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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE EVENTOS
RAFAEL DE ALMEIDA NUNES
DENISE STACHESKI
RENATO SORRISO E A REPRESENTAÇÃO DO BRASILEIRO
NA APRESENTAÇÃO DO RIO 2016 EM LONDRES 2012
CURITIBA
2013
RAFAEL DE ALMEIDA NUNES
DENISE STACHESKI
RENATO SORRISO E A REPRESENTAÇÃO DO BRASILEIRO
NA APRESENTAÇÃO DO RIO 2016 EM LONDRES 2012
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao MBA em Gestão Estratégica de Eventos, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para obtenção do grau especialista. Orientadora: Prof.ª Dra. Denise Stacheski
CURITIBA
2013
RAFAEL DE ALMEIDA NUNES *
DENISE STACHESKI**
RESUMO
Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando destaque no cenário político-econômico mundial
fazendo com que boa parte das atenções se volte para o país. A confirmação da Copa do
Mundo de futebol em 2014 no Brasil e a vitória da candidatura do Rio de Janeiro para sede
dos Jogos Olímpicos de 2016 consolidaram essa visibilidade. Este artigo pretende analisar a
forma como a figura do brasileiro foi mostrada durante a apresentação da organização do Rio
2016 na Cerimônia de Encerramento dos Jogos de Londres 2012 tendo como destaque a
figura do gari Renato Sorriso. Busca-se levantar que características ganharam mais destaque e
a imagem geral que ficou do brasileiro após os oito minutos de espetáculo que celebrou a
diversidade cultural brasileira. Como base teórica foi utilizada a análise dialógica de Bakhtin
(1997).
Palavras-chave: Brasil. Rio 2016. Análise de Discurso. Dialogismo. Bakhtin
* Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (Unicentro). Pós-graduando no curso de MBA Gestão Estratégica de Eventos da Universidade Tuiuti do Paraná. rafaalmeidapj@yahoo.com.br ** Doutora em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Bolsista CAPES - Programa PDSE - Doutorado Sanduíche - Universidade Nova de Lisboa. Docente no curso MBA Gestão Estratégica de Eventos da Universidade Tuiuti do Paraná. denisereginastacheski@gmail.com
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5
2. OS BRASIS DOS BRASILEIROS .................................................................... 6
3. METODOLOGIA E ANÁLISE ....................................................................... 10
4. CONCLUSÕES ................................................................................................ 15
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 18
5
1. INTRODUÇÃO
Horas antes da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, uma
moça, em uma roda de amigos, não mediu as palavras para falar de sua expectativa para a
apresentação tupiniquim do Rio 2016 na cerimônia: "aposto que vai ter Carnaval e mulatas
dançando", resumiu em tom depreciativo. Tal situação faz pensar o quanto o brasileiro pode
ser capaz de menosprezar manifestações da própria cultura. Talvez a moça tenha feito uma
crítica ao clichê, mas também é possível que não dê o devido valor ao Carnaval e à figura das
mulatas dançando como expressões culturais brasileiras. A partir desta constatação é que
surgiu a ideia de analisar a representação da figura do brasileiro durante a apresentação do Rio
2016 em Londres. Pretende-se desconstruir os oito minutos de festa brasileira no Estádio
Olímpico da capital inglesa para analisar a construção de sentido da apresentação com foco na
imagem do ser brasileiro. O momento marca a passagem da Bandeira Olímpica de Londres
para o Rio de Janeiro e serve como convite para os jogos na nova cidade olímpica. O maior
evento do esporte mundial pela primeira vez chegará à América do Sul.
O artigo tem por objetivo analisar como se deu a representação da figura do brasileiro
na apresentação do Rio 2016 durante a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de
Londres 2012. Quer ainda identificar características do brasileiro explícitas ou implícitas na
apresentação da organização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, com destaque
na figura do gari Renato Sorriso. Analisar a forma como se deu a apresentação: escolhas e
omissões.
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2. OS BRASIS DOS BRASILEIROS
“De norte a sul desse país, tantos Brasis, sagrado celeiro. Crioulo, caboclo, retrato
mestiço, de fato, sou brasileiro! Sertanejo, caipira, matuto, sonhador...”. O trecho do samba-
enredo de 2009 da Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de
samba do Rio de Janeiro, dá o tom da diversidade brasileira que foi apresentada no Carnaval
daquele ano pela escola de samba. Com o enredo “A Mangueira traz os Brasis do Brasil
mostrando a formação do povo brasileiro”, a “verde-rosa” levou ao Sambódromo naquele ano
um enredo inspirado na obra do antropólogo Darcy Ribeiro, referência também para esta
primeira parte do artigo.
Falar do povo brasileiro e de sua formação é falar de uma teia de culturas que se
entrelaçaram na “Terra de Santa Cruz”, um dos primeiros nomes dados pelos portugueses o
Brasil. Diferente de outros países, o Brasil-continente tem muitas caras, cores, jeitos de modo
que é difícil apontar esta ou aquela característica visual como a mais referencial do povo
brasileiro. Darcy Ribeiro (1995) apresenta o brasileiro não como povo uniforme, mas como
um povo único, dotado de características muito peculiares que o diferencia de qualquer outro
povo. O autor ressalta três forças que explicam a diversidade do povo brasileiro: a ecológica
(condições próprias de meio ambiente obrigaram a adaptações regionais), a econômica
(formas diferenciadas de produção que influenciam no estilo de vida), e a imigração (que
trouxe novos contingentes humanos com suas culturas próprias).
A primeira descrição registrada do homem brasileiro foi feita pelo escritor português
Pero Vaz de Caminha, que compunha a esquadra de Pedro Álvares Cabral no episódio citado
como “Descobrimento do Brasil”:
“Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam
arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E
Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram.
(...) Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho
que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um
sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas
vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de
continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças
creio que o Capitão manda a Vossa Alteza”
7
Na narração do primeiro contato entre portugueses e indígenas, Caminha chama
atenção para duas características básicas dos “primeiros brasileiros”: sua pele parda e o
costume de não usarem roupas. Tais características representam um contraste com as do povo
europeu e são fatores claros de diferenciação. Pela narrativa é possível perceber também que a
reação de curiosidade [e possivelmente de apreensão] dos indígenas, num primeiro momento,
passou a ser de diálogo [não verbal] com os portugueses em pouco tempo. Os indígenas
depuseram seus arcos e trocaram objetos. “Provavelmente seriam pessoas generosas, achavam
os índios. Mesmo porque, no seu mundo, mais belo era dar que receber. Ali, ninguém jamais
espoliara ninguém e a pessoa alguma se negava louvor por sua bravura e criatividade”
(Ribeiro, 1995: 42). O primeiro contato entre os dois povos foi amistoso. Mas a história
mostra que capítulos de perseguição, escravização e massacre viriam na sequência.
O "cunhadismo" é citado por Darcy Ribeiro como um dos fatores que possibilitaram o
a formação do povo brasileiro. "Consistia em lhes dar uma moça índia como esposa. Assim
que ele a assumisse, estabelecia, automaticamente, mil laços que o aparentavam com todos os
membros do grupo”.
Trazidos à força da África para serem escravos, a história dos negros no Brasil é parte
da história da construção do país e de um passado de exploração e violência que ainda reflete
no contexto atual. Talvez o pior fardo que carregam seja o pré-conceito a aspectos culturais
referentes ao povo de origem africana. Ribeiro questiona a existência de uma democracia
racial no país. Para ele, a ideia de um Brasil com respeito e oportunidades para todos esconde
injustiças históricas, principalmente contra os negros. “O aspecto mais perverso do racismo
assimilacionista é que ele dá de si uma imagem de maior sociabilidade, quando, de fato,
desarma o negro para lutar contra a pobreza que lhe é imposta, e dissimula as condições de
terrível violência a que é submetido” (2006: 226).
O antropólogo conta que os negros que seguiram para a cidade, após a abolição da
escravatura, passaram a viver em bairros africanos que deram lugar às favelas, "sempre
debaixo da permanente ameaça de serem erradicados e expulsos". No meio urbano, havia
negros que construíram uma cultura própria "feita de retalhos do que o africano guardara no
peito nos longos anos de escravidão, como sentimentos musicais, ritmos, sabores e
religiosidade". A partir dela é que se estruturam manifestações culturais como o Carnaval, o
culto a Iemanjá e a capoeira. "O negro vem a ser, por isso, apesar de todas as vicissitudes que
enfrenta, o componente mais criativo da cultura brasileira e aquele que, junto com os índios,
mais singulariza o nosso povo" (Ribeiro, 2006: 223).
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De país periférico, subdesenvolvido, a nação emergente no século 21. O Brasil
desponta no cenário mundial principalmente por sua economia estável em um período de crise
financeira das principais potências. Além disso, o país está prestes a receber os dois mais
importantes eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos
Olímpicos em 2016. Os olhos do mundo se voltam para o Brasil e pode estar aí uma grande
oportunidade de consolidar essa projeção internacional.
Entretanto, será preciso mostrar que o país é muito mais que sol, praias, Amazônia,
carnaval, futebol e samba. A luta contra a visão distorcida [e preconceituosa algumas vezes]
do país é um longo caminho a ser percorrido. Durante a coletiva oficial da participação do Rio
de Janeiro na Cerimônia de Encerramentos dos Jogos de Londres 2012, o diretor geral do
Comitê Organizador dos Jogos de 2016, Leonardo Gryner, teve que responder a um jornalista
inglês se a cidade do Rio não tinha "receio de ficar ofuscada e não se apresentar a altura" por
não levar pessoas de renome para o evento. "A resposta foi a de que a apresentação preparada
tinha por objetivo mostrar a pluralidade da cultura brasileira e que os oito minutos destinados
ao Rio seriam de grande impacto. E foram. Bastou o primeiro movimento dos ritmistas para o
Estádio Olímpico vir abaixo. E depois ocorreu tudo como o previsto” (Castellar, 2012).
Ainda no contexto dos jogos de 2012, o diário londrino Daily Mail elogiou a atuação
brasileira e provocou polêmica ao divulgar que responsáveis pela Cerimônia de Encerramento
[no todo] estavam preocupados com os dançarinos na sessão de tema de Carnaval do Rio, se
eles estavam “vestidos de forma demasiadamente escassa" e que isso “pudesse ofender a
audiência familiar do evento”.
Na grande mídia, um exemplo notável e de grande repercussão foi um episódio do
seriado "Os Simpsons" que foi ao ar em dezembro de 2002. Nele, a família mais famosa de
Springfield desembarca no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, onde o personagem
Homer (o pai) é sequestrado ao pegar um táxi. Erros como o sotaque espanhol, o cenário da
Amazônia no Rio (com direito a sucuri) e piadinhas sobre selva, pobreza e estilo de vida
chegaram a ser contestados pelo governo brasileiro. O episódio concorreu ao prêmio de
melhor roteiro de televisão segundo o Sindicato dos Roteiristas da América em 2003.
Criados na Grécia Antiga, os Jogos Olímpicos foram retomados em 1896 graças ao
francês Pierre de Coubertin. O “pai dos Jogos Olímpicos Modernos” foi responsável pela
criação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Movimento Olímpico, ambos em 1894.
Atualmente o COI é composto por 204 Comitês Olímpicos Nacionais. São comitês nacionais
os membros da Organização das Nações Unidas e também territórios.
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Como meio de integração entre os povos, nos Jogos Olímpicos as questões políticas
não estão fora do seu contexto. Na cerimônia de abertura dos Jogos de Sydnei (2000), o
público presente no Estádio Olímpico vibrou e se emocionou com a entrada dos atletas das
duas Coreias (a do Norte e do Sul), juntos, sob uma única bandeira com a representação da
Península Coreana em um gesto do desejo de reunificação (Zirpoli). Nos Jogos de Londres
2012, quatro atletas, por motivos políticos diversos, desfilaram e competiram como "atletas
olímpicos independentes" sob a bandeira do COI. Momento semelhante já havia sido visto
com atletas de Timor Leste (Sydnei 2000) e da Macedônia (Barcelona 1992) (Farah).
Além dos ideais de confraternização universal e paz, os Jogos Olímpicos Modernos
mais recentes ganharam dois aspectos bem específicos: o de promover o desenvolvimento da
região sede e o de vitrine política-cultural de países e governos. Para Atlanta 1996 os Jogos
tinham como objetivo torná-la um importante centro de negócios. Já Barcelona 1992 e Atenas
2004 trabalharam a revitalização como centros de comércio europeu e turismo. No caso de
Pequim/Beijing 2008, os jogos foram vitrine para mostrar o forte crescimento econômico
chinês e a busca por reconhecimento internacional. Os jogos mais recentes, os de Londres
2012 também tiveram a revitalização de um ponto específico da cidade como uma das
preocupações e o incentivo à prática esportiva, principalmente entre os jovens, como um dos
principais objetivos (Poyter).
Uma das questões-chave para o êxito de uma candidatura olímpica atualmente é a
preocupação com o legado que os jogos deixarão, ou seja, a transformação social que se
pretende a partir da realização dos jogos em benefício da comunidade local. Esse foi um dos
enfoques da candidatura vitoriosa do Rio 2016. A organização brasileira destacou os inúmeros
benefícios sociais que os jogos trarão para o país como um todo e explorou o fato de nunca ter
havido jogos olímpicos na América do Sul.
Como estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional, nas Cerimônias de
Encerramento dos Jogos Olímpicos há um momento para que a futura cidade-sede olímpica
convide os povos para a próxima edição do evento. Após o descerramento da Bandeira
Olímpica, há o HandOver Flag, ou seja, o protocolo de passagem do pavilhão da atual cidade-
sede para a próxima. No protocolo, o prefeito da cidade que encerra os Jogos entra com a
bandeira, agita-a no ar e passa ao presidente do COI. Por sua vez o presidente do COI também
faz a bandeira tremular e repassa ao prefeito da nova sede olímpica. O que vem na sequência,
conforme o Comitê Olímpico Internacional, é a execução do hino nacional do país da nova
cidade-sede (com hasteamento da respectiva bandeira nacional) e os oito minutos de uma
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apresentação-convite sob responsabilidade do comitê organizador da nova cidade-sede
olímpica.
Cada cidade decide o que mostrar nos oito minutos. E as diferenças culturais são
visíveis. Na passagem de Pequim para Londres, em 2008, um dos grandes contrastes se deu
no campo político, na visão sobre liberdades individuais. Para Teixeira (2010), foi possível
distinguir duas culturas: uma democrática [Londres], aberta aos indivíduos, multicultural; e
outra ditatorial, em que prevalece o coletivo (sacrificando a individualidade). A apresentação
não teria sido apenas para apresentar uma Grã-Bretanha respeitosa e humilde, mas,
“essencialmente, se assim posso dizer, para anunciar e vender Londres em uma escala
humana. Este foi, naturalmente, um contraste com a hipérbole e extravagante autopromoção
dos jogos perfeitos chineses” (Teixeira, 2010 – tradução minha).
No HandOver Flag em Londres, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recebeu a
Bandeira Olímpica. Na sequência, foi entoado o hino nacional brasileiro no Estádio Olímpico
e o local ganhou iluminação especial em tons de verde, amarelo e azul. Teve início a
apresentação de oito minutos preparada pelo Brasil, objeto da análise mais a seguir.
3. METODOLOGIA E ANÁLISE
Este trabalho trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa. As fontes de
informação são externas (livros, artigos, reportagens e vídeo), os dados são secundários
(notícias, informações do COI, vídeo do site Youtube...) e o método utilizado para os dados é
o dedutivo. Para isso foi utilizada a análise dialógica de Bakhtin.
O artigo tem como objeto de estudo o vídeo da apresentação do comitê organizador
dos Jogos Olímpicos Rio 2016; mais precisamente o vídeo disponível na página do Youtube
do Comitê Olímpico Internacional (COI). A apresentação citada não apenas levou um pouco
da cultura do país, mas também deixou transparecer temas sociais de relevância. Bakhtin
(1981) considera que o extra verbal age no enunciado como “um constituinte necessário à sua
estrutura semântica” (apud MAINGUENEAU, 1993:53). Sendo assim, a compreensão plena
do sentido do show brasileiro em Londres torna-se possível a partir da percepção do contexto
e do histórico extra verbal presente nos diferentes momentos.
Uma situação comum nas apresentações de HandOver das duas últimas cidades-sedes
olímpicas (Atenas e Pequim) foi o uso da figura de uma menina para dar o tom de singeleza a
este momento dentro da Cerimônia de Encerramento dos Jogos. Em Atenas 2004, em meio a
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ícones da cultura de seu país, uma chinesinha cantou para o público na cerimônia realizada na
capital grega. Quatro anos mais tarde, uma pequena britânica recebeu uma bola de outra
chinesinha (nota-se aí simbologia da transição) em Pequim.
No caso do Rio de Janeiro, o personagem destaque na apresentação em Londres foi
inesperado pelo público. Sem ter crianças, a organização do Rio 2016 buscou na simplicidade
do povo brasileiro o personagem que conduziria toda a apresentação: Renato Sorriso, o gari
mais famoso do país. “Um segurança tentou tirá-lo, mas foi desarmado por um abraço de
amizade carioca” (Faulkner, Eccles, Williams). Sobre este personagem e sua participação
tem-se as constatações a seguir:
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Renato Sorriso: o gari que conduz a história
Personagem principal
Em vez de uma criança, comum nas cerimônias olímpicas,
a apresentação teve um gari como personagem principal;
um personagem simples, do povo.
Origem
Um personagem real das ruas do Rio de Janeiro para
Londres. Com a vassoura na mão, ele exibe sua função de
gari, atividade não tão valorizada. Com Renato Sorriso, a
organização do Rio 2016 dá a entender a oportunidade de
mostrar um Brasil real, diferente a visão pré-concebida no
exterior.
Brasil Afro
Sorriso é negro, como grande parte da população brasileira.
Ele representa a imagem real de alguém simples, do povo.
Com samba no pé, não nega o talento para dançar o ritmo
brasileiro mais conhecido no mundo; ritmo de origem afro.
Mas ele é apenas o ponto inicial da abordagem da temática
negra na apresentação. Outras referências ao povo afro são
perceptíveis ao longo da apresentação.
Um „não convidado‟
O gari é tratado como um não convidado para a cerimônia
por um segurança (notam-se as roupas e características
físicas que se remetem à imagem de um segurança). Sorriso
surge mostrando o samba no pé que o tornou famoso, mas é
interrompido pelo segurança que pede (por gestos) para que
ele se retire do local. Como no discurso encontrado em
“Brasil”, sucesso de Cazuza, o momento pode ser entendido
como uma crítica social aos que não tem voz e vez; um
convite a olhar para os que não são convidados para a festa.
Há ainda uma possível relação político-econômica Brasil
(país sul-americano antes incluído no “3º mundo”) e
Inglaterra (Europa, 1º mundo).
Alegria contagiante
Renato não é “Sorriso” por acaso: ele traz no rosto a
imagem de um povo que é conhecido por sua alegria. A
alegria também está no seu jeito de dançar. Já nos primeiros
passos de samba ele anima o público do estádio olímpico.
Jeitinho brasileiro
Abordado pela autoridade (segurança), Sorriso dá três
tapinhas nas costas e, como num ritual, envolve o segurança
com sua dança. Em questão de minutos, os dois já dançam
juntos. O carisma brasileiro “quebra” a rispidez e a
formalidade britânica. Por outro lado, isso pode representar
também uma forma de desrespeitar normas que são
importantes dentro de uma sociedade.
Hospitaleiro
A partir da interação entre os dois personagens, Sorriso
passa a conduzir o segurança para mostrar alguns traços da
cultura brasileira, reforçando a imagem de que o brasileiro
é hospitaleiro.
Diferenças
Em uma das cenas mais emblemáticas da apresentação,
Renato Sorriso dança com a top model Alessandra
Ambrósio. Nela temos a ideia de um país onde a divisão de
classes sociais e etnias não representa inacessibilidade entre
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elas. Como se, através da música e da cultura, no Brasil
superam-se barreiras que impediriam de um gari e uma top
estarem próximos; um país de integração.
Orgulho nacional
A última participação de Sorriso é para revelar um segredo
da organização do show brasileiro. De longe, o gari
reconhece a personalidade brasileira mais conhecida no
mundo: Pelé. Ao se aproximar do “rei do Futebol”, a
reverência do gari deixa claro que a modalidade esportiva é
“autoridade” no Brasil. Por outro lado, a relação entre
súdito e rei é próxima: Sorriso ganha o chapéu e um abraço
do „rei‟.
Com base nas informações já citadas, é possível perceber a formação discursiva da
apresentação. Michel Foucault (1969) entende formação discursiva como: “um conjunto de
regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço que definiram uma
época dada, e para uma área social, econômica, geográfica ou linguística dada, as condições
de exercício da função enunciativa” (apud Maingueneau, 1993:14). E para Pêcheux, “as
palavras, expressões, proposições, mudam de sentido segundo posições sustentadas por
aqueles que as empregam, o que significa que elas tomam o seu sentido em referência às
„formações ideológicas‟ (...) nas quais estas posições se inscrevem” (apud Brandão, 1993).
Isto significa que o sentido de uma palavra, expressão, proposição não existe em si mesma,
em sua relação com a literalidade do significante.
Assim, vendo do lugar de onde se fala, o discurso da apresentação brasileira parte de
uma formação ideológica que coloca em destaque um Brasil menos caricato, um país com
forte discurso de crítica social (de superação de preconceitos) e como emergente no cenário
mundial (de “patinho feio” a “cisne”). Sorriso é a personificação do país durante a
apresentação em Londres.
A apresentação do Rio 2016 mostrou a diversidade cultural do país e as escolhas da
organização mostram um “Brasil B”; opções às referências que os estrangeiros estão
acostumados a relacionar ao Brasil. A tabela a seguir traz algumas considerações sobre as
escolhas de trilhas musicais da festa brasileira (com referência aos cantores que fizeram
sucesso) e seus intérpretes na apresentação.
Brasil musical
Villa Lobos –
“Bachianas
Brasileiras nº 5”
Dentro da proposta de exaltar a diversidade, mostrou que o país
também faz música clássica. Coube a uma cantora de MPB [Marisa
Monte] sua interpretação.
Chico Science –
“Maracatu
Representou a descentralização do eixo Rio-São Paulo levando um
pouco da cultura de Pernambuco à apresentação. Com presença de
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Atômico” lanceiros, o “Maracatu Atômico” foi interpretado pelo rapper
B.Negão.
Clara Nunes –
“Canto das três
raças”
A referência a Clara Nunes foi sutil, mas marcante. O famoso refrão
“ô, ô, ô, ô, ô, ô...” ecoou pelo estádio. A canção fala de sofrimento, de
luta, de um canto de dor dos povos no Brasil. É como se o Brasil
sentisse a necessidade lembrar de sua triste história de exploração
humana e valorizar quem não foi valorizado. A cantora e seus sucessos
remetem à herança africana no país.
Wilson Simonal –
“Nem vem que não
tem”
O cantor Seu Jorge deu voz ao sucesso de Simonal. A música lembra o
swing, a malandragem, mas também é uma contestação. Por questões
políticas (do contexto da ditadura), Simonal apenas hoje é reconhecido
como um dos grandes cantores nacionais.
Tim Maia –
“Aquele Abraço”
“Aquele Abraço” é o sucesso que resume a apresentação brasileira.
Mostra um país de diversidade e que faz questão de acolher a todos de
braços abertos.
As personalidades que participaram da apresentação também merecem algumas
observações.
Participações especiais
Marisa Monte
No mix cultural da apresentação, Marisa Monte representou Iemanjá,
um dos orixás mais conhecidos no país, enquanto cantava o clássico
“Bachianas Brasileiras nº 5”, de Villa Lobos. Ela surgiu uma 2ª vez
para cantar “Aquele Abraço”.
Seu Jorge
Fez dueto com Marisa Monte em “Aquele Abraço”. Antes, vestido de
um típico malandro carioca, ele cantou “Nem vem que não tem”
(Simonal). De morador de rua a cantor respeitado, a história vitoriosa
do cantor [também negro] se encaixa no contexto do evento.
B. Negão
O rapper [negro] cantou “Maracatu Atômico” de Chico Science.
Importante destacar que tanto rap quanto o maracatu possuem raízes
africanas e suas histórias vinculadas ao contexto da escravatura ou
reivindicações sociais de uma camada pobre/excluída da população.
Alessandra
Ambrósio
A top model da Victoria Secrets desfilou a beleza da mulher brasileira
reforçando este estereótipo. No contexto, ela foi uma versão atualizada
[e comportada] da “garota de Ipanema”.
Pelé
Por mérito e/ou brincadeira, Pelé apareceu como a maior personalidade
brasileira na apresentação. Em 2008, Londres explorou a figura de
David Beckham durante seu HandOver em Pequim como referência no
futebol. Desta vez, na “terra da rainha”, o Brasil levou seu “rei”.
As constatações, a partir das composições musicais e das personalidades citadas,
reforçam a relação dos discursos da festa brasileira em Londres com outros já conhecidos.
Para Bakhtin, “nenhuma palavra é „neutra‟, mas inevitavelmente „carregada‟, „ocupada‟,
„habitada‟, „atravessada‟ pelos discursos nos quais „viveu sua existência socialmente
sustentada‟“ (apud Authier-Revuz, 1990:27). O autor afirma ainda que “cada enunciado deve
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ser visto antes de tudo como uma resposta aos enunciados precedentes de um determinado
campo: ela os rejeita, confirma, completa, baseia-se neles, subentende-os como conhecidos,
de certo modo os leva em conta” (Bakhtin, 2003: 297).
4. CONCLUSÕES
De forma alegre, a apresentação do Rio de Janeiro teve temas sociais apresentados de
forma implícita em grande parte do tempo. Chama atenção a predominância dos elementos
que remetem à influência africana no país das mais diversas formas. Há uma clara mensagem
de valorização da cultura afro como pilar de muitas manifestações culturais brasileiras e de
um histórico racial no país marcado por sofrimentos e lutas.
“Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios
supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os
supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram
para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e
brutal, que também somos” (Ribeiro, 1995: 120)
A relação passado-presente pode também ser observada quando a organização do Rio
2016 mostrou a tradição da cultura indígena (através da dança e canto) com o toque
contemporâneo dos adereços hightechs; tradição e tecnologia em um mesmo personagem para
mostrar que os povos indígenas não são frutos de um passado remoto, mas um povo do
presente no Brasil e que preserva sua riqueza cultural. O mesmo momento ressalta ainda a
relação harmônica, a exemplo dos indígenas, entre homem e natureza.
Maria Isaura Pereira Gomes Teixeira cita Moragas (1992: 32) para lembrar que as
culturas possuem "imagens de marca" que são resultados da história, de estratégias turísticas
promocionais ou o sucesso universal de algumas de suas características mais representativas.
“No entanto, a celebração dos Jogos Olímpicos também representa uma oportunidade
histórica de reconstruir e renovar algumas características pertinentes [que podem estar
ultrapassadas] ou resultado de situações de dominação político-cultural”, pontua Moragas.
No caso do Brasil, ficou evidente a intenção de ampliar o olhar estrangeiro para a
diversidade de um país que eles desconhecem. A organização da apresentação do Rio 2016
fugiu de muitas “figuras carimbadas” do Brasil (e deu uma nova roupagem a outras) sem
perder a brasilidade que se esperava.
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O samba teve papel fundamental de integrar a “colcha de retalhos” brasileira que foi
mostrada em Londres. Ele abriu e fechou a apresentação como grande “cartão de visita” do
país. Se quem viu não sabia o que era determinado elemento, pode ao menos ter a certeza que
“aquilo era Brasil”, pois estava em meio à cadência do samba.
O que o Brasil fez em Londres, além de exaltar sua cultura, representa um momento de
redenção ao próprio povo brasileiro. "Está caindo agora a ficha, saber que você pode
representar o Brasil, vindo de uma classe humilde e de repente estar entre os melhores atletas
do mundo foi demais", confessou Renato Sorriso em entrevista (Naddeo, 2012).
A parte final, com a participação de Pelé, é a que, sob o ponto de vista desta análise,
pode ser considerada mais “leve” e festiva. O último trecho da apresentação une o Brasil real
de Sorriso, (com todo o misto de aflições e alegrias do povo brasileiro) com o país do lendário
futebol de Pelé conhecido mundialmente. "Fiquei contente em saber que pude participar, foi
algo bem montado, bem a cara do Rio. Não foi coisa de violência ou de mulher pelada. Foi
um Rio de cultura, e faço parte desta cultura", avaliou o gari.
Em torno da imagem de um Brasil diverso e inclusivo, a apresentação termina com o
grupo reunido no centro do palco: um mosaico feliz de traços brasileiros, diverso,
multicultural, de união e respeito. Se Pequim mostrou poder e potência e Londres humanidade
e individualidade, o Rio 2016 deixou a impressão de que o mundo é mais diverso do que as
pessoas pensam.
Os oito minutos colocaram o Brasil no centro das atenções do mundo nos próximos
anos como uma terra de acolhimento e respeito. Não custa lembrar que receptividade, calor
humano e alegria são traços frequentemente atribuídos aos brasileiros. E a apresentação do
Rio 2016 criou essa expectativa de uma grande festa nos jogos que virão e resgatou de forma
implícita o famoso slogan que diz que “o melhor do Brasil é o brasileiro”.
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ABSTRACT
In recent years, Brazil has been spotlight in the political and economic world causing much of
the attention turn around to the country. The announcement of FIFA World Cup 2014 in
Brazil and the winner candidacy of Rio de Janeiro to host Olympics Games in 2016
consolidated this visibility. This article intends to analyze how the brazilian people was
shown at presentation, by organization of the Rio 2016, during the Closing Ceremony of the
London Games 2012 and having highlighted the participation of street sweeper Renato
Sorriso. It tries to know what features has highlight and the impression about the brazilian
people after the eight minutes of presentation that celebrated the cultural diversity of Brazil.
The Bakhtin‟s dialogic analysis (1997) of was used as a theoretical basis in this article.
Keywords: Brazil. Rio 2016. Discourse Analysis. Dialogism. Bakhtin
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