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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Open Innovation: Elementos para sua Prática nos Setores de Energia Solar e
Eólico
Edicleide da Silva Marinho
Natal - RN
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Open Innovation: Elementos para sua Prática nos Setores de Energia Solar e
Eólico
Dissertação de mestrado apresentada à
Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte para obtenção do título
de mestre em Engenharia de Produção.
Grande Área: Engenharias
Área: Engenharia de Produção
Orientador Prof. Dr. Mario Orestes
Aguirre González
Edicleide da Silva Marinho
Natal - RN
2017
Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof.ª Drª Ângela Maria Paiva Cruz
Diretor do Centro de Tecnologia
Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz
Coordenador da Pós Graduação em Engenharia de Produção
Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González
Orientação
Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González
AGRADECIMENTOS
Agradeço a deus, em primeiro lugar, pela vida, saúde, serenidade, calma, paciência,
otimismo e oportunidades a mim concedidas.
Aos meus pais, Eriberto Marinho e Maria Inês, por tudo que sou e por está presente em
todos os momentos da minha vida, aconselhando, apoiando e incentivando, sempre com
palavras sinceras.
Aos professores Carla Almeida Vivacqua, José Guilherme Da Silva Santa Rosa e Raoni
Barros Bagno pela contribuição à minha pesquisa e ao Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre
González, por mais essa oportunidade
A amiga Ana Cláudia Costa de Araújo por ter colaborado com seu conhecimento
durante o processo de construção, na parte do design, da figura final da pesquisa. Aos
amigos: Ana Cláudia Costa de Araújo, George André Souza Santiago, Marcela Silva
Cavalcanti Rosa, Rafael Monteiro, Raimundo Alberto Rego Junior e Vanessa Stephanie
de Azevedo Arruda por terem me acompanhado e apoiado durante toda essa etapa de
construção de conhecimento e pelos momentos de descontração.
RESUMO
O objetivo deste estudo é identificar os elementos da open innovation que devem ser
considerados na implantação no setor de energias renováveis eólica e solar. A pesquisa
foi realizada em quatro etapas e caracteriza-se como Qualitativa-quantitativa, com
procedimento de pesquisa tipo survey. A primeira contempla uma revisão bibliográfica
sistemática sobre open innovation e uma pesquisa exploratória no setor de estudo
(eólico e solar) com a finalidade de identificar princípios e práticas da inovação aberta
utilizadas no desenvolvimento de tecnologias do setor. A segunda é referente à survey,
na qual teve como objetivo identificar quais elementos eram relevantes para o processo
de inovação no setor. A terceira e a quarta foram, respectivamente, o tratamento dos
dados e análise e interpretação dos dados. Os resultados apresentam quatro fatores e 14
elementos que devem ser considerados na implantação da open innovation no setor em
estudo são eles: Fator 1 –Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da
OI, Características do Processo, Considerações Tecnológicas e Inteligência Coletiva e
Plataforma de Troca de Conhecimento; Fator 2 – Capacidade de Absorver
Conhecimento, Capacidade de Integrar Conhecimento no Processo de Inovação,
Programa de Capacitação; Fator 3 – Critérios para Selecionar Colaboradores, Criação de
um Time de Inovação, Indicadores para Medir Inovação; Fator 4 – Política de Apoio a
Inovação, Política de Inserção dos Elos da Cadeia no Processo de Inovação, Critérios
para Atrair Colaboradores, Parcerias.
Palavras-Chave: Inovação Aberta, Energia renovável, Desenvolvimento.
ABSTRACT
The objective of this study is to identify the elements of open innovation that should be
considered in the deployment of renewable energy in wind and solar. The research was
carried out in four stages and is characterized as Qualitative-quantitative, with research
procedure type survey. The first one contemplates a systematic literature review on
open innovation and an exploratory research in the field of study (wind and solar) in
order to identify principles and practices of open innovation used in the development of
technologies of the sector. The second one refers to the survey, in which the objective
was to identify which elements were relevant to the innovation process in the sector.
The third and fourth were, respectively, data processing and data analysis and
interpretation. The results present four factors and 14 elements that should be
considered in the implementation of open innovation in the sector under study are:
Factor 1 - Adoption of Practices, Tools or Methods for OI Management, Process
Characteristics, Technological Considerations and Collective Intelligence and
Knowledge Exchange Platform; Factor 2 - Capacity to Absorb Knowledge, Ability to
Integrate Knowledge into the Innovation Process, Training Program; Factor 3 - Criteria
for Selecting Employees, Creation of an Innovation Team, Indicators for Measuring
Innovation; Factor 4 - Policy for Innovation Support, Policy for the insertion of chain
links in the Innovation Process, Criteria for Attracting Employees, Partnerships
Keywords: Open Innovation, Renewable Energy, Development.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Capacidade Eólica Instalada no Mundo por Ano........................................12
Figura 2.1 - Etapas do Método de Pesquisa....................................................................19
Figura 3.1 - Processos: Outside-in (de fora para dentro), Inside-out (de dentro para fora)
e Couple (acoplado)........................................................................................................31
Figura 4.1 - Cadeia de Valores de Bens e Serviços........................................................53
Figura 5.1 - Fatores e seus Componentes.......................................................................75
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1 - Número de Respondentes por Gênero ......................................................65
Gráfico 5.2 - Características dos Respondentes quanto à Escolaridade.........................66
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 - Caracterização do Método de Pesquisa......................................................17
Quadro 3.1 - Definição de Inovação................................................................................23
Quadro 3.2 - Definição de Open Innovation...................................................................27
Quadro 3.3 - Definições de Outside-in............................................................................32
Quadro 3.4 - Definições de Inside-out.............................................................................32
Quadro 3.5- Definição de Couple....................................................................................32
Quadro 3.6 - Principais Características dos Processos....................................................33
Quadro 3.7 - Perspectiva Atual e Futura.........................................................................34
Quadro 3.8 - Processo Genérico para o Gerenciamento de Fontes Externas de
Informação para Inovação...............................................................................................39
Quadro 3.9 - Práticas de Inovação Referentes à Abordagem Open Innovation............ 41
Quadro 3.10 - Elementos de Estudo................................................................................42
Quadro 3.11- Indicadores para Examinar as Práticas de Inovação Aberta.....................47
Quadro 4.1 - Aplicações de Energia Solar... ..................................................................52
Quadro 4.1 - Tecnologia Solar com Suporte da Open Innovation..................................53
Quadro 4.2 - Tecnologia Eólica com Suporte da Open Innovation................................55
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Principais Fontes de Conhecimentos .......................................................... 42
Tabela 5.1 - Setor de Atuação dos Respondentes ........................................................... 73
Tabela 5.2 - Cargo dos Respondentes ............................................................................ 74
Tabela 5.3 - Resultado do Teste KMO ........................................................................... 75
Tabela 5.4 - Nível de Importâncias dos Elementos ........................................................ 75
Tabela 5.5 - Component Matrix ...................................................................................... 70
Tabela 5.6 - Matriz de Componentes Rotacionados ....................................................... 77
Sumário CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................... 14
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................... 14
1.2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 17
1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 17
1.4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 17
1.5. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................... 19
CAPÍTULO 2 - MÉTODO DE PESQUISA................................................................... 20
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................. 20
2.2. PROCEDIMENTO DA PESQUISA ................................................................... 21
2.2.1. DETALHAMENTO DO PROCEDIMENTO DA PESQUISA .................... 22
CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 27
3.1. INOVAÇÃO ........................................................................................................ 27
3.2. OPEN INNOVATION ......................................................................................... 30
3.3. PERSPECTIVAS PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS DA OPEN
INNOVATION ............................................................................................................. 37
3.4. OPEN INNOVATION COMO MODELO DE PRÁTICAS INTERATIVAS ..... 39
3.4.1. OPEN INNOVATION E AS FONTES DE CONHECIMENTO ................... 40
3.4.2. PRÁTICAS DE OPEN INNOVATION ......................................................... 43
3.4.3. ELEMENTOS CONSIDERADOS NA OPEN INNOVATION .................... 46
CAPÍTULO 4 - O SETOR EM ESTUDO ...................................................................... 55
4.1. ENERGIA EÓLICA ............................................................................................ 55
4.2. ENERGIA SOLAR .............................................................................................. 57
4.3. DESENVOLVIMENTO TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA COM O
SUPORTE DO OPEN INNOVATION ........................................................................ 60
4.3.1 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS SOLAR ............................................. 63
4.3.2. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EÓLICA........................................... 67
4.3.3. ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA ABORDADAS ..... 70
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 72
5.1. ANÁLISE CRÍTICA DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 72
5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES ................................................ 72
5.3. TESTES ESTATÍSTICOS ................................................................................... 74
5.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS ............................................ 75
5.4.1 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA ...................................................................... 75
5.4.2. ANÁLISE FATORIAL ................................................................................. 76
5.5. INFORMAÇÕES QUALITATIVAS LEVANTADAS NA PESQUISA DE
CAMPO ...................................................................................................................... 78
5.6. IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS E FATORES ....................................... 81
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
........................................................................................................................................ 84
6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 84
6.2. CONCLUSÕES ................................................................................................... 86
6.3 RECOMENDAÇÕES ........................................................................................... 87
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 88
APÊNDICE A - CONVITE ............................................................................................ 97
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO ................................................................................ 98
APÊNDICE C - MATRIZ DE AFINIDADE ............................................................... 101
APÊNDICE D - MATRIZ ANTIIMAGEM ................................................................. 103
APÊNDICE E - NOVOS ELEMENTOS ..................................................................... 105
14
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
A energia elétrica tornou-se um componente importante, ao longo dos séculos, para o
desenvolvimento humano, resultando na sua dependência para diversas atividades do
cotidiano das pessoas, empresas, indústrias ou organizações. Nas mais diversas “áreas”
da vida do homem, esse recurso se faz presente para o desenvolvimento de suas
atividades. De acordo com Çetin e Egrican (2011) a energia é vital, uma vez que é um
dos maiores inputs para a indústria e para a sociedade, ao passo que está presente em
todos os lares e atividades cotidianas, como, por exemplo, na preparação de alimentos,
iluminação, transporte, lazer, dentre outras.
Diante disso, a sua utilização tem sido de extrema importância para o desenvolvimento
da sociedade humana tanto no aspecto social quanto econômico. Consoante a
Pianezzola (2006) a evolução do mundo após a energia elétrica passou a ser
indispensável e estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de países e regiões.
Entretanto, o aumento populacional, o avanço tecnológico e a modernidade fizeram com
que o consumo de energia global aumentasse consideravelmente. Esse excesso de
demanda tem levantado hipóteses de esgotamento, no futuro, dos recursos não
renováveis até então utilizados como fontes geradoras de energia. De acordo com
Mekhilefa et al. (2011), o consumo de energia tornou-se uma preocupação fundamental
nas últimas décadas por causa do rápido aumento na demanda de energia. Isso tem
causado, principalmente nas últimas décadas, o levantamento de temores acerca do
esgotamento de reservas de petróleo e de outros recursos no futuro (SHARMA et al.
2012).
Segundo Parida et al. (2011), com os combustíveis fósseis na beira da exaustão, as
fontes renováveis estão destacando-se cada vez mais como potenciais recursos para a
geração de energia. Além disso, as questões ambientais de recursos energéticos
convencionais, tais como as alterações climáticas e o aquecimento global vêm
continuamente forçando-nos para fontes alternativas de energia (MEKHILEF et al.
2011).
15
Diante desse contexto, o desafio energético está se tornando cada vez mais importante e
requer o uso racional dos recursos e da gestão dos impactos ambientais decorrentes da
emissão de poluentes e do consumo de recursos não renováveis (KIM et al. 2014). Isso
reforça o interesse das organizações pela pesquisa e desenvolvimento de produtos e
tecnologias que atendam a essa demanda.
Uma forma de captação de energia é a solar que, de acordo com Mundo-Hernández et
al. (2014), é um recurso totalmente renovável e abundante, com rápido declínio de
custos de conversão podendo ser uma potencial opção popular para geração de energia
elétrica nos próximos anos. Além disso, essa fonte primária de energia mostra-se como
possível solução para atender a demanda energética devido a sua disponibilidade,
empregabilidade e sua forma não impactante ao meio ambiente. Outra forma é a
energia eólica, o qual tem crescido consideravelmente como mostra a Figura 1.1, nos
últimos anos. Esse progresso pode ser explicado tanto pela disponibilidade do recurso
vento, como pelo rápido desenvolvimento da alta tecnologia, em comparação com o
resto das energias renováveis (ESTEBAN et al. 2011).
Figura 3.1 - Capacidade Eólica Instalada no Mundo por Ano
Fonte: http://cerne.org.br/energia-eolica/
Entretanto, para que a utilização desses recursos resultem no seu maior aproveitamento,
é necessário o desenvolvimento de tecnologias e da sua cadeia produtiva que atendam a
essa demanda de forma eficiente. É nessa perspectiva que novos materiais e formas de
aplicações podem ser pesquisados com o objetivo de proporcionar uma maior eficiência
dos equipamentos a um preço mais acessível e para explanar o leque de opções de
aplicações desses recursos.
16
Para tanto, o desenvolvimento de projetos cooperativos entre empresas e instituições de
ciência e tecnologia (ICT), visando agregar valor aos produtos e ao desenvolvimento de
processos e produtos na cadeia produtiva do setor se faz necessário (Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos - CGEE, 2010). Além disso, o documento técnico desenvolvido
por esse mesmo centro de gestão retrata que a interação entre a indústria, universidades,
institutos federais, órgãos regulamentadores e sociedade, torna-se importante para
desenvolver mecanismos que promovam o desenvolvimento da cadeia produtiva, em
especial com projetos cooperativos (CGEE, 2010).
Nesse contexto, que se configura um ambiente que implica necessariamente em criar,
ou, pelo menos, adotar soluções tecnológicas inovadoras e/ou novos modelos
organizacionais, a open innovation mostra-se como uma abordagem para estimular a
inovação e o crescimento desse setor. A open innovation utiliza conhecimentos internos
e externos para acelerar o processo de inovação e expandir o mercado. Ela não engloba
só o envolvimento dos clientes, fornecedores e usuários, mas também, tem o objetivo de
explorar o conhecimento gerado pelos concorrentes, grupos de pesquisa, universidades e
de maneira geral das partes interessadas.
De acordo com Mortara e Minshall (2011), a adoção da abordagem open innovation,
em que organizações fazem uso de fontes internas e externas para direcionar seus
processos de inovação, é considerado por muitas empresas contemporâneas como um
caminho para aumentar a capacidade inovativa e promover desenvolvimento. Esses
mesmos autores enfatizam que mesmo sendo considerada por muitas empresas
contemporâneas uma forma de melhorar as capacidades de inovação e apesar do
crescente interesse nessa abordagem, existem ainda lacunas relacionadas ao
entendimento sobre sua adoção.
Nessa perspectiva Huizingh (2011) e Mortara e Minshall (2011) expõem as
dificuldades enfrentadas por empresas para gerir as práticas da open innovation. Esses
autores concluíram a necessidade de estudos relacionados em como o processo de
inovação aberto acontece nas empresas, a fim de identificar fatores ou determinantes
que auxiliem na construção de um modelo referência para melhor operacionalizar o
processo inovativo. De acordo com Huizingh (2011, p.7), "o que está faltando é um
17
livro de receitas coerente, uma estrutura integradora que ajuda os gestores a decidir
quando e como implantar as práticas de inovação aberta".
É nessa vertente que o estudo parte do seguinte problema de pesquisa: Quais os
elementos da open innovation devem ser considerados para sua implantação no
setor de energias eólico e solar?
1.2. OBJETIVO GERAL
Para responder o problema de pesquisa, o objetivo geral da dissertação é: Identificar os
elementos da open innovation para implantação no setor de energias renováveis solar e
eólica.
1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para alcançar o objetivo geral proposto foram necessários os seguintes objetivos
específicos:
Conhecer o estado da arte sobre o tema open innovation por meio de uma
revisão bibliográfica sistemática e pesquisa teórica tradicional;
Identificar os elementos presentes da abordagem open innovation na literatura;
Validar os elementos da open innovation mediante survey direcionada aos
envolvidos nas cadeias de energia eólica e solar;
Agrupar os elementos da open innovation e modelar seus relacionamentos.
1.4. JUSTIFICATIVA
O crescente consumo de eletricidade vem impulsionando pesquisas referentes à
temática, com a finalidade de mostrar que a utilização de energia limpa pode
proporcionar benefícios no tocante à economia e estabilidade energética mundial, além
de reduzir perdas ambientais irreversíveis. A busca por alternativas para o
aproveitamento energético, também vem sendo realizada, principalmente pelo fato de
que a demanda atual é suprida em sua grande parte por recursos que degradam o meio
ambiente e são passíveis de esgotamento.
18
É nesse contexto que a energia solar e eólica aparecem como um recurso alternativo, o
qual visa atender a demanda de energia elétrica. Contudo, para promover essa indústria,
é necessário considerar a questão a partir da perspectiva integratista. De acordo com
Chen et al. (2014), essa perspectiva é uma integração de uma variedade de partes,
incluindo pesquisadores acadêmicos, governos e fornecedores de equipamentos com um
objetivo de desenvolver o setor.
É nesse aspecto, que a open innovation surge como uma alternativa na qual permite que
a troca de informações e conhecimentos ultrapasse os limites organizacionais, podendo
ser uma abordagem aplicada com a finalidade de gerar soluções inovadoras que
minimize ou elimine os problemas presentes nas cadeias produtivas de energia eólica e
solar. A open innovation, tem em sua estrutura a valorização da parceria entre empresa,
cliente, fornecedores, universidades, instituições e outras fontes externas a fim de
entender o mercado e desenvolver tecnologias compatíveis e mais efetivas com as suas
necessidades.
Setores como o de alimentos, telecomunicação, de produtos eletrônicos, farmacêutica, e
de serviços já estão fazendo uso da abordagem open innovation para melhoria de seus
processos inovativos. Contudo, a literatura não fornece de forma clara, uma base
empírica das práticas de inovação aberta e uma análise detalhada dessas atividades.
Assim, pesquisar sobre a open innovation objetivando identificar elementos que
potencializem o desenvolvimento setorial faz-se necessário para direcionar a
organização na elaboração de estratégias e políticas para geri-la e, ao identificar esses
elementos, possibilitará a unidade adotante dessa abordagem implantar um ambiente
colaborativo, o qual irá promover a competitividade e a adequação e melhoria da cadeia
produtiva de forma que esses promovam uma cultura colaborativa e inovadora.
Conforme citado anteriormente e por ser tema relevante na atualidade à pesquisa se
justifica na perspectiva acadêmica, social e setorial. Na primeira o estudo irá contribuir
para o avanço no conhecimento da temática de estudo aplicada ao setor de energia solar
e eólica; para a segunda, a disponibilização das práticas o qual envolvem a abordagem
da open innovation, possibilitarão as organizações desenvolverem tecnologias
direcionadas a geração de energia limpa, trazendo condições favoráveis para as gerações
atuais e futuras; e na terceira perspectiva, o estudo proporcionará aos gestores um
19
instrumento facilitador para os setores obterem competitividade por meio de uma
rede de inovação colaborativa, além de ser beneficiada pela redução de custos.
1.5. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
A pesquisa está dividida em seis capítulos. O primeiro capítulo apresentou a introdução
sobre o tema estudado, a problemática da pesquisa, os objetivos deste estudo e a
justificativa.
O capitulo dois apresenta o método de pesquisa no qual é dividido em duas partes. A
primeira refere-se à caracterização da pesquisa. Já a segunda apresenta o detalhamento
das etapas que foram necessárias para o desenvolvimento da pesquisa, as quais incluiu a
revisão bibliográfica, identificação dos elementos, pesquisa de campo, tabulação de
dados, tratamento estatístico e análise de dados e resultados.
O terceiro capítulo aborda fundamentação teórica acerca de open innovation. São
mostradas as fontes de conhecimento, práticas e competências que fazem parte dessa
abordagem e os elementos pertencentes à abordagem Open Innovation.. No capítulo 4,
alguns produtos desenvolvidos, no setor de solar e eólico, a partir de práticas
colaborativas são apresentados.
O quinto capítulo refere-se aos resultados e discussão. Nele são apresentadas as
informações coletadas a partir da aplicação do instrumento de pesquisa, assim como a
análise dos resultados obtidos. O capítulo seis tece as considerações finais e as
potenciais propostas de pesquisas futuras a serem desenvolvidas na temática open
innovation direcionada ao setor de energias renováveis.
20
CAPÍTULO 2 - MÉTODO DE PESQUISA
Este capítulo descreve o método da pesquisa, para isso subdivide a sua explicação em:
caracterização do método de pesquisa e; procedimento adotado no desenvolvimento da
pesquisa.
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa científica consiste em um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer tratamento científico para conhecer a realidade e descobrir novos
fatos, relações ou leis (GONZÁLEZ, 2010). Neste trabalho, o método de pesquisa é
dividido em dois tópicos: 1) caracterização do método de pesquisa tendo como
referência a bibliografia sobre metodologia de pesquisa e 2) o procedimento seguido na
realização da pesquisa. O Quadro 2.1 apresenta a caracterização do método de pesquisa
.
Critério Classificação\Tipo Escolha
Quanto ao gênero da pesquisa
(DEMO, 2000)
Teórica x
Metodológica
Empírica x
Prática
Quanto ao objetivo da pesquisa
(YIN, 2001)
Exploratória x
Descritiva x
Explicativa
Quanto ao tipo de argumentação
lógica (MARCONI;LAKATOS,
2003)
Indutivo x
Dedutivo x
Hipotético-Dedutivo
Dialético
Quanto à abordagem de pesquisa
(YIN, 2001)
Quantitativo
Qualitativo
Quantitativo-Qualitativo x
Quanto ao método do
procedimento de pesquisa (YIN,
2001)
Survey x
Simulação
Pesquisa-Ação
Estudo de Caso Único
Estudo de Casos
Quadro 2.2 - Caracterização do Método de Pesquisa
Fonte: González (2010)
No que diz respeito ao gênero, a pesquisa realizada pode ser caracterizada como teórica
e empírica (DEMO, 2000). Quanto ao tipo de argumentação lógica, foi caracterizado
como indutivo e dedutivo (MARCONI;LAKATOS, 2003). Quanto ao seu objetivo
como exploratória e descritiva (YIN, 2001), quanto à abordagem científica como quali-
quantitativa (CRESWELL, 2010), e como survey quanto ao procedimento técnico
utilizado (YIN, 2001).
21
2.2. PROCEDIMENTO DA PESQUISA
No procedimento da pesquisa são descritas as etapas que possibilitaram o
desenvolvimento do estudo. Na Figura 2.2 são apresentadas as fases que foram seguidas
para realizar o estudo.
Para a elaboração desta pesquisa, foram utilizadas quatro etapas. A primeira consistiu
em uma Revisão Bibliográfica Sistemática (RBS), no qual foram obtidos os principais
conteúdos do tema open innovation. A RBS é definida como sendo uma abordagem de
pesquisa confiável, uma vez que abrange e apresenta explicitamente os meios utilizados
e os resultados obtidos (MEKHILEF et al. 2011). Além disso, Webster e Watson (2002)
afirmam que a revisão bibliográfica sistemática objetiva gerar conhecimentos
estruturados acerca de um tema de pesquisa. Já a revisão bibliográfica tradicional
quando comparada à Revisão Bibliográfica Sistemática, segundo Cordeiro et al. (2007),
não exige um protocolo rígido para sua confecção.
Em seguida foi realizada uma pesquisa exploratória para identificar as inovações que
estavam sendo desenvolvidas nos setores objeto de estudo e verificar se no processo
existia o uso de práticas colaborativas. De acordo com Forza (2002, p.155) a pesquisa
exploratória é definida como:
Pesquisa que ocorre durante os estágios iniciais da investigação sobre um
fenômeno, quando o objetivo é obter uma visão preliminar sobre um tema, e
fornece a base para uma pesquisa mais aprofundada. Geralmente não há
modelo, e os conceitos de interesse precisam ser melhor compreendidos e
medidos.
Posteriormente, foram identificados os elementos que fazem parte da abordagem Open
Innovation. A segunda etapa refere-se à pesquisa de campo no qual foram definidos o
universo e amostra da pesquisa; o instrumento de coleta de dados e o processo de coleta
desses dados. Por fim dessa etapa, realizou-se a aplicação do questionário. No terceiro
momento, fez-se o registro, organização, tratamento estatístico. Por fim, realizou-se a
análise e interpretação dos dados coletados, considerações finais e propostas de
pesquisas.
22
Figura 4.2 - Etapas do Método de Pesquisa
2.2.1. DETALHAMENTO DO PROCEDIMENTO DA PESQUISA
Para alcançar os objetivos da pesquisa foram desenvolvidas etapas e subetapas. A
primeira etapa corresponde à pesquisa bibliográfica na qual é subdividida em revisão
bibliográfica sistemática (quatro subetapas) e pesquisa exploratória (uma subetapa).
Etapa 1 - A primeira refere-se à seleção das palavras-chaves, sua composição para a
busca: "open innovation" + "practice" e "open innovation" + "tool" e escolha da base de
dados. Com essas palavras-chave se inseriu na base de dados scopus. O período
estabelecido para coleta de publicações foi de 2003 a 2015. O período inicial definido
foi escolhido pelo fato de que o termo surgiu nesse ano. Como resultado, obteve-se um
total de 119 artigos.
Na segunda subetapa, foi realizada uma análise preliminar dos 119 artigos por meio da
leitura do título e resumo. Em seguida foi feita a aplicação do primeiro filtro de
exclusão, no qual eliminou os documentos que não disponibilizam o material completo
e os que eram repetidos, reduzindo o montante para 107.
Na terceira subetapa, fez-se a leitura detalhada dos artigos coletados para verificar
dentro da temática open innovation as práticas e ferramentas que possibilitassem a
identificação de elementos chaves para a implantação dessa abordagem. Em seguida foi
aplicado o segundo filtro de exclusão no qual foram retirados textos que não atendiam a
esse critério e no qual a temática não era tratada como relevante ao estudo. Assim, 101
trabalhos foram considerados significativos para o estudo.
Na quarta subetapa fez-se a classificação dessas fontes quanto à sua estrutura e
conteúdo, na qual se criou uma planilha a fim de organizar os principais pontos
23
destacados nos artigos por assuntos afins. Além da RBS, onde se analisou artigos
científicos, também se conduziu leitura de dissertações e teses relacionadas ao tema de
open innovation.
A quinta subetapa buscou analisar a aplicação da abordagem de inovação aberta no
setor de estudo com o objetivo de identificar as tecnologias que estão surgindo nos
setores de estudo com o suporte da open innovation. Para isso, foi realizado um estudo
exploratório por meio de uma pesquisa em artigos, teses e noticias que tratassem de
inovações na indústria solar e eólica. A escolha desse método justifica-se em virtude da
necessidade de verificar as práticas de open innovation que podem ser determinantes
para compreender como funciona a inovação aberta no setor. Posteriormente, realizou
uma análise dos resultados obtidos relacionando com as práticas identificadas na
primeira etapa da pesquisa. Após a análise conjunta dos artigos da revisão bibliográfica
sistemática, foi elaborado um diagrama de afinidades (Apêndice C) com o objetivo de
identificar os elementos necessários dentro de uma abordagem open innovation tratados
por cada autor.
Etapa 2 - A segunda etapa refere-se à pesquisa de campo. Para tanto, com o objetivo de
responder o questionamento da pesquisa, definiu como público alvo: pesquisadores,
fornecedores, fabricantes, institutos de pesquisa, empresas de consultoria, associações e
concessionárias que atuam no setor solar e eólico em todo o território Brasileiro.
Em seguida, para a coleta de dados foi definido como instrumento de pesquisa o
questionário. Ele foi desenvolvido tomando como referência o resultado da revisão da
literatura realizada na Etapa 1. O questionário (Apêndice B) teve 20 perguntas divididas
em duas seções: a primeira é composta por quatro questões que caracterizam o perfil
dos respondentes e uma referente ao conhecimento da temática; a segunda seção é
composta por 14 perguntas fechadas de múltipla escolha e é baseada na escala de Likert
de cinco pontos, no qual o respondente assinala nota de 1 a 5 para cada questionamento
feito, e uma pergunta aberta que tem a finalidade de identificar outros elementos que
não estão inseridos no escopo de elementos encontrados na literatura e que podem ser
mais específicos para o setor. Para verificar a confiabilidade do questionário utilizou-se
o Alpha de Cronbach.
24
Além do questionário, foi enviada uma carta convite (Apêndice A) para os potenciais
colaboradores. A população considerada na pesquisa são participantes dos setores de
energia eólica e solar do Brasil.
Para a pesquisa, a determinação da amostra seguiu o cálculo da amostra mínima, no
qual segundo Hair et al. (2005, p. 98), "o mínima é ter pelo menos cinco vezes mais
observações do que o número de variáveis a serem analisadas". Assim, como foram
obtidas 14 variáveis obtidas da revisão da literatura para análise, isso representou uma
amostra mínima de 70 respondentes.
Após essas definições, buscaram-se em sites de institutos de pesquisas, associações e
centros de referências, potenciais colaboradores para o estudo. Os contatos foram
registrados em uma planilha para que posteriormente fosse enviado o convite para
participar da pesquisa. Antes de ser distribuído para os respondentes, foi realizado um
teste piloto do questionário com cinco respondentes. Esses foram escolhidos de forma
aleatória, a partir do banco de dados registrados na planilha, e antes de ser enviado o
questionário foi enviado um convite para saber se os mesmos teriam disponibilidade de
fazer parte da pesquisa. Em seguida, era enviado o questionário. Após a análise das
respostas manteve-se as 14 variáveis.
Em seguida, enviou o convite aos colaboradores por email e aqueles que se
disponibilizavam a participar , era enviado o questionário da pesquisa. Realizaram-se
três rodadas para coletar do questionário. Na primeira, foi recebido um total de 40
questionários. Na segunda rodada, foi enviado novamente o convite para aqueles que
não haviam respondido e obteve-se um total de 43 questionários. Na terceira, enviou-se
mais uma vez o convite e foram recebidos 19 questionários, totalizando 102
questionários.
Etapa 3 - A etapa três corresponde à tabulação dos dados, tratamento estatístico e
análise e interpretação dos dados. Após a aplicação do questionário, as informações
foram registradas, agrupadas e organizadas em uma planilha eletrônica. Para o
procedimento estatístico foi utilizado o software SPSS para windows, no qual foi
realizada a análise fatorial com o objetivo de identificar os agrupamentos das variáveis
em termos de dimensões mais gerais.
25
A análise fatorial "aborda o problema de analisar a estrutura das inter-relações
(correlação) entre um grande número de variáveis, definindo um conjunto de dimensões
latentes comuns chamadas de fatores (HAIR et al. 2005, p. 91)". Segundo Corrar et al.
(2011) a análise fatorial tem como objetivo descrever um quantidade de variáveis
originais por meio de dimensões ou fatores. De acordo com esses mesmos autores, o
método estatístico permite simplificar estruturas complexas de relacionamento
possibilitando assim, um melhor entendimento da estrutura de dados.
No tocante ao procedimento estatístico, inicialmente inseriu os dados no software SPSS
e a escolha dos componentes necessários para a realização dos cálculos. Assim, foi
realizado calculo de estatística descritiva (frequência) a fim de identificar o nível de
importância para os respondentes. Em seguida calculou-se o Kaiser Meyer Olkin
(KMO) o qual "permite avaliar se os dados originais viabilizam a utilização da análise
fatorial de forma satisfatória (CORRAR, 2011. p.100)". De acordo com Hair et al.
(2005), valores acima de 0,50 para a matriz toda ou para uma variável individual
indicam tal adequação. O resultado obtido do estudo obtido para o KMO foi de 0,828.
Além disso, para que seja possível a aplicação da Análise fatorial é importante que o
valor de sig. (teste de significância) não ultrapasse 0,05 (CORRAR, 2011. p.102). O
valor obtido do teste de significância para o estudo foi de 0,000 indicando a
possibilidade de aplicação da análise fatorial.
Também foi gerada a matriz antiimagem (Apêndice D) de correlação com o objetivo de
verificar se alguma variável deveria ser retirada. A diagonal principal da tabela
apresenta o MSA (medida de adequação da amostra), na qual os valores inferiores a
0,50 são considerados muito pequenos para análise e nesses casos indicam variáveis
que podem ser retiradas da análise (CORRAR, 2011. p.102). Na matriz antiimagem de
correlação gerada constatou-se que não era necessário retirar nenhuma variável, pois os
valores são superiores a 0,50. Após, por meio da tabela component Matrix foi possível
identificar a quantidade de fatores que agrupam as variáveis determinantes da inovação
aberta.
26
Etapa 4 - A quarta etapa contemplou a interpretação dos dados quantitativos, utilizando
o resultado da análise fatorial, assim como a modelagem de relacionamento entre os
elementos e fatores.
27
CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo faz uma revisão bibliográfica acerca da temática estudada, sendo
estruturado em quatro tópicos: o primeiro fala sobre inovação; o segundo e o terceiro
abordam, respectivamente uma visão geral do tema open innovation e as perspectivas
passadas, presentes e futuras do tema; o quarto tópico trata das fontes de conhecimento,
práticas, elementos considerados da abordagem de estudo e algumas tecnologias
desenvolvidas a partir de práticas open innovation.
3.1. INOVAÇÃO
As mudanças tecnológicas, a crescente exigência dos clientes por produtos com maior
qualidade e a redução do ciclo de vida dos produtos são alguns fatores que induzem o
mercado a uma nova dinâmica. Isso provoca nas empresas a busca por novas
estratégias, no qual está incluída a inovação, um fator essencial considerado estratégico
para aquisição de vantagem competitiva e promoção do crescimento organizacional.
Tomala e Sénéchal (2004) elencam algumas vantagens proporcionadas pela inovação:
Possibilita conhecer novas necessidades dos consumidores;
Oferece uma ampla gama de produtos e serviços;
Aumenta a qualidade e a fiabilidade dos produtos existentes;
Conquista novos mercados;
Reduz os danos ambientais;
Aumenta a flexibilidade de produção;
Reduz os custos;
Melhora o desempenho dos vários produtos ligados a serviços.
A inovação significa mudança e de acordo com Schumpeter (1934), pode assumir a
forma de novos produtos, novos processos ou métodos de produção, novos mercados ou
até mesmo novas fontes de abastecimento. Na visão de Galanakis (2006), além da
inovação favorecer a criação de novos produtos, processos, conhecimentos ou serviços
a partir do conhecimento científico ou tecnológico novo ou existente, proporciona um
grau de novidade, quer para o desenvolvedor, o setor industrial, a nação ou o mundo e
tenha sucesso no mercado.
28
O conceito de inovação tem evoluído (Quadro 3.1) e atualmente sua definição não é
compreendida apenas como resultado de ações específicas individuais, mas como um
processo (HIDALGO e ALBORS, 2008).
Quadro 3.1 - Definição de Inovação
Autor Definição
Dosi, 1982 Um processo de resolução de problemas
Kline e
Rosenberg, 1986
Um processo interativo envolvendo os relacionamentos entre empresas com
diferentes atores
Patel e Pavitt,
1994 Um processo que envolve a troca de conhecimento codificado e tácito
Bruno et al.
(2011)
A inovação é o processo de transformar novas ideias em novos produtos ou novos
procedimentos que levem a ganhos de produtividade
Wallin e Von
Krogh, 2010
Um processo que abrange a criação e utilização do conhecimento para o
desenvolvimento e introdução de algo novo e útil
No tocante ao processo de inovação, vários autores propuseram uma variedade de fases
específicas, o que resulta em um número crescente de processos de inovação que
contam com o mundo exterior para criar oportunidades e, em seguida, escolher o melhor
dentre estas alternativas para um melhor desenvolvimento (TERWIESCH e XU, 2008).
Inauen e Schenker-Wicki (2011) apresentam o processo de inovação , em pesquisa e
desenvolvimento, proposto por Gassmann e Enkel (2004). A realização dessas etapas é
feita mediante três principais processos: o primeiro é chamado de fora para dentro
(outside-in) e inclui todas as atividades de fornecimento de tecnologia externa. O
segundo processo, chamado processo de dentro para fora (inside-out), refere-se à
transferência de tecnologias exteriores. O terceiro, chamado de acoplamento (coupled),
combina os dois processos anteriormente citados e utiliza parceria como prática para a
realização das atividades presentes no processo.
Ades et al. (2013) mostra um modelo proposto por Mortara et al. (2009) no qual é
integrado uma terceira etapa (comercialização) as anteriormente citadas. É representado
por linhas tracejadas, indicando que os limites são permeáveis. Além disso, o modelo
mostra os processos outside-in e inside-in, relacionados com a transferência de
conhecimentos e resultados da pesquisa e desenvolvimento para a comercialização
externa.
Jacobfeuerborn (2014) mostra em seu estudo um modelo proposto por Greenhalgh et
al (2010), que integra uma quarta etapa na geração de inovação, a difusão. A pesquisa e
desenvolvimento é composta por três subetapas que envolvem a pesquisa básica,
29
pesquisa aplicada e agrupamento de informações e testes. A terceira etapa é denominada
de investimento, é nela que acontece a inovação, pois o produto ou novo processo serão
passiveis de comercialização. A fase de comercialização promove o início de uma
cadeia de eventos, amplamente caracterizada como de difusão (etapa 4). Nela estão
presentes a adoção ou decisão de venda, inserção no mercado e melhoria do produto ou
processo.
Bueno e Balestrin (2012) apresentam uma nova nomenclatura para as fases do processo
inovativo: Pesquisa (mapeamento dos cenários), Desenvolvimento (exploração do
conceito da ideia, desenho do conceito, desenvolvimento do protótipo) e
Comercialização (decisão de lançamento). É uma sintese do processo colaborativo da
construção do fiat mio, no qual a dinâmica de inovação foi composta por um amplo
processo de colaboração em rede. O desenvolvimento do produto contempla cinco fases
e tem como objetivo criar um carro por meio de um processo aberto, utilizando
coloboradores externos no processo de desenvolvimento do produto. O projeto tem a
participação de diversos fontes exernas de conhecimento, contudo, o colaborador chave
nesse projeto é o consumidor, que teve sua maior interatividade nas fases de geração de
ideias e lançamento do produto.
Mount e Martinez (2014) retomam as etapas citadas nos modelos anteriormente citados,
porém, inserido um processo de ideação antes da fase de pesquisa. O processo tem
como foco o uso da mídia social em todas as etapas do funil de inovação: ideação,
pesquisa e desenvolvimento e comercialização. Na fase da ideação, a mídia social é
usada para a geração de novas ideias e troca de informações entre os participantes. Na
fase de pesquisa e desenvolvimento, a ferramenta pode ser útil para gerar novos insights
e identificar tendências que auxiliem na melhoria dos processos internos de
desenvolvimento. Já na parte de comercialização, o uso das mídias sociais pode ser vista
como uma ferramenta que auxiliará a inserção do produto no mercado. A pesquisas de
opinião, páginas de votação, imagens, e tópicos de conversação são meios que
proporcionarão a empresa o feedback dos clientes acerca de melhoria dos produtos já
consolidados no mercado ou que serão lançados.
Mergel (2015) sugere cinco fases do processo de inovação aberta utilizadas no setor
público. A primeira é denominada de pré-fase, nela é definido o problema que irá ser
trabalhado. A segunda é composta pela geração de ideia, nessa está inserido
30
comercialização e distribuição de requisitos do "concurso". Na terceira, os participantes
votam nos projetos mais relevantes e colaboram com as ideias apresentadas. Na fase de
validação os projetos são selecionados e avaliados levando em consideração a
legalidade, viabilidade e sustentabilidade. A última fase refere-se à implementação, essa
é composta por três subetapas: refinamento, implementação e institucionalização.
Diante disso, observa-se que a inovação pode assumir um caráter complexo e dinâmico
apoiado na natureza incerta e não-convencional de indivíduos e organizações, o que
exige novas estratégias e decisões de gestores para a exploração de atividades
inovadoras as quais abranjam práticas e ferramentas que auxiliem no desenvolvimento e
gestão da inovação no ambiente organizacional para que a empresa adquira capacidade
de integrar, desenvolver e reconfigurar recursos internos e externos para responder
rapidamente às mudanças no mercado. Dessa forma, seu processo requer a integração de
diferentes áreas do conhecimento e uma metodologia que ajude a visualizar o melhor
modo de obter resultados positivos.
3.2. OPEN INNOVATION
Dado o contexto cada vez mais competitivo da economia contemporânea, assim como a
equivalência em termos de oferta nos mais diversos segmentos de mercado, Medeiros et
al. (2014) argumenta que a inovação pode suportar a diferenciação e gerar vantagem
competitiva sustentável para as organizações.
Como parte central do processo de inovação tem-se a busca de novas ideias com
potencial comercial (LAURSEN e SALTER, 2006). Em resposta a isso, as empresas
costumam investir uma quantidade considerável de tempo, dinheiro e outros recursos
na busca de novas oportunidades inovadoras. Tal investimento eleva a capacidade de
criar, usar, e recombinar conhecimentos novos e existentes.
A visão tradicional da empresa industrial tem fortes laços com o paradigma da inovação
fechada ou o modelo de integração vertical, no qual as atividades de pesquisa e
desenvolvimento de uma organização são consideradas processos estritamente internos
que devem ser guardados à influência externa (WESTERGREN e HOLMSTRÖM,
2012). Na visão clássica de inovação na indústria, as empresas usam sua mão de obra
qualificada, investem em pesquisa e desenvolvimento (criação de conhecimento
31
interno) e usam mecanismos de proteção à propriedade intelectual para se apropriar de
retornos de tais atividades e investimentos (WALLIN e KROGH, 2010).
De acordo com Van de Vrande et al. (2009), em muitas indústrias, os laboratórios
internos de pesquisa e desenvolvimento eram considerados ativos estratégicos e
representavam uma considerável barreira de entrada para potenciais concorrentes.
Contudo, o contexto industrial mudou nas últimas décadas. Gasmann e Enkel (2004)
argumentam que isso é decorrente dos curtos ciclos de vida dos produtos, aumento dos
custos de Pesquisa e Desenvolvimento e escassez de recursos. Essas mudanças levaram,
consequentemente, para a erosão do paradigma da inovação tradicional por meio de
quatro fatores: aumento da disponibilidade e mobilidade de trabalhadores qualificados,
a ascensão do mercado de capital de risco, no qual ajudava a financiar novas empresas e
seus esforços para comercializar novas ideias, as opções externas para gerações de
ideias e aumento da capacidade de fontes externas (CHESBROUGH, 2003). Isso fez
com que as empresas já não pudessem se dar ao luxo de inovar por conta própria, mas
precisassem buscar práticas de inovação alternativas (VAN DE VRANDE et al. 2009).
Diante disso, as empresas começam a tomar consciência de que nem todas as boas
ideias eram originadas no ambiente interno da organização, nem todas as inovações
criadas dentro da empresa podem ser comercializados com sucesso (CHESBROUGH e
CROWTHER, 2006) e que a inovação não precisa ocorrer no ambiente interno das
empresas (GASSMANN e ENKEL, 2004). Assim, durante a última década, um número
crescente de empresas começaram a envolver clientes, fornecedores e outras partes
interessadas em inovação de produtos e processos (WALLIN e VON KROGH, 2010).
Considerando esses fenômenos, o termo Open Innovation foi proposto por Chesbrough
(2003) e definido pelo autor como o uso de entrada e saída de conhecimento para
acelerar a inovação interna e expandir o mercado para uso externo de inovação. O
Quadro 3.2 apresenta definições de diferentes autores sobre a inovação aberta.
Quadro 3.2 - Definição de Open Innovation
Autor Definição
Chesbrough
(2003)
A Open Innovation é um processo de inovar com parceiros, ou seja, as empresas são
capazes de usar ideias, recursos e caminhos internos e externos para a comercialização.
Gassmann e
Enkel (2004)
A inovação aberta significa que a empresa precisa abrir as suas fronteiras sólidas para
permitir que o conhecimento valioso flua a partir do meio externo, a fim de criar
oportunidades para os processos de inovação baseado na cooperação com parceiros,
clientes e/ou fornecedores.
Chesbrough e Open Innovation inclui entrada e saída de atividades tecnológicas.
32
Autor Definição
Crowther
(2006)
Perkmann e
Walsh (2007)
A inovação aberta é uma resultante de redes interorganizacionais distribuídas, em vez
de partir de firmas individuais.
Wallin e Von
Krogh (2010)
Inovação aberta refere-se a empresas que trocam ideias, conhecimento e tecnologia
com outras pessoas externas, a fim de melhorar a eficiência, a eficácia e a gestão do
risco no processo de inovação.
Huizingh
(2011)
A inovação aberta é uma ferramenta prática, que exige novas estratégias e decisões de
gestores para a exploração de atividades inovadoras.
Colombo et al.
(2011)
A inovação aberta é a troca de conhecimentos e tecnologias com uma grande
população de organismos externos, como universidades, clientes, concorrentes,
empresas de outras indústrias, indivíduos, prestadores de serviços e fornecedores.
Westergren e
Holmström
(2012)
A inovação aberta é centrada no conceito de fluxos de conhecimento entre empresas e
indivíduos, e diferentes tipos de vínculos de rede fornecem uma variedade de maneiras
em que o conhecimento pode ser criado e comunicado.
Arnold e
Barth (2012)
A inovação aberta é um processo que combina competências externas e internas dentro
do processo de inovação, utilizando diferentes ferramentas.
Bellantuono et
al. (2013)
A inovação aberta é descrita como uma maneira de adicionar experiências e
competências tecnológicas que não estão disponíveis no ambiente organizacional
interno, para reduzir os custos de inovação e, ao mesmo tempo, compartilhar os riscos.
Martínez-
Torres (2013)
A inovação aberta é um paradigma emergente pelo qual as organizações fazem uso de
recursos internos e externos para realizar o seu processo de inovação.
Razak et al.
(2014)
A inovação aberta é um processo pelo qual as relações sociais em rede são
estabelecidas entre agentes da inovação que levam à práticas inovadoras e sucesso na
comercialização.
Em resumo, a inovação aberta pode ser considerada como uma abordagem que realiza
de forma sistemática a exploração de conhecimento por meio de cooperação\parceria,
redes interorganizacionais ou por diferentes ferramentas de relações sociais com o
objetivo de adicionar e combinar experiências e competências internas e externas para
melhorar o desempenho de uma área funcional, organização, setor ou região.
Entretanto, a noção de inovação aberta não é nova. Na década de 1980 alguns autores já
falavam sobre a forma como a abordagem para a inovação mudou a partir de um
modelo fechado para um modelo em que as empresas de todos os setores começaram a
contar cada vez mais com a aquisição de tecnologias externas para complementar seus
portfólios de tecnologia (PISANO, 1990; LANE e LUBATKIN, 1998).
De acordo com Christensen et al. (2005) a contribuição de Chesbrough (2003), além do
termo proposto, foi estudar de forma mais abrangente e sistemática os modos
corporativos internos de gestão desses processos orientados para gerar inovação a partir
de uma demanda externa.
Chesbrough (2003) propõe que as organizações em ambiente competitivo, como o de
hoje, devem ter uma abordagem de inovação aberta, combinando componentes internos
33
e externos de uma organização para desenvolver com sucesso as inovações e ganhar
vantagem competitiva. Assim, a inovação aberta proporciona benefícios como
(WALLIN e VON KROGH, 2010):
Ajuda as empresas a agilizarem o tempo de resposta ao mercado;
Acessa o conhecimento externo à empresa;
Reduz os custos da inovação;
Adapta produtos e serviços às necessidades dos clientes;
Utiliza de forma comercial o conhecimento ou tecnologia que de outra forma
teria sido desperdiçado;
Compartilha o risco no desenvolvimento de produtos e serviços.
A Open Innovation fornece uma ampla gama de vantagens para lidar com os desafios
contemplados, a fim de manter a competitividade neste ambiente em rápida mutação.
Portanto, métodos para explorar as tecnologias por meio de inovações e para aumentar o
leque de oportunidades de inovação podem ser integrados, resultando na vantagem
mais importante que é a possibilidade de aumentar a produtividade da pesquisa e
desenvolvimento (ILI et al. 2010).
O modelo de inovação aberto enfatiza a razão das empresas adquirirem recursos do
meio externo para o desenvolvimento de produtos e serviços, porém, existe uma lacuna
em como é feito esse processo de partilha de conhecimento entre as empresas. Hsieh e
Tidd (2012) argumentam que as empresas devem desenvolver rotinas para que o fluxo
de conhecimento flua entre as unidades empresariais de modo que isso possa contribuir
para desenvolvimento de novos serviços e produtos. Portanto, a gestão de diferentes
tipos e graus de relacionamento entre as empresas com empresas externas, a fim de criar
valor, irá envolver diferentes graus de abertura para fins de inovação (VAN DE
VRANDE et al. 2006).
Dessa forma, é importante entender e estudar os diferentes graus e tipos de abertura que
estarão presentes nas etapas do processo de inovação. Isso se faz relevante, pois a
abertura pode ser considerada uma força ou uma fraqueza potencial. Portanto, tem de
ser devidamente gerida de forma a maximizar o valor potencial e diminuir os riscos
potenciais (WESTERGREN e HOLMSTRÖM, 2012).
34
No tocante a sua implantação, é importante ressaltar alguns elementos chaves que fazem
parte desse processo. A open innovation não precisa apenas do apoio dos gestores,
mas também de uma mudança cultural em toda a empresa (MORTARA et al. 2010).
Com relação a isso, Mortara et al. (2010) apresenta quatro tipos de culturas
organizacional - role (burocracy), power (adhocracy), achievement (task) e support
(person) - no qual essas são caracterizadas de acordo com a estrutura organizacional
vigente. Além disso, esses mesmos autores falam que a cultura organizacional está
intrinsecamente relacionada com a motivação. Dessa forma é importante compreender
como as pessoas podem ser motivadas a adotar um modelo de Open innovation.
Além disso, devem-se levar em consideração características das empresas,
considerações de tecnologia e condições ambientais externas (GASSMANN e ENKEL,
2004; PERKMANN e WALSH, 2007). As características das empresas desempenham
um papel importante na determinação da adoção da Open Innovation. Para muitas
empresas, alterações na estrutura organizacional e processos existentes devem ocorrer, a
fim de facilitar a adoção dessa abordagem (DODGSON et al. 2006). Além de
características das empresas, o tipo de tecnologia utilizada pela empresa também
impacta na adoção de uma estratégia de Open Innovation (GIANIODIS et al. 2010) .
Um outro fator diz respeito às condições ambientais externas. Segundo Chesbrough e
Crowther (2006), as características da indústria, como a velocidade da indústria
(duração dos ciclos de vida dos produtos, frequência de mudanças na estrutura da
indústria e o desenvolvimento de novos mercados) e a alta ou baixa tecnologia são
prováveis antecedentes da decisão de adotar estratégias de Open Innovation.
Assim, desenvolver um ambiente e estratégias que proporcionem a colaboração entre
empresa, cliente, fornecedores, universidades, instituições e outras fontes externas a fim
de entender o mercado e desenvolver tecnologias compatíveis e mais efetivas com as
suas necessidades é essencial para facilitar introdução e implementação desse modelo.
Contudo, por ser um modelo que mudanças consideráveis no modelo global de negócios
e processos (PARIDA et al. 2009), a adoção do processo de inovação aberta agrega
alguns desafios que dificultam a transição de um modelo fechado para um modelo mais
aberto. Nessa perspectiva, Mortara et al. (2010) destaca em seu estudo algumas
dificuldades: o medo de perder; resistência para compartilhar as ideias; limitação
cultural que pode afetar não só a inovação aberta mas também qualquer forma de
35
inovação; o processo de mudança cultural é lenta; falta de reconhecimento das
contribuições "abertas" à inovação; aversão ao risco. Para superarem esses obstáculos
os autores apresentam três ações: transmitir uma imagem positiva, dando exemplos
práticos de empresas que obtiveram sucessos com a implantação da open innovation;
incentivar a abertura interna; fornecer as competências necessárias.
Em relação aos processos chave presentes, Gasmann e Enkel (2004) realizaram uma
pesquisa que analisava as atividades das empresas em quatro áreas relacionadas com o
processo de inovação o qual englobaram gestão da propriedade intelectual,
conhecimento externo, pesquisa e desenvolvimento descentralizado e inovação outside-
in. Como resultado da pesquisa os autores resumiram o processo de inovação em três
tipos: outside-in, inside-ou e couple. Além disso, os autores observaram que as
empresas escolhem um processo primário e integram elementos dos outros dois
processos, conforme mostra a Figura 3.1.
Figura 3.1 - Processos: Outside-in (de fora para dentro), Inside-out (de dentro para fora) e Couple
(acoplado)
Fonte: Enkel e Gasmann (2004)
Mediante as publicações analisadas, Gianiodis et al. (2010), Inauen e Schenker-Wicki
(2011), Ebersberger et al. (2012), Lee et al. (2012), Ades et al. (2013), Dąbrowska et al.
(2013), Wikhamn (2013), Wynarczyk (2013 ), Arcese et al. (2015) apresentam
conceitos que formalizam os processos que compõem o modelo teórico formulados por
Gassmann e Enkel. O Quadro 3.3, 3.4 e 3.5 mostra a definição desses três processos.
36
Quadro 3.3 - Definições de Outside-in
OUTSIDE-IN
Autor Definição Referência
Gassmann e
Enkel (2004)
Concentra na expansão de base de conhecimento da empresa através
da integração de recursos externos, como a indústria, as
universidades, fornecedores e clientes. No geral, os inovadores que
incidem sobre o processo, de fora para dentro, são aqueles que
integram essas fontes externas em seus processos de inovação para a
estratégia competitiva.
Arcese et al
(2015),
Wikhamn
(2013),
Dąbrowska
et al (2013),
Lee et al (2012),
Ebersberger
et al (2012),
Gianiodis et
al (2010)
Gassmann e
Enkel (2006)
Relativas à internalização do conhecimento e recursos relacionado
ideias e tecnologia, licença-in (licenciamento), aquisição de produtos
e co-branding (parceria entre duas ou mais marcas)
Ades et al
(2013)
Enkel et al.
(2009)
É baseado no pressuposto de que a empresa contribui para a sua
própria base de conhecimento através de ligações interfirmas com
fornecedores, clientes e / ou colaboração com outras instituições
externas (por exemplo, universidades).
Wynarczyk
(2013)
Quadro 3.4 - Definições de Inside-out
INSIDE-OUT
Autor Definição Referência
Gassmann e
Enkel (2004)
Centra-se na colocação de alguns dos ativos da empresa fora das suas
"paredes" organizacionais, transferindo suas ideias para o ambiente
externo.
Arcese et al
(2015),
Wikhamn
(2013),
Dąbrowska
et al (2013),
Lee et al (2012),
Ebersberger
et al (2012),
Gianiodis et
al (2010)
Gassmann e
Enkel (2006)
Está relacionada com a transferência de conhecimentos e resultados
da pesquisa e desenvolvimento para a comercialização externa.
Ades et al
(2013)
Enkel et al.
(2009)
Refere-se a gerar e acelerar os lucros transferindo ideias inovadoras
para o mercado, através, por exemplo, vender ou licenciar a
propriedade intelectual.
Wynarczyk
(2013)
Quadro 3.5- Definição de Couple
COUPLE
Autor Definição Referência
Gassmann e Enkel (2004) Centra-se na combinação dos
processos de fora para dentro e
de dentro para fora, trabalhando
com parceiros complementares
através de alianças, cooperação e
joint ventures.
Arcese et al (2015), Wikhamn
(2013), Dąbrowska et al (2013),
Lee et al (2012), Ebersberger et
al (2012), Gianiodis et al (2010)
Gassmann e Enkel (2006) Partilha de recursos entre os
parceiros.
Ades et al (2013)
Enkel et al. (2009) Combinação do "processo de Wynarczyk (2013)
37
fora para dentro" (a fonte de
conhecimento externo e
tecnologia) com o "processo de
dentro para fora" (trazendo
ideias inovadoras para o
mercado) e, ao fazê-lo,
desenvolver e comercializar a
inovação em conjunto.
Para cada arquétipo, Gassmann e Enkel (2004) identificaram as principais
características (Quadro 3.6) de empresas que usam esses processos como parte
estratégica da inovação aberta, assim como as práticas usadas, além de destacar a
importância dos processos básicos necessários (arquétipos) para seguir com sucesso
uma estratégia de inovação aberta de acordo com características e capacidades das
empresas.
Quadro 3.6 - Principais Características dos Processos
Processo Característica Prática
Outside-in
Indústria de baixa tecnologia;
Agem como agentes de
conhecimento e/ou criadores de
conhecimento;
Produtos altamente modulares;
Alta intensidade de conhecimento.
Integração do fornecedor;
Cliente no co-desenvolvimento;
Fornecimento e integração do
conhecimento externo;
Licenciamento e compra de patentes.
Inside-out
Empresa voltada para a pesquisa;
Objetivo de diminuir os custos
fixos de pesquisa e
desenvolvimento.
Levar ideias para o mercado;
Out-licensing e/ou venda de
propriedade intelectual;
Multiplicar tecnologia por meio de
diferentes aplicações.
Couple
Definição de normas;
Retornos crescentes;
Aliança com parceiros
complementares;
Produtos complementares;
Visão relacional da empresa.
Combinação dos processos Inside-out e
Outside-in;
Integrar o conhecimento e as
competências externas e externalização
dos próprios conhecimentos e
competências.
Fonte: Gassmann e Enkel (2004)
3.3. PERSPECTIVAS PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS DA OPEN
INNOVATION
Open Innovation é um fenômeno que tem se tornado cada vez mais importante no
contexto acadêmico e empresarial (FICHTER, 2009; PARIDA et al. 2009) e por esse
motivo estudos referentes a essa temática tem sido desenvolvidos a fim de entender e
identificar componentes essenciais para adotar e gerir esse modelo. Alguns estudos
teóricos apresentam tendências e direcionamentos para potenciais pesquisas futuras com
base na literatura sobre open innovation.
38
Elmquist et al. (2009) propuseram um modelo que pode auxiliar nas futuras pesquisas
sobre inovação aberta. Esse modelo é composto por duas dimensões: lócus do processo
de inovação e extensão da colaboração. Huizingh (2011) aborda a compreensão do
conceito de open innovation a partir das questões "o que" (o conteúdo de inovação
aberta), "quando" (a dependência de contexto) e "como" (o processo). De acordo com
esse autor a inovação aberta pode ser implementada de muitas maneiras diferentes, no
entanto é importante identificar e entender as características do ambiente interno e
externo que afetam o desempenho e o processo de inovação aberta tanto no que se
refere à inovação aberta, e as suas várias práticas. Gassmann et al (2010) apresentam
nove perspectivas necessárias para desenvolver uma teoria de inovação aberta e
algumas tendências referentes a essa abordagem. Uma síntese dessas propostas é
mostrada no Quadro 3.7.
Quadro 3.7 - Perspectiva Atual e Futura
Autor Perspectiva Atual
Perspectiva Futura Revisão da Literatura Survey
Elmquist
et al.
(2009)
Noção da Open
Innovation;
Modelo de Negócio;
Design da Organização e
limites da empresa;
Liderança e Cultura;
Ferramentas e
Tecnologias;
Propriedade Intelectual,
Patente e apropriação;
Dinâmica industrial e
Manufatura.
Open Innovation como
modelo de inovação;
Perspectiva de
contingência;
Implementando e
usando a Open
Innovation;
O papel da Gestão na
Open Innovation;
Pesquisa referente ao lado
humano (alterações cognitivas
na mentalidade do líder) e ao
lado organizacional
(adaptação das organizações
para permitir um eficiente
processo de inovação aberta)
da inovação aberta.
Gassmann
et al.
(2010)
Perspectiva espacial;
Perspectiva estrutural;
Perspectiva do usuário;
Perspectiva do
fornecedor;
Perspectiva de
alavancagem;
Perspectiva dos
processos;
Perspectiva ferramenta;
Perspectiva
institucional;
Perspectiva cultural;
-
Inserção da indústria: de
pioneiros a corrente principal;
Intensidade de Pesquisa e
Desenvolvimento: de alta
para baixa tecnologia;
Tamanho: de grandes
empresas às Pequenas e
Médias Empresas;
Processos: do stage gate ao
probe-and-learn;
Estrutura: de autônomo para
alianças;
Universidades: "de torres de
marfim para corretores de
conhecimento";
Processos: de amadores a
profissionais;
Conteúdo: de produtos para
serviços;
Propriedade intelectual: de
proteção a um bem
negociáveis.
Huizingh Conteúdo da Open - Estudos quantitativos que
39
(2011) Innovation
-Classificação da
Openess;
-Entrada (Inbound)
versus -Saída
(outbound) de inovação;
-Eficácia
Contexto da Open
Innovation
-Características de
contexto interno;
-Características de
contexto externo;
Processo de Inovação
Aberto
-Em direção a Open
Innovation ;
-Práticas de Open
Inoovation.
envolvem diversos setores e
países, que não só EUA e
Europa, para determinar a
frequência e importância de
várias práticas e fatores de
contexto;
Estudos que incluam medidas
de desempenho,
independentemente deles
envolverem estudos de caso
ou pesquisas;
Estudos para determinar o
desempenho nas fases iniciais
e finais da inovação aberta;
Estudos de casos podem
contrastar o alto e o baixo
desempenho adotado na
inovação aberta para aumentar
a compreensão de como e por
que a eficácia de certas
práticas é dependente do
contexto;
Estudos quantitativos baseada
em surveys, dados de patentes,
dados financeiros ou de
análise de conteúdo que
permita quantificar a
importância relativa das
práticas e dos fatores, para
construir a trajetória do
modelo incluindo mediadores
para entender os efeitos da
cadeia, e para estimar modelos
mais complexos, incluindo
moderadores para testar
formalmente dependências de
contexto.
De acordo com Mortara et al. (2010) questões relacionadas a como ganhar e medir
valor por meio de projetos de Open Innovation, como construir e gerenciar parcerias,
ganhar as habilidades e cultura apropriada e necessárias para a implementação de uma
abordagem aberta à inovação estão em grande parte sem solução. Alguns estudos de
caso têm mostrado que, geralmente, questões relacionadas com questões operacionais,
em especial, questões relativas à gestão da propriedade intelectual, gerenciamento de
expectativa e desenvolvimento de competências, são deixados sem solução
(MINSHALL e MORTARA, 2007).
3.4. OPEN INNOVATION COMO MODELO DE PRÁTICAS INTERATIVAS
Inovação aberta é um conceito amplo que envolve uma variedade de práticas
relacionadas com a inovação e processos nas empresas. Essas práticas envolvem a
40
obtenção de conhecimento por meio de licenciamento, venturing, compra externa de
conhecimento (SPITHOVEN et al. 2013) e terceirização de pesquisa e conhecimento
para adquirir conhecimento (VAN DE VRANDE et al. 2009). Em contrapartida, a
empresa pode desenvolver caminhos externos (patentes e spin-offs) para transformar a
tecnologia previamente desenvolvida internamente.
Contudo, a adoção dessas práticas não implica que as atividades de pesquisa e
desenvolvimento realizados internamente irão acabar. Essa nova perspectiva de gerar
inovação utiliza pesquisa e desenvolvimento para inventar novas oportunidades, tanto
por meio do conhecimento interno quanto externo (TSAI e LIAO, 2014), pode ser
considerada um meio complementar para as atividades organizacionais de inovação
existente. Assim, a geração de ideias direcionada a inovação pode ser desenvolvida no
ambiente interno ou externa a organização e com a parceria de atores externos.
Dentre esses atores, Cervantes e Meissner (2014) destacam alguns. Os clientes,
considerados uma das fontes mais relevantes e cada vez mais importante de ideias;
universidades e instituições de pesquisa públicas, uma fonte importante para as
empresas quando se trata de contratação de pessoal qualificado e obtenção de know-
how; Fornecedores, no qual estão ganhando importância como uma fonte para a
inovação, pois possuem capacidades especializadas em materiais e pesquisa e
desenvolvimento; e Start-ups, consultores e empresas de engenharia, porém são
considerados uma fonte menos importante para os inovadores e só são selecionados de
forma oportunista.
3.4.1. OPEN INNOVATION E AS FONTES DE CONHECIMENTO
Considerada por muitas empresas contemporâneas, como forma de melhorar as
capacidades de inovação (MORTARA e MINSHALL, 2011), o processo de gerar
inovação, a partir da abordagem open innovation, requer a participação de múltiplos
atores que trabalham em conjunto para inovar. De acordo com Inauen e Schenker-Wicki
(2011), uma mudança organizacional que surge com o desenvolvimento atual para a
inovação aberta é a capacidade de colaborar com múltiplas partes.
Na visão de Michelino et al. (2015), os limites das empresas estão de fato mudando. De
acordo com esses autores, na última década, colaborações interempresas para pesquisa e
desenvolvimento, alianças tecnológicas estratégicas, desenvolvimento conjunto com
41
universidades e grupos de pesquisa e redes de inovação foram incorporadas nas
estratégias empresariais, pois possibilitam o acesso a diferentes bases de conhecimento
e novos recursos.
Consoante a Gianiodis et al. (2010), as empresas têm adotado uma abordagem mais
aberta para a inovação e isso tem sido feito por meio de intercâmbio de conhecimentos,
recursos ou de capacidades com parceiros externos. É nesse contexto que as empresas
reconhecem a importância do uso de todos os tipos de fontes de informação - internos e
externos. Como consequência, as empresas elevam sua capacidade de inovar.
Para Grotnes (2009) com a ampla difusão das informações, todo o conhecimento
necessário para a criação de inovações não está mais presente dentro dos limites da
empresa. Eles precisam adquirir conhecimento de outras fontes. Assim, o estoque de
informação e conhecimento capturado além dos limites organizacionais são transferidos
para a empresa e torna-se uma ferramenta útil para criação de valor de produtos e
processos, proporcionando o crescimento da organização, a conquista de novos
mercados e contribuindo para o aumento do desempenho e dos lucros. Além disso, a
cooperação com fontes externas de tecnologia torna-se uma opção interessante, pois os
riscos de investimento podem ser compartilhados conjuntamente pelas empresas
(GOMES e KRUGLIANSKAS, 2009 ).
Dessa forma, a tendência é que as equipes de pesquisa e desenvolvimento trabalhem
integradamente e realizem ações colaborativas entre diversos agentes, tanto no sentido
vertical da cadeia quanto no sentido horizontal (entre empresas de um mesmo
segmento) (BUENO e BALESTRIN, 2012)
Portanto, observa-se a importância das fontes externas de conhecimento para gerar
inovação é bem estabelecida em diversas vertentes da literatura e identifica-las é um
dos mais importantes métodos de obtenção de novas ideias para o desenvolvimento ou
melhoria de produtos, processos ou serviços.
Diversos são os agentes externos que podem contribuir para o processo de inovação. De
acordo com TSAI e LIAO (2014) e BUENO e BALESTRIN (2012), os agentes
externos podem ser fornecedores, clientes, concorrentes, laboratórios de pesquisa e
universidades. Essas parcerias formam uma rede de colaboração que proporciona
42
benefícios mútuos. Em um estudo realizado por Lee et al. (2012), em pequenas e
médias empresas, listam os tipos de fontes de informação, a proporção que as empresas
já usaram e a avaliação quanto a sua importância. A pesquisa mostra que as
organizações estudadas reconhecem a importância desses atores, porém, poucos deles
usam as informações em seu processo de inovação.
Já Gomes e Kruglianskas (2009), a fim de estabelecer um quadro de referência para o
estudo, elabora uma lista contendo as principais fontes de informação tecnológicas
identificadas a partir de um conjunto de referências mencionadas na literatura, sendo
agrupados de acordo com o objetivo das práticas inovativas.
Diante desse contexto, foram identificados os principais atores externos que podem
contribuir na geração de ideias e consequentemente gerar inovação. A Tabela 3.1
apresenta as três principais fontes de conhecimento que foram encontradas na literatura
estudada. Com 60,2%, observa-se que os clientes são a fonte de conhecimento mais
presente nos textos estudados. Isso é decorrente da capacidade desses colaboradores
poderem identificar uma nova demanda, gerar ideias para um produto desejado e até
mesmo desenvolver um produto ou encontrar um fornecedor adequado (STOETZEL,
2015). Além disso, os clientes podem ter diferentes papéis no processo de inovação.
Eles podem estar ativos na geração de ideias, podem ajudar no desenvolvimento de
protótipos, testar lançamentos e até mesmo configurar produtos existentes e avaliar a
comercialidade de inovações (PAASI et al. 2014).
Tabela 3.1 - Principais Fontes de Conhecimentos
Principais Fontes de Conhecimento
Clientes Fornecedores Universidades
60, 2% 40, 82% 35,71%
Contudo, não basta apenas identificar quem irá participar do processo inovativo. É
necessário traçar estratégias adequadas que possibilitem a gestão eficaz do
conhecimento gerado que poderão contribuir para o sucesso e a competitividade
resultando na concretização de ideias em novos produtos ou processos.
Nesse sentido, Gomes e Kruglianskas (2009) realizam um estudo sobre a relação entre
as práticas para a gestão de fontes externas de informação e o desempenho inovador da
empresa. As conclusões do estudo sugerem muitas relações significativas entre o
43
desempenho inovador da empresa e tipo de fontes de informação tecnológica utilizada,
bem como com as modalidades de acesso a essas fontes externas.
Chatterji (1996) desenvolveu um modelo conceitual que define os principais elementos
que configuram o processo de gestão de fontes externas de informação para inovação,
como mostrado no Quadro 3.8.
Quadro 3.8 - Processo Genérico para o Gerenciamento de Fontes Externas de Informação para Inovação
Estágios
1 Definir as necessidades do negócio em relação a fontes externas de tecnologia
2 Organizar a infra-estrutura interna e os recursos necessários - estrutura, processos, informações e
pessoas para a gestão de oportunidades de inovação.
3 Identificar e coordenar oportunidades de inovação através de redes formais e informais, dentro da
empresa e externa-la;
4 Avaliar o mérito técnico e comercial das oportunidades identificadas para a tomada de decisões
sobre a compra de tecnologia ou não;
5 Negociar aspectos técnicos, comerciais e legais com a equipe e os parceiros. Integrando a
tecnologia adquirida e o resultado desejado nesta etapa do processo;
6 Observar as falhas e sucessos em cada fase e incorporando as lições em um processo de
aprendizagem e melhoria contínua.
Fonte: Adaptado de Chatterji (1996)
Assim, a capacidade de uma empresa para reconhecer o valor de novas informações a
partir do exterior, assimilá-la e aplicá-lo para fins comerciais, é fundamental para a sua
capacidade de inovar. Os benefícios do conhecimento não dependem apenas da
qualidade da fonte de tecnologia, mas, especialmente, sobre a capacidade da
organização para absorvê-la (GOMES e KRUGLIANSKAS, 2009).
3.4.2. PRÁTICAS DE OPEN INNOVATION
A inovação pode ser gerada com a complementaridade de habilidade de recursos e
capacidade de diferentes organizações. É por meio dessa relação colaborativa que o
acesso a uma grande quantidade de conhecimento para os processos de inovação, torna-
se viável (HUIZINGH, 2011), permitindo à empresa ter acesso a novas ideias do
ambiente externo (REED, STORRUD-BARNES e JESSUP, 2012) e capacitar a
organização a desenvolver modelos conjunto de Pesquisa e Desenvolvimento e novas
práticas de cocriação de valor (HUSTON e SAKKAB, 2006).
A colaboração, portanto, desempenha um papel fundamental no modelo de negócio
aberto, proposto por meio do uso de recursos mútuos que estão focados na criação e
entrega de valor (WEIBLEN, 2014).
44
Os modelos de inovação colaborativos são capazes de adicionar valor e possibilitam a
adaptação ao longo do tempo. É por meio dele, que as organizações conseguem obter
acesso a novas ideias, captar e transferir conhecimento e tecnologia entre os diversos
atores, para promover à inovação à medida que o ciclo de vida do produto reduz, há
intensificação da concorrência mundial e os custos de pesquisa e desenvolvimento
aumentam.
Dessa forma, para que esse processo aconteça é necessário incorporar ao processo
inovativo práticas, métodos ou ferramentas que possibilitem um bom desempenho das
atividades presentes nas diversas etapas do processo de inovação além de que, essas
ferramentas ou toolkits, vão auxiliar o usuário na construção de sua ideia, pois são
capazes de comunicar o conhecimento de diferentes partes interessadas.
As práticas de inovação aberta são todos os métodos que vão além da forma tradicional
de inovar e mostram um alto nível de integração e interação e isso inclui workshops de
inovação aberta, grupos de discussão, comunidades de inovação, competições de ideias
e toolkits (ARNOLD e BARTH, 2012), e isso permitem às empresas combinarem
ideias externas e internas, conhecimento e tecnologia, e usar caminhos internos e
externos para o mercado, por meio da colaboração com outras empresas e instituições a
nível local, nacional e internacional (WYNARCZYK, 2013).
De acordo com Bueno e Balestrin (2012), o conhecimento gerado pode fluir para fora
da organização por meio de licenciamentos, tecnologias e spin-offs, resultando em um
novo produto desenvolvido para o mercado atual da empresa, um novo produto para
um novo mercado ou ainda um produto para ser integrado ao portfólio de outra empresa
por meio do licenciamento de patentes.
A literatura apresenta alguns casos de adoção (Procter & Gamble, IBM, FiatMio)
referentes ao modelo de inovação aberta. Contudo, ainda são poucas as organizações
que têm uma estratégia orientada para a gestão destas fontes, sendo frequentemente
realizadas informalmente e em uma abordagem caso a caso (GOMES e
KRUGLIANSKAS, 2009) ou não fazem de uma forma estruturada e sistemática e nem
aplicam a todo o negócio.
É nessa perspectiva que estudos referentes a práticas colaborativas de inovação vêm
sendo abordada com a finalidade de identificar, analisar e compreender quais ações e
45
critérios podem ser usados como suporte para selecionar a prática de inovação a ser
implantada de acordo com o contexto de inovação. O Quadro 3.9 apresenta as práticas
de inovação aberta presentes nos textos estudados.
Quadro 3.9 - Práticas de Inovação Referentes à Abordagem Open Innovation
Práticas Descrição Ferramenta\Ação Colaborativa
Parceria com
Sistema Cientifico e
Tecnológico
Pesquisas realizadas nas universidades,
centros e instituições de pesquisa em
parceria com o agente solicitador
(PERKMANN e WALSH, 2007).
Parceria e serviços de pesquisa, transferência de
recurso humano, interação informal,
comercialização de direitos de propriedade e
publicações científicas.
Integração de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores,
outros) no Processo
de Inovação
Colaborador envolvido no processo de
inovação a fim de potencializar o
negócio (BRUNSWICKER e
VANHAVERBEKE, 2015).
Plataforma na web, Implantação de caixas de ideia,
concursos, workshops de inovação aberta, grupos de
discussão, competições de ideias, toolkits.
Outsourcing
Compra de serviços, de uma
determinada área, de outras
organizações, como universidades,
organizações de pesquisa públicas,
engenheiros comerciais ou
fornecedores (VAN DE VRANDE et
al, 2009).
Aquisição de produtos pré-fabricados / serviços
desenvolvidos por terceiros; aquisição de processos
criados por terceiros; terceirização de atividades de
pesquisa e desenvolvimento; aquisição de soluções
inovadoras desenvolvidas externamente, máquinas,
equipamentos e software; aquisição de
conhecimento externo por meio de licenças ou
outros tipos de contratos.
Venturing
É uma modalidade no qual uma
empresa utiliza sua tecnologia e
conhecimento atual para criar uma
nova organização (TSAI e LIAO,
2014; VAN DE VRANDE et al,
2009).
-
Comunidade de
Inovação
Rede em que qualquer pessoa pode
propor problemas e / ou oferecer
soluções (BELLANTUONO et al,
2013).
Plataforma na web, Colaboração virtual em
comunidades online, toolkits construídas para
usuários enviarem suas ideias, inclusão de
ferramenta para comentar e votar em projetos
diferentes, uso das mídias sociais no processo de
inovação.
Aquisição de
licenciamento de
Propriedade
Intelectual (inward
IP)
Compra ou uso de propriedade
intelectual de outras organizações para
beneficiar-se do conhecimento
externo. (VAN DE VRANDE et al,
2009)
Compra de patentes.
Comercialização de
licenciamento de
Propriedade
Intelectual
I(outward IP)
Venda ou oferta de licenças a outras
organizações (VAN DE VRANDE et
al, 2009).
Venda de patentes, direitos autorais e marcas.
Crowdfunding
Financiamento colaborativo
(ARCESE, 2015).
-
Envolvimento dos
Trabalhadores
Aproveita o conhecimento e iniciativa
dos funcionários (VAN DE VRANDE
et al, 2009).
Sistemas de sugestão, tais como caixas de ideia e
concursos internos.
Shopping de
Inovação
Lugar em que qualquer empresa pode
postar um problema e qualquer pessoa
pode propor soluções, sucessivamente
selecionados pela empresa
(BELLANTUONO et al, 2013).
-
46
Práticas Descrição Ferramenta\Ação Colaborativa
Círculo de Elite
Grupo selecionado de especialistas
escolhidos pela empresa para resolver
um problema específico
(BELLANTUONO et al, 2013).
-
Consórcio
É um grupo de organizações que
selecionam conjuntamente os
problemas e escolher soluções
(BELLANTUONO et al, 2013).
-
Diante dos estudos analisados observou-se que existe uma grande diversidade de
ferramentas de inovação aberta presentes na literatura, sendo a Integração de
Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores, outros) no Processo de Inovação, a
prática mais citada nos texto. Contudo, mesmo sendo apresentadas como meio de
transferir e absorver conhecimento e tecnologia para auxiliar no processo de inovação, é
importante ter uma visão clara do que são essas ferramentas, compreender suas
principais características e propósitos para melhor utiliza-las e entender o contexto de
inovação para definir a tática de inovação aberta mais adequada.
3.4.3. ELEMENTOS CONSIDERADOS NA OPEN INNOVATION
Como resultado da Revisão Bibliográfica Sistemática foi elaborado um diagrama de
afinidade (Apêndice C), no qual foram listados elementos necessários na implantação
dessa abordagem em uma organização (Quadro 3.10).
Quadro 3.10 - Elementos de Estudo
Elementos de Estudo Descrição
Política de apoio a Inovação A organização apresenta mecanismos adequados para
apoiar e incentivar a inovação
Política de inserção dos
departamentos no processo de
inovação
A organização possui mecanismos que possibilite o
envolvimento dos departamentos no desenvolvimento de
produtos e processos
Critérios para atrair
colaboradores
A organização apresenta estratégias que possibilitam atrair
colaboradores para participar do processo de inovação
Capacidade de Absorver
Conhecimento
A organização apresenta atividades que possibilitam a
identificação e aprendizagem de novos conhecimentos
para gerar produto, serviço ou oportunidades de mercado
Capacidade de Integrar
Conhecimento no processo de
Inovação
A organização tem mecanismos adequados que
possibilitem a aplicação do conhecimento no processo de
inovação
Criação de um time de inovação A organização tem uma equipe responsável pela gestão do
processo de inovação
Parceria com Empresas,
Universidades, Instituto de
Pesquisa, Clientes e
Fornecedores
A organização desenvolve parceria com empresas,
universidades, instituto de pesquisa, clientes e
fornecedores para a identificar e explorar novos conceitos,
desenvolver novos produtos e processos e acessar
diferentes bases de conhecimento e novos recursos
Indicadores para medir a
Inovação
A organização tem parâmetros que possibilitam a
avaliação do processo de inovação
47
Programa de Capacitação para a
Inovação Aberta
A organização proporciona a seus colaboradores
treinamento para o desenvolvimento de suas habilidades e
competências
Adoção de Práticas, Ferramentas
ou Métodos para Gestão da
Open Innovation
A organização possui mecanismos para gerir o processo de
inovação
Características de Processo Durante o processo de inovação a organização identifica as
práticas da inovação aberta e os potenciais colaboradores
Considerações Tecnológicas Durante o processo de inovação a organização identifica o
tipo de tecnologia a ser utilizada
Inteligência Coletiva e oferta de
uma Plataforma que pode ser
Estendido para Parceiros
Externos
A organização tem mecanismos que servem de interface
para a empresa com colaboradores para captar ideias e
partilhar conhecimento
Critérios para selecionar
colaboradores
A organização tem definido o processo para selecionar os
colaboradores que apoiem e participem do processo de
inovação
Política de apoio a Inovação
A implementação da Open Innovation exige o desenvolvimento de ações que
preencham todos os requisitos para a inovação aberta: a cultura da empresa, as
competências das pessoas envolvidas em atividades relacionadas com a OI e a sua
motivação para alcançar resultados por meio dessa abordagem (MORTARA et al,
2009). Isso faz com que o processo de inovação seja acompanhado por diversos
desafios, organizacionais ou gerenciais, sendo necessário incentivo e recursos da alta
direção para que o processo alcance os resultados esperados.
De acordo com Mortara et al. (2009) e Ades et al. (2013), a alta gestão dá o impulso
fundamental para estabelecer uma equipe de implementação de OI, e seu apoio é
fundamental para alcançar a sua implantação em toda a organização.
Esses mesmos autores argumentam que quando demonstrado compromisso e apoio, a
alta gestão torna-se a chave fundamental para influenciar a opinião daqueles os quais
tem dúvida em aceitar ou não a nova abordagem à inovação. Além disso, Brunswicker
e Ehrenmann (2013) também citam a criação de um modelo para a abertura e
colaboração na gestão da inovação (isto é, um forte compromisso da alta gestão) como
um fator importante na implantação de processo de inovação aberta. Dessa forma, os
líderes têm que promover a inovação e uma cultura empresarial em toda a organização
proporcionando total apoio a inovação.
48
Política de inserção dos departamentos no processo de inovação
Como um fator que auxilie na implantação da abordagem da inovação aberta Ades et al.
(2013) cita a integração entre os departamentos por meio de mecanismos que
possibilitem o envolvimento no desenvolvimento de produtos e processos. De acordo
com Mortara et al. (2009), um aspecto fundamental envolvido na implementação da OI
é a maneira em que a responsabilidade deste processo é atribuído a unidades
organizacionais da empresa que pode ser divulgada pelos departamentos e funções ou
centralizada em um grupo, departamento ou função.
Assim, esses autores consideram que dependendo da complexidade da empresa e da
natureza colaborativa das atividades realizadas nos vários departamentos, o processo de
uma estrutura centralizada pode ser o mecanismo mais adequado, a fim de integrar a
visão da OI dentro da empresa.
Critérios para atrair colaboradores
A inovação aberta trabalha com a participação de múltiplos atores em seu processo e,
portanto, precisa de estratégias que possibilitem atrair parceiros para colaborar no
processo inovativo. Diante disso, Hartman e Renold (2010), a partir de estudos de caso
destacam como critério ter algo novo, interessante e que proporcione vantagens e
benefícios para o colaborador.
Capacidade de Absorver Conhecimento
Cohen e Levinthal (1990) argumentam que a capacidade de uma empresa para
reconhecer o valor da informação nova, externa, assimilá-la e aplicá-lo para fins
comerciais é fundamental para a sua capacidade de inovação. Este tipo de capacidade é
percebido como crucial para as capacidades globais de inovação das empresas e,
consequentemente, a sua competitividade (Ooms et al. 2015).
Portanto, o conceito de capacidade de absorção é a chave para a compreensão da
inovação bem sucedida de entrada aberta, o qual é caracterizado pela dependência de
conhecimento externo (SPITHOVEN et al. 2013).
Capacidade de Integrar Conhecimento no Processo de Inovação
A inovação envolve a colaboração de pessoas e equipes com conhecimentos em vários
domínios e práticas. Assim, Wallin e Von Krogh (2010) argumentam que a inovação é
49
uma questão de identificar e integrar esses diferentes conhecimentos ao longo do
processo de inovação.
Para tanto os autores apresentam um modelos o qual mostra o processo de integração do
conhecimento para a abordagem de inovação aberta: definir as etapas do processo de
inovação, identificar os conhecimentos relevantes para a inovação, escolha um
mecanismo de integração adequado, criação de mecanismos para governança eficaz,
balanço de incentivos e controles.
Criação de um time de inovação
No contexto da inovação aberta, duas ou mais parceiros estão mutuamente envolvidos
em um esforço coordenado. Assim, a fim de criar novas ideias e transformá-las em uma
inovação, é importante a combinação de diferentes tipos de tecnologia, conceitos e
habilidades.
Diante disso e dada à importância dos projetos de inovação aberta para as organizações,
é fundamental definir as competências dos profissionais que atuam em equipes de
inovação aberta, a fim de permitir que as empresas prepararem seus profissionais para
as equipes de inovação aberta.
A equipe OI deve ser formado por indivíduos cujas experiências são diferentes, mas que
prendem um bom conhecimento sobre o negócio da empresa, e também sobre o
mercado em que operam (MORTARA et al. 2009). Pode-se notar que a equipe é em
grande parte responsável pela articulação e promoção de OI por meio de envolvimento,
treinamento e suporte para funções relacionadas, e pelo alinhamento entre a estratégia e
a visão da Open Innovation adotado (ADES et al. 2013)
É nesse contexto que Chatenier et al. (2010) analisam as competências necessárias para
trabalhar em equipes de inovação aberta e para lidar com os desafios que enfrentam. A
competência é visto como um conjunto específico de atributos, combinando
competência funcional (conhecimentos e habilidades) e competência comportamental
(metacognição e atitudes) (DELAMARE LE DEÍSTA E WINTERTON, 2005). Em
outras palavras, a competência é definida como o conjunto integrado de conhecimentos,
atitudes e habilidades de uma pessoa (MULDER, 2007). Um perfil de competências
pode ser descrito como a descrição dos elementos essenciais de competência
profissional necessárias para um desempenho eficaz Chatenier et al. (2010).
50
Chatenier et al. (2007) realizaram um estudo extenso na literatura sobre as atividade
que os profissionais têm que executar em equipes de inovação aberta, revelando três
tarefas principais: (1) gestão interorganizacional do processo de colaboração, (2)
gestão do processo global de inovação, e (3) a criação de novos conhecimento de forma
colaborativa.
Diante disso, observa-se a importância dos projetos de inovação aberta para as
organizações, sendo fundamental definir as competências requeridas dos profissionais
que atuam em equipes de inovação aberta, a fim de permitir que as empresas
prepararem seus profissionais para as equipes de inovação aberta (Chatenier et al.
2010).
Parcerias
O processo de inovação possibilita a integração entre os mais variados atores presentes
na cadeia produtiva de um setor. Dentre eles estão as universidades, clientes,
fornecedores e até mesmo empresas os quais podem auxiliar no processo de
desenvolvimento de um determinado produto. Em relação às universidades pode-se
dizer que elas estão cada vez mais desempenhando um papel importante na inovação.
A colaboração entre empresa e meio científica proporciona a organização o acesso a
diferentes bases de conhecimento e novos recursos (MICHELINO et al. 2015). Assim,
as universidades e instituições de pesquisa públicas são uma fonte importante para as
empresas quando se trata de contratação de pessoal qualificado e obtenção de know-how
(CERVANTES e MEISSNER, 2014).
Já com relação aos clientes e fornecedores, Gassmann (2006) afirma que a abertura do
processo de inovação para esses dois atores é importante para a inovação aberta. Essa
parceria possibilita reduzir os riscos de produtos por meio da concepção de produtos
que se encaixam em necessidades e / ou preferências do cliente (TSAI e LIAO, 2014).
Programa de Capacitação
Para a melhoria contínua dos processos e desenvolvimento do conhecimento dos
funcionários faz-se relevante a implantação de um programa de capacitação, pois irá
51
apoiar a abertura interna e o desenvolvimento de uma linguagem interna para OI.
(LAPOINTE e GUIMONT, 2015; MORTARA e MINSHALL, 2011).
Corroborando com esse autor, Ades et al. afirmam que esses programas de treinamento
possibilitam apoio e desenvolvimento de habilidades técnicas e introspectiva (análise de
negócios internos), habilidades "extrospectiva" (análise externa) e interativa (conexões
internas e externas).
Adoção de Práticas, Ferramentas ou métodos para gestão da Open Innovation
Uma vez que as áreas-chave que os gerentes precisam gerenciar em suas empresas são
conhecidas, a principal preocupação será a forma de apoiar essas áreas e como
desenvolvê-las (ALBORS e HERVAS-OLIVER, 2010). Nesse contexto, as práticas
organizacionais integrativas podem estar presentes em diferentes fases do processo de
inovação e se relacionar com diferentes estágios do fornecimento de conhecimento
externo.
Brunswicker e Vanhaverbeke (2015) argumentam que há quatro práticas
organizacionais internas para a inovação que ajudam a apoiar e permitir o conhecimento
externo e o alinhamento do conhecimento externo em níveis estratégicos e operacionais:
atividades de investimento de longo prazo, processos de estratégia de inovação,
processos de desenvolvimento de inovação e controle do projeto de inovação.
Indicadores para medir a Inovação
Para melhor gerir o processo inovativo as empresas precisam de um sistema de medição
que lhes permita dirigir todo o processo de inovação, desde a ideia até o produto
comercializável. Diante disso, Ebersberger et al. (2012) desenvolveu um estudo o qual
apresenta alguns indicadores (Quadro 3.11) para examinar as práticas de inovação
aberta.
Quadro 3.11- Indicadores para Examinar as Práticas de Inovação Aberta
Indicador Definição Largura Profundidade
Sourcing Este indicador capta as
práticas de abastecimento
das empresas. Ele inclui
tanto a dependência de
fontes externas para o
Descreve a heterogeneidade das
fontes de alimentação em
processo de desenvolvimento de
produtos e comercialização da
empresa, tais como a compra de
Descreve o quão
intensa é a contribuição
externa focando em um
alto nível de
envolvimento.
52
desenvolvimento de
produtos e processos e
compras de conhecimento
externo para atividades de
desenvolvimento in-house
R externo & D, máquinas e
aparelhos para a inovação e
outras preparações para o
processo de inovação e co-
desenvolvimento de inovações
de produtos ou inovações de
processo por atores externos.
Despesas de R & D
externo, para as
máquinas e para outras
preparações são
avaliados em relação
ao nível setorial
Search Estratégias de inovação
aberta e práticas
relacionadas com o
emprego para torna uma
empresa mais porosa afim
de absorver ideias
externas
Dá uma variedade de canais de
informação que são utilizados
em atividades de inovação da
empresa
Resume a intensidade
dos canais de
informação e sua
importância
Collaboration A colaboração é vista
como uma maneira de
acessar os ativos
complementares e
internalizar o
conhecimento obtido
Representa a dimensão de
colaboração no âmbito das
práticas de inovação aberta
na captura de uma variedade de
tipos de parceiros diferentes, tais
como clientes, fornecedores,
concorrentes, etc
Representa alta
intensidade da
colaboração com um
certo tipo de parceiro,
onde a alta intensidade
significa colaboração
com pelo menos um
parceiro doméstico e
um parceiro
internacional
Protection Proteção IP é uma prática
fundamental para garantir
retornos econômicos
positivos a partir do
processo insideout
Registro de IP pode ser usado
como uma ferramenta para
mercantilizar conhecimento
proprietário e, potencialmente,
facilitar uma maior interação.
-
Características de processo
Característica de processo é considerada como um dos principais fatores que
determinam a eficácia das práticas de inovação aberta (HUIZINGH, 2011). Fatores de
processo contêm decisões sobre como as práticas de inovação aberta e parceiros são
escolhidos (HUIZINGH, 2011).
53
Considerações Tecnológicas
Além das características da empresa, é importante levar em consideração o tipo de
tecnologia que será utilizada, pois ela impactará na adoção da estratégia de open
innovation (GIANIODIS et al. 2010).
Inteligência Coletiva e Oferta de uma Plataforma que pode ser Estendido para
Parceiros Externos
Em um mundo cada vez mais interligado por meio de tecnologias, novos desafios e
oportunidades surgem para gerenciar o processo de inovação. Uma delas é a expansão
das tecnologias da Web 2.0 que promove novos serviços sociais sob a forma de
plataformas as quais oferece uma gama de benefícios (FLORES et al. 2015): partilha de
informação, ferramentas de comunicação e colaboração entre os usuários. Essa sinergia
de conhecimento que emergem da colaboração de uma multidão (MOUNT e
MARTINEZ, 2015) refere-se à inteligência coletiva. Essa lógica é derivada do
pressuposto de que o acesso a uma variada gama de habilidades, capacidades e
conhecimento permite aos participantes misturar soluções díspares de maneiras
inovadoras (EBERSBERGER, et al. 2012; FLORES et al. 2015).
Além disso, as empresas que procuram ter contribuições de indivíduos terão de motivar
a apresentação de ideias, inovações ou projetos. Uma forma de motivar a participação
em uma plataforma de inovação aberta é por meio da oferta de recompensas extrínsecas,
tais como pagamentos em dinheiro em um concurso de inovação (SEIDEL e LAGNER,
2015), além de objetivarem a comunicação e interação (PILLER e WALCHER, 2006).
Essas plataformas podem ser regidas por um único jogador que convida outros atores
de participar na criação de valor e de troca, ou compartilhado por uma rede de atores
organizados (WIKHAMN, 2013).
Critérios para selecionar colaboradores
As atividades de cooperação no processo de inovação são consideradas um meio
eficiente para a organização por oportunidades de acesso a recursos humanos e
tecnológicos. Portanto, para obter o bom desempenho das atividades é importante um
processo para seleção de parceiros o qual devem ser implementada para encontrar
colaboradores adequados que podem apoiar os pontos fracos referentes às capacidades
tecnológicas (YOON e SONG, 2014). Hartman e Renold (2010) citam três critérios
54
importantes na busca por colaboradores: deve estar interessado, ter competências
adequadas e ser capaz de pagar por isso.
Já Ávila et al. (2012) identificaram cinco grandes critérios de seleção: qualidade,
financeiro, sinergias, custo e sistema de Produção e em cada critério foram identificados
cinco subcritérios. A definição desses fatores possibilitou os autores realizarem junto as
empresas de estudo uma pesquisa para compreender quais têm maior peso em suas
decisões para escolher os colaboradores. Como resultado, foi proposto um modelo de
referência para seleção o qual pode representar uma orientação/padrão para uma tomada
de decisão sobre o processo de seleção de parceiros.
Verma e Pullman (1998) estudaram o nível de importância da qualidade, desempenho
de entrega, custo e prazo de entrega e flexibilidade na seleção de parceiros. Já Chang et
al. (2006) apresenta uma abordagem de seleção de colaboradores, em seu estudo, no
qual cinco critérios são levados em consideração: pesquisa e desenvolvimento, custo,
qualidade serviço e resposta
Nesse capítulo foi considerada a revisão da literatura sobre a inovação aberta na qual
contemplou tópicos referentes às práticas e fontes de conhecimento. Foram identificadas
diversas práticas e potenciais fontes que podem fazer parte do processo inovativo.
Contudo, observou-se que mesmo o modelo de inovação aberta ser recente e a adoção
dessa abordagem pelas empresas seja viável como meio de estimular a inovação, ainda
precisa ser realizada melhorias no que tange a divulgação e sistematização do processo.
O capítulo seguinte apresenta o setor de estudo, além de casos de tecnologias
desenvolvidas com o auxilio da open innovation.
55
CAPÍTULO 4 - O SETOR EM ESTUDO
Este capítulo apresenta o setor de estudo casos de tecnologias desenvolvidas com o
auxilio da inovação aberta e é estruturada em três tópicos: o primeiro e o segundo fazem
uma introdução sobre a energia eólica e solar; o terceiro item subdivide em três tópicos
os quais os dois primeiros apresentam exemplos de produtos que foram desenvolvidos
com o auxilio da open innovation e o terceiro mostra uma análise desses casos. Por fim,
apresenta-se o instrumento de pesquisa de campo.
4.1. ENERGIA EÓLICA
Energia é o ingrediente principal para o desenvolvimento social e crescimento
econômico mundial, sendo que as energias renováveis, em particular, fornecem uma
variabilidade de opções favoráveis ao meio ambiente e à segurança energética dos
países, no momento em que as reservas mundiais de combustíveis fósseis estão se
esgotando (ELTAWIL et al. 2009) e a necessidade de energia elétrica aumentando
(COLAK et al. 2012).
De acordo com Colak et al. (2012) esse panorama, cada vez mais atual, conduz à
utilização das energias renováveis, em especial a energia eólica, aquela obtida através
da força dos ventos, devido a suas significantes vantagens em termos de custo de
instalação e operação. Prova disso é o indicador apresentado por Sawyer e Rave (2010)
referente à taxa de utilização de energia eólica, que obteve crescimento médio de anual
de 30%, passando de 6.1 GW de capacidade mundial acumulada em 1996 para 197.039
GW em 2010.
A energia eólica é a produção de energia elétrica a partir da energia cinética do vento.
Na última década, teve crescimento significativo no mundo principalmente na China,
Estados Unidos da América, Alemanha. Essa expansão em escala mundial da energia
eólica também atingiu o Brasil. Em 2006 o Brasil possuía menos de 1 GW de potência
instalada, já em 2016 passou de 10 GW (ABEEOLICA, 2016).
Manwell et al. (2002) e Ceiwep (2007) defendem que a geração de energia elétrica por
fonte eólica não produz gases tóxicos, não contribui diretamente para o aumento do
56
efeito estufa, não agride a camada de ozônio, não produz chuva ácida e não origina
produtos secundários nem resíduos contaminantes.
Atualmente, segundo dados mais recentes da ABEEOLICA (2017), o Brasil possui 432
parques instalados em todo o seu território, o que corresponde a uma capacidade de geração
de energia elétrica equivalente a 10,79 GW, representando 7,1% da matriz energética
brasileira.
Para a instalação desses parques diversos serviços fazem parte da cadeia produtiva
eólica, os quais podem ser classificados de acordo com a fase do projeto. De acordo
com a ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2014), os projetos de
parques eólicos seguem basicamente quatro grandes fases: desenvolvimento do projeto,
negociação, execução ou implantação, e operação e manutenção.
Já a cadeia de valor de bens e serviços compreende as seguintes atividades principais
(ABDI, 2014): fornecimento de materiais (para os aerogeradores), fornecimento de
componentes e subcomponentes, montagem do aerogerador (manufatura), fornecimento
de serviços (logística e operações), produção ou geração de energia, distribuidores de
energia (uso final) e pesquisa e desenvolvimento. A Figura 4.1 apresenta uma visão
esquemática dessa cadeia.
Figura 4.1 - Cadeia de Valores de Bens e Serviços
Fonte: ABDI, 2014
A respeito do que vem sendo discutido na academia no campo da energia eólica, sob a
perspectiva de aplicação ou discussão teórica, podemos verificar os seguintes trabalhos
nos seguintes segmentos: aerodinâmica, aeroacústica, conceitos de conversão de energia
eólica (WARD; JORBA, 2013; LUBITZ, 2014; SEDAGHAT, 2014), estruturas, cargas,
componentes mecânicos (SOYOZE e AUDIN, 2013; FISCHER et al. 2014; SAHA et
al. 2014), previsão do tempo, recursos eólicos, modelagem de turbulência e
57
anemometria (BEDARD et al,. 2013; LIU et al. 2014), conexão à rede e seus
componentes elétricos (LIN, 2013), usinas eólicas (BORHAN et al. 2013; HUANG et
al. 2014), sistemas eólicos ligados à rede (ANGELES et al. 2013; CHEN, 2014).
4.2. ENERGIA SOLAR
Segundo KIM et al. (2014), a energia solar pode ser considerada uma alternativa para
substituir as energias convencionais como, por exemplo, o carvão e o petróleo.
Chamada de "energia alternativa" para substituição de fontes de energia provenientes de
combustíveis fósseis, como petróleo e carvão (SOLANGI et al. 2011), a geração de
energia solar é essencial para um fornecimento de energia sustentável no futuro (AB
KADIR et al. 2010).
O potencial energético do sol alcança níveis satisfatórios para o seu aproveitamento e
isso faz com que esse recurso surja como uma fonte alternativa para a geração de
energia elétrica em meio aos agraves proporcionados pelas fontes convencionais de
geração de energia. Além de contribuir para a segurança do abastecimento de energia no
futuro (YUE e HUANG, 2011).
Muitos países foram forçados a mudar para fontes de energia amigas do ambiente e têm
escolhido a energia solar como fonte de energia alternativa, porque tem o impacto
negativo mínimo sobre o meio ambiente (SOLANGI et al. 2011). Quanto às aplicações,
estudos apontam que a Energia Solar tem sido amplamente utilizada em diversas áreas,
como apresentado no Quadro 4.1.
58
Quadro 4.1 - Aplicações de Energia Solar
Soysa
l;S
oysa
l (2
008)
Shar
ma
et a
l.
(2012)
Kubin
et
al,
(2
008)
Aln
unu e
t al.
(2
012)
Góm
ez-A
mo
et
al.
(2004)
Kal
kan
et
al.
(2
011)
Par
ida
et a
l. (2
011)
Ord
óñez
et
al.
(2
010)
Dev
abhak
tuni
et
al.
(2013)
Mek
hil
efa
et a
l. (
2011)
Liu
(2014)
Hose
nuzz
aman
et
al
(2015)
Ap
licações
Iluminação de
pequenas edificações x x
Produção de energia
para o abastecimento
de sistemas de
informação e
monitoramento de uma
pequena cidade
x
Criação de um
protótipo de carro
movido a energia solar
x
Prédios universitários x x
Sistemas integrados x x x
No espaço, com painéis
solares espaciais x
Indústria x
Sistema de iluminação
pública x
Agricultura x
Bombas para irrigação x x
Sistemas domésticos de
energia solar
x
No tocante a indústria de energia solar apresenta uma cadeia de abastecimento que
engloba o processamento de certos materiais e isso inclui cinco etapas: Upstream - (1)
materiais de silício bruto, (2) bolachas / lingotes (wafers); Midstream - (3) células
fotovoltaicas; Downstream - (4) módulos fotovoltaicos e (5) um sistema de PV (SHIUE
e LIN, 2012).
O upstream engloba basicamente o design e produção de silício e wafers (JIA et al.
2016). O midstream contém a produção de células solares. Existem vários tipos de
células solares fotovoltaicos. As mais convencionais são as células de silício cristalino
que engloba as células monocristalina e policristalina. Contudo, a inovação
proporcionou o surgimento das células de película fina que incluem silício amorfo,
células de disseleneto de cobre e índio, célula de telureto de cádmio e, células
fotovoltaicas concentradas.
59
Na última etapa da cadeia encontra-se o downstream, o qual inclui a construção dos
módulos, instalação do dispositivo e manutenção. Em uma cadeia de fornecimento PV,
os módulos solares são os componentes centrais de um sistema solar fotovoltaico ou
estação (CHEN e SU, 2014). Os módulos solares em conjunto com baterias,
controladores, inversores e trackers são então montados para compor o sistema solar
fotovoltaico que, por conseguinte, são disponibilizados para o mercado (CHEN e SU,
2014; JIA et al. 2016).
As empresas pertencentes ao downstream podem alcançar vantagens competitivas a
partir da integração vertical e cooperação (SU, 2013). Um exemplo disso é a empresa
First Solar, o qual formou uma joint venture com a alemã Belectric em 2013 para
desenvolvimento de projetos fotovoltaicos na Europa, Norte de África e EUA, enquanto
Belectric oferece seu Balanço avançado de Sistemas (BOS) e uma gama de capacidades
de serviço. Eles colaboram no desenvolvimento do 128 MW de Parque Solar Templin,
na Alemanha, a maior implantação de primeiros módulos solares na Europa (JIA et al.
2016).
Diante disso, verifica-se a relevância de se realizar integração entre as empresas como
forma de se obter partilha de conhecimento. No entanto, para que a colaboração na
cadeia de suprimento tenha sucesso é necessário definir alguns pontos críticos. Cheng e
Pang (2010) realizam uma pesquisa com o objetivo de analisar formas adequadas de
organização para a gestão de conhecimento com a finalidade de distribuir o
conhecimento existente e gerar novos conhecimentos. Para tanto os autores identificam
características críticas de sucesso do setor fotovoltaico na China: alinhamento relacional
(culturas compatíveis, propensão a mudar, orientação a longo prazo, relacionamento,
confiança, comprometimento, atitude, serviço), o alinhamento tecnológico
(Tecnológicas e de mercado complementaridades, sobrepondo baseada no
conhecimento, habilidade, R & D, produtos de melhoria), a vantagem design (Design,
apoio na simplificação de produto, suporte na seleção de componentes, suporte em
design para a fabricação atividades, R & D), entrega (Tempo, velocidade, entrega, prazo
de entrega, flexibilidade), custos (Custo, finanças, preço, estoque, flexibilidade,
disponibilidade), qualidade (Qualidade, consistência, confiabilidade), alinhamento
60
estratégico (Motivação correspondência, objetivo, orientação a longo prazo), recursos
(Proximidade, recursos, experiências) e instalações (Instalação).
Diante das considerações apresentadas, pode-se notar a importância do recurso solar e
sua implantação nos diversos meios, principalmente no que se refere a conversão direta
da energia solar em energia elétrica. Essa conversão é possível devido ao poder de
condutividade elétrica de determinados materiais, os semicondutores, parte principal da
célula fotovoltaica. Estas que têm atraído cada vez mais atenção nos últimos anos como
uma tecnologia capaz de proporcionar o fornecimento de eletricidade sustentável e
reduzir a carga de combustíveis fósseis no ambiente (JACKSON e OLIVER, 2000),
contribuindo assim para economia de energia elétrica e preservação do meio ambiente.
4.3. DESENVOLVIMENTO TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA COM O
SUPORTE DO OPEN INNOVATION
A partir das inovações que estão sendo desenvolvidas no setor de estudo, buscou-se
identificar quais produtos foram desenvolvidos com o suporte da open innovation.
Foram encontrados 27 produtos, como mostrado nos Quadros 4.2 e 4.3, que utilizaram
em seu processo de desenvolvimento alguma prática de open innovation.
Quadro 4.2 - Tecnologia Solar com Suporte da Open Innovation
Produto Descrição Local Tipo de Colaboração
Destilador de
água a energia
solar
Destilador que produz água de alta pureza com baixo
custo de produção e é ambientalmente correto. O
produto usa como fonte de aquecimento a radiação solar
que produz a vaporização da água e posteriormente,
condensada em um sistema resfriado a gás
Brasil Crowdfunding
Conversor para
ligar painéis
solares à rede
elétrica
Conversor eletrônico capaz de conectar painéis solares
diretamente à rede elétrica Brasil Crowdfunding
Spray
Spray que transforma a luz do sol em eletricidade. Basta
uma borrifada em uma superfície plástica para tornar a
energia solar em elétrica.
Brasil
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico
Estação de
metrô com
captação de
energia solar
Placas fotovoltaicas instaladas na estação de metrô com o
objetivo de abastecer as plataformas e bilheterias do local Brasil
Integração/Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Telhas Solares
Fotovoltaicas
permite produzir
energia
Filme depositado nos revestimentos cerâmicos,
conseguem captar a energia emitida pelo sol, armazená-
la e transformá-la em energia elétrica.
Portugal Consórcio
61
Estrada
inovadora feita a
partir de painel
solar
Estradas feitas a partir de painéis solares com a função
de transferir às casas próximas e aos veículos elétricos a
energia solar utilizada
EUA Crowdfunding
Barraca
inteligente
Barraca cujo tecido traz células de captação de energia
solar. A energia coletada é empregada na iluminação,
aquecimento, comunicação e carregamento de dispositivos
eletrônicos portáteis
EUA Crowdfunding
Carregador
solar de bolso
Composto por uma placa solar e uma bateria de íon-lítio
de 5.200 mAh, o Spor permite que o usuário utilize a
energia captada e armazenada para recarregar seus
dispositivos eletrônicos portáteis
EUA Crowdfunding
Camisa solar
Camisa que permite recarregar dispositivos eletrônicos
portáteis de forma sustentável. Para funcionar, o
vestuário utiliza 120 células solares de película fina,
integradas no tecido, o qual é capaz de produzir um watt
de energia quando exposto ao sol
Holanda
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico
Ciclovia Solar
Ciclovia que capta luz solar e a transforma em energia
elétrica. é feita de uma base de concreto que varia de 2,5
a 3,5 metros de largura coberta por uma camada de
células solares de silício.
Holanda
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico
Flor amarela A little sun é uma lâmpada de LED portátil recarregável
com energia solar África
Integração/Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Carro movido a
energia solar Carro conceito híbrido movido à energia solar e gasolina
Bélgica
e EUA
Integração/Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Celular que pode
ser abastecido
por energia solar
Celular capaz de ser abastecido a partir de energia solar.
Com um conceito inovador de recarga o aparelho dispõe
a célula de captação entre o display em LCD de 5
polegadas e o painel sensível ao toque do telefone.
Japão e
França
Integração/Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Impressora de
painel solar
Equipamento capaz de imprimir até painéis solares.
Utiliza técnicas já conhecidas de impressão ela é capaz
de colar em painéis (de plástico ou aço) um polímero
composto especialmente de um novo tipo de célula
orgânica que obtém energia solar.
Austrália Consórcio
Escova de dente
Escova de dente que utiliza os raios solares como
catalisadores para uma reação química capaz de deixar
os dentes limpos. O modelo é composto por um mini
painel solar (projetado a partir da base do cabo da
escova).
Canadá
Integração/Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
62
Quadro 4.2 - Tecnologia Eólica com Suporte da Open Innovation
Produto Descrição Local Tipo de Colaboração
Turbina Micro
Vento
Turbina micro vento projetado
para capturar a energia do vento em ambientes urbanos e
rurais
China Parceria com sistema
cientifico e tecnológico
Novo Design para
as lâminas das
turbinas eólicas
Lâminas das turbinas eólicas em forma de nadadeiras da
baleia jubarte EUA
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico;
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Trinity Turbina eólica portátil EUA Crowdfunding
INVELOX Turbina eólica em formato de túnel EUA Parceria com sistema
cientifico e tecnológico
Nova forma de
tecnologia de
turbinas eólicas
Turbina eólica de eixo vertical que pode absorver a energia
do vento, independentemente da direção do vento Suécia
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico;
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Turbina eólica de
eixo vertical
São silenciosas, não precisa de serviços e pode produzir
relativamente mais energia Suécia
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Turbina eólica
vertical
Turbina eólica vertical, cujo principal diferencial são suas
pás articuladas e dobráveis, que se movem conforme a
direção do vento.
Brasil
Parceria com sistema
cientifico e
tecnológico;
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Rotor
aerodinâmico
para turbinas de
energia eólica
Rotor aerodinâmico usada em turbinas eólicas Brasil
crowdfunding
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
Gerador Eólico
Inovador Gerador eólico de cilindros Brasil
Parceria com sistema
cientifico e tecnológico
63
Vortex Turbina eólica sem pás (ou hélices) parecida com um
"canudo gigante" Espanha Crowdfunding
Turbina eólica
offshore Estrutura submarina gravitacional para turbinas eólicas
offshore Europa Consórcio
Windwheel Imóvel projetado que serve como uma turbina de vento Holanda
Integração\Parceria de
Colaboradores da
Cadeia (clientes,
fornecedores, outros)
no Processo de
Inovação
4.3.1 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS SOLAR
Destilador de água a energia solar
Com o objetivo de encontrar alternativas para o gasto excessivo, tanto de água
como de energia elétrica, o professor Marcos Yassuo Kamogawa, da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, desenvolveu um
destilador que produz água de alta pureza com baixo custo de produção e
ambientalmente correto. De acordo com o professor "O produto proposto emprega
como fonte de aquecimento a radiação solar que produz a vaporização da água
sendo posteriormente condensada em um sistema resfriado a gás". Além disso,
estima-se que os custos referentes ao produto sejam reduzidos em até 20 vezes
quando se comparado aos sistemas convencionais.
Conversor para ligar painéis solares à rede elétrica
Os sistemas on-grid são conectados a inversores os quais fazem a conversão da corrente
contínua (DC) para corrente alternada (AC). Para o uso em painéis fotovoltaicos não
existe equipamento nacionais que realizem essa função, causando dependência de
tecnologia importada. Perante isso, Engenheiros da Unicamp criaram o primeiro
conversor eletrônico brasileiro capaz de conectar painéis solares diretamente à rede
elétrica. O produto tem potência trifásica e um grau de eficiência de 85%.
Inovação com Telhas Solares Fotovoltaicas permite produzir energia
Os sistemas fotovoltaicos Integrados a Edifícios (BIPV) incorporam propriedades
fotovoltaicos em materiais de construção, tais como telhados, paredes e vidro e, assim,
oferecem vantagens em custo e aparência pois são substituídos por materiais
convencionais em construção nova. Além disso, as instalações BIPV são
64
arquitetonicamente mais atraentes do que estruturas fotovoltaicos montados no telhado.
(Parida et al. 2011).
Diante disso, o projeto "solar tiles", desenvolvido na Universidade do Minho, vem com
o propósito de integrar equipamentos geradores (painéis fotovoltaicos) de uma forma
estética e harmoniosa na construção de edifícios. De acordo com o coordenador do
projeto as células solares são sobrepostas em materiais utilizados na construção,
chamados de cerâmicos convencionais, usuais no revestimento das coberturas e
fachadas .
Spray
Com o objetivo de gerar novas formas de desenvolver células fotovoltaicas,
pesquisadores de campinas desenvolveram a terceira geração de placas que transformam
luz do sol em energia elétrica. A tinta que possibilita a criação de células solares pode
utilizar como meio de transferência desse produto para a surpefície plástica por meio de
um spray ou impressora gráfica. O produto foi criado a partir da mistura de minúsculos
cristais com semicondutores nos quais juntos absorvem luz e geram corrente elétrica.
De acordo com o coordenador do projeto o produto apresenta como vantagem a
utilização em diversos meios como: janelas, fachadas de prédio, paredes internas de
edifício ou residências. Além disso, por poder ser colorida, o produto também pode
proporcionar um aspecto de decoração.
Estrada inovadora feita a partir de painel solar
A fim de ampliar o campo de aplicação da energia solar a startup Roadways teve a
iniciativa de desenvolver um projeto com o objetivo de construir estradas feitas a partir
de painéis solaras. Essa iniciativa tem como finalidade reduzir o uso do asfalto e
modernizar a construção das vias. Ademais, os painéis poderiam transferir a energia
gerada para as casas próximas e veículos que transitam no local. Como composição, a
estrada integra várias camadas e inclui uma parte de aquecimento para evita acumulo de
neve na pista e as sinalizações são mostradas por meio de luzes de LED o qual podem
também ter a função de publicidade.
Camisa solar
A moda que antes era feito para proporcionar o embelezamento do individual, hoje, esse
conceito integra em sua estrutura o termo funcionalidade. É nesse contexto que novos
65
tecidos estão sendo desenvolvidos e tecnologias estão sendo integradas a fim de
proporcionar algo mais que o embelezamento. É nessa perspectiva que a design Pauline
Van Dongen em colaboração com o Hostel Center e o TNO (Instituição de Pesquisa
Independente) desenvolveram a camisa solar, que permite recarregar dispositivos
eletrônicos portáteis. Composta por 120 células solares de película fina a
vestimenta é capaz de gerar um watt de energia quando exposto ao sol. Não
diferentemente de uma roupa convencional, o tratamento realizado para a limpeza
do produto não precisa de cuidados especiais.
Metrô movido apenas com o poder do sol
Desenvolvida a partir de uma parceria entre o metrô-DF e uma empresa chinesa, as
placas fotovoltaicas serão instaladas na estação de metrô localizada em Guariroba. A
iniciativa proporcionará o abastecimento das bilheterias e plataformas do local.
Flor amarela
Mesmo sendo considerada um recurso básico ainda existem algumas regiões no qual o
acesso à energia elétrica é dificultada. Foi pensando nisso que o artista Olafur Eliasson e
o engenheiro Frederik Ottesen desenvolveram uma lâmpada recarregável com energia
solar de baixo custo que promete levar uma fonte alternativa de luz às comunidades que
ainda não tem energia elétrica.
Barraca inteligente
Pensando em proporcionar maior conforto e tranquilidade aos fãs de festivais de
musicas, a companhia de telefonia Orange e os designers da Kascope desenvolveram
um conceito, em 2009, que promete ao usuário conforto e modernidade. A barraca cujo
tecido traz células fotovoltaicas, capta energia e essa é empregada na iluminação,
aquecimento, comunicação e carregamento de gadgets. O sistema de iluminação é
ativado a partir de um cartão RFID, o carregamento do wifi é feito a partir de um bolsão
especifico que gera um campo magnético para alimentar as baterias, ademais, o produto
conta com um sistema de localização.
Carregador solar de bolso
O projeto Spor vem com uma nova proposta de carregador de gadgets. Composto por
uma placa solar e uma bateria de íon-lítio, o produto possibilita ao usuário captar
66
energia e armazenar para utilizar da maneira que achar mais conveniente. Além da
energia solar o aparelho também possibilita o carregamento via tomada tradicional.
Ciclovia Solar
A organização Holandesa de pesquisa cientifica aplicada (TNO) juntamente com a
empresa de tecnologia Imetech desenvolveram o solaroad, uma ciclovia que capta
energia solar e transforma-a em energia elétrica. O protótipo inaugurado em 2014
apresenta uma extensão de 7Km, uma base de concreto coberta por uma camada de
células solares de silício. Nos seis primeiros meses de teste a estrada gerou mais de
3000kWh, o necessário para um scooter elétrico dar 2,5 voltas ao redor do mundo ou
abastece uma casa por ano. Como expectativas futuras, o autores pretendem ampliar o
projeto para ruas e estradas que incluam outros veículos.
Carro movido à energia solar
A FORD em parceria com a Georgia Tech e Sunpower desenvolveu um conceito de
carro híbrido movido a energia solar e gasolina. O carro tem como característica a
capacidade de armazenar uma recarga de quatro horas, consegue acompanhar a
movimentação do sol e tem autonomia máxima de 993,6km usando os dois
combustíveis.
Celular que pode ser abastecido por energia solar
A Kyocera em parceria com a Sunpartner Technologies criaram um celular que pode ser
abastecido por energia solar. O protótipo o qual foi apresentado em 2015 no Mobile
World Congress faz uso de um conceito inovador: a célula de captação em vez de ficar
posicionada junto as bordas é disposta entre o display e o painel sensível ao toque.
Impressora de painel solar
A partir de um consórcio formado pela foi possível desenvolver um projeto que
apresenta um novo tipo de impressora. O projeto consiste em um grande equipamento
capaz de imprimir até 10m de painéis solares por minuto utilizando técnicas de
impressão já conhecidas. O diferencial do produto é que ele consegue colar em painéis
de plástico ou aço um polímero composto de um novo tipo de célula orgânica a qual
obtém energia solar.
67
Escova de dente
A colaboração entre um professor de odontologia e mecânica possibilitou a criação de
um modelo de escova o qual usa raios solares como catalisadores para uma reação
química capaz de deixar os dentes mais limpos do que uma escova comum, pois a
remoção de placas é realizada de uma maneira mais eficiente do que a combinação
tradicional de uma escova comum com creme dental. O modelo é composto por um
mini-painel solar projetado a partir da base do cabo da escova.
4.3.2. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EÓLICA
Turbina Micro Vento
A turbina micro vento foi projetada para capturar a energia do vento em ambientes
urbanos e rurais. Tem como característica a flexibilidade em seu tamanho, é ligada a
pequenos geradores que geram eletricidade no local de fácil aplicação e pode ser
acionado por uma velocidade de vento de partir de 2 m/s. Além disso, apresentam à
composição de plástico nas lâminas e isso faz com que o sistema seja de baixo custo
(GONZÁLEZ et al. 2012).
Novo Design para as Lâminas das Turbinas Eólicas
A partir de um estudo realizado pelo Dr. Frank Fish sobre as nadadeiras da baleia
jubarte, foi desenvolvido um design completamente novo para as lâminas das turbinas
eólicas, sendo em forma de nadadeiras da baleia jubarte (HARTMAN e RENOLD,
2010).
Trinity
Composta por três pés e três pás giratórias, a estrutura externa do produto é feita de um
material de plástico durável e tem como objetivo recarregar baterias de smarthphone. O
aparelho apresenta quatro modelos (50W, 400W, 1000W e 2500W) e para iniciar seu
funcionamento é necessário ventos de no mínimo 6,5 km/h. Além disso, seu controle é
realizado por meio de um aplicativo no smartphone.
68
INVELOX
O Invelox é uma turbina eólica em formato de túnel o qual funciona por meio da captura
de brisas do nível do solo que são conduzidas através de uma passagem que vai
afinando e acelera naturalmente o fluxo do vento.
Nova Forma de Tecnologia de Turbina Eólica
A turbina eólica de eixo vertical (VAWT) tem em sua característica a capacidade de
absorver a energia do vento, independentemente da sua direção (HARTMAN e
RENOLD, 2010).
Turbina Eólica de eixo Vertical
Diferentemente das turbinas tradicionais, a turbina de eixo vertical apresenta como
características: são silenciosos, não precisa de serviços, pode produzir relativamente
mais energia e diferem na colocação do gerador e no tamanho / aplicação (HARTMAN
e RENOLD, 2010).
Turbina Eólica Vertical
Apresentando em sua estrutura pás articuladas e dobráveis os quais se movimentam
conforme a direção do vento, a turbina eólica vertical foi proposta com finalidade
produzir energia com ventos de baixa intensidade. Como vantagem, o produto tem uma
estrutura leve, menor custo de produção e manutenção.
Rotor Aerodinâmico para Turbinas De Energia Eólica
Projetado por pesquisadores brasileiros da Poli USP em parceria com empresas, o rotor
aerodinâmico 100% nacional é direcionado para as turbinas eólicas de 10 kW.
Diferentemente das turbinas eólicas de pequeno porte convencionais existentes no
mercado, o rotor proposto tem como instrumento o controle automático do giro das pás
em torno do seu eixo longitudinal, resultando em melhor ajuste do controle da
velocidade e da potência. Composto por um conjunto de pás e um eixo, que é acoplado
a um gerador elétrico e colocado no alto de uma torre, o equipamento é ideal para áreas
isoladas que não dispõe de rede de transmissão.
69
Gerador Eólico
Desenvolvido por uma empresa gaúcha em parceria com uma universidade, foi
desenvolvido um gerador eólico de cilindros que utiliza componentes nacionais, sistema
simples e barato. O produto pode ser inserido em prédios\condomínios residenciais ou
comerciais com a finalidade de abastecimento das áreas condominiais ou no
bombeamento de água em lavouras irrigadas.
Vortex
O vortex é uma turbina eólica que não possui em sua estrutura pás. Idealizada a partir de
um vídeo assistido por um dos criadores no qual era mostrado uma ponte oscilando com
a força do vento, o modelo foi desenvolvido com a finalidade de garantir que os ventos
giratórios percorram a expansão do mastro em sintonia para obter um bom desempenho.
O protótipo tem em sua estrutura fibra de vidro e de carbono, permitindo uma maior
vibração, na base do cone existem dois imãs repelentes que funcionam como um motor
não elétrico. Além disso, a estrutura não necessita de engrenagens, parafuso ou peças
mecânicas, reduzindo o custo de manutenção e produção.
Estrutura Submarina Gravitacional para Turbinas Eólicas Offshore
O projeto tem como objetivo demonstrar em um ambiente real uma Estrutura
Submarina Gravitacional para Turbinas Eólicas Offshore. Com uma estrutura flutuante
de base gravitacional e fundação feita de betão e aço, a principal inovação referente ao
produto é que não precisa de navios de grande capacidade para ancorar e montar os
elementos turbina. Toda a estrutura e elementos são montados onshore e após, levados
ao local onde ficará a turbina.
Windwheel
O Windwheel é um imóvel projetado com a capacidade de abrigar apartamentos, quartos
de hotéis e salas comerciais em sua estrutura de aço e vidro circular, além de uma
turbina de vento silenciosa e imóvel. Com o objetivo de aliar tecnologia, design e
sustentabilidade, o projeto do conversor de energia eólica eletrostática foi desenvolvido
por meio de parceria entre empresas e converte a energia eólica em eletricidade sem
70
peças mecânicas em desenvolvimento, resultando na ausência de ruídos e facilidade de
manutenção.
4.3.3. ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA ABORDADAS
No contexto atual, a utilização de novas fontes de energias sustentáveis vem se
apresentando como uma alternativa viável mediante o aumento do consumo energético
e os impactos ambientais ocasionados pelas fontes de energia convencionais e seu
esgotamento. É nessa perspectiva que a energia solar e eólica surgem como potencial
fonte alternativa de geração de energia perante a busca por meios que agridam
minimamente o meio ambiente, racionalizem a energia e promovam a redução de
custos. Contudo, para promover essa indústria é importante considerar o uso de atores
externos integrados ao processo inovativo para tornar o setor mais viável tanto na
perspectiva social quanto econômica.
Ao analisar os dados das inovações ocorridas no setor de energia solar e eólica
observou-se que algumas práticas já estão sendo utilizada como forma de promover o
setor. Integração de Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores, outros) no
Processo de Inovação, Consórcio, Parceria Com Sistema Cientifico e Tecnológico,
Crowdfunding foram algumas das práticas utilizas no desenvolvimento de produtos
apresentados na Quadro 4.2 e 4.3.
Essa integração possibilitou o desenvolvimento de produtos que possuíssem em sua
estrutura um elemento capaz de captar a energia solar e eólico e, consequentemente,
ampliação desse recurso no tocante a sua aplicação. Como benefício isso proporcionará
futuramente uma maior acessibilidade para uso dessa fonte energética. Entretanto,
quando verifica o local de desenvolvimento desses produtos percebe-se que parte deles
não foram desenvolvidas no Brasil, o que mostra que o setor, apesar de apresentar
potencialidade ainda não existe um incentivo a cultura de inovação que promova a
parceria e consequentemente o crescimento do setor.
Como visto nas pesquisas, a maioria das tecnologias desenvolvidas observadas são
originadas da integração\Parceria de Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores,
outros) no Processo de Inovação.
71
De acordo com Chesbrough (2003) vivemos em um período de oportunidade para
inovação, porém ameaças também se tornam cada vez mais presentes, pois a
dinamicidade com que ocorrem as transformações na sociedade também cresce. Assim,
as empresas da cadeia da indústria do setor de energia solar e eólica, podem ter, com a
inovação, a oportunidade de serem mais produtivas e se sustentarem no mercado
competitivo. O seguinte capítulo descreve a análise da pesquisa de campo realizada com
os integrantes do setor de energia eólica e solar do Brasil.
72
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo apresenta a análise de campo realizada com os participantes. O capítulo
está dividido em cinco tópicos: Análise crítica do questionário, caracterização dos
respondentes, testes estatísticos, resultados qualitativos dos elementos e identificação
dos elementos.
5.1. ANÁLISE CRÍTICA DO QUESTIONÁRIO
Como meio de medir a confiabilidade do questionário utilizou-se o Alpha de Cronbach
na qual varia de 0 a 1, na qual de acordo com Santos (1999), valores acima de 0,70
indica alta confiabilidade do questionário. Assim, para o questionário desenvolvido, e
usando o software SPSS como ferramenta, obteve-se um valor equivalente a 0,868 e
com valor padronizado 0,873, indicando que o instrumento de pesquisa apresenta uma
confiabilidade relevante.
5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES
Para definir o perfil dos participantes foram determinadas as seguintes características:
escolaridade, sexo, setor em que atua na organização e o cargo que ocupa. Quanto ao
gênero, observou-se um alto número para o sexo masculino o qual apresentou 83,33%
da amostra. O sexo feminino que representou 16,67%, conforme descrito no Gráfico
5.1.
Gráfico 5.3 - Número de Respondentes por Gênero
MASC
FEM 83,33%
16,67%
73
Quanto à escolaridade, observa-se no Gráfico 5.2 que a maioria dos participantes tem
superior completo (49,02%). No nível de mestrado os colaboradores representam
28,43%, enquanto que especialização e MBA o qual juntos somam 7,84% do total,
seguidos de doutorado e superior incompleto os quais têm respectivamente 6,86% e
5,88% e ensino médio tem-se 1,96%.
Gráfico 5.4 - Características dos Respondentes quanto à Escolaridade
No que se refere ao setor de atuação na empresa (Tabela 5.1), verificou-se que o
segmento de maior atuação é no setor de Educação (15,69%), seguida da Engenharia
(14,71%) e Comercial (11,76%). No tocante ao cargo que ocupam (Tabela 5.2), foi
observado que os principais cargos exercidos são de Diretor (30,39%), Gerente
(16,67%) e pesquisador (15,69%).
Tabela 5.1 - Setor de Atuação dos Respondentes
Setor Frequência %
Educação 16 15,69
Engenharia 15 14,71
Comercial 12 11,76
Diretoria 11 10,78
Desenvolvimento 7 6,86
Gestão 7 6,86
Técnico 5 4,90
Tecnologia 4 3,92
Pesquisa 3 2,94
Marketing 3 2,94
Energias Renováveis 3 2,94
Manutenção e Operação 2 1,96
0
10
20
30
40
50
60
%
74
Setor Frequência %
Administrativo 2 1,96
Eficiência Energética 2 1,96
Projeto 2 1,96
Comercial, Administrativo-
Financeiro 1 0,98
Jurídico e Operacional 1 0,98
Logística 1 0,98
Meio Ambiente 1 0,98
Planejamento 1 0,98
Departamento de
Aeroespacial, Energia e Defesa
1 0,98
Manutenção 1 0,98
Treinamento 1 0,98
Tabela 5.2 - Cargo dos Respondentes
Cargo Frequência %
Diretor 31 30,39
Gerente 17 16,67
Pesquisador 16 15,69
Coordenador 12 11,76
Engenheiro 9 8,82
Analista 8 7,84
Consultor 2 1,96
Professor 2 1,96
Especialista em aerogeradores 1 0,98
Instrutor 1 0,98 Técnico 1 0,98
Supervisor 1 0,98 Desenvolvedor de Soluções de
Energias Renováveis 1 0,98
Com relação à região a qual os participantes estavam localizados. Ficou caracterizado
que a maioria dos respondentes é da Região Sudeste com 42,16%, enquanto que
Nordeste representou o equivalente a 41,18% e Sul e Centro Oeste obtiveram os
respectivos percentuais: 14,71% e 1,96%.
5.3. TESTES ESTATÍSTICOS
O questionário para determinação e análise dos elementos foi composto por 14
perguntas fechadas e uma aberta. Para validar o instrumento utilizou o Alpha de
Cronbach como mostrado no tópico 5.1. Além disso, para maior confiabilidade nos
resultados fornecidos foi realizado o teste KMO para verificar a adequação da análise
fatorial (Tabela 5.3).
75
Tabela 5.3 - Resultado do Teste KMO
KMO
KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy) 0,828
Sig. 0,000
O calculo do Kaiser Meyer Olkin (KMO) "permite avaliar se os dados originais
viabilizam a utilização da análise fatorial de forma satisfatória (CORRAR, 2011.
p.100)". De acordo com Hair et al. (2005), valores acima de 0,50 para a matriz toda ou
para uma variável individual indicam tal adequação.
Além dos testes anteriormente citados, também foi verificado a matriz antiimagem de
correlação (Apêndice D) com a finalidade de verificar se seria necessária a exclusão de
alguma variável. Por apresentarem valores superiores a 0,50 não ocorreu à omissão de
nenhuma variável.
5.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS
5.4.1 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
A frequência atribuída a cada elemento pelos respondentes é apresentada na Tabela 5.4.
Analisando o nível de importância atribuída aos elementos da inovação aberta, percebe-
se que a política de apoio à inovação, Política de Inserção dos Elos da Cadeia no
processo de inovação, Parcerias com universidades, clientes, fornecedores, institutos de
pesquisas ou outros, Capacidade de Absorver Conhecimento e Programa de Capacitação
os cinco principais elementos relevantes na opinião dos colaboradores respondentes.
Constatou-se com os resultados que existe uma preocupação dos colaboradores com a
necessidade das empresas manterem relações integradas, pois o conhecimento
compartilhado é um fator crítico que irá afetar a dinâmica e o crescimento da indústria.
Assim, é importante desenvolver uma política estratégica que proporcione a empresa
absorver e criar conhecimento e por consequência, obter vantagem competitiva.
Tabela 5.4 - Nível de Importâncias dos Elementos
Elemento Nome do Elemento 1 2 3 4 5
A1 Política de Apoio a Inovação 0 0 1 14 87
A2 Política de Inserção dos Elos 0 1 3 31 67
76
da Cadeia no processo de
inovação
A8 Parcerias 0 0 6 29 67
A10 Programa de capacitação 0 1 2 35 64
A5 Capacidade de Absorver
Conhecimento 0 0 1 40 61
A6
Capacidade de Integrar o
Conhecimento no Processo
de Inovação
0 2 4 36 60
A4 Critérios para Atrair
Colaboradores 0 0 7 45 50
A14
Inteligência Coletiva e
plataforma de troca de
Conhecimento
0 2 12 39 49
A13 Considerações Tecnológicas 0 2 7 47 46
A11
Adoção de Práticas,
Ferramentas ou Métodos para
Gestão da OI
0 3 16 43 40
A9 Indicadores para medir a
Inovação 1 3 17 42 39
A12 Características do Processo 1 0 20 46 35
A7 Criação de um Time de
Inovação 3 9 14 47 29
A3 Critérios para Selecionar
Colaboradores 0 6 25 50 21
5.4.2. ANÁLISE FATORIAL
Para determinação da quantidade de fatores utilizou o critério de raiz latente que é uma
técnica utilizada na análise de componentes e considera apenas os fatores que tem raízes
latentes ou autovalores maiores que 1 são considerados significantes (HAIR et al.
2005). Assim, os quatro fatores selecionados correspondem a 62,48% da variabilidade.
Com base na Tabela 5.5 "Component Matrixa" identificou a quantidade e quais fatores
explicam melhor cada um dos indicadores considerados. Contudo, observa-se que a
matriz causa dúvida quanto à composição de cada fator, no tocante a quais fatores
podem ser considerados uma dimensão representativa de um conjunto x das variáveis de
estudo.
77
Tabela 5.5 - Component Matrix
1 2 3 4
A1 - Política de Apoio a Inovação 0,425 0,205 0,679 -0,122
A2 - Política de Inserção dos Elos da
Cadeia no Processo de Inovação
0.580 -0,487 0,386 0,209
A3 - Critérios para Selecionar
Colaboradores
0,521 0,194 0,004 0,440
A4 - Critérios para Atrair Colaboradores 0,679 0,001 0,174 0,000
A5 - Capacidade de Absorver
Conhecimento
0,677 0,450 0,074 0,008
A6 - Capacidade de Integrar
Conhecimento no Processo de Inovação
0,713 0,301 -0,256 -0,065
A7 - Criação de um Time de Inovação 0,644 0,004 -0,302 0,368
A8 - Parcerias 0,646 -0,236 0,326 0,025
A9 - Indicadores para Medir Inovação 0,610 -0,125 -0,203 0,511
A10 - Programa de Capacitação 0,533 0,481 0,058 -0,043
A11 - Adoção de Praticas, Ferramentas
ou Métodos para Gestão da OI
0,683 -0,190 -0,126 -0,351
A12 - Características do Processo 0,655 -0,136 -0,035 -0,392
A13 - Considerações Tecnológicas 0,570 0,129 -0,267 -0,360
A14 - Inteligência Coletiva e Plataforma
de Troca de Conhecimento
0,643 -0,484 -0,252 -0,151
De acordo com Corrar et al. (2011, p.113), quando isso acontece "cabe a verificação dos
valores após a aplicação da rotação dos fatores", no qual foi realizado pelo critério
varimax (8 interações) (Tabela 5.6). Assim, a Tabela 5.6 apresenta melhor o
agrupamento dos fatores e seus respectivos elementos.
Tabela 5.6 - Matriz de Componentes Rotacionados
1 2 3 4
A1 - Política de Apoio a Inovação -0,019 0,499 -0,167 0,649
A2 - Política de Inserção dos Elos da
Cadeia no Processo de Inovação
0.226 -0,105 0,342 0,766
A3 - Critérios para Selecionar
Colaboradores
-0,028 0,362 0,578 0,193
A4 - Critérios para Atrair Colaboradores 0,330 0,352 0,264 0,434
A5 - Capacidade de Absorver
Conhecimento
0,211 0,719 0,267 0,183
A6 - Capacidade de Integrar 0,461 0,566 0,368 -0,020
78
Conhecimento no Processo de Inovação
A7 - Criação de um Time de Inovação 0,277 0,219 0,716 0,062
A8 - Parcerias 0,315 0,154 0,231 0,636
A9 - Indicadores para Medir Inovação 0,174 0,090 0,785 0,189
A10 - Programa de Capacitação 0,153 0,681 0,160 0,092
A11 - Adoção de Praticas, Ferramentas
ou Métodos para Gestão da OI
0,734 0,186 0,126 0,232
A12 - Características do Processo 0,686 0,239 0,040 0,270
A13 - Considerações Tecnológicas 0,620 0,385 0,089 -0,052
A14 - Inteligência Coletiva e Plataforma
de Troca de Conhecimento
0,739 -0,128 0,337 0,240
5.5. INFORMAÇÕES QUALITATIVAS LEVANTADAS NA PESQUISA DE
CAMPO
Além desses elementos encontrados na literatura a pesquisa também buscou identificar
junto aos respondentes outros elementos que pudessem colaborar para o processo de
inovação no setor de forma a desenvolvê-lo. Diante disso, foi inserido o seguinte
questionamento "Existe algum elemento que não foi mencionada neste questionário e
que você considere importante para o desenvolvimento do setor de energia eólico e
solar?".
Como resultado, 43% dos indivíduos fizeram comentários sobre outros elementos que
poderiam fazer parte desse processo (Apêndice E).
No tocante a colaboração, observou-se a partir das respostas dos colaboradores, que
parcerias já existem, porém são pouco utilizadas e muitas vezes desconhecidas pelas
instituições de ensino e pesquisa. O que torna necessário a ampliação e divulgação de
como essas parcerias ocorrem tanto no meio acadêmico como no meio empresarial. Isso
pode ser realizado por intermédio de um levantamento de possibilidades de parcerias
para que aqueles que forem fazer parte dessa corrente pudesse entender o
funcionamento e as opções de interações entre os elos.
Além disso, outro elemento citado pelos respondentes está relacionado aos incentivos
econômicos financeiros públicos ou privados. Identificou a importância de mudanças
políticas e na legislação do setor com a finalidade de garantir maior competitividade ao
79
setor e atrair empresas pertencentes aos elos da cadeia, inclusive nas equipes de
inovação.
Outro fator citado foram os incentivos fiscais e tributário, relacionados à fabricação e
importação dos equipamentos e também para redução de preços dos produtos e
componentes com o objetivo de viabilizar investimentos para aplicação de soluções
economicamente acessíveis à população. Políticas claras com regras que os investidores
possam seguir sem receio, isenção de impostos, dispensa tributária para o
desenvolvimento da cadeia produtiva nacional, a fim de estabelecer uma linha de
produtos nacionais, incentivo político e governamental como forma de viabilizar a
entrada de mercadorias importadas, estimulo a produção local, incentiva às linhas de
crédito para pessoas físicas e para a compra dos sistemas de microgeração solar e
eólico, apoio a pesquisas em universidades, também foram citados durante a pesquisa.
A falta de incentivo e financiamentos para aquisição do produto por parte do governo
para os clientes finais foi outro elemento mencionado na pesquisa. Segundo um dos
respondentes, o custo Brasil ainda é muito alto para tentar desenvolver produtos
relacionados ao setor eólico e solar, principalmente quando se trata de sistemas de
pequeno porte.
Durante a pesquisa observou-se que um dos elementos citados está relacionado com as
linhas de financiamento. Existe uma carência de boas opções para o cidadão comum e
para o financiamento de equipamentos o qual torna isso um dos principais gargalos do
setor.
No tocante a inovação, além de seu incentivo na parte de regulação, análise ambiental e
desenvolvimento de metodologias de fomento para a inovação e incentivo ao espírito
empreendedor e de gestor dentro desse setor, foi citado por um dos colaboradores à
importância de existir uma forma de inovação puxada, no qual essa seria orientada pelas
necessidades dos envolvidos na cadeia produtiva do setor, não só na relação entre eles,
mas também nas necessidades específicas de cada um dos elos. Além disso, é
importante a disseminação do conceito de inovação e que essa tenha que ter como
objetivo claro trazer maior desenvolvimento ao setor, melhorando sua competitividade,
qualidade, confiabilidade, performance na geração de energia e agilidade na construção
de centrais eólicas e solares.
80
O setor de energia solar é mais recente do que o eólico principalmente no que se refere a
subsídios governamentais. Assim, os dois setores estão em momentos diferentes. Isso
faz com que o setor solar esteja aprendendo como deve ser formatado no Brasil e para
tanto vem se utilizando de exemplos de outros países e adequando suas metodologias e
formas de implantação a realidade local, principalmente no que diz respeito a políticas
públicas. Diante disso, a pesquisa traz como um fator importante à união entre os elos
da cadeia (Governo, Concessionárias de Energia, Universidades, institutos, Fabricantes
de equipamentos, fornecedores, clientes e outros), não só no âmbito nacional como
também, internacional, pois existem conhecimento e experiência em estágio mais
avançado em outros países nos quais as tecnologias - eólica ou solar - já estão em
funcionamento há mais tempo. Essa colaboração deve ter como objetivo desenvolver o
mercado por meio da cooperação, comunicação simples, direta e continua entre a
indústria de manufatura, os desenvolvedores de projetos, a academia e o governo para
que o processo de inovação implantado seja eficiente e eficaz.
O incentivo a pesquisa também foi outro fator citado, assim como a criação de um
centro integrado com todas as faculdades brasileiras para juntas desenvolverem um
equipamento de autorrendimento, baixo custo, totalmente nacional e acessível aos
pequenos produtores.
Implementação de obras de energia renovável em todas as classes sociais, facilitação e
proteção das patentes, desenvolvimento de mecanismo para reciclar todos os materiais
utilizados na energia solar e eólica, métodos/técnicas de previsão mais acurados para se
estimar a densidade de probabilidade de ventos e intensidade de radiação e programas e
metas do governo de incentivos da área foram alguns outros elementos mencionados na
survey.
Contudo, para que os processos ocorram de forma produtiva é importante à capacitação
constante das pessoas que fazem parte do setor. A conscientização ambiental e social
também forma referidos na lista de elementos importantes para o crescimento do setor,
segundo os respondentes. Para o desenvolvimento do setor de energia eólico e solar é
essencial que sejam debatidos e expostos os impactos ambientais (sociais, econômicos e
biológicos) de todas as fontes de energia, renováveis ou não, incluindo as fontes eólica e
solar. É necessário que se estimule a desmistificação e melhor divulgação do que são
impactos ambientais e como eles se encontram em todas as áreas onde há atividade
81
humana. Este tipo de ação não só permite a melhor elaboração de métodos e tecnologias
(inovação de equipamentos e processos), como permite que a visão do que é o mercado
em si e o mercado de trabalho se abra, mostrando que o mercado, qualquer que seja,
existe para atender gostos humanos e, portanto, deve estar em harmonia com nossos
desejos e necessidades.
Por fim, foi sugerida a implantação curricular nas engenharias de uma disciplina
relacionada ao Desenvolvimento Sustentável, onde seja interessante apontar a
necessidade de criação de mecanismos/processos/produtos inovadores para as áreas. De
acordo com um dos respondentes, é necessário o início do conhecimento desde as bases
educacionais para que haja um desenvolvimento na forma de pensar.
5.6. IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS E FATORES
O primeiro Fator foi chamado de Processo de Inovação e é composto por A11 -
Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da OI, A12 - Características
do Processo, A13 - Considerações Tecnológicas e A14 - Inteligência Coletiva e
Plataforma de Troca de Conhecimento. Nesse conjunto é apresentado elementos
relacionados aos métodos ou ferramentas de gestão utilizadas durante o processo de
inovação aberta.
Consoante a Albors e Hervas-Oliver (2010), a gestão da inovação é uma das
preocupações mais importantes na gestão das empresas e por esse motivo, técnicas de
gestão da inovação surgem como uma gama de ferramentas e metodologias que ajudam
as empresas a se adaptarem às circunstâncias e enfrentar os desafios do mercado de
forma sistemática.
O segundo fator foi denominado de Competências e reuniu os seguintes elementos: A5
- Capacidade de Absorver Conhecimento, A6 - Capacidade de Integrar Conhecimento
no Processo de Inovação, A10 - Programa de Capacitação. O agrupamento dessas
variáveis esta relacionada com a captação e disseminação de conhecimento. Ooms et al
(2015) ressaltam que as empresas o qual pretendem se beneficiar das práticas de
inovação abertas precisam criar capacidades para assimilar e absorver a entrada e os
resultados.
82
O terceiro fator foi denominado de Indicadores e agrupou os elementos A3 - Critérios
para Selecionar Colaboradores, A7 - Criação de um Time de Inovação, A9 - Indicadores
para Medir Inovação. Nesse agrupamento observa-se a necessidade de controle do
processo. De acordo Albors e Hervas-Oliver (2010), embora o desempenho de uma
organização em termos de inovação não seja fácil de determinar, e os gerentes
reconhecem as dificuldades, há uma necessidade de desenvolver um sistema de medição
apropriado.
O quarto fator recebeu o nome de Políticas e Estratégias para inovação e associou
quatro variáveis: A1 - Política de Apoio a Inovação, A2 - Política de Inserção dos Elos
da Cadeia no Processo de Inovação, A4 - Critérios para Atrair Colaboradores, A8 -
Parcerias. Esse fator objetiva definir "o que" e "como" será possível alcançar as metas
propostas e aponta a importância de estratégias que proporcionem a parceria e
colaboração entre os colaboradores. A Figura 5.1 resume os fatores e seus componentes.
Figura 5.1 - Fatores e seus Elementos
Assim, para que as práticas de inovação aberta nos setores eólico e solar sejam eficaz,
devem-se levar em consideração as seguintes diretrizes:
A implementação deve estar alinhado com as estratégias definidas para o setor.
Essas estratégias devem estar em sintonia com as políticas estabelecidas pelo
governo, como por exemplo, políticas de subsidio favoráveis para o
desenvolvimento do setor, desde o financiamento para os investidores,
incentivos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor e
desenvolvimento de tecnologia e inovação. Ainda se houver uma política do
83
governo que incentive parcerias entre o setor produtivo e centros de pesquisa, de
uma forma colaborativa, influenciaria na eficácia de práticas de open innovation
no setor.
Operacionalizar sua implementação com visão de processo e com o auxilio de
ferramentas e métodos adequados e customizados para o setor
Requer uma sistemática de desenvolvimento de competências pela capacidade
de absorção e de integração de conhecimentos externos a fim de aumentar a sua
capacidade inovadora.
Estabelecer unidades de treinamentos\capacitação em parcerias com
universidades, com a finalidade de formar profissionais para atuarem no setor;
Realizar análise crítica, na qual devem ser usados indicadores para analisar o
processo e os resultados gerados. Essa análise é fundamental para que as
Competências, o Processo, as Políticas e estratégias sejam redirecionadas ou
continuadas.
.
84
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS,
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Finalizando a pesquisa, este capítulo traz as considerações e perspectivas futuras acerca
do estudo realizado.
6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação e entrega de valor por meio da inovação aberta tornou-se a regra para as
empresas pós-modernas, impulsionado principalmente por duas forças, a complexidade
e a taxa de mudança. Diante disso, a "movimentação" das empresas entre mercados
dinâmicos direciona para a busca de competência e capacidades para integrar,
desenvolver e reconfigurar produtos e processos que respondam de forma ágil as
mudanças do mercado.
De acordo com Inauen e Schenker-Wicki (2011), para as organizações em todos os
setores, uma ênfase excessiva em fontes internas pode levar a desvantagens
competitivas e uma maior probabilidade de perder oportunidades. É nesse contexto, no
qual as tecnologias se tornaram mais complexas e as necessidades do mercado mudam
de forma dinâmica, que a inovação aberta surge como uma alternativa para as
organizações enfrentarem o desafio de acesso e difusão do conhecimento.
É um modelo que se utiliza de práticas como meio para melhorar os resultados da
inovação com o auxilio de conhecimento provenientes do ambiente interno ou externo a
organização, o que ratifica a importância das relações interorganizacionais entre
organismos públicos e privados na condução de processos de inovação.
Mediante a realização de uma pesquisa bibliográfica, foi possível abranger o
conhecimento sobre como a temática está sendo abordada nos últimos anos, assim como
os elementos práticas e ferramentas que estão sendo utilizados nos mais variados setores
com a finalidade de melhoria de seus processos inovativos.
Os estudos realizados nas pesquisas analisadas demonstram a importância dessa
abordagem nos mais variados setores da economia, contudo quando direcionado para o
setor de energias renováveis, verifica que as pesquisas ainda são um pouco escassas e
que o conceito precisa ser mais difundido entre os que fazem parte da cadeia produtiva
85
do setor. Isso foi verificado durante a pesquisa quando perguntado aos respondentes se
eles conheciam o termo. Apenas 35% conheciam, contrastando com 68,34% que
disseram que não tinham conhecimento sobre abordagem open innovation.
Observou-se também, que existe o uso de parcerias na implantação de projetos de
energia solar e eólico, no qual participam os mais variados atores (governo,
fornecedores, institutos de pesquisa, outros). Contudo, verifica-se uma lacuna no
tocante a colaboração para pesquisa e desenvolvimento. Além disso, foi possível
constatar que a literatura referente à inovação aberta contempla "o que deve ser feito",
mas não considera ou falta "o como deve ser praticado" com métodos, técnicas e
ferramentas principalmente quando se refere aos setores de estudo. Isso remete a
importância de se desenvolver competências essenciais que apoiem a inovação aberta
nos setores estudados.
Sendo assim, o propósito central da pesquisa foi identificar os elementos da open
innovation para implantação no setor de energias renováveis (solar e eólica). Dessa
forma, a partir de uma RBS foi possível obter elementos presentes nos documentos
analisados e com eles realizar uma pesquisa de campo com organizações dos setores.
Portanto, como resultado pode-se constatar que a resposta à problemática foi respondida
de forma satisfatória, uma vez que foram identificados os elementos determinantes da
abordagem inovação aberta para o setor de estudo na visão dos colaboradores os quais
participaram diretamente da pesquisa.
A pesquisa teve uma dimensão quantitativa e foi obtida a partir da confirmação dos
elementos propostos. Esses foram encontrados na literatura e totalizaram 14. As
variáveis que apresentaram maiores níveis de relevância foram: A1 - Política de Apoio a
Inovação; A2 - Política de Inserção dos Elos da Cadeia no processo de inovação; A8 -
Parcerias; A5 - Capacidade de Absorver Conhecimento e A10 - Programa de
capacitação.
Além disso, os resultados da análise fatorial possibilitaram estruturar as quatro
dimensões principais: Processo de inovação, Competências, Indicadores e Políticas e
Estratégias de Inovação. Os resultados da análise fatorial destacaram os quatro
principais fatores que resumem o conjunto de variáveis estudadas no qual podem ser
traduzidas como práticas de inovações decisivas no processo de inovação aberta para o
setor de estudo, além de ser considerado como referência para os gestores durante a
86
tomada de decisão e obtenção de respostas satisfatória durante o processo inovativo e
seu gerenciamento.
As evidências de campo também identificaram 38 elementos relevantes os quais podem
ser inseridos no processo de implantação dessa abordagem. Esta pesquisa também
apontou para o interesse dos colaboradores com relação à inovação aberta.
As considerações apresentadas, também, contribuem para a discussão do tema
abordado. Além disso, observou-se que a open innovation é praticada de modo informal
e não estruturada, como mostrada nos exemplos encontrados no setor de energia eólica e
solar. Dentro desse contexto ressalta que a abordagem proposto por Henry Chesbrough
(2003), é viável e pode ser adotado como estratégia pelas organizações do setor como
forma de explorar o potencial do mercado, melhorar e desenvolver o setor e,
consequentemente, promover a troca de conhecimento entre as partes envolvidas.
6.2. CONCLUSÕES
Considera-se que os objetivos propostos na pesquisa foram cumpridos:
O primeiro objetivo específico: Conhecer o estado da arte em open innovation por meio
de uma revisão bibliográfica sistemática e pesquisa teórica tradicional. Este objetivo foi
cumprido e descrito no capítulo 3 e 4, assim como serviu de base para os demais
capítulos da dissertação.
O segundo objetivo específico: Identificar os elementos presentes na abordagem open
innovation, foram identificados pela análise minuciosa da revisão de 101 artigos
científicos, teses, dissertações e livros.
O terceiro objetivo específico: Validar os elementos da open innovation mediante
survey direcionado aos colaboradores pertencentes às cadeias de energia eólica e solar,
foi alcançado ao realizar a pesquisa com 102 participantes, os quais contribuíram com
suas experiências no setor de estudo desta dissertação.
Quarto objetivo específico: Agrupar os elementos da open innovation e modelar seus
relacionamentos, foi alcançado por meio da análise fatorial o qual possibilitou
identificar quais elementos pertenciam aos fatores definidos. Finalmente, podemos
87
concluir que o objetivo geral “Identificar os elementos da open innovation para
implantação no setor de energias renováveis solar e eólica” foi cumprida e atende a:
Fator 1 – por A11 - Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da
OI, A12 - Características do Processo, A13 - Considerações Tecnológicas e A14
- Inteligência Coletiva e Plataforma de Troca de Conhecimento;
Fator 2 – A5 - Capacidade de Absorver Conhecimento, A6 - Capacidade de
Integrar Conhecimento no Processo de Inovação, A10 - Programa de
Capacitação;
Fator 3 – A3 - Critérios para Selecionar Colaboradores, A7 - Criação de um
Time de Inovação, A9 - Indicadores para Medir Inovação;
Fator 4 – A1 - Política de Apoio a Inovação, A2 - Política de Inserção dos Elos
da Cadeia no Processo de Inovação, A4 - Critérios para Atrair Colaboradores,
A8 - Parcerias.
6.3 RECOMENDAÇÕES
Mediante os resultados apresentados, propõe-se os seguintes temas para pesquisas: 1) o
estudo da relevância dos novos elementos propostos pelos colaboradores, por meio de
uma pesquisa-ação com o objetivo de identificar como elas contribuem para o setor; 2)
desenvolver uma ferramenta que considere os fatores e elementos encontrados nesta
dissertação; 3) realizar estudo de casos de open innovation nos setores de energia eólica
e solar.
88
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97
APÊNDICE A - CONVITE
Prezado(a) Senhor(a), sou mestranda do programa de pós-graduação de engenharia de
produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e estou desenvolvendo uma
pesquisa referente à minha dissertação no qual o tema trata da " inovação aberta
aplicada ao setor de energias renováveis - solar e eólico".
Dessa forma, gostaria de convidá-los a participar do grupo de colaboradores desta
pesquisa. Se puderem colaborar, gostaria de saber com quem posso entrar em contato
para enviar o questionário. Ele é bem simples e leva de 5 a 10 minutos para ser
respondido.
Agradeço desde já a sua colaboração e qualquer dúvida pode entrar em contato.
Edicleide Marinho
Pesquisadora
98
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Pesquisadora: Edicleide da Silva Marinho
Orientador: Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González
O questionário tem como objetivo identificar os elementos da inovação aberta (Open
Innovation) que devem ser considerados para a implantação no setor de energias
renováveis - Eólico e Solar. Esta pesquisa tem finalidade acadêmica para a conclusão do
mestrado em Engenharia de Produção da UFRN. Sua participação é voluntária e
anônima e as respostas fornecidas serão tratadas com sigilo. Qualquer dúvida ou
sugestão acerca do questionário, por favor, entrar em contato com:
edicleidesm8@gmail.com. Obrigada pela sua colaboração.
1. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
2. Escolaridade ( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo
( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo
( ) Mestrado
( ) Doutorado
( ) Outro:
3. Qual o setor em que você atua na organização?
4. Qual o cargo que você ocupa atualmente na organização?
5. Você conhece a abordagem "Open Innovation*" ( ) Sim ( ) Não
99
*Open Innovation é o uso de entrada e saída de conhecimento para acelerar a inovação interna e expandir
o mercado para uso externo de inovação (Chesbrough, 2003).
Para responder, use as codificações nas colunas à direita e marque a alternativa
que representa a sua opinião.
1 Discordo Totalmente
2 Discordo
3 Não Concordo Nem Discordo
4 Concordo
5 Concordo Totalmente Legenda
1 2 3 4 5
A1. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos para
apoiar e incentivar a inovação.
A2. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos que
possibilite o envolvimento entre os elos da cadeia produtiva.
A3. No setor de energia renovável (eólico e solar) deve existir um processo definido
para selecionar os colaboradores que apoiem e participem do processo de inovação.
A4. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir estratégias que
possibilitem atrair colaboradores para participar do processo de inovação.
A5. Tem que existir, no setor de energia renovável (eólico e solar), atividades de
identificação e aprendizado de novos conhecimentos para gerar produtos, serviços e
oportunidades de mercado.
A6. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos para a
aplicação do conhecimento gerado no processo de inovação.
A7. No setor de energia renovável (eólico e solar) deve existir uma equipe
responsável pela gestão do processo de inovação.
A8. Devem existir, no setor de energia renovável (eólico e solar), processos que
auxiliem a desenvolver parcerias com universidades, institutos e centros de pesquisa,
fornecedores e clientes com a finalidade de acessar diferentes bases de
conhecimentos e novos recursos.
A9. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir critérios para a
avaliação do processo de inovação.
A10. O desenvolvimento de competências e habilidades dos colaboradores é
fundamental para setor de energia renovável (eólico e solar).
A11. É necessário o uso de práticas ou ferramentas colaborativas para o
desenvolvimento do setor de energia renovável (eólico e solar).
A12. Para realizar o processo de inovação é importante a identificação das práticas de
inovação aberta e os potenciais colaboradores.
A13. Para realizar o processo de inovação é importante a identificação de tecnologias
que irão ser utilizadas no desenvolvimento de produtos ou serviços para o setor de
energia renovável (eólico e solar).
A14. Devem existir ferramentas que possibilitem a partilha de conhecimento entre os
elos da cadeia produtiva do setor de energia renovável (eólico e solar).
A15. Existe algum elemento\ fator que não foi mencionada neste questionário e que você considere
importante para o desenvolvimento do setor de energia eólico e solar?
101
APÊNDICE C - MATRIZ DE AFINIDADE
Elementos Autores
Política de apoio a Inovação
Dodgson et al (2006); Broring e Herzog (2008); Elmquist et al
(2009); Mortara et al (2009); Gassmann et al (2010); Ili et al (2010);
Lee et al (2010); Savitskaya et al (2010); Mortara e Minshall (2011);
Ades et al (2013); Brunswicker e Ehrenmann (2013); Mergel e Souza
(2013); Lapointe e Guimont (2015)
Política de inserção dos
departamentos no processo de
inovação
Mortara et al. (2009); Ades et al (2013)
Critérios para atrair
colaboradores
Hartman e Renold (2010)
Capacidade de Absorver
Conhecimento
Laursen e Salter (2006); Piller e Walcher (2006); Lichtenthaler
(2008); Spithoven et al (2010); Wikhamn (2013); Ooms et al (2015)
Capacidade de Integrar
Conhecimento no processo de
Inovação
Wallin e Von Krogh (2010)
Criação de um time de inovação Chatenier et al. (2007); Mortara et al (2009); Chatenier et al 2010;
Ades et al. (2013)
Parceria com Empresas,
Universidades, Instituto de
Pesquisa, Clientes e
Fornecedores
Christensen et al (2005); Gassmann (2006); Dittrich e Duysters
(2007); Perkmann e Walsh (2007); Sarkar e Costa (2008); GOMES et
al (2009); Holmes e Smart (2009); Dahlander e Gann (2010); Enkel e
Gasmann (2010); Gassmann et al (2010); Ili et al (2010); Lazzarotti
et al (2010); Lee et al (2010); Li (2010); Mayer (2010); Mortara et al
(2010); Niehaves (2010); Santamaría et al (2010); Sjödin e Eriksson
(2010); Spithoven et al (2010); Wallin e Von Krogh (2010); Buganza
et al (2011); Inauen e Schenker-Wicki (2011); Lazzarotti e Manzini
(2011); Mention (2011); Dias e Escoval (2012); Ebersberger et al
(2012); Hsieh e Tidd (2012); Inauen e Schenker-Wicki (2012); Lee et
al (2012); Stoetzel (2012); Westergren e Holmström (2012);
Bellantuono et al (2013); Bueno e Balestrin (2013); Dąbrowska et al
(2013); Grimaldi et al (2013); Spithoven (2013); Wynarczyk (2013);
Breunig et al (2014); Cervantes e Meissner (2014); Dijk et al (2014);
Jacobfeuerborn (2014); Mina et al (2014); Paasi et al (2014); Razak
et al (2014); Tsai e Liao(2014); Arcese et al (2015); Aranha et al
(2015); Brunswicker e Vanhaverbeke (2015); Cagno et al (2015);
Lapointe e Guimont (2015); Michelino et al (2015); Olaru et al
(2015);
Indicadores para medir a
Inovação
Ebersberger et al (2012)
Programa de Capacitação Lee et al (2010); Mortara e Minshall (2011); Ades et al (2013);
Lapointe e Guimont (2015)
Adoção de Práticas,
Ferramentas ou métodos para
gestão da Open Innovation
Bergman et al (2009); Elmquist et al. (2009); Albors e Hervas-Oliver
(2010); Bianchi et al. (2010); Gassmann et al (2010); Sjödin e
Eriksson (2010); Slowinski e Sagal (2010); Stoetzel (2012);
Bellantuono et al. (2013); Breunig et al. (2014); Cervantes e Meissner
(2014); Brunswicker e Vanhaverbeke (2015)
Características de Processo Huizingh (2011); Theyel (2012)
Considerações Tecnológicas Gianiodis et al (2010)
Inteligência Coletiva e oferta de
uma Plataforma que pode ser
Estendido para Parceiros
Externos
Piller e Walcher (2006); Sarkar e Costa (2008); Ebner et al (2009);
Gomes et al (2009); Grøtnes (2009); Antikainen et al (2010); Ili et al
(2010); Arnold e Barth (2012); Ebersberger et al. (2012); Giangi
(2012); Hossain (2012); Lee et al (2012); Marjanovic et al (2012);
Bueno e Balestrin (2013); Leitner (2013); Martínez-Torres (2013);
Wikhamn (2013); Dijk et al (2014); Mina et al (2014); Mount e
102
Martinez (2014); Flores et al (2015); Mergel (2015); Seidel e
Langner (2015);
Critérios para selecionar
colaboradores
Keupp e Gasmann (2009); Albors e Hervas-Oliver (2010); Hartman e
Renold (2010); Yoon e Song (2014)
103
APÊNDICE D - MATRIZ ANTIIMAGEM
Po
líti
ca_
de_
Apo
io_
a_In
ov
ação
Po
líti
ca_
de_
Inse
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do
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form
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e_tr
oca
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e_C
on
heci
mento
Política_de_Apoio_a_Inovação ,751a -,282 -,071 ,025 -,222 -,081 ,194 -,032 -,004 -,006 ,039 -,188 -,045 ,161
Política_de_Inserção_dos_Elos_d
a_Cadeia_no_processo_de_inova
ção
-,282 ,764a ,022 -,209 ,094 ,151 -,215 -,295 -,056 -,050 ,025 ,069 ,135 -,344
Critérios_para_Selecionar_Colab
oradores
-,071 ,022 ,870a -,248 -,003 -,044 -,141 -,017 -,207 ,009 -,078 ,055 -,048 ,128
Critérios_para_Atrair_Colaborad
ores
,025 -,209 -,248 ,855a -,233 -,224 ,116 -,097 ,017 ,145 -,121 -,183 ,077 ,047
Capacidade_de_Absorver_Coonh
ecimento
-,222 ,094 -,003 -,233 ,842a -,204 -,224 -,158 ,022 -,197 ,156 ,028 -,240 ,025
Capacidade_de_Integrar_o_Conh
ecimento_no_Processo_de_Inova
ção
-,081 ,151 -,044 -,224 -,204 ,818a -,103 ,186 -,131 -,301 -,301 ,191 -,097 -,219
Criação_de_um_Time_de_Inova
ção
,194 -,215 -,141 ,116 -,224 -,103 ,845a ,040 -,306 -,008 -,024 -,155 -,064 ,039
Parcerias -,032 -,295 -,017 -,097 -,158 ,186 ,040 ,868a -,104 -,186 -,193 ,026 -,066 -,077
104
Indicadores_para_medir_a_Inova
ção
-,004 -,056 -,207 ,017 ,022 -,131 -,306 -,104 ,860a -,049 ,128 -,041 ,096 -,215
Programa_de_Capacitação -,006 -,050 ,009 ,145 -,197 -,301 -,008 -,186 -,049 ,817a -,045 -,129 -,003 ,219
Adoção_de_Práticas_Ferramenta
s_ou_Métodos_para_Gestão_da_
OI
,039 ,025 -,078 -,121 ,156 -,301 -,024 -,193 ,128 -,045 ,825a -,410 ,059 -,196
Caracteristicas_do_Processo -,188 ,069 ,055 -,183 ,028 ,191 -,155 ,026 -,041 -,129 -,410 ,823a -,183 -,107
Considerações_Tecnologicas -,045 ,135 -,048 ,077 -,240 -,097 -,064 -,066 ,096 -,003 ,059 -,183 ,843a -,300
Inteligência_Coletiva_e_platafor
ma_de_troca_de_Conhecimento
,161 -,344 ,128 ,047 ,025 -,219 ,039 -,077 -,215 ,219 -,196 -,107 -,300 ,792a
105
APÊNDICE E - NOVOS ELEMENTOS
Maior utilização
das parcerias Incentivo fiscal
Integração
entre as partes
da cadeia
produtiva
Disseminar o
conceito de
inovação e
participação entre
todos os seus
colaboradores
Debater e expor
os impactos
ambientais
(sociais,
econômicos e
biológicos)
Divulgação de
parcerias para
institutos de
ensino e pesquisa
Capacitação dos
Funcionários
Incentivos
tributário
Desenvolver
mecanismo para
reciclar todos os
materiais
utilizados na
energia solar e
eólica
Metodologias
de fomento para
inovação
Listamento de
possibilidades de
parceria
público/público e
público/privado
Discutir os processos de
obtenção e de novas
tecnologias
Comunicação
entre os elos da
cadeia
Compartilhamento
de resultados
Cooperação
entre os elos da
cadeia
Incentivo a
pesquisas
Incentivos
econômicos/financeiros
Divulgar o que
são os
impactos e
como eles
estão presentes
nas atividades
Colaboração
internacional entre
as universidades e
centros de
pesquisas
Conscientização
ambiental e
social
Mudanças na
política e
legislação do setor
Inovação na parte de
regulação Políticas claras Inovação “puxada”
Incentivo e
financiamento
por parte do
governo para
aquisição do
produto
Incentivos a
Inovação Isenção de impostos
Dispensa
tributária para
toda cadeia
‘Downstream
Programas e metas
do governo de
incentivos da área
Implementação
de obras de
energia
renovável em
todas as classes
sociais
Implantação
curricular nas
engenharias
voltada ao
Desenvolvimento
Sustentável
Facilitação e proteção
das patentes
Incentivo ao
espírito
empreendedor
e de gestor
Métodos/técnicas
de previsão mais
acurados para se
estimar a
densidade de
probabilidade de
ventos
Linhas de
Financiamento
Métodos/técnicas
de previsão mais
acurados para se
estimar a
intensidade de
radiação
Imposto zero para os
equipamentos de
produção
Inovação na
parte de
análise
ambiental
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