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ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE UM CADERNO DE ENCARGOS REFERENTE ÀS TERRAPLENAGENS EM VIAS DE COMUNICAÇÃO ANA RITA SOUSA E CASTRO Relatório de Projecto submetido para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM VIAS DE COMUNICAÇÃO Orientador: Professor Doutor Adalberto Quelhas da Silva França FEVEREIRO DE 2008

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ELABORAO DA PROPOSTA DE UM CADERNO DE ENCARGOS REFERENTE S

TERRAPLENAGENS EM VIAS DE COMUNICAO

ANA RITA SOUSA E CASTRO

Relatrio de Projecto submetido para satisfao parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAO EM VIAS DE COMUNICAO

Orientador: Professor Doutor Adalberto Quelhas da Silva Frana

FEVEREIRO DE 2008

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2007/2008 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tel. +351-22-508 1901

Fax +351-22-508 1446

[email protected]

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO

Portugal

Tel. +351-22-508 1400

Fax +351-22-508 1440

[email protected]

http://www.fe.up.pt

Reprodues parciais deste documento sero autorizadas na condio que seja mencionado o Autor e feita referncia a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2007/2008 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2008.

As opinies e informaes includas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo Autor, no podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relao a erros ou omisses que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de verso electrnica fornecida pelo respectivo Autor.

Elaborao da Proposta de um Caderno de Encargos Referente s Terraplenagens em Vias de Comunicao

Ao Z

Elaborao da Proposta de um Caderno de Encargos Referente s Terraplenagens em Vias de Comunicao

i

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e ao Z, por todo o apoio e colaborao que sempre me ofereceram.

bela e ao Diogo por toda a colaborao e disponibilidade.

Ao meu Orientador, o Professor Doutor Adalberto Quelhas da Silva Frana pelos ensinamentos transmitidos e por toda a ajuda prestada.

A todos os restantes familiares e amigos, que directa ou indirectamente me apoiaram durante este perodo.

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iii

RESUMO

Na sequncia do texto denominado como Manual de instrues Referente s Terraplenagens em Vias de Comunicao, que se considera como o principal deste trabalho de fim de curso, entendeu-se como interessante generalizar a metodologia ai utilizada hipottica consulta do Caderno de Encargos da ex-Jae. Pretende-se assim sugerir um meio informtico que permita retirar daquele Caderno de Encargos apenas a informao estritamente pretendida, ao invs de imprimir todo o texto para, sobre ele operar as transformaes requeridas pela utilizao particular. Sendo assim um trabalho que visa mais os meios do que a substncia no deixou de se introduzir algumas pequenas modificaes no texto base usado na medida em que os conhecimentos acadmicos adquiridos ao longo do curso o permitiu.

Foi ainda objectivo organizar de modo alternativo a informao daquele documento base, em vez do captulos tradicionais: Caractersticas dos materiais, Mtodos construtivos e Controlo de qualidade, optou-se por, dentro de cada tema geotcnico agrupar toda a informao. Assim, a primeira diviso ser entre a tipologia do trabalho de terraplenagens ou movimentos de terras, agregando depois a qualidade exigida dos materiais, a boa prtica de execuo e os respectivos controlos de qualidade na mesma ficha de especificao.

PALAVRAS-CHAVE: Terraplenagens, Classificao dos Solos, Movimentos de Terras, Solos, Aplicao dos solos.

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v

ABSTRACT

Following the text named Instructions Manual Referring to the Earth-moving in Roads, which is considered as the main purpose of this work of end of degree, one thought interesting to generalize the methodology used there to the hypothetical consulting of the Caderno de Encargos of the ex - Jae. The aim is to suggest a computerized way that allows to take from Caderno de Encargos only the strictly pretended information, instead of printing the whole text to, over it operate the transformations required by the particular use. Thus being a work that aims more at the means than the substance not failing to introduce some small modifications in the text original used so far as the academic knowledge acquired over the course allowed.

It was also aim to organize in an alternative way the information of that document original, instead of the traditional chapters: Characteristics of materials, construction methods and quality control, one opted for grouping all the information within each geotechnical subject. Therefore, the first division will be between the types of work of earth-moving or movements of land, collecting then the required quality of the materials, the good practice of execution and the monitoring of quality on the same sheet of specification.

KEYWORDS: earthwork, soils classification, earth moving, Soils, Soils application

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NDICE GERAL

AGRADECIMENTOS .................................................................................................................................. i

RESUMO ................................................................................................................................................. iii

ABSTRACT ............................................................................................................................................... v

1. INTRODUO .................................................................................................................... 1 2. DIFICULDADES ................................................................................................................ 3 3. ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 5 4. TRABALHOS PREPARATRIOS .................................................................... 7 4.1. MTODOS CONSTRUTIVOS ............................................................................................................... 7

4.1.1. DESMATAO ................................................................................................................................. 7

4.1.2. DEMOLIO DE CONSTRUES ...................................................................................................... 7

4.1.3. DEMOLIO DE MUROS .................................................................................................................. 8

4.1.4. ENCHIMENTO DE POOS ................................................................................................................. 8

4.1.5. DECAPAGEM ................................................................................................................................... 8

4.2. PROTECO DA VEGETAO EXISTENTE ....................................................................................... 9

5. ESCAVAO ..................................................................................................................... 11 5.1. DISPOSIES GERAIS ..................................................................................................................... 11

5.2. ESCAVAO COM MEIOS MECNICOS (LMINA, BALDE OU RIPPER) ......................................... 12

5.2. ESCAVAO COM RECURSO A EXPLOSIVOS ................................................................................. 13

6. ESTRUTURA DOS ATERROS ........................................................................... 15 6.1. PARTE INFERIOR DO ATERRO (PIA) ............................................................................................. 15

6.1.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS .............................................................................................. 15

6.1.1.1. Solos a aplicar na PIA ............................................................................................................... 16

6.1.1.2. Materiais rochosos (enrocamento) a aplicar na PIA.................................................................. 18

6.1.1.3. Materiais do tipo solo-enrocamento a aplicar na PIA ............................................................... 19

6.1.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ............................................................................................................ 19

6.1.2.1. Aterros em enrocamento ou mistura solo-enrocamento ............................................................ 20

6.1.2.2. Aterros experimentais e ensaios de laboratrio ......................................................................... 21

6.2. PARTE SUPERIOR DO ATERRO (PSA) ............................................................................................ 22

6.2.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS .............................................................................................. 22

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viii

6.2.1.1. Solos a aplicar na PSA.............................................................................................................. 22

6.2.1.2. Solos tratados a aplicar na PSA ................................................................................................ 24

6.2.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 24

6.2.2.1. Utilizao de solos tratados na construo de aterros com solos ............................................. 25

6.3. CORPO DO ATERRO ....................................................................................................................... 29

6.3.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 29

6.3.1.1. SOLOS A APLICAR NO CORPO DO ATERRO ................................................................................. 30

6.3.1.2. Solos tratados a aplicar no corpo do aterro ............................................................................... 32

6.3.1.3. Materiais rochosos (enrocamento) a aplicar no corpo do aterro ............................................... 32

6.3.1.4. Materiais do tipo solo-enrocamento a aplicar no corpo do aterro ............................................ 34

6.3.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 34

6.3.2.1. Aterros em enrocamento ou mistura solo-enrocamento ........................................................... 35

6.3.2.1. Aterros experimentais e ensaios de laboratrio ........................................................................ 36

6.4. ESPALDARES DO ATERRO .............................................................................................................. 37

6.4.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 37

6.4.1.1. Solos a aplicar nos espaldares dos aterros ................................................................................ 37

6.4.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 39

6.5. LEITO DO PAVIMENTO ................................................................................................................... 40

6.5.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 40

6.5.1.1. Solos a aplicar no leito do pavimento ....................................................................................... 40

6.5.1.2. Materiais granulares no britados a aplicar no leito do pavimento .......................................... 41

6.5.1.3. Materiais granulares britados a aplicar no leito do pavimento ................................................. 41

6.5.1.4. Solos tratados com cal e ou cimento a aplicar no leito do pavimento ...................................... 42

6.5.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 44

6.5.2.1. Disposies especificas para camadas do leito do pavimento tratadas com cal e/ou cimento . 45

6.6. CONTROLO DE QUALIDADE ........................................................................................................... 50

9.1.3.1. Introduo ................................................................................................................................. 50

9.1.3.2. Prescries comuns a todos os materiais .................................................................................. 51

9.1.3.3. Equipamento laboratorial para realizao de ensaios ............................................................... 51

9.1.3.4. Frequncia dos ensaios ............................................................................................................. 52

7. FUNDAO DOS ATERROS ............................................................................. 57 7.1. MELHORAMENTOS GEOTXTEIS COM FUNO DE SEPARAO E/OU FILTRO E/OU REFORO 57

7.1.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 57

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7.1.1.1. Geotxteis com funes de separao e/ou filtro e/ou reforo .................................................. 57

7.1.1.2. Geotxteis de envolvimento dos tapetes drenantes e trincheiras drenantes .............................. 58

7.1.1.3. Materiais a aplicar sobre os geotxteis ...................................................................................... 58

7.1.1.4. Materiais a aplicar na camada drenante sobrejacente ao geotxtil ............................................ 58

7.1.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ............................................................................................................ 59

7.1.3. CONTROLO DE QUALIDADE .......................................................................................................... 59

7.2. SUBSTITUIO DE SOLOS ............................................................................................................... 60

7.3. MATERIAIS DRENANTES ................................................................................................................ 61

7.3.1. TAPETES/ESPORES DRENANTES ................................................................................................. 61

7.3.1.1. Caractersticas dos materiais ..................................................................................................... 61

7.3.1.1. Mtodos construtivos dos tapetes drenantes ............................................................................. 62

7.3.1.1. Mtodos construtivos dos espores drenantes ........................................................................... 63

7.3.1.1. Controlo de qualidade ............................................................................................................... 63

7.3.2. POOS/ESTACAS DE BRITA ........................................................................................................... 65

7.3.2.1. Caractersticas dos materiais ..................................................................................................... 65

7.3.2.2. Mtodos construtivos ................................................................................................................ 65

7.3.2.3. Controlo de qualidade ............................................................................................................... 65

7.3.3. MSCARAS E VALAS (OU TRINCHEIRAS) DRENANTES .................................................................. 67

7.3.3.1. Caractersticas dos materiais ..................................................................................................... 67

7.3.3.2. Mtodos construtivos ................................................................................................................ 67

7.3.3.3. Controlo de qualidade ............................................................................................................... 68

7.3.4. GEOTXTEIS COM FUNO DE FILTRO EM DRENOS LONGITUDINAIS ............................................ 70

7.3.4.1. Caractersticas dos materiais ..................................................................................................... 70

7.3.4.2. Mtodos construtivos ................................................................................................................ 71

7.3.4.3. Controlo de qualidade ............................................................................................................... 72

8. TALUDES DOS ATERROS .................................................................................... 73 8.1. REGULARIZAO ........................................................................................................................... 73

8.2. REVESTIMENTO .............................................................................................................................. 74

8.2.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS .............................................................................................. 74

8.2.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ............................................................................................................ 74

8.2.2.1. Preparao do terreno ................................................................................................................ 74

8.2.2.2. Aplicao de terra viva .............................................................................................................. 74

9. ATERROS EM SITUAES PARTICULARES ................................. 77

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x

9.1. ATERROS TCNICOS ...................................................................................................................... 77

9.1.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 77

9.1.1.1. Critrios gerais .......................................................................................................................... 77

9.1.1.2. Solos tratados ............................................................................................................................ 79

9.1.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 79

9.1.2.1. Critrios gerais .......................................................................................................................... 79

9.1.2.2. Geometria dos aterros tcnicos ................................................................................................. 80

9.1.2.3. Execuo dos Aterros tcnicos ............................................................................................. 80

9.1.2.4. Utilizao de solos tratados na construo de aterros com solos ............................................. 81

9.1.3. CONTROLO DE QUALIDADE .......................................................................................................... 85

9.1.3.1. Introduo ................................................................................................................................. 85

9.1.3.2. Prescries comuns a todos os materiais .................................................................................. 85

9.1.3.3. Equipamento laboratorial para realizao de ensaios ............................................................... 85

9.1.3.4. Frequncia dos ensaios ............................................................................................................. 86

9.2. ATERROS ZONADOS ....................................................................................................................... 89

9.2.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................. 89

9.2.2. MTODOS CONSTRUTIVOS ........................................................................................................... 89

9.2.3. CONTROLO DE QUALIDADE .......................................................................................................... 90

9.1.3.1. Introduo ................................................................................................................................. 90

9.1.3.2. Prescries comuns a todos os materiais .................................................................................. 90

9.1.3.3. Equipamento laboratorial para realizao de ensaios ............................................................... 90

9.1.3.4. Frequncia dos ensaios ............................................................................................................. 91

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 93

ANEXO A1 TRABALHOS PREPARATRIOS .................................................................................. 97 ANEXO A2 ESCAVAES ............................................................................................................. 101 ANEXO A3 ESTRUTURA DO ATERRO .......................................................................................... 105 ANEXO A4 FUNDAO DO ATERRO ........................................................................................... 111 ANEXO A5 TALUDES DOS ATERRO ............................................................................................. 119 ANEXO A6 ATERROS EM SITUAES PARTICULARES ............................................................. 125

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xi

SMBOLOS E ABREVIATURAS

EP Estadas de Portugal

LNEC Laboratrio Nacional de Engenharia Civil

PSA Parte superior do aterro

PSI Parte inferior do aterro

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1 INTRODUO

O objectivo deste trabalho foi a criao de uma Proposta de um Caderno de Encargos Referente s Terraplenagens em Vias de Comunicao, tendo como base o Caderno de Encargos do EP.

O Caderno de Encargos foi realizado em PowerPoint, permitindo ao utilizador atravs de seleces sucessivas obter a informao pretendida num ficheiro PDF. Vai estar dividido em trs partes: os trabalhos preparatrios, os Aterros e as Escavaes. Por sua vez os aterros sero divididos em vrias partes, nomeadamente, Estrutura dos Aterro, Fundao dos Aterros, taludes do aterro e aterros em situaes particulares. Cada uma delas ser ainda formada constituda por vrias partes, como se ver no captulo 3.

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3

2 DIFICULDADES

Na realizao desta Proposta de um Caderno de Encargos de Terraplenagens surgiram algumas dificuldades, a primeira das quais estava relacionada com o modo de apresentao, pois por um lado interessava obter a informao num documento de texto e por outro pretendia-se obter apenas a informao que interessava em cada caso e de uma forma prtica, ou seja, era necessrio seleccionar a informao. Ponderando todos estes pontos, optou-se por apresentar a proposta em PowerPoint. Assim, cada utilizador, atravs de algumas seleces obtm um ou vrios documentos de texto com as informaes pretendidas.

As outras dificuldades sentidas estavam relacionadas com a definio da organizao e seleco das informaes a apresentar. Optou-se por organizar a informao de uma forma diferente da seguida no Caderno de Encargos tipo da ex-JAE, ou seja, aqui teremos dentro de cada tema geotcnico toda a informao.

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4 TRABALHOS PREPARATRIOS

Nos trabalhos preparatrios esto includos os trabalhos de desmatao, demolio de construes, demolies de muros e enchimento de poos e decapagem.

A informao que se obtm ao seleccionar os trabalhos preparatriosna Proposta para um Caderno de Encargos a que se segue, embora com uma formatao diferente. No anexo 1 podemos encontrar os slides, que aps as seleces correspondentes, conduzem a esta informao.

4.1. MTODOS CONSTRUTIVOS

4.1.1. DESMATAO

Refere-se aos trabalhos de limpeza do revestimento vegetal - dos tipos arbreo, arbustivo e sub-arbustivo - existente na rea interessada pela terraplenagem, designadamente, na linha, nos ns de ligao, nos restabelecimentos, nos caminhos paralelos, nas reas de servio e de repouso, nos parques e ainda nos terrenos que sero ocupados pelas obras de drenagem longitudinal e transversal, fora da faixa ocupada pela estrada e pelos taludes. Estes trabalhos sero ainda executados nas faixas laterais suplementares de expropriao, nos locais onde se preveja a instalao de vedaes ou outros equipamentos de apoio, designadamente condutas para qualquer tipo de servio, nomeadamente guas, esgotos, energia, gs, telecomunicaes, etc. O mesmo ser executado nas reas marginais zona da estrada, expropriadas e que servem para circulao e montagem de estaleiros de frente de obra.

A desmatao dever ser feita exclusivamente nas reas sujeitas a terraplenagem, sendo absolutamente necessrio limitar a destruio do coberto vegetal faixa estritamente indispensvel construo da estrada.

A desmatao, compreende ainda o desenraizamento, transporte a vazadouro ou descacilhamento dos materiais lenhosos provenientes desta operao.

4.1.2. DEMOLIO DE CONSTRUES

Esta rbrica refere-se a todo o tipo de construes que utilizam materiais correntes de construo civil e obras pblicas. Inclui todas as tarefas necessrias demolio de construes.

Os trabalhos de demolio de construes existentes sero executados nas devidas condies de segurana, englobando a operao de demolio da construo e dos eventuais bens adjacentes. Poder incluir a realizao de escoramentos ou obras de suporte e outros trabalhos considerados

Elaborao da Proposta de um Caderno de Encargos Referente s Terraplenagens em Vias de Comunicao

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necessrios. Quando se utilizarem tcnicas no tradicionais, estas tero que ser previamente submetidas apreciao da Fiscalizao.

Inclui ainda a carga, o transporte e a colocao em depsito dos produtos da demolio, e eventuais indemnizaes a pagar por depsito.

Quando definido no projecto, inclui ainda a remoo e colocao em local de depsito a indicar pela Fiscalizao, de materiais considerados de interesse arquitectnico ou arqueolgico.

4.1.3. DEMOLIO DE MUROS

Inclui todas as operaes necessrias para a execuo da demolio de muros (suporte, espera, revestimento ou vedao), recorrendo para o efeito s tcnicas consideradas mais apropriadas, por forma a satisfazer as normas de segurana correntes, englobando a operao de demolio dos muros e dos eventuais bens adjacentes. Quando se utilizarem tcnicas no tradicionais, estas tero que ser previamente submetidas apreciao da Fiscalizao.

Inclui ainda a carga, o transporte e a colocao em depsito dos produtos da demolio, e eventuais indemnizaes a pagar por depsito.

4.1.4. ENCHIMENTO DE POOS

Refere-se ao enchimento, com enrocamento ou com outro material com caractersticas drenantes equivalentes, dos poos ou outras construes similares existentes. Inclui o fornecimento e a correcta colocao do material de enchimento.

4.1.5. DECAPAGEM

Este trabalho refere-se remoo da terra vegetal de toda a rea definida no projecto, que corresponde rea interessada na terraplenagem e nas sobrelarguras de proteco consideradas convenientes, ou em emprstimos quando os volumes disponveis na linha se mostrarem insuficientes.

O trabalho executado com o duplo objectivo de garantir a necessria preparao das fundaes dos aterros e de salvaguardar, sempre que possvel - quando no se mostre economicamente invivel - toda a terra vegetal para posterior reutilizao no revestimento de taludes, ou em outras aplicaes, conforme estudo paisagstico. Prev-se pois a colocao em depsito definitivo dos volumes no utilizveis e o tratamento paisagstico da zona de depsito.

No incio dos trabalhos de movimentao de terras, proceder-se- decapagem e armazenamento em pargas regulares ao longo do traado, de toda a terra viva decapada.

A decapagem incidir sobre os solos mais ricos em matria orgnica, numa espessura varivel de acordo com o projecto e com as caractersticas do terreno, compreendendo apenas a terra viva, isto , a camada onde se desenvolve o sistema radicular das plantas.

Toda a terra viva decapada dever ser armazenada em pargas regulares ao longo do traado.

Estas pargas no devero ser compactadas nem ter uma altura superior a 1,5m, devendo ainda proceder-se sua valorizao por via de uma sementeira de leguminosas, a incorporar na terra viva por meio de enterramento, preferencialmente na fase de florao.

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Os locais de armazenamento da terra viva devero ser propostos pelo Adjudicatrio e previamente aprovados pela Fiscalizao. No ser permitido o armanezamento em cordo ao longo e lateralmente ao traado.

Caso os depsitos de terra fiquem em zona exterior obra, devero ser protegidos a fim de evitar o seu extravio, constituindo a sua guarda encargo do Adjudicatrio.

4.2. PROTECO DA VEGETAO EXISTENTE

Toda a vegetao arbustiva ou arbrea da zona da estrada, nas reas no abrangidas por movimentos de terras, ser protegida, de modo a no ser afectada pela localizao de estaleiros, depsitos, instalaes ou mquinas e viaturas. Compete ao Adjudicatrio tomar as disposies necessrias para o efeito, designadamente instalando vedaes e resguardos quando conveniente.

Da vegetao existente nas reas a terraplenar, a que seja recupervel ser transplantada de acordo e nos locais designados pela Fiscalizao.

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5 ESCAVAES

Nas escavaes esto includos os cortes com meios mecnicos e aqueles em que se exigiro recurso a explosivos.

A informao que se obtm se se seleccionar os Escavaesnesta Proposta para um Caderno de Encargos a que se segue, embora com uma formatao diferente. No anexo 2 podemos encontrar os slides, que aps as seleces correspondentes, conduzem a esta informao.

5.1. DISPOSIES GERAIS

As tcnicas e os equipamentos a utilizar na escavao dos materiais a reutilizar na construo dos aterros, devero ser os mais adequados de acordo com o tipo de materiais a escavar e tendo em conta as condies atmosfricas.

As escavaes no devero ser levadas abaixo das cotas previstas. Nos casos em que tal suceda, o material removido abaixo da cota de projecto deve ser substitudo por materiais com as caractersticas especificadas neste Caderno de Encargos para Leitos do Pavimento no sendo contudo, permitida a utilizao de solos quando a escavao ocorrer em materiais rochosos, quer o desmonte tenha ou no sido efectuado com explosivos.

A escavao dever desenvolver-se por forma a que seja assegurado um perfeito escoamento superficial das guas por gravidade.

Se, no decorrer das escavaes, for encontrada gua nascente, tal facto deve ser imediatamente considerado, procedendo-se respectiva captao e drenagem. O fundo da escavao deve ser, entretanto, mantida livre de gua por intermdio de bombagem ou outro meio.

Na execuo da escavao dever-se- ter em ateno a regularidade final dos taludes por forma a que obedea geometria prevista nos perfis transversais do projecto.

A regularizao dos taludes deve, alm de no afectar a estabilidade da rocha alterada, proporcionar condies de arborizao e ainda harmonizar a estrada com a paisagem.

A variao da inclinao dos taludes deve fazer-se ao longo de 50 m, no caso das vias com dupla faixa de rodagem, e em 25 m no caso de vias com faixa nica.

A transio entre taludes de escavao e de aterro deve ser modelada gradualmente.

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As interseces das superfcies dos taludes com o terreno natural tm de ser arredondadas, conforme indicada nos desenhos. Este trabalho deve ser executado cuidadosamente para se evitar danos na vegetao exterior rea escavada e logo que a escavao chegue cota da primeira banqueta.

As banquetas em talude de escavao devem ter, no mnimo, 3 m de largura e uma inclinao transversal (para o interior) de 10%.

As valetas de plataforma tm de ser abertas de acordo com a inclinao e forma dos perfis transversais, de modo a evitar enchimentos.

As valetas de banqueta e crista, quando revestidas, devem ser betonadas contra o terreno.

A qualidade dos materiais resultantes de escavaes na obra e a aplicar em aterro, deve ser verificada de maneira contnua durante o trabalho, de modo a permitir um controlo de execuo eficaz. Assim, far-se- pelo menos uma caracterizao de materiais em cada escavao.

A compactao relativa dos solos subjacentes ao do leito do pavimento, quando referida ao ensaio Proctor Modificado, deve ser, pelo menos, de 95%. Quando, aps concluso da escavao, se verificar que, quela cota, as condies in situ no satisfazem o acima estipulado, dever-se- proceder escarificao da plataforma at uma profundidade de 0,30 m, procedendo-se depois sua humidificao, se necessrio, e compactao, conforme especificado anteriormente. Quando houver que promover a sua substituio, sero substitudos por materiais com caractersticas especificadas neste Caderno de Encargos para Leitos do Pavimento.

Quando houver necessidade de se proceder a "desmonte a fogo" em reas urbanisticamente ocupadas, dever o Adjudicatrio tomar as precaues necessrias, que devero incluir avisos sonoros para no colocar em risco pessoas e bens, assumindo inteira responsabilidade pelos prejuzos que, eventualmente, venham a ser causados a terceiros.

5.2. ESCAVAO COM MEIOS MECNICOS (LMINA, BALDE OU RIPPER)

Este trabalho refere-se execuo das escavaes dos materiais na linha ou em valas de grande seco, que apenas exijam meios mecnicos de desmonte.

Para este efeito, entende-se como desmonte com meios mecnicos o que possvel de efectuar com recurso a lmina ou ripper instalados em tractores de rastos com potncias de 355 CV ou 260 kW, o que equivale a uma mquina do tipo Cat D8L. Eventualmente em valas de dimenso que no permitam a utilizao destes tractores podero ser utilizadas como equipamentos aferidores, mquinas giratrias com potncias de 150 CV ou 108 kW equipadas com baldes com capacidade mnima de 2 m3, o que equivale a uma mquina do tipo Cat 225C.

A utilizao de mquinas de potncia inferior ou superior s especificadas no poder servir de aferio, o que equivaler, nestas situaes, a considerar sempre o material como desmontado com meios mecnicos.

Para efeitos de medio, considerar-se-o como desmontados com meios mecnicos todos os materiais que no exijam o recurso utilizao de explosivos.

No que se refere ao processo construtivo em escavao de grande a mdio porte (com duas banquetas), o desmonte dever ser iniciado a cerca de 5 metros da crista do talude, at se atingir a cota da banqueta, de modo a permitir a observao directa dos materiais ocorrentes e a permitir introduzir eventuais correces na geometria do talude ou nas obras de construo projectadas. Nestes casos o processo construtivo ser pois, faseado.

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Este procedimento s no ser seguido quando for incompatvel com as solues de conteno projectadas, ou quando o conhecimento do macio o dispense, exigindo-se contudo a aprovao prvia da Fiscalizao.

5.3. ESCAVAO COM RECURSO A EXPLOSIVOS

Este trabalho refere-se execuo das escavaes dos materiais na linha ou em valas de grande seco, que exigem o recurso a explosivos no seu desmonte.

O Adjudicatrio promover o desmonte de todos os materiais que no exijam o recurso a explosivos, utilizando para o efeito o equipamento que considerar mais conveniente.

Posteriormente solicitar Fiscalizao a confirmao da superfcie de transio obtida e definida, aps o que proceder ao levantamento planimtrico e altimtrico do macio rochoso posto em evidncia, deixando pontos de referncia no terreno que permitam, posteriormente, a sua fcil confirmao. Com base neste levantamento sero levantados perfis transversais que permitiram calcular os volumes de material desmontado com recurso a explosivos, e por excluso de partes, o material desmontado mecanicamente. A quantificao dos volumes escavados e desmontados com recurso a explosivos ser efectuada ao metro cbico (m3).

No desmonte dos macios rochosos recorrendo a explosivos, ter de ser utilizada a tcnica do pr-corte, indispensvel para garantir o corte do talude de forma correcta e de acordo com a geometria indicada. Este procedimento permite minimizar a propagao de vibraes ao macio, e assim reduzir os efeitos da descompresso e os consequentes fenmenos de instabilidade. Para este fim dever proceder-se execuo da furao segundo o plano terico dos taludes, devendo neste caso o afastamento dos furos no ultrapassar 1,0 m.

Os mtodos de desmonte, que devem ser submetidos aprovao prvia da Fiscalizao, e os planos de fogo devem ser concebidos em funo das caractersticas geolgicas do macio, devendo ter em conta os seguintes aspectos:

a escavao ser preferencialmente feita mediante furos verticais e/ou paralelos ao talude a formar;

os furos paralelos ao talude para realizao do pr-corte no devem apresentar desvios em relao inclinao e direco tericas;

a detonao ser feita utilizando detonadores de microretardamento; o equipamento a adoptar ter que garantir um desvio inferior a 15 cm no p do talude; o plano de fogo deve tambm ser ajustado de modo a obter-se um material de

granulometria contnua e extensa com vista sua reutilizao em aterros. Sempre que do processo de desmonte e remoo com meios mecnicos resultem, numa parte muito significativa dos volumes escavados, blocos com dimetro superior a 0,80 m ou com volume superior a 0,50 m3, de modo a que a reutilizao destes materiais na construo dos aterros exija um trabalho complementar de demolio por taqueamento ou por recurso a martelos pesados, considerar-se- que 30% deste material escavado (delimitado previamente com o acordo da Fiscalizao e recorrendo implantao de marcas no terreno que permitam a sua fcil aferio) foi desmontado com recurso a explosivos e os restantes 70% mecanicamente.

Este conceito aplica-se apenas aos materiais escavados e que sero reutilizados na construo de aterros.

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Se em obra se efectuarem alteraes ao projecto, os volumes de referncia mantm-se os do projecto inicial, que serviram de base ao contrato.

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6 ESTRUTURA DO ATERRO

A informao que se obtm ao seleccionar Aterros e depois Estrutura dos Aterros nesta Proposta para um Caderno de Encargos a que se segue, embora com uma formatao diferente. No anexo 3 podemos encontrar os slides, que aps as seleces correspondentes, conduzem a esta informao.

6.1. PARTE INFERIOR DO ATERRO (PIA)

A PIA a parte do aterro que abranje a zona mais sujeita a inundaes. assim poder ser da ordem do metro sobrejacente ao terreno natural.

6.1.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS

Os materiais a utilizar nos aterros sero os definidos no projecto, provenientes das escavaes realizadas na obra ou de emprstimos. Os emprstimos escolhidos pelo adjudicatrio devero ser submetidos prvia aprovao da Fiscalizao.

Os materiais a utilizar na construo da Parte Inferior dos Aterros devem ser preferencialmente insensveis gua, especialmente quando houver possibilidade de inundao e/ou de encharcamento dos terrenos adjacentes.

Para satisfazer s exigncias de estabilidade quase imediatas dos aterros, os materiais utilizveis devem ter caractersticas geotcnicas que permitam atingir, logo aps a sua colocao em obra, as resistncias, em particular mecnicas, que garantam esta exigncia. Isto pressupe, que eles possam ser correctamente espalhados e compactados, o que significa que:

necessrio que a dimenso mxima (Dmx) dos seus elementos permita o nivelamento das camadas e que a sua espessura seja compatvel com a potncia dos cilindros utilizados;

O respectivo teor em gua natural (Wnat) seja adequado s condies de colocao em obra;

Dmx 2/3 da espessura de cada camada; Isentos de matria orgnica.

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6.1.1.1. Solos a aplicar na PIA

Segundo o presente Caderno de Encargos, denominam-se solos os materiais que cumpram as seguintes condies granulomtricas:

Material retido no peneiro 19 mm ( 3/4 ) ASTM ...................................................... 30% A sua utilizao na construo de aterros, no seu estado natural, exige que sejam observadas as seguintes condies relativas ao teor em gua:

Solos incoerentes: 0,8 Wopm Wnat 1,2 Wopm Wopm - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Modificado

Wopn - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Normal

Quando no se verifique este requesito para o caso de solos coerentes, poder-se- recorrer a tcnicas de tratamento com cal ou desta combinada com cimento.

A possvel utilizao dos diversos tipos de solos na p.i.a. dever obedecer s seguintes regras gerais (Quadro 1), baseadas na classificao unificada, contida na especificao ASTM D 2487.

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Quadro 1 - Classes dos solos a usar na PIA

Classe CBR (%) Tipo de solos Descrio Corpo

S0 OL siltes orgnicos e siltes argilosos orgnicos de baixa plasticidade (1) N

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Na Parte Inferior dos Aterros (PIA), devem, de preferncia ser utilizados solos pouco sensveis gua, pertencentes s classes S2, S3, S4 e S5 previstas no Quadro 1. Sempre que os aterros se localizem em zonas muito hmidas ou inundveis, ou integrem camadas drenantes, estas e/ou a PIA, devem ser construdas com materiais com menos de 5% passados no peneiro 0,074 mm (n 200) ASTM;

6.1.1.2. Materiais rochosos (enrocamento) a aplicar na PIA

Do ponto de vista da sua reutilizao na construo de aterros e da definio das condies de aplicao, os materiais rochosos podem ser caracterizados com vista determinao das suas caractersticas de resistncia, fragmentabilidade e alterabilidade podendo-se considerar em princpio, divididos nos seguintes grupos:

A - ROCHAS SEDIMENTARES

A.1 - Rochas Carbonatadas (Calcrios)

a) LA < 45 ......................................................................................................... Calcrios duros

b) LA > 45 e > 18 kN / m3 ....................................................... Calcrios de densidade mdia

c) < 18 kN / m3 ..................................................................................... Calcrio fragmentvel

A.2 - Rochas Argilosas (Margas, Xistos Sedimentares, Argilitos)

a) FR < 7 e ALT < 20 ........ Rochas argilosas pouco fragmentveis e de degradibilidade mdia

b) FR > 7 .................................................................................. Rochas argilosas fragmentveis

c) FR < 7 e ALT > 20 ................... Rochas argilosas pouco fragmentveis e muito degradveis

A.3 - Rochas Siliciosas (Grs, "Pudins" e Brechas)

a) LA < 45 ............................................................................................ Rochas Siliciosas Duras

b) LA > 45 e FR < 7 ........................................................... Rochas Siliciosas de Dureza Mdia

c) FR > 7 ................................................................................ Rochas Siliciosas Fragmentveis

B - ROCHAS MAGMTICAS E METAMRFICAS

a) LA < 45 ............................................................................................................ Rochas Duras

b) LA > 45 e FR ........................................................................... 7Rochas Fragmentveis ou alterveis

NOTA:

- peso volmico;

LA - percentagem de desgaste na mquina de Los Angeles (Gran. E);

FR - ndice de fragmentabilidade (NF P 94-066);

ALT - ndice de alterabilidade (NF P 94-067).

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Caractersticas dos materiais:

O material para utilizar em pedraplenos da p.i.a. ser proveniente das escavaes, e dever ser homogneo, de boa qualidade, isento de detritos, matria orgnica ou quaisquer outras substncias nocivas, obedecendo s seguintes caractersticas:

O material ter uma granulometria contnua, e cumprir as seguintes condies granulomtricas:

Percentagem passada no peneiro de 25 mm (1) ASTM, ................................. mxima30% Percentagem passada no peneiro de 0,074 mm (n 200) ASTM ........................ mxima5% A dimenso mxima dos blocos (Dmx) no dever ser superior a 2/3 da espessura da

camada depois de compactada, nem a 0,80 m.

A percentagem, em peso, das partculas lamelares ou alongadas ser inferior a 30%.

Para este efeito consideram-se partculas lamelares ou alongadas as que apresentem uma mxima dimenso superior a 3 vezes a mnima.

Para efeitos deste Caderno de Encargos, pedrapleno todo o aterro com materiais rochosos (enrocamento) de boa qualidade, o que exclui os materiais das classes A.1 c); A.2; A.3 c); e B c) definidos em 6.1.1.2., que normalmente apresentam valores de resistncia compresso simples inferior a 30 MPa, os materiais evolutivos e os susceptveis aco da gua. Sero preferencialmente utilizados materiais pouco sensveis agua, no colapsveis (A.1.a) e b); A.3 a) e b) e B a) e b).

6.1.1.3. Materiais do tipo solo-enrocamento a aplicar na PIA

Do ponto de vista granulomtrico sero considerados materiais com caractersticas de solo-enrocamento os materiais de granulometria contnua e que ainda obedeam s seguintes condies granulomtricas:

Material retido no peneiro de 19 mm (3/4") ASTM compreendido entre 30% e 70% Material passado no peneiro 0,075 mm (n 200) ASTM compreendido entre 12% e 40% A dimenso mxima dos blocos (Dmx) no dever ser superior a 2/3 da espessura da

camada depois de compactada, nem a 0,30 m.

Estes materiais, constitudos por mistura de solos com rocha e normalmente resultantes do desmonte, de rochas brandas devero obedecer na perspectiva da sua reutilizao s especificaes exigidas para cada fraco, rocha ou solo, referidas nos pontos anteriores.

Para efeitos deste Caderno de Encargos considera-se aterro com materiais do tipo solo-enrocamento todo o aterro construdo com mistura dos materiais definidos em 6.1.1.2..

Supondo que a PIA esteja a ser realizada em zonas particularmente propicias a inundaes os solos-enrocamentos devem ser evitados.

6.1.2. MTODOS CONSTRUTIVOS

No permitido o incio da construo dos aterros sem que previamente a Fiscalizao tenha inspeccionado os trabalhos preparatrios e aprovado a rea respectiva, e verificado se o equipamento de compactao proposto o mais adequado e se esto instalados em obra os meios de controlo laboratorial necessrios.

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Na preparao da base onde assentam os aterros (fundao), dever ter-se em ateno que, sempre que existam declives, dever dispr-se a superfcie em degraus de forma a assegurar a ligao adequada entre o material de aterro e o terreno natural. A altura dos degraus no deve em geral ser inferior espessura de duas camadas. Esta operao particularmente importante em traados de meia encosta, que s devem ser executados aps terem sido removidos todos os materiais de cobertura, em particular depsitos de vertente ou solos com aptido agrcola.

No aconselhvel a colocao, em camadas de aterros, de materiais com vrias provenincias ou com caractersticas geotcnicas diferentes, tendo em vista garantir por um lado a representatividade do controlo de qualidade, e por outro garantir que o aterro tenha um comportamento homogneo. Tal facto obrigar o Adjudicatrio a efectuar uma adequada gesto dos materiais. Quando tal no for possvel ao longo de toda a camada, h que garantir a utilizao do mesmo material em toda a largura da plataforma, dando portanto primasia ao sentido transversal em detrimento do sentido longitudinal.

Quando os materiais utilizados forem do tipo enrocamento ou solo-enrocamento, os parmetros de referncia para avaliar as condies de execuo, devem ser obtidos a partir das concluses dos aterros experimentais e dos correspondentes ensaios de laboratrio.

Os aterros com solos ou com materiais do tipo solo-enrocamento tm sempre que ser construdos por forma a darem perfeito escoamento s guas. O declive transversal a adoptar no deve ser inferior a 6%. Em alternativa pode o empreiteiro propor fiscalizao mtodos alternativos que garantam a defesa em relao s chuvas.

No fim de cada dia de trabalho no devem ficar materiais por compactar, mesmo no caso em que uma camada tenha sido escarificada para perda de humidade e no se tenha alcanado o objectivo pretendido. Nestes casos a camada deve ser compactada e reescarificada no dia seguinte, se as condies climatricas o permitirem.

Dever ser cumprida, rigorosamente, a geometria dos aterros prevista nos perfis transversais do projecto. No ser permitido que os aterros construdos tenham uma largura superior prevista. Quando por razes construtivas forem executadas sobrelarguras, estas devem ser removidas na operao de regularizao de taludes. Se a Fiscalizao concordar com a adopo deste procedimento para absorver parte dos materiais sobrantes, aplicar-se-o execuo destas sobrelarguras todas as exigncias definidas neste Caderno de Encargos. Este procedimento s ser admitido desde que as referidas sobrelarguras sejam construdas simultaneamente com a construo de cada camada. No ser permitida a sua construo aps a construo do aterro, nem a utilizao dos taludes como zona de depsito de materiais sobrantes.

6.1.2.1. Aterros em enrocamento ou mistura solo-enrocamento

Nos aterros com enrocamento ou mistura solo-enrocamento dever seguir-se, para a colocao do material, o processo conhecido por execuo de camadas com deposio "em cordo", em que o material descarregado 5 m antes da frente de aplicao e depois empurrado para a frente de trabalhos por meio de bulldozer com potncia suficiente para espalhar o material em camada. Esta distncia deve ser aumentada para 10 m quando os meios de transporte utilizados forem de grandes dimenses (superior a 20 m3) ou as granulometrias se mostrem provisoriamente descontnuas.

Na compactao destes aterros obrigatria a aplicao de cilindros vibradores com carga esttica por unidade de geratriz vibrante superior a 4,5 kN/m (45 kgf/cm).

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A espessura das camadas, o nmero de passagens do cilindro (normalmente 6 a 10), a energia de compactao, a quantidade de gua e a velocidade de circulao, sero determinadas e definidas aps a realizao de ensaios de laboratrio e de um Aterro Experimental. Contudo, na construo de aterros com estes materiais devem respeitar-se as seguintes recomendaes gerais:

Materiais provenientes do desmonte de rochas de dureza alta e mdia (pedraplenos 6.1.1.2.) Altura da camada no superior a 1,0 m; Execuo da camada com rega exceptuando-se os materiais comprovadamente no

sensveis gua.

Em presena do resultado dos ensaios de propriedades-ndice poder a Fiscalizao decidir sobre a eventual no colocao de gua durante a execuo das camadas.

Materiais provenientes do desmonte de rochas brandas ou do tipo solo-enrocamento (6.1.1.2.) desde que o material rochoso no seja evolutivo. Altura da camada no superior a 0,60 m; Execuo da camada com rega.

No controlo de qualidade da execuo das camadas de aterros com materiais deste tipo devero realizar-se macro-ensaios com vista determinao da granulometria e do ndice de vazios. O ndice de vazios no dever ser superior ao definido no trecho experimental desde que no haja alteraes significativas em relao granulometria dos materiais usados no trecho experimental. Caso esta situao se verifique compete Fiscalizao definir quais as condies de recepo.

6.1.2.2. Aterros experimentais e ensaios de laboratrio

Para determinar a espessura das camadas, o nmero de passagens dos cilindros, a energia de compactao, a quantidade de gua a utilizar no processo de compactao e o ndice de vazios de referncia, dever ser realizado um aterro experimental, de acordo com a seguinte metodologia:

Selecciona-se uma rea no local com 30 m de comprimento por 15 m de largura, removendo- -se o solo orgnico superficial;

Espalha-se o material a usar no aterro em trs faixas com 5 m de largura e com trs espessuras diferentes;

Em cada faixa do aterro experimental colocam-se 16 placas de nivelamento; Com apoio topogrfico medem-se os assentamentos por cada duas passagens do cilindro

at que os assentamentos estabilizem; Realizam-se macro-ensaios para determinao do ndice de vazios de referncia e

confirmao da granulometria do material utilizado.

A seleco da espessura da camada dever ser feita com base nas concluses do aterro experimental e dos ensaios de laboratrio subsequentes de modo a que se garanta a sua eficaz compactao com o nmero de passagens do cilindro adequado ao rendimento da obra.

O controlo de compactao ser feito atravs do ensaio Procter (Solos) e atravs de determinao do parmetro Q/S, relao do volume de material a dividir pela superfcie total varrida pelo compactador.

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6.2. PARTE SUPERIOR DO ATERRO (PSA)

Considera-se a PSA do aterro aquela parte do metro mais prximo do pavimento e que no leito do pavimento.

6.2.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS

Os materiais a utilizar nos aterros sero os definidos no projecto, provenientes das escavaes realizadas na obra ou de emprstimos. Os emprstimos escolhidos pelo adjudicatrio devero ser submetidos prvia aprovao da Fiscalizao. Os materiais a utilizar na parte superior do aterro devero ser os de melhor qualidade.

Para satisfazer s exigncias de estabilidade quase imediatas dos aterros, os materiais utilizveis devem ter caractersticas geotcnicas que permitam atingir, logo aps a sua colocao em obra, as resistncias, em particular mecnicas, que garantam esta exigncia. Isto pressupe, que eles possam ser correctamente espalhados e compactados, o que significa que:

necessrio que a dimenso mxima (Dmx) dos seus elementos permita o nivelamento das camadas e que a sua espessura seja compatvel com a potncia dos cilindros utilizados;

O respectivo teor em gua natural (Wnat) seja adequado s condies de colocao em obra;

Dmx 2/3 da espessura da camada; Isentos de matria orgnica.

Quando fr imprescindvel, por razes econmicas e/ou ambientais, reutilizar na construo de aterros solos coerentes (finos e sensveis gua) com elevados teores em gua no seu estado natural, poder-se- reorrer a tcnicas de tratamento (in situ ou em central) com cal ou com ligantes hidrulicos, por forma a garantir condies de traficabilidade aos equipamentos e atingir as condies exigveis para a sua colocao em obra.

6.2.1.1. Solos a usar na PSA

Segundo o presente Caderno de Encargos, denominam-se solos os materiais que cumpram as seguintes condies granulomtricas:

Material retido no peneiro 19 mm ( 3/4 ) ASTM ...................................................... 30% A sua utilizao na construo de aterros, no seu estado natural, exige que sejam observadas as seguintes condies relativas ao teor em gua:

Solos incoerentes: 0,8 Wopm Wnat 1,2 Wopm

Wopm - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Modificado Wopn - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Normal Quando no se verifique este requesito para o caso de solos coerentes, poder-se- recorrer a tcnicas de tratamento com cal ou desta combinada com cimento.

A possvel utilizao dos diversos tipos de solos na p.s.a. dever obedecer s seguintes regras gerais (Quadro 1), baseadas na classificao unificada, contida na especificao ASTM D 2487.

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Quadro 2 - Classes dos solos a usar na PSA

Classe CBR (%) Tipo de solos Descrio Corpo

S0 OL siltes orgnicos e siltes argilosos orgnicos de baixa plasticidade (1) N

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Na parte superior dos aterros, numa espessura que conjuntamente com o leito do pavimento deve totalizar 1m, devem utilizar-se os solos com melhores caractersticas geotcnicas. De preferncia, aqueles materiais devem satisfazer o indicado no quadro 1, anteriormente apresentado, e pertencer aos grupos A-1, A-2 e A-3 da classificao rodoviria.

6.2.1.2. Solos tratados a aplicar na PSA

A utilizao de solos coerentes tratados com cal e/ou com ligantes hidralicos na construo de aterros pressupe a satisfao das seguintes caractersticas do solos naturais (iniciais) e das misturas (finais), com o objectivo de proporcionar adequadas condies de traficabilidade, colocao em obra da mistura obtida e compatibilizao com o Projecto de Pavimentao:

Quadro 3 Classes solos tratados

Classe de solo CBRim (inicial) CBRim (final)

S1 3 a 5 5 a 15

S2 5 a 8 7 a 20

CBR imediato - 95% Proctor Normal e para o Wnatural

A Cal:

A cal a utilizar no tratamento de solos ser a cal viva (em situaes particulares cal apagada), podendo ser utilizada em p ou sob a forma de leitada, no caso de teores em gua naturais dos solos abaixo do ptimo, determinado pelo ensaio de compactao pesada.

O teor mnimo em xidos de clcio e magnsio ser de 80% em peso quando determinado de acordo com as especificaes LNEC E 340-81 e E341-81.

O teor em anidrido carbnico ser inferior a 5%.

A anlise granulomtrica, por via hmida, dever fornecer as seguintes percentagens acumuladas mnimas, relativamente ao peso seco:

Passada no peneiro ASTM n 20 (0,840 mm) ................................................................. 100 Passada no peneiro ASTM n 100 (0,150 mm) ................................................................. 95 Passada no peneiro ASTM n 200 (0,074 mm) ................................................................. 85

A superfcie especfica dever ser determinada de acordo com a especificao LNEC E 65-80.

O cimento:

O cimento a utilizar no tratamento de solos ser o tipo II classe 32,5, satisfazendo s Definies, Classes de Resistncia e Caractersticas da NP 2064 e s prescries do Caderno de Encargos para o Fornecimento e Recepo dos Cimentos (NP 2065) ou s prescries em vigor.

6.2.2. MTODOS CONSTRUTIVOS

No permitido o incio da construo dos aterros sem que previamente a Fiscalizao tenha inspeccionado os trabalhos preparatrios e aprovado a rea respectiva, e verificado se o equipamento de compactao proposto o mais adequado e se esto instalados em obra os meios de controlo laboratorial necessrios.

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Na preparao da base onde assentam os aterros (fundao), dever ter-se em ateno que, sempre que existam declives, dever dispr-se a superfcie em degraus de forma a assegurar a ligao adequada entre o material de aterro e o terreno natural. A altura dos degraus no deve em geral ser inferior espessura de duas camadas. Esta operao particularmente importante em traados de meia encosta, que s devem ser executados aps terem sido removidos todos os materiais de cobertura, em particular depsitos de vertente ou solos com aptido agrcola.

No aconselhvel a colocao, em camadas de aterros, de materiais com vrias provenincias ou com caractersticas geotcnicas diferentes, tendo em vista garantir por um lado a representatividade do controlo de qualidade, e por outro garantir que o aterro tenha um comportamento homogneo. Tal facto obrigar o Adjudicatrio a efectuar uma adequada gesto dos materiais. Quando tal no for possve,l ao longo de toda a camada, h que garantir a utilizao do mesmo material em toda a largura da plataforma, dando portanto primasia ao sentido transversal em detrimento do sentido longitudinal.

O teor em gua natural dos solos antes de se iniciarem as operaes de compactao deve ser to prximo quanto possvel do teor ptimo do ensaio de compactao utilizado como referncia, no podendo diferir dele mais de 20% do seu valor ( solos incoerentes). Quando tal se verificar devem ser alvo de humidificao ou arejamento aps o espalhamento e antes da compactao. A utilizao de outros procedimentos, nomeadamento o tratamento com cal no caso de solos coerentes, exigir a aprovao prvia da Fiscalizao. O grau de compactao referido ao ensaio Proctor Modificado dever ser, pelo menos, de 100%.

No fim de cada dia de trabalho no devem ficar materiais por compactar, mesmo no caso em que uma camada tenha sido escarificada para perda de humidade e no se tenha alcanado o objectivo pretendido. Nestes casos a camada deve ser compactada e reescarificada no dia seguinte, se as condies climatricas o permitirem.

Na transio longitudinal de aterro para escavao, a ltima camada do aterro antes do Leito do Pavimento, deve ser prolongada 10 m dentro de escavao de forma a ser garantida uniformidade na capacidade de suporte fundao do pavimento ( nesta zona que deve ser executado o dreno transversal).

Dever ser cumprida, rigorosamente, a geometria dos aterros prevista nos perfis transversais do projecto. No ser permitido que os aterros construdos tenham uma largura superior prevista. Quando por razes construtivas forem executadas sobrelarguras, estas devem ser removidas na operao de regularizao de taludes. Se a Fiscalizao concordar com a adopo deste procedimento para absorver parte dos materiais sobrantes, aplicar-se-o execuo destas sobrelarguras todas as exigncias definidas neste Caderno de Encargos. Este procedimento s ser admitido desde que as referidas sobrelarguras sejam construdas simultaneamente com a construo de cada camada. No ser permitida a sua construo aps a construo do aterro, nem a utilizao dos taludes como zona de depsito de materiais sobrantes.

6.2.2.1. Utilizao de solos tratados na construo de aterros com solos

Caso as condicionantes tcnicas e econmicas da obra o exijam ou justifiquem, poder-se- recorrer na construo dos aterros tcnica de tratamento de solos in situ com cal e/ou com ligantes hidralicos, com vista a permitir reutilizar os materiais ocorrentes, em particular no caso de solos que no satisfaam ao especificado em 6.2.1.2.e no caso de solos coerentes hmidos.

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Estudo laboratorial:

O solo a estabilizar com cal e/ou cimento, a utilizar na construo de aterros ou de partes de aterros, dever satisfazer ao especificado em 6.2.1.2. e a mistura final resultar de um estudo laboratorial especfico, por forma a obterem-se as caractersticas mnimas indicadas em 6.2.1.2.

O tratamento s poder iniciar-se quando a Fiscalizao aprovar o respectivo estudo, o qual dever ser apresentado com uma antecedncia mnima de 30 dias, e do qual devero constar nomeadamente:

Certificado do fornecedor que comprove as caractersticas exigidas em 6.2.1.2.; Para serem conseguidas as caractersticas (dmx; Wopn; CBRi) implcitas em 6.2.1.2.

deve testar-se o teor de ligante para intervalos de variao mximo de 1% entre 0% a 3% quando se destine a resolver problemas de traficabilidade e de colocao em obra, ou entre 0% a 5% quando se exija melhoria das caractersticas mecnicas, inclusiv, e para os teores em gua Wnat; Wnat+2 e Wnat+4.

Armazenamento do ligante:

O ligante deve ser armazenado em silos com capacidade para uma produo de pelo menos 2 a 3 dias, consoante a importncia da obra e as dificuldades de aprovisionamento do estaleiro, de modo a precaver roturas de fornecimento e a permitir um repouso e arrefecimento mnimos.

Se se utilizarem mais que um tipo de ligante o nmero de silos ser o necessrio para garantir aquela produo.

Trecho experimental:

Antes do trabalho se iniciar dever realizar-se um trecho experimental, nele sero comprovados particularmente os seguintes aspectos:

Profundidade e eficcia da desagregao do solo e homogeneidade da sua mistura com cal e/ou cimento;

Composio dos meios de compactao; O teor em gua de compactao mais adequado ; O grau de compactao e teor em cal e/ou cimento efectivo em toda a espessura da

camada; Os mtodos de verificao do teor em gua, do grau de compactao e do teor em ligante; A espessura da camada e a sua regularidade superficial esto dentro dos limites

especificados; O processo de cura de proteco superficial.

Preparao da superfcie:

Quando o tratamento vise o melhoramento das caractersticas mecnicas da parte superior dos aterros (PSA), a respectiva superfcie dever apresentar-se desempenada.

Aps aprovao da superfcie pela Fiscalizao, o solo ser escarificado at profundidade mnima necessria, de modo a obter-se uma camada de solo estabilizado com a rasante e as espessuras definidas. Deve evitar-se que a escarificao ultrapasse a espessura a tratar.

A regularizao final dever ser feita com motoniveladoras.

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Humidificao:

No caso acima referido ou na construo, de ps de aterros altos ou da parte inferior de aterros (PIA) no caso de serem utilizados materiais evolutivos, teor em gua do solo desagregado no momento da sua mistura com o cimento, ser tal que permita a subsequente mistura uniforme e ntima de ambos, com o equipamento disponvel, no podendo ser inferior ao fixado na frmula de trabalho. Caso seja necessrio poder regar-se previamente o solo para facilitar aquela mistura, no podendo, no entanto, realizar-se a distribuio de cimento enquanto existirem concentraes de gua superfcie.

Caso seja necessrio, a rega ser efectuada simultaneamente com a operao de mistura no caso de serem utilizados Pulvi-mixers ou anteriormente ao espalhamento do ligante nos restantes casos, de modo a obter-se o teor em gua fixado na frmula de trabalho, tendo em ateno eventual evaporao durante a execuo dos trabalhos.

A humidificao ser feita com recurso a equipamento apropriado de modo a ser uniforme sem escorrncia nas rodeiras deixadas pelo equipamento.

Assim, no que se refere aos solos coerentes secos, estes sero regados no dia anterior ao da mistura com a cal e/ou cimento, de modo a que os torres estejam humedecidos no seu interior.

Espalhamento:

A cal e/ou cimento devero ser distribudos uniformemente com a dosagem pr-estabelecida e pode ser feito manualmente ou por meios mecnicos. Neste ltimo caso devem estar munidos de doseadores volumtricos controlados pela velocidade de espalhamento e de dispositivos adequados ao controlo e reduo da emisso de poeiras.

Quando a distribuio do ligante for feita manualmente, os sacos de cal e/ou cimento sero colocados sobre o solo a tratar, formando uma quadrcula de lados aproximadamente iguais, correspondentes dosificao aprovada; uma vez abertos os sacos, o seu contedo ser distribudo rpida e uniformemente por meio de arrastadeiras manuais ou vassouras rebocadas.

A operao de distribuio ser suspensa em caso de vento forte ou chuva.

A cal e/ou cimento s sero espalhados nas superfcies que possam vir a ser tratadas nesse dia de trabalho.

Mistura e homogeneizao:

A mistura da cal e/ou cimento com o solo a tratar ser realizada logo aps o espalhamento, num intervalo de tempo no superior a 1 hora, de modo a obter-se uma mistura homgenea sem formao de grumos de cal e/ou cimento. O equipamento de mistura dever realizar o nmero de passagens suficientes de modo a garantir que 90% das partculas e torres argilosos tenha uma dimenso inferior a 25 mm.

A mistura ser realizada por meios mecnicos, com grades de discos ou charruas rebocados por tractores de rastos, ou por equipamentos do tipo misturador rotativo de eixo horizontal (Pulvi-mixers) com uma potncia mnima de 300 CV.

Desde que o material satisfaa condio inicial de 70 mm Dmx 250 mm a mistura poder ser efectuada com grades de discos em camadas com 0,20 m de espessura com discos com 1,0 m de dimetro e 5 ton. de peso, rebocados por tractores de rastos com potncia superior a 250 CV.

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O equipamento dever ser previamente sujeito aprovao da Fiscalizao.

A velocidade do equipamento dever ser regulada convenientemente e as operaes de mistura e nivelamento devero ser coordenadas de modo a obter-se um material homogneo.

Quando no se disponha de um meio rpido que assegure a uniformidade da mistura, esta continuar at apresentar uma cor uniforme.

A mistura no pode permanecer mais de meia hora sem que se proceda sua compactao e acabamento ou em alternativa nova desagregao e mistura.

Compactao:

No momento do incio da compactao, a mistura dever apresentar-se solta na espessura especificada, e o teor em gua no dever diferir em mais de 1% do valor fixado na frmula de trabalho.

A compactao ser longitudinal a partir do bordo mais baixo das diferentes faixas, com sobreposio mnima de 0,5 metros das sucessivas passagens do equipamento, as quais igualmente devero ter comprimentos diferentes.

A compactao ser realizada com equipamento normalmente utilizado em trabalhos de terraplenagem e, inicialmente, por cilindros de rolo vibradores, com carga esttica mnima de 25 kg/cm de geratriz, e seguidamente por meio de cilindros de pneus, com carga por roda mnima de 3 toneladas, devendo o grau de compactao final ser superior a 98%, relativamente ao ensaio de compactao leve.

Os meios de compactao sero os necessrios para que todas as operaes estejam terminadas dentro das 4 horas seguintes incorporao da cal e/ou cimento, prazo este que ser de 3 horas no caso de temperaturas do ar superiores a 30C.

Acabamento da superfcie:

A superfcie do solo estabilizado in situ com cal e/ou cimento, quando se trate de um melhoramento da parte superior dos aterros (PSA), dever respeitar os perfis transversais e longitudinais do projecto, no podendo diferir deles em mais de 5,0 cm e a superfcie acabada no dever apresentar uma irregularidade superior a 2 cm quando comprovada com a rgua de 3 metros, aplicada tanto longitudinal como transversalmente.

As zonas em que no se cumpram as tolerncias anteriores ou que retenham gua superfcie, sero corrigidas de acordo com as instrues da Fiscalizao. No caso em que seja necessrio remover a camada superficial do solo estabilizado, esta ser escarificada em metade da espessura, qual dever juntar-se um teor mnimo de 0,5% de ligante, e gua na quantidade necessria, antes da recompactao.

As juntas de trabalho sero dispostas de forma a que o seu bordo se apresente vertical, sendo retirada cerca de 0,20 metros de material j executado.

Dispr-se-o de juntas transversais de construo quando o processo construtivo se interromper por mais de 3 horas.

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Rega de cura:

superfcie da camada deve ser aplicado um tratamento betuminoso de cura. A superfcie deve ser mantida hmida at ao momento da aplicao do tratamento, que deve ser feito to cedo quanto possvel, logo aps a compactao e num prazo no superior a 4 horas.

As caractersticas das emulses betuminosas devero obedecer especificao E 354 do Laboratrio Nacional de Engenharia Civil.

Para o tratamento betuminoso de cura ser aplicada a emulso prevista no Projecto de Terraplenagens. Caso se preveja a circulao de trfego de obra directamente sobre a camada, deve ainda ser espalhada uma gravilha 4/6 taxa de 6 litros/m2.

O tratamento de cura deve ser mantido e, se necessrio, aplicado novamente at execuo da camada seguinte.

A circulao de veculos de obra sobre a camada ser interdita durante 3 dias aps construo.

Caso, posteriormente, a camada seja frequentemente circulada pelo trfego da obra, a Fiscalizao poder mandar executar um revestimento superficial de proteco.

Execuo de camada sobrejacentes:

Quando por razes de espessura total for necessrio executar mais que uma camada de solo tratado, usar-se-o os procedimentos acima referidos.

Limitaes execuo:

A estabilizao de solos in situ com cal e/ou cimento, s poder realizar-se quando a temperatura ambiente, sombra, for superior a 5 C.

6.3. CORPO DO ATERRO

O corpo do aterro a zona intermdia do aterro, ou seja, aquela que no sendo j PSA ainda est acima da PIA.

6.3.1. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS

Os materiais a utilizar nos aterros sero os definidos no projecto, provenientes das escavaes realizadas na obra ou de emprstimos. Os emprstimos escolhidos pelo adjudicatrio devero ser submetidos prvia aprovao da Fiscalizao.

Para satisfazer s exigncias de estabilidade quase imediatas dos aterros, os materiais utilizveis devem ter caractersticas geotcnicas que permitam atingir, logo aps a sua colocao em obra, as resistncias, em particular mecnicas, que garantam esta exigncia. Isto pressupe, que eles possam ser correctamente espalhados e compactados, o que significa que:

necessrio que a dimenso mxima (Dmx) dos seus elementos permita o nivelamento das camadas e que a sua espessura seja compatvel com a potncia dos cilindros utilizados;

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O respectivo teor em gua natural (Wnat) seja adequado s condies de colocao em obra;

Dmx 2/3h de espessura de cada camada; Isento de matria orgnica.

Quando fr imprescindvel, por razes econmicas e/ou ambientais, reutilizar na construo de aterros solos coerentes (finos e sensveis gua) com elevados teores em gua no seu estado natural, poder-se- reorrer a tcnicas de tratamento (in situ ou em central) com cal ou com ligantes hidrulicos, por forma a garantir condies de traficabilidade aos equipamentos e atingir as condies exigveis para a sua colocao em obra.

6.3.1.1. Solos a aplicar no corpo do aterro

Segundo o presente Caderno de Encargos, denominam-se solos os materiais que cumpram as seguintes condies granulomtricas:

Material retido no peneiro 19 mm ( 3/4 ) ASTM ...................................................... 30% A sua utilizao na construo de aterros, no seu estado natural, exige que sejam observadas as seguintes condies relativas ao teor em gua:

Solos incoerentes: 0,8 Wopm Wnat 1,2 Wopm Solos coerentes: 0,7 Wopn Wnat 1,4 Wopn

Wopm - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Modificado

Wopn - teor em gua ptimo referido ao ensaio de Proctor Normal

Quando no se verifique este requesito para o caso de solos coerentes, poder-se- recorrer a tcnicas de tratamento com cal ou desta combinada com cimento.

A possvel utilizao detes solos no corpo do aterro deve obedecer s seguintes regras gerais (Quadro 1), baseadas na classificao unificada, contida na especificao ASTM D 2487.

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Quadro 4 - Classes dos solos a usar no corpo do aterro

Classe CBR (%) Tipo de solos Descrio Corpo

S0 OL siltes orgnicos e siltes argilosos orgnicos de baixa plasticidade (1) N

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6.3.1.2. Solos tratados a aplicar no corpo do aterro

A utilizao de solos coerentes tratados com cal e/ou com ligantes hidralicos na construo de aterros pressupe a satisfao das seguintes caractersticas do solos naturais (iniciais) e das misturas (finais), com o objectivo de proporcionar adequadas condies de traficabilidade, colocao em obra da mistura obtida e compatibilizao com o projecto de pavimentao:

Quadro 5 Classes dos solos tratados

Classe de solo CBRim (inicial) CBRim (final)

S0

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A - ROCHAS SEDIMENTARES

A.1 - Rochas Carbonatadas (Calcrios)

a) LA < 45 Calcrios duros b) LA > 45 e > 18 kN / m3 .................................................. Calcrios de densidade mdia c) < 18 kN / m3 Calcrio fragmentvel

A.2 - Rochas Argilosas (Margas, Xistos Sedimentares, Argilitos)

a) FR < 7 e ALT < 20 Rochas argilosas pouco fragmentveis e de degradibilidade mdia

b) FR > 7 Rochas argilosas fragmentveis c) FR < 7 e ALT > 20 Rochas argilosas pouco fragmentveis e muito degradveis

A.3 - Rochas Siliciosas (Grs, "Pudins" e Brechas)

a) LA < 45 Rochas Siliciosas Duras b) LA > 45 e FR < 7 Rochas Siliciosas de Dureza Mdia c) FR > 7 Rochas Siliciosas Fragmentveis

B - ROCHAS MAGMTICAS E METAMRFICAS

a) LA < 45 Rochas Duras b) LA > 45 e FR 7Rochas Fragmentveis ou alterveis

NOTA:

- peso volmico;

LA - percentagem de desgaste na mquina de Los Angeles (Gran. E);

FR - ndice de fragmentabilidade (NF P 94-066);

ALT - ndice de alterabilidade (NF P 94-067).

Caractersticas dos materiais:

O material para utilizar em pedraplenos da p.i.a. ser proveniente das escavaes, e dever ser homogneo, de boa qualidade, isento de detritos, matria orgnica ou quaisquer outras substncias nocivas, obedecendo s seguintes caractersticas:

O material ter uma granulometria contnua, e cumprir as seguintes condies granulomtricas:

Percentagem passada no peneiro de 25 mm (1) ASTM, ................................. mxima30% Percentagem passada no peneiro de 0,074 mm (n 200) ASTM ........................ mxima5% A dimenso mxima dos blocos (Dmx) no dever ser superior a 2/3 da espessura da

camada depois de compactada, nem a 0,80 m. A percentagem, em peso, das partculas lamelares ou alongadas ser inferior a 30%.

Para este efeito consideram-se partculas lamelares ou alongadas as que apresentem uma mxima dimenso superior a 3 vezes a mnima.

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Para efeitos deste Caderno de Encargos, pedrapleno todo o aterro com materiais rochosos (enrocamento) de boa qualidade, o que exclui os materiais das classes A.1 c); A.2; A.3 c); e B c) definidos em 6.3.1.3., que normalmente apresentam valores de resistncia compresso simples inferior a 30 MPa. Sero preferencialmente utilizados materiais pouco sensveis agua, no colapsveis (A.1.a) e b); A.3 a) e b) e B a) e b).

6.3.1.4. Materiais do tipo solo-enrocamento a aplicar no corpo do aterro

Do ponto de vista granulomtrico sero considerados materiais com caractersticas de solo-enrocamento os materiais de granulometria contnua e que ainda obedeam s seguintes condies granulomtricas:

Material retido no peneiro de 19 mm (3/4") ASTM compreendido entre 30% e 70% Material passado no peneiro 0,075 mm (n 200) ASTM compreendido entre 12% e 40% A dimenso mxima dos blocos (Dmx) no dever ser superior a 2/3 da espessura da

camada depois de compactada, nem a 0,30 m.

Estes materiais, constitudos por mistura de solos com rocha e normalmente resultantes do desmonte, de rochas brandas devero obedecer na perspectiva da sua reutilizao s especificaes exigidas para cada fraco, rocha ou solo, referidas nos pontos anteriores.

Para efeitos deste Caderno de Encargos considera-se aterro com materiais do tipo solo-enrocamento todo o aterro construdo com mistura dos materiais definidos em 6.3.1.3.

Supondo que a PIA esteja a ser realizada em zonas particularmente propicias a inundaes os solos-enrocamentos devem ser evitados.

6.3.2. MTODOS CONSTRUTIVOS

No permitido o incio da construo dos aterros sem que previamente a Fiscalizao tenha inspeccionado os trabalhos preparatrios e aprovado a rea respectiva, e verificado se o equipamento de compactao proposto o mais adequado e se esto instalados em obra os meios de controlo laboratorial necessrios.

Na preparao da base onde assentam os aterros (fundao), dever ter-se em ateno que, sempre que existam declives, dever dispr-se a superfcie em degraus de forma a assegurar a ligao adequada entre o material de aterro e o terreno natural. A altura dos degraus no deve em geral ser inferior espessura de duas camadas. Esta operao particularmente importante em traados de meia encosta, que s devem ser executados aps terem sido removidos todos os materiais de cobertura, em particular depsitos de vertente ou solos com aptido agrcola.

No aconselhvel a colocao, em camadas de aterros, de materiais com vrias provenincias ou com caractersticas geotcnicas diferentes, tendo em vista garantir por um lado a representatividade do controlo de qualidade, e por outro garantir que o aterro tenha um comportamento homogneo. Tal facto obrigar o Adjudicatrio a efectuar uma adequada gesto dos materiais. Quando tal no for possvel ao longo de toda a camada, h que garantir a utilizao do mesmo material em toda a largura da plataforma, dando portanto primasia ao sentido transversal em detrimento do sentido longitudinal.

O teor em gua natural dos solos antes de se iniciarem as operaes de compactao deve ser to prximo quanto possvel do teor ptimo do ensaio de compactao utilizado como referncia, no podendo diferir dele mais de 20% do seu valor (solos incoerentes). Quando tal se verificar devem ser

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alvo de humidificao ou arejamento aps o espalhamento e antes da compactao. A utilizao de outros procedimentos, nomeadamente o tratamento com cal no caso de solos coerentes, exigir a aprovao prvia da Fiscalizao. O grau de compactao referido ao ensaio Proctor Modificado dever ser, pelo menos, de 95%.

No caso de solos coerentes (equivalente de areia inferior a 30 %), a compactao relativa de solos nos aterros, referida ao ensaio de compactao pesada (Proctor Normal), deve ser, neste caso de pelo menos 90% no corpo do aterro.

Quando os solos coerentes se apresentarem muito hmidos (wnat. > 1,4 wopn), reagindo passagem do trfego da obra com o designado efeito de colcho, os valores da compactao relativa acima referidos devem ser reportados ao ensaio Proctor Normal, quer se tratem de solos no seu estado natural ou tratados com cal, exigindo-se para a sua obteno uma reduo da energia de compactao. Neste tipo de materiais devem ser utilizados de preferncia cilindros ps-de-carneiro.

Quando os materiais utilizados forem do tipo enrocamento ou solo-enrocamento, os parmetros de referncia para avaliar as condies de execuo, devem ser obtidos a partir das concluses dos aterros experimentais e dos correspondentes ensaios de laboratrio.

Os aterros com solos ou com materiais do tipo solo-enrocamento tm sempre que ser construdos por forma a darem perfeito escoamento s guas. O declive transversal a adoptar no deve ser inferior a 6%. Em alternativa pode o empreiteiro propor fiscalizao mtodos alternativos que garantam a defesa em relao s chuvas.

No fim de cada dia de trabalho no devem ficar materiais por compactar, mesmo no caso em que uma camada tenha sido escarificada para perda de humidade e no se tenha alcanado o objectivo pretendido. Nestes casos a camada deve ser compactada e reescarificada no dia seguinte, se as condies climatricas o permitirem.

Dever ser cumprida, rigorosamente, a geometria dos aterros prevista nos perfis transversais do projecto. No ser permitido que os aterros construdos tenham uma largura superior prevista. Quando por razes construtivas forem executadas sobrelarguras, estas devem ser removidas na operao de regularizao de taludes. Se a Fiscalizao concordar com a adopo deste procedimento para absorver parte dos materiais sobrantes, aplicar-se-o execuo destas sobrelarguras todas as exigncias definidas neste Caderno de Encargos. Este procedimento s ser admitido desde que as referidas sobrelarguras sejam construdas simultaneamente com a construo de cada camada. No ser permitida a sua construo aps a construo do aterro, nem a utilizao dos taludes como zona de depsito de materiais sobrantes.

6.3.2.1. Aterros em enrocamento ou mistura solo-enrocamento

Nos aterros com enrocamento ou mistura solo-enrocamento dever seguir-se, para a colocao do material, o processo conhecido por execuo de camadas com deposio "em cordo", em que o material de