"tempos lÍquidos": novas perspectivas acerca do uso de tecnologias digitais na educaÇÃo
Post on 16-Apr-2017
111 Views
Preview:
TRANSCRIPT
“TEMPOS LÍQUIDOS”: NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
Joyce Fettermann joycejvieira@gmail.com
Elaine Teixeira elaine.ts@gmail.com
IntroduçãoA vida líquida, assim como a sociedade líquido-moderna, não mantém sua forma nem permanece da mesma maneira por muito tempo.
“As condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir” (BAUMAN, 2007, p. 7).
IntroduçãoNo ambiente líquido-moderno a educação e a aprendizagem devem ser contínuas e inconclusas, reformadas eternamente, pois a formação da personalidade é impensável de outra forma. O sujeito vive em constante transformação, em contínuo aprendizado (MOURA, 2009).
IntroduçãoO que significa aprender e ensinar nos dias atuais?
Como os alunos desta geração aprendem?
Qual seria a relevância de utilizar as tecnologias digitais para a aprendizagem?
Aprender
• Dicionário Michaelis: “tomar conhecimento de”.
Tomar conhecimento de um objeto “é agir sobre ele, modificá-lo, transformá-lo e compreender o processo dessa transformação, compreendendo o modo como o objeto foi construído” (MOURA, 2009, p.9873).
EnsinarExigências e desafios para o professor
•Capacitação e aperfeiçoamento de suas habilidades;
•Abrir portas para as novas tecnologias e abordagens em suas práticas.
•Mudança de postura frente às demandas atuais.
Aprender & Ensinar
Devido a essa onipresença nos ambientes digitais e ao grande volume de interação que têm com a tecnologia, os alunos de hoje pensam e processam as informações de maneira bem diferente das gerações anteriores (PRENSKY, 2001).
Como os alunos desta geração aprendem?
Os Nativos Digitais estão acostumados a receber informações muito rapidamente. Eles gostam de processar mais de uma coisa por vez e realizar múltiplas tarefas. [...]. Eles preferem acesso aleatório (como hipertexto). Eles trabalham melhor quando ligados a uma rede de contatos. Eles têm sucesso com gratificações instantâneas e recompensas frequentes. Eles preferem jogos a trabalho “sério” (PRENSKY, 2001, p. 3).
Entre os benefícios de aprender conectados...
[...] pode-se mencionar a possibilidade de ambientes colaborativos, plataformas colaborativas, onde a cooperação está presente, contemplando o trabalho coletivo a partir de exposição de ponto de vista, de debates, de reflexão, de resolução de problemas. Essa colaboração pode acontecer entre professores, entre alunos de uma mesma turma ou de outras turmas (GOMES et al., 2015, pp.12-13).
Qual seria a relevância de utilizar tecnologias digitais para a aprendizagem?
Habilidades adquiridas pelos estudantes deste século (HOLDEN E ROGERS, 2001):
a) Habilidade social;b) Habilidade de estudo ou de pensar;c) Habilidade de autoconscientização;
Qual seria a relevância de utilizar tecnologias digitais para a aprendizagem?
• Aprimoramento das habilidades através da prática de compartilhar informações e colaborar uns com os outros em redes de aprendizagem;
• Uma discussão iniciada em sala de aula continua a repercutir nos ambientes online, podendo até inverter seus espaços e modificar a maneira como alunos e professor se relacionam.
Objetivos
• Analisar algumas características identificadas nos atos de ensinar e aprender nos tempos contemporâneos, denominados pelo sociólogo Bauman (2007) como “tempos líquidos”;
• Refletir sobre a possibilidade de relacionar essas características à utilização de Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) na educação;
• Observar a comunicação em inglês de alunos no Facebook.
Metodologia• Metodologia qualitativa com:
• Revisão de literatura (PRENSKY, 2001, 2012; BAUMAN, 2007; MATAR, 2011;
MOUSQUER E ROULIM, 2014; LACORTE, 2015; GOMES et al, 2015; entre outros).
• Observação participante - Grupo criado no Facebook para a observação do
desenvolvimento da comunicação de alunos do nível básico (de um curso livre localizado no município de Itaperuna-RJ) em língua inglesa.
Resultados
1. A comunicação em língua inglesa aconteceu de forma natural no ambiente virtual, inclusive com erros e acertos;
2. O papel de facilitadora e mediadora das interações assumido pela professora foi importante, pois incentivou os alunos a continuarem se comunicando.
Resultados
3. Realizar tarefas no ambiente virtual permitiu tanto a ampliação do espaço da sala de aula, quanto a inversão do mesmo, pois foi possível levar a sala de aula física para a rede virtual (LACORTE, 2015).
4. O feedback através das correções de erros possibilitaram uma atenção individualizada, criando um ambiente de apoio ao ensino e ao aprendizado e ajudando a desenvolver a escrita dos alunos.
Considerações finais
• As novas configurações das relações humanas (do real para o virtual) têm atingido a educação, que passa por mudanças consideráveis, assumindo uma fase mais líquida, dinâmica, a cada geração;
Considerações finais• Professores e alunos assumem novos papéis;• O processo de ensino e aprendizagem se tornou mais interativo e colaborativo através do uso das redes virtuais;
• Os espaços e as dimensões da sala de aula estão se invertendo, o que traz diversas vantagens (observadas neste trabalho).
ReferênciasBAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. ___________. Tempos líquidos. Trad. Carlos Alberto Medeiros. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
___________. Vida Líquida. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
BELLONI, M. L. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. In: Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 78, Abril, 2002.
GOMES, A. S. et al. Cultura digital na escola: habilidades, experiências e novas práticas. Recife: Pipa comunicação, 2015.
HOLDEN, S.; ROGERS, M. O ensino da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Special Books Services Livraria, 2001.
LACORTE, Roberto Flores. Sala de aula invertida para uma aprendizagem invertida. Disponível em: <http://www.simposiohipertexto.com.br/2015/04/19/sala-de-aula-invertida-para-uma-aprendizagem-invertida/>. Acessado em: 02 jun. 2016.
MATTAR, J. Guia de educação a distância. São Paulo: Cengage Learning: Portal Educação, 2011.
MOURA, J. D. P. A formação do professor em “tempos líquidos modernos”. IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 2009.
PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. Tradução do artigo Digital natives, digital immigrants, cedida por Roberta de Moraes Jesus de Souza: professora, tradutora e mestranda em educação pela UCG. On the Horizon, NCB University Press, v. 9, n. 5, out. 2001.
_____________________ Aprendizagem baseada em jogos digitais. Tradução de Eric Yamagute; revisão técnica de Romero Tori e Deio Di Lascio. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.
VARGAS, C. P. EDUCAÇÃO LÍQUIDA? Relato de uma experiência com o método EAD numa leitura com Zygmunt Bauman. In: Instrumento – Revista de Estudo e Pesquisa em Educação. v. 13, n. 1, 2011.
top related