ana henriques

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Ana Henriques Cadillac ast 80x120 2009

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Portifolio com pinturas realizadas em acrílico sobre tela desde 2009.

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Page 2: Ana Henriques

PertencimentoPertença. Do latim .*pertìnentia,ae 'o que diz respeito a'. O verbo pertencer tem vários significados entre eles, ser propriedade de, fazer parte de, ser parte do domínio de, ter relação com...Pertence por sua vez é substantivo masculino, aquilo que faz parte de alguma coisa, que a ela pertence e também objeto de uso pessoal. (Dicionário Houaiss)

Quando comecei a pintar em 1993 não conseguia identificar a atração que certos objetos exerciam sobremim. Com o passar do tempo percebi que a memória, as lembranças impregnadas nos objetos contavam histórias. Oque uma caneta, a escolha de um estilo de cadeira, a cor da colcha podem dizer algo sobre a personalidade de umindivíduo? Aos objetos são atribuídas qualidades e defeitos, às pessoas também. Esta série de obras que comecei aelaborar tem como núcleo a construção da história de uma personagem a partir dos objetos que a cercam. Qual aidade que podemos dizer sobre alguém ao saber que essa pessoa tem uma bicicleta? Qual o tipo de cachorro quecombina com seu estilo de vida? Gosta do design moderno ou clássico? Quem tem uma máquina de costura faz a suaprópria roupa ou o objeto é apenas a lembrança de um ente querido? Será possível nos objetos a história pessoal? Astelas sobre as quais ando debruçada procuram espelhar minhas reflexões sobre a questão do pertencimento. Eupertenço, os objetos me pertencem. Não pertenço. A literatura constrói imagens com palavras. Aqui, é o contrário.Que texto é possível criar a partir de um objeto? Que discurso uma pintura pode fazer? Quais são os elementos queutilizamos para analisar um objeto? A máquina de costura, a bicicleta, a moça. Ela pensa. Não tem idade, é jovem.Não tem tatuagem, não se sabe. Não tem relógio, não se sabe. Trabalha? Não se sabe. A máquina de costura faz ossonhos dela? Estas 3 telas conversam e se completam. A moça é a dona da bicicleta, que está parada num aposentoqualquer, numa casa pequena, numa sala que tem o mesmo tom da parede, numa poltrona que tem a mesmaestampa de um recorte de tecido que está na imagem da máquina, que pertenceu a avó da moça... São reais ou fazemparte dos desejos e objetos da memória ou dos sentimentos dela? Como seria o sobrenome dela, a família, o estadocivil. Tem cachorro ou tem gato? Quem é essa pessoa? Os objetos podem nos fazer criar. São motivadores, intrigam eintegram. A intenção é explorar essa ambiguidade que própria do ser humano, ser diverso : gostar de músicasertaneja, comer sushi, viajar para a Bolívia, andar descalço, usar roupa de brechó, ter manias, ter desejos... As coisascombinam ou parecem em desarmonia? A literatura consegue criar imagens a partir das palavras, e a pinturaconsegue construir textos a partir de imagens. Qual são as palavras da pintura? Vogais, consoantes? Objetos, cores? Oque procuro é pensar na conexão entre a matéria e a alma, entre a memória e a realidade. Entre o pensar e o ser. Porque fazemos a escolha de uma estampa e não de outra? Por que certas texturas que gostamos se repetem na nossacasa e nas nossas roupas? Quais são os sentimentos que nos provocam certos objetos? Quais são as nossas corespreferidas? Quem não tem a sensação incrível de entrar em um brechó, uma loja de antiguidades? Quanta história ememória esparramadas por entre tantos e pequenos objetos, alguns clássicos, incríveis e bizarros. Os nossos objetosformam uma coleção das nossas escolhas. Sejam quais forem. Quem somos ou quem queremos parecer. Não sãoobjetos quaisquer. São objetos simbólicos carregados de atributos e valores. Por que as pessoas guardam canhotos demetrô quando viajam ao exterior e não guardam os tíquetes de metrô quando vão trabalhar? Por que o guardanapode pano tem um significado e celebra um momento importante da vida. Por que procuramos nos cercar de objetos?

Ana Henriques

Page 3: Ana Henriques

PertencimentoEla

ast 70x1102011

Page 4: Ana Henriques

PertencimentoMáquina de fazer sonhos

ast 70x1102011

Page 5: Ana Henriques

PertencimentoBicicleta

ast 90x1202011

Page 6: Ana Henriques

Exposição Cores da Memória10 de março a 01 de abril - Palácio da Cultura – Goiânia – GO

2011“Objetos inanimados, tendes pois uma alma...”Abraham Moles, 1971

Os objetos cercam o homem e o homem cerca os objetos. Objetos de consumo, objetos de desejo, de arte, utilitários, inúteis,necessários, desnecessários, únicos e múltiplos. Objeto de estudo, objeto histórico, relíquias, objetos descartáveis... Objeto decoleções, de fetiche, de poder. Objeto de adoração, objeto de museu, objeto de amor. Uma peça qualquer, que pertenceu a alguém“importante”, o objeto institucionalizado, exposto em uma exposição ou como parte do acervo permanente de um museu ganhastatus. A caneta de Juscelino Kubitschek, os óculos de Cora Coralina, o caderno de anotação de Carlos Drummond de Andrade, apaleta de Lasar Segall migram do cotidiano e se transformam em objetos de memória, de recordação. O objeto é uma forma derepresentação e evoca a memória. Se os objetos são testemunhos da vida social podemos inferir que são portadores de memória –são também representações do passado – e comunicam através da síntese de informação, linguagem e lembranças. Os objetos sãoportadores de signos e valores da vida cotidiana, cultura e emoção. Nessa exposição a ideia é trabalhar a emoção estética.

A obra de arte exprime sentimentos, individuados, refinados, articulados e transformadores. A evocação de sentimentos promovidose provocados pelas obras de arte produz uma série de sensações e reflexões. A pintura, expressão da imagem e de sentidos contagiaoutras área do sentimento humano: a memória. A memória afetiva destinada a construir o nosso presente estimulado pelassensações do passado. A pintura retrata e conta. Promove na audiência a busca pelo sentido. Objetiva, racional, irracional,sentimental, sensual, sensível. A pintura apropria-se do conceito dicionário de retrato, é substantivo, imagem de uma pessoa, real ouimaginária, reproduzida pelo desenho, pela forma e pela cor. É figura de linguagem, metonímia, obra artística em que se reproduzimagem. A exposição tem como proposta mostrar por meio da linguagem da pintura, como os objetos têm significado e sentido alémdo aspecto material, da funcionalidade e do design.

Os objetos “falam”, traduzem sentimentos, retratam emoções, trazem lembranças e contam histórias. Passado, presente e futuropodem ser identificados em nossos objetos pessoais. As referências da infância, da casa, do tempo, passam pelos objetos queacumulamos no decorrer da nossa vida. Os objetos retratam situações, compõem cenários e muitas vezes dão pistas sobre comovivemos, como consumimos e como escolhemos o que nos rodeia e constrói a nossa casa, cozinha, quarto, jardim ou quintal. A velhamoto, a Kombi que nos transportava para a escola, o carrinho de brinquedo, a primeira bicicleta, nossos livros e móveis. As telas serãoexecutadas especialmente para essa exposição procurando criar um ambiente de apreciação, instigar a reflexão sobre as memóriaspessoais e sobre o nosso cotidiano. Quais são as lembranças que os objetos podem evocar? Essa é a ideia central: emocionar, motivare promover os melhores sentimentos, a sutileza das pequenas coisas que habitam a nossa alma.

Ana Henriques

Page 7: Ana Henriques

Exposição Cores da MemóriaBolo da Anice

ast 90x702010

Page 8: Ana Henriques

Exposição Cores da MemóriaMáquina de escrever do Rogério

ast 80x1002010

Page 9: Ana Henriques

Exposição Cores da MemóriaTênis do Guto

ast 80x1002010

Page 10: Ana Henriques

Exposição Cores da Memória Leica

ast 50x1202010

Page 11: Ana Henriques

Série Cores da MemóriaBicicleta do Rafael

ast 65x1302011

Page 12: Ana Henriques

Série Cores da Memóriaast 80x140

Bonecas de pano da Silinha2010

Page 13: Ana Henriques

Série Cores da Memóriaast 70x120

Tucano do Eduardo2010

Page 14: Ana Henriques

Ensaios : acrílico sobre papel2011

Page 15: Ana Henriques

Ensaios: acrílico sobre papel2011

Page 16: Ana Henriques

Ensaios: acrílico sobre papel2011

Page 17: Ana Henriques

2º Salão de Artes Visuais das Regiões Administrativas do DFFevereiro 2011

ast 70x120Jardim da infância

Page 18: Ana Henriques

2º Salão de Artes Visuais das Regiões Administrativas do DFNovembro 2010

astSala da Goret

Page 19: Ana Henriques

Prêmio Sesc de Pintura em Tela Cândido Portinari- DFObra selecionada

Dezembro 2010ast 70x120

Daisy

Page 20: Ana Henriques

XXXII Salão de Artes RiachueloMarinha do Brasil

1° lugar – 2010ast 60x130Outro mar

Page 21: Ana Henriques

6º Pinte Brasília 2010Obra selecionada

astPaisagem brasiliense

Page 22: Ana Henriques

Pintura da Ana

Descrever algo definitivo e exato sobre um artista é como tentar aprisionar os raios do sol, as cores do arco íris; materializar um pensamento abstrato. Em sua arte pictórica, Ana Henriques nos remete aos labirintos do

inconsciente, por caminhos há muito escondidos no fundo de nossa psique. De uma forma hipnótica, numa ciranda de cores e formas, que trepidam por nossa retina, somos levados numa via direta aos mais remotos submundos do

inconsciente. É lá que moram as lembranças arcaicas de nossa infância, puras e descontaminadas do saber racional. O Universo Ideal Platônico.

Encontrar semelhanças faz parte de nosso modus operandi cerebral. Só assim conseguimos eliminar as inquietações de não compreender o inexplicável. Precisamos eliminar as discrepâncias, planificar, pasteurizar, reduzir, rotular. Para

então capturar o intangível, o abstrato. dizemos assim que entendemos. Nessa linha é comum compararmos estilos, classificando como desta ou daquela escola. Inevitável então lembrar de Van Gogh.

Mas enquanto o mestre impressionista holandês nos remete a uma enxurrada inquietante de cores, muitas vezes impiedosa, a obra de Ana Henriques é como uma canção de ninar a nos embalar, nos levando por recantos esquecidos

de nosso universo primal.

Viajar pela obra de Ana, nos parece coisa simples. É como voltar para casa. Rever nossas lembranças, família, amigos, sonhos e esperanças; nosso quarto de infância. Regatar o elo perdido. O tesouro prometido, nosso Santo Graal.

Rogério Lyra, jornalista

Page 23: Ana Henriques

Exposição Tantas CoresEspaço Chatô – DF-2009

ast 100x80Coisas do André

Page 24: Ana Henriques

Exposição Tantas CoresEspaço Chatô – DF-2009

ast 80x120Lambreta do Eduardo

Page 25: Ana Henriques

Exposição Tantas CoresEspaço Chatô – DF-2009

ast 50x120Música

Page 26: Ana Henriques

Percurso

Exposições Individuais

Projeto Nosso Artista Nossa Gente – Biblioteca Municipal Prof. Artur Riedel/ São Roque/1999

Painéis para as lojas: Concessionária GM Rumo Norte, ATZ e Lojas Ponta D’ Stock

Exposição Objeto Brasileiro - Europa Arte Galeria - Campinas - SP -março/abril/ 2000

Projeto Nosso Artista- Brasital, São Roque-SP – maio/ 2000

Exposição Outras Cores - SESC - Rio Branco-AC- fevereiro /2001

Projeto Arte na Estrada - Road Shopping - Itu-SP – setembro/2001

Leroy Merlin - loja Raposo Tavares - São Paulo-SP – outubro/2001

Tantas Cores – Espaço Chatô - Brasília – DF –21 de julho a 07 agosto/ 2009

I Semana do Livro e da Biblioteca – Infraero – Exposição Apaixonada pelas cores – outubro/2009

Exposições Coletivas

Projeto Tintas e Tramas - SESC Pompéia/SP - 1988

Exposição Arte Verão - Studio/SP - 1992

Exposição Cor e Textura - Sesc Pompéia/SP - 1992

Exposição Matü - Inventariato /SP - 1994

Exposição Nabis - Barroco ‘ n Roll/SP– 1994

I Salão de Artes Darcy Penteado - São Roque/ SP - 1999

33º Salão Astrogilda Lippi - Casa da Cultura - Mairinque-SP /1999

Europa Arte Galeria - Campinas-SP – janeiro/fevereiro/ 2000

Salão Universitário - UFAC/Rio Branco- AC - março /2001

II Festival de Inverno Artes Darcy Penteado – Mostra de Arte Contemporânea - São Roque-SP - 2002

Flores, frutos e sabores - Ministério da Fazenda – Brasília – DF - 4 a 29 de maio/2009

6º Pinte Brasília - Casa das Artes – Brasília/2010

VIII Mostra Versos x Plástica – Brasília/ 2010

1º Salão de Artes Visuais das Regiões Administrativas do Distrito Federal – DF /2010

Prêmio Sesc de Pintura e em Tela Cândido Portinari – Brasília – DF /2010

2º Salão de Artes Visuais das Regiões Administrativas do Distrito Federal/2011

Page 27: Ana Henriques

Ana Henriquesnascimento 20 de novembro de 1962

natural de São Paulomorando em Brasília desde 2004

Quadra 17 conjunto A casa 42Sobradinho

Distrito Federalemail [email protected]

cel 61 8178 96 12res 61 3387 67 06

http://www.tantascores.blogspot.com/