamezeiro é Luiz Carlos Borges. Algumas de suas obras são:

Na chama do Chamamé;

Tropa de Osso;

O Mouro e o Freio de Ouro;

Florêncio Guerra;

Romance de Tafona.

Guarânia

Guarânia é um gênero musical de origem

paraguaia, em andamento lento, geralmente em tom

menor. Foi criada em Assunção pelo músico José Asunción Flores, em 1925.

História

Em 1925, depois de experimentar diferentes arranjos para a canção paraguaia Maerãpa Reikuaase, Flores criou um novo gênero, que chamou de guarânia. O seu objetivo era expressar os sentimentos do povo paraguaio através da música. A primeira composição a receber esse rótulo foi Jejuí.

Flores fez uso de ritmos e melodias lentos e melancólicos para as canções. Em algumas delas, se deduz a natureza heróica do povo paraguaio.

Desde a sua criação, a guarânia tornou-se o mais importante fenômeno musical do Paraguai no século XX, através de temas como Índia, Ne rendápe aju, Panambi Vera, Paraguaýpe, Jejuí, Kerasy, Arribeño Resay, o que gerou imediata aceitação e afeto.

Introdução no Brasil

Acredita-se que a guarânia tenha sido introduzida no Brasil pelos próprios paraguaios, especialmente na divisa com o Mato Grosso do Sul, quando muitos vieram para o Brasil a trabalho, durante o ciclo da erva mate. Naquele estado, há traços predominantes na música folclórica que se enquadram perfeitamente à harmonia da guarânia.

A guarânia foi introduzida na música popular brasileira por meio do trabalho de pesquisa realizado por Raul Torres, Ariovaldo Pires, Mário Zan e Nhô Pai, em sucessivas viagens ao Paraguai.

Introdução no Brasil

Torres foi responsável por uma das guarânias de maior sucesso no Brasil, "Colcha de retalhos", gravada por Cascatinha e Inhana. A mesma dupla fez um sucesso enorme em 1951 com outra guarânia célebre, "Índia", de José Asunción Flores e Manuel Ortiz Guerrero, em versão de José Fortuna.

A partir da década de 1940 tornou-se um dos gêneros mais utilizados pelos compositores da música sertaneja como mais uma forma de fazer sucesso.

Milionário e José Rico também ajudaram a estabelecer o ritmo no Brasil. A maioria das canções da dupla são guarânias e huapangos, este último um ritmo também latino com influências indígenas.

Guarânias populares no Brasil

Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré

Judiaria - Lupicínio Rodrigues

Índia - Cascatinha & Inhana

Fio de cabelo - Chitãozinho & Xororó

Galopeira - Donizetti

Nuvem de lágrimas - Fafá de Belém (entre outros)

Cabecinha no ombro - Almir Sater (entre outros)

Águas passadas - Fafá de Belém e Zezé Di Camargo & Luciano

Músicos e compositores notórios

José Asunción Flores.

Agustín Barboza.

Demetrio Ortiz.

Eladio Martínez.

Emigdio Ayala Báez.

Florentín Giménez.

Herminio Giménez.

Maneco Galeano.

Mauricio Cardozo Ocampo.

Epifanio Méndez Fleitas.

top related