vanessa monks da silveira · forrageiro cv. amarillo. vanessa monks da silveira . pelotas, 2007....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Dissertação
Efeito de herbicidas pós-emergentes em amendoim-forrageiro cv. Amarillo
Vanessa Monks da Silveira
Pelotas, 2007
Vanessa Monks da Silveira
Efeito de herbicidas pós-emergentes em amendoim-forrageiro cv. Amarillo
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Pelotas, como
requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Ciências (área do
conhecimento: Pastagens).
Orientador: Prof. Dr. Pedro Lima Monks
Colaborador: Prof. MSc. Jesus Juarez de O. Pinto Pelotas, 2007
Dados de catalogação na fonte: (Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)
S587e Silveira, Vanessa Monks da
Efeito de herbicidas pós-emergentes em amendoim forrageiro cv. Amarillo/ Vanessa Monks da Silveira. - Pelotas, 2007.
48f. Dissertação ( Mestrado ) –Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. - Pelotas, 2007, Pedro Lima Monks, Orientador.
1. Arachis Pintoi 2. Amendoim forrageiro 3. Herbicidas
4. Toxicidade 5. Latifolicidas 6. Graminicidas I . Monks, Pedro Lima (orientador) II .Título.
CDD 633.368
Banca examinadora: Prof. Dr. Pedro Lima Monks Prof. Ph.D. Lotar Siewerdt Dr. José Carlos Leite Reis Dr. Otoniel Geter Lauz Ferreira
À minha mãe;
À minha irmã.
Pelo apoio, paciência, compreensão, encorajamento e carinho...
Dedico.
AGRADECIMENTOS
À UFPEL/FAEM/DZ, pela oportunidade de realizar o curso de Pós-
Graduação;
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos;
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pelo suporte financeiro ao
projeto de pesquisa que resultou nesta dissertação;
Ao professor Pedro Lima Monks pela orientação, incentivo, interesse na
minha aprendizagem, ensinamentos, e, acima de tudo, pela confiança durante meu
mestrado.
Ao professor Jesus Juarez de O. Pinto, pela fundamental contribuição e
apoio para a realização deste trabalho e, principalmente, pelos conhecimentos
transmitidos.
Aos professores e funcionários da UFPEL/FAEM/DZ com os quais convivi,
pelo auxilio durante a realização deste trabalho.
Aos colegas Daiane Sganzerla, Leandro Galon, Otoniel G. Lauz Ferreira,
Carlos Eduardo da S. Pedroso e Roger Marlon Gomes Esteves, pelo auxílio e
companheirismo.
A minha família que sempre esteve presentes em todos os momentos do
meu aprendizado, sempre com uma palavra de incentivo.
À todos aqueles que, de uma maneira ou outra, auxiliaram na realização
deste trabalho.
Enfim a todos...
Resumo
SILVEIRA, Vanessa Efeito de herbicidas pós-emergentes em amendoim-forrageiro cv. Amarillo 2007. 48f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Para avaliar a toxicidade de herbicidas em amendoim-forrageiro cv. amarillo foram testados os seguintes herbicidas latifolicidas nas doses recomendadas para outras leguminosas, como a soja (Glycine max) e o amendoim anual (Arachis hypogaea L.): 2l/ha de paraquat (200 g/l); 70g/ha de clorinuron etil (250g/l); 123g/ha de imazapique (700g/l); 1l/ha de glifosato (360g/l); 0,69l/ha de lactofen (240 g/l); 0,9 l/ha de fluazifop-p-butil+fomesafen ( 200+250 g/l); 41,69 g/ha de cloransulam (840g/l) e 29ml/ha de carfentrazone (400g/l). Posteriormente, foram avaliadas doses dos herbicidas mais seletivos no primeiro experimento, ou seja: 1,0l/ha; 2,0l/ha; 3,0l/ha e 4,0l/ha de paraquat; 35g/ha; 70g/ha; 105g/ha e 140g/ha de clorinuron etil; 21g/ha; 42 g/ha; 63 g/ha e 84 g/ha de cloransulam. Em um terceiro experimento, foram testados os seguintes graminicidas: 0,875l/ha; 1,75l/ha; 2,63l/ha e 3,5l/ha de fluazifop-p-butil (250g/l); 0,25l/ha; 0,5l/ha; 0,75l/ha e 1,0l/ha de trepaloxydim (200g/l). O delineamento experimental foi de blocos completos ao acaso com quatro repetições. As variáveis avaliadas foram produções de matéria seca (MS) do amendoim-forrageiro e toxicidade, nos dois primeiros experimentos e MS do amendoim-forrageiro e controle de plantas daninhas no terceiro. Os herbicidas paraquat e clorinuron etil são os que menos afetam a produção de MS do amendoim-forrageiro e apresentam menor toxidade nas doses usualmente recomendadas para outras leguminosas. O paraquat não altera a produção de MS e apresenta menor toxicidade nas doses testadas. O herbicida fluazifop-p-butil é mais efetivo no controle das gramíneas invasoras, principalmente grama-seda (Cynodon dactylon Pers.) do que o trepaloxydim. Não ocorre prejuízo na produção de MS e no desenvolvimento do amendoim-forrageiro com o uso dos graminicidas. Palavras-chave: Arachis pintoi, toxicidade, seletividade, produção de forragem, plantas daninhas, graminicidas, latifolicidas.
Abstract
SILVEIRA, Vanessa M. Effect of post-emergence herbicides in pinto peanut production (Arachis pintoi Krapovickas & Gregory) cv. Amarillo. 2007. 48f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. This study evaluated the toxicity of herbicides in pinto peanut cv. Amarillo. First the latifolicide herbicides were tested in doses usually recommended: 2 l/ha of paraquat (200 g/l); 70g/ha of clorinuron ethyl (250 g/l); 123 g/ha of imazapique (700 g/l); 1 l/ha of glifosato (360 g/l); 0,69 l/ha of lactofen (240 g/l); 0,9 l/ha of fluazifop-p-butil+fomesafen (200+250 g/l); 41.69 g/ha of cloransulam (840 g/l) and 29 ml/ha of carfentrazone (400 g/l). After wars doses of the herbicides more selective to pinto peanut, were evaluated: 1.0 l/ha; 2.0 l/ha; 3.0 l/ha and 4.0 l/ha of paraquat; 35 g/ha; 70 g/ha; 105 g/ha and 140 g/ha of clorinuron ethyl; 21 g/ha; 42 g/ha; 63 g/ha and 84 g/ha of cloransulam. In a third experiment the following graminicides herbicides, were tested: 0.875 l/ha; 1.75 l/ha; 2.625 l/ha and 3.5 l/ha of fluazifop-p-butil (250 g/l); 0.25 l/ha; 0.5 l/ha; 0.75 l/ha and 1.0 l/ha of trepaloxydim (200g/l). Experimental design consisted of randomized complete blocks with four replications. Variables evaluated were had produced dry matter yield (DM) of pinto peanut and toxicity in the two first experiments, and dry matter yield of pinto peanut and weed control in the third. The herbicides paraquat; clorinuron etil affected less pinto peanut yield. Paraquat is the most indicated in all doses tested. The herbicides fluazifop-p-butil was the most effective for weed grasses, the mainly bermuda grass (Cynodon dactylon) compared to trepaloxydim. No production damage in DM yield and in the development of pinto peanut occurred with the use of graminicides. Keywords: selectivity, forage yield, weed plants, graminicides, latifolicides.
Lista de Figuras
Figura 1 Toxicidade (%) aos 10, 20 e 30 dias após aplicação em amendoim-forrageiro cv. Amarillo de diferentes herbicidas latifolicidas ...................................................................................... 32
Figura 2 Toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo
submetido à aplicação de herbicidas latifolicidas pós-emergentes em diferentes doses.................................................... 33
Figura 3 Toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo
submetido à aplicação de herbicidas latifolicidas pós-emergentes aos 10, 20 e 30 DAA................................................... 35
Figura 4 Controle (%) de plantas daninhas por herbicidas graminicidas
pós-emergentes em diferentes doses em área de amendoim-forrageiro cv. Amarillo ..................................................................... 37
Lista de Tabelas
Tabela 1 Principais registros climáticos ocorridos durante o período experimental, acompanhados das normais disponíveis.................. 23
Tabela 2 Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da
ordem das magnoliopicidas, no experimento 1. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS ........................................................................ 24
Tabela 3 Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da
ordem das magnoliopicidas, no experimento 2. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS ........................................................................ 26
Tabela 4 Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da
ordem poaceas, no experimento 3. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS......................................................................................... 28
Tabela 5 Médias de produção de biomassa seca (Kg/ha) e de
toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido à aplicação de diferentes herbicidas latifolicidas pós-emergentes .............................................................................. 30
Tabela 6 Toxicidade de herbicidas latifolicidas pós-emergentes
aplicados em amendoim-forrageiro cv. amarillo em diferentes doses .............................................................................................. 34
Tabela 7 Toxicidade de herbicidas latifolicidas pós-emergentes
aplicados em amendoim-forrageiro cv. Amarillo em diferentes doses e em diferentes épocas de avaliação .................................. 35
Tabela 8 Controle (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido
à aplicação de herbicidas graminicidas pós-emergentes em diferentes doses.............................................................................. 37
Sumário
Pág.
Resumo................................................................................................................. 06
Abstract................................................................................................................. 07
Lista de Figuras..................................................................................................... 08
Lista de Tabelas.................................................................................................... 09
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11
2- REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 15
3. METODOLOGIA GERAL.................................................................................. 22
3.1 Avaliação de herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro................... 24
3.2 Avaliação de doses de diferentes herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro.................................................................................................... 26
3.3 Avaliação de doses de diferentes herbicidas graminicidas em amendoim-forrageiro...................................................................................................... 28
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 30
4.1 Avaliação de herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro................... 30
4.2 Avaliação de doses de diferentes herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro....................................................................................................... 33
4.3 Avaliação de doses de diferentes herbicidas graminicidas em amendoim-forrageiro....................................................................................................... 36
5. CONCLUSÕES................................................................................................. 39
6- REFERÊNCIAS................................................................................................. 40
ANEXOS............................................................................................................... 44
Introdução
Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e
quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de
hectares de terras agricultáveis férteis, dos quais 90 milhões ainda não foram
explorados. Esses fatores fazem do país um lugar de vocação natural para a
agropecuária e todos os negócios relacionados às respectivas cadeias produtivas. O
agronegócio é hoje a base da economia brasileira e responde por um em cada três
reais gerados no país, sendo responsável aproximadamente por 33% do Produto
Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros.
Assim como a agricultura, a pecuária também registra um crescimento significativo.
De 1990 a 2003, a produção de carne bovina aumentou 85,2% ou seja, 6,1% ao
ano, passando de 4,1 milhões para 7,6 milhões de toneladas. O complexo carne,
que inclui outros tipos de produto, também faz investimento em pesquisa, por
intermédio do melhoramento genético, e na certificação de origem do produto. Tudo
para oferecer aos consumidores alimentos seguros e de alta qualidade, como o
chamado "boi verde", um animal alimentado apenas com pastagem, muito diferente
dos sistemas mantidos em outros países produtores (ARROZPEC, 2007).
No Rio Grande do Sul a agropecuária é uma das principais atividades sócio-
econômicas e corresponde a aproximadamente 16% do PIB do Estado (SCP, 2006).
A pecuária de corte (bovinos e ovinos) desta região tem como principal suporte
alimentar a forragem de campos naturais em exploração extensiva. (MORAES et al.
1995).
O rebanho bovino do Rio Grande do Sul é de aproximadamente 14,2
milhões de cabeças, representando 8,0% do rebanho nacional, estimado em 185,8
milhões de cabeças, sendo o segundo maior rebanho comercial do mundo (SCP,
2006). O abate anual do Estado chega a 2,0 milhões de cabeças e a produção anual
é de 440 mil toneladas (equivalente carcaça) para um consumo de 480 mil
toneladas. O consumo per capita é de 48 kg por habitante. A aptidão predominante é
a pecuária de corte, 82,17% do rebanho, enquanto a pecuária leiteira corresponde a
17,83%. A predominância racial na pecuária de corte é européia. A exploração
pecuária é desenvolvida basicamente pelo pastoreio contínuo de campos nativos,
totalizando no Rio Grande do Sul, uma área de 11,9 milhões de hectares.
12
As formações campestres do Rio Grande do Sul, desde a introdução dos
bovinos e ovinos em fins do século XVIII, vêm sendo utilizadas em regime de
pastoreio contínuo, nos quais a pecuária extensiva tem sido, por mais de duzentos
anos, a forma de aproveitamento econômico destes campos. Com o decorrer dos
anos, os rebanhos aumentaram, as lotações elevaram-se, houve a subdivisão dos
campos e, como conseqüência, o superpastejo ocorre hoje, na maioria dos campos
sul-rio-grandenses (GONÇALVES, 1999). Portanto, este contínuo manejo intensivo,
tem provocado redução de freqüência de muitas espécies nativas, inclusive
leguminosas.
O aumento da participação de leguminosas forrageiras nestas áreas deve
ser valorizado, visto que elas melhoram à dieta animal e, também, incorporam de
nitrogênio atmosférico ao ecossistema pastoril, a um custo baixo, através da fixação
biológica.
Segundo Sample (1974) as leguminosas valorizam as pastagens devido a
sua capacidade de enriquecimento do solo, facilitando a fixação de nitrogênio
atmosférico. Carambula (1977) afirma que as leguminosas são elementos
indispensáveis na produção de forragens, devido a suas propriedades de
incorporação de nitrogênio e seu alto valor nutritivo, especialmente pelo conteúdo de
proteínas e minerais. Sendo assim, a utilização de uma leguminosa apropriada em
determinada circunstância é garantia de êxito da pastagem. Além de possibilitar a
redução dos efeitos negativos da atividade pecuária sobre a qualidade do solo e da
água, ela possibilita também a expressão do potencial genético dos animais, fato
esse que reverterá em maior lucratividade para o produtor rural (LIMA et al., 2004).
Embora haja um expressivo número de leguminosas nativas nos campos do
Rio Grande do Sul, cerca de 150 espécies, segundo Moraes et. al. (1995), estas
ainda são pouco estudadas. Vários trabalhos têm sido realizados para avaliações do
comportamento de leguminosas forrageiras de distintas origens visando à melhoria
das pastagens, e dentre essas tem se destacado o amendoim-forrageiro (Arachis
pintoi Krapovickas & Gregory). O amendoim-forrageiro é uma leguminosa perene de verão, com 20 a 60cm
de altura, que é originaria da região do Cerrado brasileiro. O hábito de crescimento
rasteiro faz com que esta planta produza uma camada densa de estolões com
entrenós curtos e os pontos de crescimento protegidos do pastejo. A espécie A.
pintoi tem despertado interesse de pesquisadores em âmbito nacional e
13
internacional por sua potencialidade para uso como forrageira e como cobertura
verde em culturas perenes (VALENTIM et al., 2001). Segundo Argel & Villarreal
(2004) esta leguminosa tem mostrado boa adaptação à grande variedade de solos e
climas, boa compatibilidade com gramíneas estoloníferas e agressivas do gênero
Brachiaria e Cynodon. Produz boa quantidade de forragem de alta qualidade e é
bem consumida pelos animais. Apresenta boa adaptação em regiões tropicais com
altitudes de 0 a 1800 m e com precipitações de 2000 a 3500mm anuais (RINCÓN,
1999). Após a fecundação há o desenvolvimento do ginóforo fazendo com que a
semente fique enterrada no solo o que dificulta a colheita posterior. Devido a esse
fato o preço da semente no mercado é alto, levando a prática do estabelecimento da
cultura através de mudas (estolões) enraizadas.
O lento estabelecimento do amendoim-forrageiro em áreas implantadas
através de mudas limita o seu sucesso, especialmente em áreas com alta incidência
de plantas daninhas. Argel & Villarreal (2004) ao descreverem a cultivar Porvenir,
afirmam que o lento crescimento inicial propicia uma maior interferência de plantas
daninhas. Esta característica compromete a rápida cobertura do solo, prejudicando o
aproveitamento da pastagem no mesmo ano de implantação (BRUYN, 2003).
Plantas daninhas são aquelas cujo número é suficiente para causar
significativa limitação no resultado de um sistema específico. Entre os danos
causados por estas plantas, destacam-se os provocados pela competição por luz,
água e nutrientes (GONZAGA et al., 1998).
As plantas daninhas se instalam onde o solo está descoberto, o que
prejudica plantas de lento estabelecimento e de porte baixo. Entre as consideradas
mais problemáticas em áreas de pastagens instaladas, estão espécies perenes, que
apresentam grande capacidade competitiva com as espécies forrageiras, que
podendo reduzir sobremaneira a produtividade das pastagens. A maior ênfase no
controle de plantas daninhas tem sido dada ao uso de herbicidas, devido a sua
eficácia, praticidade e vantajosa relação custo/benefício (CARMONA et al., 2001). O
manejo químico de pastagens é basicamente realizado em pós-emergência, com a
pastagem já implantada. Entretanto, também pode-se fazer o manejo com
herbicidas na fase de formação da pastagem, visando o não estabelecimento de
espécies indesejáveis (DEUBER, 1997). Em se tratando de amendoim-forrageiro,
devido ao seu lento estabelecimento, a opção pela utilização de herbicidas em pós-
emergência se mostra a mais adequada.
14
Tendo em vista a corrente prática do estabelecimento dessa forrageira
através de mudas na região, e a falta de informações sobre o uso de herbicidas para
o controle de plantas daninhas que prejudicam esse estabelecimento, realizou-se
este estudo para avaliar o efeito de herbicidas sobre o comportamento do amendoim
forrageiro.
Revisão de Literatura
No Rio Grande do Sul a pecuária tem como principal suporte alimentar a
forragem de campos naturais. Nestes campos há uma predominância de gramíneas,
o que justifica o crescente estudo de espécies leguminosas nativas ou introduzidas,
com o objetivo de melhorar a pastagem para o consumo animal. A disponibilidade de
nitrogênio é componente chave na produtividade e persistência de pastagens e pode
ser pelo menos, parcialmente fixado por associações leguminosas-rizobium. A
elevada qualidade nutritiva das leguminosas forrageiras, a fixação simbiótica do
nitrogênio atmosférico e a diminuição de custos têm sido um dos fatores que
mantém o interesse por este grupo de plantas (PEREZ E PIZARRO, 2006). Entre as
distintas espécies de leguminosas introduzidas no Rio Grande do Sul o amendoim-
forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.) tem mostrado grande potencial na produção
de forragem com alta qualidade (NASCIMENTO, 2004).
As leguminosas deste gênero são nativas da América do Sul, onde cerca de
70 a 80 espécies se distribuem pela Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru e
Uruguai. O primeiro acesso desta espécie foi obtido pela coleta realizada por
Geraldo Pinto, em 1954, junto à foz do Rio Jequitinhonha, em Belmonte, no Estado
da Bahia. O material coletado foi levado ao Instituto de Pesquisas e Experimentação
Agronômica do Leste – Ipeal, em Cruz das Almas, também na Bahia, onde foi
mantido em observação em canteiro experimental por muitos anos (VALLS &
PIZARRO, 1995).
O amendoim-forrageiro é uma leguminosa herbácea da família Fabaceae
(Papilionoideae), perene de verão, com 20 a 60 cm de altura. Possui raiz pivotante
de até 30 cm e folhas alternadas compostas com quatro folíolos oblongos de cor
verde claro a escuro, com flores, predominantemente, da cor amarela. Seus estolões
são ramificados, circulares a ligeiramente planos, com entrenós curtos e fortemente
enraizados. O hábito de crescimento rasteiro faz com que esta leguminosa produza
uma camada densa de estolões com entrenós curtos e os pontos de crescimento
bem protegidos do pastejo (ARGEL E PIZARRO, 1992; RINCÓN et al, 1992). De
acordo com os mesmos autores, a cv. Amarillo tem origem genética do primeiro
acesso colhido em 1954, e foi a primeira a ser lançada no mercado, pela Austrália.
16
A implantação desta espécie, na maioria das vezes, é feita através de
propágulos vegetativos devido à dificuldade de obtenção de sementes que se
desenvolvem abaixo do solo. O lento estabelecimento da pastagem por mudas limita
o seu sucesso, principalmente em áreas com alta incidência de plantas daninhas,
atrasando o fechamento da área e a produção da pastagem. A presença de plantas
silvestres que emergem espontaneamente nos ecossistemas agrícolas pode
condicionar uma série de fatores bióticos atuantes sobre as plantas cultivadas.
Aquelas irão interferir não só na produtividade biológica da planta cultivada como
também na operacionalização do sistema de produção empregado. Por isso, tais
plantas, normalmente, são alvo de controle, e passam a ser chamadas de daninhas
(LORENZI, 2000). De acordo com Perez & Pizarro (2006), esta situação pode ser
revertida através do controle químico ou mecânico, dependendo da situação
específica da área.
O estabelecimento é o período mais crítico no desenvolvimento de uma
pastagem, pois é onde a competição com as plantas daninhas pode provocar as
maiores perdas. A interferência das plantas daninhas com as plantas forrageiras se
faz da mesma forma que com as outras plantas cultivadas, pois elas interferem na
produtividade da pastagem, na produtividade de carne e leite, no custo de produção,
na disseminação de pragas e doenças para planta forrageira e na infestação de
ectoparasitas. Além disto, as plantas daninhas podem proporcionar intoxicação aos
animais e contribuir para a redução do valor da terra (DEUBER, 1997).
As plantas daninhas competem com as cultivadas pelos recursos do meio
necessários à sobrevivência dos vegetais. A duração do tempo da competição
determina prejuízos no crescimento, desenvolvimento, e consequentemente, na
produção das culturas (PAULO et al., 2001). A ocorrência de plantas indesejáveis
em pastagens representa graves problemas à criação pecuária nos Campos Sul
Brasileiros. Entre os danos causados destacam-se os provocados pela competição
por luz, água, espaço e nutrientes, especialmente pelas semi-arbustivas como a
chirca (Eupatorium buniifolium) (Gonzaga et al., 1998).
Segundo Rizzardi et al. (2004), o controle de plantas daninhas consiste na
adoção de práticas que resultam na redução da infestação por estas plantas, mas
não necessariamente na sua completa erradicação ou eliminação. Os principais
métodos de controle são: preventivo, cultural, mecânico, biológico e químico.
17
O controle das plantas daninhas pode ser feito de forma mecânica ou com
herbicidas (ARGEL E VILLARREAL, 2004). O controle mecânico pode ser realizado
através de capinas, roçadas e utilização estratégica de animais. Nas pastagens
pode-se utilizar a roçadeira para corte das forrageiras, com isso, baixa-se a altura do
pasto, cortam-se espécies indesejáveis e, propicia-se a rebrota mais vigorosa e
uniforme das forrageiras (DEUBER, 1997).
Na realidade, o meio mais eficaz para combater as plantas daninhas é o uso
combinado de diferentes práticas e meios, visando aproveitar bem os recursos
disponíveis, conseguir maior eficácia, reduzir custos e obter a máxima segurança
para o homem e a mínima contaminação ou alteração do meio. Sendo assim, deve-
se produzir alimentos em grande quantidade e qualidade mantendo-se o meio
ambiente saudável. Para controle de plantas daninhas em pastagens naturais e
cultivadas, os melhores resultados são conseguidos também, com a integração entre
diferentes métodos objetivando estruturar assim um plano racional de manejo da
pastagem, com conhecimentos prévios da planta daninha e sua relação com as
plantas forrageiras e o ambiente.
Para o controle químico de plantas daninhas em pastagens, como em
qualquer cultura, é necessário que esta seja, no mínimo, tolerante ao herbicida.
Quando surgirem sintomas de toxicidade a planta deve recuperar-se e apresentar
desenvolvimento fenológico absolutamente normal.
Herbicidas são substâncias químicas ou culturas de organismos biológicos
usados para matar ou suprimir o crescimento de plantas, além de serem
consideradas substâncias químicas capazes de selecionar populações de plantas
(RIZZARDi et al, 2004).
Dentre os herbicidas com ação exclusiva em pós-emergência registrados
para manejo de plantas daninhas em semeadura direta, pomares já estabelecidos e
áreas não agrícolas pode-se destacar o Roundap (glifosato) e o Gramoxone
(paraquat). Com o nome químico de sal isopropilamina de n(fosfonometil) glicina, o
glifosato é um derivado da glicina não-seletivo e sistêmico que apresenta pouca
toxicidade a seres ou organismos vivos não vegetais (MONSANTO, 2006). De
acordo com Junior et al. (2002), o glifosato apresenta elevada eficiência na
eliminação de ervas daninhas, sendo um organofosforado que não afeta o sistema
nervoso. O glifosato costuma ser pulverizado sendo, em geral, absorvido pelas
plantas daninhas através de suas folhas e dos caulículos novos. O herbicida é,
18
então, transportado por toda a planta, agindo nos vários sistemas enzimáticos,
inibindo a síntese de aminoácidos. As plantas tratadas com glifosato morrem
lentamente, em poucos dias ou semanas e, devido ao transporte por todo o sistema,
nenhuma parte da planta sobrevive. O glifosato é indicado no manejo de ervas
daninhas anuais e perenes na semeadura direta de culturas anuais, em culturas
transgênicas já estabelecidas e em controle de plantas daninhas de culturas perenes
com aplicação dirigida (JUNIOR et al., 2002).
O Gramoxone (paraquat), 1,1’-dimetil-4,4’ bipiridilio íon (dicloreto), é
classificado quimicamente como um bipiridilio. Ele age na planta por absorção foliar
e através de outros tecidos verdes da planta. Possui absorção quase instantânea. É
um herbicida de contato não-seletivo, sendo considerado extremamente tóxico. É
indicado para controle de plantas daninhas anuais em culturas perenes como
abacate (Persea americana Mill.), banana (Musa spp.), cacau (Theobroma cacao L.),
café (Coffea arabica L.), cana-de-açúcar (Sacharum officinarum), chá (Camellia
sinensis (L.) Kuntze), citros, maça (Malus domestica), oliveira (Olea europaea),
pessegueiro (Prunus persica), pêra (Pyrus spp.), seringueira (Hevea brasileisis M.
Arg.) e videira (Vitis vinifera). Também é usado, com aplicação dirigida, em culturas
anuais, como algodão (Gossypium hirsutum L.), arroz (Oryza sativa), aspargo
(Asparagus officinalis L.), batata (Solanum tuberosum L.), milho (Zea mays), trigo
(Triticum aestivum L.), soja (Glycine max) e sorgo (Sorghum bicolor L. Moench).
Entre as plantas daninhas controladas por este herbicida podemos citar a capim
carrapicho (Cenchrus echinatus L.), capim pé-de-galinha (Eleusine indica), milhã
(Digitaria sp.), capim arroz (Echinocloa sp.), azevém (Lolium multiflorum Lam.), picão
preto (Bidens pilosa), beldroega (Portucala oleracea L.), poaia branca (Richardia
brasiliensis), arroz vermelho (Oryza sativa), trapoeraba (Commelina benghalensis),
serralha branca (Sonchus oleraceus), amendoim bravo (Euphorbia heterophyla L.),
mentrasto (Ageratum conyzoides L.) e picão branco (Galinsoga ciliata) (SYNGENTA,
2006).
Além destes, outros herbicidas latifolicidas pós-emergentes são bastante
empregados, como Classic (Chlorimuron ethyl), Plateau (Imazapique), Cobra
(Lactofen), Robust (Fluazifop-p-butil+fomesafen), Aurora (Carfentrazone) e Pacto
(Cloransulam).
Classic (chlorimuron ethyl) é um herbicida seletivo sistêmico do grupo das
sulfoniluréias. É um herbicida que apresenta como ingrediente ativo o Etil-2-[[[[(4-
19
cloro-6-metoxipirimidina-2-il) amino] carbonil] amino] sulfonil] benzoato.
Recomendado para o controle de plantas infestantes de folhas largas na cultura da
soja. É um produto de rápida absorção pela planta através de folhas e raízes e que
se transloca para várias partes da planta. Age inibindo a enzima acetolactato sintase
(ALS), responsável pela síntese dos aminoácidos vanila, leucina e isoleucina. A
inibição desta enzima interrompe a produção de proteínas, interferindo na divisão
celular e levando a planta à morte. Age controlando importantes plantas daninhas
como o carrapicho-rasteiro (Amaranthus deflexus), carrapicho-de-carneiro
(Acanthospermum hispidum DC.), mentrasto, caruru (Amaranthus retroflexus L),
caruru-roxo (Amaranthus hybridus), picão-preto, erva-palha (Blainvillea biaristata),
erva-quente (Spermacoce latifolia Aubl), trapoeraba, desmódio (Desmodium
purpureum), picão-branco, corda-de-viola (Ipomea hederifolia L.), estrelinha
(Rynchospora nervosa ssp. Ciliata), losna-branca (Parthenium hysterophorus), entre
outras (DUPONT, 2006).
O 2-(4-isopropyl-4-methyl-5-oxo-2-imidazolin-2-yl)-5-methylnicotinic acido,
cujo produto técnico é denominado de imazapique, e no Brasil, comercialmente
conhecido como Plateau, é um herbicida seletivo recomendado no controle de
plantas infestantes na cultura do amendoim (Arachis hypogaea L.) e da cana-de-
açúcar. Medianamente tóxico é um inibidor de ALS (AHAS) e pertence ao grupo
químico das imidazolinonas. Atua no controle de plantas daninhas como a anileira
(Indigofera hirsuta L.), apaga-fogo (Alternanthera tenella Colla), beldroega,
braquiária (Brachiaria decumbens Stapf), capim-colchão (Digitaria horizontalis
Willd.), capim-colonião (Panicum maximum Jacq.), capim-marmelada (Brachiaria
plantaginea (Link) Hitchc.), capim-pé-de-galinha, caruru, corda-de-viola, falsa-
serralha (Emilia sonchifolia (L.)), guanxuma (Sida rhombifolia L.), picão-preto, tiririca
(Cyperus rotundus), entre outras. Apresenta seletividade para amendoim e soja. A
seletividade mencionada é devido à rapidez com que a cultura metaboliza o
composto (BASF, 2006).
Cobra (lactofen) é um herbicida seletivo de contato pós-emergente do grupo
éter difenílico, extremamente tóxico e composto pelo ethyl O-[5-(2-chloro-
alfa,alfa,alfa-trifluoro-p-tolyloxy)-2-nitrobenzoyl]-DL-lactate(Lactofen). É um
concentrado emulsionável indicado para a cultura da soja no controle de
dicotiledôneas como apaga-fogo, anileira, beldroega, capim-tapete (Axonopus
affinis), carrapicho-de-carneiro, carrapicho-rasteiro, caruru-de-mancha (Amaranthus
20
viridis), caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus), caruru-roxo, caruru, caruru-
rasteiro (Acanthospermun australe), corda-de-viola, erva–quente, falsa-serralha,
guanxuma, leiteira ou amendoim–bravo, mentrasto, mentruz (Lepidium virginicum),
picão-branco, picão-preto, poaia-branca, maria-pretinha (Solanum americanum Mill.)
e a monocotiledônea trapoeraba (BAYER, 2006).
Robust é uma mistura formulada com os herbicidas fluzifop−P−butil e
fomesafen que apresentam respectivamente, as composições químicas: Butil(R) −2−
(4− (5−trifluorometil−2−piridiloxi) −fenoxi) propionato (Fluzifop−P−butil) e 5 − ( 2 −
cloro − 4 − ( trifluorometil−fenoxi ) − N − metilsulfonil − 2 −nitrobenzamida
(fomesafen). Essa mistura herbicida é comercialmente utilizada nas culturas de soja
e feijão (Phaseolus vulgaris), para controle de um amplo espectro de plantas
daninhas anuais tanto mono como dicotiledônedas (SYNGENTA, 2006).
Pacto (Cloransulam) é um herbicida seletivo, de aplicação em pós-
emergência, recomendado para o controle de plantas infestantes (magnoliopicidas)
na cultura da soja. É um herbicida seletivo, do grupo das sulfonanilida
triazolopirimidina que apresenta a composição química methyl- 3 -chloro - 2 - ( 5-
ethoxy - 7 - fluoro [ 1,2,4]triazolo [ 1,5c ] pyrimidin-2-yl ) sulfonamido benzoato
(cloransulan metílico)(DOWAGRO, 2006).
Aurora é um herbicida de contato cujo ingrediente ativo é o carfentrazone,
pós-emergente, seletivo condicional de ação não sistêmica do grupo químico da
Triazolona e apresenta a composição química ethyl (RS)- 2 -chloro -3- [2-chloro -5-
[4-(difluoromethyl) -4,5 -dihydro- 3-methyl- 5 -oxo- 1H -1,2,4- triazol -1- yl] -4-
fluorophenyl] propionacte. Atua no controle de diferentes espécies daninhas como a
trapoeraba e a corda-de-viola. Seu exclusivo modo de ação (PPO) faz com que ele
seja importante ferramenta para o manejo de resistência de plantas daninhas. (FMC,
2006).
Muitas vezes, há a necessidade de se utilizar o controle químico de plantas
daninhas em manejo de pastagens tanto cultivadas como nativas. Quando se trata
de forrageiras da ordem das magnoliopicidas o controle de plantas daninhas
poaceas é facilitado pela disponibilidade de um grande número de herbicidas
chamados graminicidas que controlam somente espécies da famíla Poaceae.
O herbicida fluzifop-p-butil é um graminicida seletivo de ação sistêmica do
grupo químico: ácido ariloxifenoxipropiônico, apresentando como ingrediente ativo o
butyl (R) −2− [4−(5−trifluoromethyl−2−pyridyloxy) phenoxy ]propionate, com nome
21
comercial de Fusilade. É um herbicida sistêmico, que se transloca
aposimplasticamente, concentrando−se nos pontos de crescimento da planta e
acarretando a sua morte. É muito ativo e específico para o controle de gramíneas
anuais e perenes nas culturas do algodão, alface (Lactuca sativa L.), cebola (Allium
cepa L.), cenoura (Daucus carota L.), batata, feijão (Phaseolus vulgaris L.), soja e
tomate (Lycopersicon esculentum L.). Pode, também, ser utilizado como maturador
de cana−de−açúcar, aumentando significativamente a concentração de sacarose.
Atua bem no controle de plantas daninhas como capim−marmelada,
capim−carrapicho, capim−pé−de−galinha, capim−colchão, grama−seda (Cynodon
dactylon), milho, trigo e arroz vermelho (SYNGENTA, 2006).
O Aramo é um herbicida graminicida sistêmico, pós-emergente das plantas
infestantes que controla gramíneas anuais e perenes, com total seletividade e
segurança, recomendado para as culturas de soja, feijão e algodão. Com
composição química (EZ)-(RS)-2-{1-[(2E)-3-chloroallyloxyimino]propil}-3-hydroxy-5-
perhydropyran-4-ylcyclohex-2-en-1-one(TEPRALOXYDIM) é eficaz no controle de
plantas como capim-papuã, capim carrapicho e milhã (BASF, 2006).
No que diz respeito ao controle químico, não existe produto registrado para
amendoim-forrageiro (PEREZ, 2004). Severino & Christoffoleti (2001) ao avaliarem a
toxicidade de herbicidas de pré e pós-emergência em amendoim forrageiro,
concluíram que herbicidas de pré-emergência causam menor redução na produção
de biomassa dessa planta. No entanto, devido ao lento estabelecimento do
amendoim-forrageiro a opção pela utilização de herbicidas em pós-emergência se
mostra mais adequada.
Com o objetivo de avaliar a seletividade de herbicidas latifolicidas e o
controle de plantas daninhas por graminicidas pós-emergentes em pastagem
estabelecida de Arachis pintoi Krap. & Greg, foram conduzidos três experimentos.
Metodologia
O trabalho foi conduzido no Centro Agropecuário da Palma/UFPEL, situado
no município de Capão do Leão, RS, Brasil, na região fisiográfica denominada Litoral
Sul, a 31°52´ de latitude Sul e 52°29´ de longitude Oeste. O clima da região é
classificado como subtropical úmido (Cfa), segundo a classificação de Köppen,
sendo as estiagens mais freqüentes em meados de dezembro. O solo da área
experimental é classificado como Argissolo Vermelho Eutrófico Típico (Camaquã).
Os dados climáticos do período experimental encontram-se na Tabela 1.
A área foi estabelecida em novembro de 2001 com preparo convencional,
utilizando-se uma densidade de 10 kg/ha de Arachis pintoi cv. Amarillo. Desde a
implantação da pastagem até o início deste trabalho, a área foi utilizada através de
cortes para confecção de feno, na primavera-verão de cada ano. Em setembro de
2005 a área experimental foi roçada e adubada conforme as recomendações da
Comissão de Fertilidade do Solo - RS/SC (CQFS RS/SC, 2004), com base nos
seguintes dados obtidos na análise de solo: 19% m/v de argila, pH= 6,0; Índice
SMP= 6,7; 1,4% de Matéria Orgânica; P, K e Na= 5,5; 28 e 9 mg/dm3; Al, Ca + Mg=
0 e 4,4 respectivamente; CTC 6,5 cmolc/dm3.
O estudo constou de três experimentos. No primeiro foi avaliado o efeito de
diferentes herbicidas latifolicidas pós-emergentes ,recomendados para o controle de
plantas daninhas na cultura da soja e do amendoim, sobre o comportamento do
amendoim forrageiro. No segundo avaliaram-se os três herbicidas que menos
afetaram a leguminosa no primeiro experimento, em diferentes doses. Para finalizar
foi realizado terceiro experimento testando dois herbicidas graminicidas pós-
emergentes em doses distintas.
23
Tabela 1 – Principais registros climáticos ocorridos durante o período experimental, acompanhados das normais disponíveis.
Período Temperatura
Média (ºC)
Precipitação (mm)
Evaporação Tanque Classe A
(mm) Ocorrida 14,3 241,6 120,3 Set Normal 14,9 123,7 100,8 Ocorrida 17,0 93,3 151,8 Out Normal 17,5 100,7 143,9 Ocorrida 20,8 23,7 228,8 Nov Normal 19,6 99,5 179,6 Ocorrida 21,1 54,6 245,4
2005
Dez Normal 22 103,2 215,6 Ocorrida 23,7 113,8 199,3 Jan Normal 22,2 119,1 205,3 Ocorrida 22,7 82,8 195,8 Fev Normal 23 153,3 160,7 Ocorrida 21,9 135,6 111,1 Mar Normal 21,7 97,4 149,3 Ocorrida 18,6 30,2 115,6 Abr Normal 18,5 100,3 106,2 Ocorrida 13,6 58,4 72,1
2006
Mai Normal 15,1 100,7 71,9
Fonte: Estação Agroclimatológica da EMBRAPA-UFPEL
24
Experimento 1 - Avaliação de herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro
Quando o amendoim-forrageiro apresentava-se no estágio vegetativo, com
altura de 15-20 cm acima do solo, ou seja, em 12 de novembro de 2005, foram
aplicados os tratamentos do primeiro experimento. Os herbicidas escolhidos são
aqueles recomendados para controle de plantas daninhas na cultura da soja e
também para a cultura do amendoim (LORENZI, 2000). Os tratamentos encontram-
se relacionados na Tabela 2. Os herbicidas foram aplicados com pulverizador costal,
munido com barra, bicos do tipo leque (110,02), com pressão constante de 245 kPa
(mantida por CO2 comprimido). Esta pressão resultou num volume de 150 Lha-1 de
calda (água + herbicida). A aplicação ocorreu no período das 7 às 8 h, com boa
luminosidade, pouca umidade no solo, ventos fracos e umidade relativa de 75%.
Tabela 2 - Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da ordem das magnoliopicidas, no experimento 1. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS.
Trat. Nome Comum Nome Comercial Conc. g/L Dose P.C./ha 1 paraquat Gramoxone 200 2,00 l 2 chlorimuron ethyl Classic 250 70 g 3 imazapique Plateau 700 123 g 4 glifosato Roundap 360 1,00 5 lactofen Cobra 240 0,69 l 6 fluazifop-p+fomesafen Robust 200+250 0,90 l 7 cloransulam Pacto 840 42 g 8 carfentrazone Aurora 29 ml 9 Sem herbicida
O delineamento experimental foi de blocos completos distribuídos ao acaso,
com quatro repetições e com unidades experimentais medindo 12m2 (3X4m) de
área. O experimento contou com dois fatores para a variável toxicidade, ou seja,
herbicidas e três datas de avaliações, e somente o fator herbicida para a variável
produção de biomassa seca.
Foi avaliada a seletividade dos herbicidas através da determinação visual da
toxicidade aos 10, 20 e 30 dias após a aplicação (DAA), ou seja, 22 de novembro,
02 e 11 de dezembro de 2005. Os níveis de controle observados foram
representados por valores percentuais atribuindo-se as notas de zero (0) a cem
(100) para os tratamentos onde a toxicidade foi nula e máxima, respectivamente.
25
No final do período experimental, em 28 de dezembro de 2005 , foi avaliada
a produção de biomassa. Para isso foi coletada amostra em área de 0,50 X 0,50 m
no centro de cada unidade experimental, mediante corte com tesoura manual a
aproximadamente 2,5 cm acima do solo. As amostras identificadas foram levadas
para o laboratório para secagem em estufa com ventilação forçada de ar a 65°C
durante 72h, e pesadas em balança digital de uma casa decimal.
Os dados obtidos foram analisados por meio de análise da variância e as
médias comparadas utilizando-se o teste Duncan, ao nível de 5% de probabilidade,
através do programa SANEST (ZONTA & MACHADO, 1984).
26
Experimento 2 - Avaliação de doses de diferentes herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro.
A partir dos resultados obtidos no primeiro experimento foram selecionados
três herbicidas para estudo do efeito de doses diferentes. Foram utilizados os que
apresentaram maior seletividade para o amendoim forrageiro.
Foram testados 15 tratamentos em delineamento experimental de blocos
completos ao acaso em esquema fatorial, com 4 repetições, sendo 3 herbicidas em
4 doses ( 0,5- metade da dose; 1-dose recomendada; 1,5 -uma vez meia a dose
recomendada e 2-duas vezes a dose recomendada), mais a testemunha (sem
herbicida). As parcelas experimentais apresentavam 12m2 (3X4m) de área.
A área utilizada para o experimento, foi adjacente ao primeiro experimento.
A área inicialmente foi roçada e quando o amendoim-forrageiro se apresentava em
estádio vegetativo pleno, com altura de 15-20 cm acima do solo, em 28 de março de
2006, foram aplicados os tratamentos conforme a tabela 3.
Tabela 3 - Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da ordem das magnoliopicidas, no experimento 2. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS.
Trat. Nome Comum Nome Comercial Conc. g/L Dose P.C./haT1D1 0,5 1,00 l T1D2 1,0 2,00 l T1D3 1,5 3,00 T1D4
paraquat Gramoxone 200
2,0 4,00 T2D1 0,5 35 g T2D2 1,0 70 g T2D3 1,5 105 g T2D4
chlorimuron ethyl Classic 250
2,0 140 g T3D1 0,5 21 g T3D2 1,0 42 g T3D3 1,5 63 g T3D4
cloransulam Pacto 840
2,0 84 g
TEST Sem herbicida Os herbicidas foram aplicados com pulverizador costal, munido com barra,
bicos do tipo leque (110,02), com pressão constante de 245 kPa (mantida por CO2
comprimido). Esta pressão resultou num volume de 150 Lha-1 de calda (água +
herbicida). A aplicação ocorreu no período das 8 às 9 h, com boa luminosidade,
pouca umidade no solo, ventos moderados e umidade relativa de 70%.
27
Foi avaliada a seletividade dos herbicidas através da determinação visual da
toxicidade, através de injúrias observadas nas plantas de amendoim aos 10, 20 e 30
dias após a aplicação (DAA), ou seja, 07, 17 e 27 de abril 2006, e expressada em
percentual, atribuindo-se os valores zero (0) e cem (100) respectivamente, à
ausência de injúria e morte total das plantas de amendoim forrageiro.
Ao final do período experimental foi avaliada a produtividade de biomassa
seca. Para isso foram coletadas amostras em área de 0,25 m2 (0,50 x 0,50 m) no
centro de cada parcela experimental, aproximadamente 2,5 cm acima do solo,
mediante corte com tesoura manual. As amostras foram identificadas e levadas para
laboratório e submetidas à secagem em estufa com ventilação forçada à
temperatura de 65°C durante 72h. Passado esse período as amostras contendo o
material seco foram pesadas em balança digital com aproximação de uma casa
decimal.
Os dados obtidos foram analisados por meio de análise da variância,
regressão polinomial e comparação de médias, utilizando-se o teste Duncan, ao
nível de 5% de probabilidade, através do programa SANEST (ZONTA & MACHADO,
1984).
28
Experimento 3 - Avaliação de doses de diferentes herbicidas graminicidas em amendoim-forrageiro
No terceiro experimento foram testados dois herbicidas graminicidas,
aplicados em diferentes doses para controle de plantas daninhas da família das
poáceas, com enfoque sobre grama-seda (Cynodon dactylon). Os herbicidas e
doses foram utilizados com base nas recomendações para controle de plantas
daninhas na cultura da soja nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Foram testados 10 tratamentos distribuídos em delineamento experimental
de blocos completos ao acaso em esquema fatorial, com 4 repetições, com 2
herbicidas em 4 doses (0,5-metade da dose; 1-dose recomendada; 1,5 - uma vez e
meia a dose e 2 - duas vezes a dose) mais a testemunha (sem herbicida). As
parcelas experimentais apresentavam 12m2 (3X4m) de área.
A área inicialmente foi roçada e quando o amendoim-forrageiro se
apresentava em estádio vegetativo, com altura de 15-20 cm acima do solo, em 28
de março de 2006, foram aplicados os tratamentos conforme a tabela 4.
Tabela 4 - Tratamentos utilizados para controle de plantas daninhas da ordem poaceas, no experimento 3. CAP/UFPEL. Capão do Leão, RS.
Trat. Nome Comum Nome Comercial Conc. g/L Dose P.C./ha T1D1 0,5 0,875 l T1D2 1,0 1,85 l T1D3 1,5 2,625 l T1D4
fluazifop-p-butil
Fusilade
250
2,0 3,5 l T2D1 0,5 0,25 l T2D2 1,0 0,5 l T2D3 1,5 0,75 l T2D4
trepaloxydim
Aramo
200
2,0 1,0 l TEST Sem herbicida
Os herbicidas foram aplicados com pulverizador costal, munido com barra,
bicos do tipo leque (110,02), com pressão constante de 245 kPa (mantida por CO2
comprimido). Esta pressão resultou num volume de 150 Lha-1 de calda (água +
herbicida). A aplicação ocorreu no período das 8 às 9 h, com boa luminosidade,
pouca umidade no solo, ventos moderados e umidade relativa de 70%.
O efeito dos herbicidas sobre o controle de plantas daninhas foi verificado
através de avaliações visuais, realizadas aos 10, 20 e 30 (DAA), ou seja, 07, 17 e 27
29
de abril 2006, e representadas por valores percentuais de controle atribuindo-se zero
(0) e cem (100) respectivamente, para ausência de controle e controle total das
plantas daninhas.
No final do período experimental, em 01 de maio de 2006, foi avaliada a
produção de biomassa seca do amendoim forrageiro. Para isso foram coletadas
amostras em área de 0,25 m2 (0,50X0, 50) m no centro da parcela experimental,
mediante corte com tesoura manual a aproximadamente 2,5 cm acima do solo. As
amostras identificadas foram levadas para o laboratório para secagem em estufa
com ventilação forçada a 65°C durante 72hs, medindo-se a massa da matéria seca
com balança digital com aproximação de uma casa decimal.
Os dados obtidos foram analisados por meio de análise da variância,
regressão polinomial e comparação de médias, utilizando-se o teste Duncan, ao
nível de 5% de probabilidade, através do programa SANEST (ZONTA & MACHADO,
1984).
Resultados e Discussão
Experimento 1 - Avaliação de herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro
Na tabela 5 encontram-se os resultados obtidos para as médias de produção
de biomassa seca e de toxicidade apresentadas pelo amendoim-forrageiro em
resposta aos diferentes tratamentos com herbicidas latifolicidas pós-emergentes. Os
herbicidas cloransulan e chlorimuron ethyl não diferiram significativamente da
testemunha, enquanto o tratamento com imazapique apresentou a menor produção
de biomassa.
O imazapique foi o herbicida que causou maior redução na produção de
biomassa seca no amendoim-forrageiro. Este resultado não era o esperado uma vez
que este herbicida é seletivo para leguminosas como soja e amendoim anual
(LORENZI, 2000), indicando a importância do presente estudo por não ser
aconselhável generalizar indicações de herbicidas dentro do gênero Arachis.
Tabela 5-Médias de produção de biomassa seca (t/ha) e de toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido à aplicação de diferentes herbicidas latifolicidas pós-emergentes.
Tratamento Dose Biomassa Seca (t/ha)
Toxicidade (%)
Sem herbicida 2,00 a2 0 cloransulam 41,69 g/ha 1,53 ab 17,92 c 2
chlorimuron ethyl 70,00 g/ha 1,30 abc 14,58 cd glifosato 1,00 l/ha 1,22 bc 32,92 a paraquat 2,00 l/ha 1,12 bc 12,08 d
carfentrazone 29,00 l/ha 0,93 bc 22,50 b lactofen 0,69 l/ha 0,93 bc 12,50 d
fluazifop-p +fomesafem 0,90 l/a 0,92 bc 25,42 b imazapique 123,00g/ha 0,63 c 31,67 a
2 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan
De todos os herbicidas avaliados o glifosato e imazapique apresentaram as
maiores médias de toxicidade (Tabela 5). Com esses herbicidas foram observados
31
sintomas de injúria com maior intensidade. Por outro lado, os herbicidas paraquat,
lactofen, clorinuron ethyl e cloransulan atingiram níveis de toxicidade inferiores a
20%. Resultados semelhantes foram encontrados por Novo et al. (1998) ao testarem
os herbicidas fomesafen, lactofen, fluazifop-p-butil e fomesafem+fluazifop-p-butil em
amendoim anual (Arachis hypogaea L.). Os autores não observaram sintomas de
injúria no amendoim nas parcelas tratadas com os herbicidas e observaram maior
produção de biomassa seca quando aplicados os latifolicidas, principalmente
lactofen.
O glifosato e o imazapique foram os herbicidas que causaram maior dano ao
amendoim-forrageiro. Resultados semelhantes aos encontrados por Severino &
Cristoffoleti (2001) ao trabalharem com amendoim-forrageiro. Os herbicidas
fluazifop-p+fomesafem e carfentrazone também causaram interferência no
desenvolvimento das plantas, apresentando toxicidade média superior a 20%.
A análise da variância acusou efeito do fator época de avaliação (P≤0,05)
para a variável toxicidade. Os valores de toxicidade ao longo do período de
avaliação podem ser observados na figura 1.
Na primeira avaliação (10DAA) a toxicidade foi maior, ocorrendo
descoloração e deformação das folhas. Com o desenvolvimento das plantas, estes
sintomas foram se tornando menos intensos e aos 20 DAA foram observados
menores índices de toxidade. Houve diminuição contínua dos índices de toxicidade,
embora essa recuperação pudesse ter sido melhor se não tivesse ocorrido déficit
hídrico intenso neste período de avaliação, produzindo sintomas semelhantes ao da
toxicidade ( Tabela 1).
Em todos os tratamentos observa-se tendência à diminuição dos sintomas
de toxicidade mostrando, assim, a boa recuperação do amendoim-forrageiro após
aplicação dos herbicidas. Este fato abre a possibilidade de uso dos herbicidas que
apresentaram maior toxicidade quando o objetivo é a implantação de gramínea
forrageira em cobertura em pastagens exclusivas de amendoim-forrageiro.
32
y = 39,97 - 1,70 x + 0,04x2
R2 = 1
5
15
25
35
5 10 15 20 25 30 3Dias após a aplicação
Toxi
cida
de
5
Figura 1 - Toxicidade (%) aos 10, 20 e 30 dias após aplicação em amendoim-forrageiro de diferentes herbicidas latifolicidas.
Quando se relaciona a toxicidade e produção de matéria seca, pode-se
observar que o herbicida que menos prejudicou o desenvolvimento do amendoim-
forrageiro foi clorinuron ethyl, seguido do cloransulan e do paraquat (Tabela 5).
Dentro destes mesmos parâmetros o imazapique e o glifosato foram os que
causaram maior toxicidade, sendo que o imazapique foi o que causou maior
interferência na produção de biomassa seca.
Os herbicidas que se destacaram por não afetar o amendoim-forrageiro são
indicados para o controle de importantes invasoras de pastagens da região, como
picão preto e guanxuma (SYNGENTA, 2006; DUPONT, 2006; DOWAGRO, 2006).
33
Experimento 2 - Avaliação de doses de diferentes herbicidas latifolicidas em amendoim-forrageiro.
Na avaliação dos herbicidas paraquat, cloransulan e clorinuron ethyl em
diferentes doses, a análise da variância mostrou que não houve efeito dos fatores
(P>0,05) para a produção de biomassa seca do amendoim-forrageiro, apresentando
uma média de 1,15 t/ha.
No que se refere à toxicidade dos herbicidas, a análise de variância mostrou que
houve interação entre herbicida e dose e entre herbicida e época de avaliação
(P≤0,05). A análise da regressão polinomial do fator dose dentro de herbicidas foi
significativa (P≤0,05) para o grau dois para os três herbicidas, sendo que o ponto
crítico dessas curvas foi distinto (figura 2), ou seja, 1,45 da dose, 1,56 da dose e
1,48 da dose, respectivamente para paraquat, clorinuron ethyl e cloransulan.
y = 1,45 + 35,98x -11,52x2
R2 = 0,96
y = 2,20 + 21,10x - 7,26x2
R2 = 0,77
y = 2,09 + 35,95x -12,14x2
R2 = 0,92
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,5 1 1,5 2
Doses (em relação à dose média recomendada)
Toxi
cida
de (%
)
Paraquat Chlorimuron ethyl Cloransulam
Figura 2 - Toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido à aplicação de herbicidas latifolicidas pós-emergentes em diferentes doses
O herbicida que apresentou menor valor médio de toxicidade foi o paraquat, nas
doses superiores a meia dose (Tabela 6), sendo que os outros não diferiram
significativamente entre si. Os três herbicidas apresentaram pico de toxicidade
quando submetidos a 1,45 da dose, 1,56 da dose e 1,48 da dose, respectivamente
para paraquat, clorinuron ethyl e cloransulan, sendo que o paraquat atingiu este pico
em um valor inferior a 20% de toxicidade, ao contrário de chlorimuron e cloransulan.
34
Tabela 6 – Toxicidade (%) de herbicidas latifolicidas pós-emergentes aplicados em amendoim-forrageiro cv. amarillo em diferentes doses
Doses (em relação à dose média recomendada)
Herbicidas 0,5 1 1,5 2
Paraquat 15,42b 15,83b 13,33b 17,5b
Chlorimuron ethyl 19,5ab 25,83a 26,67a 28,75a
Cloransulam 22,08a 23,33a 27,08a 26,67a
2 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si a 5% de significância pelo teste de
Duncan
A análise da regressão polinomial do fator época de avaliação dentro de
herbicida foi significativa (P≤0,05) para o grau dois para o herbicida paraquat, para o
grau um com o herbicida chlorimuron ethyl e não significativa para o herbicida
cloransulam (figura 3 e tabela 7). O herbicida chlorimuron ethyl apresentou aumento
de toxicidade a medida que passavam os dias após a aplicação, enquanto que com
o herbicida cloransulam não foi observada uma diferença significativa. Para o
herbicida paraquat observa-se uma diminuição da toxicidade, mostrando a
capacidade do amendoim-forrageiro recuperar-se após a aplicação deste. A
tendência de manutenção e aumento da toxicidade observada aos 30 dias para o
paraquat pode ter sido provocada por erro de avaliação tendo em vista a
subjetividade da metodologia e as condições climáticas desfavoráveis ocorridas no
período que a antecedeu (Tabela 1).
35
y =39,75 - 2,56x + 0,05x2
R2 = 1
y = 16,1 + 0,20xR2 = 0,75
0
5
10
15
20
25
0 10 20 30 4
Dias após a aaplicação (DAA)
Toxi
cida
de (%
)
0
Paraquat Chlorimuron ethyl Cloransulam (ns)
Figura 3 - Toxicidade (%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido à aplicação de herbicidas latifolicidas pós-emergentes aos 10, 20 e 30 DAA.
Tabela 7 – Toxicidade de herbicidas latifolicidas pós-emergentes aplicados em amendoim-forrageiro cv. amarillo em diferentes doses
Dias após a aplicação (DAA) Herbicidas
10 20 30
Paraquat 19,25 a 9,00 b 9,00 b2
Chlorimuron ethyl 17,45 a 21,50 a 21,50 a
Cloransulam 19,50 a 20,00 a 20,00 a
2 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan
Os resultados indicam que o herbicida prejudicial ao desenvolvimento do
amendoim-forrageiro foi o paraquat, em qualquer uma doses, uma vez que sua
produção não diferiu da testemunha e sua toxicidade em nenhuma das doses foi
superior a 20%.
36
Experimento 3 - Avaliação de doses de diferentes herbicidas graminicidas em amendoim-forrageiro
Nesse experimento não foi avaliada toxicidade, uma vez que o amendoim-
forrageiro é uma planta de folha larga, e não apresentou sintomas de toxicidade
quando submetido aos tratamentos. No entanto, foi avaliado o controle das plantas
daninhas, principalmente grama seda (Cynodon dactylon), que se encontrava em
alto grau de infestação na área.
Na avaliação da produção de biomassa seca de amendoim-forrageiro
submetido aos herbicidas fluazifop-p-butil e trepaloxydim em diferentes doses, a
análise da variância mostrou que não houve efeito (P>0,05) dos fatores herbicida e
dose. A produção média de biomassa de amendoim-forrageiro foi de 0,9 t/ha, a qual
não se diferenciou da testemunha, embora já tenha sido obtido valor de produção de
matéria seca de amendoim-forrageiro na região, em torno de 12,0 t/ha (Nascimento,
2004), a pequena produção obtida neste trabalho está relacionada a apenas um
corte realizado para a avaliação de forragem de uma pastagem altamente infestada
por grama seda.
Para o controle das plantas daninhas, a análise da regressão polinomial para
o fator dose foi significativa (P≤0,05) para os dois herbicidas. O herbicida fluazifop-p-
butil apresentou maior valor médio de controle (Figura 4) na dose mais baixa em
relação ao trepaloxydim, o que não foi verificado nas doses restantes.
Na área experimental havia predominância de espécies como a grama-seda
e azevém (Lolium multiflorum L), e além destas, encontrou-se em menor quantidade
guanxuma (Sida rhombifolia), capim de Rhodes (Chloris gayana Kunth.) e picão-
preto (Bidens pilosa L.). O grau de controle variou entre 20 e 65%. Os dois
herbicidas apresentaram distintos picos de controle, sendo que o herbicida
trepaloxydim proporcionou controle mais efetivo em doses mais elevadas (duas
vezes a dose média recomendada). Este fato pode tornar o custo de aplicação deste
herbicida mais elevado. Com o herbicida fluazifop-p-butil o controle foi maior na
metade da dose recomendada, resultando em redução da emissão deste produto no
ambiente e no custo de aplicação.
37
Tabela 8 - Controle de plantas daninhas(%) em amendoim-forrageiro cv. Amarillo submetido à aplicação de herbicidas graminicidas pós-emergentes em diferentes doses.
Doses (em relação a dose média recomendada) Herbicidas
0,5 1 1,5 2
fluazifop-p-butil 65,83 a 50,42 a 60,83 a 66,25 a2
trepaloxydim 24,17 b 47,08 a 51,25 a 63,75 a
2 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si a 5% de significância pelo teste de Duncan
y =9,59 + 79,79x -27,14x2
R2 = 0,73
y = 6,33 + 30,92x R2 = 0,94
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 0,5 1 1,5 2Doses (em relação à dose médias recomendada)
Con
trol
e (%
)
Fluasifop-p Tepraloxydim
Figura 4 - Controle (%) de plantas daninhas por herbicidas graminicidas pós-emergentes em diferentes doses em área de amendoim-forrageiro cv. Amarillo.
O herbicida fluazifop-p-butil foi mais efetivo no controle da grama-seda, que
infestava fortemente a área experimental. Ainda que tenha ocorrido melhor controle
das invasoras com esse herbicida este fato não se refletiu na diferença de produção
de biomassa seca de amendoim-forrageiro.
As doses dos herbicidas são estabelecidas para uso em ampla variação de
condições ambientais e de manejo das culturas. Contudo, algumas vezes, as doses
de herbicidas podem ser reduzidas e, ainda assim, a interferência das plantas
daninhas com a cultura pode ser suprimida, obtendo-se assim um menor dano ao
38
meio ambiente e redução nos custos de produção. Portanto o bom controle de
gramíneas com a aplicação de fluazifop-p-butil em doses menores garante a
possibilidade do bom desenvolvimento do amendoim-forrageiro, sem a necessidade
de grandes investimentos na aplicação deste insumo.
.
Conclusões
Os herbicidas clorinuron ethyl e cloransulam apresentam baixa toxicidade e
não alteram a produção de biomassa seca do amendoim-forrageiro, quando
aplicados nas doses recomendadas para culturas de soja ou amendoim anual.
O herbicida imazapique deve ser evitado em áreas com amendoim-
forrageiro, uma vez que apresenta toxicidade elevada, reduzindo a produção de
biomassa seca.
A toxicidade de diferentes herbicidas latifolicidas pós-emergentes em
amendoim-forrageiro tende a diminuir aos 20 dias após a aplicação e mantem-se
praticamente estável até 30 dias.
O aumento de até uma vez e meia a dose recomendada para cultura da soja
e amendoim anual de herbicida resulta em aumento da toxicidade em amendoim-
forrageiro.
O paraquat pode ser usado na cultura do amendoim-forrageiro, tendo em
vista sua baixa toxicidade nas doses testadas, quando comparado ao clorinuron
ethyl e cloransulam.
O herbicida fluazifop-p-butil é mais efetivo no controle de gramíneas em
cultivos de amendoim-forrageiro, quando comparado com o trepaloxydim.
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ANEXOS
45
ANEXO 01 – Quadro da análise da variância para produção (t/ha) exp. 1.
Causas de variação GL SQ QM VALOR F PROB>F BLOCOS 3 0,4068 HERBICIDA 8 5,2138 0,6517 2,6549 0,03034 RESIDUO 24 5.8928 TOTAL 35 11,5134
MEDIA GERAL = 1,17 t/ha COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 42,221%
ANEXO 02 – Quadro da análise da variância para toxicidade (%) exp. 1.
Causas de variação GL SQ QM VALOR F PROB>F BLOCOS 3 221,6155 HERBICIDA 7 5755,9896 822,2842 32,9461 0,03034 ÉPOCA DE AVALIAÇÃO 2 616,1458 308,0729 12,3434 0,00010 HERB*AVAL 14 471,3542 33,6682 1,3490 0,20249 RESIDUO 69 1722,1344 24,9585 TOTAL 95
MEDIA GERAL = 21,197917% COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 23,568%
ANEXO 03 – Quadro da análise da variância para produção (t/ha) exp. 2.
Causas de variação GL SQ QM VALOR F PROB>F BLOCOS 3 HERBICIDA 2 0,8500 0,6500 0,8980 0,58220 DOSE 4 1,3000 0,4333 0,5987 0,66866 HERB*DOSE 8 1,7333 0,1708 0,2360 0,98097 RESIDUO 42 1,3667 0,7238 TOTAL 59 30,4000
MEDIA GERAL = 1,1500 t/ha COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 73,980%
46
ANEXO 04 – Quadro da análise da variância para Toxicidade (%) exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB>F BLOCOS 3 191,1555 HERBICIDA 2 2298,2333 1149,1167 72,7204 0,00001 DOSE 4 14248,8555 3562,2139 225,4301 0,00001 ÉPOCA DE AVALIAÇÃO 2 144,4000 72,2000 4,5691 0,01200 HERB*DOS 8 950,7111 118,8389 7,5206 0,00001 HERB*AVAL 4 1478,4667 369,6167 23,3907 0,0001 DOS*AVAL 8 130,3778 16,2972 1,0313 0,41614 HERB*DOS*AVAL 16 532,7555 33,2972 2,1072 0,01140 RESIDUO 132 2085,8445 15,8018 TOTAL 179 22060,8000
MEDIA GERAL = 17,466667% COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 22,759%
ANEXO 05 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de dose dentro de paraquat para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 130,2083 1300,2083 82,2820 0,00001 0,54 REGRESSAO QUADRATICA 1 553,7202 553,7202 35,0415 0,00001 0,77 REGRESSAO CÚBICA 1 563,3333 563,3333 35,6498 0,00001 1,00 REGRESSAO GRAU 4 1 1,0714 1,0714 0,0678 0,79092 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
ANEXO 06 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de dose dentro de
clorinuron ethyl para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 5018,1333 5018,1333 317,5661 0,00001 0,75 REGRESSAO QUADRATICA 1 1394,3809 1394,3809 88,2416 0,00001 0,96 REGRESSAO CÚBICA 1 249,4083 249,4083 15,7835 0,00030 1,00 REGRESSAO GRAU 4 1 0,1440 0,1440 0,0091 0,92110 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
ANEXO 07 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de dose dentro de cloransulam para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 4083,3333 4083,3333 258,4085 0,00001 0,67 REGRESSAO QUADRATICA 1 1548,2143 1548,2143 97,9768 0,00001 0,92 REGRESSAO CÚBICA 1 333,3333 333,3333 21,0946 0,00007 0,97 REGRESSAO GRAU 4 1 154,2857 154,2857 9,7638 0,00257 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
47
ANEXO 08 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de avaliação dentro de paraquat para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 1050,6250 1050,6250 66,4875 0,00001 0,75 REGRESSAO QUADRATICA 1 350,2083 350,2083 22,1625 0,00005 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
ANEXO 09 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de avaliação dentro de clorinuron ethyl para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 164,0250 164,0250 10,3801 0,00200 0,75 REGRESSAO QUADRATICA 1 54,6750 54,6750 3,4600 0,06168 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
ANEXO 10 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de avaliação dentro de cloransulam para toxicidade no exp. 2.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 2,5000 2,5000 0,1582 0,6940 0,75 REGRESSAO QUADRATICA 1 0,8333 0,8333 0,0527 0,8136 1,00 RESÍDUO 132 2085,8445 15,8018
ANEXO 11 – Quadro da análise da variância para produção (t/ha) exp. 3.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB>F BLOCOS 3 0,0773 HERBICIDA 1 0,0360 0,0360 0,1938 0,66696 DOSE 4 0,3288 0,0822 0,4425 0,77877 HERB*DOSE 4 0,2204 0,0551 0,2966 0,87737 RESIDUO 27 5,0156 0,1858 TOTAL 39 5,6781
MEDIA GERAL = 0,8975 t/ha COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 48,023%
48
ANEXO 12 – Quadro da análise da variância para Controle (%) exp. 3.
Causas de variação GL SQ QM VALOR F PROB>F
BLOCOS 3 1865,6198 HERBICIDA 1 3910,2083 3910,2083 26,3648 0,00003 DOSE 4 60963,3333 15240,8333 102,7621 0,00001 ÉPOCA DE AVALIAÇÃO 2 400,4167 200,2083 1,3499 0,26367 HERB*DOS 4 7161,6667 1790,4167 12,0720 0,00001 HERB*AVAL 2 20,4167 10,2083 0,0688 0,93321 DOS*AVAL 8 157,9167 19,7396 0,1331 0,99676 HERB*DOS*AVAL 8 92,0833 11,5104 0,0776 0,99924 RESIDUO 87 12903,1302 148,3118 TOTAL 119 87474,7916
MEDIA GERAL = 42,958332% COEFICIENTE DE VARIAÇÃO = 28,349%
ANEXO 13 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de dose dentro de
fluazifop-p para controle no exp. 3.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 19507,5000 19507,5000 131,5303 0,00001 0,52 REGRESSAO QUADRATICA 1 7735,7143 7735,7143 52,1584 0,00001 0,73 REGRESSAO CÚBICA 1 6976,8750 6976,8750 47,0419 0,00001 0,91 REGRESSAO GRAU 4 1 3260,7440 3260,7440 21,9857 0,00007 1,00 RESÍDUO 87 12903,1302 148,3118
ANEXO 14 – Quadro de análise da regressão polinomial para os níveis de dose dentro de trepaloxydim para controle no exp. 3.
CAUSAS DA VARIAÇÃO GL SQ QM VALOR F PROB > F r² REGRESSAO LINEAR 1 28675,2083 28675,2083 193,3440 0,00001 0,94 REGRESSAO QUADRATICA 1 1518,0059 1518,0059 10,2352 0,0023 0,99 REGRESSAO CÚBICA 1 110,2083 110,2083 0,7431 0,6047 0,99 REGRESSAO GRAU 4 1 340,7440 340,7440 2,2975 0,1293 1,00 RESÍDUO 87 12903,1302 148,3118
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