anadenanthera colubrina - angico

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José Carlos Rodrigues de MATOS CURSO: BIOLOGIA DISC.: ECOLOGIA REGIONAL

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Page 1: Anadenanthera Colubrina - Angico

José Carlos Rodrigues de MATOS

CURSO: BIOLOGIA

DISC.: ECOLOGIA

REGIONAL

Page 2: Anadenanthera Colubrina - Angico

Sinônimos populares angico-amarelo, angico-brabo, angico-branco,

angico-bravo, angico-castanho, angico-cedro,

angico-de-caroço, angico-decasca, angico-de-

cortume, angico-do-banhado, angico-do-campo,

angicodo-mato, angico-dos-montes, angico-fava,

angico-jacaré, angico-mama-deporco, angico-

manso, angico-preto, angico-preto-rajado, angico-

rajado, angico-rosa, angico-verdadeiro, angico-

vermelho, brincos-de-sagüí, brincos-de-sauí, cambuí-

ferro, curupaí, guarapiraca, guarucaia, paricá.

Page 3: Anadenanthera Colubrina - Angico

Nome botânico Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

varo cebil (Griseb.) Altshul

Page 4: Anadenanthera Colubrina - Angico

Sinônimos botânicos Acacia cebil Griseb.;

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan;

Piptadenia macrocarpa Benth.;

Piptadenia macrocarpa Benth. varo cebil (Griseb.)

Chod. & Hass.

Page 5: Anadenanthera Colubrina - Angico

Família: Leguminosae

Subfamília: Mimosoideae

Page 6: Anadenanthera Colubrina - Angico

Descrição Árvore com copa espalhada com galhos arqueados deixando passar bastante luz, ocupando no geral apenas um quarto do total da altura da árvore. Nos solos férteis e profundos, tem caule ereto, porém nos solos de tabuleiro, nas ladeiras, tem caule tortuoso. Na caatinga, tem altura entre 3 a 15 m, em outros ecossistemas atinge 20 ou até 30 m com diâmetro de até mais de um metro. A casca tem muitas variações, tanto na cor (clara, acinzentada, castanho avermelhada, escura) como na textura (completamente coberta de acúleos, escura, profundamente gretada, áspera, apresentando arestas salientes; ou com poucos acúleos; ou lisa, totalmente desprovida de acúleos e com fissuras longitudinais pouco profundas.).Ao ser ferida, ela exsuda uma goma-resina amarelada a avermelhada. Os ramos novos podem apresentar acúleos.

Page 7: Anadenanthera Colubrina - Angico

Folhas

Folhas compostas bipinadas, com até 30 pares de pinas

opostas, estas medindo 4-8 cm; folíolos 50-60 pares,

opostos, sésseis, em geral medindo 3-6 x 1-2 mm; pecíolo

com glândula preta eliposóide, localizada junto à inserção

e mais algumas menores entre os últimos pares de folíolos.

Folha composta: (l.compositus= colocado conjuntamente):

Folha cujo limbo encontra-se dividido em folíolos

totalmente independentes. Difere da folha seccionada

pela presença de um pulvino na base de cada folíolo e

também pela raque sem vestígio algum da lâmina.

Folha bipinada ou bipenada: (l. bi ou bis=duplo; l.

pennatus, em alusão a l. penna ou pinna=pena): Diz-se

da

Page 8: Anadenanthera Colubrina - Angico

folha composta pinada onde cada um dos folíolos também são

compostos pinados, gerando um padrão recorrente

Page 9: Anadenanthera Colubrina - Angico

Flor Flores brancas ou amareloesverdeadas, pequeninas,

dispostas em capítulos globosos axilares ou terminais,

de 3-5 cm, com cheiro característico e suave.

Capítulo (l. capitulum, diminutivo de l.

caput=pequena cabeça) – Inflorescência

densamente condensada, discoide ou arredondada,

com flores sesseis.

Page 10: Anadenanthera Colubrina - Angico

Fruto O fruto é uma vagem castanho-avermelhada,

achatada, grande, de até 32 cm de comprimento,

com superfície rugosa e dotada de pequenas

excrescências e com bordos espessados e levemente

constritos entre as sementes. Contém 8 a 15 sementes

e se abre, de início, apenas por um dos lados.

Page 11: Anadenanthera Colubrina - Angico

Sementes Sementes marrom-avermelhadas até escuras,

brilhantes, com diâmetro entre 1 a 2 cm, achatadas.

Page 12: Anadenanthera Colubrina - Angico

Raiz A planta jovem forma tubérculos lenhosos pequenos na raiz principal, que é pivotante e acentuada em relação às laterais. Na planta adulta não se encontram mais tubérculos e as raízes superficiais são mais desenvolvidas. Madeira castanho-amarelada quando recém-cortada, passando a castanhoavermelhada e escurecendo para vermelho-queimado; apresenta abundantes veios ou manchas arroxeadas, que são mais destacadas quando recém-cortada e produzem um belo desenho na madeira. A superfície é pouco lustrosa e irregularmente áspera. A madeira é pesada (até mais de 1 g/cmj), compacta e rija, tem elasticidade baixa, grande durabilidade natural e alta resistência ao apodrecimento. Cheiro imperceptível e gosto ligeiramente adstringente.

Page 13: Anadenanthera Colubrina - Angico

Como reconhecer a planta Pela casca característica, o porte ereto e a floração

característica durante a estação seca. Não confundir

com: Piptadenia peregrina - o "angico" da Amazônia,

nem com Piptadenia colubrina - o "angico-branco"

de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

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Ocorrência e amplitude ecológica

Regional: Ocorre em todas as regiões do Estado do Ceará, exceto nos tabuleiros da costa e na mata úmida das serras. É uma das espécies de mais ampla distribuição no espaço das caatingas.

Habita também as florestas decíduas altas, a Mata Atlântica, o cerrado, o Pantanal Mato-Grossense (nas partes secas calcárias) e campos rupestres ou de altitude, ocorrendo desde o Maranhão até o norte da Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e de Minas Gerais até Mato Grosso.

Entre os angicos brasileiros é o que tem a maior abrangência geográfica e o que prefere as matas mais secas.

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Informações ecológicas Planta decídua, heliófila, que tolera sombreamento leve na fase juvenil, pioneira ou secundária inicial, de rápido crescimento, que vegeta indiferentemente à sombra ou ao sol, em solos secos e úmidos, preferindo solos férteis e profundos, mas com grande adaptabilidade a diferentes tipos de solos; tolera solos rasos e compactados mas não gosta de solos inundados. Na região Nordeste, ocorre nos solos de origem sedimentar, principalmente areníticos, calcários e aluviais. A regeneração natural ocorre por sementes, apresentando também rebrotação de tocos. Tem produção anual de grande quantidade de sementes viáveis, que são dispersadas pela ação do peso ou por formigas. Apresenta reprodução vigorosa, rapidez na germinação, ausência de dormência nas sementes, alta germinabilidade em uma ampla faixa de temperatura, resistência das plântulas ao dessecamento pela presença de órgão de reserva de água e amido nas plantas estabelecidas. Tem crescimento rápido, mas não atinge grande número de anos. A formiga da roça (saúva) sobe nos seus ramos mais altos para colher as flores.

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Fenologia Inicia a queda das folhas nos primeiros dias do período

seco e reveste-se de folhas no final da estação seca/início

da estação chuvosa. A floração ocorre na estação seca

“(setembro-novembro)” com a árvore quase totalmente

despida da folhagem. O início de floração e outros

fenômenos do ciclo vital variam de planta para planta.

Por isso, a época em que se pode achar indivíduos de

angico em floração estende-se por vários meses. A

frutificação tem lugar a partir do fim da floração, seguida

da maturação e dispersão gradativa das sementes. As

vagens deiscentes permanecem presas à planta-mãe

após a dispersão das sementes até o outro período de

frutificação. O angico pode começar a florir e frutificar a

partir de 3 anos de idade.

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Propagação • Por sementes, estaquia e rebrotação do toco.

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Obtenção de sementes Colher os frutos diretamente da árvore quando

iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los

ao sol para completar a abertura e liberação das

sementes. Um quilo contém entre 6.400 e 23.000

sementes. Devem ser usadas sementes frescas, pois o

poder germinativo decresce rapidamente em

condições naturais enquanto se armazenadas em

câmara fria é mantido por mais de um ano. As

sementes não apresentam dormência e germinam

logo com as primeiras chuvas

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Cultivo de mudas Colocar as sementes para germinar logo que colhidas e sem nenhum tratamento em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-arenoso, ou diretamente em recipientes individuais. Cobri-las com uma leve camada de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 5-10 dias e a taxa de germinação geralmente é alta (mais de 80%) para sementes frescas. Transplantar as mudas para canteiros individuais quando atingirem 4-5 cm (3 a 4 semanas após semeadura). O desenvolvimento das plantas no viveiro é bom, sendo relativamente fácil a formação das mudas, e, no campo, o crescimento também é bastante rápido. Também pode ser efetuada a semeadura direta em recipiente ou na cova defInitiva.

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Plantio Por causa da sua rápida germinação e rusticidade, demonstra boas possibilidades de utilização em semeadura direta no campo, mesmo em locais de solos pobres e erodidos de encostas desnudas. Mudas maiores que 1,50 m são dificeis de transplantar. O angico pode ser plantado em plantio puro a pleno sol, embora seja mais aconselhável em plantio misto com espécies nativas da região. A associação com espécies pioneiras de crescimento rápido ajuda a melhorar sua forma e ele pode ser utilizado no tutoramento de espécies nativas secundárias-clímaxes. Outra forma de plantio é em faixas abertas na vegetação existente, para enriquecer capoeiras ou outras formas de vegetação degradada. Por apresentar brotação após corte, o angico pode ser usado em sistemas agroflorestais.

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Constituintes químicos e psicodélicos

Já foram identificados:

tanino (até 32%),

bufotemina,

ácido cianídrico,

DMT e 5-MeO-DMT .

Índios da Selva de Orinoco, na Colombia e Venezuela deram o nome de Yopo. Possivelmente, este era o mesmo nome dado a esta mistura psicodélica pelos Indios que habitavam a parte sul do Amazonas. O Yopo é inalado, utilizando longos bambus ou tubos, feitos a partir de ossos de pássaros.

Page 23: Anadenanthera Colubrina - Angico

[...]

Podendo ser pequena, delicada, muito leve

Ou grande, rústica e muito pesada

A semente guarda inúmeros segredos

Revelados um pouco quando pesquisada.

A semente; Ismar S. Moscheta

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BIBLIOGRAFIA • Caracterização citogenética em Anadenanthera

colubrina (Vell.) Brenan (Mimosoideae) eGuazuma ulmifolia Lam. (Sterculiaceae); Flavia Aparecida Ortolani; extraído de: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33062010000200001&script=sci_arttext&tlng=es

Em: 06/09/2012

• MORFOLOGIA VEGETAL, Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares; Eduardo Gomes, Harri Lorenzi; 2ª ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011.

• avisospsicodelicos.blogspot.com.br; acessado em: 06/09/2012