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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO
CURSO DE TURISMO
DEPARTAMENTO DE TURISMO
O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:
UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO
FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA
NITERÓI
2009
FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA
O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:
UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de graduação em Turismo da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial de
avaliação para obtenção do grau de Bacharel em
Turismo.
Orientador: Prof. M.Sc. Carlos Alberto Lidízia Soares
NITERÓI
2009
O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:
UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO
Por
FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pelo
curso de graduação em Turismo da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial de
avaliação para obtenção do grau de Bacharel em
Turismo.
Niterói, 09 de dezembro de 2009.
_______________________________________________
Prof. M.Sc. Carlos Alberto Lidízia Soares
Orientador – UFF
_______________________________________________
Prof. M.Sc. Eduardo Antonio Pacheco Vilela
Convidado – UFF
_______________________________________________
Prof. Dr. Osíris Ricardo Bezerra Marques
Departamento de Turismo – UFF
Esta obra é para aqueles que conseguem
definir a partir do indefinido; os
empreendedores.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus se faz necessário, não como parte de um
ritual convencionado, mas como reconhecimento genuíno de sua graça e amor
presentes em todos os momentos da minha vida.
Aos meus pais, Paulo Roberto Farias de Moura e Marli Lima Farias de
Moura, pelo apoio incondicional e por me ensinarem o caminho em que se deve
andar. E aos meus irmãos e seus cônjuges por completarem esta família,
constituindo o maior patrimônio que possuo na vida.
A todos que me ajudaram na minha longa jornada acadêmica: funcionários,
colegas, amigos e professores; dos quais espero revê-los em uma outra
oportunidade. Em especial ao meu professor-orientador, Carlos Alberto Lidízia
Soares, com quem não tive o privilégio de ser aluno, mas pude aprender de maneira
significativa com sua pessoa.
Por fim, agradeço ao professor Aguinaldo César Fratucci, coordenador do
curso de Turismo em grande parte do meu caminhar, pelo zelo de nível paternal com
que cuidou do corpo discente.
“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para
o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.”
Jeffry Timmons, 1990.
RESUMO
O empreendedorismo, como campo de estudo, tem merecido atenção de pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Os estudos apontam na direção que o seu ensino contribui na formação profissional, com vistas a capacitar o indivíduo para suceder em um cenário de incertezas sociais e econômicas que atingem amplamente o mundo globalizado. Atenta a esta realidade, as Instituições de Ensino Superior – IES – do Brasil vem consolidando ações na busca por disseminar o ensino de empreendedorismo em seu ambiente acadêmico, esperando dessa forma, que os ingressantes obtenham competências empreendedoras e não apenas aquelas que só os habilite a entrar no mercado de trabalho. Neste sentido, o ensino de empreendedorismo se apresenta com uma abordagem possível de ser praticada nos bacharelados em Turismo, pois como atividade socioeconômica, o turismo se destaca por sua capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores econômicos e interagir com diferentes atores sociais na construção da sua atividade. Assim, a presente pesquisa buscou mediante uma análise qualitativa, respaldada por um estudo de caso múltiplo, descrever como está estruturado o ensino de empreendedorismo nos três bacharelados públicos em Turismo presentes na microrregião do Rio de Janeiro, Brasil. A saber, os cursos de turismo da UFRRJ, UNIRIO e UFF. Para tanto, realizou-se em campo a aplicação de questionários e entrevistas presenciais com os profissionais de coordenação. Os resultados apontaram que os coordenadores reconhecem a importância do ensino de empreendedorismo em um curso superior de turismo. Porém, a prática de seu ensino é recente, fazendo com que o mesmo se encontre em um estágio experimental. Conclui-se, que o ensino de empreendedorismo precisa ser consolidado e que isto ocorrerá junto com o amadurecimento dos próprios cursos, em virtude da pouca idade que possuem.
PALAVRAS-CHAVES : Empreendedorismo; Ensino de empreendedorismo; Bacharelados em Turismo.
ABSTRACT
Entrepreneurship, as a field of study, has deserved attention of researchers from the most different fields of knowledge. Their studies have pointed in the direction that its teaching contributes to the professional training, with a view to enabling the individual to succeed in a setting of social and economic uncertainties that affecting largely the globalized world. Attentive to this reality, the Higher Education Institutions – HEI – from Brazil has consolidated actions in a purpose of spreading the entrepreneurship teaching in their academic environment, hoping in this way, that the fresh students gets entrepreneurial skills and not just those that only enable to enter in the labor market. In this sense, the entrepreneurship teaching presents with a possible approach to be practiced in the Tourism’s bachelors, cause as social-economic activity, tourism stands out by its ability to generate employment, raise several economic sectors and social actors interact in the construction of its activity. Thus, this search sought through a qualitative analysis, endorsed by a multiple case study, describe how is structured the entrepreneurship teaching in the three public Tourism’s bachelors present at micro region of Rio de Janeiro, Brazil. Namely, tourism courses from UFRRJ, UNIRIO and UFF. To this end, took place at field implementation of questionnaires and face to face interviews with professionals’ coordination. The results showed that the coordinators recognize the importance of entrepreneurship teaching in a higher course of tourism. Although, the practice of its teaching is recent, causing the same is an experimental stage. It is concluded, that entrepreneurship teaching needs to be consolidated and that will occur along with the maturing of own courses, cause of the young age that they have.
KEYWORDS: Entrepreneurship, Entrepreneurship teaching, Tourism’s Bachelors.
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Distribuição da economia dos países desenvolvidos............... 21
Figura 1 Representação gráfica do Modelo Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”.....................................................
26
Figura 2 Modelo esquemático da “Teoria das necessidades de McClelland”...............................................................................
29
Figura 3 Quadro sobre os mitos que cercam a figura do empreendedor...........................................................................
32
Figura 4 Quadro do histórico dos bacharelados em Turismo na microrregião do Rio de Janeiro.................................................
41
Figura 5 Quadro de informações sobre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro......................................................................
56
Figura 6 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFRRJ...................................................................
58
Figura 7 Quadro de informações sobre a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro..........................................................
61
Figura 8 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO..................................................................
64
Figura 9 Quadro de informações sobre a Universidade Federal Fluminense................................................................................
67
Figura 10 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFF........................................................................
70
Tabela 2 Abrangência do ensino de empreendedorismo nos cursos pesquisados..............................................................................
73
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ABAV Associação Brasileira das Agências de Viagens ABIH Associação Brasileira da Indústria de Hotéis BRAZTOA Associação Brasileira das Operadoras de Turismo CEFEI Centro Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (EFE) CESAR Centro de Estudos Avançados do Recife CIAGE Centro Integrado de Gestão Empreendedora (FGV-SP) CIDE Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro CNI Confederação Nacional da Indústria CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. EFE Escola Federal de Engenharia de Itajubá EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo ENE Escola de Novos Empreendedores (UFSC) FACEPE Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco FGV Fundação Getúlio Vargas FUMSOFT Sociedade Mineira de Software GEPE Grupo de Estudos da Pequena Empresa (UFMG) IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEL Instituto Evaldo Lodi (CNI) IES Instituições de Ensino Superior INEI Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira MEC Ministério da Educação MTur Ministério do Turismo ONG Organização-não-governamental PIB Produto Interno Bruto PUC Pontifícia Universidade Católica REUNE Rede de Ensino Universitário de Empreendedorismo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SOFTEX Sociedade Brasileira para a Promoção da Excelência do Software
Brasileiro SOFTSTART Programa de Ensino de Empreendedorismo na Área de Software TURISRIO Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro UFF Universidade Federal Fluminense UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UnB Universidade de Brasília UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................ ..................................... 17
2.1 O PAPEL DO CONHECIMENTO E DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL............................................................................................................
17
2.2 O MUNDO ATUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL.............................................................................................
19
2.3 EMPREENDEDORISMO: HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO........................ 22
2.3.1 Uma análise etimológica................................................................................ 23
2.3.2 Economistas: os pioneiros no estudo............................................................. 24
2.3.3 Comportamentalistas: quem é o empreendedor?.......................................... 27
2.3.4 Pós-comportamentalistas: o que faz o empreendedor?................................. 30
2.4 O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO....................................................... 35
2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil.................................. 37
2.5 O ENSINO DE TURISMO.............................................................................. 40
2.5.1 Panorama histórico dos cursos de Turismo no Brasil.................................... 40
3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................. ..................................... 46
3.1 TIPOS DE PESQUISA................................................................................... 47
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................... 48
3.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO......................................................................... 50
3.4 COLETAS DE DADOS................................................................................... 51
3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS........................................................................... 51
3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO........................................................................... 52
4 O ESTUDO DE CASO................................................................................... 54
4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO......................... 54
4.1.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 55
4.1.2 O curso de turismo da UFRRJ....................................................................... 57
4.1.3 Análise do curso de turismo da UFRRJ......................................................... 59
4.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO................ 60
4.2.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 60
4.2.2 O curso de turismo da UNIRIO....................................................................... 62
4.2.3 Análise do curso de turismo da UNIRIO......................................................... 64
4.3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE................................................... 66
4.3.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 66
4.3.2 O curso de turismo da UFF............................................................................ 69
4.3.3 Análise do curso de turismo da UFF.............................................................. 71
4.4 ANÁLISE DOS CURSOS PESQUISADOS.................................................... 72
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS...................... ....................... 76
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 79
ANEXOS........................................................................................................ 85
APÊNDICES................................................................................................... 98
1 INTRODUÇÃO
No Brasil até o fim dos anos 70, era considerado um devaneio um jovem
recém-formado aventurar-se na criação de um negócio próprio, pois os empregos
oferecidos pelas empresas nacionais e multinacionais, bem como a estabilidade que
se conseguia nos empregos das repartições públicas eram muito convidativos; com
bons salários, status e possibilidade de crescimento dentro das organizações.
Naquela época, o governo e as grandes empresas eram os suportes
econômicos de importância e interesse da sociedade brasileira. Como a inovação
era importada, o ensino vigente nas Instituições de Ensino Superior (IES) estava
voltado para este foco: formar profissionais para trabalhar em grandes empresas e
não para criar novos negócios.
A partir dos anos 80, esse cenário começa a mudar, tendo como pano de
fundo a mundialização dos mercados e, conseqüentemente, o aumento da
concorrência somado ao advento de novas tecnologias. Dessa forma, nem os
profissionais experientes, tão pouco os jovens à procura de uma oportunidade e nem
as universidades e centros de formação profissional no Brasil estavam preparados
para esse novo contexto.
Surge então, a necessidade de transformação da qualificação profissional.
E, uma vez que esta necessidade foi estabelecida, não bastava mais formar técnicos
era preciso formar empreendedores (MONNERAT, 2003).
Dornelas (2005, p.22) afirma que “[...] o momento atual pode ser chamado
de a era do empreendedorismo”. Porque são os profissionais empreendedores, que
atuam de forma inovadora no mundo: eliminando barreiras comerciais e culturais,
encurtando distâncias entre mercados, criando novas relações de trabalho e
13
proporcionando novos empregos; gerando dessa forma riqueza para a sociedade
em que atuam (ibidem).
O ensino de empreendedorismo quando se iniciou no Brasil, na primeira
metade da década de 1980, estava voltado às áreas de administração (business) e
de tecnologia (software). Portanto, graduações como: administração de empresas,
engenharia de produção, ciências da computação e informática; foram os primeiros
cursos a ministrarem conteúdos de empreendedorismo a seus alunos.
Em virtude das crescentes exigências que atingem amplamente a formação
profissional, o ensino de empreendedorismo, por ser multidisciplinar, não pode ficar
restrito àquelas áreas de conhecimento. É necessário, cada vez mais ampliar o
ensino vigente de empreendedorismo para outras áreas. Principalmente, aquelas de
relevante capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores econômicos e
interagir diferentes agentes sociais na construção da sua atividade, como o turismo.
A presente pesquisa justifica-se de outra forma, pela crescente
conscientização dos setores privados, governo e sociedade civil, quanto ao papel
desempenhado pela universidade. Que pese, entre outros aspectos, o sentido de
proporcionar aos alunos ingressos outras competências, que não apenas aquelas
que só os habilite a entrar no mercado de trabalho. Mas, que também os prepare
para progredir em um mercado altamente competitivo do ambiente globalizado nos
tempos atuais (MONNERAT, 2003).
Segundo Maia e Peccioli Filho (2003), tanto do ponto de vista cultural como
socioeconômico, as instituições de ensino não podem se limitar a formar
profissionais para atuarem em ambientes estáveis, pois podem incidir em um grande
risco, quanto à utilidade de sua mão-de-obra tornar-se superada pela sociedade
globalizada.
Diante do exposto, as IES devem reavaliar as suas práticas em função das
vastas e diversas mudanças que ocorrem atualmente no cenário socioeconômico
mundial, e que repercutem intensamente no ambiente brasileiro.
Some-se o fato da sociedade contemporânea se caracterizar pela
disseminação das informações, devido ao uso dos recursos tecnológicos disponíveis
aplicados, principalmente, aos meios de produção. Em que, tornam quase tudo
obsoleto em questão de poucos anos ao mesmo tempo em que fornecem novas
14
possibilidades para antigas profissões e novas profissões para mercados ainda
pouco explorados. Dessa forma, o turismo e suas áreas correlatas: hospedagem,
eventos, transportes, lazer, alimentos e bebidas; estão inseridos nesse contexto
(TRIGO, 2003).
Por isso, é notória a capacidade da atividade turística, quanto a sua geração
de emprego e renda, entre outros importantes aspectos. O estímulo a uma postura
empreendedora, durante a formação do aluno ingresso nos cursos de bacharelado
em Turismo visa, principalmente, fornecer-lhe competências e habilidades para criar
e inovar frente a um ambiente em constantes transformações.
Dessa forma, o jovem profissional de turismo mediante sua atuação nos
setores público, privado ou em organizações-não-governamentais (ONGs), realizaria
ações que conduzissem a uma modificação da estrutura vigente no mercado
turístico brasileiro, quer seja pela introdução de novos produtos e/ou serviços, novas
formas de organização ou pela exploração de novos recursos. Assim, contribuiria
para o pleno desenvolvimento do potencial turístico que este país possui.
Para corroborar, é importante ressaltar que alguns setores, conforme
Dornelas (2005) afirma, evoluem em menor velocidade do que outros como os de
alta tecnologia, por exemplo. Nestes casos o que mais importa é o serviço prestado
aos clientes. Esse é o caso do setor de turismo no Brasil, ainda não desenvolvido de
forma satisfatória.
Diante dessa necessidade, deve-se preparar a visão do turismólogo
fornecendo-lhes ferramentas para que se obtenha resultados consistentes ao
enfrentar a realidade a partir de uma visão inovadora (OLIVEIRA, 2006).
Profissionais de turismo formados com esse perfil poderiam ter características de um
empreendedor.
Notadamente, o Rio de Janeiro é um dos principais estados brasileiros no
setor de turismo, com os principais indicadores e com os atrativos turísticos mais
visitados do país. Frente a esta confirmação, torna-se relevante identificar os cursos
de bacharelados em Turismo no Rio de Janeiro, que valorizam em seu ambiente
educacional o ensino de empreendedorismo, assim como, verificar os respectivos
mecanismos utilizados para o seu ensino.
15
O presente trabalho busca através de sua pesquisa, descrever como se
encontra o ensino de empreendedorismo nos cursos de bacharelado em Turismo na
microrregião1 do Rio de Janeiro. Por meio da aplicação de questionários
padronizados, entrevistas presenciais e análises dos documentos relativos aos
cursos.
São oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior variados modos de
graduação em Turismo. Entretanto, a presente pesquisa optou por delimitar o
mapeamento aos cursos de bacharelado oferecidos pelas IES públicas na região
geográfica escolhida.
Quanto à pesquisa realizada junto aos bacharelados em Turismo, foram
lançados objetivos específicos que o presente estudo buscou alcançar:
• Identificar nos bacharelados públicos em Turismo na microrregião do
Rio de Janeiro, Brasil mediante a visão de seus coordenadores,
disciplinas presentes na matriz curricular voltadas ao ensino de
empreendedorismo, assim como, projetos de pesquisa e/ou extensão
que abordem esta temática.
• Apresentar a reflexão dos coordenadores sobre o ensino de
empreendedorismo em um bacharelado em Turismo.
• Comparar a abrangência das disciplinas apontadas pelos
coordenadores referentes ao ensino de empreendedorismo na carga
horária total dos cursos pesquisados.
• Destacar a importância de uma postura empreendedora para
desenvolvimento da atividade turística no Brasil.
Com bases nos objetivos apresentados e nos resultados alcançados, o
trabalho está estruturado em cinco capítulos que pretendem contribuir
individualmente para a compreensão do tema como um todo.
1 Por microrregião do Rio de Janeiro, adota-se a definição utilizada desde o ano de 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também pelo Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Fundação CIDE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Trata-se de uma divisão regional, inserida na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e composta ao todo por 16 municípios, sendo eles: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá.
16
Assim, no primeiro capítulo apresenta-se a “Introdução” – contendo a
apresentação em linhas gerais do tema de estudo, a justificativa de sua escolha sob
o foco a ser abordado, bem como, sua relevância para os estudos no Turismo. Após,
segue-se para o objetivo geral e os específicos da pesquisa.
No segundo capítulo, consta a revisão da literatura pertinente ao papel que
desempenha a educação e o conhecimento na sociedade atual. Em seguida, é
abordado o mercado de trabalho resultante das transformações estruturais e sua
implicação nos profissionais que trabalham no setor de turismo. É neste ponto que
fica evidenciada a formação empreendedora, como suporte para superar as
dificuldades deste ambiente competitivo. A partir daí, é abordado diretamente o
empreendedorismo, mediante sua análise histórica (etimologia e estudos) e a prática
do seu ensino no Brasil. Ainda neste capítulo apresenta breve histórico do ensino de
Turismo no Brasil finalizando sobre a necessidade do ensino de empreendedorismo
nos cursos de turismo.
No terceiro capítulo é apresentada a metodologia que conduziu a pesquisa
deste estudo. Assim como: a identificação do tipo de pesquisa, suas formas de
obtenção dos dados, tratamento adequados aos mesmos e também as limitações
inerentes ao método escolhido.
Após, no quarto capítulo são apresentados os resultados da pesquisa
realizada, tendo como objeto de estudo, os cursos de bacharelado públicos em
Turismo na microrregião do Rio de Janeiro; de forma individual e posteriormente em
conjunto.
No quinto e último capítulo apresentam-se as considerações finais, mediante
o panorama obtido pela pesquisa. Assim como, sugestões que venham contribuir
para o aprofundamento do tema abordado.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo procurou-se realizar uma abordagem teórica necessária a
compreensão das transformações que vem passando a sociedade. Bem como, as
implicações decorrentes dessas mudanças na atividade turística refletidas na
necessidade de formação de profissionais capacitados para agirem de maneira
inovadora em um cenário instável, do ponto de vista econômico e social.
Parte-se do pressuposto, que na sociedade contemporânea, fica
evidenciada a necessidade de uma formação empreendedora no ambiente
acadêmico. Dessa forma, as IES contribuem com valor positivo para a sociedade,
mediante a formação de indivíduos preparados e comprometidos com o
desenvolvimento do meio em que atuam.
2.1 O PAPEL DO CONHECIMENTO E DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL
Em toda a história da humanidade, a sociedade nunca experimentara um
momento como o atual, na qual as mudanças oriundas dos avanços tecnológicos
tenham provocado alterações tão intensas nas suas diversas formas de se organizar
e relacionar. O pano de fundo para esse quadro pode ser encontrado na capacidade
de trabalho de indivíduos e equipes na busca por criar, recriar e inovar em coisas
para a comunicação, saúde, transportes, lazer, entre outros.
18
Nesta conjuntura, a informação tornou-se um bem extremamente valioso
para a sociedade contemporânea. A sua posse confere uma posição privilegiada ao
seu proprietário, pois mediante os recursos tecnológicos capazes de processar e
armazenar grandes volumes de dados, chega-se ao conhecimento (TRIGO, 2003).
Este é o relevante papel que a informação juntamente com o conhecimento tem
adquirido na sociedade.
Conforme Trigo (2003) destaca, inseridos neste contexto estão a pesquisa
científica e o ensino, que em virtude dos avanços tecnológicos ficaram
condicionadas as possibilidades técnicas dos equipamentos e outros sistemas de
alta tecnologia. O referido autor apresenta sua observação:
Se a revolução industrial do século XIX deixou claro que sem riqueza não há condições para desenvolver a ciência e a tecnologia, a condição pós-moderna vem demonstrando o contrário, ou seja, que sem ciência e tecnologia não se pode produzir riqueza. (TRIGO, 2003, p.51)
Na sociedade contemporânea, Drucker (1997) observa que o papel do
conhecimento tem despontado como novo fator da economia, junto às variáveis
tradicionais: capital, mão-de-obra e terra.
Se o conhecimento adquire o papel de gerador de riquezas para um país,
tem-se um desafio histórico conforme D`Alberto (2005, p. 37) pontua “... transformar
a produção para que ela deixe de ser fundamentada na mão-de-obra e passe a se
fundamentar no conhecimento.”
Para Moesch (2000) o conhecimento adquire a função de compreensão da
totalidade da realidade. Ao lançar mão daquilo que já está posto (senso-comum) e o
que se possui a partir da história de vida de cada indivíduo junto com o saber
científico produzido ao longo da história da humanidade. Forma-se, assim, um
quadro referencial no qual se encontram condições para produzir o novo,
possibilitado pela aplicação eficaz da informação baseada no conhecimento.
A educação se insere neste cenário como uma alavanca para o
desenvolvimento intelectual, social e econômico de um país, pois norteia que os
19
conhecimentos adquiridos possam ser utilizados não apenas para uma inserção
qualificada do indivíduo no mercado de trabalho; mas que o estimule a pensar e agir
como cidadão comprometido em desenvolver as potencialidades do país no qual faz
parte.
Conforme Trigo (2003, p.153) afirma: “o dinheiro e a tecnologia são
importantes como meio, não como fim”. O mais importante é a educação de forma
integral. Pois, adquire a dimensão do fim e ao mesmo tempo do meio, para permitir
ao ser humano atingir patamares mais altos de civilização e cultura. (TRIGO, 2003)
No cenário atual, a educação também busca suprir as exigências advindas
do universo profissional, conforme Da Re (2002, p.8) afirma:
“Nunca a educação foi tão associada ao trabalho quanto nesta virada de século. Estar em constante processo de aprendizagem tornou-se condição obrigatória para inserir-se profissionalmente no mercado e nele permanecer.”
Portanto, convém que o mundo da educação se aproxime do mundo do
trabalho. Com vistas, além de, fornecer ao ser humano maior consciência em
relação ao meio e sobre si mesmo, lhe proporcione melhores condições para que se
insira mediante o conhecimento adquirido em um concorrido cenário profissional.
2.2 O MUNDO ATUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL
Foi durante a segunda metade do século XX, neste curto período de tempo,
que as conquistas tecnológicas aplicadas aos modos produção se aceleraram. E,
por conseqüência, proporcionaram o consumo de bens e serviços em nível global.
Dessa forma, expandiu-se o fenômeno da globalização.
20
Com a globalização, novos padrões sociais e econômicos surgem,
provocando um contexto de transformações na vida das pessoas, mediante a
incorporação de novos hábitos e rotinas ao cotidiano. Essas mudanças, não ocorrem
apenas no nível individual, mas países são levados a organizarem-se em blocos
econômicos, quando buscam superar as suas fragilidades frente ao mercado global.
Em decorrência deste processo, barreiras comerciais diminuem e aumenta-
se o fluxo comercial internacional, favorecendo a prosperidade de organizações
inovadoras e a circulação de capital, bens, serviços e pessoas. Neste cenário, tem-
se um quadro favorável a descobertas de novas demandas de consumo, o que
estimula a atuação de profissionais empreendedores.
Gerber (1996, p.129) confirma esta tendência, ao afirmar que “quanto mais
complexo se torna o mundo, e as mercadorias, mais variadas, mais urgente, menos
racional, mais inconsciente torna-se a necessidade de sensações.”
Contudo, os mesmos avanços tecnológicos que permitiram levar a
humanidade para sofisticados níveis de produção e consumo, também a conduziram
para elevados patamares de concorrência. E, dessa forma, criou-se um ambiente
competitivo e excludente em todos os segmentos mercadológicos, este entendido
mediante a possibilidade de gerar e emprego e renda.
Diante deste quadro, houve um agravamento das questões relacionadas a
inserção profissional. Atualmente, pode-se observar a crise do desemprego
qualificado, em que pessoas com formação de nível superior não conseguem
emprego no seu campo de formação ou especialização (LEITE, 2002 apud
AZEVEDO, 2004).
De fato, o mercado de trabalho é um dos setores da sociedade que mais
vem passando por alterações. Na observação de Da Re (2002), por estar mudando
as relações formais de trabalho neste início de século, o emprego cede cada vez
mais espaço a novas formas de participação profissional.
Porém, ainda que conturbado, o mercado de trabalho continua a ocupar uma
categoria central na sociedade atual. Só que, em virtude das mudanças que o
afetaram em sua forma de organização e na maneira de produzir, adquiriu uma face
heterogênea, complexa e fragmentada ao mesmo tempo (SOUZA, 2006).
21
Neste cenário instável, surgem novas possibilidades profissionais ligadas ao
vasto e complexo setor terciário da economia, como um alívio necessário para a
crise do trabalho que ronda, principalmente, o setor secundário (industrial). De
acordo com Trigo (2003), merece destaque as áreas de: educação, artes e cultura,
lazer e turismo, entre outras.
Em relação ao setor terciário, ligado ao comércio e aos serviços, no qual o
turismo e suas atividades correlatas (hospedagem, eventos, transportes, lazer,
alimentos e bebidas) estão inseridos, pode ser observado, segundo o mesmo autor,
a sua predominância na participação no Produto Interno Bruto (PIB) em diversos
países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. E igualmente, a maior
parte da população economicamente ativa desses países, encontra-se trabalhando
neste setor, muitos como imigrantes oriundos das reestruturações que passou o
setor industrial (TRIGO, 2003).
Para melhor ilustrar, apresenta-se a seguir a tabela 1 demonstrando como a
economia madura dos países desenvolvidos está distribuída, em média, pelos seus
diversos setores:
Tabela 1 – Distribuição da economia dos países desenvolvidos
SETOR
PORCENTAGEM
Primário
5 a 10%
Secundário
10 a 40%
Terciário
30 a 65%
Fonte: Trigo 2003, p.81.
O quadro exposto demonstra que nos países desenvolvidos, a economia
está orientada para o setor terciário (na economia dos países em desenvolvimento
este setor cada vez mais aumenta sua participação no PIB). Isto tem favorecido em
diversos países o crescimento da atividade turística, ao mesmo tempo, em que
causa implicações quanto a formação de uma mão-de-obra a altura para responder
as exigências que se apresentam no setor.
22
Para Trigo (2003, p.11) “Algumas pessoas trabalham onde outras se
divertem.” Este é um axioma presente em grande parte do universo profissional de
trabalhadores que atuam no setor de turismo. Além de estarem conscientes desta
realidade, devem ser profissionais especializados e ao mesmo tempo compreender
as problemáticas contemporâneas que afetam o setor.
Segundo Moesch (2000, p.9) “O turismo nasceu e se desenvolveu com o
capitalismo. A cada avanço capitalista, há um avanço do turismo.” Para Trigo (2003),
em virtude da conjuntura internacional que favorece a disseminação do
conhecimento, ocasiona um crescente grau de exigência por parte dos clientes de
serviços turísticos. Não se pode realizar o planejamento em turismo sem levar em
consideração a qualidade da mão-de-obra formada para trabalhar no setor.
Nesta linha de raciocínio, Da Re (2002, p.13) afirma que o mercado de
trabalho no turismo passa a exigir profissionais com: “flexibilidade, atualização
constante, domínio de novos conhecimentos, busca de criatividade e inovação, ou
seja, competências empreendedoras para intervir na realidade da profissão.”
A capacidade empreendedora surge como um dos principais diferenciais
para o profissional moderno. Por ser dinâmico, o setor turístico pode se beneficiar
com profissionais que atuem com iniciativa e autonomia. E, isto deve ser levado em
conta pelas IES durante a formação do ingresso.
2.3 EMPREENDEDORISMO: HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO
O empreendedorismo é um dos campos em que mais se pesquisa
ultimamente. É observado que pesquisadores das mais diversas áreas têm lançado
seus olhares sobre este fenômeno, contribuindo para a sua corporificarão teórica e
auxiliando na compreensão de sua relação com as outras áreas do conhecimento. A
seguir realiza-se uma abordagem do desenvolvimento dos estudos sobre o
empreendedorismo e o empreendedor até o momento desta pesquisa.
23
2.3.1 Uma análise etimológica
A disseminação do termo empreendedorismo na língua portuguesa se deu
através de textos escritos em inglês, mediante o uso da palavra francesa
entrepreneur. Na língua portuguesa é utilizado de modo abrangente designando:
criação de empresas, novos negócios, auto-emprego/trabalho autônomo,
empreendedores comunitário/coorporativo, entre outros (DOLABELA 2006;
DORNELAS, 2005).
Dolabela (2006), afirma que empreendedorismo é considerado um
neologismo derivado da livre tradução da palavra inglesa entrepreneurship, que
seria “espírito empreendedor”, termo que contém idéias de iniciativa e inovação.
Entretanto, Gomes (2005, p.2) em sua análise etimológica, discorda de
Dolabela, ao afirmar que: “empreendedorismo ou empreendedor são substantivos
derivados do verbo empreender que, por sua vez, tem sua origem na forma verbal
latina imprehendo ou impraehendo que significa ‘tentar executar uma tarefa’.”
Para referida autora, a entrada desse termo no léxico português se deu
diretamente do latim e não através do francês entrepreneur. E ressalta que, mesmo
no francês arcaico, esse verbo tinha uma forma bem próxima — emprendre — do
latim e do português moderno, assim como de outras línguas neolatinas: italiano,
provençal, espanhol e catalão (GOMES, 2005).
Segundo Gomes (2005), na luz dessa discussão vale ressaltar, que o
substantivo “empreendedor” apareceu pela primeira vez na língua portuguesa em
um texto escrito em 1563, no livro “Imagem da Vida Christam ordenada per diálogos
como membros de sua composiçam; Compostos per Frey Hector Pinto, frade
Ieronymo”.
Por conseguinte, Gomes (2005, p.2) estende sua análise a
“empreendedorismo”, ao recordar que na língua portuguesa é:
24
muito comum a formação de palavras através de derivação com uso do sufixo grego –ismos, ûs, ou através de sua vertente latina –ismus, i.” E dessa forma resume que: “imprehendo > empreendo + or (sufixo latino que indica agente) = empreendedor + ismo = empreendedorismo.
Importante considerar, que independente da origem etimológica de
empreendedor e empreendedorismo. Estes por serem fenômenos locais, segundo
Dolabela (2006), recebem significados, interpretações e definições que refletem o
meio (época e lugar) em que ocorrem. E, por serem temas que vem despertando
interesse de pesquisadores em diversas áreas do conhecimento, suscita debates e
questionamentos que contribuem para o refinamento de seu conteúdo.
2.3.2 Economistas: os pioneiros no estudo
Os economistas clássicos foram os primeiros a desenvolver estudos ligados
ao empreendedorismo. Na época, o foco estava na identificação dos resultados
oriundos de ações empreendedoras para o desenvolvimento econômico de um país.
Os pesquisadores do empreendedorismo concordam em afirmar que a
origem desse conceito está nas obras publicadas do economista Richard Cantillon
(FILION, 2001).
Data de 1755, ano em que Cantillon, um banqueiro de origem irlandesa que
residia em Paris, empregou pela primeira vez o conceito de empreendedorismo, com
o objetivo de designar o indivíduo que organiza e assume o risco2 de um
empreendimento, objetivando auferir lucros do mesmo (Leite, 2002, apud Monnerat,
2003).
2 Entende-se como risco do empreendedor na definição de Cantillon, qualquer ameaça passível de ser sofrida pelo individuo durante o desenvolvimento de seu negócio próprio, podendo ser de ordem: física, psicológica, social ou financeira.
25
Cantilon era um banqueiro, que no século XVIII buscava nichos de mercado
para investimentos lucrativos, atualmente seria classificado como investidor em
capital de risco. Para ele “o empreendedor era aquele que comprova matéria-prima
por um preço certo para revendê-la a preço incerto.” Se o indivíduo neste processo
lucrasse além do esperado, significava que havia feito algo diferente e novo (FILION,
2001).
De acordo com Dornelas (2005) coube a Cantillon tal primazia, ao fazer a
distinção entre o papel do empreendedor; aquele que assumia os riscos do
desenvolvimento de um negócio, do capitalista; aquele que financiava para que
terceiros iniciassem seus próprios negócios. Algo que até então, não havia sido
precisamente delimitado.
Entretanto, foi apenas no século seguinte, com o fortalecimento da
Revolução Industrial, que o economista francês Jean Baptiste Say (1767-1832) ̶
autor da Lei dos Mercados, também conhecida como Lei de Say3 de 1803 ̶ deu um
importante passo para uma compreensão mais abrangente dos elementos do
empreendedorismo.
De acordo com Filion (2001), Say aprofundou a diferença anteriormente
estabelecida por Cantillon, ao diferenciar os lucros apurados pelo empreendedor
daqueles apurados pelo capitalista.
Drucker (1987) observou que Say retratou em seus estudos, que o
empreendedor era um agente de mudança, responsável pela transferência de
recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para outro setor de
produtividade mais elevada, dessa forma aferindo maiores rendimentos.
Ao empregar o termo “entrepreneur”, quando elaborou uma teoria sobre as
funções do empresário, conferindo-lhe significativo papel no crescimento da
economia. A concepção de Say se aproximava das concepções de empreendedor
utilizadas até hoje. Por isso pode ser identificado como o “pai do que se
convencionou chamar de empreendedorismo” (FILION, 2001).
3 “Lei dos Mercados ou Lei de Say se refere a teoria econômica segundo o qual a produção criaria a sua própria demanda, impossibilitando uma crise geral de superprodução. Este conceito de equilíbrio econômico constitui-se na base da teoria econômica neoclássica.
No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam
produzidos pelo
Filion (2001), credita
D`Alberto (2005) menciona que
descrever o empreendedorismo associado a
para o desenvolvimento econômico.
Conforme Schumpeter (1988)
desenvolvimento econômico estaria
tecnológicas sobre os meios de pro
empresário inovador capaz de empreender um novo negócio
do capital.
Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor
estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir
consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas
combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas
formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.
Na percepção de S
de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão
estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,
Schumpeter considerava que para um indiv
a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de
oferta.
A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação
Empreendedora”:
Figura 1 – Representação gráfica do Modelo
Fonte: Adaptado de Leite (2002, p.57)
No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam
produzidos pelo economista austríaco
Filion (2001), credita-se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.
D`Alberto (2005) menciona que
descrever o empreendedorismo associado a
para o desenvolvimento econômico.
Conforme Schumpeter (1988)
olvimento econômico estaria fundamentado
tecnológicas sobre os meios de produção, a
empresário inovador capaz de empreender um novo negócio
Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor
estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir
consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas
combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas
formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.
Na percepção de Schumpeter, o empreendedor se engaja em um processo
de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão
estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,
Schumpeter considerava que para um indiv
a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de
A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação
Empreendedora”:
Representação gráfica do Modelo
Fonte: Adaptado de Leite (2002, p.57) apud
No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam
Joseph Alois Schumpeter. De acordo com
se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.
D`Alberto (2005) menciona que Schumpter, foi um dos primeiros autores a
descrever o empreendedorismo associado a inovação, como um fator fundamental
Conforme Schumpeter (1988) apud D’Alberto (2005), o fenômeno do
fundamentado em três fatores
dução, a necessidade do crédito bancário e o
empresário inovador capaz de empreender um novo negócio, mesmo sem ser
Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor
estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir novos hábitos de
consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas
combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas
formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.
o empreendedor se engaja em um processo
de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão ̶ que causaria alterações na
estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,
Schumpeter considerava que para um indivíduo ser empreendedor, este deveria ter
a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de
A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação
Representação gráfica do Modelo Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”
apud Monnerat (2003, p.28)
26
No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam-se os trabalhos
Joseph Alois Schumpeter. De acordo com
se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.
Schumpter, foi um dos primeiros autores a
inovação, como um fator fundamental
o fenômeno do
em três fatores: as inovações
crédito bancário e o
, mesmo sem ser dono
Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor
novos hábitos de
consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas
combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas
o empreendedor se engaja em um processo
que causaria alterações na
estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,
íduo ser empreendedor, este deveria ter
a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de
A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação
Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”
27
Para aqueles que comungam dos pensamentos de Schumpeter, no
dinamismo do sistema capitalista os empreendedores ocupam uma posição de
destaque, sendo considerados como os criadores de novos negócios. Neste
raciocínio, são os empreendedores que produzem inovação e mudança e portanto,
são os responsáveis pelo motor que movimenta o sistema capitalista.
Desde o início da teoria econômica, que os economistas explicam o
desenvolvimento de uma nação mediante as variáveis: mão-de-obra barata, matéria-
prima abundante e capital disponível para investimentos. Porém, de acordo com o
momento atual, passaram a incluir as variáveis: tecnologia e empreendedorismo
(LEITE, 2002 apud MONNERAT, 2003).
Muitos outros economistas se interessaram pelo fenômeno empreendedor,
tais como Knight, Kirzner e Casson. Mas, tanto economistas quanto profissionais de
outras áreas não possuem um consenso sobre o tema e nem existe um modelo
econômico desenvolvido a partir da função empreendedora, pois esta é dificilmente
quantificável (FILION, 2001).
2.3.3 Comportamentalistas: quem é o empreendedor?
Primeiramente, é necessário mencionar que a palavra “comportamentalismo”
é a tradução do termo inglês behaviorism, também utilizado em português como
“behaviorismo”. O comportamentalismo é um campo de estudo dedicado a análise
do comportamento (aprendizagem, estímulo e reação de respostas, hábitos, entre
outros) e a relação que este mantém com o meio.
Embora, o conceito comportamentalista apresente abrangência, quanto ao
enfoque comportamental e o meio, principalmente por estarem associados com
experimentações para treinamentos de animais.
Neste estudo é abordado como um campo de investigação, em como o
comportamento de indivíduos empreendedores repercute no meio social,
organizacional, político e econômico do qual fazem parte.
28
Para os economistas clássicos, o empreendedorismo era visto como uma
função, ainda que encontrassem dificuldades em integrá-lo ao modelo clássico de
desenvolvimento econômico estruturado com base em funções matemáticas e
análises quantitativas, devido à insuficiência destas metodologias para explicar o
complexo comportamento dos empreendedores (DOLABELA, 1999 apud
MONNERAT, 2003).
Foi o sociólogo Max Weber quem inaugurou os estudos sobre o
empreendedorismo, fora do eixo econômico. Pois, abordou os empreendedores
sobre uma perspectiva comportamental, relacionado com os impactos que estes
causavam nas mudanças das organizações e nas transformações de ordem
econômica no país.
Segundo Filion (1998) apud Azevedo (2004), sua contribuição se deu mais
precisamente em 1930, mediante a identificação das características de um “tipo
ideal de indivíduo”, através do qual definiu um sistema de valores ligados ao domínio
e a autoridade formal dos líderes das organizações. Este sistema de valores, seria
um elemento fundamental para explicar o comportamento empreendedor do
indivíduo.
Contudo, foi o psicólogo americano David C. McClelland da Universidade de
Harvard, quem lançou as bases da pesquisa dos comportamentalistas sobre o perfil
do empreendedor. Ao elaborar uma teoria com três importantes necessidades que
motivam o indivíduo a empreender: (1°.) - realizaçã o, (2°.) – poder e (3°.) –
associação (FILION, 1998; ROBBINS, 2002 apud AZEVEDO, 2004).
Para melhor explicitar, apresenta-se a seguir a Figura 2 com o modelo
esquemático das necessidades, que segundo McClelland, motivam o indivíduo a
empreender.
Figura 2
Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)
Para McClelland
comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja
difícil de: de
empreendedora.
realizador.
Segundo o autor
básicos: uma minoria que quando frente a
arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer
riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade
de conseguir algo (
Dola
critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível
dividi-los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que
possuem uma noção própria de suces
determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma
noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto
McClelland.
As pesquisas de McClelland se concentraram
organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,
Figura 2 – Modelo esquemático da “
Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)
Para McClelland (1986) conforme D’Alberto (2005), quanto ao
comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja
difícil de: determinar, identificar e ensinar,
empreendedora. Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um
Segundo o autor os indivíduos podem ser classificados em dois grupos
básicos: uma minoria que quando frente a
arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer
riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade
de conseguir algo (McCLELLAND, 1986
Dolabela (2006) compartilha da visão de McClelland quan
critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível
los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que
possuem uma noção própria de sucesso. Embora não exista nenhum estudo que
determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma
noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto
As pesquisas de McClelland se concentraram
organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,
esquemático da “Teoria das Necessidades de McClelland
Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)
conforme D’Alberto (2005), quanto ao
comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja
terminar, identificar e ensinar, em que reside a sua capacidade
Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um
os indivíduos podem ser classificados em dois grupos
básicos: uma minoria que quando frente a um desafio, se dispõem a trabalhar
arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer
riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade
McCLELLAND, 1986 apud D’ALBERTO, 2005).
bela (2006) compartilha da visão de McClelland quan
critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível
los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que
so. Embora não exista nenhum estudo que
determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma
noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto
As pesquisas de McClelland se concentraram no comportamento
organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,
29
ecessidades de McClelland”
conforme D’Alberto (2005), quanto ao
comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja
reside a sua capacidade
Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um
os indivíduos podem ser classificados em dois grupos
um desafio, se dispõem a trabalhar
arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer
riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade
bela (2006) compartilha da visão de McClelland quando aborda o
critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível
los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que
so. Embora não exista nenhum estudo que
determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma
noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto-realização” de
no comportamento
organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,
30
uma realização empreendedora não seria restrita a um indivíduo proprietário de um
negócio (AZEVEDO, 2004).
Por isso, em sua definição de empreendedor McClelland afirmava:
um empreendedor é alguém que exercita o controle sobre a produção que não é apenas para o seu consumo pessoal. Por exemplo, um executivo em uma unidade de produção de aço na URSS seria um empreendedor. (McCLELLAND, 1996, p.206 apud AZEVEDO 2004, p.33)
Conforme D’Alberto (2005, p.45), outras características são consideradas
inerentes aos indivíduos empreendedores pelos behavioristas, como:
inovação, liderança, riscos moderados, independência, criatividade, energia, tenacidade, originalidade, autoconfiança, capacidade de aprendizagem, sensibilidade a outros, tolerância à ambigüidade e a incerteza, habilidade na utilização dos recursos [...]
Além de McClelland, outros behavioristas se dedicaram ao estudo das
características dos gerentes nas organizações, focalizando suas necessidades
empreendedoras mediante o ambiente organizacional. É citado: B. F Skinner,
psicólogo de Harvard e Henry Mintzberg, professor canadense, entre outros
(AZEVEDO, 2004).
2.3.4 Pós-comportamentalistas: o que faz o empreendedor?
Recentemente, a vertente psicológica foi ampliada pelo canadense Louis
Jacques Filion. Em uma visão abrangente e simples Filion (1991) apud Dolabela
31
(2006, p.25) define o empreendedor como “uma pessoa que imagina, desenvolve e
realiza visões.”
Seus estudos apresentaram uma teoria diferenciada do perfil empreendedor,
ao atribuir-lhe que o fazer está associado ao ser, pois para o professor canadense
“[...] no empreendedorismo, o que é primordial é o saber-ser, ou seja, a forma como
uma pessoa define-se a si próprio e como define a sua relação com o meio”
(FILION; LAFERTÉ, 2003, p.4)
Para Filion (2001), o empreendedor possui um elevado grau de consciência
do meio em que vive e utiliza-se desta capacidade para detectar formas de negócio.
O autor afirma que um ambiente propício ao empreendedorismo, deve contribuir
para o indivíduo que exerça a capacidade de reconhecer novas possibilidades de
negócio e que tome decisões moderadamente arriscadas, continue a desempenhar
seu papel empreendedor.
Dolabela (2006, p.25) é seguidor de Filion e compartilha de sua teoria
visionária ao considerar que: “empreendedor é alguém que sonha e busca
transformar seu sonho em realidade”.
O autor pontua dois fatores em relação ao empreendedor. 1) o
empreendedor é um ser social, produto da época e do lugar em que vive. Se no
ambiente em que um indivíduo vive, o empreendedor é percebido como algo
positivo, este terá motivação para abrir um negócio, por exemplo. 2) por ser um
fenômeno local, o perfil do empreendedor pode variar de um lugar para outro
DOLABELA (2006).
Gerber também segue esta recente linha de pensamento, que aborda o
empreendedor de forma holística vinculando o fazer com o ser, quando afirmar que:
[...] o processo de desenvolvimento de um empreendimento pode ser considerado como uma metáfora para a transformação pessoal, para o confrontar-se com a vida real, para o desenvolvimento de habilidades reais dentro da estrutura do próprio projeto, para a compreensão da dinâmica da mudança, do valor, da comunicação, do pensamento. (GERBER, 1996, p.111)
32
Conforme Gerber (1996), existe um estreito vínculo entre o empreendedor e
o seu negócio, sendo esta relação dotada de pessoalidades. A empresa fundada
pelo empreendedor funciona como uma extensão de sua personalidade e a maneira
como executa o seu trabalho reflete como o empreendedor é interiormente.
Para outras características dos empreendedores que não foram
mencionadas nesta seção, apresenta-se uma seleção do resumo da pesquisa de
Timmons (1994) e Hornaday (1982) apud Dolabela (2006, p.33,34):
O empreendedor tem um “modelo” uma pessoa que o influencia.
Sabe fixar metas e atingi-las.
É um sonhador realista.
É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.
Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.
Conhece muito bem o ramo em que atua.
Traduz seus pensamentos em ações.
Atualmente, por mais que os estudos sobre empreendedorismo tenham
evoluído e abraçado diversos campos. O perfil do empreendedor, ainda repercute de
forma mística e estereotipada, em grande parte da sociedade. Por isso, é
apresentada na Figura 3, o quadro da pesquisa de Timmons (1994) relacionando
alguns mitos que cercam a figura do empreendedor.
MITOS DA FIGURA DO EMPREENDEDOR
MITO 1: Empreendedores não são feitos, nascem. MITO 2: Qualquer um pode, em qualquer tempo, começar um negócio. MITO 3: Empreendedores são jogadores. MITO 4: Empreendedores querem o espetáculo só para si.
33
MITOS DA FIGURA DO EMPREENDEDOR
MITO 5: Empreendedores são seus próprios chefes e completamente independentes. MITO 6: Empreendedores trabalham mais tempo e mais duro do que gerentes em grandes empresas. MITO 7: Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço. MITO 8: Começar um negócio é arriscado e freqüentemente acaba em falência. MITO 9: O dinheiro é o mais importante ingrediente para se começar um negócio. MITO 10: Empreendedores devem ser jovens e com muita energia. MITO 11: Empreendedores são motivados pela busca do todo-poderoso dólar. MITO 12: Empreendedores buscam poder e controle sobre terceiros. MITO 13: Se o empreendedor é talentoso o sucesso vai acontecer em um ou dois anos. MITO 14: Qualquer empreendedor com uma boa idéia pode levantar capital. MITO 15: Se o empreendedor tem capital inicial suficiente, não pode perder a chance. MITO 16: Empreendedorismo é coisa de rico.
Figura 3 – Quadro dos mitos que cercam a figura do empreendedor
Fonte: Timmons (1994) apud Dolabela (2006, p.74, 75)
Dolabela ao mencionar os estudos que analisam o comportamento do
indivíduo empreendedor conclui que: “o estudo do comportamento do empreendedor
é considerado hoje fonte de novas formas para a compreensão do ser humano em
seu processo de criação de riquezas e de realização pessoal.” (DOLABELA, 2006,
p.54).
34
Pode ser observado, que o conceito de empreendedor evolui através dos
tempos, mediante os trabalhos produzidos por pesquisadores de diversas áreas. No
passado, tinha-se o empreendedor inovador de Schumpeter e o empreendedor
organizador de empresa de McClelland (FILION, 2001).
Recentemente compreendem-se os empreendedores por dois perfis
distintos: empreendedor empresário – que inicia e desenvolve seu próprio negócio e
o intra-empreendedor ̶ aquele que desempenha o papel de empreendedor dentro
de uma organização (MONNERAT, 2003).
Os empreendedores também podem ser classificados de acordo com as
circunstâncias como: voluntários (neste grupo podem ser encontrados os
empreendedores por oportunidades de negócio) e involuntários (neste grupo
encontram-se os empreendedores por necessidade como: desempregados,
imigrantes, entre outros). Independente da circunstância que impulsione o indivíduo
a empreender, o empreendedor pode atuar na área: social, tecnológica ou
empresarial (DOLABELA, 2006).
Considera-se que o empreendedor sempre teve um papel fundamental para
sociedade evidenciado, principalmente, após a Revolução Industrial do século XVIII.
O que ocorre atualmente é que a economia, os meios de produção e os serviços se
sofisticaram de tal forma, que levaram a um contexto propício para o surgimento de
um número cada vez maior de empreendedores, quer estes sejam impulsionados
pelas oportunidades de negócios decorrentes destes avanços ou pela necessidade
de sobrevivência advinda do desemprego.
Para Dornelas (2005) em ambos os casos existe a necessidade de se
formalizar conhecimentos, que antes eram apenas obtidos de maneira empírica.
Dessa forma, o ensino de empreendedorismo torna-se necessário na formação do
profissional moderno e apresenta-se como resultante das mudanças estabelecidas
na dinâmica mercadológica do que como um modismo temporário.
35
2.4 O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO
Hoje em dia, o processo educacional passa por transformações na forma em
que é transmitido, evidenciando-se o papel do professor como um facilitador, pois
tem-se a necessidade de novas formas de interação com os alunos centrada na
reflexão.
Como a educação desempenha um papel fundamental na formação de
cidadãos que busquem atuar positivamente junto à sociedade. As estratégias de
ensino adotadas devem conduzir a uma aprendizagem prática dos quatro pilares,
que para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) norteiam a educação: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a
conviver e aprender a fazer (DELORS et al, 1996).
O empreendedorismo, enquanto área de estudos, não pode ser considerado
uma ciência, pois ainda está construindo seus fundamentos e paradigmas. Filion
(2003) se refere ao empreendedorismo, como um campo de estudo. E pontua uma
particularidade quanto ao ensino do empreendedorismo, afirmando que este não
deve estar baseado apenas em conhecimentos, mas em: saber-fazer, saber-ser,
saber-evoluir e saber-viver. Tem-se em sua afirmação uma aproximação dos valores
do ensino de empreendedorismo com os valores que orientam a educação para a
UNESCO.
Por isso, quanto ao ensino, o empreendedorismo reuni condições para
atender as modernas vertentes mencionadas para a educação. “Mesmo porque na
educação não se pode ser dirigista, induzindo alunos a abrir empresas.”
(DOLABELA, 2006, p.25).
Embora, o ensino de empreendedorismo possa diferir quanto aos objetivos
de instituição para instituição ou curso específico. Dornelas (2005, p.39) orienta que
qualquer abordagem do ensino de empreendedorismo deveria focar:
36
A identificação e o entendimento das habilidades do empreendedor.
Como ocorre a inovação e o processo empreendedor.
A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico.
Como preparar e utilizar um plano de negócios.
Como identificar fontes e obter financiamentos para o novo negócio.
Como gerenciar e fazer a empresa crescer.
As características do empreendedorismo diferem de outras disciplinas como
geografia, física, química entre outras, pois além do empreendedorismo não ser um
conteúdo cognitivo convencional, apresenta uma pluralidade de relacionamentos
com as disciplinas, na qual utiliza como suporte para construir seu escopo.
De acordo com as características de ensino, Boava (2006, p.36) explica
como se dá o relacionamento do empreendedorismo com as outras áreas do saber:
Quando se diz que o empreendedorismo é interdisciplinar, pretende-se demonstrar que há o estabelecimento de relações entre a área e outros ramos de conhecimento; sendo sua esfera de atuação comum a duas ou mais disciplinas. Multidisciplinar, revela que a área contém, envolve e distribui-se por várias disciplinas e pesquisas. Transdisciplinar, indica que o empreendedorismo busca fora e além de si mesmo respostas a suas indagações, fazendo emergir dados que proporcionam uma nova visão de sua natureza e realidade
No empreendedorismo, o foco passa das organizações para o ser humano
centrado na sua capacidade de empreender e assim, contribuir para a melhoria da
sociedade. Quer seja pela criação de novos negócios, atuação ética nos setores
públicos ou pelo trabalho em organizações-não-governamentais.
Em virtude das características apresentadas, o ensino de
empreendedorismo tende-se a beneficiar de um sistema educativo diferente do
ensino tradicional, baseado no unidirecionalismo professor – aluno. Nesse sentido,
Dolabela (2006, p.26) afirma: “[...] não é possível ensinar, mas é possível aprender a
ser empreendedor [...]”
37
2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil
A literatura mostra que é recente o ensino de empreendedorismo nos
grandes centros acadêmicos do Brasil, impulsionado pela necessidade de uma
mudança na cultura pedagógica, que esteve orientada na formação de cidadãos
para a conquista de emprego nas grandes organizações.
No cenário mundial, o ensino de empreendedorismo iniciou-se nos Estados
Unidos no final da década de 1940. Porém, somente no início dos anos de 1970 que
teve um crescimento significativo. Em 1975 já apresentava cerca de 100 escolas de
negócios que ofereciam cursos de criação de novos empreendimentos (LEITE apud
AZEVEDO, 2004).
No Brasil é mais recente, iniciou-se em na década de 1980. A seguir
apresenta-se o histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil, conforme
Monnerat (2003) e Souza (2006) apud IEL (2000).
A primeira iniciativa de ensino de empreendedorismo no Brasil surgiu em
1981 na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
em São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen na disciplina “Novos
Negócios” para alunos do Curso de Especialização em Administração. Três anos
mais tarde, a disciplina foi estendida para graduação com o nome de “Criação de
Novos Negócios – Formação de Empreendedores”. Em 1989 foi criado o Centro
Integrado de Gestão Empreendedora (CIAGE), sob a coordenação da professora
Ofélia Lanna Sette Torres. Posteriormente, o ensino de empreendedorismo foi
inserido nos cursos de mestrado, doutorado e MBA da FGV-SP.
Na Universidade de São Paulo (USP), o professor Sílvio Aparecido dos
Santos, inicia o ensino de empreendedorismo por ocasião da criação da disciplina
“Criação de Empresas” em 1984, no curso de graduação em Administração da
daquela instituição. No ano seguinte, a disciplina “Criação de Empresas e
Empreendimentos de Base Tecnológica” foi oferecida ao Programa de Pós-
Graduação em Administração. Em 1992 a Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da USP através da Fundação Instituto de Administração ofereceu em
38
parceria com o SEBRAE-SP, um programa de formação de empreendedores,
voltados para profissionais da comunidade interessados em abrir uma empresa.
No começo da década de 1990 a Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) implementou uma iniciativa de desenvolvimento de estudos na área do
empreendedorismo com a criação do Grupo de Estudos da Pequena Empresa
(GEPE), vinculado ao Departamento de Engenharia da Produção e com o apoio do
SEBRAE-MG. Uma das atividades do GEPE foram workshops ministrados no
período de 1992 a 1994 pelos professores canadenses Louis Jacques Filion, André
Joyal e Dina Lavoie, a partir dos quais Filion tornou-se uma referência no país.
No ano de 1992, no Departamento de Ciência da Computação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), o professor de informática
Newton Braga Rosa, criou uma disciplina para o ensino de criação de empresas no
bacharelado em Ciência da Computação.
Em 1992, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), criou a Escola
de Novos Empreendedores (ENE), que veio a ser tornar uma dos mais importantes
exemplos para o ensino de empreendedorismo no Brasil.
Ainda em 1992, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a
Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco (FACEPE) criaram o
Centro de Estudos Avançados do Recife (CESAR), para ser um núcleo de
aproveitamento industrial dos resultados acadêmicos. Mais tarde 1995 criaram uma
pré-incubadora voltada para projetos de exportação de software, posteriormente
transformada no Recife-Beat, inserida no Programa da Sociedade Brasileira para a
Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) do CNPq. Em 1996 iniciou-
se o ensino de empreendedorismo na graduação em Ciência da Computação da
UFPE.
Em 1993 foi criada no Departamento de Informática da UFMG, a disciplina
“O empreendedor em informática”. Com sua experiência exitosa possibilitou ao
professor Fernando Dolabela, desenvolver uma metodologia de ensino de
empreendedorismo adequada à realidade brasileira. Tendo sido, mais tarde
difundida na forma da “Oficina do Empreendedor” para outros estados em parceria
com o Programa Softex do CNPq.
39
Em 1995 a Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFE) criou o Centro
Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (CEFEI). Desta forma a EFE
inseriu o ensino de empreendedorismo em todas as disciplinas, contribuindo para
desenvolver o espírito empreendedor em seus alunos.
Nesse mesmo ano, a Universidade de Brasília – UnB criou a Escola de
Empreendedores com o apoio do SEBRAE-DF, que além de oferecer o ensino de
empreendedorismo, realiza anualmente a Semana do Empreendedor com a
participação da comunidade local e empresarial.
O Projeto Gênesis, na área de incubação universitária e o Projeto Softstart
na área de ensino de empreendedorismo, foram implantados em 1996 pelo
Programa Softex, mediante a experiência adquirida junto ao CESAR em
Pernambuco.
No Rio de Janeiro a Pontifícia Universidade Católica (PUC) criou em 1997 o
Instituto Gênesis para a inovação e ação empreendedora. Na época a PUC-RJ
oferecia ensino de empreendedorismo para os cursos de graduação, através de três
disciplinas apoiadas pelo Laboratório de Criatividade Inovação e Simulação de
Negócios.
Também em 1997, o Instituto Evaldo Lodi de Minas Gerais (IEL-MG) junto
com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, FUMSOFT, Fundação João
Pinheiro e o SEBRAE-MG lançaram o Programa Rede de Ensino Universitário de
Empreendedorismo (REUNE). No ano seguinte, a Confederação Nacional da
Indústria (CNI) mediante o Instituto Evaldo Lodi junto com o SEBRAE nacional
lançaram o Programa REUNE, expandindo a filosofia de ensino universitário para
todo o país.
Segundo (Souza, 2006) o ensino de empreendedorismo se disseminou em
diversas universidades públicas (federais e estaduais), particulares e faculdades
isoladas e hoje é ofertado em quase todas as IES do país.
De acordo com o histórico exposto, é observado que as graduações em:
Administração, Engenharias, Ciência da Computação e Informática; foram os
primeiros cursos a ministrarem conteúdos de empreendedorismo para seus
discentes.
40
Entretanto, o ensino de empreendedorismo por ser multidisciplinar, não pode
ficar restrito àquelas áreas de conhecimento. Torna-se necessário, cada vez mais
ampliar o ensino vigente de empreendedorismo para outras áreas, principalmente,
aquelas de relevante capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores
econômicos e interagir com diferentes agentes sociais na construção da sua
atividade, como o turismo.
2.5 O ENSINO DE TURISMO
Neste capítulo é apresentado um panorama histórico do ensino de turismo
no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro. Busca-se compreender o momento atual
dos cursos e como o ensino de empreendedorismo pode ser inserido durante a
formação de seus ingressos.
2.5.1 Panorama histórico dos cursos de Turismo no Brasil
Segundo Trigo (2003) a Habilitação Única em Turismo é relativamente
recente no país, assim como nas áreas de comunicação e informática. O primeiro
curso superior em Turismo surgiu em plena época do período militar.
A evolução dos cursos superiores de Turismo e áreas correlatas no Brasil
podem ser divididas em quatro fases principais desde a década de 70 até o início do
século XXI (Matias, 2002).
Na primeira fase, tem-se o curso de Turismo implementado em 1971, na
Faculdade Morumbi, hoje Universidade Anhembi Morumbi, sediada na cidade de
São Paulo. Posteriormente, em 1978, os de Hotelaria, ambos com expansão
41
moderada, totalizando dez cursos no final da década e com oferta direcionada às
grandes capitais brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro.
A segunda fase, em meados da década de 1980, foi marcada pela
estagnação de oferta de cursos decorrente de problemas econômicos no país, o que
ocasionou, inclusive, o fechamento de vários cursos.
A terceira fase, na década de 1990, caracteriza-se pela valorização dos
cursos no âmbito acadêmico, com o aumento do número de cursos nas áreas de
Turismo, Hotelaria e Administração com habilitação em Turismo e Hotelaria nas
capitais e com distribuição mais igualitária nas demais regiões brasileiras,
abrangendo e estendendo-se ao interior de vários estados.
Na atualidade a tendência demonstra um equilíbrio entre “quantidade versus
qualidade”, com aumento quantitativo de propostas diferenciadas de cursos e uma
tendência de cursos de Turismo com ênfases direcionadas para a flexibilização e a
regionalização. É destacada ainda, em relação ao momento atual da oferta de
cursos de turismo, a contribuição ímpar do Sistema Federal de Educação.
Em conjunto com o processo de re-estruturação e aumento de vagas
vigentes desde 2002 nas Instituições Federais de Ensino Superior, a oferta de
cursos de turismo tem crescido fundamentalmente nestas instituições. Esse
processo aumenta a perspectiva de que esses cursos tenham um compromisso
maior com o desenvolvimento da sociedade brasileira em detrimento de uma antiga
preocupação excessiva com as demandas do mercado.
Sobre os cursos de bacharelado em Turismo na microrregião do Rio de
Janeiro, apresenta-se a seguir o quadro da Figura 4, com a cronologia de abertura
dos cursos na região pesquisada.
INÍCIO DO CURSO INSTITUIÇÃO – SIGLA MUNICÍPIO
08/06/1973 UNIVERSIDADE ESTÁCIO
DE SÁ – UNESA RIO DE JANEIRO
01/07/1975 FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ALONSO – FACHA
RIO DE JANEIRO
08/03/1976 CENTRO UNIVERSITÁRIO
PLÍNIO LEITE – UNIPLI NITERÓI
42
INÍCIO DO CURSO INSTITUIÇÃO – SIGLA MUNICÍPIO
08/09/1979 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA
RIO DE JANEIRO
22/02/1999 FACULDADE MACHADO DE
ASSIS – FAMA RIO DE JANEIRO
03/03/1999 CENTRO UNIVERSITÁRIO
DA CIDADE – UNIVERCIDADE
RIO DE JANEIRO
05/02/2001 FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ – FIJ
RIO DE JANEIRO
05/02/2001 FACULDADE PARAÍSO –
FAP SÃO GONÇALO
01/07/2002 FACULDADE SÃO JOSÉ – FSJ
RIO DE JANEIRO
17/08/2002 CENTRO UNIVERSITÁRIO
AUGUSTO MOTTA – UNISUAM
RIO DE JANEIRO
10/02/2003 FACULDADE GAMA E
SOUZA – FGS RIO DE JANEIRO
24/03/2003 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
NITERÓI
31/03/2003 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – UNIRIO RIO DE JANEIRO
17/04/2006 UNIVERSIDADE FEDERAL
RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ
NOVA IGUAÇÚ
Figura 4 - Quadro do histórico dos bacharelados em Turismo na microrregião do Rio de Janeiro. Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.
Os princípios norteadores para os cursos de Turismo foram apresentados na
Resolução nº 13, de 24 de novembro de 20064, que revogou a resolução s/n° de 28
de janeiro de 1971. E assim, definiu os parâmetros atuais para a elaboração do
projeto pedagógico dos cursos de Turismo no Brasil bem como: perfil (comum e
especifico), competências e habilidades esperadas de seus egressos.
Quanto às competências5 e habilidades, o documento enumera 19 domínios
mínimos, que os cursos de Turismo devem fornecer para a formação de um
profissional apto a atuar em mercados altamente competitivos e em constante
transformação. Para os objetivos do presente trabalho, destacam-se:
4 O exemplar completo deste documento encontra-se na seção “Anexos” do trabalho. 5 Por competência adota-se a definição de Perrenoud (2000) apud Da Re (2002) como “a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações – para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.”
43
V - domínio e técnicas de planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade econômico-financeira para os empreendimentos e projetos turísticos;
VII - planejamento e execução de projetos e programas estratégicos relacionados com empreendimentos turísticos e seu gerenciamento;
VIII - intervenção positiva no mercado turístico com sua inserção em espaços novos, emergentes ou inventariados
XVII - compreensão da complexidade do mundo globalizado e das sociedades pós-industriais, onde os setores de turismo e entretenimento encontram ambientes propícios para se desenvolverem (BRASIL, 2006);
Nota-se que competências empreendedoras são exigidas na formação do
profissional em turismo. Dadas estas características, o campo de ensino do
empreendedorismo nos cursos de graduação em turismo passa a ser uma
abordagem possível para se incorporar às rápidas mudanças tecnológicas e a
dinâmica do mundo atual.
Cabe ressaltar que segundo Cooper et al. (2001, p.42): “a educação em
turismo é multidisciplinar em sua abordagem e conteúdo e possui, portanto
elementos que são interessantes para outras disciplinas.” Neste sentido, o ensino de
turismo deve se beneficiar de sua natureza multidisciplinar, quando se relaciona com
outros campos de estudo. Principalmente, aqueles que buscam compreender o
processo de geração de riquezas a partir do indivíduo, como o empreendedorismo.
D’Alberto (2005, p. 44) pontua sobre a importância que o ensino de
empreendedorismo pode ter em um curso de Turismo ao afirmar:
“[...] tudo parece crer que o preparo para tornar-se empreendedor pode e deve ser desenvolvido no ensino da graduação, dando-se oportunidade de um maior entendimento sobre o assunto aumentando a visão empreendedora”. (D`ALBERTO, 2005, p.44)
Da Re (2002, p 15) afirma que não há uma receita metódica que possa
garantir o sucesso do profissional frente às adversidades ou oportunidades que se
apresentam no seu meio. Mas, sugere uma relação de medidas que as instituições
44
de ensino devem adotar para que as competências empreendedoras possam ser
desenvolvidas nos cursos de turismo:
a adoção de desenhos curriculares e de alternativas metodológicas inovadoras, dinâmicas, que substituam o modelo centrado em aulas tradicionais por um ambiente educacional caracterizado por aulas contextualizadas, enfatizando o aprendizado significativo;
implantação de oficinas, workshops, seminários e palestras com profissionais atuantes no turismo e áreas inter-relacionadas, com espaços para discussão fundamentada sobre o que está fartamente disponível para ser ouvido, visto e lido dentro e fora do ambiente escolar;
incentivo para que os alunos pesquisem e trabalhem em projetos concretos e experimentais característicos da área, enriquecido por visitas e/ou viagens culturais e técnicas;
a busca de alternativas de gestão de recursos educacionais, tais como acordos, convênios, patrocínios ou parcerias, que viabilizem constante renovação e atualização tecnológica, condição essencial para que a educação seja efetiva;
o estudo e a implementação de formas flexíveis de organização do trabalho escolar e de estabelecimento de vínculos contratuais com profissionais empreendedores da atividade turística, visando possibilitar a contribuição desses professores em potencial, cuja disponibilidade e interesse não se ajustam aos esquemas pedagógicos e administrativos convencionais.
Nessas condições as instituições de ensino estariam reavaliando suas
práticas, não em função da formação de profissionais para suprirem carências
mercadológicas momentâneas, como ocorrido em um passado próximo com os
cursos superiores em Turismo no Brasil. Mas, para formar cidadãos preparados para
melhor suceder as adversidades de um ambiente instável, tanto do ponto de vista
econômico quanto social.
Para Maia e Peccioli Filho (2003) o jovem estudante de Turismo deve ser
estimulado em seu ambiente acadêmico a verificar nos diversos problemas de sua
área, a possibilidade de ação para construir estratégias que busquem soluções, às
vezes, inéditas que surgem no cotidiano de sua atividade.
A integração do ensino de empreendedorismo nos cursos de Turismo pode
auxiliar na formação de um profissional capacitado em analisar o ambiente dos
45
negócios e os limites à atividade empreendedora e, desta forma minimizar os riscos
quando da tomada de decisões, em qualquer posição que ele ocupe na estrutura da
atividade turística ou mesmo da sociedade em geral (OLIVEIRA, 2006).
No presente estudo busca-se evidenciar a contribuição do ensino de
empreendedorismo para a formação de egressos nos bacharelados em Turismo. No
capítulo a seguir apresenta-se metodologia que conduziu todo o desenvolvimento de
sua pesquisa.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A escolha de um método de pesquisa, assim como os instrumentos
utilizados para a coleta de dados e posterior análise dos mesmos, devem estar
adequados em relação aos objetivos propostos e ao problema vigente de cada
investigação. A qualidade do resultado a alcançar estará intimamente ligada,
mediante a perfeita relação e correlação desses elementos.
Ao lançar um olhar inicial sobre o universo a ser investigado foram obtidas
as primeiras impressões, decorrentes das características dos elementos que o
compunha. A partir deste momento, procurou-se seguir uma abordagem indutiva,
mediante a formulação de hipóteses que atendesse as observações empíricas
realizadas em campo na fase experimental da pesquisa.
Ao familiarizar-se com o problema, optou-se por definir a pesquisa em uma
abordagem qualitativa, originada na escolha de seu objeto de estudo. Com o
pressuposto, de que não existem metodologias “boas” ou “más” ao tratamento de
determinado problema (ALVES-MAZZOTTI, 1998). Tornava-se de fundamental
importância, para garantir o sucesso do trabalho, escolher o tipo de pesquisa
empírica mais adequada aos objetivos almejados.
47
3.1 TIPOS DE PESQUISA
Tem sido proposto por Vergara (2005) dois critérios básicos para agrupar os
diferentes tipos de pesquisas existentes: quantos aos meios e quanto aos fins.
Seguindo tal orientação, utilizou-se sua taxonomia para definir os tipos de pesquisa
que irão permear todo o desenvolvimento deste estudo. Quanto aos meios:
• Pesquisa bibliográfica, pois recorre a uso de material disponível por
meio de publicações impressas ou eletrônicas, geralmente acessíveis
ao público em geral, quanto à origem foram utilizados materiais de
fontes primárias ou secundárias.
• Pesquisa documental, em virtude do requerimento de documentos
inerentes aos cursos de bacharelado6 em turismo, tais como: ementas
de disciplinas e de projetos acadêmicos e exemplares de matriz
curricular, pois os mesmos fornecerão subsídios para análises e
considerações posteriores.
• Pesquisa de campo, pois lança mão de ferramentas para a coleta dos
dados em campo, através da aplicação de questionários
padronizados e realização de entrevistas presenciais com os
responsáveis pelos cursos avaliados.
Quanto aos fins: como pesquisa descritiva, pois este modelo de pesquisa
proporciona a exposição das características e peculiaridades do objeto de estudo e
ainda pode estabelecer correlações entre as variáveis, dessa forma contribuindo
para definir a sua natureza. (ibidem).
A composição dos tipos de pesquisa apresentados ocorre em virtude das
características dos elementos investigados e dos objetivos que se espera alcançar
por meio deste estudo. Dessa forma, é possível que uma pesquisa comporte mais
de um de tipo, quanto ao seu meandro e finalidade (DENCKER, 2003; VERGARA,
2005).
6 Bacharelado, refere-se ao curso de nível superior (graduação) que confere ao seu concluinte o diploma com o grau de Bacharel, habilitando-o a exercer uma profissão de nível superior. Fonte: <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/tipos_de_curso.stm> Acessado no dia 11 de agosto de 2009.
48
Embora, o tema “empreendedorismo” venha ultimamente conquistando
espaço em diferentes áreas do conhecimento. Foi desconhecido até o momento do
levantamento de dados para esta pesquisa, estudos que abordassem o ensino de
empreendedorismo em bacharelados públicos de Turismo na mesma região
geográfica.
Mediante esta constatação, a pesquisa adquire um caráter exploratório, pois
visa também preencher “lacunas no conhecimento”, ao realizar uma sondagem junto
aos coordenadores sobre a relevância disposta pelos cursos de bacharelado
públicos em Turismo a uma educação empreendedora. De acordo com Alves-
Mazzotti (1998): “essas lacunas geralmente se referem à compreensão de
processos que ocorrem em uma dada instituição, grupo ou comunidade.”
Portanto, em virtude das características do objeto de estudo e na busca por
um procedimento que apresentasse confiabilidade tanto na obtenção dos dados em
campo, como, no tratamento dos mesmos. Propõem-se para a presente pesquisa:
um estudo de caso múltiplo.
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
Quando foi realizada uma investigação preliminar, havia ao todo na
microrregião do Rio de Janeiro7 (Brasil) 15 cursos de bacharelado em Turismo
oferecidos por 14 IES. Conforme consta na Base de Dados do MEC/INEP/Educação
Superior/Cursos e consultado em agosto de 2009. Tais cursos eram ofertados em
quatro (Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo) dos 16 municípios que
compõe esta microrregião.
7 Por microrregião do Rio de Janeiro, adota-se a definição utilizada desde o ano de 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também pelo Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Fundação CIDE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Trata-se de uma divisão regional, inserida na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e composta ao todo por 16 municípios, sendo eles: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá.
49
Foi cogitada nesta fase preliminar da pesquisa, definir uma amostra do tipo:
probabilística, estratificada e não-proporcional, conforme dispõe Vergara (2005); ao
levar em consideração a quantidade de bacharelados em Turismo presentes na
microrregião do Rio de Janeiro. A amostra inicialmente planejada seria composta por
um misto de cursos oriundos de IES públicas e privadas.
Para que os dados obtidos em campo recebessem um tratamento imparcial,
seus conteúdos deveriam ser suficientes para compor uma base confiável de
análises e considerações. Desse modo, era necessária uma investigação descritiva
em profundidade, proporcionada pela acessibilidade do pesquisador ao campo de
seu objeto de estudo. Esta condição era exigida, para que se obtivesse uma visão
holística dos cursos e dessa forma, fossem amenizadas as interferências dos
agentes envolvidos na pesquisa.
Tinha-se como pressuposto, liberdade de acesso para realização de
entrevistas presenciais com os responsáveis pelos bacharelados. Da mesma forma,
a obtenção de documentos inerentes ao processo investigatório como: ementas de
disciplinas e de projetos acadêmicos e exemplares da matriz curricular; necessários
para a elaboração de observações e considerações referentes à presença do ensino
de empreendedorismo.
Em virtude das dificuldades encontradas nas formas de acesso requeridas
pela pesquisa e também limitado pelo tempo disponível, foi replanejada na fase
preliminar, a amostra até então selecionada, ao se optar por uma abordagem
qualitativa mediante um estudo de caso múltiplo, composto pelos três bacharelados
em Turismo de IES públicas presentes na microrregião do Rio de Janeiro.
A saber: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) no Rio
de Janeiro, Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói e Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em Nova Iguaçu.
Assim, dentro dos parâmetros que orientam uma pesquisa qualitativa, foi
definida uma amostra do tipo não-probabilística, baseada no critério de tipicidade.
Tal critério é referendado por Vergara (2005), por conceder ao pesquisador a
liberdade da seleção dos elementos que considera relevantes para a amostra,
baseado no profundo conhecimento que possui destes.
50
Vem a corroborar para a escolha, a abordagem que tradicionalmente as
instituições públicas procuram incluir na formação de seus discentes, que não
apenas aquela que só os habilite a entrar no mercado de trabalho.
Por se tratar de um estudo de caso múltiplo, nesta pesquisa a amostra
adquire equivalência ao universo, uma vez que estão incluídos no estudo, todos os
bacharelados públicos em Turismo presentes na região abordada.
Embora, amplamente utilizado em pesquisas qualitativas; Yin (2001) coloca
que o termo "amostra", é inadequado quando não se pretende fazer generalizações
de tipo estatístico, conforme o objetivo deste trabalho.
Ainda que o método escolhido para a seleção dos objetos de estudo, não
tenha sido probabilístico ou afim, a pesquisa composta pelos três bacharelados
públicos, abrange 20,00% dos 15 cursos presentes na região.
3.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
A pesquisa está delimitada pelos seguintes critérios: cursos superiores em
Turismo na modalidade de ensino presencial8, os quais se caracterizam por exigir a
presença do aluno, em pelo menos, 75% das aulas e em todas as avaliações de
ensino; que confere a seus egressos o grau de Bacharel, tal modelo de graduação
também é denominada como tradicional ou plena; oferecidos por Instituições de
Ensino Superior (IES) públicas presentes na microrregião do Rio de Janeiro; com
funcionamento regular de turmas no terceiro trimestre de 2009.
Por se tratar de um estudo de caso múltiplo, as unidades de análise
correspondem a cada bacharelado em Turismo ministrado pelas instituições:
UNIRIO, UFF e UFRRJ; presentes no espaço geográfico demarcado. Conforme
disposto por Yin (2001), as unidades de análise constituem o próprio caso em si.
8 Conforme parâmetros definidos pelo Ministério da Educação (MEC). Fonte: <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/tipos_de_curso.stm> Acessado no dia 11 de agosto de 2009
51
3.4 COLETA DE DADOS
Os métodos escolhidos para a coleta dos dados em campo seguem as
orientações das pesquisas de abordagem qualitativa, caracterizadas por uma grande
variedade de procedimentos e instrumentos de coletas de dados (ALVES-
MAZZOTTI, 1998).
Dessa forma, foram escolhidas ferramentas que proporcionassem tanto um
tratamento objetivo das informações requeridas, quanto outras mais profundas em
análise.
Para aferir a presença ou ausência de disciplina de “Empreendedorismo” e
correlatas constantes na matriz curricular dos cursos, foi realizada a aplicação de
questionários padronizados, junto ao coordenador do curso. Para aferir a relevância
de uma educação empreendedora no curso, houve a realização de uma entrevista
presencial junto ao mesmo profissional, composta por duas perguntas ao final do
questionário.
Além, das ferramentas mencionadas e para que se obtivesse informações
mais profundas, realizou-se análise de documentos referente ao curso, tais como:
ementas das disciplinas de abordagem empreendedora e correlatas, ementas de
projetos acadêmicos afins e exemplar da matriz curricular.
3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS
A presente pesquisa procurou analisar sob a ótica de seus coordenadores, o
ensino de empreendedorismo nos bacharelados públicos em Turismo presentes na
microrregião do Rio de Janeiro. Além de requerer, informações diversas sobre os
mesmos. Portanto, o sujeito apropriado para o fornecimento de todas as
52
informações requeridas pela pesquisa, foi o profissional de coordenação dos cursos
avaliados.
3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO
Segundo Gil (2002), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa em
crescente utilização no âmbito das ciências sociais. De acordo com Yin (2001), por
proporcionar que se investigue um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto
atual, onde os limites entre o problema e o contexto ainda não apresentam claras
evidências.
Dentre os propósitos apontados por Gil (2002), pelo qual o estudo de caso
passa ser cada vez mais utilizado, destaca-se por "preservar o caráter unitário do
objeto estudado e descrever a situação do contexto em que está sendo feita
determinada investigação". Também são apresentadas pelo mesmo autor, algumas
vantagens deste modelo de pesquisa: o estímulo a novas descobertas, a ênfase na
totalidade e a simplicidade dos procedimentos (ibidem).
Embora, freqüentemente usado nas ciências sociais, o estudo de caso
possui limitações e envolve aspectos objetivos e subjetivos. Tais como:
argumentações e reflexões oriundas dos valores e conceitos do pesquisador na
interpretação dos dados obtidos; procedimentos normalmente não-rotinizados,
exigindo do pesquisador habilidades necessárias para garantir um desempenho
imparcial no momento da obtenção dos dados em campo; o pequeno tamanho da
amostra pode apresentar uma base frágil para generalizações; entre outros (YIN,
2001; GIL, 2002).
Cabe salientar, que a presente pesquisa está condicionada pela visão
oriunda dos coordenadores sobre o ensino de empreendedorismo nos seus
respectivos cursos. Portanto, as disciplinas relatadas que abordam a temática do
empreendedorismo estão vinculadas ao parecer do profissional titular da
coordenação na época em que a pesquisa (formulário) foi realizada.
53
Dessa forma, compreende-se que se o mesmo formulário padronizado fosse
aplicado com outro profissional de coordenação do mesmo curso, eventualmente,
poderia sofrer alterações quanto ao número de disciplinas relatadas sobre o ensino
de empreendedorismo. O que ocasionaria diferenças no resultado final da
abrangência do empreendedorismo no curso pesquisado.
Portanto, em virtude do exposto e ao procurar obter um maior rigor
metodológico na pesquisa empregada, torna-se mister adotar o estudo de caso
múltiplo. A fim de que, se possa estender com maior segurança os resultados
oriundos desta pesquisa para outras instituições atuantes em esferas semelhantes.
4 O ESTUDO DE CASO
O empreendedorismo tem se destacado como uma das áreas que mais vêm
adquirindo importância quanto ao ensino no Brasil. Foi possível constatar que é
ensinado desde o início da década de 1980 e que cada vez mais tem sido integrado
às matrizes curriculares de diversos cursos de nível superior.
Neste capítulo apresentam-se as informações colhidas durante a pesquisa,
mediante a aplicação de questionários padronizados e entrevistas presenciais, que
versam sobre a identificação dos bacharelados, seus respectivos coordenadores e a
presença/ausência de disciplinas ligadas ao empreendedorismo. Conjuntamente,
com as características das respectivas IES onde cada curso é oferecido.
Mediante a posse desses dados e com os documentos adquiridos (ementas
de disciplinas, projetos acadêmicos e exemplares de matriz curricular) que
complementam as informações pesquisadas. Propõem-se análises qualitativas, que
busquem evidenciar como se apresenta o ensino de empreendedorismo com vistas
a contribuir na formação do ingresso de cada bacharelado.
4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
A primeira Instituição de Ensino Superior apresentada é a Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro .̶ UFRRJ. A “Rural”, como a universidade é
55
popularmente chamada, é conhecida pelo “senso-comum” no Estado do Rio de
Janeiro por seus cursos superiores ligados as áreas de veterinária, agrícola e
ambiental. Contudo, oferece em seu quadro diversas graduações como:
Administração, Educação Física, Geologia, Matemática, Direito, Letras, entre outras.
4.1.1 Histórico e organização institucional
A UFRRJ é uma autarquia desde 1968 de regime especial dotada de
autonomia didática, científica, administrativa, financeira e disciplinar; destinada a
estudos superiores em sistema indissolúvel de ensino, pesquisa e extensão em
todos os ramos do saber (UFRRJ.., 2009)
Suas origens remontam as bases do ensino agropecuário no Brasil. Oriunda
do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA) que em 1943,
através de diversas portarias-ministeriais e decretos-lei unificaram as atividades da
Escola Nacional de Agronomia, Escola Nacional de Medicina Veterinária e Escola
Nacional de Química. Dessa forma, surgiu a Universidade Rural, como era
denominada na época (UFRRJ.., 2009).
As atividades de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas por 11
institutos, integrados ao Conselho Departamental, Diretoria, Departamentos e
Secretaria Administrativa. Apresenta-se a seguir os institutos da UFRRJ:
• Instituto de Agronomia
• Instituto de Biologia, Instituto de Ciências Exatas
• Instituto de Ciências Humanas e Sociais
• Instituto de Educação
• Instituto de Florestas,
• Instituto de Tecnologia,
• Instituto de Veterinária,
56
• Instituto de Zootecnia,
• Instituto Multidisciplinar (Campus Nova Iguaçu)
• Instituto Três Rios
Quanto à organização administrativa, a UFRRJ está orientada por seis
decanatos, que são órgãos executivos de coordenação e supervisão ligados
diretamente à Reitoria; apresentados a seguir:
• Assuntos administrativos
• Assuntos estudantis
• Ensino de graduação
• Extensão
• Pesquisa e pós-graduação
• Assuntos financeiros
A presente seção busca mediante a apresentação de informações básicas,
contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do
bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o
quadro da Figura 5:
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Ministério da Educação
Endereço da Sede Rodovia Br 465 - Km 7 s/n - 23890-000 Seropédica – RJ
Contatos Telefone: (21) 2682-1090 Fax: (21) 2682-1120 e-mail: gabinete@ufrrj.br Site: www.ufrrj.br
Campi e Unidades fora da sede
Pólo de Apoio Presencial - Angra dos Reis Pólo de Apoio Presencial - Piraí Pólo de Apoio Presencial - São Fidélis Pólo de Apoio Presencial - Saquarema Pólo de Apoio Presencial – Itaperuna Campus Nova Iguaçu - Instituto Multidisciplinar Pólo Magé Pólo Rezende
Figura 5 – Quadro de informações sobre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.
57
4.1.2 O curso de turismo da UFRRJ
No caso da UFRRJ, o bacharelado em Turismo é o mais recente dos três
pesquisados, entrou em funcionamento em abril de 2006. É oferecido no Campus de
Nova Iguaçu – Instituto Multidisciplinar e está vinculado ao Departamento de
Administração, Direito e Turismo.
A graduação possui carga horária total de 3.000 horas/aulas com uma
integralização recomendada em nove períodos (quatro anos e meio) sendo oferecido
no regime letivo semestral com 40 vagas no período noturno. A ênfase do curso está
sobre o conteúdo de “planejamento”. O professor Rodrigo Fonseca Tadini (M.Sc.) é
o coordenador do bacharelado em Turismo da UFRRJ.
Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UFRRJ: “Promover
o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos a fim dos mesmos se
transformarem em agentes de mudanças na Baixada Fluminense. O enfoque do
curso vai depender das características da instituição em sua totalidade, do perfil do
profissional dos professores, da posição geográfica e das necessidades da
comunidade a qual faz parte.”
A disciplina “Empreendedorismo” não está presente na matriz curricular do
curso de Turismo da UFRRJ. Segundo o coordenador Rodrigo Fonseca Tadini,
existem duas disciplinas obrigatórias que abordam a temática do
empreendedorismo. São elas: “Introdução à Administração” (2° período) e “Meios de
Hospedagem - II” (4° período). Ambas as disciplinas: presenciais, possuem carga
horária de 60 horas/aula e são oferecidas desde o primeiro semestre de 2006.
Quanto a projetos de pesquisa em atividade que abordam a temática do
empreendedorismo disponível aos alunos do curso de Turismo da UFRRJ, foi citado:
“O Povo do Aventureiro” iniciado em agosto de 2008. Quanto a projetos de extensão
foi citado: “O Povo do Aventureiro” e “Sabores do Tinguá” este iniciado em setembro
de 2007. O coordenador não soube informar a carga horária (horas/atividade) dos
projetos mencionados. Não há projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática
do empreendedorismo em tramitação no curso.
58
Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, o
coordenador Rodrigo Fonseca Tadini - “Concorda Parcialmente”. Sua reflexão9
sobre o ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “O ensino
de empreendedorismo, deve ter posição destacada no processo de desenvolvimento
integral do Bacharel em Turismo visto que, existe dentro do contexto nacional e
internacional um vasto leque de oportunidades profissionais para pessoas criativas,
qualificadas e com espírito de inovações, dispostas a correr riscos calculados e
modificar padrões do mercado.”
No gráfico da Figura 6 apresenta-se, mediante disciplinas correlatas a
abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária total do curso de
Turismo da UFRRJ:
Figura 6 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFRRJ
Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.
9 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 14 de setembro de 2009.
3000 h/a
0 h/a120 h/a
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
UFRRJ - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS
UFRRJ: Empreendedorismo no Turismo
59
4.1.3 Análise do curso de turismo da UFRRJ
De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.1.2 O curso de
Turismo da UFRRJ” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.
Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes à
abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação
empreendedora:
• As disciplinas citadas como correlatas a temática do
empreendedorismo: “Introdução à Administração – 60 horas/aula” e
“Meios de Hospedagem - II” – 60horas/aula, abrangem juntas 4,00%
da carga horária total do curso.
• Mediante a ênfase em “planejamento”, o curso de Turismo da UFRRJ
pode focar o ensino de empreendedorismo junto aos seus alunos, ao
propor soluções e inovações que supram as carências da
comunidade do entorno da instituição.
• Os projetos de pesquisa e de extensão mencionados visam estimular
a auto-suficiência econômica da população beneficiária. Entretanto, a
presente pesquisa não pode avaliar, por falta de documentos, onde e
como a temática do empreendedorismo é abordada nestes projetos.
• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo estaria
condicionado as características da instituição, perfil profissional dos
professores, localização geográfica e necessidades/carências da
comunidade do entorno. O que pode ocasionar, mediante estas
variáveis, falta de apoio acadêmico para o que o ensino de
empreendedorismo receba importância no curso.
• Por nascer vinculado ao Departamento de Economia Doméstica e
integrar o Departamento de Administração e Direito no campus onde
está instalado, demonstra-se um perfil ainda não definido quanto a
formação que o curso pretende oferecer ao seu corpo discente. O que
60
pode ocasionar um isolamento do ensino de empreendedorismo,
mediante a carência da interdisciplinaridade necessária para que o
ensino de empreendedorismo adquira abrangência na estrutura do
curso.
• Conforme mencionado o curso iniciou no ano de 2006, porém durante
a presente pesquisa ocorria a tramitação na universidade de uma
nova matriz curricular. Espera-se que as mudanças propostas
possam contribuir para que o ensino de empreendedorismo venha
favorecer, tanto a formação do discente como gestor inovador quanto
beneficiar a comunidade local pela sua forma de atuação.
4.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A UNIRIO é uma fundação instituída pelo poder público, sendo a mais nova
IES oferecedora dos cursos pesquisados, sua criação é de 1979. A universidade
durante a pesquisa oferecia 40 cursos superiores, muitos dos quais ligado à área
artística (musical e cênica).
4.2.1 Histórico e organização institucional
A UNIRIO originou-se da Federação das Escolas Federais Isoladas do
Estado da Guanabara – FEFIEG, passando a denominar-se Federação das Escolas
Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro – FEFIERJ e transformada em
Universidade do Rio de Janeiro no final da década de 1970 (UNIRIO.., 2009)
A universidade tem a seguinte missão: “Produzir e disseminar o
conhecimento nos diversos campos do saber, contribuindo para o exercício pleno da
61
cidadania mediante formação humanística, crítica e reflexiva, conseqüentemente
preparando profissionais competentes e atualizados para o mundo do trabalho
presente e futuro.” (UNIRIO..,2009).
A referida instituição rege-se por oito princípios gerais, são eles: 1) ética,
credibilidade e transparência; 2) visão humanística; 3) indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão; 4) compromisso com o social; 5) comprometimento
com a qualidade; 6) gestão participativa; 7) profissionalismo e valorização de
recursos humanos; 8) universidade do conhecimento e fomento à
interdisciplinaridade (UNIRIO.., 2009). A UNIRIO está estruturada
administrativamente pelos:
• Conselhos Superiores, (Conselho Universitário de Ensino e Conselho
de Ensino, Pesquisa e Extensão)
• Reitoria
• Vice-Reitoria
• Pró-Reitorias (Administração, Planejamento, Graduação, Pós-
Graduação e Pesquisa, Extensão e Assuntos Comunitários)
• Centros Acadêmicos
• Unidades Suplementares
A presente seção busca mediante a apresentação de informações básicas,
contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do
bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o
quadro da Figura 7:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Fundação Universidade do Rio de Janeiro
Endereço da Sede Avenida Pasteur 296 - 22290-240 Rio de Janeiro - RJ
Contatos Telefone: (21)2542-1050 - Fax: (21)2542-6203 e-mail: planejamento@unirio.br Site: www.unirio.br
62
Campi e Unidades fora da sede
Pólo Itaperuna Posto Rio das Flores Pólo de Apoio Presencial do Campus Pasteur 458 Campus Pasteur 296 Campus Pasteur 436 Campus Voluntários da Pátria Campus Mariz e Barros Campus Frei Caneca Campus Pasteur 458 Pólo Bom Jesus do Itabapoana Pólo Cantagalo Pólo Piraí Pólo Saquarema Pólo São Francisco de Itabapoana Pólo Três Rios Pólo Volta Redonda Posto Itaocara Posto Santa Maria Madalena Pólo São Fidélis
Figura 7 - Quadro de informações sobre a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.
4.2.2 O curso de turismo da UNIRIO
No caso da UNIRIO, o bacharelado em Turismo iniciou em março de 2003,
no mesmo mês que o da UFF, sendo as duas primeiras IES públicas a oferecerem o
curso superior em Turismo no Estado do Rio de Janeiro. O curso é oferecido no
campus sede da instituição no bairro da Urca no Rio de Janeiro e está vinculado à
Escola de Museologia da universidade.
A graduação possui carga horária total de 3.420 horas/aulas com uma
integralização recomendada em oito períodos (quatro anos) sendo oferecido no
regime letivo semestral com 50 vagas no período integral (manhã e tarde). A ênfase
do curso está sobre o conteúdo de “turismo e patrimônio”. A professora. Maria Anita
Buthod (M.Sc.) é a coordenadora do bacharelado em Turismo da UNIRIO.
Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UNIRIO: “O curso
de graduação em Turismo tem a missão de formar profissionais que planejem,
organizem e gerenciem atividades turísticas em consonância com o patrimônio
63
natural e cultural, além de objetivar a preparação de planejadores de destinos
turísticos e de docentes/pesquisadores”.
A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do curso
de Turismo da UNIRIO como: presencial, obrigatória (6° período), com carga horária
de 30 horas/aula e oferecida desde o primeiro semestre de 2007. Segundo a
coordenadora Maria Anita Buthod, existem duas disciplinas obrigatórias que
abordam a temática do empreendedorismo. São elas: “Gestão de Empresas
Turísticas” (5° período) e “Análise Empresarial e Admi nistrativa” (6° período). Ambas
as disciplinas: presenciais, possuem carga horária de 60 horas/aula e são oferecidas
desde o primeiro semestre de 2007.
Quanto a projetos de pesquisa em atividade que abordam a temática do
empreendedorismo disponível aos alunos do curso de Turismo da UNIRIO, foi
citado: “Grupo de Pesquisa em Gestão Empresarial, Turismo e Desenvolvimento
Sustentável ̶ Gestão em Turismo / Turismo e Desenvolvimento Sustentável /
Estudos Organizacionais em Empresas Turísticas”. Iniciado no mês de julho de 2009
e com 90 horas/atividade por semestre. Não foi citado projetos de extensão. Não há
projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática do empreendedorismo em
tramitação no curso.
Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, a
coordenadora Maria Anita Buthod - “Concorda Totalmente”. Sua reflexão10 sobre o
ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “O curso de
Turismo, da UNIRIO, para cumprir sua missão estruturou a matriz curricular calcada
em 4 grandes ciclos, cada um orientado para dois períodos, são eles:
“Conhecimentos Gerais”, “Conhecimentos Específicos do Turismo”, “Patrimônio e
Conteúdos Teóricos-Práticos de Turismo” e “Políticas Públicas, Planejamento e
Conteúdos Teóricos-Práticos de Turismo”. Além dos ciclos a formação do discente
segue de maneira linear c/ os eixos horizontais de trabalho que perpassam as linhas
de pesquisa do curso, são eles: “Teoria Geral do Turismo e Planejamento”; “Turismo
e Cultura”; “Turismo e Meio-Ambiente”; “Gestão em Turismo”; “Estudos Gerais”;
“Pesquisa” e “Práticas em Turismo”.
10 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 3 de setembro de 2009.
64
No gráfico da Figura 8 apresenta-se, mediante disciplina própria e correlatas,
a abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária do curso de
Turismo da UNIRIO:
Figura 8 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO
Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.
4.2.3 Análise do curso de turismo da UNIRIO
De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.2.2 O curso de
Turismo da UNIRIO” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.
Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes à
abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação
empreendedora:
• A disciplina “Empreendedorismo” abrange aproximadamente 0,88%
da carga horária total do curso.
3420 h/a
30 h/a 120 h/a
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
UNIRIO - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS
UNIRIO: Empreendedorismo no Turismo
65
• As disciplinas citadas como correlatas a temática do
empreendedorismo: “Gestão de Empresas Turísticas” – 60horas/aula
e “Análise Empresarial e Administrativa” – 60 horas/aula, abrangem
juntas aproximadamente 3,51% da carga horária total do curso.
• Mediante o foco em “turismo e patrimônio”, o curso de Turismo da
UNIRIO está estruturado em sua matriz curricular por disciplinas que
abordem a interpretação do valor que o patrimônio cultural e natural
adquire na atividade turística.
• Quanto à data do projeto de pesquisa, este teria iniciado apenas dois
meses antes da realização da pesquisa. Portanto, carece de uma
investigação específica, a fim de delimitar qual a contribuição que a
temática do empreendedorismo traz para a abordagem que o projeto
propõe.
• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo pode
ser inserido como uma ferramenta para formar profissionais que criem
e agreguem valor ao patrimônio cultural e natural na atividade
turística. Para tanto, seria necessária uma investigação mais
aprofundada com vistas a identificar, em como o vigente ensino de
empreendedorismo está alinhado com a missão do curso.
• Por nascer e permanecer vinculado a Escola de Museologia tende a
favorecer uma abordagem humanista, durante a formação do
ingresso. O que pode ocasionar um distanciamento do ensino de
empreendedorismo com uma abordagem para a prática da gestão
público-privada.
• Embora, o curso tenha iniciado no ano de 2003 às disciplinas:
“Empreendedorismo”, “Gestão de Empresas Turísticas” e “Análise
Empresarial e Administrativa” passaram a ser oferecidas no ano de
2007. Neste período entrou em vigor a atual matriz do curso, com
maior ênfase em gestão e planejamento, comparando-se com a
matriz inicial.
66
4.3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
A Universidade Federal Fluminense nasceu em 1960, a partir da
incorporarão de faculdades federais de Niterói: Faculdade de Direito de Niterói,
Fluminense de Medicina, de Farmácia e de Odontologia do Estado do Rio de
Janeiro; três escolas estaduais: Escola de Enfermagem, Fluminense de Engenharia
e de Serviço Social e duas faculdades particulares: Faculdade Fluminense de
Filosofia e de Ciências Econômicas (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE,
2009).
A instituição realiza amplo processo de “interiorização” do ensino
universitário, verificada pelos diversos campi e pólos que administra pelo interior do
Estado do Rio de Janeiro.
4.3.1 Histórico e organização institucional
A UFF é uma entidade federal autárquica, de regime especial, com
autonomia didática-científica, administrativa, disciplinar, econômica e financeira
instituída em 1961 (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, 2009).
Sua estrutura administrativa é formada três Conselhos Superiores: Conselho
de Curadores, Conselho Universitário e Conselho de Ensino e Pesquisa. Os dois
últimos regulamentam e orientam a política educacional de ensino, de pesquisa e de
extensão, sendo presididos pelo reitor e representados por integrantes do corpo
docente e discente e da comunidade de Niterói. Quanto ao Conselho de Curadores
compete o acompanhamento, a fiscalização da execução orçamentária e a
aprovação das contas (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, 2009).
A universidade possui quatro pró-reitorias que exercem atividades de
assessoramento ao reitor, de execução das deliberações dos Conselhos Superiores
67
e de coordenação, supervisão e agilização de suas áreas. São apresentadas a
seguir:
• Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, onde está inserido o
Departamento de Administração Escolar
• Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
• Pró-Reitoria de Extensão
• Pró-Reitoria de Planejamento
A presente seção buscou mediante a apresentação de informações básicas,
contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do
bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o
quadro da Figura 9:
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Ministério da Educação
Endereço da Sede Rua Miguel de Frias 9 - 24220-008 Niterói – RJ
Contatos
Telefone: (21) 2629-5215 Fax: (21) 26295207 e-mail: gabinete@gar.uff.br Site: http://www.uff.br
Campi e Unidades fora da sede
Pólo do CEDERJ - Resende Campus Esportivo da UFF Posto do CEDERJ - Rio das Flores Pólo do CEDERJ - Nova Iguaçu Pólo do CEDERJ - Campo Grande Pólo do CEDERJ - Maracanã Pólo do CEDERJ - Nova Friburgo Pólo do CEDERJ - Duque de Caxias Unidade de Nova Friburgo Campus do Valonguinho Campus do Gragoatá Campus da Praia Vermelha Hospital Universitário Antônio Pedro Escola de Enfermagem Aurora Afonso da Costa Faculdade de Farmácia Faculdade de Medicina Faculdade de Veterinária Instituto Biomédico Instituto de Artes e Comunicação Social Faculdade de Direito Faculdade de Economia Instituto de Ciências da Sociedade e
68
Campi e Unidades fora da sede
Desenvolvimento Regional Campus de Volta Redonda Colégio Técnico-Agrícola Ildefonso Bastos Borges Colégio Agrícola Nilo Peçanha Escola Municipal Prefeito Francisco Pereira Rocha Instituto de Educação Jair Siqueira Bittencourt Escola Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel Escola Municipalizada Professor Álvaro Augusto da Fonseca Lontra Instituto de Educação Professora Anaíde Panaro Caldas Escola Municipal Américo Vespúcio CIEP Nº 378 Centro de Ensino Popular Escola Municipal João Torres Colégio Dr. Maud Ugliose Telles Pólo do CEDERJ - Angra dos Reis Pólo do CEDERJ - Macaé Pólo do CEDERJ - Paracambi Pólo do CEDERJ - Piraí Pólo do CEDERJ - São Pedro da Aldeia Pólo do CEDERJ - Volta Redonda Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu Pólo do CEDERJ - Bom Jesus do Itabapoana Pólo do CEDERJ - Itaperuna Pólo do CEDERJ - Petrópolis Pólo do CEDERJ - Saquarema Pólo do CEDERJ - São Fidélis Pólo do CEDERJ - São Francisco de Itabapoana Pólo do CEDERJ - Cantagalo Pólo do CEDERJ - Três Rios Posto do CEDERJ - Itaocara CIEP Municipalizado 465 - Dr. Amilcar Pereira da Silva Posto do CEDERJ - Santa Maria Madalena
Figura 9 - Quadro de informações sobre a Universidade Federal Fluminense
Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.
69
4.3.2 O curso de turismo da UFF
No caso da UFF, o bacharelado em Turismo iniciou em março de 2003,
assim como o da UNIRIO. O curso é oferecido no Campus do Valonguinho no
Centro de Niterói e está vinculado a Faculdade de Administração, Ciências
Contábeis e Turismo da universidade.
A graduação possui carga horária total de 3.400 horas/aulas com uma
integralização recomendada em oito períodos (quatro anos) sendo oferecido no
regime letivo semestral com 45 vagas no período integral (manhã e tarde). A ênfase
do curso está sobre o conteúdo de “planejamento” e “gestão”. O professor Aguinaldo
César Fratucci (Dr.) é o coordenador do bacharelado em Turismo da UFF.
Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UFF: “Focada na
formação de profissionais qualificados para assumir o planejamento, a gestão e
administração de sistemas turísticos de qualquer natureza e escala, nos seus
diferentes níveis específicos (estratégico, gerencial e operacional), a partir de uma
visão holística da relevância do fenômeno turístico no mundo contemporâneo”
A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do curso
de Turismo da UFF como: presencial, obrigatória (7° período), com carga horária de
60 horas/aula e oferecida desde o primeiro semestre de 2008. Segundo o
coordenador Aguinaldo César Fratucci, existem disciplinas obrigatórias presentes na
matriz curricular que abordam a temática do empreendedorismo. São elas: “Gestão
de Empresas Turísticas” (6°período) e “Estudo de Viabi lidade Econômico-
Financeira” (5° período). Ambas as disciplinas: pres enciais, possuem carga horária
de 60 horas/aula e são oferecidas desde o primeiro semestre de 2008.
Não foram citados projetos de pesquisa e/ou extensão oferecidos ao corpo
discente do bacharelado em Turismo da UFF que abordem a temática do
empreendedorismo. Não há projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática do
empreendedorismo em tramitação no curso.
70
Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, o
coordenador Aguinaldo César Fratucci “concorda parcialmente”. Sua reflexão11
sobre o ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “Todo
gestor, público ou privado, deve ter a habilidade de propor novas propostas e/ou
modelos de gestão. Para tanto deve apresentar conhecimentos que o levem a
“empreender” novos negócios e/ou tarefas. Portanto, o empreendedorismo se torna
base e “pano de fundo” para todo gestor que se proponha inovador e criativo.”
No gráfico da figura 10 apresenta-se, mediante disciplina própria e correlatas
a abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária do curso de
Turismo da UFF:
Figura 10 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO
Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.
11 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 25 de setembro de 2009.
3400 h/a
60 h/a 120 h/a
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
UFF - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS
UFF: Empreendedorismo no Turismo
71
4.3.3 Análise do curso de turismo da UFF
De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.3.2 O curso de
Turismo da UFF” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.
Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes a
abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação
empreendedora:
• A disciplina “Empreendedorismo” abrange 1,76% da carga horária
total do curso.
• As disciplinas citadas como correlatas a temática do
empreendedorismo: “Gestão de Empresas Turísticas” – 60horas/aula
e “Estudos de Viabilidade Econômica-Financeira” – 60 horas/aula,
abrangem juntas aproximadamente 3,53% da carga horária total do
curso.
• Mediante o seu foco em “planejamento e gestão”, o curso de Turismo
da UFF contribui com uma estrutura curricular favorável, para que o
ensino de empreendedorismo vigente adquira uma
interdisciplinaridade com outras disciplinas da matriz curricular, que
por ventura não figuraram como correlatas na pesquisa. Tal condição
também pode favorecer a futuros projetos de pesquisa e/ou extensão,
para que possam abordar a temática do empreendedorismo, inserido
no objetivo que venham a possuir.
• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo é
inserido como uma das ferramentas, que o curso utiliza para alcançar
o seu objetivo de formar planejadores e gestores para a atividade
turística.
• Por nascer e permanecer vinculado a Faculdade de Administração e
Ciências Contábeis favorece que o ensino de empreendedorismo no
72
curso de Turismo, seja ensinado em seu ambiente acadêmico inicial12
no país.
• O Departamento de Turismo além da sua respectiva graduação,
oferece o curso superior seqüencial “Empreendedorismo e Inovação”
na modalidade de ensino semi-presencial. Com vistas a formar
profissionais empreendedores, independente da graduação obtida ou
em realização, aptos a atuar de forma inovadora em diferentes
setores da sociedade.
• Embora, o curso tenha iniciado no ano de 2003 às disciplinas:
“Empreendedorismo”, “Gestão de Empresas Turísticas” e “Estudos de
Viabilidade Econômica-Financeira”, passaram a ser oferecidas no ano
de 2007. Neste período entrou em vigor a atual matriz do curso, com
ajustes na ênfase em “gestão e planejamento” na formação do
discente.
4.4 ANÁLISE DOS CURSOS PESQUISADOS
Conforme mencionado no “Capítulo 3 - Metodologia da Pesquisa”, não é
objetivo do presente estudo realizar uma análise quantitativa dos dados obtidos, em
virtude destes não apresentarem informações numéricas suficientemente adequadas
para um tratamento estatístico. Entretanto, para obter uma melhor visualização da
relação dos dados obtidos, apresenta-se a seguir a Tabela 2. Onde é comparada as
cargas-horárias de disciplina própria e/ou correlatas, que compõem o ensino de
empreendedorismo nos três bacharelados deste estudo de caso.
12 Conforme exposto no item “2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil” as faculdades de administração foram as primeiras a ensinarem conteúdos de empreendedorismo aos seus alunos.
73
Tabela 2 – Abrangência do ensino de empreendedorismo nos cursos pesquisados
CARGA HORÁRIA (horas/aula)
INSTITUIÇÃO CURSO
DISCIPLINA
“EMPREENDEDORISMO”
DISCIPLINAS CORRELATAS TOTAL TOTAL /
CURSO
UFRRJ 3.000 Ø Intr. à Adm = 60 Meios Hosp. - II = 60 120 4,00%
UNIRIO 3.420 30 Gest. Empr. Tur. = 60 Anál. Empr./Adm. = 60 150 4,39%
UFF 3.400 60 Gest. Empr. Tur. = 60 Est. Viab. Eco./Fin.= 60 180 5,30%
Fonte: Questionários aplicados pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009
Conforme demonstrado na Tabela 2, os resultados percentuais não
apresentam significativa diferença entre os três cursos analisados. Devido, os
instrumentos utilizados para a coleta dos dados serem essencialmente qualitativos,
o que se reflete nos dados obtidos não serem revelados integralmente por meio de
tratamentos estatísticos.
Entretanto, residem diferenças subjetivas no modo em que cada instituição
aborda o ensino de empreendedorismo nos seus bacharelados. Em decorrência
disto, busca-se aprofundar os dados obtidos mediante análises qualitativas, de como
se apresenta o ensino de empreendedorismo nos cursos três cursos pesquisados.
• Os três coordenadores entrevistados foram favoráveis ao ensino de
empreendedorismo em um bacharelado em Turismo. Os mesmos
relataram como positiva, a contribuição que o seu aprendizado
oferece na formação de um profissional que provoque mudanças
organizacionais e sociais visando desenvolver a atividade turística.
• O ensino de empreendedorismo no bacharelado em Turismo da
UFRRJ, até onde pode alcançar a pesquisa, apresenta pouca
relevância dentro da estrutura do curso, corroborada pela falta de
identidade acadêmica que limita a definição do foco, no qual o curso
pretende trabalhar junto ao seu corpo discente. A ênfase praticada no
curso, não inclui o ensino de empreendedorismo como meio para
alcançar os objetivos informados na missão do mesmo.
74
• Quanto ao ensino de empreendedorismo na graduação da UNIRIO,
embora a coordenadora Maria Anita Buthod, por meio do questionário
aplicado, tenha atribuído o mais alto grau – “Concordo Totalmente” –
entre os coordenadores, sobre um curso de turismo estar focado em
empreendedorismo. Pouco se verificou, mediante as ferramentas de
coletas dos dados em campo, que o ensino de empreendedorismo,
seja de fato, o foco do curso sob sua responsabilidade.
Pode se constatar ainda pelas mesmas ferramentas, que a temática
do empreendedorismo encontra-se incipiente no curso. Sua disciplina
própria (Empreendedorismo em Turismo), mediante a ênfase do
curso, é tratada de forma isolada apresentando pouca
interdisciplinaridade com as disciplinas no qual está o foco do curso.
• O bacharelado em Turismo da UFF dos três pesquisados, além de
possuir a maior carga horária total de disciplinas que abordam a
temática do empreendedorismo, foi o que apresentou maiores
evidências, mediante as ferramentas da pesquisa, quanto à
importância que este ensino adquire na formação de seus alunos
como gestores da atividade turística.
Foi o de mais fácil constatação, como o mais avançado dos cursos
pesquisados no ensino de empreendedorismo, beneficiado pelo seu
foco em “gestão e planejamento”, que permite que este ensino
encontre afinidade com outras disciplinas presentes na matriz
curricular. Além de, envolver academicamente o Departamento de
Turismo da faculdade sob a responsabilidade de ministrar o curso
superior seqüencial “Empreendedorismo e Inovação”.
A pesquisa de acordo com as respostas obtidas, pode não ter abrangido a
totalidade das disciplinas presentes na matriz curricular, que por ventura, trabalhem
o ensino de empreendedorismo em sala de aula. Pois, é possível a ocorrência nos
três cursos analisados, que em determinada disciplina o professor responsável
venha ministrar conteúdos de empreendedorismo inseridos durante o curso da
disciplina.
75
Caso tal condição ocorra sem o conhecimento do profissional de
coordenação do curso, as disciplinas mencionadas pelos coordenadores que
abordam indiretamente a temática do empreendedorismo (disciplinas correlatas)
sofreriam um acréscimo de outras no questionário aplicado.
Pela percepção do pesquisador advinda da entrevista com os
coordenadores e da aplicação das ferramentas de coleta dos dados, esta condição
teria maiores possibilidades de ocorrência, entre os três cursos pesquisados, no
bacharelado em Turismo da UFF. Por este apresentar maior abrangência do ensino
de empreendedorismo tanto na estrutura pedagógica quanto administrativa do curso.
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Corroborada pela pesquisa de campo, conclui-se que o ensino formal de
empreendedorismo é recente nos bacharelados da UFF e da UNIRIO, dado que
iniciaram em 2008 e 2007, respectivamente. Enquanto no bacharelado em Turismo
da UFFRJ inexiste uma disciplina que aborde a temática do empreendedorismo de
forma direta.
Tal situação demonstra que as disciplinas próprias de empreendedorismo
ainda precisam ser consolidadas. Em virtude da pouca idade dos três cursos, o
ensino de empreendedorismo possui uma trajetória a percorrer, junto com o
amadurecimento dos próprios cursos.
A opinião favorável dos coordenadores quanto ao ensino de
empreendedorismo em um bacharelado em Turismo, vai ao encontro da pesquisa
bibliográfica realizada, na qual demonstrou sua crescente importância em diversos
cursos de nível superior no Brasil. Isso pode favorecer, caso seja do interesse do
corpo político-administrativo do bacharelado, que se alcance maior apoio
institucional, para que o ensino adquira maiores proporções nos cursos
pesquisados.
O ensino de empreendedorismo deve integrar todo o projeto pedagógico dos
cursos, para que se evite seu isolamento. Na busca por alcançar maiores
proporções, o empreendedorismo não deve ficar restrito ao ambiente de sala de
aula. Convém, para um melhor aproveitamento dos conteúdos teóricos ministrados,
que os cursos de turismo, mediante suas respectivas IES, se associem com
organizações de suporte ao empreendedorismo. Tais como:
77
• Incubadoras de empresas privadas ou da própria instituição de ensino
• Empresas-júnior das universidades
• Entidades de financiamento público e/ou privadas
• Órgãos apoiadores como SEBRAE, INEI, entre outros
• Órgãos de classe do turismo no Brasil: ABAV, ABIH, BRAZTOA.
• Órgãos institucionais do turismo: TurisRio, EMBRATUR, MTur
O ensino de empreendedorismo torna-se relevante em um bacharelado em
Turismo, em virtude da posição que o Brasil vem ocupando no cenário econômico,
político e recentemente esportivo13 do mundo. Mediante esta projeção, o turismo no
Brasil adquire um status importante para a promoção do país no exterior e deve
contribuir, principalmente, para o seu desenvolvimento social e econômico.
Dornelas (2005), ao abordar as oportunidades de negócios que o cenário
brasileiro oferece ao empreendedor, realiza uma observação importante a ser
considerada por todos aqueles que atuam ou vão atuar no setor de turismo do país.
[...] alguns mercados evoluem em menor velocidade [...] o que mais importa nesses casos é o serviço prestado aos clientes. Esse é o caso do mercado de turismo no Brasil, praticamente inexplorado. Um negócio bem estruturado para esse nicho de mercado pode alcançar bastante sucesso rapidamente. O Brasil não tem tradição de receber muitos turistas estrangeiros, apesar de suas belezas naturais e riquezas culturais, se comparado com outros países de apelo turístico. Sem dúvida, aí reside uma oportunidade de mercado espetacular que depende mais de criatividade e excelência nos serviços prestados, que de qualquer outra coisa para ser bem aproveitado. (DORNELAS, 2005, p.56)
Por isso, a capacitação como empreendedores dos jovens profissionais que
se graduam nos bacharelados em Turismo, deve ser uma preocupação das
Instituições de Ensino Superior responsáveis pelos cursos.
13 Durante a realização da presente pesquisa, o Brasil era o país sede da Copa do Mundo de futebol masculino em 2014 e a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016.
78
Longe de esgotar o assunto neste trabalho acadêmico inicial, sobre duas
áreas de estudo muito pesquisadas ultimamente e que apresentam grande
diversidade de abordagens. É esperado que a presente pesquisa tenha contribuído,
mediante o foco abordado, para descrever a relevância disposta ao ensino de
empreendedorismo nos bacharelados públicos em Turismo presentes na
microrregião do Rio de Janeiro.
Com vistas a contribuir para o desenvolvimento do tema, é sugerido para
futuras pesquisas, comparar a carga-horária das disciplinas vinculadas ao ensino de
empreendedorismo nos bacharelados em Turismo pesquisados, com os
bacharelados em Administração das mesmas instituições. E da mesma forma,
realizar um estudo de casos comparando a carga-horária apresentada na presente
pesquisa, com os bacharelados em Turismo oferecidos por instituições de ensino
particulares na mesma região geográfica.
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ANEXOS
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
CAMPUS DE NOVA IGUAÇU
CURSO TURISMO
DISCIPLINA INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
CÓDIGO PERÍODO PRÉ-REQUISITO CARGA HORÁRIA CRÉDITOS
2º --- 60 h 04 CR
EMENTA
CONCEITOS E NOÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO. ADMINISTRANDO ORGANIZAÇÕES E PESSOAS. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ORGANIZACIONAL. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS. A TECNOLOGIA E O DESENHO DOS PROCESSOS DE TRABALHO. CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS. ADMINISTRANDO A MUDANÇA E INOVAÇÃO. GESTÃO DE SERVIÇOS.
OBJETIVOS
APRESENTAR A TRANSIÇÃO DA ABORDAGEM TRADICIONAL PARA UMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO. FORNECER SUBSÍDIOS PARA A COMPREENSÃO DOS ELEMENTOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. DIFUNDIR NOÇÕES SOBRE RECURSOS HUMANOS, MARKETING, CUSTOS, MATERIAIS, PRODUÇÃO&SERVIÇOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL. APRESENTAR AS TENDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS ATUAIS: ENFOQUE NA QUALIDADE, EMPOWERMENT, ADMINISTRAÇÃO HOLÍSTICA, INOVAÇÃO E SOBRE A GESTÃO DE SERVIÇOS E SUAS CARACTERÍSTICAS.
PROGRAMA
MÓDULO CONTEÚDOS
I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE EMPRESAS. FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A TRANSIÇÃO DA VELHA ORGANIZAÇÃO PARA A UMA NOVA ORGANIZAÇÃO.
II ADMINISTRANDO ORGANIZAÇÕES E PESSOAS. O TERRITÓRIO GERENCIAL. AS VÁRIAS ABORDAGENS SOBRE O QUE FAZEM OS GERENTES. AVALIANDO A EFICÁCIA GERENCIAL.
III SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ORGANIZACIONAL. TIPIOS DE PLANOS. PLANEJAMENTO EM UM AMBIENTE INCERTO. CRIANDO E IMPLEMENTANDO UMA ESTRATÉGIA. ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS.
IV ELEMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. A ABORDAGEM CONTINGENCIAL: ENTRE A EFICIÊNCIA E A FLEXIBILIDADE. A ABORDAGEM EVOLUCIONISTA: TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS.
V TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE. TECNOLOGIA DE OPERAÇÕES. A INFORMAÇÃO. TECNOLOGIA E OBSOLESCÊNCIA DO TRABALHADOR. PROJETANDO O TRABALHO.
VI FUNÇÃO EMPRESARIAL X PROCESSOS DE NEGÓCIOS. CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS: ORIGEM; CONCEITOS E DIFINIÇÕES E IMPORTÂNCIA.
VII ANALISANDO E AVALIANDO O AMBIENTE EXTRA-ORGANIZACIONAL. RESISTÊNCIA À MUDANÇA. OS GERENTES COMO AGENTES DE MUDANÇA. FATORES QUE PODEM SER MUDADOS NA ORGANIZAÇÃO. ADMINISTRANDO A MUDANÇA. IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES VALIOSAS. INOVAÇÕES EM SERVIÇOS
PROGRAMA
MÓDULO CONTEÚDOS
VII INTRODUÇÃO À GESTÃO DE SERVIÇOS. A ERA DOS SERVIÇOS. CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS DOS SERVIÇOS. GESTÃO DE CUSTOS E DA EFICIÊNCIA EM SERVIÇOS. SERVIÇOS NA NOVA ECONOMIA.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CORRÊA, Henrique L., CAON, Mauro. Gestão de serviços. São Paulo : Atlas, 2002. MAXIMIANO, Antônio C. A. Introdução à administração. 4.ed. rev. e ampl. São Paulo : Atlas, 1995. ROBBINS, Stephen P. Administração mudanças e perspectivas. São Paulo : Saraiva, 2000.
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR CAMPUS DE NOVA IGUAÇU
CURSO TURISMO
DISCIPLINA MEIOS DE HOSPEDAGEM II
CÓDIGO PERÍODO PRÉ-REQUISITO CARGA HORÁRIA CRÉDITOS
4º Meios de Hospedagem I 60 h 4 CR
EMENTA Sistema Hoteleiro. Setores administrativos e comercial. Planejamento estratégico e gerencial. Qualidade na Hotelaria. OBJETIVOS Integrar a empresa hoteleira a outras empresas turísticas. IDENTIFICAR O HOTEL COMO UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E CR IADORA DE NOVOS PRODUTOS DEMANDADOS POR UMA CLIENTELA DIVERSIFICADA E CADA VEZ MAIS EXIGEN TE.
Identificar a qualidade dos serviços prestados nos vários setores de um hotel. PROGRAMA
MÓDULO CONTEÚDOS 1. Sistema Hoteleiro
2. Setor administrativo
2.1. Controladoria 2.2. Finanças 2.3. Recursos Humanos 2.4. Compras 2.5. Treinamento 2.6. Manutenção 2.7. Segurança
3. Setor comercial
3.1. Vendas 3.2. Marketing 3.3. Relações públicas
4. Planejamento estratégico
4.1. Análise macroambiental 4.2. Estratégias
5. Planejamento gerencial
5.1. Departamentos
6. Qualidade 6.1. Qualidade no atendimento 6.2. ISO 9000 e ISO 14000 6.3. Certificações
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ANDRADE,Nelson;BRITO,Paulo Lucio de;JORGE,Wilson Edson.Hotel:planejamento e gestão.São Paulo:Senac,1999. CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 9.ed. Bairu: EDUSC, 2001. FLORES, Paulo Silas Ozores. Treinamento em qualidade: fator de sucesso para desenvolvimento da hotelaria e turismo. São Paulo: Rocca, 2002. HARGREAVES, Lourdes; ZUANETTI, Rose; REANTO, Lee et al. Qualidade em prestação de serviços. 2 ed. Rio de janeiro: Ed Senac Nacional, 2004. PETROCCHI, Mário. Hotelaria: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2002. RICCI, Renato. Hotel: gestão competitiva no século XXI. Ferramentas práticas de gerenciamento aplicadas à hotelaria. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2002.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CASTELLI, Geraldo. Excelência em Hotelaria: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1998. CAVASSA, César Ramírez. Hotéis, gerenciamento, segurança e manutenção. São Paulo: Rocca, 2001. COSTA, Silva de Souza; AUTRAN, Margarida; VIEIRA, Sílvia Marta. Pousada: como montar e administrar. Rio de Janeiro: Editora Senac nacional, 2002. COSTA, Silva de Souza. Lixo mínimo: uma proposta ecológica para a hotelaria. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2004. GONÇALVES, Luiz Cláudio. Gestão Ambiental em Meios de Hospedagem. Ed Aleph, 2004.LAGE, Maria helena (org.). Turismo, Hotelaria & Lazer. Vol. 1,2,3. São Paulo: Atlas, 2002. MAMEDE, Gladston. Manual de Direito para administração hoteleira.São paulo: Atlas, 2002.
Empreendedorismo em Turismo
empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.
A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.
O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedor
Gestão de empresas turísticas
de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados
à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr
Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.
Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade
humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica
ambientação sócio
ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas
turísticas = estudo de casos.
Análise Empresarial Administrativa
funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis
administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,
organização , direção e controle. Liderança e motiva
DESCRIÇÃO DA EMENTA
Empreendedorismo em Turismo
empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.
A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.
O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedor
Gestão de empresas turísticas -
de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados
à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr
Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.
Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade
humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica
ambientação sócio-cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão
ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas
turísticas = estudo de casos.
Análise Empresarial Administrativa
funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis
administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,
organização , direção e controle. Liderança e motiva
DESCRIÇÃO DA EMENTA
Empreendedorismo em Turismo - Concepção de empreendedor. O
empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.
A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.
O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedorismo em Turismo.
características das empresas turísticas e análise
de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados
à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr
Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.
Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade
humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica, psicológica e de
cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão
ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas
Análise Empresarial Administrativa - análise empresarial e administrativa:
funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis
administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,
organização , direção e controle. Liderança e motivação.
Concepção de empreendedor. O
empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.
A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.
ismo em Turismo.
características das empresas turísticas e análise
de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados
à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empresas turísticas.
Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.
Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade
, psicológica e de
cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão
ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas
ise empresarial e administrativa:
funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis
administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
COORDENADORIA DE APOIO AO ENSINO DE GRADUAÇÃO Estrutura Curricular (EC)
FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO
PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( X ) EMPREENDEDORISMO STT 00.098 ALTERAÇÃO: NOME ( ) CH ( ) DEPARTAMENTO/COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA/ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA /ATIVIDADE : a. Conhecer os principais modelos de gestão. b. Desenvolver habilidades comportamentais e atitudes empreendedoras. c. Sistematizar os conhecimentos para a iniciação, manutenção e desenvolvimentos de empreendimentos turísticos DESCRIÇÃO DA EMENTA : Conceitos básicos de empreendedor e empreendedorismo. Perfil do empreendedor. Inovação e Criatividade. Identificação e avaliação de novas oportunidades de negócios. Planejamento e busca de recursos para o novo negócio. Aspectos legais, registro de empresas e aspectos tributários. Estudo de mercado, plano operacional. Incubadoras de negócios e tecnológicas. Organismos de apoio e financiamento empresarial. Elaboração de um plano de negócios. INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, Vídeos e Exercícios. Plano de Negócios. Jogos empresariais. DISCIPLINA /ATIVIDADE OFERECIDA PARA O (S) SEGUINTE (S) CURSO(S) Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR
DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR
DATA _____/_____/_____
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
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FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO
PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA / ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( ) GESTÃO DA EMPRESAS TURÍSTICAS STT 00.011 Alteração: nome (x ) CH ( ) DEPARTAMENTO /COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA / ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA / ATIVIDADE : Ao término das disciplinas que formam a matéria Administração, o estudante deverá estar capacitado a utilizar os conhecimentos administrativos na sua atuação profissional, planejando, organizando, dirigindo, coordenando e controlando no com eficácia, eficiência e efetividade as operações empresariais campo do Turismo. Preparar o egresso para a gestão de empresas turísticas, conscientizando-o das especificidades desse tipo de gestão; bem como da segmentação diversificada dos negócios em Turismo Aplicar os conhecimentos adquiridos de gestão de forma sistêmica. DESCRIÇÃO DA EMENTA : Gestão de Empresas prestadoras de serviço, segundo as especificidades da área de Turismo. Cadeia de Suprimentos. Sistema de Franquias. Sistemas de Informação. A capacidade das empresas como geradoras de lucro e de divisas para o país; a consideração de técnicas inovadoras como parcerias, terceirização, joint-venture.. Análise de Processos organizacionais. Sistema de Avaliação. Sistema de Indicadores de Desempenho. Viabilidade de Projetos. A importância do meio ambiente INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, Vídeos e Exercícios. DISCIPLINA /ATIVIDADE OFERECIDA PARA O (S) SEGUINTE (S) CURSO(S) : Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR
DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR
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FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO
PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( X ) ESTUDO DE VIABILIDADE ECONOMICOFINANCEIRA PARA EMPREENDIMENTOS TURISTICOS STT 00.074 ALTERAÇÃO: NOME ( ) CH ( ) DEPARTAMENTO/COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA/ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA /ATIVIDADE : Possibilitar a criação e adequação de projetos turísticos. Possibilitar a análise mercadológica e econômico-financeira de projetos. Fornecer ferramentas e metodologias para auxiliar na avaliação de viabilidade dos empreendimentos turísticos. DESCRIÇÃO DA EMENTA : As etapas de um projeto. O estudo do mercado. Viabilidade de um empreendimento. Localização. Aspectos tecnológicos do projeto. Análise econômico-financeira. Projeção de resultados. Investimentos e financiamentos. O processo de tomada de decisão. INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, provas individuais, Vídeos e Exercícios. Caso prático: projeto de uma empresa turística. DISCIPLINA/ATIVIDADE OFERECIDA PARA O(S) SEGUINTE(S) CURSO(S) : Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR
DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR
DATA _____/_____/_____
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APÊNDICES
99
QUESTIONÁRIO
ANÁLISE DO ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS
EM TURISMO SOB A ÓTICA DE SEUS COORDENADORES
DATA: ____ / ____ / ____
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: _____________________________________________
CARGA HORÁRIA MÍNIMA: ____ horas/aula / INICIOU EM: ____ / ____ / ____
INTEGRALIZAÇÃO do CURSO (recomendado): ____ períodos / TURNO: ________
COORDENADOR: ____________________________________________________
TITULAÇÃO: ____ / REGIME LETIVO: ___________ / VAGAS OFERECIDAS: ____
1 – A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do
curso de Turismo?
( ) SIM ( ) NÃO
1. a) – Em caso AFIRMATIVO, tal disciplina é:
( ) OBRIGATÓRIA, desde ___ / ______
( ) OPTATIVA, desde ___ / ______
( ) ELETIVA, desde ___ / ______
1. b) – Qual a carga horária total desta disciplina:
____ horas/aula
2 – Existem outras disciplinas presentes na matriz curricular do curso de
Turismo que abordem a temática do empreendedorismo?
( ) SIM ( ) NÃO
Em caso AFIRMATIVO, tais disciplinas são:
100
TÍTULO da DISCIPLINA
CARGA HORÁRIA
2. a) OBRIGATÓRIAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 2. b) OPTATIVAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 2. c) ELETIVAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________
____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula
3 – Existem Projetos de Pesquisa e/ou Extensão em atividade, vinculados ao
curso de Turismo, que abordam a temática do empreendedorismo.
( ) SIM ( ) NÃO
Em caso AFIRMATIVO, tais projetos são:
TÍTULO do PROJETO
CARGA HORÁRIA
3. a) PESQUISA, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 3. b) EXTENSÃO, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________
___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade
101
4 – Existem Projetos de Pesquisa e/ou Extensão em tramitação, vinculados
ao curso de Turismo que abordarão a temática do empreendedorismo.
( ) SIM ( ) NÃO
Em caso AFIRMATIVO, tais projetos serão:
TÍTULO do PROJETO
PREVISÃO
4. a) PESQUISA, previsão 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 4. b) EXTENSÃO, previsão 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________
___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade
5 – Enumere de 1 a 7, em ordem decrescente de importância, os enfoques
que julga ser mais apropriados para enfatizar em um curso de Turismo.
( ) Alimentos e Bebidas
( ) Agenciamento
( ) Docência/Pesquisa
( ) Eventos
( ) Lazer/Entretenimento
( ) Meios de Hospedagem
( ) Planejamento/Gestão
6 – No curso de Turismo, sob sua coordenação, a ênfase recai sobre qual
conteúdo?
________________________________
102
7 – Um curso de Turismo deve estar focado em empreendedorismo.
( ) Concordo Totalmente
( ) Concordo Parcialmente
( ) Indiferente
( ) Discordo Parcialmente
( ) Discordo Totalmente
103
ENTREVISTA
ANÁLISE DO ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS
EM TURISMO SOB A ÓTICA DE SEUS COORDENADORES
Qual a missão do curso de Turismo sob sua coordenação?
Apresente a sua reflexão sobre o ensino de empreendedorismo em um
bacharelado em Turismo.
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