análise de resultado da agro industrial são luiz ltdasiaibib01.univali.br/pdf/renata boni.pdf ·...
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Renata Boni
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
Análise de Resultado da Agro Industrial São
Luiz Ltda
Administração Financeira
ITAJAÍ (SC)
2008
RENATA BONI
Trabalho de Conclusão de Estágio
ANÁLISE DE RESULTADO DA AGRO
INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ - SC, 2008
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me
dado forças e energia suficiente para concluir mais esta
etapa de minha vida. Agradeço aos meus pais pelo
incentivo de cursar e concluir uma faculdade, bem como
pela ótima educação que sempre se esforçaram em me
fornecer. Em especial, agradeço ao meu Tio Luiz por
todas as oportunidades que me deu na vida.
Agradeço a Agro Industrial São Luiz LTDA pela
oportunidade de realizar este estudo e por fornecer as
condições e informações necessárias para a sua execução.
Muito obrigado também, Prof. André, pela excelente
orientação neste trabalho e por todo o conhecimento que
me passou.
Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis.
Bertolt Brecht
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Renata Boni
b) Área de estágio
Administração Financeira
c) Supervisor de campo
Silvano Pelepenko
d) Orientador de estágio
Prof. André Graf de Almeida
e) Responsável pelos Estágios em Administração
Prof. Eduardo Kruger.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Agro Industrial São Luiz LTDA.
b) Endereço
Rua 1101, nº. 60, Centro – Balneário Camboriú/SC.
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Financeiro
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do orientador de campo
Silvano Pelepenko – Contador.
f) Carimbo e visto da empresa
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
ITAJAÍ, 03 DE NOVEMBRO DE 2008.
A empresa Agro Industrial São Luiz, pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI - a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de
Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Renata
Boni.
____________________________________
Bruna Boni
RESUMO
Uma das maiores preocupações dos administradores tem sido a competitividade das organizações no mercado, para isto é necessário uma administração financeira eficaz. Diante disto, este trabalho atingiu seus objetivos que foram: fazer a análise de balanços e a análise de custos, volumes e lucros da Agro Industrial São Luiz, bem como encontrar seus resultados por filiais, para que fossem apontados os possíveis motivos que levaram a empresa ao prejuízo no ano de 2007. A abordagem metodológica adotada neste estudo é a qualitativa com aporte quantitativo, com tipologia de pesquisa diagnóstico. Os participantes da pesquisa foram a diretoria e o contador da empresa e a coleta de dados foi feita através das demonstrações contábeis, do sistema gerencial, das entrevistas informais e da observação. A análise dos dados foi realizada por planilhas e a sua demonstração ocorreu por tabelas e gráficos. Os resultados obtidos foram satisfatórios. A situação financeira da empresa mostrou-se deficitária, já que além de não haver Capital de Giro Próprio, também não há Capital Circulante Líquido. A análise de custos, volumes e lucros mostrou que a empresa tem margem de contribuição insuficiente para cobrir os custos fixos e que fatura abaixo de seu ponto de equilíbrio. Em relação às filiais, Paranaguá e Brasnorte – Agrícola merecem atenção especial da empresa. O resultado mais surpreendente foi que a filial que mais contribuía para a empresa foi vendida. Portanto, este estudo permitiu à organização a análise de seu resultado negativo, bem como mostrou o caminho para sua recuperação financeira. PALAVRAS-CHAVE: margem de contribuição, demonstrações contábeis, agroindústria.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Custos Estruturais Fixos................................................................................ 28
Figura 02 - Gastos Variáveis............................................................................................ 29
Quadro 01 - Liquidez Seca X Liquidez Corrente............................................................. 43
Quadro 02 - Quadro-resumo dos índices.......................................................................... 46
Quadro 03 - Utilização dos índices da análise de balanços pelos autores estudados....... 48
Quadro 04 - Principais Alíquotas de ICMS...................................................................... 52
Figura 03 - Organograma da Filial Paranaguá.................................................................. 58
Figura 04 - Escritório e Portaria da filial.......................................................................... 58
Figura 05 - Armazém e Maquinário de Ensaque.............................................................. 59
Figura 06 - Entrada para os armazéns.............................................................................. 59
Figura 07 - Organograma da Filial Marmeleiro............................................................... 60
Figura 08 - Armazém de Marmeleiro............................................................................... 60
Figura 09 - Armazém de Marmeleiro............................................................................... 61
Figura 10 - Escritório de Marmeleiro............................................................................... 61
Figura 11 - Organograma da Filial Almirante Tamandaré. ............................................. 62
Figura 12 - Organograma da Filial Brasnorte. ................................................................. 62
Figura 13 - Máquinas Colheitadeiras em Brasnorte/MT. ................................................ 63
Figura 14 - Organograma Geral da Matriz. ..................................................................... 63
Figura 15 - Localização das Filiais................................................................................... 64
Quadro 05 - Análise da Liquidez...................................................................................... 73
Quadro 06 - Análise da Estrutura de Capital.................................................................... 74
Quadro 07 - Análise da Rentabilidade.............................................................................. 75
Gráfico 01 - Participação dos grupos de produtos na Receita total de 2007.................... 79
Gráfico 02 - Participação de cada produto na Receita total de 2007................................ 80
Gráfico 03 - Participação de cada atividade em 2007...................................................... 81
Gráfico 04 - Participação no faturamento das principais filiais....................................... 98
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Análise Vertical e Horizontal do Ativo de 2006 e 2007............................... 67
Tabela 02 - Análise Vertical e Horizontal do Passivo de 2006 e 2007............................ 68
Tabela 03 - Análise Vertical e Horizontal da DRE de 2006 e 2007................................. 71
Tabela 04 - Análise de Custos Volumes e Lucros. .......................................................... 76
Tabela 05 - DRE Consolidado.......................................................................................... 77
Tabela 06 - Participação dos produtos na receita total..................................................... 78
Tabela 07 - Participação das atividades no faturamento total.......................................... 80
Tabela 08 - DRE da Matriz. ............................................................................................. 82
Tabela 09 - Rateio de Custos / Despesas da Matriz para Análise de custos, volumes e
lucros. .............................................................................................................................. 83
Tabela 10 - DRE de Almirante Tamandaré...................................................................... 84
Tabela 11 - Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto........................ 86
Tabela 12 - DRE de Brasnorte – Agrícola........................................................................ 87
Tabela 13 - Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto........................ 90
Tabela 14 - DRE de Marmeleiro...................................................................................... 90
Tabela 15 - Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto........................ 93
Tabela 16 - DRE de Paranaguá......................................................................................... 94
Tabela 17 - Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto........................ 96
Tabela 18 - Análise Vertical das Filiais com Movimento................................................ 97
Tabela 19 - DRE de Brasnorte - Comercial..................................................................... 99
Tabela 20 - DRE de Canarana.......................................................................................... 100
Tabela 21 - DRE de Xanxerê............................................................................................ 101
Tabela 22: Resumo do Resultado das Filiais.................................................................... 103
Tabela 23: Resumo da Margem de Contribuição das Filiais............................................ 104
Tabela 24: Comparação da Margem de Contribuição dos Produtos................................ 104
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Acum. - Acumulada
Agr. – Agrícola
Aprop. - Apropiar
Art. - Artigo
BBM - Bolsa Brasileira de Mercadorias
BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros
CCL – Capital Circulante Líquido
CEF - Custos Estruturais Fixos
CGP – Capital de Giro Próprio
Circ. - Circulante
COFINS - Contribuição social para financiamento da seguridade social
Contr. - Contribuição
CPMF - Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de
Créditos e Direitos de Natureza Financeira
CSL - Contribuição Social sobre o Lucro
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CVL – Custos, Volumes e Lucros
Devol. – Devolução
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
Exerc. - Exercício
Fethab - Fundo Estadual de Transporte e Habitação
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Fin. – Financeira
Fornec. - Fornecimento
Funrural - Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural
GV – Gastos Variáveis
ICMS - Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços
IFA – Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA – Imposto sobre veículos automotores
IR – Imposto de Renda
IRPJ - Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica
ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITR – Imposto Territorial Rural
L.P. – Longo Prazo
Mat. - Material
MC – Margem de Contribuição
Monet. - Monetária
MSq -Margem de segurança em quantidade
MS$ - Margem de segurança em valor
PAES – Parcelamento Especial
Part. - Participação
PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PE – Ponto de Equilíbrio
PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil
PECq - Ponto de Equilíbrio Contábil em quantidade
PEC$ - Ponto de Equilíbrio Contábil em valor
PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico
PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro
PIS – Programa de Integração Social
PV – Preço de Venda
Rep. - Reposição
RIR – Regulamento do Imposto de Renda
Trab. – Trabalhistas
Trib. – Tributárias
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 14
1.1 Problema de Pesquisa e justificativa....................................................................... 15
1.2 Objetivos do trabalho............................................................................................... 16
1.3 Aspectos metodológicos............................................................................................ 16
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio..................................................................... 17
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa....................................................................... 17
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados................................................... 18
1.3.4 Tratamento e análise dos dados............................................................................... 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 20
2.1 Contextualização e aspectos conceituais da administração.................................. 20
2.2 Administração Financeira....................................................................................... 23
2.3 Contabilidade Gerencial.......................................................................................... 24
2.3.1 Contabilidade de Custos.......................................................................................... 25
2.3.2 Análise de Custos, Volumes e Lucros..................................................................... 30
2.3.3 Análise de Balanços................................................................................................. 35
2.4 Tributos sobre preços e custos................................................................................. 50
2.5 Agroindústria............................................................................................................ 55
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO........................................... 57
3.1 Caracterização da Organização.............................................................................. 57
3.2 Resultados da Pesquisa............................................................................................ 66
3.2.1 Balanço Patrimonial................................................................................................ 66
3.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício............................................................... 70
3.2.3 Índices da Análise de Balanços............................................................................... 73
3.2.4 Análise de Custos, Volumes e Lucros..................................................................... 75
3.2.5 Resultados de 2007.................................................................................................. 77
3.2.6 Resumo das análises................................................................................................ 102
3.3 Sugestões.................................................................................................................... 105
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 111
APÊNDICES................................................................................................................... 114
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................... 130
14
1. INTRODUÇÃO
A sobrevivência de uma organização está, cada vez mais, atrelada à competitividade
que ela demonstra possuir no mercado. Torna-se necessário que os seus recursos sejam
administrados de forma eficaz e sempre objetivando uma maior rentabilidade, o que
possibilita à empresa, além de maiores investimentos, um grande poder de negociação com
clientes e fornecedores.
A administração utiliza o controle e o planejamento como suas funções, o que torna a
administração financeira essencial para o sucesso de uma empresa, uma vez que é a área
responsável pela correta alocação dos recursos – considerando-se o problema da escassez. Por
isso, deve-se buscar continuamente a eficaz administração dos custos, como auxílio às
funções de planejamento e controle das operações, da determinação do desempenho e da
tomada de decisões.
Com a Revolução Industrial – e o surgimento das primeiras indústrias – os
contadores passaram a se preocupar em apresentar aos administradores informações e
relatórios concernentes para a tomada de decisões. Neste sentido, as demonstrações contábeis
são grandes ferramentas do processo decisório do administrador, sendo que a partir delas é
possível realizar diversas análises, como a análise de balanços e a análise de custos, volumes e
lucros.
A análise de balanços permite a aplicação de diversos índices que refletem a
verdadeira situação financeira e operacional da empresa, revelando informações preciosas ao
administrador, sendo muito importante na tomada de decisões. A análise de custos, volumes e
lucros revela o ponto de equilíbrio, margem de segurança e de contribuição da empresa e de
seus produtos.
A margem de contribuição precisa ser adequada para que cubra os custos fixos e
ainda para que gere o lucro da empresa. O que é fundamental para que se possa formar o
preço de venda de forma apropriada, além de conhecer qual produto contribui mais ou menos
para o resultado da organização.
Assim, o foco deste trabalho é analisar as principais demonstrações contábeis, como
Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, por meio da aplicação de
índices da análise de balanços e da análise de custos, volumes e lucros.
15
O presente trabalho de conclusão de estágio constitui-se de um estudo de caso na
Agro Industrial São Luiz LTDA. Trata-se de uma empresa de médio porte, a qual tem como
principal atividade o comércio atacadista de matérias-primas agrícolas. Será analisado, além
do resultado consolidado, o resultado por filiais. As análises terão como objetivo principal
identificar os possíveis motivos que levaram a empresa ao resultado negativo no ano de 2007.
1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa
Segundo Roesch (2007, p. 90), “No contexto de um projeto de prática profissional,
um problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser a identificação de
oportunidades até então não percebidas pela organização”. Neste sentido, o problema de
pesquisa do presente Trabalho de Conclusão de Estágio pode ser assim definido:
Quais os motivos que contribuíram para o resultado negativo da empresa Agro
Industrial São Luiz Ltda no ano de 2007?
Tal problema de pesquisa pode ser justificado sob três dimensões. Primeiramente,
sob a dimensão da importância, acredita-se que a pesquisa será de grande relevância para o
acadêmico pelo fato de poder conciliar o aprendizado durante o período acadêmico com a
prática, além de desenvolver habilidades e conhecimentos no contexto organizacional. Para a
empresa será muito importante, pois esta poderá analisar de forma profunda seu resultado
negativo do ano de 2007. Para a universidade este estudo disponibiliza material científico
adicional aos pesquisadores.
Quanto à originalidade da pesquisa, em relação à empresa, pode-se considerar
inédita. Em relação a trabalhos já publicados na UNIVALI, existem alguns projetos que
tratam de análises de resultado, mas nenhum realizado na empresa citada.
Sobre a viabilidade da pesquisa, pode-se considerá-la viável devido ao fato de o
estagiário já desenvolver atividades na área e por estar familiarizado com o tema. Em relação
às informações, estas foram facilmente disponibilizadas, assim como o acesso aos
participantes da pesquisa.
16
1.2 Objetivos do Trabalho
De acordo com Richardson (1999), os objetivos gerais definem, de modo geral, o que
se pretende alcançar com a realização da pesquisa. Já os objetivos específicos definem etapas
que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.
O presente trabalho de estágio tem como objetivo geral analisar as principais
demonstrações contábeis da Agro Industrial São Luiz, para que sejam apontados os possíveis
motivos que levaram ao prejuízo da organização no exercício de 2007.
Considerando o objetivo geral exposto acima, definem-se os seguintes objetivos
específicos:
• Realizar a análise vertical e horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração
do Resultado do Exercício;
• Calcular os principais índices propostos pela análise de balanços;
• Encontrar o ponto de equilíbrio, a margem de contribuição e a margem de
segurança por produto, por filial e consolidado;
• Encontrar o resultado contábil de cada filial e compará-los entre si;
• Classificar os custos e despesas em fixos e variáveis.
1.3 Aspectos Metodológicos
Este item trata da metodologia utilizada neste estudo, suas características quanto a
tipo, fins da pesquisa e meios de investigação, contextualização e definição dos participantes
da pesquisa, assim como a forma de coleta e análise dos dados.
17
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio
Quanto à forma de abordagem ou delineamento do método do presente estudo,
utilizou-se o método qualitativo com aporte quantitativo, uma vez que se trata de uma
pesquisa com resultados qualitativos encontrados através do método quantitativo.
Para Richardson (1999) o método quantitativo é caracterizado pela quantificação
tanto na coleta de informações, quanto no tratamento delas por técnicas estatísticas e tem
como objetivo garantir a precisão dos resultados e evitar as distorções de análise e
interpretação. Já o método qualitativo não pretende numerar ou medir unidades, mas sim,
entender a natureza de um fenômeno social.
Diante disto, a utilização do método qualitativo se justifica pelo fato de a coleta de
dados ter sido realizada por meio de entrevistas informais e análise de documentos, bem como
pela análise descritiva dos dados e apresentação das sugestões à empresa. Em relação ao
método quantitativo, justifica-se pela forma que os dados foram tratados e demonstrados
através de tabelas e gráficos, para quantificá-los e mensurá-los.
Quanto à tipologia do trabalho de estágio, foi realizada uma Pesquisa-diagnóstico,
uma vez que, segundo Roesch (2007), é uma tipologia de projeto que pretende explorar o
ambiente organizacional, bem como levantar e definir problemas. A escolha de tal tipologia se
justifica pelo fato de o pesquisador ter analisado as demonstrações contábeis da empresa em
busca dos possíveis motivos que a levaram ao prejuízo no ano de 2007, bem como por ter
encontrado o resultado por filiais. Desta forma, foram levantados e definidos alguns
problemas, bem como sugestões.
Quanto à tipologia da pesquisa, pode-se classificar o projeto de estágio como estudo
de caso, sendo que pode ser considerada uma “estratégia de pesquisa que busca examinar um
fenômeno dentro de seu contexto”. (YIN, 2001, p.19).
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa
O presente estudo foi realizado no departamento contábil da Agro Industrial São
Luiz LTDA, uma empresa familiar e que atua no comércio de matérias-primas agrícolas.
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Os participantes da pesquisa em questão foram a diretoria da empresa, composta
pelo diretor executivo e pelo presidente, que forneceram as informações estratégicas da
organização. O contador teve a maior participação como fonte de dados e informações úteis à
pesquisa, já que forneceu as demonstrações contábeis como Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício, bem como esclareceu as dúvidas que surgiram no
decorrer do estudo.
O mapeamento dos resultados por filiais foi realizado através do sistema Cooperate,
um sistema integrado de gestão que liga todas as áreas da empresa, exceto os Recursos
Humanos. O sistema é utilizado em todas as filiais. O contador também teve grande
participação nesta etapa do trabalho.
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Segundo Richardson (1999) as fontes dos dados históricos podem ser classificadas
em fontes primárias e fontes secundárias. Há uma relação direta com o evento, no caso das
fontes primárias, e não existem elementos interventores. Já nas fontes secundárias existe pelo
menos outra pessoa participando na geração da informação, o que pode vir a distorcer alguns
fatos.
Desta forma, utilizou-se para o projeto de estágio, tanto fontes primárias como
secundárias. As primárias porque alguns questionamentos foram formulados especificamente
para atender ao objetivo deste projeto. As secundárias, pois, o sistema Cooperate, bem como
as demonstrações contábeis, foram utilizados como fontes de dados para esta pesquisa.
Entrevistas, observação participante e análise documental foram os instrumentos
utilizados na coleta de dados. As entrevistas ocorreram de forma não-estruturada, tanto com a
diretoria da empresa, quanto com o departamento contábil.
No que diz respeito a procedimentos metodológicos, as pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos penetram na complexibilidade de um problema. As pesquisas documentárias exploram a análise do conteúdo e a análise histórica. (RICHARDSON, 1999, p. 82)
A observação participante pode ocorrer de forma encoberta ou de forma aberta - a
qual se encaixa neste projeto. Segundo Roesch (2007) a observação participante de forma
aberta ocorre quando o pesquisador tem permissão para observar, entrevistar e participar no
19
ambiente de trabalho em estudo. A observação ocorreu durante a rotina de trabalho dos
participantes.
A análise documental foi feita baseada em relatórios contábeis, planilhas, sistema,
entre outros. “[...] documentos têm um valor em si mesmo – representam sistemas e estruturas
da organização. Sua análise permite o entendimento de situações; permite conceituar a
organização com base em uma visão de dentro [...]”. (FORSTER, 1994 apud ROESCH, 2007,
p. 166).
1.3.4 Tratamento e análise dos dados
Segundo Roesch (2007), na pesquisa qualitativa o pesquisador se depara com uma
grande quantidade de anotações e de depoimentos, que terão que ser organizados para depois
interpretá-los. Esta pesquisa tem resultados quantitativos que foram encontrados por meio da
análise do resultado da empresa. Portanto, estes dados forneceram parâmetros para as
conclusões qualitativas.
O processo de organização dos dados seguiu as etapas de seleção, classificação,
codificação e representação. Na etapa da seleção, buscou-se a verificação dos dados a fim de
se evitar informações confusas e distorcidas. Na classificação de dados, procurou-se ordená-
los em classes e categorias. Foi atribuído um nome conceitual às classes e categorias
ordenadas. Por fim, os dados foram apresentados de forma que facilite o entendimento da
pesquisa. (DIEHL, 2004).
“A análise consiste em separar os elementos básicos da informação e examiná-los, de
modo a responder às questões colocadas na pesquisa”. (SORIANO, 2004, p. 241). Na análise
dos dados foram utilizados os conceitos de gestão de custos como base para interpretar as
informações, as quais foram obtidas por meio de demonstrações contábeis e então organizadas
em planilhas.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este tópico tem como objetivo conceituar a Administração, bem como as funções
administrativas e as áreas Financeira, Recursos Humanos, Marketing, Materiais e Produção.
Será conceituada com mais detalhes a Administração Financeira - a qual é a área de estudo do
presente Trabalho de Conclusão de Estágio - e a Contabilidade de Gerencial e de Custos,
relacionada ao tema de pesquisa.
2.1 Contextualização e aspectos conceituais da administração
Segundo Stoner; Freeman (1999, p. 05), “A administração é o processo de planejar,
organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de
todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”.
Os autores acima citados definem a administração como um processo, uma vez que
todos os administradores participam de atividades interrelacionadas com o intuito de alcançar
seus objetivos.
Outra definição bastante semelhante é: “Administração é o processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados
objetivos de maneira eficiente e eficaz”. (CHIAVENATO, 2000, p. 3).
Já Megginson et al (1998, p. 13) acredita que a administração pode ser definida
como “[...] trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir objetivos
organizacionais através do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e
controlar”.
A partir desta definição, pode-se perceber que a finalidade da Administração é
estabelecer e alcançar os objetivos da organização, manipulando, desta forma, recursos
humanos, financeiros e materiais. Para isso, Planejamento, Organização, Liderança e Controle
são as funções administrativas que fornecem o devido arcabouço à Administração.
Planejar significa que os administradores pensam antecipadamente em seus objetivos e ações e que seus atos são baseados em algum método, plano ou lógica, e não em palpites. São os planos que dão à organização seus objetivos e que definem o melhor procedimento para alcançá-los. (STONER; FREEMAN, 1999, p. 05)
21
Para Megginson et al (1998), o planejamento pode ser definido como o processo de
estabelecer objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-los. O planejamento
constitui o alicerce para as funções de organizar, liderar e controlar, e por isso é considerado
função fundamental do administrador.
Por meio da organização a empresa reúne e integra seus recursos, define a estrutura dos órgãos que deverão administrá-los, estabelece a divisão de trabalho por meio da diferenciação, proporcionando os meios de coordenar as diferentes atividades pela integração, define os níveis de autoridade e responsabilidade e assim por diante. A organização representa todos os meios que a empresa utiliza para pôr em prática o planejamento, a direção e o controle da ação empresarial a fim de atingir seus objetivos. (CHIAVENATO, 2000, p. 202)
“Organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos
entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os
objetivos da mesma”. (STONER; FREEMAN, 1999, p. 06)
Segundo Chiavenato (2000), a função direção se refere às relações interpessoais dos
administradores e seus subordinados. A comunicação e a habilidade de liderança e de
motivação são fundamentais para que o planejamento e a organização possam ser eficazes.
Liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas essenciais. Enquanto planejar e organizar lidam com os aspectos mais abstratos do processo administrativo, a atividade de liderar é muito concreta: ela envolve trabalho com pessoas. Estabelecendo a atmosfera adequada, os administradores ajudam seus empregados a dar o melhor de si. (STONER; FREEMAN, 1999, p. 07)
“Controle pode ser definido como um processo de se assegurar que os objetivos
organizacionais e administrativos sejam alcançados. Preocupa-se com a maneira de as coisas
acontecerem como o planejado”. (MEGGINSON et al, 1998, p. 466).
O processo de controlar envolve alguns elementos principais: estabelecer padrões de
desempenho, medir o desempenho atual, comparar esse desempenho com os padrões
estabelecidos e caso se detecte desvios, executar ações corretivas. É através do controle que o
administrador mantém a organização no caminho escolhido, uma vez que se certifica de que
os atos dos membros da organização levam-na de fato em direção aos objetivos estabelecidos.
(STONER; FREEMAN, 1999)
A Administração compreende cinco grandes áreas: Recursos Humanos, Financeira,
Materiais, Produção e Marketing. Desta forma, tais áreas serão detalhadas a seguir,
destacando-se que a área escolhida para o presente estudo é a Financeira.
“Por administração de Recursos Humanos entende-se uma série de decisões
integradas que formam as relações de trabalho; sua qualidade influencia diretamente a
capacidade da organização e seus empregados atingir seus objetivos”. (MILKOVICH;
BOUDREAU, 2000, p. 19)
22
De maneira mais precisa, a área de recursos humanos pode também ser definida
como: “A administração de pessoal deve recrutar, selecionar, desenvolver, utilizar, avaliar e
manter uma força de trabalho motivada para a atividade produtiva”. (MASIERO, 1996, p. 50)
De acordo com Kotler (1998, p. 32), “Administração de Marketing é o processo de
planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e
serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”.
Para Rocha; Christensen (1999) marketing é uma função gerencial que utiliza
princípios e técnicas como ferramentas para ajustar a oferta da organização a demandas
específicas do mercado. A gerência de marketing pode ser definida como um conjunto de
atividades dirigidas para o atendimento das necessidades do cliente a longo prazo, tendo em
vista seu bem-estar e o sucesso da organização.
Segundo Slack; Chambers et al (1997, p.33) “a função produção na organização
representa a reunião de recursos destinados à produção de seus bens e serviços”.
“A administração de operações está preocupada com as atividades que permitem a
uma empresa (e não apenas parte dela) transformar insumos básicos (materiais, energias,
exigências dos clientes, habilidades, finanças, etc.) em produtos para o cliente final”.
(BROWN; LAMMING et al, 2005, p. 10).
Dias (1995) acredita que a administração de materiais engloba desde o planejamento
das necessidades de materiais e termina com a colocação do produto acabado ao cliente final.
Divide-se nas seguintes áreas: controle de estoques, compras, almoxarifado, planejamento e
controle da produção, importação, transportes e distribuição.
A administração dos recursos materiais engloba a seqüência de operações que têm seu início na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. (MARTINS; ALT, 2000, p. 05)
Para Gitman (2001) a administração financeira está estreitamente relacionada com a
Economia e com a Contabilidade. Isso, pois, o administrador financeiro deve entender o
ambiente econômico e basear suas decisões em princípios econômicos. Os administradores
utilizam, também, dados contábeis para fins gerenciais. Os administradores responsáveis pela
área financeira desempenham várias tarefas, dentre elas, orçamentos, previsões financeiras,
administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de
fundos.
A administração financeira tem envolvimento na resolução de problemas como a
escassez de recursos, bem como com a realidade operacional e prática da gestão financeira
23
das empresas. Deve assegurar um processo eficiente e eficaz de captação e alocação de
recursos de capital. (NETO, 2003)
2.2 Administração Financeira
Segundo Neto (2003) a partir dos anos 20 do século XX, a administração financeira
vem sendo motivada a evoluir de uma forma que atenda à crescente complexibilidade do
mercado. Atualmente, as finanças passaram de uma postura mais conservadora para uma
posição mais questionadora e reveladora dos fenômenos financeiros.
Fazendo um breve histórico, após a crise econômica de 1930 e com a influência de
Taylor, Fayol e Ford, as finanças passaram a se preocupar com a liquidez e a solvência das
empresas. Na década de 50, foi dada ênfase aos investimentos empresariais e à geração de
riqueza. A partir da década de 90, uma grande evolução ocorreu quando as empresas
passaram a se preocupar com a gestão de risco. (NETO, 2003)
Para Gitman (2001), a administração financeira refere-se às responsabilidades do
administrador financeiro. Desta forma, os administradores financeiros desempenham tarefas
tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do
crédito, análise de investimentos e captação de fundos. A complexibilidade do mercado e as
mudanças econômicas elevaram a importância do administrador financeiro em todo tipo de
organização.
A Administração Financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Nesse contexto, a administração financeira envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude (NETO, 2003, p. 28).
Tal conceito evidencia que o administrador financeiro tem a necessidade de
visualizar a empresa como um todo e não a área de finanças isoladamente. Sua função tem
grande responsabilidade e é necessário que ele tenha uma visão crítica e global da empresa.
Segundo Gitman (2001), a área financeira deve trabalhar em conjunto com marketing
e produção, pois o administrador financeiro deve não só computar os números, mas também
assimilar o custo dos produtos, como eles são comercializados, a questão entre margem e
volume de vendas e como as tendências econômicas e sociais afetam a organização.
24
Apesar da importância das outras áreas da organização, tal como marketing e
produção, são as finanças que determinam que as atividades aconteçam. Uma vez que, sem
capital não há como financiar as atividades operacionais, nem como fazer novos
investimentos, muito menos pesquisar e desenvolver novos produtos.
Fundamentalmente, a Administração Financeira está voltada para a criação de riqueza, e a orientação básica das decisões financeiras das empresas segue o objetivo principal da maximização da riqueza de seus proprietários. Ao perseguirem este objetivo, as decisões financeiras não somente beneficiam os investidores da empresa, mas também permitem identicamente que se reflita nos recursos econômicos da sociedade, maximizando a riqueza de toda a economia. (NETO, 2003, p. 34)
Finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de administrar fundos. Se os
fundos forem administrados a um melhor custo que os concorrentes, a empresa tem maiores
condições de precificar seus produtos com maior competitividade e, desta forma, aumentar a
sua lucratividade. (GITMAN, 2001)
2.3 Contabilidade Gerencial
O surgimento da contabilidade pode ser considerado tão antigo quanto à origem do
homem. A partir do momento que o homem desenvolveu o instinto de posse, começou a
existir a necessidade de controlar os bens, através do inventário. A evolução desta área esteve
sempre ligada ao desenvolvimento de atividades mercantis, econômicas e sociais. (FAVERO
et al, 1997)
A Contabilidade torna-se cada vez mais importante na economia moderna, sendo
que, como os recursos são escassos, há de se escolher entre as melhores alternativas, as quais
podem ser identificadas pelos dados contábeis. Neste sentido, a Contabilidade Gerencial é um
ramo da Contabilidade voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos
organizacionais, através de um adequado controle realizado por um sistema de informação
gerencial. (CREPALDI, 2006)
Segundo Padoveze (2004) a Contabilidade Gerencial objetiva a criação de valor por
meio do efetivo uso dos recursos da empresa. Este conceito de criação de valor está
relacionado ao processo de geração de lucro aos acionistas.
De acordo com Iudícibus (1987 apud PADOVEZE, 2004, p. 35):
25
A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação ou classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
2.3.1 Contabilidade de Custos
Segundo Bornia (2002, p. 36), após a Revolução Industrial e com o desenvolvimento
das empresas industriais, o cálculo dos custos dos produtos passou a ficar mais complexo,
uma vez que os produtos passaram a ser fabricados pela empresa. Então, surgiu a
contabilidade de custos, voltada inicialmente para a avaliação dos inventários.
A preocupação primeira dos contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer a Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de fazer dela um instrumento de Administração. Por essa não - utilização de todo o seu potencial no campo gerencial, deixou a contabilidade de custos de ter uma evolução mais acentuada por um longo tempo. (MARTINS, 2003, p. 21)
Com o crescimento das empresas, a Contabilidade de Custos passou a ser visualizada
como um instrumento de decisão gerencial, devido ao fato de os sistemas de custos auxiliarem
no controle e nas tomadas de decisões. Apesar de a Contabilidade de Custos ter importante
função no auxílio gerencial, cabe ressaltar que esta evolução é algo recente, o que faz com
que haja constante aprimoramento em seus processos. (BORNIA, 2002)
Santos (2000, p. 25) estabelece alguns objetivos da análise de custos, para que a
administração alcance a otimização de resultados: custo e ganho marginal por produto;
resultado de vendas por produto/por cliente/por vendedor; eficiência da força do trabalho
humano e dos materiais aplicados; nível mínimo de vendas desejado; formação do preço de
venda; maximização de lucros mediante análise do mix de produtos, entre outros.
Segundo Maher (2001), os contadores de custo registram, medem, determinam e
analisam custos. Para isso, os contadores de custo precisam ter um amplo conhecimento de
como a organização opera. Além disso, deve constantemente buscar formas de criar valor para
a empresa.
Manter registros contábeis representa apenas o início do trabalho de um contador de
custos, uma vez que estes devem analisar operações e custos para identificar como as
operações e a qualidade dos produtos podem ser melhoradas e os custos reduzidos.
26
“Utilizando a cadeia de valor e informações a respeito de custos de atividades, companhias
podem identificar vantagens estratégicas no mercado em que atuam”. (MAHER, 2001, p. 47).
Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de serviços, os custos tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma empresa. Isto ocorre, pois, devido à alta competição existente, as empresas já não podem mais definir seus preços de acordo com os custos incorridos, e sim com base nos preços praticados nos mercados em que atuam. (MARTINS, 2003, p. 22)
Portanto, o conhecimento dos custos em uma organização é fundamental para saber
se um produto é rentável ou não e se é possível reduzir seus custos. Desta maneira, a empresa
pode descobrir vantagens estratégicas que a permita estar à frente de seus concorrentes, como
reduzir o preço do produto, ou ainda, prestar melhores serviços aos seus clientes.
2.3.1.1 Conceitos básicos
Gasto: “É o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de
terem sido utilizados ou não. Não é sinônimo de Desembolso, que é o ato do pagamento e que
pode ocorrer em momento diferente do gasto.” (BORNIA, 2002, p. 39)
Custos e Despesas: Para Martins (2003), os custos são reconhecidos no momento da
utilização dos fatores de produção para a fabricação de um produto ou para a execução de um
serviço. Já as despesas são bens ou serviços consumidos para a obtenção de receitas. Isso
pois, todo produto vendido e todo serviço prestado provoca despesas.
Custo de fabricação é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da
empresa, como por exemplo, materiais, trabalho humano, energia elétrica, máquinas e
equipamentos, entre outros. Sendo que estes custos estão relacionados com a produção, são
normalmente divididos em Matéria-Prima, Mão-de-Obra Direta e Custos Indiretos de
Fabricação. (BORNIA, 2002, p. 39).
As despesas representam o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da
empresa e não relacionados à fabricação. São geralmente divididas em despesas
administrativas, comerciais e financeiras, estando relacionadas à administração geral da
empresa. (BORNIA, 2002)
A separação entre custos e despesas, teoricamente, é simples: os gastos relativos ao
processo de produção são custos enquanto que os relativos à administração e às vendas são
considerados despesas. No entanto, na prática existem alguns problemas que dificultam esta
27
separação, como por exemplo, a dificuldade em separar o que realmente pertence à fábrica,
sendo necessário utilizar, neste caso, uma forma de rateio arbitrária. (MARTINS, 2003, p. 39)
Segundo Maher (2001), a contabilidade de custos focaliza custos, e não despesas.
Apesar de os termos custo e despesa serem utilizados como sinônimos em algumas situações,
o autor utiliza a terminologia custo para todos os objetivos administrativos.
Investimentos: Na visão de Bornia (2002, p. 41): “Investimento é o valor dos
insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão ser empregados
em períodos futuros”.
“Quando há um gasto que deverá trazer benefícios futuros para a empresa,
denomina-se este gasto de Investimento”. (IUDÍCIBUS; MARION, 2007, p. 168). Portanto, o
investimento tem potencial para gerar receitas e lucro para a empresa.
Perdas: As perdas são gastos com bens ou serviços consumidos de forma anormal
ou involuntária, como greve, inundação, roubo, incêndio. (SANTOS, 2000, p. 25)
2.3.1.2 Classificação de custos
Os custos podem ser classificados pela variabilidade, podendo ser fixos e variáveis,
como também podem ser classificados pela facilidade de alocação, no caso dos custos diretos
e indiretos.
Custos Fixos:
Custos fixos são aqueles que independem do nível da atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção, como o salário do gerente, por exemplo. Os custos variáveis, ao contrário, estão intimamente relacionados com a produção, isto é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, como os custos de matéria-prima, por exemplo. (BORNIA, 2002, p. 42)
Custos Estruturais Fixos (CEF), segundo Santos (2000) são os gastos necessários à
manutenção da estrutura organizacional de uma empresa para que seja possível planejar,
receber e processar pedidos de venda. De maneira geral eles são constituídos pelas seguintes
contas:
28
Figura 01: Custos Estruturais Fixos
Fonte: Santos (2000, p. 26)
Custos Variáveis: Para Maher (2001), os custos variáveis se alteram na proporção
direta da alteração do volume de atividade, já os custos fixos não se alteram quando o volume
se altera. Vale lembrar que a identificação de um custo como fixo ou variável é válida apenas
dentro de certo intervalo de tempo.
De acordo com Santos (2000, p. 27) os gastos variáveis têm proporção direta com o
volume produzido e faturado de vendas. Geralmente são constituídos pelas seguintes contas:
29
Figura 02: Gastos Variáveis
Fonte: Santos (2000, p. 27) Custos diretos e indiretos: Os custos diretos são assim denominados, pois podem
ser diretamente apropriados aos produtos, desde que haja uma medida de consumo. Por outro
lado, os custos indiretos não oferecem condição de uma medida objetiva e a sua alocação aos
produtos deve ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. (MARTINS, 2003)
Segundo Bruni; Famá (2004, p. 31), os custos diretos estão diretamente incluídos no
cálculo dos produtos, sendo que consistem nos materiais diretos usados na fabricação do
produto e mão-de-obra direta. São mensuráveis de maneira simples e objetiva.
Os custos indiretos não são facilmente atribuídos às unidades, tornando-se necessária
as alocações. Alguns custos com este comportamento são o aluguel e a mão-de-obra indireta.
“As alocações causam a maior parte das dificuldades e de deficiências dos sistemas de custos,
pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios.” (BORNIA, 2002, p. 44). E é por
este problema que existem os métodos de custeio.
“Todos os custos podem ser classificados em Fixos e Variáveis ou em Diretos e
Indiretos ao mesmo tempo. [...] Os Custos Diretos são Variáveis, quase sem exceção, mas os
30
Indiretos são tanto Fixos como Variáveis, apesar da geral predominância dos primeiros”.
(MARTINS, 2001, p. 55)
2.3.2 Análise de Custos, Volumes e Lucros
Para o planejamento e tomada de decisão, os administradores devem compreender o
inter-relacionamento de custo, volume e lucro, uma vez que a contabilidade de custos fornece
informações e análises úteis para a tomada de decisões gerenciais, envolvendo estes três
parâmetros. A “análise CVL” auxilia na definição dos custos utilizados no processo de
elaboração de orçamentos e também determina como uma expansão das facilidades de
produção impacta o lucro. (MAHER, 2001)
“Um conjunto de procedimentos, denominados análise de custo-volume-lucro,
determina a influência no lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos
custos”. (BORNIA, 2002, p. 71). De acordo com o autor, esta análise tem grande importância
na tomada de decisões de curto prazo.
Segundo Wernke (2005, p. 98), a análise CVL permite averiguar - para atingir um
determinado montante de lucro desejado pelos investidores - quais valores a ser praticados em
relação ao preço de venda, qual o custo de fabricação máximo dos produtos e quantas
unidades devem ser vendidas. Para obter estas informações devem ser analisados os conceitos
de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança.
Margem de contribuição: “A margem de contribuição pode ser conceituada como o
valor (em $) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os custos
fixos mensais da empresa e, posteriormente, gerar o lucro do período”. (WERNKE, 2005, p.
99)
De acordo com Bornia (2002, p. 72) a margem de contribuição é o montante das
vendas menos os custos variáveis. A margem de contribuição unitária representa a parcela do
preço de venda que resta para cobrir os custos e despesas fixas e para a geração de lucro por
produto. Sendo que:
Margem de contribuição unitária = Preço unitário – Custos variáveis unitários
31
Perez Jr.; Oliveira; Costa (2005, p. 195) expõem um exemplo interessante de
margem de contribuição. Supondo que um produto tenha o preço de venda de R$ 15,00 e
custos variáveis de R$ 3,00 de matéria-prima e de R$ 4,00 de mão-de-obra direta. Além disso,
na ocasião da venda, incorre o pagamento de comissões de vendedores, de 5% sobre o preço
de venda e impostos, de 15% sobre o preço de venda. Aplicando a fórmula, chegamos ao
resultado abaixo, sendo que:
Margem de contribuição = Preço de venda – (Custos + Despesas Variáveis)
Então:
MC = 15 – (3,00 + 4,00 + 0,75 + 2,25) = 5,00
Pode-se entender que, cada unidade vendida contribui com R$ 5,00 para absorver os
custos fixos e ainda gerar o lucro. No caso de a empresa produzir e vender 300 unidades por
período, a margem de contribuição total deste produto será de R$ 1.500,00, ou seja, 300 x R$
5,00. (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2005, p. 195)
A razão de contribuição, ou seja, o índice de margem de contribuição está
relacionado com a rentabilidade do produto e pode ser assim expressa, segundo Bornia (2002,
p. 72):
Razão de contribuição = Margem de contribuição unitária / Preço
A análise de rentabilidade dos preços de venda dos produtos comercializados é uma
das formas mais tradicionais de aplicar o conceito de margem de contribuição. (WERNKE,
2005).
Ponto de Equilíbrio: “O ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível de
vendas em que o lucro é nulo”. (BORNIA, 2002, p. 75). O ponto de equilíbrio é alterado por
mudanças no preço de venda, nos custos fixos ou nos custos variáveis.
Para Maher (2001, p. 436) “Ponto de equilíbrio é o volume de vendas para o qual o
lucro é igual a zero”. O ponto de equilíbrio em unidades pode ser assim representado:
Ponto de Equilíbrio = Custos fixos / Margem de contribuição unitária
Já o ponto de equilíbrio em valor das vendas pode ser assim encontrado:
32
Ponto de equilíbrio = Custos fixos / índice da margem de contribuição
O ponto de equilíbrio pode ser dividido em três tipos: o contábil, o econômico e o
financeiro.
Segundo Wernke (2005, p. 120) o ponto de equilíbrio contábil em unidades informa
a quantidade de produtos que devem ser vendidas para que o resultado seja nulo, enquanto
que o ponto de equilíbrio contábil em valor informa o valor mínimo de vendas para que a
empresa não tenha nem lucro nem prejuízo. As fórmulas podem ser assim representadas:
PEC unid = Custos Fixos ($) / Margem de Contribuição Unitária ($)
PEC valor = Custos Fixos ($) / Percentual da margem de contribuição (%)
De acordo com Bruni; Famá (2004, p. 255) o ponto de equilíbrio contábil é
encontrado através da análise dos gastos variáveis e fixos:
PEC$ = Preço x PECq
Considerando que:
PECq : Ponto de equilíbrio {Gastos Fixos/[Preço-Gastos Variáveis Unitários]}
Martins (2003) define como ponto de equilíbrio contábil quando a soma da margem
de contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os cutos e despesas fixos. No
entanto, um resultado contábil nulo significa que, economicamente, a empresa está perdendo.
O Autor expõe a seguinte fórmula:
PEC = Custos + Despesas Fixos Margem de contribuição
O ponto de equilíbrio econômico pode ser utilizado para calcular o volume de vendas
a ser conseguido. Sua fórmula, em unidades, pode ser assim expressa, de acordo com Wernke
(2005, p. 123):
PE Econ. = Custos Fixos ($) + Lucro Desejado ($) Margem de Contr. Unitária ($)
33
Quando uma empresa deseja saber o volume de vendas que é suficiente para pagar os
custos e despesas variáveis, os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dívidas a saldar no
período, como empréstimos e financiamentos bancários, pode-se calcular o Ponto de
Equilíbrio Financeiro. (WERNKE, 2005, p. 122).
PE Fin. = Custos Fixos ($) – Depreciações ($) + Dívidas do Período ($) Margem de Contribuição Unitária ($)
“O ponto de equilíbrio financeiro corresponde à quantidade que iguala a receita total
com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa”. (BRUNI;
FAMÁ, 2004, p. 259). Neste cálculo, portanto, não devem ser consideradas amortizações,
depreciações ou exaustões.
Martins (2003, p. 261) expõe um exemplo interessante. Sendo que a empresa tem as
seguintes características:
• Custos + Despesas variáveis = R$ 600/un
• Custos + Despesas Fixos = R$ 4.000.000/ano
• Preço de venda = R$ 800/un
Então seu ponto de equilíbrio contábil seria:
PEC = R$ 4.000.000/ano = 20.000 un/ano ou R$ 16.000.000/ano de Vendas.
R$ 200/un
Supondo que o Patrimônio Líquido desta empresa seja de R$ 10.000.000, que renda
10% a.a., tem-se o lucro de R$ 1.000.000. Portanto, este valor deve ser incluso para o cálculo
do Ponto de Equilíbrio Econômico.
PEE = R$ 5.000.000/ ano = 25.000 un/ano ou R$ 20.000.000/ano de Receitas.
R$ 200/un
Já se, dentro dos custos fixos, tiver uma depreciação de R$ 800.000, sabe-se que este
valor não significa desembolso, portanto, o Ponto de Equilíbrio Financeiro seria:
PEF = R$ 3.200.000/ano = 16.000 un/ano ou R$ 12.800.000 de Receitas.
R$ 200/ un
Os cálculos do ponto de equilíbrio demonstrados até agora, consideram que a
empresa fabrica apenas um tipo de produto. Para calcular o Ponto de Equilíbrio para vários
produtos ao mesmo tempo, Wernke (2005, p. 125) apresenta a seguinte fórmula:
34
PE unidades (mix) = Custos Fixos ($) / Margem de Contribuição Total ($)
Quantidade Total (unidades)
Quando uma empresa produz um único produto, a obtenção do ponto de equilíbrio contábil, econômico ou financeiro é bastante simples [...] Quando são muitas as variedades e os tipos de produtos elaborados, porém, a obtenção do ponto de equilíbrio torna-se um pouco mais complexa. (BRUNI; FAMÁ, 2004, p. 261)
A melhor forma de encontrá-lo, segundo Bruni; Famá (2004) seria pela receita total
de vendas:
Vendas$totais = Gastos Fixos/ Margem de Contr%média
Bornia (2002, p. 81) acredita que no caso de empresas multiprodutoras, não há
sentido em ratear os custos indiretos fixos entre os produtos para obter o ponto de equilíbrio,
pois não há apenas uma combinação de produtos que propicie lucro zero. Portanto, o enfoque
deve ser que cada produto cubra seus custos diretos e que a margem de contribuição propicie
a cobertura dos custos indiretos fixos e a geração do lucro.
Margem de segurança: A margem de segurança representa o quanto as vendas
podem cair sem que haja prejuízo para a empresa, já que significa o excedente das vendas da
empresa sobre as vendas que representam o ponto de equilíbrio. (BORNIA, 2002)
A margem de segurança representa o excedente das vendas, projetadas ou reais, sobre o ponto de equilíbrio. Ela informa à administração a margem entre as vendas correntes e o preço de equilíbrio. Em certo sentido, a margem de segurança indica à companhia o risco de ela perder dinheiro, isto é, o volume pelo qual as vendas podem cair, até que a companhia comece a perder dinheiro. (MAHER, 2001, p. 442)
Bruni; Famá (2004, p. 263) consideram que a margem de segurança pode ser
expressa em quantidade, valor ou percentual:
Margem de segurança em quantidade (MSq) = Vendas atuais – P.E. em quantidade
Margem de segurança em $ (MS$) = MSq x Preço de Venda
Margem de segurança percentual = MSq / Vendas atuais
A partir de um exemplo de Martins (2003, p. 259), supõe-se que o ponto de
equilíbrio de uma construtora seja de 10 casas por mês e que ela esteja produzindo e
vendendo 14 casas por mês. Pode-se dizer que esta empresa está com uma margem de
35
segurança de quatro casas, sendo que pode ter uma pequena redução sem entrar no prejuízo.
Percentualmente, poderia-se dizer que:
Margem de Segurança = 4 un. = 28,6% ao mês
14 un.
Em receitas, o cálculo pode ser desta maneira, sendo que o Preço de Venda de cada
casa é R$ 240.000:
Margem de Segurança = Receitas Atuais – Receitas no Ponto de Equilíbrio Receitas Atuais
Margem de Segurança = R$ 3.360.000 – R$ 2.400.000 = 28,6% ao mês R$ 3.360.000
2.3.3 Análise de Balanços
Segundo Matarazzo (2003, p. 15):
As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de
acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em
informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir.
A análise de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e limitações,
pois de um lado aponta mais problemas a serem investigados do que indica soluções, e de
outro, desde que utilizada da forma conveniente, pode transformar-se num poderoso “painel
de controle” da administração. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 84)
O diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa análise de
balanços, a qual tem como finalidade determinar quais são os pontos críticos e permitir,
imediatamente, apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas. A
análise de balanços também permite uma visão estratégica da empresa, podendo estimar o seu
futuro, suas limitações e suas potencialidades. (MATARAZZO, 2003, p. 27)
“A Análise de Balanços encontra seu ponto mais importante no cálculo e avaliação
do significado de quocientes, relacionando principalmente itens e grupos do Balanço e da
Demonstração do Resultado”. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 98)
36
2.3.3.1 Balanço Patrimonial
De acordo com Iudícibus (1998) o balanço patrimonial constitui-se da coluna do lado
direito, denominada Passivo (obrigações com terceiros) e Patrimônio Líquido (capital dos
proprietários) e da coluna do lado esquerdo, denominada Ativo, que representa os bens e
direitos de propriedade e controle da empresa.
O balanço patrimonial tem por objetivo demonstrar a situação do patrimônio da empresa em determinada data – normalmente ao término de cada exercício social. [...] As contas do ativo deverão ser dispostas em ordem decrescente de realização ou conversibilidade (grau de liquidez) e as contas do passivo e patrimônio líquido em ordem decrescente de exigibilidade. (BRAGA, 2003, p. 78)
As principais contas do Ativo são:
Ativo Circulante: De acordo com Iudícibus (1998), este grupo é composto pelo item
mais líquido, o dinheiro, em caixa ou bancos, ou por alguns itens facilmente conversíveis em
dinheiro, em curto prazo, como Contas a receber, estoques, investimentos temporários.
O ativo circulante contempla os investimentos circulantes (aplicações em
disponibilidades financeiras), os direitos de crédito sobre clientes e outros devedores, os
estoques e outros bens e direitos realizáveis em até 12 meses da data do balanço, ou seja, a
curto prazo. (BRAGA, 2003)
Conforme Matarazzo (2003, p. 51) devem compor o ativo circulante os valores
conversíveis em moeda corrente a qualquer tempo (Disponibilidades); os direitos conversíveis
em valores disponíveis durante o exercício seguinte ao do balanço (Diretos Realizáveis a
curto prazo); os valores referentes a despesas que já foram pagas e que beneficiarão o
exercício seguinte ao do balanço (Aplicações de Recursos em Despesas). As principais contas
do ativo circulante são: Disponibilidades, Clientes, Banco Conta Vinculada, Estoques,
Aplicações Financeiras e Outras Contas do Ativo Circulante.
Ativo Realizável a Longo Prazo: São ativos com menor liquidez, ou seja,
transformam-se em dinheiro mais lentamente que o Ativo Circulante. Por exemplo:
empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a
diretores, a acionistas. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 45)
Matarazzo (2003) acredita que este grupo, teoricamente, compreende as mesmas
contas do Ativo Circulante, exceto as Disponibilidades, as quais o prazo de realização seja
superior a um ano ou ao ciclo operacional maior que um ano.
37
Ativo Permanente: Segundo Iudícibus (1998) o ativo permanente é composto por
ativos que dificilmente serão vendidos, já que não objetivam a venda. São itens sem nenhuma
liquidez para a empresa e têm vida útil longa e reposição lenta.
São classificadas nesse grupo as aplicações de recursos em elementos que se destinem ao uso por prazo indeterminado, ou que a empresa não tenha a intenção de alienar e, ainda, as aplicações em despesas que serão apropriadas aos resultados de mais de um exercício social. (BRAGA, 2003, p. 80)
O Ativo Permanente é subdividido em quatro grupos:
Investimentos: Segundo Iudícibus (1998, p. 46) os investimentos são: “as
participações (que não se destinam à venda) em outras sociedades e outras aplicações de
característica permanente que não se destinam à manutenção da atividade operacional da
empresa.”.
São classificadas nesse subgrupo as participações societárias de caráter permanente,
as aplicações em terrenos para futura expansão da empresa, as aplicações por incentivos
fiscais, durante o prazo de inegociabilidade (BRAGA, 2003).
As Provisões para perdas, segundo Iudícibus (1998) são subtrações que objetivam
cobrir prováveis perdas, quando comprováveis como permanentes.
Imobilizado: De acordo com Matarazzo (2003), este subgrupo compreende os bens e
direitos destinados à manutenção da atividade da empresa, como terrenos, máquinas e
equipamentos, móveis e utensílios, instalações, veículos, obras em andamento, entre outros.
Suas deduções são a Depreciação Acumulada, referente à deterioração física ou
tecnológica de um bem tangível; e a Exaustão Acumulada, quando o valor de recursos
naturais, como jazidas, ter seu valor diminuído. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 46)
Intangível: De acordo com a Lei 11.638 de 28 de Dezembro de 2007 esta nova conta
incorporada ao Ativo Permanente é composta por direitos que objetivem bens incorpóreos e
que se destinem à manutenção da companhia ou exercidos para tal finalidade.
Diferido: “Este grupo compreende gastos que não foram apropriados a Resultados e
que irão beneficiar exercícios futuros. São gastos de uma atividade que se espera que venha
gerar receitas nos próximos exercícios”. (MATARAZZO, 2003, p. 60)
A Amortização Acumulada, conforme Iudícibus (1998) ocorre quando este item é
diminuído, em razão de sua distribuição proporcional aos exercícios sociais (de cinco a dez
anos).
As principais contas do Passivo e Patrimônio Líquido são:
38
Passivo Circulante: Conforme Braga (2003, p. 83) “Serão classificados no passivo
circulante os débitos de funcionamento e de financiamento da empresa”. Ou seja, dívidas com
fornecedores, salários e encargos, impostos sobre as operações realizadas, empréstimos.
Iudícibus (1998) afirma que estão inseridas neste grupo as obrigações que
normalmente são pagas dentro de um ano, como contas a pagar, dívidas com fornecedores,
impostos a recolher, empréstimos bancários a vencer no próximo ano, provisões.
Exigível a longo Prazo: “As obrigações cujo vencimento ultrapassem o período
previsto para o passivo circulante serão registradas no passivo exigível a longo prazo”
(BRAGA, 2003, p. 83)
São as obrigações da empresa que vencem a prazo superior a um ano ou ao ciclo
operacional da empresa, como financiamentos de instituições de créditos, empresas
coligadas/controladas, imóveis a pagar, títulos a pagar, contas correntes. (MATARAZZO,
2003)
Resultado de Exercícios Futuros: É representado por receita líquida “não ganha ou
não efetivada”, em função do regime de competência de exercícios, como aluguéis recebidos
antecipadamente sem possibilidade de devolução, comissões ou taxas de abertura de crédito
nas instituições financeiras. (BRAGA, 2003, p. 84)
De acordo com Matarazzo (2003, p. 63) este grupo “compreende as receitas de
exercícios futuros deduzidas as despesas incorridas ou a incorrer. Essas receitas são aquelas
faturadas antecipadamente, em relação ao momento de sua efetiva realização”.
Patrimônio Líquido: De acordo com Matarazzo (2003, p. 64) esta conta “representa
os recursos dos acionistas formados por Capital – dinheiro ou bens – entregues pelos
acionistas à empresa ou por lucros gerados pela empresa e retidos em diversas contas de
reservas ou de lucros acumulados”.
Representa os investimentos dos proprietários e mais o lucro acumulado, no decorrer
dos anos, retido na empresa. Além disso, são observados neste grupo de contas as Reservas de
Capital, as Reservas de Reavaliação e as Reservas de Lucro. (IUDÍCIBUS, 1998)
Cabe complementar que a Lei 11.638/07 alterou o grupo de conta do Patrimônio
Líquido, de Reserva de Avaliação para Ajustes de Avaliação Patrimonial.
39
2.3.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício
Conforme Iudícibus (1998, p. 48) a demonstração do resultado do exercício é um
resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, sendo
apresentada de forma dedutiva e vertical, sendo que das receitas subtraem-se as despesas até
chegar ao resultado – lucro ou prejuízo.
O lucro irá representar o ganho efetivo obtido pela empresa, com a finalidade de
remunerar os sócios ou acionistas e manter e/ou desenvolver o patrimônio da empresa. Já o
prejuízo representa a parcela de desgaste sofrido pelo patrimônio no período, uma vez que as
receitas foram insuficientes para cobrir os custos e despesas incorridas para obter tais receitas.
(BRAGA, 2003, p. 97)
Receita Bruta: Segundo Iudícibus (1998) receita bruta é o total bruto vendido no
período, estando inclusos os impostos sobre vendas e dela não foram subtraídas as devoluções
e os abatimentos do período.
A Receita Operacional Bruta é constituída pelo valor bruto faturado e dela devem ser
deduzidos os impostos incidentes sobre as vendas, as vendas canceladas e os abatimentos,
para se chegar à Receita Operacional Líquida, a qual se adicionam os incentivos fiscais para a
exportação. (MATARAZZO, 2003, p. 67)
Deduções da Receita: São impostos e taxas sobre vendas, como IPI, ICMS, ISS, PIS
e COFINS. Quando maior for o volume de vendas, maiores serão os impostos. Também se
incluem como deduções as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos no preço
(descontos). (IUDÍCIBUS,1998)
Receita Líquida: “A receita operacional líquida é efetivamente a parte da receita
que ficará para a empresa cobrir seus custos e despesas e para gerar lucro” (SILVA, 2006, p.
151).
Conforme Braga (2003) é o resultado da receita bruta menos as deduções.
Custos das vendas: São os custos incorridos na produção de bens ou serviços
vendidos, ou também, os custos de aquisição das mercadorias vendidas. (BRAGA, 2003)
Podem ser custo dos produtos vendidos, no caso de empresas industriais; custo das
mercadorias vendidas, no caso de comércio; e custo dos serviços prestados, no caso de
empresas prestadoras de serviços. (SILVA, 2006)
40
Lucro Bruto: “É a diferença entre a Venda de Mercadorias e o Custo dessa
Mercadoria Vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras.”
(IUDÍCIBUS, 1998, p. 51).
Segundo Braga (2003) é o resultado bruto das operações depois de deduzidos os
custos pertinentes. Será lucro bruto quando a receita for superior ao custo, caso contrário, será
um prejuízo bruto.
Despesas Operacionais: “São despesas que contribuíram para a consumação das
operações realizadas no período. Representam os gastos incorridos com as áreas comercial,
administrativa e financeira para a obtenção das receitas operacionais do período”. (BRAGA,
2003, p. 98)
De acordo com Matarazzo (2003) estas despesas compreendem as despesas
necessárias para a empresa funcionar, ou seja, vender, administrar e financiar suas atividades.
Resultado Operacional: “É obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as
despesas operacionais”. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 52)
Caso o lucro bruto seja superior às despesas operacionais, haverá lucro operacional.
Já se as despesas operacionais forem maiores que o lucro bruto, haverá prejuízo operacional.
(BRAGA, 2003).
Resultado Não-Operacional: Representam receitas e despesas, ganhos e perdas não
previsíveis, de caráter esporádico ou eventual, não ligado às atividades normais de obtenção
de lucro ou de despesas da empresa. (MATARAZZO, 2003, p. 73)
As receitas não-operacionais não estão atreladas à exploração do objetivo social da
empresa. As despesas não-operacionais são aquelas incorridas para a obtenção de tais receitas
não-operacionais ou à despesas eventuais que não tenham contribuído para a obtenção das
receitas operacionais. (BRAGA, 2003)
Resultado antes do Imposto de Renda: É a diferença entre o Lucro Operacional e
as despesas e receitas não operacionais. (IUDÍCIBUS, 1998)
É o resultado obtido com a soma dos resultados operacional e não-operacional.
(BRAGA, 2003)
Resultado depois do Imposto de Renda: Após o cálculo da provisão do valor do
Imposto de Renda a pagar, deduz-se este valor do Lucro Antes do IR. (IUDÍCIBUS, 1998)
Resultado Líquido: É o resultado final do exercício, após deduzidas as
participações, se for o caso. (Braga, 2003)
Conforme Iudícibus (1998, p. 56) após a apuração do lucro depois do Imposto de
Renda, deduzem-se as participações previstas nos estatutos, como de empregados, de
41
administradores, debêntures, entre outros. Após estas deduções, têm-se o Lucro Líquido que é
a sobra líquida à disposição dos sócios ou acionistas.
2.3.3.3 Análise Horizontal
A análise horizontal consiste na evolução de cada conta de uma série de
demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior. Utiliza-se a técnica dos
números-índices, uma vez que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a
100. Com a regra de três, obtêm-se os valores dos anos seguintes e a variação é o que exceder
a 100 ou que faltar para 100. (MATARAZZO, 2003)
Sua finalidade principal é caracterizar tendências, apontando o crescimento de itens
das demonstrações financeiras, através dos períodos. (IUDÍCIBUS, 1998)
A análise horizontal pode ser encadeada ou anual. Quando a análise for efetuada
através das variações em relação a um ano-base, trata-se da análise encadeada. Já se for em
relação ao ano anterior, será caracterizada como análise anual. (MATARAZZO, 2003)
2.3.3.4 Análise Vertical
Segundo Matarazzo (2003), a análise vertical objetiva mostrar a importância de cada
conta em relação à demonstração financeira e consiste em valores percentuais das
demonstrações financeiras, calculando-se o percentual de cada conta em relação a um valor-
base. No caso do Balanço Patrimonial, por exemplo, calcula-se o percentual de cada conta em
relação ao total do Ativo. Com a comparação dos percentuais de anos anteriores, é possível
verificar se há itens fora da proporção normal.
A partir de Iudícibus (1998), verifica-se que este tipo de análise é importante para
verificar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo. Em relação à DRE,
atribui-se o valor 100 para a Receita Líquida e calcula-se o percentual de cada conta em
relação a ela. Também é possível analisar a sua evolução no tempo e se tal evolução
contribuiu ou não para o resultado da empresa.
42
2.3.3.5 Análise da liquidez
Segundo Braga (2003) a análise da liquidez objetiva avaliar a capacidade de
financiamento da empresa em relação à suas exigibilidades. Internamente, mostra-se um
valioso instrumento de controle financeiro.
Matarazzo (2003, p. 163) acredita que os índices de liquidez “[...] a partir do
confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base
financeira da empresa”. Sendo que, uma empresa com bons índices de liquidez demonstra ter
boa capacidade de pagamento de suas dívidas.
Liquidez Imediata: De acordo com Iudícibus (1998, p. 99) “este quociente
representa o valor de quanto dispomos imediatamente para saldar nossas dívidas de curto
prazo”. A fórmula pode ser assim expressa:
Liquidez Imediata = Disponibilidades Passivo Circulante
Liquidez Corrente: Matarazzo (2003, p. 167) expõe a seguinte fórmula para o
cálculo deste índice:
Liquidez Corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante
Indica o quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo
Circulante. Quanto maior o índice, melhor. Quando a Liquidez Corrente for superior a 1,00,
este excesso é devido à existência de Capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, a diferença
entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
Segundo Silva (2006), muitos afirmam que quanto maior o CCL da empresa, melhor
a sua liquidez. No entanto, a qualidade da liquidez depende muito do segmento em que a
empresa atua. É possível que existam empresas com CCL negativo e uma boa liquidez, como
também uma empresa pode ter CCL positivo e ter dificuldades financeiras. Isto depende da
incompatibilidade dos prazos de realizar o Ativo Circulante, em face dos vencimentos das
obrigações de curto prazo.
43
Liquidez Seca: É um índice adequado para uma análise conservadora da liquidez da
empresa, uma vez que se eliminando os estoques do numerador, elimina-se uma fonte de
incerteza. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 102):
Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoques Passivo Circulante
Matarazzo (2003, p. 173) expõe uma relação entre a liquidez seca e a liquidez
corrente, no quadro abaixo:
Quadro 01: Liquidez Seca X Liquidez Corrente Liquidez Liquidez Corrente
Nível Alta Baixa
Alta Situação Financeira boa.
Situação financeira em princípio insatisfatória, mas atenuada pela boa liquidez
seca. Em certos casos pode até ser considerada
razoável. Liquidez
Seca
Baixa
Situação financeira em princípio satisfatória. A baixa liquidez seca não indica necessariamente
comprometimento da situação financeira. Em certos casos, pode ser sintoma de excessivos estoques “encalhados”.
Situação financeira insatisfatória.
Fonte: Matarazzo (2003, p. 173)
Liquidez Geral: Braga (2003, p. 156) conceitua este índice como o indicador da
capacidade financeira da empresa para solver todos os compromissos de curto e de longo
prazo, sendo que não poderá ser menor que 1,00:
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo Conforme Iudícibus (1998) este índice detecta a saúde financeira (em relação à
liquidez) da empresa de longo prazo.
44
2.3.3.6 Análise da Estrutura de Capital
De acordo com Matarazzo (2003, p. 151) “os índices deste grupo mostram as grandes
linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos”.
Participação de Capitais de Terceiros sobre os recursos totais: Iudícibus (1998,
p. 103) acredita que este quociente é de grande relevância e expressa a porcentagem que o
endividamento representa sobre os fundos totais e também a porcentagem do ativo total
financiada com recursos de terceiros. A fórmula é assim representada:
Capitais de Terceiros s/ os recursos totais = Exigível total Exigível Total + Patrimônio Líquido
Participação de Capitais de Terceiros: Segundo Iudícibus (1998, p. 104) este
índice representa uma outra forma de encarar a dependência de recursos de terceiros. Caso o
quociente seja maior que um por um longo período, significa uma dependência exagerada de
recursos de terceiros. Pode ser assim encontrado:
Capitais de Terceiros / Capitais Próprios = Exigível Total Patrimônio Líquido
Composição do Endividamento: Indica qual o percentual de obrigações de curto
prazo em relação às obrigações totais. Quanto menor o índice, melhor. (MATARAZZO, 2003,
p. 155):
Endividamento = Passivo Circulante X 100 Capitais de Terceiros
Grau de Imobilização dos Capitais Próprios: Indica até que ponto os capitais
próprios estão imobilizados, já que, como o Ativo Permanente é um tipo de aplicação a longo
prazo, é fundamental que seja financiado por fontes de recursos adequadas. No caso de um
índice igual a um, significa que todos os recursos próprios estão aplicados no Ativo
Permanente. Caso seja menor que um, isto indica que existem recursos próprios também no
giro dos negócios. Já se o índice for superior a um, significa que capitais de terceiros também
financiam o ativo permanente. Pode ser calculado conforme Braga (2003, p. 150):
45
Grau de Imobilização dos Capitais Próprios = Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos Não Correntes: De acordo com Matarazzo (2003, p.
159), este índice mostra o percentual de Recursos não Correntes que a empresa aplicou no
Ativo Permanente. Em regra, este índice não deve ser superior a 100%, pois ainda que a
empresa quase não tenha necessidade de Ativo Circulante, sempre deve existir um pequeno
excesso de Recursos não correntes destinado ao Ativo Circulante, em relação às
imobilizações. Sua fórmula pode ser assim expressa:
Imobilização dos Recursos Não Correntes: Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido +
Exigível a Longo Prazo
2.3.3.7 Análise da Rentabilidade
“Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.”
(MATARAZZO, 2003, p. 175)
Giro do Ativo: Este quociente irá expressar o quanto o ativo girou ou se renovou
pelas vendas, compondo o retorno sobre o investimento. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 111):
Giro do Ativo = Receitas Líquidas Ativo Total Médio
Margem Líquida: Conforme Matarazzo (2003, p. 177), indica o quanto a empresa
tem de lucro para cada R$ 100,00 vendidos. Quanto maior o índice, melhor, pois significa que
a empresa tem boa margem de lucro. O autor expõe a seguinte fórmula:
Margem Líquida = Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas
Rentabilidade do Investimento Total: Este índice mede a eficiência do
investimento total com base em sua rentabilidade e pode ser expresso pela seguinte fórmula,
segundo Braga (2003, p. 161):
46
Rentabilidade do Investimento Total: Lucro Líquido do Exercício Ativo Total
Rentabilidade do Capital Próprio: Conforme Braga (2003, p. 165) este índice
mede a taxa de remuneração do capital próprio. Teoricamente, deve ser superior à taxa média
de juros do mercado, para que remunere o risco do investimento, para sócios e acionistas. O
autor sugere a seguinte fórmula:
Rentabilidade do Capital Próprio = Lucro Líquido do Exercício Patrimônio Líquido Final
O quadro 02 traz um resumo dos índices já apresentados, bem como sua fórmula e
interpretação.
Quadro 02: Quadro-resumo dos índices
SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO
ESTRUTURA DE
CAPITAL
1. CT/PL
Participação de Capitais de Terceiros
(Endividamento)
Capitais de Terceiros / Patrimônio
Líquido
x 100
Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para
cada $100 de capital próprio
Quanto menor/melhor
2. PC/CT Composição do Endividamento
Passivo circulante/ Capitais de Terceiros
x 100
Qual o percentual de obrigações a curto prazo em
relação às obrigações totais
Quanto menor/melhor
3. AP/PL Imobilização do
Patrimônio Líquido
Ativo Permanente/ Patrimônio
Líquido
x 100
Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100 de P.L.
Quanto menor/melhor
4. AP/PL+ELP Imobilização dos
Recursos Não Correntes
Ativo Permanente/ Patrimônio Líquido +
Exigível a Longo Prazo
x 100
Que percentual de Recursos não
Correntes (P.L. e Exigível a L.P.) foi destinado ao
Ativo Permanente
Quanto menor/melhor
LIQUIDEZ
5. LG Liquidez Geral
At. Circ. + Real. a LP /
Pass. Circ. + Exigível a LP
Quanto a empresa possui de Ativo
Circulante + Realizável a L.P. para cada $1,00 de dívida total.
Quanto maior/melhor
Continua...
47
Conclusão...
6. LC Liquidez Corrente Ativo Circulante /
Passivo Circulante
Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $1,00 de
Passivo Circulante
Quanto maior/melhor
7. LS Liquidez Seca
Disponível + Tít. A Receber +
Outros Ativos de Rápida
Conversibilidade / Passivo
Circulante
Quanto a empresa possui de Ativo
Líquido para cada $ 1 de Passivo
Circulante
Quanto maior/melhor
RENTABILIDADE
8. V/AT Giro do Ativo Vendas Líquidas/
Ativo
Quanto a empresa vendeu para cada
$ 1 de investimento total
Quanto maior/melhor
9. LL/V Margem Líquida Lucro Líquido / Vendas Líquidas
x 100
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100
vendidos
Quanto maior/melhor
10. LL/AT Rentabilidade do
Ativo Lucro Líquido /
Ativo x 100
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento
total
Quanto maior/melhor
11. LL/PL Rentabilidade do
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido / Patrimônio
Líquido Médio x 100
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100
de capital próprio investido, em
média, no exercício
Quanto maior/melhor
Fonte: Matarazzo (2003, p. 152)
É importante ressaltar que existem diversos índices a ser trabalhados na Análise de
Balanços. Para este estudo, o critério de escolha dos índices foi pautado na utilização destes
índices pelos três principais autores estudados, confome mostra o quadro 03:
48
Quadro 03: Utilização dos índices da análise de balanços pelos autores estudados. Autor Braga (2003) Matarazzo (2003) Iudícibus (1998)
Índices Nomenclatura Fórmula Nomenclatura Fórmula Nomenclatura Fórmula
Liquidez
Liquidez Imediata
Liquidez Instantânea (ou
Imediata)
Disponibilidades / Passivo
Circulante
Quociente de
Liquidez Imediata
Disponibilidades / Passivo
Circulante
Liquidez Corrente
Liquidez Corrente (ou
comum)
Ativo Circulante /
Passivo Circulante
Liquidez Corrente
Ativo Circulante /
Passivo Circulante
Quociente de Liquidez Corrente
Ativo Circulante /
Passivo Circulante
Liquidez Seca Liquidez Seca (teste ácido)
Ativo Circulante - Estoque/ Passivo
Circulante
Liquidez Seca
Disponível +
Aplicações Fin. +
Clientes de Rápida
Convers. Em
Dinheiro / Passivo
Circulante
Quociente de Liquidez Seco
Ativo Circulante - Estoque/ Passivo
Circulante
Liquidez Geral Liquidez Geral
(ou Total)
Ativo Cir. + Ativo Real. A L.P. /
Passivo Circ. + Passivo Real. A
L.P.
Liquidez Geral
Ativo Cir. + Ativo Real. A L.P. /
Passivo Circ. + Passivo Real. A
L.P.
Quociente de Liquidez Geral
Ativo Cir. + Ativo Real. A L.P. /
Passivo Circ. + Passivo Real. A
L.P. Estrutura de
Capital
Participação de Capitais de
terceiros sobre os recursos
totais
Quociente de Part. De Capitais
de Terceiros sobre os recursos totais
Exigível Total /
Exigível Total +
Patrimônio Líquido
Participação de Capitais de terceiros
Participação de
Capitais de terceiros
(Capitais de
Terceiros / Patrimônio Líquido)
x100
Quociente de Part. De Capitais
de Terceiros / Capitais Próprios
Exigível Total /
Patrimônio Líquido
Composição do Endividamento
Composição do Endividamento
(Passivo Circulante / Capitais de Terceiros)
x 100
Quociente de Part. Das Dívidas
de curto prazo sobre o
endividamento total
Passivo Circulante /
Exigível Total
Continua...
49
Conclusão...
Grau de Imobilização dos Capitais
Próprios
Grau de Imobilização dos Capitais
Próprios
Ativo Permanent
e / Patrimônio
Líquido
Imobilização do Patrimônio
Líquido
(Ativo Permanent
e / Patrimônio Líquido) x
100
Imobilização dos Recursos Não Correntes
Imobilização dos Recursos Não Correntes
(Ativo Permanent
e / Patrimônio Líquido + Exigível a L.P.) x 100
Rentabilidade
Giro do Ativo Giro do Ativo Vendas
Líquidas / Ativo
Giro do Ativo Total
Receitas Líquidas /
Ativo Total Médio
Margem Líquida
Margem Líquida
(Lucro Líquido / Vendas
Líquidas) x 100
Margem Líquida
Lucro Líquido / Vendas Líquidas
Rentabilidade do Investimento
Total
Rentabilidade do Investimento
Total
Lucro Líquido do Exercício / Ativo Total
Rentabilidade do Ativo
(Lucro Líquido / Ativo) x
100
Rentabilidade do Capital
Próprio
Rentabilidade do Capital
Próprio
Lucro Líquido do Exercício / Patrimônio
Líquido Médio ou
Final
Rentabilidade do Patrimônio
Líquido
(Lucro Líquido /
Patrimônio Líquido
Médio) x 100
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.3.3.8 Capital de Giro Próprio
Segundo Silva (2006) o capital de giro próprio é o que resta do patrimônio líquido
após o comprometimento do capital próprio com o ativo permanente mais o realizável a longo
prazo. Resumindo, o capital de giro próprio é a parcela do ativo circulante financiada com
recursos próprios.
“O Capital de Giro representa o investimento adicional que a empresa deverá
realizar, a fim de dar início a seu ciclo operacional e capacitar-se para comercializar os bens
ou serviços produzidos” (BRAGA, 2003, p. 157). O referido autor expõe a seguinte fórmula:
50
Capital de Giro Próprio = Patrimônio Líquido – Ativo Permanente
Silva (2006) acredita que o Capital de Giro Próprio pode ser encontrado pelo
resultado do Patrimônio Líquido menos o Ativo Permanente e o Realizável a Longo Prazo.
No caso de resultado negativo, significa que os recursos próprios não foram suficientes para
cobrir as aplicações em ativos não circulantes.
Conforme Braga (2003, p. 157) “Se, na apuração do Capital de Giro Próprio, o total
do Ativo Permanente superar o montante do Patrimônio Líquido, está configurada a
deficiência de capital de giro na empresa”.
2.4 Tributos sobre preços e custos
Um dos principais aspectos a serem analisados na formação de custos e no processo
de fixação de preços no Brasil consiste na análise dos impostos incidentes nas operações de
elaboração e venda. Apesar de os tributos não serem incorporados nos custos contábeis dos
produtos, eles devem ser analisados com cuidado na formação de preços. (BRUNI; FAMÁ,
2004, p. 300)
Os tributos diretos recaem sobre a pessoa jurídica com relação pessoal e direta do
fato gerador. Incidem sobre o patrimônio e a renda, além de serem tributos de
responsabilidade pessoal, como por exemplo, o Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica
(IRPJ). Os tributos indiretos incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços e os
produtos, vendedor ou prestador de serviço os repassa para o preço. Exemplo: Imposto sobre
a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
Contribuição social para financiamento da seguridade social (COFINS). (FABRETTI;
FABRETTI, 2006, p. 57)
Os tributos incidem sobre o faturamento ou os lucros, e os encargos sociais incidem sobre a folha de pagamento. Portanto, na formação de preços [...] somente os tributos, considerados custos variáveis, devem ser levados em conta. Os encargos, ao contrário, são custos fixos, exceto os derivados da mão-de-obra direta. (ASSEF, 2003, p. 13)
As contribuições sociais são um misto de imposto e de taxa e incidem tanto para a
empresa como para o empregado. Para o empregador é devida a incidência sobre a folha de
pagamentos – INSS –, sobre o faturamento – COFINS – e sobre o Lucro – CSL. Já para o
51
trabalhador, a contribuição social tem como contrapartida a garantia da Seguridade Social.
(FABRETTI; FABRETTI, 2006)
PIS/Pasep: De acordo com a Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002, a
contribuição para o PIS/Pasep tem como base de cálculo o faturamento mensal, a qual é
aplicada a alíquota de 1,65% a título de contribuição.
COFINS: A COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
com incidência não-cumulativa também tem como base de cálculo o faturamento mensal,
com alíquota incidente de 7,6%, conforme a Lei nº 10.833 de 29 de dezembro de 2003.
Existe um conjunto de benefícios para algumas empresas da área agrícola
denominado "desoneração tributária", que ocorre em toda a cadeia produtiva,
atingindo desde os insumos para produção até o produto colhido e comercializado, como soja
e milho, por exemplo.
Dentre tantas normas que regulamentam essa desoneração tributária, destaca-se a
Lei nº 10.925 de 23 de julho de 2004, que reduz à zero a tributação do PIS/PASEP (Programa
de Integração Social) e da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social) para adubos, fertilizantes, defensivos agropecuários, sementes e mudas, além de
suspender a exigibilidade dos mesmos tributos sobre a venda de cereais em geral.
CSLL: Segundo Assef (2003, p. 31), para as empresas sob o regime de lucro real, a
alíquota da CSLL é de 9% sobre o lucro líquido ajustado auferido, podendo ser calculada
desta maneira:
CSLL = (Lucro antes do IR x 9%)
IPI: De acordo Assef (2003) a ocorrência do fato gerador do IPI é devida à
importação ou à operações internas, na saída de um produto industrial. Incide sobre o preço de
venda total e as alíquotas são variáveis por produto. Gera direito a créditos em grande parte
das operações com bens industriais, como no caso de o produto adquirido for utilizado
posteriormente como insumo na fabricação de outro bem ou para a revenda. Já se o produto se
destinar ao imobilizado ou ao consumo final, não gera direito a crédito.
ICMS: Sobre o ICMS, Bruni; Famá (2004, p. 303) afirmam que: “Sua incidência
ocorre sobre o preço de venda, cobrado ‘por dentro’. Ou seja, no preço de venda do produto
(base de cálculo), já se encontra embutido o valor do ICMS incidente”. Além disso, é um
imposto em que existe a possibilidade de aproveitar os créditos gerados em cada etapa da
comercialização.
52
O mesmo autor sugere um exemplo interessante:
Se o preço de venda sem o ICMS de um produto for igual a R$ 100,00 e supondo
uma alíquota de ICMS de 18%, para achar o preço de venda com o ICMS incluso é necessário
fazer uma regra de três:
Preço de venda sem ICMS está para (1-18%)
Preço de venda com ICMS está para 100%
Portanto, o preço de venda com ICMS seria R$ 100,00 / (1 - 0,18) = R$ 121,95.
Então, o valor do ICMS calculado sobre o preço seria de 18% x R$ 121,95 = R$ 21,95 e o
preço de venda sem o ICMS é igual ao valor original, ou seja, R$ 121,95 – R$ 21,95 = R$
100,00.
Supondo a compra e venda de calçados, numa operação dentro do próprio estado,
com alíquota de 18%, segundo Assef (2003, p. 17):
Preço de Venda: R$ 100,00
Custo da mercadoria: R$ 50,00
Débito do ICMS: R$ 100,00 x 18% = (R$ 18,00)
Crédito do ICMS: R$ 50,00 x 18% = R$ 9,00
Saldo do ICMS a pagar: Débito – Crédito = (R$ 18,00) – R$ 9,00 = (R$ 9,00)
Já se a mercadoria fosse originada de outro estado, por exemplo, do Sudeste para o
Norte, o crédito do ICMS seria de apenas 7%, ou seja, R$ 3,50.
O quadro 04 mostra as principais alíquotas de ICMS vigentes no Brasil:
Quadro 04: Principais Alíquotas de ICMS
Origem Destino Alíquota (%)
Estado A Estado A 18 ou 17
Sul, Sudeste Sul, Sudeste 12
Sul, Sudeste Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Espírito Santo
7
Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Espírito Santo
Sul, Sudeste 12
Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Espírito Santo
Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Espírito Santo
7
Exportação 0
Fonte: Assef (2003, p. 17)
53
Porte das Empresas: as empresas podem ser enquadradas em diferentes portes de
acordo com seu faturamento anual. As micro e pequenas empresas são enquadradas de acordo
com a Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006.
Micro empresa: para ser uma microempresa - o empresário, a pessoa jurídica, ou a
ela equiparada – deve auferir, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$
240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais).
Pequeno Porte: Para ser classificada empresa de pequeno porte - o empresário, a
pessoa jurídica, ou a ela equiparada – deve auferir, em cada ano-calendário, receita bruta
superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00
(dois milhões e quatrocentos mil reais).
As empresas de grande e médio porte são enquadradas de acordo com a Resolução
RDC nº. 222, de 28 de dezembro de 2006:
Empresa de Médio Porte - grupo III: empresa com faturamento anual bruto igual ou
inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e superior a R$ 6.000.000,00 (seis
milhões de reais);
Empresa de Médio Porte - grupo IV: empresa com faturamento anual bruto igual ou
inferior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais);
Empresa de Grande Porte - grupo II: empresa com faturamento anual bruto igual ou
inferior a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais) e superior a R$ 20.000.000,00 (vinte
milhões de reais);
Empresa de Grande Porte - grupo I: empresa com faturamento anual bruto superior a
R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).
Imposto de Renda: O Decreto 3.000/1999 instituiu o Regulamento do Imposto de
Renda - RIR/99 - que determina que as Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação
legal, são tributadas pelo IR por uma das seguintes formas:
Lucro Real: O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho,
30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. À opção do contribuinte, o lucro
real também pode ser apurado por período anual.
Lucro real significa o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento. A determinação do
Lucro Real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração.
Os artigos 246 ao 515 do RIR/99 determinam a sistemática da tributação pelo Lucro
Real. São apresentadas algumas condições que obrigam as pessoas jurídicas a este tipo de
54
tributação, como a receita bruta total, no ano calendário anterior, ser superior a 48 milhões de
reais ou a 4 milhões de reais por mês de atividade. Mesmo a pessoa jurídica não estando
sujeita a obrigatoriedade da tributação pelo lucro real, ela pode apurar seus resultados
tributáveis com base neste tipo de tributação.
Lucro Presumido: O RIR/99 autoriza as pessoas jurídicas cuja receita bruta total, no
ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a
dois milhões de reais multiplicada pelo número de meses de atividade no ano-calendário
anterior, quando inferior a doze meses, a optar pelo regime de tributação com base no lucro
presumido.
Lucro Arbitrado: De acordo com a Receita Federal, o arbitramento de lucro é uma
forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária
ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de
cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido,
conforme o caso.
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, no caso do IRPJ, quando
conhecida, são os mesmos aplicáveis para o cálculo da estimativa mensal e do lucro
presumido, acrescidos de 20%, exceto quanto ao fixado para as instituições financeiras,
segundo o RIR/99, art. 532 e 533.
Simples: Neste caso, a microempresa ou empresa de pequeno porte podem optar pelo
Simples Nacional ou Super Simples, instituído em 01.07.2007, desde que a empresa não
apresente nenhuma das situações impeditivas previstas na legislação do Simples Nacional.
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de
arrecadação, dos seguintes tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição
para o PIS/Pasep; Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal); Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS).
Fazer o recolhimento mensal de todos estes tributos em um único documento
representa a diminuição da papelada e da burocracia. Além do que, o Simples Nacional
estabelece normas gerais relativas ao tratamento tributário diferenciado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito da União, dos Estados,
55
do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive
obrigações acessórias, segundo a Lei complementar nº. 123/2006.
2.5 Agroindústria
Segundo a IFA – Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes - (2000) o
Brasil é um dos poucos países com grande potencial para aumentar a produção agrícola no
contexto mundial, tanto pelo aumento de produtividade como pela expansão da área plantada.
Assim, contribui para uma maior oferta de alimentos para o mundo, bem como atende a sua
crescente demanda interna.
O conceito de Agronegócio, segundo Batalha (2007, p. 05), pode ser definido como a
soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de
produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos
produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles.
“As agroindústrias são as unidades empresariais onde ocorrem as etapas de
beneficiamento, processamento e transformação de produtos agropecuários in natura até a
embalagem, prontos para a comercialização”. (ARAÚJO, 2005, p. 93)
Para Callado (2005, p. 02) no setor rural existem três categorias de atividades. A
atividade rural compreende as culturas, enquanto que a atividade zootécnica compreende as
criações de animais. Já a atividade agroindustrial engloba o beneficiamento dos produtos
agrícolas, transformando os produtos zootécnicos e os produtos agrícolas.
Existem dois grupos distintos de agroindústria: as alimentares e as não alimentares.
No caso das agroindústrias não alimentares os procedimentos industriais são semelhantes aos
de outras indústrias, mas com mais atenção ao abastecimento de matérias-primas e às cadeias
produtivas. No caso de agroindústrias alimentares deve-se ter um maior cuidado e atenção
com a segurança alimentar dos consumidores. (ARAÚJO, 2005)
A cadeia de produção agroindustrial pode ser dividida em três macrossegmentos -
podendo variar segundo o tipo de produto e do objetivo da análise - de acordo com Batalha
(2007):
• Comercialização: contato com o cliente final e viabilização do consumo dos produtos
finais.
56
• Industrialização: transformação das matérias-primas em produtos finais destinados ao
consumidor.
• Produção de matérias-primas: processo de produção do produto final.
As bolsas de mercadorias, como a Bolsa de Mercados e Futuros (BM&F) e a Bolsa
Brasileira de Mercadorias (BBM) fornecem apoio logístico à comercialização de produtos
agropecuários por meio de pregões, no mercado à vista e no mercado de futuros (ARAÚJO,
2005)
Conforme Callado (2005) a produção agrícola geralmente apresenta alguma
sazonalidade na produção com períodos de safra e de entressafra, devido às condições
climáticas de cada região. Os preços também estão sujeitos a fortes oscilações, por
desequilíbrios entre oferta e demanda.
Os solos brasileiros, em geral, apresentam algumas deficiências que podem ser
corrigidas através dos corretivos agrícolas, como os calcários agícolas (Óxido de Magnésio –
MgO – e Óxido de Cálcio – CaO) e os adubos ou fertilizantes – Potássio, Cálcio, Zinco,
Ferro, Fósforo, Magnésio, entre outros. Os fertilizantes podem ser usados tanto como
corretivos, quanto em adubações de manutenção das culturas. (ARAÚJO, 2005)
De acordo com a IFA – Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes (2000,
p. 11): “Fertilizantes minerais são materiais, naturais ou manufaturados, que contêm
nutrientes essenciais para o crescimento normal e o desenvolvimento das plantas”. Ainda de
acordo com o autor, os fertilizantes, junto com a água são os insumos agrícolas que mais
contribuem para o aumento da produção agrícola.
Callado (2005) acredita que a contabilidade de custos está presente nas
agroindústrias principalmente para atender a legislação vigente, mas sem objetivos gerenciais.
No entanto, para que sejam competitivas, é crucial que as agroindústrias disponham de
serviços contábeis mais especializados e voltados para suas características particulares.
57
3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
3.1 Caracterização da Organização
A empresa Agro Industrial São Luiz Ltda (AGRITER) foi fundada em 1993, na
cidade de Paranaguá, com a iniciativa de Luiz Alberto Boni. O empreendedor já está no
mercado de produtos agrícolas desde 1977, sendo que mantém ligações com outras empresas
relacionadas ao agronegócio.
Com a escolha de Paranaguá, buscou-se uma localização estratégica - próxima ao
porto - planejando assim uma gama de benefícios, como rapidez do recebimento da matéria-
prima e facilidade para o escoamento para os estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso
e Goiás, por se tratar de grandes centros produtores nacionais. O Porto de Paranaguá permite,
por sua localização, uma perfeita combinação para a exportação de cereais e a importação de
fertilizantes.
Desde a sua fundação, a empresa contava com a Matriz em Paranaguá, porém, em
2006, transferiu sua sede para Balneário Camboriu, com o objetivo de centralizar os serviços
administrativos e os controles fiscais, contábeis e financeiros. Cabe ressaltar que a empresa
ficou cerca de dez anos com pouca movimentação, no entanto, em 2005, passou a realizar
maior número de operações e a faturar mais.
A empresa atua no fornecimento de insumos agrícolas e assistência técnica aos
produtores de feijão, tomate industrial, ervilha, algodão, milho grão, milho verde industrial,
arroz, trigo e soja. Com isto, está contribuindo, não somente para uma maior oferta de
alimentos no contexto mundial, mas, também para atender a crescente demanda interna.
Utilizando comercialmente a marca AGRITER, tradicional no mercado de sementes
de cereais e fertilizantes, a Agro Industrial São Luiz Ltda têm unidades de negócios visando a
assistência adequada aos clientes. Possui sete filiais, além da matriz:
Paranaguá: antiga Matriz, conta com cerca de vinte funcionários fixos, contratando
em períodos de safra terceirizados e avulsos. No âmbito dos cereais, realiza a compra no
mercado interno, podendo revendê-los ao mercado interno ou exportá-los. Em relação aos
fertilizantes, importa a matéria-prima, mistura com outras matérias-primas nacionais e vende
ao mercado interno. Seu organograma pode ser assim visualizado:
58
Figura 03: Organograma da Filial Paranaguá
Fonte: Elaborado pelo autor.
Abaixo, é possível analisar algumas fotos de Paranaguá:
Figura 04: Escritório e Portaria da filial
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
59
Figura 05: Armazém e Maquinário de Ensaque
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
Figura 06: Entrada para os armazéns
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
Marmeleiro: Atua no comércio de insumos agrícolas, cereais, sementes e
fertilizantes. Conta com sete funcionários, conforme pode ser visualizado no organograma a
seguir:
60
Figura 07: Organograma da Filial Marmeleiro
Fonte: Elaborado pelo autor.
A seguir, fotos do armazém da filial e do seu armazém:
Figura 08: Armazém de Marmeleiro
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
61
Figura 09: Armazém de Marmeleiro
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA. Figura 10: Escritório de Marmeleiro
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
Almirante Tamandaré: Fábrica de matérias-primas utilizadas para a mistura de
fertilizantes. No início de 2008 foi vendida, pois se acreditou que seria mais viável econômica
e operacionalmente para a empresa comprar os fertilizantes de terceiros do que manter uma
unidade para este fim. Esta filial contava com cerca de vinte funcionários e seu organograma
pode ser assim demonstrado:
62
Figura 11: Organograma da Filial Almirante Tamandaré.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Brasnorte: Fazenda com plantio de insumos agrícolas, cereais e sementes. Além do
Gerente Administrativo e do Gerente de Campo, emprega em média quatorze empregados. O
seu organograma pode ser analisado a seguir:
Figura 12: Organograma da Filial Brasnorte.
Fonte: Elaborado pelo autor.
63
A seguir, foto da fazenda:
Figura 13: Máquinas Colheitadeiras em Brasnorte/MT.
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
Balneário Camboriú: Matriz e centro administrativo e contábil. Estão localizados o
Departamento de Pessoal, Financeiro, Comercial, Contábil e a Diretoria, totalizando assim
dez funcionários atualmente. No entanto, como o ano de estudo é 2007, contava apenas com
quatro funcionários e mais dois proprietários. O seu organograma pode ser analisado a seguir:
Figura 14: Organograma Geral da Matriz.
Fonte: Elaborado pelo autor.
64
As outras filiais não mencionadas não possuem funcionários, pois fazem transações
agrícolas ou comerciais irrelevantes, então não serão detalhadas neste momento. O mapa a
seguir demonstra a localização das filiais e matriz da Agro Industrial São Luiz LTDA pelo
Brasil.
Figura 15: Localização das Filiais
Fonte: Agro Industrial São Luiz LTDA.
Os seus maiores clientes são Bunge Alimentos, Sadia S/A, Goiás Verde Alimentos e
Inlogs Logística Ltda. Os principais fornecedores são Capal Cooperativa Agroindustrial, Agro
Regional Importadora e Exportadora Comércio de Cereais, Dal Fértil Comércio e
Representação de Insumos Agrícolas. Bunge Alimentos, Mosaic e Fertipar podem ser
considerados os grandes concorrentes da empresa.
Os principais produtos vendidos são produtos agrícolas, com participação de 66,10%
no faturamento e Fertilizantes e insumos agrícolas, com participação de 29,23% no
BRASNORTE/MT
CANARANA/MT
MARMELEIRO/PR
ALM TAMANDARÉ/PR
BALN CAMBORIÚ/SC
XANXERÊ/SC
PARANAGUÁ/PR
65
faturamento. Os demais produtos somam um total de 0,16%. Existe ainda, um percentual de
4,51% em relação aos serviços prestados. Cabe ressaltar que tais serviços são realizados
eventualmente, a título de arrendamento agrícola, administração de negócios de terceiros e
outros serviços diversos.
Os produtos comercializados pela empresa podem ser divididos em produtos
agrícolas e adubos e fertilizantes. Os produtos agrícolas são principalmente milho e soja, mas
também é comercializado feijão, arroz, cevada, algodão.
Alguns fertilizantes, adubos, defensivos agrícolas e corretivos de solo são: Cloreto de
Potássio, Sulfato de Amônia, Uréia, Nitrato de Amônio, Super Simples, Nitrato de Potássio,
Copermix Granulado, Superfosfato simples e triplo, Adubo orgânico mineral, Boro, Calcário
Agrícola, Herbicidas, entre outros.
O processo de comercialização de Cereais envolve a obtenção do cereal, seja por
compra de terceiros ou por produção própria, o gerenciamento de sua logística – frete – e sua
venda ao mercado interno ou externo. Cerca 85% dos cereais são comprados de comerciantes
e 15% têm origem na produção própria, na fazenda de Brasnorte – MT. Algumas operações
de comercialização são realizadas na BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros, que tem
como vantagem o hedge, ou seja, a proteção contra oscilações de mercado.
Em relação aos fertilizantes, a empresa importa matéria-prima de fornecedores pré-
estabelecidos e tem duas opções, ou revender no mercado interno, ou transformá-la em
fertilizantes. Todas as mercadorias importadas/exportadas têm destino inicial em Paranaguá.
O seu maior objetivo para os próximos anos é diminuir a participação dos cereais no
faturamento da empresa e aumentar a participação dos fertilizantes.
A empresa exporta produtos agrícolas pelo fato de haver muita oferta no Brasil,
portanto parte da produção tem que ser destinada a outros mercados consumidores. Já em
relação aos fertilizantes, esta situação é oposta, pois a empresa tem que buscar no mercado
externo matéria-prima para os fertilizantes.
A grande maioria dos produtos movimentados pela empresa possui benefícios
relativos a alguns tributos federais, ou seja, a "desoneração tributária", conforme consta na
fundamentação teórica.
Pode ser considerada uma empresa de porte médio, uma vez que fatura em torno de
17 milhões de reais anuais. Em relação ao IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e à CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) a empresa está sujeita à tributação normal, já que
apura e paga os referidos tributos pelo regime de Lucro Real.
66
3.2 Resultados da Pesquisa
Neste tópico será apresentado o Balanço Patrimonial da empresa - dividido em Ativo
e Passivo - e a Demonstração do Resultado do Exercício, ambos com a análise vertical e
horizontal. O ano de 2007 será o ano analisado, mas 2006 também constará nas
demonstrações para que seja possível verificar a evolução dos resultados de 2006 para 2007.
Para complementar as análises, serão apresentados os índices da análise de balanços,
bem como o ponto de equilíbrio, a margem de contribuição e a margem de segurança de 2006
e 2007.
A partir disso, a pesquisa vai se concentrar apenas no ano de 2007. Serão
apresentados alguns gráficos em relação aos produtos vendidos e às atividades realizadas pela
empresa no ano. Em seguida, serão apresentadas as Demonstrações de Resultado do Exercício
referentes às filiais da empresa, bem como o ponto de equilíbrio, margem de contribuição e
margem de segurança por filial e por produto.
É importante ressaltar que a empresa apresenta a sua DRE de forma consolidada,
portanto, sem especificar as filiais. Com base nos lançamentos contábeis do sistema, chegou-
se ao resultado de cada filial.
3.2.1 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial será analisado vertical e horizontalmente, em relação ao
exercício de 2006 e 2007, conforme mostra a tabela 01.
67
Tabela 01: Análise Vertical e Horizontal do Ativo de 2006 e 2007. BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006
A T I V O
Valores em R$ DESCRIÇÃO
31.12.2006 Análise Vertical
Análise Horiz. 31.12.2007 Análise
Vertical Análise Horiz.
CIRCULANTE 4.564.431,59 10,39% 100% 9.607.403,72 20,06% 210,48%
DISPONIBILIDADES 66.886,74 0,15% 100% 1.011.840,23 2,11% 1512,77% Caixa geral 17.133,48 0,04% 100% 1.875,37 0,00% 10,95%
Bancos conta movimento 49.753,26 0,11% 100% 1.009.964,86 2,11% 2029,95%
VALORES A RECEBER 2.056.575,54 4,68% 100% 2.616.735,50 5,46% 127,24%
Clientes 1.584.612,25 3,61% 100% 2.298.375,75 4,80% 145,04%
Aplicações financeiras 1.115,16 0,00% 100% 26.525,03 0,06% 2378,59%
Adiantamentos 151.903,03 0,35% 100% 28.533,36 0,06% 18,78%
Impostos a recuperar 318.945,10 0,73% 100% 263.301,36 0,55% 82,55%
ESTOQUES 646.874,71 1,47% 100% 3.579.041,15 7,47% 553,28% Produtos agrícolas 60.000,00 0,14% 100% 192.907,41 0,40% 321,51%
Bens de venda e fornec. 232.329,28 0,53% 100% 147.746,57 0,31% 63,59%
Matéria prima e mat. direto 17.904,97 0,04% 100% 91.255,79 0,19% 509,67%
Compra para entrega futura - 100% 167.186,00 0,35%
Produtos Agr. em depósito - 100% 430.469,07 0,90%
Insumos em depósito - 100% 2.213.070,00 4,62%
Almoxarifado 336.640,46 0,77% 100% 336.406,31 0,70% 99,93%
DESPESAS DO EX. SEG. 1.794.094,60 4,08% 100% 2.399.786,84 5,01% 133,76%
Prêmios de seguros a aprop.
34.495,56 0,08% 100% 27.202,39 0,06% 78,86%
Calagem e adubação 31.829,40 0,07% 100% - 0,00%
Culturas em formação 1.279.655,88 2,91% 100% 1.643.514,93 3,43% 128,43%
Encargos fin. a apropriar 447.736,66 1,02% 100% 728.731,84 1,52% 162,76%
Outros 377,10 0,00% 100% 337,68 0,00% 89,55%
REALIZÁVEL A L.P. 1.365.178,27 3,11% 100% 1.519.562,01 3,17% 111,31% REALIZÁVEL A L.P. 1.365.178,27 3,11% 100% 1.519.562,01 3,17% 111,31% Depósitos judiciais 1.360.477,61 3,10% 100% 1.517.653,68 3,17% 111,55%
Tributos a recuperar 4.700,66 0,01% 100% 1.908,33 0,00% 40,60%
PERMANENTE 37.357.613,22 85,06% 100% 36.752.332,35 76,73% 98,38% INVESTIMENTOS 200,00 0,00% 100% 10.520.930,00 21,96% 5260465%
Participações acionárias 200,00 100% - 0,00%
IMOBILIZADO 37.357.413,22 85,06% 100% 26.231.402,35 54,76% 70,22% Bens em uso 39.321.822,15 89,53% 100% 28.901.633,93 60,34% 73,50%
(-) Depreciação acum. (1.964.408,93) -4,47% 100% (2.670.231,58) -5,57% 135,93%
COMPENSAÇÃO 633.450,70 1,44% 100% 19.752,88 0,04% 3,12% COMPENSADO 633.450,70 100% 19.752,88 Produtos em depósito 633.450,70 100% 19.752,88
TOTAL DO ATIVO 43.920.673,78 100% 100% 47.899.050,96 100% 109,06%
Fonte: Adaptado do Departamento Contábil da Agro Industrial São Luiz LTDA.
68
A partir da análise vertical e horizontal do Ativo, percebe-se que, em 2007, o Ativo
Circulante teve maior relevância dentro do Ativo Total, principalmente pelo aumento das
Disponibilidades e dos Estoques. Os Valores a receber e as Despesas do exercício seguinte
tiveram um pequeno aumento na participação do Ativo em relação a 2006. O Ativo Realizável
a Longo Prazo continuou com quase a mesma proporção dentro do Ativo no ano de 2007.
O Ativo Permanente diminuiu em 2007, em razão da diminuição do Imobilizado,
com valor menor de Bens em Uso, enquanto que os Investimentos aumentaram
extraordinariamente em 2007, já que foi investido R$ 10.520.730,00 em uma outra empresa
do grupo.
Em 2006 o Ativo Permanente representava 85,06% do Ativo, sendo este valor
integralmente devido ao Imobilizado. Já em 2007, a participação do Ativo Permanente no
Ativo reduziu, significando 76,73% deste, sendo que os Investimentos passaram a ter
relevância, com 21,96% e o Imobilizado com 54,76%, o que representa uma redução desta
conta em relação a 2006.
A análise do Passivo pode ser feita a partir da tabela 02:
Tabela 02: Análise Vertical e Horizontal do Passivo de 2006 e 2007. BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006
P A S S I V O
Valores em R$ DESCRIÇÃO
31.12.2006 Análise Vertical
Análise Horiz. 31.12.2007 Análise
Vertical Análise Horiz.
CIRCULANTE 5.199.388,82 11,84% 100% 19.635.024,31 40,99% 377,64%
EXIGÍVEL A C.P. 5.199.388,82 11,84% 100% 19.635.024,31 40,99% 377,64%
Fornecedores mercado int. 2.147.315,96 4,89% 100% 1.346.433,66 2,81% 62,70%
Fornecedores mercado ext. - 100% -
Financiamentos 1.029.625,02 2,34% 100% 1.057.108,50 2,21% 102,67%
Obrigações trab. e sociais 101.714,61 0,23% 100% 240.061,18 0,50% 236,01%
Tributos a recolher 16.056,15 0,04% 100% 111.392,81 0,23% 693,77%
Obrigações tribut. - PAES 282.192,12 0,64% 100% 295.904,99 0,62% 104,86%
Adiantamentos de clientes 795.868,58 1,81% 100% 13.920.695,21 29,06% 1749,12%
Outras contas a pagar 138.914,98 0,32% 100% 19.888,89 0,04% 14,32%
Produtos Agr. em depósito - 430.469,07 0,90%
Insumos em depósito - 2.213.070,00 4,62%
Provisão p/ rep. de estoque 687.701,40 1,57% 100% - 0,00%
EXIGÍVEL A L. P. 13.831.830,37 31,49% 100% 4.083.985,92 8,53% 29,53% EXIGÍVEL A L. P. 13.831.830,37 31,49% 100% 4.083.985,92 8,53% 29,53%
Financiamentos 10.846.771,73 24,70% 100% 1.475.103,08 3,08% 13,60%
Obrigações tribut. - PAES 2.985.058,64 6,80% 100% 2.608.882,84 5,45% 87,40%
Continua...
69
Conclusão... PATRIMÔNIO LÍQUIDO 24.256.003,89 55,23% 100% 24.160.287,84 50,44% 99,61%
CAPITAL SOCIAL INTEG. 27.035.618,00 61,56% 100% 27.035.618,00 56,44% 100,00%
Capital social 27.035.618,00 61,56% 100% 27.035.618,00 56,44% 100,00%
RESERVAS - -
Reservas de correção monet.
- -
LUCROS/PREJUÍZOS AC. (2.779.614,11) -6,33% 100% (2.875.330,16) -6,00% 103,44%
Prejuízos de exerc. anteriores
(2.108.707,70) -4,80% 100% (2.779.614,11) -5,80% 131,82%
Prejuízos líquido do exerc. (670.906,41) -1,53% 100% (95.716,05) -0,20% 14,27%
COMPENSAÇÃO 633.450,70 1,44% 100% 19.752,88 0,04% 3,12%
COMPENSADO 633.450,70 1,44% 100% 19.752,88 0,04% 3,12%
Produtos em depósito 633.450,70 1,44% 100% 19.752,88 0,04% 3,12% TOTAL DO PASSIVO 43.920.673,78 100% 100% 47.899.050,95 100% 109,06%
Fonte: Adaptado do Departamento Contábil da Agro Industrial São Luiz LTDA.
A partir da análise vertical e horizontal do Passivo, é visível o grande aumento do
Passivo Circulante, principalmente na conta “Adiantamentos de Clientes”. É importante
informar que a empresa, quando indagada sobre o aumento extraordinário desta conta,
rastreou os dados do sistema e verificou que na verdade houve um erro na classificação das
contas do Passivo, sendo que o valor dos Financiamentos deveria ser o valor da conta
Adiantamento de Clientes e vice-versa.
Ao fazer uma relação com o Ativo Circulante, percebe-se que, apesar de o Ativo
Circulante ter evoluído em 2007, o Passivo Circulante evoluiu muito mais, com uma
diferença de R$ 10.027.620,59, ou seja, há a existência de um Capital Circulante Líquido
negativo, o que é bastante preocupante. Se a empresa não tivesse realizado os investimentos
de mais de R$ 10 milhões em outra empresa do grupo, provavelmente não haveria este CCL
negativo.
É possível afirmar que a empresa não tem saldo para pagar suas dívidas de curto
prazo, pois apresenta Capital Circulante Líquido negativo em ambos os anos. Em 2006 a
diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante era igual a R$ (634.957,23) e em
2007 foi igual a R$ (10.027.620,59).
As obrigações exigíveis a longo prazo caíram drasticamente em 2007, o que sinaliza
que as dívidas de longo prazo do ano de 2006 passaram para dívidas de curto prazo em 2007.
Um aspecto positivo é que em 2007 a empresa não contraiu um alto valor de dívidas de longo
prazo.
70
Em relação ao total de dívidas, ou seja, de curto e de longo prazo, a empresa também
não demonstra ter capacidade de arcar com estes compromissos. Enquanto que em 2007 o
Ativo Circulante mais o Realizável a longo prazo era de R$ 11.126.965,73, o Exigível Total
foi de R$ 23.719.010,23. Em 2006, o Ativo Circulante mais o Realizável a longo prazo foi
igual a R$ 5.929.609,86 e o Exigível total igual a R$ 19.031.219,19.
Verifica-se que os capitais de terceiros têm grande participação no Passivo, nos dois
anos analisados, mas principalmente em 2007. O valor do Capital de Giro Próprio – CGP –
evidencia que em ambos os anos o Ativo Permanente é financiado não só por capitais
próprios, mas também por capitais de terceiros. Em 2006 o CGP foi igual a R$
(13.101.609,33) e em 2007 igual a R$ (12.592.044,51). Ou seja, a situação do Capital de Giro
Próprio é deficitária na empresa, pois como o Ativo Permanente é financiado em parte por
capital de terceiros, não há sobra de recursos próprios para aplicar no Ativo Circulante.
Em 2007, o Patrimônio Líquido teve uma ligeira redução em relação a 2006, sendo
que o Capital Social Integralizado e as Reservas permaneceram intactas. A conta
“Lucros/Prejuízos Acumulados” aumentou em 2007, devido ao fato de o prejuízo do exercício
de 2006 ter sido bem significativo. Os produtos em depósito tiveram drástica redução em
2007.
3.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício
A tabela 03 expõe a Demonstração do Resultado do Exercício de 2006 e de 2007 da
empresa, bem como sua análise vertical e horizontal:
71
Tabela 03: Análise Vertical e Horizontal da DRE.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM 31 DE DEZEM BRO DE 2007 E 2006
D R E
DESCRIÇÃO 31.12.2006 Análise Vertical
Análise Horiz.
31.12.2007 Análise Vertical
Análise Horiz.
RECEITA OPERAC. BRUTA 15.053.921,04 - 100,0% 17.030.966,84 - 113,13% Receitas c/ vendas - M.Interno 13.913.604,36 - 100,0% 10.673.438,75 - 76,71%
Receitas c/ vendas - M.Externo 1.017.836,68 - 100,0% 5.589.994,85 - 549,20%
Receitas c/ serviços 122.480,00 - 100,0% 767.533,24 - 626,66% - ( - ) DEDUÇÃO DA RECEITA OP. BRUTA 77.207,55 - 100,0% 126.043,24 - 163,25%
Devol. s/ vendas - M.Interno 1.557,90 - 100,0% 48.600,00 - 3119,58%
Devol. s/ vendas - M.Externo - - -
Tributos s/ receitas - M.Interno 49.479,87 - 100,0% 5.394,42 - 10,90%
Tributos s/ receitas - M.Externo - - -
Tributos s/ receitas de serviços 26.169,78 - 100,0% 72.048,82 - 275,31%
RECEITA OPERAC. LÍQUIDA 14.976.713,49 100,00% 100,0% 16.904.923,60 100,00% 112,87% ( - ) CUSTOS DAS VENDAS E SERVIÇOS 12.672.999,63 84,62% 100,0% 12.471.953,54 73,78% 98,41%
Com vendas - M.Interno 12.002.542,54 80,14% 100,0% 6.375.160,10 37,71% 53,12%
Com vendas - M.Externo 670.457,09 4,48% 100,0% 5.457.373,67 32,28% 813,98%
Com serviços - 639.419,77 3,78%
RESULTADO OP. BRUTO 2.303.713,86 15,38% 100,0% 4.432.970,06 26,22% 192,43%
( - ) DESPESAS OPERAC. 3.786.226,49 25,28% 100,0% 4.761.257,26 28,16% 125,75%
Despesas administrativas 1.767.038,71 11,80% 100,0% 2.189.425,45 12,95% 123,90%
Despesas com Comercialização 810.410,59 5,41% 100,0% 1.053.125,97 6,23% 129,95%
Despesas c/ pessoal 1.067.739,49 7,13% 100,0% 1.284.386,13 7,60% 120,29%
Despesas indedutíveis 684,64 0,00% 100,0% 2.587,52 0,02% 377,94%
Despesas tributárias 140.353,06 0,94% 100,0% 231.732,19 1,37% 165,11%
RESULTADO FINANCEIRO 805.622,57 5,38% 100,0% 248.742,93 1,47% 30,88% Receitas financeiras 942.495,19 6,29% 100,0% 701.521,16 4,15% 74,43%
( - ) Despesas financeiras (793.510,55) -5,30% 100,0% (639.468,27) -3,78% 80,59%
Outras receitas operacionais 659.718,80 4,40% 100,0% 190.533,61 1,13% 28,88%
(-) Outras despesas operacionais (3.080,87) -0,02% 100,0% (3.843,57) -0,02% 124,76%
RESULTADO OP. LÍQUIDO (676.890,06) -4,52% 100,0% (79.544,27) -0,47% 11,75%
RESULTADO NÃO OPERAC. 5.983,65 0,04% 100,0% (16.171,77) -0,10% -270,27%
Receitas não operacionais 10.727,19 0,07% 100,0% 85.000,00 0,50% 792,38%
( - ) Despesas não operacionais 4.743,54 0,03% 100,0% (101.171,77) -0,60% -2132,83%
RESULTADO ANTES DA PROV. DOS IMPOSTOS (670.906,41) -4,48% 100,0% (95.716,04) -0,57% 14,27%
Provisão para imposto de renda - -
Continua...
72
Conclusão... Provisão para contrib. social - -
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (670.906,41) -4,48% 100,00% (95.716,04) -0,57% 14,27%
Fonte: Adaptado do Departamento Contábil da Agro Industrial São Luiz LTDA.
As Receitas Operacionais Brutas foram 13,13% maiores em 2007 do que em 2006,
sendo que as vendas ao mercado interno diminuíram e as vendas ao mercado externo
aumentaram significativamente. As Receitas provenientes de serviços também tiveram um
grande aumento.
As devoluções sobre vendas ao mercado interno aumentaram extraordinariamente em
2007. Os tributos sobre receitas no mercado interno tiveram uma redução, devido à queda da
receita no mercado interno e aos benefícios tributários já vistos na fundamentação teórica. Os
tributos sobre serviços aumentaram, já que o faturamento também aumentou. Portanto, a
Receita Operacional Líquida em 2007 foi 12,87% maior do que em 2006.
Em relação aos custos das vendas, verifica-se que estes diminuíram em 2007.
Enquanto que em 2006 eles representavam 84,62% do faturamento, em 2007 representaram
73,78%. Os custos das vendas ao mercado interno eram maiores em 2006. Já os custos com
vendas ao mercado externo aumentaram muito em 2007, devido também ao aumento
considerável no faturamento.
Enquanto que o Resultado Operacional Bruto em 2006 representava 15,30% do
faturamento bruto, em 2007 representou 26,03%.
As Despesas Operacionais aumentaram 25,75% em relação a 2006, sendo que todas
as despesas aumentaram quase na mesma proporção, exceto as Despesas Indedutíveis, que
tiveram aumento de 277,94% de 2006 para 2007. O Resultado Financeiro em 2006 era mais
significativo do que em 2007, uma vez que o item que mais teve queda foi “Outras Receitas
Operacionais”.
O Resultado Operacional Líquido foi melhor em 2007, apesar de ser negativo, é bem
menos negativo do que em 2006. Os Resultados não operacionais em 2006 eram positivos,
enquanto que em 2007 foram negativos, pelo fato de as Despesas não operacionais terem sido
superiores às Receitas não operacionais.
O Resultado antes da provisão dos impostos é o mesmo que o Resultado Líquido do
Exercício e embora tenha sido negativo, foi melhor do que em 2006.
A partir desta análise verifica-se que, apesar de o ano de 2007 ter fechado com
prejuízo, o resultado foi muito mais negativo no ano anterior, mesmo com pouca variação do
73
faturamento. Provavelmente, os custos das vendas foram os maiores responsáveis por esta
evolução, já que em 2006 representavam 84,62% do faturamento e 73,78% em 2007, o que
fez com que o Resultado Operacional Bruto fosse maior para cobrir as despesas operacionais.
Relacionando a DRE com o Balanço Patrimonial, percebe-se que as vendas tanto de
2006 como de 2007 foram bem inferiores ao Ativo Total, o que indica que o Ativo girou
muito pouco pelo valor das vendas. Como houve prejuízo em ambos os anos, não houve
rentabilidade nem do capital próprio, nem do investimento total.
Outro ponto relevante é que o valor dos estoques aumentou muito em 2007 e as
vendas não aumentaram proporcionalmente, indicando que foi adquirido e estocado muito
mais do que a empresa teve capacidade de vender.
3.2.3 Índices da Análise de Balanços
A seguir serão apresentados os resultados encontrados através da análise de balanços,
bem como a avaliação destes resultados e quais seriam os índices desejados. Primeiramente
será apresentado o quadro 05, sobre a análise da liquidez, em seguida o quadro 06, sobre a
estrutura de capital e então a análise da rentabilidade, com o quadro 07.
Quadro 05: Análise da Liquidez Análise da Liquidez 2007 2006 Análise Índice
Desejado
Liquidez Imediata 0,05 0,01
Apesar de as Disponibilidades e o Ativo Circulante terem aumentado
em 2007, a liquidez imediata continua insatisfatória, já que para R$1,00 de dívida a curto prazo, a
empresa dispõe R$ 0,05 de Disponibilidades.
Quanto maior, melhor.
Liquidez Corrente 0,49 0,88
Para cada R$1,00 de Passivo circulante, a empresa possuía em
2006 R$ 0,88 de Ativo Circulante. Em 2007, a situação piorou, já que há apenas R$ 0,49 de Ativo Circulante
para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante.
Quanto maior, melhor.
Continua...
74
Conclusão...
Capital Circulante Líquido – CCL
-10.027.620,59 -634.957,23
Este valor confirma o índice anterior. Se em 2006 a existência de CCL já era negativo, em 2007 piorou ainda
mais.
Quanto maior, melhor.
Liquidez Seca 0,31 0,75
Este índice também detecta insatisfação da situação financeira da
empresa, sendo que em 2007 aumentaram-se consideravelmente o
valor dos estoques.
Quanto maior, melhor.
Liquidez Geral 0,47 0,31
Para cada R$1,00 de compromissos de curto e longo prazo, a empresa
possuía R$ 0,31 em 2006 e R$ 0,47 em 2007, sinalizando uma evolução
positiva, no entanto, ainda insatisfatória.
Quanto maior, melhor.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Quadro 06: Análise da Estrutura de Capital Análise da
Estrutura de Capital
2007 2006 Análise Índice Desejado
Participação de Capitais de
Terceiros s/ os recursos totais
49,54% 43,96%
Indica que em 2007, 49,54% do Ativo Total foi financiado com capital de
terceiros, sendo que aumentou pouco em relação a 2006.
Quanto menor, melhor.
Participação de Capitais de
Terceiros no P.L. 0,98 0,78
Em 2007 a participação de capital de terceiros no patrimônio líquido
aumentou em relação a 2006. Como o índice está próximo de 1,00, indica grande dependência de recursos de
terceiros.
Quanto menor, melhor.
Composição do Endividamento
82,78% 27,32%
Em 2007, 82,78% das obrigações foram de curto prazo e em 2006 apenas 27,32%. Percebe-se um aumento
significativo de obrigações de curto prazo e redução de obrigações de longo
prazo.
Quanto menor, melhor.
Grau de Imobilização dos Capitais Próprios
1,52 1,54
Situação bastante insatisfatória já que o ativo permanente não é financiado
apenas por capital próprio, mas também por capitais de terceiros.
Menor que 1,00 e quanto menor, melhor.
Imobilização dos Recursos Não
Correntes 130% 98%
A Imobilização dos Recursos não correntes aumentou em 2007, sendo maior que 100%, o que significa que não há nenhuma parcela de Recursos
não correntes destinados ao Ativo Circulante.
Menor que
100% e quanto menor, melhor.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
75
Quadro 07: Análise da Rentabilidade Análise da
Rentabilidade 2007 2006 Análise Índice Desejado
Giro do Ativo 0,36 0,34
Tanto em 2006, quanto em 2007, a empresa apresentou Giro do Ativo
baixo, o que significa que há poucas chances de cobrir as despesas com uma
boa margem de lucro.
Quanto maior, melhor.
Margem Líquida -0,01 -0,04
Como nos dois exercícios analisados houve Prejuízo ao invés de Lucro, a Margem Líquida é negativa, ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas, em 2007, a empresa teve R$ 0,01 de
prejuízo e em 2006, R$ 0,04.
Quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Investimento
Total -0,002 -0,02
Não há rentabilidade sobre o investimento total nos dois anos
analisados.
Quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Capital Próprio
-0,004 -0,03 Não há remuneração do capital próprio
em ambos os casos.
Quanto maior, melhor.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Estes índices revelam a situação financeira bastante deficitária na empresa analisada.
Além de não possuir bons índices de liquidez, apresenta alto grau de dívidas de curto prazo
em 2007, bem como elevado índice de participação de capitais de terceiros. Em relação ao
Ativo Permanente, foi possível verificar que o capital próprio está altamente imobilizado e
que não há sobra para aplicações no Ativo Circulante.
Em relação à Rentabilidade, os índices mostraram-se muito insatisfatórios, revelando
que além de a empresa trabalhar sem margem, também não teve rentabilidade nenhuma em
ambos os anos.
3.2.4 Análise de Custos, Volumes e Lucros
A partir da tabela 04, pode-se avaliar a relação Custo, Volume e Lucro, com o
cálculo da Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de segurança. Sendo que:
76
• Custos Variáveis Totais = Custo das Vendas + tributos
• Margem de Contribuição Total = Receita total - Custos Variáveis Totais
• Custos e Despesas Fixos = Despesas Operacionais
• Ponto de Equilíbrio em Receitas = Custos e Despesas Fixos / Índice da margem de
Contribuição
• Margem de Segurança = (Receita Total – Receita no Ponto de Equilíbrio) / Receita
Total
Tabela 04: Análise de Custos Volumes e Lucros. Análise de Custos, Volume e
Lucro 2006 % 2007 %
Receita Total 15.053.921,04 100,00% 17.030.966,84 100,00%
Custos Variáveis Totais 12.748.649,28 84,69% 12.549.396,78 73,69%
Margem de Contribuição Total 2.305.271,76 15,31% 4.481.570,06 26,31%
Custos/Despesas Fixos 3.786.226,49 25,15% 4.761.257,26 27,96%
Ponto de Equilíbrio em receitas 24.724.874,35 18.093.840,65
Margem de segurança -64,24% -6,24% Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Para que a empresa operasse com lucro zero em 2006, ela deveria ter faturado R$
24.724.874,35, enquanto que faturou apenas R$ 15.053.921,04. Como seus custos variáveis
foram bem elevados, sua margem de contribuição de 15,31% foi insuficiente para cobrir os
custos fixos, que representaram 25,15% da Receita Total e, consequentemente, sua margem
de segurança foi bastante negativa.
Em 2007, apesar de os resultados ainda não se mostrarem positivos, foram melhores
que os do ano anterior. Seu faturamento no ponto de equilíbrio deveria ser igual a R$
18.093.840,65, sendo que na realidade foi igual a R$ 17.030.966,84. Apesar de a margem de
contribuição de 26,31% não ter sido suficiente para arcar com os custos fixos – 27,96% da
receita - percebe-se uma evolução em relação ao ano de 2006. O mesmo vale para a margem
de segurança, que mesmo negativa, foi bem melhor que em 2006. Um aspecto negativo é que
os Custos/Despesas Fixos aumentaram em 2007.
77
3.2.5 Resultados de 2007.
A partir deste tópico serão apresentadas as Demonstrações do Resultado do Exercício
consolidado e também por filiais. As análises serão feitas apenas em relação ao ano de 2007.
3.2.5.1 Resultados Consolidado
A tabela 05 expõe a Demonstração do Resultado do Exercício Consolidado do ano de
2007.
Tabela 05: DRE Consolidado AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Geral Receitas Operacionais Brutas 17.030.966,84 Receita com Vendas - Mercado Interno 10.673.438,75 Receita com vendas - Mercado Externo 5.589.994,85 Receita com Serviços 767.533,24 (-) Dedução das Receitas Brutas 126.043,24 Devoluções 48.600,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 77.443,24 Tributos sobre Receitas 5.394,42 Tributos sobre Serviços 72.048,82 Receitas Operacionais Líquidas 16.904.923,60 (-) Custos Diretos das Vendas 12.471.953,54 Custos sobre venda - mercado interno 6.375.160,10 Custos sobre venda - mercado externo 5.457.373,67 Custos sobre serviços 639.419,77 Resultado Operacional Bruto 4.432.970,06 (-) Despesas Operacionais 4.761.257,26 Despesas Administrativas 2.189.425,45 Despesas com Comercialização 1.053.125,97 Continua...
78
Conclusão... Despesas com pessoal 1.284.386,13 Despesas Indedutíveis 2.587,52 Despesas Tributárias 231.732,19 Resultado Financeiro 248.742,93 Receitas Financeiras 701.521,16 (-) Despesas Financeiras 639.468,27 Outras Receitas Operacionais 190.533,61 (-) Outras Despesas Operacionais 3.843,57 Resultado Operacional Líquido -79.544,27 Resultado Não Operacional -16.171,77 Receitas Não Operacionais 85.000,00 (-) Despesas Não Operacionais 101.171,77 Resultado antes da Provisão -95.716,04 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -95.716,04 Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Embora o faturamento de 2007 ter sido bastante significativo, o resultado líquido foi
de prejuízo. Apesar de ser uma empresa aberta há cerca de quinze anos, ela ficou muito tempo
inativa, e foi a partir de 2005 que começou a ganhar mais força e agora ela está se preparando
para aumentar o faturamento.
Uma dificuldade que a empresa encontrou no ano de 2007 foi a burocracia junto ao
Ministério da Agricultura para registrar os fertilizantes que pretendia produzir e
comercializar, limitando também o faturamento.
A partir da tabela 06 é possível verificar a participação que cada produto teve no
faturamento total de 2007.
Tabela 06: Participação dos produtos na receita total Produtos Quantidade em Kg Valor em R$ Participação na Receita
Produtos Agrícolas Feijão 320.860,00 227.466,00 1,34% Milho Comércio 6.000.000,00 1.723.712,76 10,12% Milho Agricultura 278.949,00 51.326,62 0,30% Soja Comércio 15.326.367,00 8.310.515,39 48,80% Soja Agricultura 2.479.960,00 944.483,76 5,55% Total 11.257.504,53 66,10% Continua...
79
Conclusão... Insumos Semente de Feijão 312,00 27.934,00 0,16% Total 27.934,00 0,16% Adubos e Fertilizantes Adubos e Fertilizantes 15.229.600,00 4.977.995,07 29,23% Total 4.977.995,07 29,23% Serviços Serviços 767.533,24 4,51% Total 767.533,24 4,51% Total Geral 17.030.966,84 100,00% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Verifica-se que os produtos agrícolas tiveram a maior participação no faturamento,
sendo que a soja foi responsável por pouco mais da metade do faturamento total da empresa.
Os adubos e fertilizantes foram o segundo produto mais significativo.
O gráfico 01 permite uma melhor visualização da tabela anterior, demonstrando a
participação dos grupos de produtos na receita total da empresa.
66,10%0,16%
29,23%
4,51%
Produtos Agrícolas Insumos Adubos e Fertilizantes Serviços
Gráfico 01: Participação dos grupos de produtos na Receita total de 2007. Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Percebe-se que os produtos agrícolas foram os responsáveis por mais da metade do
faturamento. Os adubos e fertilizantes foram o segundo grupo mais significativo. Os serviços
e insumos tiveram baixa participação no faturamento.
O gráfico 02 representa a participação de cada produto no faturamento da empresa:
80
1,34%
10,12%
0,30%
48,80%
5,55%
0,16%
29,23%
4,51%
Feijão Milho Comércio Milho Agricultura
Soja Comércio Soja Agricultura Semente de Feijão
Adubos e Fertilizantes Serviços
Gráfico 02: Participação de cada produto na Receita total de 2007. Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Os produtos mais vendidos foram a soja comercial, os adubos e fertilizantes e o
milho comercial. A semente de feijão teve a participação mais insignificante de todos os
produtos.
A partir da tabela 07 é possível analisar a participação na receita das três atividades
desenvolvidas pela empresa no ano em questão, bem como seu resultado no período.
Tabela 07: Participação das atividades no faturamento total.
Atividade Receita Participação na Receita
Resultado
Comércio 11.206.417,14 65,80% -1.278.199,99 Indústria 4.090.239,32 24,02% 1.720.397,78 Agricultura 1.734.310,38 10,18% -537.913,83 Total 17.030.966,84 100,00% -95.716,04 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Pode-se perceber que o comércio teve a maior participação na receita da empresa no
ano de 2007. No entanto, apresentou resultado negativo, bem como a agricultura. A indústria
foi o único segmento que apresentou resultado positivo.
O gráfico 03 permite a visualização do percentual que cada atividade apresentou em
relação ao faturamento total.
81
Participação de cada atividade no faturamento de 2007.
65,80%
24,02%
10,18%
Comércio Indústria Agricultura
Gráfico 03: Participação de cada atividade em 2007. Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
O comércio corresponde por mais da metade da participação no faturamento. A
indústria teve participação considerável e a agricultura teve pouca participação nas receitas
totais.
3.2.5.2 Resultados por unidades
A seguir, serão apresentadas as Demonstrações do Resultado do Exercício de 2007
da matriz e de cada filial da empresa. Conforme já foi mencionado anteriormente, a empresa
não apresenta sua DRE por filial, mas de forma consolidada. Para se chegar a este resultado,
foi necessário rastrear os lançamentos e separar o que era concernente a cada filial.
A Demonstração de Resultado da Matriz pode ser visualizada na tabela 08.
82
Tabela 08: DRE da Matriz. AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 576.186,74 Despesas Administrativas 297.194,44 Despesas com pessoal 148.963,40 Despesas Indedutíveis 919,37 Despesas Tributárias 129.109,53 Resultado Financeiro -151.947,69 Receitas Financeiras 106.723,83 (-) Despesas Financeiras 214.237,52 Outras Receitas Operacionais 26.277,38 (-) Outras Despesas Operacionais 70.711,38 Resultado Operacional Líquido -728.134,43 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -728.134,43 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -728.134,43 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A matriz não teve operações de compra e de venda em 2007. Na verdade, ela apenas
deu suporte às operações das filiais. Por isso, seus custos fixos foram rateados entre as filiais,
para análise de custos, volumes e lucros, utilizando-se o critério da participação nos
custos/despesas fixos de cada filial no consolidado.
83
Sendo que o total de custos/despesas fixos Matriz é de R$ 576.186,74 e o total de
custos/despesas fixos Geral é de R$ 4.761.257,26, buscou-se o percentual de custos/ despesas
fixos de cada filial em relação ao total geral menos os custos fixos da matriz, ou seja, R$
4.185.070,52. A partir deste percentual, foi atribuído a cada filial o custo fixo proporcional da
matriz, como mostra a tabela 09.
Tabela 09: Rateio de Custos / Despesas da Matriz para Análise de custos, volumes e lucros.
Rateio de Custos/Despesas da
Matriz
Custos/Despesas Fixos
Percentual Adicional da Matriz
Custos/Despesas Fixos Totais
Almirante 1.201.244,44 28,70% 165.383,38 1.366.627,82
Brasnorte Agrícola 565.407,75 13,51% 77.843,48 643.251,23
Brasnorte Comercial 59.433,57 1,42% 8.182,62 67.616,19
Canarana 45.439,51 1,09% 6.255,96 51.695,47
Marmeleiro 988.212,74 23,61% 136.053,88 1.124.266,62
Xanxerê 2.797,88 0,07% 385,2 3.183,08
Paranaguá 1.322.534,63 31,60% 182.082,22 1.504.616,85
Total 4.185.070,52 100,00% 576.186,74 4.761.257,26 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
As Despesas Operacionais podem ser consideradas como fixas e indiretas. As
Despesas Administrativas são devidas a Aluguel das salas comerciais; Auditoria e
Consultoria; Brindes e Doações; Cartórios; Conservação e Manutenção de Veículos;
Contribuições a Entidades de Classe; Correio; Depreciação; Despesas com comunicação, com
informática e com veículos; Despesas Diversas; Honorários Contábeis; Energia Elétrica;
Impostos e Taxas; Material de Expediente e de Limpeza; Seguros; Serviços de Terceiros e
Viagens.
No item Despesas com Pessoal, incluem-se aí gastos com salários, férias,
gratificações, INSS, FGTS, aviso-prévio indenizado e pró-labore. As Despesas Indedutíveis
são as multas de trânsito que ocorreram no período. Nas Despesas Tributárias estão inclusos
gastos com IPTU, ITR (Imposto Territorial Rural), IPVA, Alvará, CPMF e Contribuição
Social.
Analisando o Resultado Financeiro, percebe-se que este é negativo, devido às
Receitas Financeiras, de descontos obtidos, variações monetárias ativas e de aplicações
financeiras serem menores que as despesas financeiras, como juros de mora, CPMF, despesas
bancárias e variações monetárias passivas. As Outras Receitas Operacionais, provenientes de
84
Recuperação de despesas, foram menores que as Outras Despesas Operacionais, originadas de
impostos sobre outras receitas operacionais.
Portanto, a matriz teve um prejuízo de R$ 728.134,43.
A DRE de Almirante Tamandaré - indústria de adubos e fertilizantes - pode ser
analisada a partir da tabela 10.
Tabela 10: DRE de Almirante Tamandaré
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$
Descrição Indústria
Análise Vertical
Receitas Operacionais Brutas 4.090.239,32 - Copermix Granulado 845.773,24 - Adubos de Base 3.244.466,08 - (-) Dedução das Receitas Brutas 21.822,42 - Devoluções 19.200,00 - Copermix Granulado - Adubos de Base 19.200,00 - Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 2.622,42 - Copermix Granulado 584,02 - Adubos de Base 2.038,40 - Receitas Operacionais Líquidas 4.068.416,90 100,00% (-) Custos Diretos das Vendas 1.147.712,11 28,21% Copermix Granulado 286.099,91 7,03% Adubos de Base 861.612,20 21,18% Resultado Operacional Bruto 2.920.704,79 71,79% (-) Despesas Operacionais 1.201.244,44 29,53% Despesas Administrativas 611.070,26 15,02% Despesas com Comercialização 320.979,90 7,89% Despesas com pessoal 265.908,83 6,54% Despesas Indedutíveis 476,61 0,01% Despesas Tributárias 2.808,84 0,07% Resultado Financeiro 937,43 0,02% Receitas Financeiras 1.974,71 0,05% (-) Despesas Financeiras 1.071,91 0,03% Outras Receitas Operacionais (-) Outras Despesas Operacionais -34,63 0,00% Continua...
85
Conclusão... Resultado Operacional Líquido 1.720.397,78 42,29% Resultado Não Operacional 0,00 0,00% Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão 1.720.397,78 42,29% Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período 1.720.397,78 42,29% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Analisando esta Demonstração de Resultado, percebe-se que os adubos de base
tiveram a maior participação na receita. Em relação aos tributos incidentes, no caso do
Copermix Granulado, incidiu ICMS sobre a venda no valor de R$ 584,02 e no caso dos
adubos de base incidiu também o ICMS no valor de R$ 2.038,40. Tais impostos são
considerados custos variáveis.
Em relação aos Custos Diretos sobre as vendas, incluem-se aí a matéria-prima
necessária para a industrialização, fretes e impostos de compra, também considerados como
custos variáveis.
As Despesas Operacionais podem ser classificadas como fixas e indiretas. As
Despesas Administrativas são compostas por Assessoria Jurídica; Assistência Médica;
Cartórios; Combustíveis e Lubrificantes para os veículos, uma vez que a maior parte das
máquinas é elétrica; Conservação e manutenção de máquinas e equipamentos, de veículos, de
instalações e de móveis e utensílios; Correios; Depreciação total; Despesas com comunicação
e informática; Energia elétrica utilizada no escritório e na área industrial; Marketing;
Manutenção das balanças para pesagem; Material de limpeza e de expediente; Serviços de
Terceiros e de Vigilância e Viagens. A energia elétrica e a depreciação poderiam ser
apropriadas diretamente aos produtos, no entanto, não houve nenhum sistema de medição na
empresa neste período.
As Despesas com Comercialização são formadas por Classificação e Análise das
matérias-primas; Fretes para comercialização; Pedágio e Publicidade e Propaganda.
No item Despesas com Pessoal, incluem-se aí gastos com salários, férias,
gratificações, horas extras, INSS, FGTS, Descanso Semanal Remunerado, Indenizações
Trabalhistas, Participação nos lucros, despesas médicas, aviso prévio indenizado. Estes gastos
também podem ser classificados como fixos e indiretos. A mão-de-obra poderia ser
86
apropriada diretamente aos produtos, mas assim como a energia elétrica e a depreciação, não
houve medição.
As Despesas Indedutíveis são as multas de trânsito que ocorreram no período. Nas
Despesas Tributárias estão inclusos gastos com IPTU, IPVA, ICMS, Alvará e Contribuições
aos Sindicatos.
Ao analisar o Resultado financeiro, percebe-se que este é positivo, devido às
Receitas Financeiras, de descontos obtidos serem maiores que as despesas financeiras - juros
de mora e CPMF.
O Resultado Líquido indica um lucro bastante significativo para a empresa, na
verdade foi a filial que mais deu resultado positivo à empresa. No entanto, esta filial foi
fechada no início de 2008, por dificuldades em controlar a indústria, já que ficava longe
fisicamente dos proprietários e também não existia alguém de confiança para administrar o
negócio. Outro motivo foi que se acreditou ser mais rentável apenas revender adubos e
fertilizantes do que produzi-los.
A tabela 11 expõe a Análise de Custos, Volumes e Lucros da filial.
Tabela 11: Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto. Tipo Adubos Copermix Total
Unidade Kg Kg Kg Quantidade 10.216.220,00 3.861.880,00 14.078.100,00 Receita Total 3.244.466,08 845.773,24 4.090.239,32 Participação na Receita 79,32% 20,68% 100,00% Custos Variáveis Totais 863.650,60 286.683,93 1.150.334,53 Custos Variáveis Unitários 0,08 0,07 Margem de Contribuição Total 2.380.815,48 559.089,31 2.939.904,79 Índice da Margem de Contribuição 73,38% 66,10% 71,88% % da Margem de Contribuição Total 80,98% 19,02% 100,00% PV Unitário 0,32 0,22 Margem de Contribuição Unitária 0,23 0,14 Custos Fixos 1.084.038,68 282.589,15 1.366.627,82 Ponto de Equilíbrio Contábil receitas 1.477.278,16 427.492,23 1.901.365,95 Ponto de Equilíbrio Contábil quantidade 4.651.674,05 1.951.969,67 6.603.643,72 Margem de Segurança 54,47% 49,46% 53,51% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A filial apresentou boa margem de contribuição para cobrir os custos fixos e ainda
gerar uma boa parcela de lucro aos proprietários. Como vendeu R$ 2.188.873,37 acima do
87
ponto de equilíbrio, teve margem de segurança de 53,51%. Ambos os produtos tiveram bons
resultados.
OBS: Os custos fixos de cada produto foram rateados proporcionalmente ao percentual que
cada um representou na Receita.
A tabela 12 traz a DRE de Brasnorte – Agrícola, a única filial com atividade agrícola
da empresa.
Tabela 12: DRE de Brasnorte – Agrícola. AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Agricultura Análise Vertical
Receitas Operacionais Brutas 1.734.310,38 - Produtos Agrícolas 995.810,38 - Milho 51.326,62 - Soja 944.483,76 - Serviços 738.500,00 - (-) Dedução das Receitas Brutas 71.449,32 - Devoluções - Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 71.449,32 - Serviços 71.449,32 - Receitas Operacionais Líquidas 1.662.861,06 100,00% (-) Custos Diretos das Vendas 1.530.729,94 92,05% Produtos Agrícolas 914.444,54 54,99% Milho 47.421,33 2,85% Soja 867.023,21 52,14% Serviços 616.285,40 37,06% Resultado Operacional Bruto 132.131,12 7,95% (-) Despesas Operacionais 565.407,75 34,00% Despesas Administrativas 1.043.685,57 62,76% Outras Despesas Agrícolas -676.757,52 -40,70% Despesas com Comercialização 4.020,00 0,24% Despesas com pessoal 135.610,29 8,16% Despesas Indedutíveis 191,54 0,01% Despesas Tributárias 58.657,87 3,53% Continua...
88
Conclusão... Resultado Financeiro -87.866,89 -5,28% Receitas Financeiras 68.280,38 4,11% (-) Despesas Financeiras 376.811,73 22,66% Outras Receitas Operacionais 223.425,00 13,44% (-) Outras Despesas Operacionais 2.760,54 0,17% Resultado Operacional Líquido -521.143,52 -31,34% Resultado Não Operacional -16.770,31 -1,01% Receitas Não Operacionais 65.000,00 3,91% (-) Despesas Não Operacionais 81.770,31 4,92% Resultado antes da Provisão -537.913,83 -32,35% Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -537.913,83 -32,35% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A partir desta Demonstração de Resultado, percebe-se que a soja teve a maior
participação na receita. Em relação aos tributos incidentes – PIS e Cofins - estes se referem
apenas aos serviços. Tais impostos são considerados custos variáveis dos serviços. Os
produtos agrícolas não foram tributados, pelo fato de terem sido comercializados dentro do
estado, não incidindo ICMS e também por ter a alíquota de PIS e Cofins igual a zero,
conforme a lei exposta na fundamentação teórica.
Em relação aos Custos Diretos sobre as vendas, incluem-se aí a matéria-prima
necessária para o plantio (sementes e fertilizantes), fretes e impostos de compra, considerados
como custos variáveis.
As Despesas Operacionais são considerados fixas e indiretas. As Despesas
Administrativas são compostas por Assessoria Jurídica; Cartórios; Combustíveis e
Lubrificantes para as máquinas agrícolas; Conservação e manutenção de máquinas e
equipamentos, veículos, instalações e móveis e utensílios; Contribuição a entidades de classe;
Correios; Depreciação total; Despesas com comunicação, informática e fotográficas;
Honorários Contábeis; Despesas com veículos; Energia elétrica utilizada no escritório;
Despesas com licenciamento de software; Impostos e Taxas eventuais, como as taxas pagas
para solicitação de negativas e de documentos, bem como para registros de produtos no
Ministério da Agricultura; Manutenção das balanças para pesagem; Material de limpeza e de
expediente; Refeições; Serviços de Terceiros; Seguros e Viagens. A depreciação poderia ser
89
apropriada diretamente aos produtos, no entanto, a empresa não realizou nenhum sistema de
medição.
As Outras Despesas Agrícolas referem-se à calagem e adubação e também a outras
despesas agrícolas em geral. Este item é negativo, pois destas despesas agrícolas é deduzido
um valor de Transferência para cultura em formação. Portanto, são despesas a serem
incorporadas na atividade agrícola. Este item reduz o valor das Despesas Operacionais.
As Despesas com Comercialização são formadas por Fretes utilizados para
comercialização.
No item Despesas com Pessoal, incluem-se aí gastos com salários, férias,
gratificações, horas extras, INSS, FGTS, Descanso Semanal Remunerado, Indenizações
Trabalhistas, Participação nos lucros, despesas médicas, aviso prévio indenizado. A mão-de-
obra poderia ser apropriada diretamente aos produtos, mas assim como a Depreciação, não
houve medição. A recuperação de despesas e encargos sociais se refere à renegociação de um
contrato de prestação de serviços, aonde foram estornadas algumas parcelas.
As Despesas Indedutíveis são as multas de trânsito que ocorreram no período. Nas
Despesas Tributárias estão inclusos gastos com Taxas e Emolumentos, ITR, ICMS, Alvará,
Fethab – contribuição paga ao estado do Mato Grosso para melhoria na infra-estrutura - e
Contribuições aos Sindicatos.
Analisando o Resultado financeiro, percebe-se que este é negativo, devido às
Receitas Financeiras, de descontos obtidos e juros recebidos serem menores que as despesas
financeiras, como juros de mora, juros sobre financiamento, descontos concedidos. As Outras
Receitas Operacionais foram procedentes de Arrendamento Agrícola.
O resultado não operacional é negativo, pelo fato de as Receitas não Operacionais,
originadas da venda do ativo fixo, serem menores que as Despesas não operacionais (custos
das vendas do ativo fixo).
Então, a filial teve prejuízo líquido de R$ 537.913,83. No ano de 2007 a empresa
tinha um limite de importação muito pequeno e sem poder importar grande parte da matéria-
prima utilizada na fazenda, a empresa se viu obrigada a produzir menos. Em 2008, este
obstáculo já foi superado junto a Receita Federal. O processo foi deferido, pois a empresa
possui um patrimônio relevante que pode arcar com valores de importação maiores.
A análise de custos, volumes e lucro da filial mostra uma situação bastante crítica,
conforme tabela 13.
90
Tabela 13: Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto. Tipo Milho Soja Serviços Total
Unidade Kg Kg Quantidade 278.949,00 2.479.960,00 2.758.909,00
Receita Total 51.326,62 944.483,76 738.500,00 1.734.310,38 Participação na Receita 2,96% 54,46% 42,58% 100,00%
Custos Variáveis Totais 47.421,33 867.023,21 687.734,72 1.602.179,26 Custos Variáveis Unitários 0,17 0,35 Margem de Contribuição Total 3.905,29 77.460,55 50.765,28 132.131,12 Índice da Margem de Contribuição 7,61% 8,20% 6,87% 7,62% % da Margem de Contribuição Total 2,96% 58,62% 38,42% 100,00% PV Unitário 0,18 0,38 Margem de Contribuição Unitária 0,01 0,03 Custos Fixos 19.036,91 350.306,58 273.907,74 643.251,23 Ponto de Equilíbrio Contábil receitas 250.199,16 4.271.321,03 3.984.630,13 8.443.107,75 Ponto de Equilíbrio Contábil quantidade 1.359.777,92 11.215.338,75 12.575.116,67
Margem de Segurança -387,46% -352,24% -439,56% -386,83%
Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Como a filial faturou R$ 6.708.797,37 abaixo do seu ponto de equilíbrio, teve
margem de segurança negativa. Em relação à margem de contribuição, esta foi muito baixa
para cobrir os custos fixos. Os dois produtos vendidos tiveram desempenho semelhante, bem
como os serviços.
A DRE de Marmeleiro, filial de atividade comercial, pode ser visualizada com a
tabela 14.
Tabela 14: DRE de Marmeleiro AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Análise Vertical
Receitas Operacionais Brutas 3.507.102,29 - Produtos Agrícolas 2.571.699,30 - Soja 2.344.233,30 - Feijão 227.466,00 - Insumos 27.934,00 - Semente de Feijão 27.934,00 - Adubos e Fertilizantes 887.485,75 - Serviços 19.983,24 - Continua...
91
Conclusão... (-) Dedução das Receitas Brutas 32.771,50 - Devoluções 29.400,00 - Feijão 29.400,00 - Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 3.371,50 - Feijão 2.772,00 - Serviços 599,50 - Receitas Operacionais Líquidas 3.474.330,79 100,00% (-) Custos Diretos das Vendas 2.388.059,18 68,73% Produtos Agrícolas 1.521.904,89 43,80% Soja 1.115.542,87 32,11% Feijão 406.362,02 11,70% Insumos 21.562,29 0,62% Semente de Feijão 21.562,29 0,62% Adubos e Fertilizantes 828.043,06 23,83% Serviços 16.548,94 0,48% Resultado Operacional Bruto 1.086.271,61 31,27% (-) Despesas Operacionais 988.212,74 28,44% Despesas Administrativas 119.258,41 3,43% Despesas com Comercialização 702.882,71 20,23% Despesas com pessoal 133.735,81 3,85% Despesas Tributárias 32.335,81 0,93% Resultado Financeiro -19.624,14 -0,56% Receitas Financeiras 11.667,51 0,34% (-) Despesas Financeiras 30.489,55 0,88% Outras Receitas Operacionais 2,28 0,00% (-) Outras Despesas Operacionais 804,38 0,02% Resultado Operacional Líquido 78.434,73 2,26% Resultado Não Operacional 0,00 0,00% Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão 78.434,73 2,26% Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período 78.434,73 2,26% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Analisando esta Demonstração de Resultado, percebe-se que a soja teve a maior
participação na receita. Em relação aos tributos incidentes, no caso do Feijão, incidiu ICMS
92
de R$ 2.772,00 e no caso dos Serviços Prestados (Administração de Negócios de Terceiros),
incidiu ISS de R$ 599,50. Tais impostos são considerados custos variáveis.
Em relação aos Custos Diretos sobre as vendas, incluem-se aí a compra dos produtos
para a revenda, fretes e impostos, considerados como custos variáveis. O Feijão teve um custo
bem superior ao seu valor de venda por ter acontecido um acidente com dois caminhões em
2007, sendo que a empresa teve perda parcial desta mercadoria e a contabilidade incorporou
estes gastos ao seu custo.
As Despesas Operacionais são consideradas fixas e indiretas. As Despesas
Administrativas são compostas por Auditoria e Consultoria; Combustíveis e Lubrificantes
para as máquinas; Conservação e manutenção de máquinas e equipamentos, veículos,
instalações; Depreciação total; Despesas com comunicação; Despesas com armazenagem do
estoque para a revenda; Energia elétrica utilizada no escritório e nos armazéns; Impostos e
Taxas; Manutenção das balanças para pesagem; Material de expediente e Viagens.
As Despesas com Comercialização são Classificação e Análise das matérias-primas;
Fretes utilizados para comercialização e Pedágio. As Despesas com Pessoal são gastos com
salários, férias, gratificações, horas extras, INSS, FGTS, adicional noturno. Nas Despesas
Tributárias estão inclusos gastos com IPTU, ICMS, Alvará, CPMF, INSS - Funrural - e Taxas
e Emolumentos.
Analisando o Resultado financeiro, percebe-se que este é negativo, devido às
Receitas Financeiras, de descontos obtidos, aplicações financeiras e juros recebidos serem
menores que as despesas financeiras, como juros de mora, CPMF, despesas bancárias e
descontos concedidos.
O Resultado Líquido do Período fechou com lucro de R$ 78.434,73.
A partir da tabela 15 é possível verificar a Análise de Custos, Volumes e Lucros da
filial.
93
Tabela 15: Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto.
Soja Feijão Insumos Adubos e
Fertilizantes Serviços Total
Unidade Kg Kg Kg Kg Quantidade 4.112.690,00 320.860,00 312,00 1.151.500,00 4.433.550,00 Receita Total 2.344.233,30 227.466,00 27.934,00 887.485,75 19.983,24 3.507.102,29
Participação na Receita 66,84% 6,49% 0,80% 25,31% 0,57% 100,00% Custos Variáveis Totais 1.115.542,87 409.134,02 21.562,29 828.043,06 17.148,44 2.391.430,68 Custos Variáveis Unitários
0,27 1,28 69,11 0,72
Margem de Contribuição Total
1.228.690,43 -181.668,02 6.371,71 59.442,69 2.834,80 1.115.671,61
Índice da Margem de Contribuição
52,41% -79,87% 22,81% 6,70% 14,19% 31,81%
% Vertical 110,13% -16,28% 0,57% 5,33% 0,25% 100,00% PV Unitário 0,57 0,71 89,53 0,77 Margem de Contribuição Unitária
0,30 -0,57 20,42 0,05
Custos Fixos 751.487,42 72.918,44 8.954,76 284.500,00 6.406,00 1.124.266,62 Ponto de Equilíbrio Contábil receitas
1.433.771,91 -91.300,97 39.258,27 4.247.615,58 3.534.120,61
Ponto de Equilíbrio Contábil quantidade
2.515.389,32 -128.787,72 438,48 5.511.220,15
Margem de Segurança 38,84% -40,54% -378,61% -0,77%
Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A análise de custos, volumes e lucros aponta que o feijão foi o produto que mais
contribuiu negativamente para o resultado da filial, já que teve margem de contribuição
negativa, pois os custos foram maiores que o preço de venda. Os adubos e fertilizantes
também tiveram desempenho insatisfatório, sendo que os custos variáveis foram bem
elevados, prejudicando assim a margem de contribuição.
A Soja foi o único produto com margem de contribuição suficiente para cobrir os
custos fixos. Além disso, faturou acima do ponto de equilíbrio, tendo uma margem de
segurança de 38,84%.
Apesar do resultado líquido do período ter sido de lucro, a partir desta análise, a filial
faturou R$ 27.018,32 a menos que o seu ponto de equilíbrio, apresentando margem de
segurança negativa de 0,77%. Isso, pois parte dos custos fixos da matriz foram incorporados
às filiais para esta análise.
A Demonstração de Resultado do Exercício de Paranaguá pode ser visualizada com a
tabela 16.
94
Tabela 16: DRE de Paranaguá AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Análise Vertical
Receitas Operacionais Brutas 7.699.044,85 - Produtos Agrícolas 7.689.994,85 - Milho (mercado externo) 1.723.712,76 - Soja 5.966.282,09 - Soja (mercado interno) 2.100.000,00 - Soja (mercado externo) 3.866.282,09 - Serviços 9.050,00 - (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 - Devoluções 0,00 - Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 0,00 - Receitas Operacionais Líquidas 7.699.044,85 100,00% (-) Custos Diretos das Vendas 7.405.264,51 96,18% Produtos Agrícolas 7.398.679,08 96,10% Milho 1.883.262,07 24,46% Soja 5.515.417,01 71,64% Soja (mercado interno) 1.941.305,41 25,21% Soja (mercado externo) 3.574.111,60 46,42% Serviços 6.585,43 0,09% Resultado Operacional Bruto 293.780,34 3,82% (-) Despesas Operacionais 1.322.534,63 17,18% Despesas Administrativas 688.658,67 8,94% Despesas com Comercialização 25.243,36 0,33% Despesas com pessoal 600.167,80 7,80% Despesas Indedutíveis 1.000,00 0,01% Despesas Tributárias 7.464,80 0,10% Resultado Financeiro 149.297,68 1,94% Receitas Financeiras 157.890,17 2,05% (-) Despesas Financeiras 8.319,54 0,11% Outras Receitas Operacionais 40,33 0,00% (-) Outras Despesas Operacionais 313,28 0,00% Resultado Operacional Líquido -879.456,61 -11,42% Resultado Não Operacional 0,00 0,00% Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Continua...
95
Conclusão... Resultado antes da Provisão -879.456,61 -11,42% Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -879.456,61 -11,42% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A soja teve a maior participação na receita e parte desta venda foi destinada ao
mercado externo. O milho foi exportado em sua totalidade. Como grande parte destas vendas
foi destinada ao mercado externo, não houve tributos. Em relação à parte das vendas
destinadas ao mercado interno, não houve tributos pelo fato de o PIS e a Cofins terem a
alíquota igual a zero e não ter ocorrido incidência de ICMS.
A matéria-prima necessária para a comercialização, os fretes e os impostos compõem
os Custos Diretos sobre as vendas e são considerados como custos variáveis. O milho teve um
custo maior que o seu preço de venda, pelo fato de a empresa ter fechado contratos de venda
com preços pré-fixados e na data da efetivação o valor de venda estava abaixo dos custos,
gerando assim um prejuízo.
As Despesas Operacionais são gastos fixos e indiretos. As Despesas Administrativas
são compostas por Água e Esgoto; Aluguéis pagos a alguns funcionários; Assessoria Jurídica;
Cartórios; Conservação e manutenção de instalações e móveis e utensílios; Correios;
Depreciação total; Despesas com comunicação; Honorários Contábeis; Despesas com
armazenagem e com importação; Energia elétrica utilizada no escritório e nos armazéns;
Imunização de armazéns; Impostos e Taxas; Material de Trabalho; Serviços de Terceiros e
Seguros.
São classificadas como Despesas com Comercialização, Classificação e Análise das
matérias-primas; Fretes utilizados para comercialização; Publicidade e Propaganda e
Comissões sobre as vendas pagas a outras empresas parceiras.
No item Despesas com Pessoal, incluem-se aí gastos com salários, férias, horas
extras, adicional noturno, INSS, FGTS, Descanso Semanal Remunerado, Participação nos
lucros, despesas médicas, aviso prévio indenizado.
As Despesas Indedutíveis são as multas de trânsito que ocorreram no período. Nas
Despesas Tributárias estão inclusos gastos com IPTU, ICMS, Alvará e Contribuições aos
Sindicatos.
96
Analisando o Resultado financeiro, percebe-se que este é positivo, devido às Receitas
Financeiras, de descontos obtidos e de variações monetárias ativas serem maiores que as
despesas financeiras, como juros de mora, descontos concedidos e variações cambiais
passivas. As Outras Receitas Operacionais ocorreram por uma recuperação de despesas, mas
foram menores que as Outras Despesas Operacionais.
Esta filial, portanto, fechou com prejuízo de R$ 879.456,61.
A análise de custos, volumes e lucros da filial é demonstrada na tabela 17.
Tabela 17: Análise de Custos, Volumes e Lucro da Filial e por produto. Tipo Milho Soja Serviços Total
Unidade Kg Kg Quantidade 6.000.000,00 11.213.677,00 17.213.677,00 Receita Total 1.723.712,76 5.966.282,09 9.050,00 7.699.044,85 Participação na Receita 22,39% 77,49% 0,12% 100,00% Custos Variáveis Totais 1.883.262,07 5.515.417,01 6.585,43 7.405.264,51 Custos Variáveis Unitários 0,31 0,49 Margem de Contribuição Total -159.549,31 450.865,08 2.464,57 293.780,34 Índice da Margem de Contribuição -9,26% 7,56% 27,23% 3,82% % da Margem de Contribuição Total -54,31% 153,47% 0,84% 100,00% PV Unitário 0,29 0,53 Margem de Contribuição Unitária -0,03 0,04 Custos Fixos 336.863,51 1.165.984,71 1.768,63 1.504.616,85 Ponto de Equilíbrio Contábil receitas -3.639.350,92 15.429.435,49 6.494,49 39.431.204,23 Ponto de Equilíbrio Contábil quantidade -12.668.065,12 28.999.752,83 Margem de Segurança -158,61% 28,24% -412,16% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Esta análise revela que a filial faturou R$ 31.732.159,38 a menos que o seu ponto de
equilíbrio, uma vez que a sua margem de contribuição foi extremamente baixa para arcar com
os custos fixos. Apenas os serviços apresentaram margem de segurança positiva. O milho
apresentou situação ainda mais crítica que a soja, pois seus custos variáveis foram maiores
que o seu preço de venda, ou seja, não teve margem de contribuição.
Estas filiais apresentadas foram as que tiveram movimentação no ano de 2007,
portanto a tabela 18 traz a análise vertical destas para melhor visualização:
97
Tabela 18: Análise Vertical das Filiais com Movimento. Análise Vertical das Filiais com Movimento
Descrição Almirante
Tamandaré Brasnorte Agrícola
Marmeleiro Paranaguá Consolidado
Receitas Operacionais Brutas - - - - - (-) Dedução das Receitas Brutas - - - - - Devoluções - - - - - Tributos - - - - - Receitas Operacionais Líquidas 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% (-) Custos Diretos das Vendas 28,21% 92,05% 68,73% 96,18% 73,78% Resultado Operacional Bruto 71,79% 7,95% 31,27% 3,82% 26,22% (-) Despesas Operacionais 29,53% 34,00% 28,44% 17,18% 28,16% Despesas Administrativas 15,02% 62,76% 3,43% 8,94% 12,95% Outras Despesas Agrícolas -40,70% Despesas com Comercialização 7,89% 0,24% 20,23% 0,33% 6,23% Despesas com pessoal 6,54% 8,16% 3,85% 7,80% 7,60% Despesas Indedutíveis 0,01% 0,01% 0,01% 0,02% Despesas Tributárias 0,07% 3,53% 0,93% 0,10% 1,37% Resultado Financeiro 0,02% -5,28% -0,56% 1,94% 1,47% Receitas Financeiras 0,05% 4,11% 0,34% 2,05% 4,15% (-) Despesas Financeiras 0,03% 22,66% 0,88% 0,11% 3,78% Outras Receitas Operacionais 0,00% 13,44% 0,00% 0,00% 1,13% (-) Outras Despesas Operacionais 0,00% 0,17% 0,02% 0,00% 0,02% Resultado Operacional Líquido 42,29% -31,34% 2,26% -11,42% -0,47% Resultado Não Operacional 0,00% -1,01% 0,00% 0,00% -0,10% Receitas Não Operacionais 3,91% 0,50% (-) Despesas Não Operacionais 4,92% 0,60% Resultado antes da Provisão 42,29% -32,35% 2,26% -11,42% -0,57% Provisão para Imposto de Renda Provisão para Contribuição Social
Resultado Líquido do Período 42,29% -32,35% 2,26% -11,42% -0,57% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Analisando esta tabela fica bem visível que Almirante Tamandaré foi a única filial
que apresentou resultado satisfatório. Marmeleiro teve resultado positivo, mas pouco
significativo. Brasnorte Agrícola foi a filial que apresentou o pior resultado em relação à sua
receita e Paranaguá também teve resultado bem insatisfatório.
98
Em relação aos custos das vendas, Almirante Tamandaré tem os menores custos e
assim, uma margem de contribuição razoável para cobrir os custos fixos e gerar lucro aos
proprietários. A seguir, Marmeleiro tem o segundo custo mais baixo, gerando margem
suficiente para arcar com as despesas fixas e gerar uma pequena parcela de lucro.
Brasnorte e Paranaguá, em especial, possuem custo de venda muito elevado. Então, o
Resultado Operacional Bruto mostra-se insuficiente para cobrir as despesas e
conseqüentemente ocorre o prejuízo.
A partir do gráfico abaixo é possível verificar a participação destas filiais no
faturamento total da empresa:
24,02%
10,18%
20,59%
45,21%
Almirante Tamandaré Brasnorte Agrícola Marmeleiro Paranaguá
Gráfico 04: Participação no faturamento das principais filiais Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Paranaguá foi a filial que teve o faturamento mais significativo e as menores
Despesas Operacionais. No entanto, o custo das vendas foi extremamente elevado, ou seja,
96,18%. Portanto, este custo alto foi o principal motivo do resultado negativo.
Almirante Tamandaré é a segunda filial com maior participação no faturamento e
tem os menores custos de vendas. Apresentou resultado bastante satisfatório. Porém, em 2008
a empresa não poderá contar com seu resultado, já que a filial foi vendida no início do ano.
Marmeleiro foi a terceira filial com mais participação na receita, apresentou custos
de vendas e despesas operacionais razoáveis e um lucro pouco significativo.
Brasnorte Agrícola faturou menos que as outras filiais, além de ter alto custo de
vendas e em relação às outras filiais. As Despesas Operacionais tiveram maior participação
em seu faturamento em relação às outras.
99
O que se pode concluir diante desta análise é que o custo das vendas é o maior
responsável pelo resultado negativo ou positivo das filiais. Já que Almirante Tamandaré teve
os menores custos de vendas e o melhor resultado e Brasnorte e Paranaguá tiveram custos de
vendas superiores a 90% e geraram prejuízo.
A seguir, serão apresentadas as Demonstrações do Resultado do Exercício de 2007
das filiais que tiveram pouca ou nenhuma participação no faturamento. Algumas delas foram
abertas e ainda não começaram a comercializar, mas tiveram despesas em 2007. A tabela 19
demonstra o resultado de Brasnorte - Comercial.
Tabela 19: DRE de Brasnorte - Comercial AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 270,00 Adubos e Fertilizantes 270,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 270,00 (-) Custos Diretos das Vendas 187,80 Adubos e Fertilizantes 187,80 Resultado Operacional Bruto 82,20 (-) Despesas Operacionais 59.433,57 Despesas Administrativas 58.694,57 Despesas Tributárias 739,00 Resultado Financeiro Líquido -925,40 Receitas Financeiras 7.607,62 (-) Despesas Financeiras 8.533,02 Outras Receitas Operacionais (-) Outras Despesas Operacionais Resultado Operacional Líquido -60.276,77 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -60.276,77 Continua...
100
Conclusão... Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -60.276,77 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Esta filial apresentou uma receita bastante insignificante, de apenas R$ 270,00 da
venda de adubos e fertilizantes. Apesar disso, teve as despesas fixas, como as despesas
administrativas, compostas por gastos com Correios, Cartórios, Depreciação das máquinas
agrícolas, Energia Elétrica, Honorários Contábeis e Manutenção das balanças para a pesagem.
Nas despesas tributárias, houve apenas gastos com o Alvará.
O Resultado Financeiro Líquido é negativo, pelo fato de os juros recebidos terem
sido menores que os juros de mora e os descontos concedidos. Então, houve prejuízo de R$
60.276,77.
A tabela 20 expõe a DRE de Canarana.
Tabela 20: DRE de Canarana AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 45.439,51 Despesas Administrativas 45.005,07 Despesas Tributárias 434,44 Resultado Financeiro 358.876,94 Receitas Financeiras 347.376,94 (-) Despesas Financeiras 0,00 Outras Receitas Operacionais 11.500,00 (-) Outras Despesas Operacionais 0,00 Continua...
101
Conclusão... Resultado Operacional Líquido 313.437,43 Resultado Não Operacional 598,54 Receitas Não Operacionais 20.000,00 (-) Despesas Não Operacionais 19.401,46 Resultado antes da Provisão 314.035,97 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período 314.035,97 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Esta filial apresenta situação bastante semelhante com a Brasnorte Comercial, porém,
não teve receita nenhuma. Suas despesas administrativas são compostas por Assessoria
Jurídica, Cartórios, Depreciação, Honorários Contábeis e Impostos e Taxas. Entre as despesas
tributárias houve apenas gasto com IPVA.
O Resultado Financeiro foi bastante positivo, já que houve apenas Receitas
Financeiras, provenientes de Descontos obtidos. As Outras Receitas Operacionais se
originaram de arrendamento agrícola.
O Resultado não operacional também foi positivo, devido às vendas do ativo fixo
terem superado os custos destas vendas. Apesar de não ter Receitas Operacionais Brutas, esta
filial teve Resultado Líquido positivo, devido às Receitas Financeiras e às Outras Receitas
Operacionais.
O resultado da filial de Xanxerê pode ser analisado a partir da tabela 21.
Tabela 21: DRE de Xanxerê AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É
31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Continua...
102
Conclusão... Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 2.797,88 Despesas Administrativas 2615,98 Despesas Tributárias 181,90 Resultado Financeiro -5,00 Receitas Financeiras 0,00 (-) Despesas Financeiras 5,00 Outras Receitas Operacionais 0,00 (-) Outras Despesas Operacionais 0,00 Resultado Operacional Líquido -2.802,88 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -2.802,88 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00 Resultado Líquido do Período -2.802,88 Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Esta filial não teve receitas. Seus gastos fixos se originam das Despesas
Operacionais. As Despesas Administrativas são gastos como Cartórios, Despesas com
Comunicação, Honorários Contábeis, Despesas com veículos, Impostos e Taxas e Material de
Expediente. No item Despesas Tributárias, houve gastos com alvará e Taxas e Emolumentos.
O Resultado financeiro é negativo, pois há apenas Despesas Financeiras, a título de juros de
mora. Portanto, esta filial fechou com prejuízo de R$ 2.802,88.
3.2.6 Resumo das análises
A análise de balanços revelou uma situação financeira crítica em ambos os anos e
com retrocesso de alguns índices em 2007, como o CCL, a Liquidez Corrente, a Liquidez
Seca, a participação de capitais de terceiros, a composição do endividamento e a imobilização
dos recursos não correntes. Os índices que apresentaram uma evolução positiva em 2007
103
foram a Liquidez Imediata, a Liquidez Geral e a Rentabilidade como um todo. O CGP teve
pouca evolução em 2007, ainda estando bastante negativo no ano.
Enquanto que os custos das vendas diminuíram em 2007, as Despesas Operacionais
aumentaram, prejudicando assim o resultado final. Apesar de 2007 ter sido um ano com
resultados ainda insatisfatórios, houve uma evolução em relação ao ano de 2006, em relação à
margem de contribuição e de segurança e ao ponto de equilíbrio.
Fazendo uma análise geral de todas as filiais apresentadas e comparando-as, percebe-
se que o resultado entre elas é muito diferente, conforme mostra a tabela 22.
Tabela 22: Resumo do Resultado das Filiais Unidades Faturamento % Resultado %
Paranaguá 7.699.044,85 45,21% -879.456,61 -11,42% Almirante Tamandaré 4.090.239,32 24,02% 1.720.397,78 42,29% Marmeleiro 3.507.102,29 20,59% 78.434,73 2,26% Brasnorte Agrícola 1.734.310,38 10,18% -537.913,83 -32,35% Brasnorte Comercial 270,00 0,00% -60.276,77 - Matriz - 0,00% -728.134,43 - Canarana - 0,00% 314.035,97 - Xanxerê - 0,00% -2.802,88 - Total 17.030.966,84 100,00% -95.716,04 -0,57% Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
A partir desta tabela é possível observar que Paranaguá foi a filial que mais faturou,
participando com 45,21% da receita total, mas ao mesmo tempo apresentou o pior resultado.
Almirante Tamandaré foi a filial com melhor resultado e Marmeleiro também teve resultado
positivo, mas bem menor que Almirante Tamandaré. Brasnorte – Agrícola teve péssimo
resultado.
A matriz não teve receitas e as suas despesas geraram um resultado bastante
negativo. Dentre as outras filiais que não tiveram movimento ou movimento insignificante
apenas Canarana apresentou um resultado positivo, devido às Receitas Financeiras e às Outras
Receitas Operacionais.
Portanto, Almirante Tamandaré, Marmeleiro e Canarana foram as filiais que
atribuíram resultado positivo à empresa. No entanto, os resultados negativos das demais filiais
foram maiores e no geral a empresa fechou com prejuízo.
A tabela 23 apresenta uma comparação entre os custos fixos e variáveis, bem como a
margem de contribuição das filiais.
104
Tabela 23: Resumo da Margem de Contribuição das Filiais
Unidades Faturamento Custos
Variáveis % M.C.
Custos/Despesas Fixos
%
Paranaguá 7.699.044,85 7.405.264,51 96,18% 3,82% 1.322.534,63 17,18%
Almirante Tamandaré 4.090.239,32 1.150.334,53 28,12% 71,88% 1.201.244,44 29,37%
Marmeleiro 3.507.102,29 2.391.430,68 68,19% 31,81% 988.212,74 28,18%
Brasnorte Agrícola 1.734.310,38 1.602.179,26 92,38% 7,62% 565.407,75 32,60%
Brasnorte Comercial 270,00 187,80 - - 59.433,57 -
Matriz 0 - - - 576.186,74 -
Canarana 0 - - - 45.439,51 -
Xanxerê 0 - - - 2.797,88 -
Total 17.030.966,84 12.549.396,78 73,69% 26,31% 4.761.257,26 27,96%
Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
Ao analisar esta tabela, percebe-se que a margem de contribuição total da empresa de
26,31% não foi suficiente para cobrir os custos fixos, que representam 27,96% da receita
total. Marmeleiro e Almirante Tamandaré tiveram margem de contribuição superior aos seus
custos e despesas fixos, com destaque de Almirante Tamandaré. Já Paranaguá e Brasnorte
Agrícola apresentaram margem de contribuição extremamente baixa e insuficiente para arcar
com os custos e despesas fixos.
A partir da tabela 24 é possível analisar a margem de contribuição por produtos:
Tabela 24: Comparação da Margem de Contribuição dos Produtos Filiais Produtos M.C.
Adubos 73,38% Almirante Tamandaré Copermix 66,10%
Milho 7,61% Brasnorte
Soja 8,20% Soja 52,41% Feijão -79,87% Insumos 22,81%
Marmeleiro
Adubos e Fertilizantes 6,70% Milho -9,26%
Paranaguá Soja 7,56%
Fonte: Elaborado pelo Autor com base nos dados da pesquisa.
105
Analisando os produtos comercializados pelas filiais, os Adubos e o Copermix
vendidos por Almirante Tamandaré tiveram as melhores margens de contribuição. Em
seguida, a Soja comercializada por Marmeleiro teve margem de contribuição favorável. Os
insumos apresentaram margem de contribuição relevante e os demais produtos tiveram
margem de contribuição ou menor que 10% ou negativa. O Feijão comercializado em
Marmeleiro teve a margem de contribuição mais desfavorável.
A Soja foi comercializada por três filiais, ou seja, Marmeleiro, Paranaguá e
Brasnorte. Como o preço de venda de Paranaguá e de Marmeleiro é bem semelhante, ou seja,
cerca de R$ 0,54/kg, então ou os custos variáveis destas filiais foram bem diferentes ou houve
algum erro de lançamento dos custos variáveis, já que a margem de contribuição deste
produto é 52,41% em Marmeleiro e 7,56% em Paranaguá. Em Brasnorte-Agrícola, o preço de
venda da soja foi em média R$ 0,38/kg, o que sugere ou que o preço de venda foi muito
baixo, ou que os custos variáveis foram muito altos para ter a margem de contribuição de
apenas 8,20%. Então, a soja apresentou resultados positivos apenas em Marmeleiro.
Em relação ao Milho, seu preço de venda em Brasnorte foi de R$ 0,18/kg e sua
margem de contribuição de apenas 7,61%. Em Paranaguá, o preço de venda do milho foi de
R$ 0,29/kg e como os custos variáveis foram maiores que o preço de venda, sua margem de
contribuição foi negativa. Portanto, o milho não se mostrou um produto rentável em
Paranaguá e em Brasnorte apresentou resultado bem irrelevante.
3.3 Sugestões
A partir da análise dos resultados, fica evidente que a empresa encontra-se em
situação financeira bastante preocupante. Apresentou prejuízo tanto em 2006, quanto em
2007, apesar de 2007 ter sido um ano melhor em relação a ponto de equilíbrio, margem de
contribuição, margem de segurança, rentabilidade e liquidez imediata e geral.
Como a empresa não possui capital para quitar suas dívidas de curto prazo, sugere-se
que ela busque contrair menos dívidas de curto prazo, ou que, ao menos, tenha capital
suficiente para arcar com estas dívidas. O ideal é que a empresa sempre busque ter Capital
Circulante Líquido positivo.
106
Além disso, possui o Patrimônio Líquido menor que o Ativo Permanente, ou seja,
também não possui Capital de Giro Próprio. Sugere-se então que a empresa busque aumentar
o valor de seu Patrimônio Líquido e que injete capital próprio ou ainda de terceiros, via
financiamentos de longo prazo, para que consiga saldar suas dívidas e dar fôlego financeiro à
organização.
Outra questão é que os custos das vendas estão muito altos em algumas filiais - como
Paranaguá e Brasnorte Agrícola - além de as despesas operacionais terem aumentado em
2007, não sobrando margem para cobri-las, nem para gerar resultado positivo. Sugere-se que
a empresa busque reduzir os custos variáveis e os custos fixos, bem como aumentar seu
faturamento.
Na empresa não há uma medida de apropriação de custos, o que pode distorcer o
verdadeiro custo dos produtos, no caso da indústria e da agricultura. Custo de mão-de-obra,
energia elétrica e depreciação, por exemplo, não foram considerados para compor o custo dos
produtos na indústria de Almirante Tamandaré, nem da fazenda de Brasnorte. Então, sugere-
se que seja implantando um sistema adequado de medição de custos, o que pode beneficiar a
empresa em descobrir a proporção de cada custo para cada produto ou atividade.
Outra deficiência encontrada foi em relação à forma como os lançamentos contábeis
são inseridos no sistema, pois muitas vezes, estes não obedecem nenhum critério, e algumas
vezes, alguns lançamentos são classificados erroneamente, como aconteceu com a conta
“Adiantamentos de Clientes” que teve seu valor trocado com a conta “Financiamentos” de
curto prazo.
No caso da filial Marmeleiro, pode-se observar que o custo do produto é maior do
que o seu preço de venda. Isso, pois, como houve um acidente com dois caminhões que
transportavam a mercadoria, esta perda parcial foi integrada ao custo do produto. Sugere-se
que a empresa tenha mais cuidado nestas situações, pois esta perda deveria ter sido lançada
nas perdas e não no custo dos produtos.
Também foi verificado que o sistema utilizado pela empresa possui ferramentas de
gestão, no módulo “gerencial”, mas este não é utilizado. Na verdade, não é realizado nenhum
estudo nem análise gerencial na empresa. Sugere-se que a empresa passe a alimentar este
módulo do sistema, para que possa ter informações gerenciais precisas e imediatas. Mas cabe
salientar que é necessário que os lançamentos contábeis sejam realizados de forma correta e
integrada para que as informações gerenciais sejam confiáveis. Para isso, sugere-se que as
pessoas que realizam os lançamentos sejam submetidas a um treinamento que as
conscientizem do cuidado necessário ao se lançar os dados no sistema.
107
A empresa até então não tinha como hábito analisar seu resultado por filial, mas
apenas o resultado consolidado. Sugere-se que a empresa passe a analisar também cada filial
separadamente e compará-las às outras, para então descobrir qual delas é a mais lucrativa,
qual provoca mais despesas e custos e qual é a mais deficitária. Esta análise, se tivesse sido
realizada antes da venda de Almirante Tamandaré, talvez tivesse evitado sua venda.
108
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo principal analisar as principais demonstrações
contábeis – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício – para identificar
os principais motivos que levaram a Agro Industrial São Luiz LTDA ao resultado negativo no
exercício de 2007. A pesquisa limitou-se à análise gerencial destas demonstrações, através da
análise de balanços e da análise de custos, volumes e lucros. Como a empresa não tinha o
hábito de analisar seu resultado por filiais, buscou-se identificar a Demonstração do Resultado
do Exercício de cada uma delas para verificar qual contribuía mais ou menos para o resultado
da empresa como um todo.
Para isto, a contabilidade forneceu as demonstrações contábeis analisadas e também
foi necessário levantar dados através do sistema da empresa para levantar os resultados por
filiais. Entrevistas informais foram essenciais para detectar informações relevantes. Através
dos dados obtidos, foi possível alcançar os objetivos específicos, aonde se verificou que a
empresa trabalha com uma margem de contribuição muito apertada (apesar de ser melhor do
que o ano anterior) e insuficiente para cobrir os custos fixos, os quais aumentaram em relação
ao ano anterior ao da pesquisa. A empresa teria ou que trabalhar com custos variáveis
menores ou então aumentar seu faturamento para que consiga ter um resultado positivo e
satisfatório.
Através da análise por filiais foi possível concluir que a filial que mais contribuía
positivamente para o resultado da empresa – Almirante Tamandaré - foi vendida. Então agora
fica a dúvida de como ficará o resultado da empresa sem a contribuição desta filial, uma vez
que as outras filiais apresentaram desempenho extremamente insatisfatório, em especial
Paranaguá.
Com relação aos produtos, os adubos e o Copermix, produzidos e comercializados
por Almirante Tamandaré, apresentaram a melhor margem de contribuição para a empresa.
Em seguida, a Soja comercializada por Marmeleiro apresentou um bom resultado também. Os
demais produtos não contribuíram significativamente para o resultado positivo da empresa.
A análise de balanços permitiu uma visualização mais clara da situação financeira da
empresa, aonde se verificou que a empresa não tem capital para cobrir suas obrigações e ainda
não tem capital próprio para financiar totalmente seu Ativo Permanente. Então na inexistência
109
de Capital Circulante Líquido e de Capital de Giro Próprio, foi detectada a situação financeira
deficitária da organização.
Além disso, a empresa utilizou parte de seu capital para aplicar em outra empresa do
grupo, sendo que com este valor, a empresa teria dado liquidez à sua estrutura financeira e a
sua situação financeira certamente não estaria tão insatisfatória. No entanto, cabe a empresa
avaliar se a decisão mais acertada seria investir em outra empresa do grupo ou melhorar a sua
própria situação.
A metodologia adotada para a realização deste trabalho foi adequada com os
objetivos propostos, aonde se pôde chegar às informações e as tratar de forma que os
resultados fossem facilmente encontrados.
Para realizar a primeira parte da pesquisa, ou seja, a análise das demonstrações
contábeis de 2006 e de 2007, bem como a análise de balanços e de custos, volumes e lucros,
não foram encontrados problemas para a obtenção de dados. Porém, para se chegar ao
resultado por filial foi um pouco complicado, pois apesar de a empresa ter a maior parte dos
dados no sistema separados por filiais, foi necessário rastrear alguns dados e separar o que era
concernente a cada filial, já que nem sempre os lançamentos contábeis eram feitos
obedecendo ao critério de separação por filial. Por isso, sabe-se que pode haver uma pequena
margem de erro nos resultados, entretanto estima-se que estes erros não afetam de forma
significativa os resultados.
Contudo, esta dificuldade teve um aspecto positivo, pois no decorrer do rastreamento
dos dados a empresa percebeu a relevância de ter os resultados separados por filiais, já que
permite uma análise mais clara de quanto cada filial contribui para a empresa. Pode-se
considerar que esta pesquisa foi extremamente importante para a empresa, pois além de
revelar a sua situação financeira insatisfatória, detectou em que filiais estão os maiores
problemas e assim fica mais fácil de encontrar soluções. Outra questão foi que a empresa
reconheceu a importância do controle gerencial e não apenas do controle fiscal.
Para o acadêmico, este estudo permitiu além do conhecimento teórico, um grande
conhecimento prático e da rotina da empresa. Para a universidade esta pesquisa contribui para
a base de dados de pesquisa.
O ponto de destaque do trabalho foi ao detalhar os resultados da empresa por filial,
quando foi descoberto que Almirante Tamandaré era a filial que mais dava lucro. Isso foi uma
surpresa, pois se acreditava que esta filial gerava ou prejuízo ou um resultado irrelevante. E
este foi um dos motivos que a empresa vendeu esta unidade. Então, conclui-se que a
organização realmente não fez um estudo de custos detalhado para a venda da filial.
110
Outro ponto importante foi que se percebeu que a empresa até então trabalhava sem
dar importância ao controle gerencial e mesmo tendo ferramentas para gerar vários relatórios
de cunho gerencial em seu sistema, nunca alimentou estes dados. Verificou-se, também, que
os lançamentos contábeis são realizados sem muitos critérios e muitas vezes, podem distorcer
o resultado da organização.
A partir da análise dos dados coletados e dos resultados encontrados através de todas
as análises propostas pela fundamentação teórica conclui-se que a empresa se encontra em
grande dificuldade financeira. Para que a empresa reverta esta situação, é fundamental que
algumas mudanças ocorram dentro da mesma, como uma melhor organização dos dados,
separação dos lançamentos por filiais, treinamento das pessoas envolvidas nestes processos.
Além disso, a empresa deve buscar reduzir seus custos fixos e variáveis e aumentar
seu faturamento para que possa ter lucro nos exercícios futuros. A correta administração do
capital próprio e de terceiros também se torna essencial na busca pela recuperação financeira
desta organização.
Este estudo conseguiu identificar os possíveis motivos que levaram a Agro Industrial
São Luiz ao resultado negativo em 2007, mas é importante ressaltar que o estudo limitou-se às
análises de duas importantes demonstrações contábeis através dos principais índices da
análise de balanços e da análise de custos, volumes e lucros. Portanto, acredita-se que pode
haver outros motivos que também foram decisivos para o prejuízo da empresa, mas que não
foram levantados neste trabalho.
111
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114
APÊNDICES
Apêndice I – DRE Detalhada da Matriz.
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$
Descrição Comércio
Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Devoluções 0,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 576.186,74 Despesas Administrativas 297.194,44 Aluguel 35.377,49 Auditoria e Consultoria 56.880,24 Brindes e Doações 170,00 Cartórios 2.402,20 Conservação e Manutenção de Veículos 1.803,70 Contribuição a Entidade de Classe 2.830,23 Correios 1.633,25 Depreciação 76.346,57 Despesas com Comunicação 1.884,69 Honorários Contábeis 11.697,00 Despesas com Informática 26.444,01 Despesas com Veículos 1.905,00 Despesas Diversas 361,88 Energia Elétrica 7.342,32 Impostos e Taxas 2.172,75 Material de Expediente 964,50 Material de Limpeza 1.495,39 Seguros 21.848,78 Serviços de Terceiros 17.700,00 Viagens 25.794,44 Despesas com pessoal 148.963,40 Ordenados e Salários 53.154,05 Férias 8.277,89 Gratificações 8.512,00 Continua...
115
Conclusão... INSS 33.685,05 FGTS 6.403,24 Aviso Prévio Indenizado 1.731,17 Pró-labore 37.200,00 Despesas Indedutíveis 919,37 Multas 919,37 Despesas Tributárias 129.109,53 IPTU 5.819,42 Contribuição Social 99.698,33 ITR 2.854,61 IPVA 2.313,66 CPMF 17.766,39 Alvará 657,12 Resultado Financeiro -151.947,69 Receitas Financeiras 106.723,83 Variações Monetárias Ativas 15.535,45 Descontos Obtidos 91.063,35 Receitas de Aplicações Financeiras 125,03 (-) Despesas Financeiras 214.237,52 Despesas Bancárias 6.266,17 CPMF 18.142,10 Juros de Mora 74.562,81 Variações Monetárias Passivas 115.266,44 Outras Receitas Operacionais 26.277,38 Recuperação de Despesas 26.277,38 (-) Outras Despesas Operacionais 70.711,38 Impostos sobre outras receitas operacionais 70.711,38 Resultado Operacional Líquido -728.134,43 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -728.134,43 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período -728.134,43
116
Apêndice II - DRE Detalhada de Almirante Tamandaré
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Indústria Receitas Operacionais Brutas 4.090.239,32 Copermix Granulado 845.773,24 Adubos de Base 3.244.466,08 (-) Dedução das Receitas Brutas 21.822,42 Devoluções 19.200,00 Copermix Granulado Adubos de Base 19.200,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 2.622,42 Copermix Granulado 584,02 Adubos de Base 2.038,40 Receitas Operacionais Líquidas 4.068.416,90 (-) Custos Diretos das Vendas 1.147.712,11 Copermix Granulado 286.099,91 Adubos de Base 861.612,20 Resultado Operacional Bruto 2.920.704,79 (-) Despesas Operacionais 1.201.244,44 Despesas Administrativas 611.070,26 Assessoria Jurídica 120.640,64 Assistência Médica 664,24 Cartórios 319,11 Combustíveis e Lubrificantes 53.404,72 Conservação e Manutenção de Instalações 120.316,91 Conservação e Manutenção de Máquinas e Equipamentos 163.063,30 Conservação e Manutenção de Móveis e Utensílios 450,00 Conservação e Manutenção de Veículos 9.832,91 Correios 250,86 Depreciação 21.839,63 Despesas com Comunicação 20.192,42 Despesas com Informática 339,00 Energia Elétrica 66.510,01 Marketing 405,00 Manutenção de Balanças 3.548,30 Material de Expediente 775,08 Material de Limpeza 1.121,53 Serviços de Terceiros 27.063,50 Serviços de Vigilância 233,90 Viagens 99,20 Despesas com Comercialização 320.979,90 Continua...
117
Conclusão... Classificação e Análise 900,00 Fretes 283.942,40 Vale Pedágio 35.947,50 Propaganda e Publicidade 190,00 Despesas com pessoal 265.908,83 Ordenados e Salários 135.301,87 Horas Extras 4.081,53 Férias 21.321,96 Gratificações 20.086,52 INSS 51.425,31 FGTS 17.216,88 DSR - Descanso Semanal Remunerado 878,74 Indenizações Trabalhistas 1.850,00 Participação nos lucros 9.221,78 Despesas Médicas 1.486,58 Aviso Prévio Indenizado 3.037,66 Despesas Indedutíveis 476,61 Multas 476,61 Despesas Tributárias 2.808,84 Contribuição Sindical 882,39 IPTU 352,65 ICMS 33,56 IPVA 573,56 Alvará 966,68
Resultado Financeiro 937,43 Receitas Financeiras 1.974,71 Descontos Obtidos 1.974,71 (-) Despesas Financeiras 1.071,91 Juros de Mora 224,70
CPMF 847,21 Outras Receitas Operacionais (-) Outras Despesas Operacionais -34,63 Resultado Operacional Líquido 1.720.397,78 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão 1.720.397,78 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período 1.720.397,78
118
Apêndice III - DRE Detalhada de Brasnorte - Agrícola
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Agricultura Receitas Operacionais Brutas 1.734.310,38 Produtos Agrícolas 995.810,38 Milho 51.326,62 Soja 944.483,76 Serviços 738.500,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 71.449,32 Devoluções Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 71.449,32 Serviços 71.449,32 Receitas Operacionais Líquidas 1.662.861,06 (-) Custos Diretos das Vendas 1.530.729,94 Produtos Agrícolas 914.444,54 Milho 47.421,33 Soja 867.023,21 Serviços 616.285,40 Resultado Operacional Bruto 132.131,12 (-) Despesas Operacionais 565.407,75 Despesas Administrativas 1.043.685,57 Assessoria Jurídica 1.800,00 Cartórios 9.884,50 Combustíveis e Lubrificantes 12.423,41 Conservação e Manutenção de Instalações 202.206,35 Conservação e Manutenção de Máquinas e Equipamentos 125.427,63 Conservação e Manutenção de Móveis e Utensílios 13.004,34 Conservação e Manutenção de Veículos 10.381,15 Contribuição a Entidade de Classe 5.041,35 Correios 36,80 Depreciação 561.117,96 Despesas com Comunicação 6.897,41 Honorários Contábeis 2.548,40 Despesas com Informática 1.571,00 Despesas Fotográficas 16,80 Despesas com Veículos 9.177,30 Despesas Diversas 2.608,05 Energia Elétrica 461,08 Despesas com licenciamento de software 556,14 Impostos e Taxas 37.705,89 Manutenção de Balanças 6.570,00 Continua...
119
Continuação... Material de Expediente 1.043,37 Material de Limpeza 742,76 Refeições 17.548,42 Seguros 10.406,37 Serviços de Terceiros 1.038,66 Viagens 3.470,43 Outras Despesas Agrícolas -676.757,52 Calagem e Adubação 31.829,40 Outras Despesas Agrícolas 700.436,02 (-) Transferência para cultura em formação 1.409.022,94 Despesas com Comercialização 4.020,00 Fretes 4.020,00 Despesas com pessoal 135.610,29 Ordenados e Salários 114.460,73 Horas Extras 37.806,97 Férias 17.711,69
Gratificações 15.077,60 INSS 5.537,10 FGTS 19.703,45 DSR – Descanso Semanal Remunerado 7.606,94 Indenizações Trabalhistas 22.000,00 Participação nos lucros 3.370,06 Despesas Médicas 1.924,50 Aviso Prévio Indenizado 12.611,25 (-) Recuperação de Despesas e Encargos Sociais -122.200,00 Despesas Indedutíveis 191,54 Multas 191,54 Despesas Tributárias 58.657,87 Taxas e Emolumentos 13.000,00 Contribuição Sindical 360,78 ITR 39.727,45 ICMS 871,76 Fethab 3.958,88 Alvará 739,00 Resultado Financeiro -87.866,89 Receitas Financeiras 68.280,38 Juros Recebidos 16.659,17 Descontos Obtidos 51.621,21 (-) Despesas Financeiras 376.811,73 Juros de Mora 136.039,48 Juros Sobre Financiamento 230.115,03 Descontos Concedidos 10.657,22 Outras Receitas Operacionais 223.425,00 Arrendamento Agrícola 223.425,00 (-) Outras Despesas Operacionais 2.760,54 Resultado Operacional Líquido -521.143,52 Resultado Não Operacional -16.770,31 Continua...
120
Conclusão... Receitas Não Operacionais 65.000,00 Vendas do Ativo Fixo 65.000,00 (-) Despesas Não Operacionais 81.770,31 Custos das Vendas do Ativo Fixo 81.770,31 Resultado antes da Provisão -537.913,83 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período -537.913,83
121
Apêndice IV - DRE Detalhada de Marmeleiro
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 3.507.102,29 Produtos Agrícolas 2.571.699,30 Soja 2.344.233,30 Feijão 227.466,00 Insumos 27.934,00 Semente de Feijão 27.934,00 Adubos e Fertilizantes 887.485,75 Serviços 19.983,24 (-) Dedução das Receitas Brutas 32.771,50 Devoluções 29.400,00 Feijão 29.400,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 3.371,50 Feijão 2.772,00 Serviços 599,50 Receitas Operacionais Líquidas 3.474.330,79 (-) Custos Diretos das Vendas 2.388.059,18 Produtos Agrícolas 1.521.904,89 Soja 1.115.542,87 Feijão 406.362,02 Insumos 21.562,29 Semente de Feijão 21.562,29 Adubos e Fertilizantes 828.043,06 Serviços 16.548,94 Resultado Operacional Bruto 1.086.271,61 (-) Despesas Operacionais 988.212,74 Despesas Administrativas 119.258,41 Auditoria e Consultoria 10.684,70 Combustíveis e Lubrificantes 13.240,16 Conservação e Manutenção de Instalações 7.318,00 Conservação e Manutenção de Máquinas e Equipamentos 1.528,00 Conservação e Manutenção de Veículos 365,00 Depreciação 28.731,54 Despesas com Comunicação 6.781,34 Despesas com Armazenagem 391,62 Energia Elétrica 45.530,46 Impostos e Taxas 1.616,57 Manutenção de Balanças 863,80 Material de Expediente 1.920,00 Continua...
122
Conclusão... Viagens 287,22 Despesas com Comercialização 702.882,71 Classificação e Análise 2.809,50 Fretes 657.239,91
Vale Pedágio 42.833,30 Despesas com pessoal 133.735,81 Ordenados e Salários 78.802,89 Horas Extras 140,07 Férias 10.416,54
Gratificações 7.192,80 INSS 25.146,24 FGTS 7.861,34 Adicional Noturno 4.175,93 Despesas Indedutíveis Multas Despesas Tributárias 32.335,81 Taxas e Emolumentos -1.297,25 INSS - FUNRURAL 19.848,07 IPTU 3.640,07 ICMS -926,95 CPMF 10.710,07 Alvará 361,80 Resultado Financeiro -19.624,14 Receitas Financeiras 11.667,51 Juros Recebidos 10.469,51 Descontos Obtidos 1.193,46 Receitas de Aplicações Financeiras 4,54 (-) Despesas Financeiras 30.489,55 Despesas Bancárias 6.291,44 Juros de Mora 154,30 CPMF 24.040,17 Descontos Concedidos 3,64 Outras Receitas Operacionais 2,28 (-) Outras Despesas Operacionais 804,38 Resultado Operacional Líquido 78.434,73 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão 78.434,73 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período 78.434,73
123
Apêndice V - DRE Detalhada de Paranaguá
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 7.699.044,85 Produtos Agrícolas 7.689.994,85 Milho (mercado externo) 1.723.712,76 Soja 5.966.282,09 Soja (mercado interno) 2.100.000,00 Soja (mercado externo) 3.866.282,09 Serviços 9.050,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Devoluções 0,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 0,00
Receitas Operacionais Líquidas 7.699.044,85 (-) Custos Diretos das Vendas 7.405.264,51 Produtos Agrícolas 7.398.679,08 Milho (mercado externo) 1.883.262,07 Soja 5.515.417,01 Soja (mercado interno) 1.941.305,41 Soja (mercado externo) 3.574.111,60 Serviços 6.585,43 Resultado Operacional Bruto 293.780,34 (-) Despesas Operacionais 1.322.534,63 Despesas Administrativas 688.658,67 Água e Esgoto 2.482,54 Aluguel 30.240,00 Assessoria Jurídica 2.410,00 Cartórios 28,20 Conservação e Manutenção de Instalações 690,23 Conservação e Manutenção de Móveis e Utensílios 340,00 Contribuição a Entidade de Classe 198,10 Correios 304,20 Depreciação 67.469,00 Despesas com Comunicação 7.140,41 Honorários Contábeis 1.050,00 Despesas com Armazenagem 4.169,71 Despesas com importação 155,20
Energia Elétrica 38.980,34 Imunização de armazéns 1.800,00 Impostos e Taxas 5.756,97 Material de Trabalho – EPI 633,00 Continua...
124
Conclusão... Seguros 10.240,29 Serviços de Terceiros 511.886,13 Despesas com Comercialização 25.243,36 Classificação e Análise 3.024,04 Fretes 20,00 Propaganda e Publicidade 235,09 Comissões sobre vendas 21.964,23 Despesas com pessoal 600.167,80 Ordenados e Salários 274.357,63 Horas Extras 87.656,94 Férias 37.909,57 Adicional Noturno 3.003,12 INSS 121.358,81 FGTS 38.837,23 DSR - Descanso Semanal Remunerado 18.048,78 Participação nos lucros 9.886,62 Despesas Médicas 7.717,88 Aviso Prévio Indenizado 1.391,22 Despesas Indedutíveis 1.000,00 Multas 1.000,00 Despesas Tributárias 7.464,80 Contribuição Sindical 1.261,39 IPTU 3.339,77 ICMS 21,63 Alvará 2.842,01 Resultado Financeiro 149.297,68 Receitas Financeiras 157.890,17 Descontos Obtidos 714,10 Variações Monetárias Ativas 157.176,07 (-) Despesas Financeiras 8.319,54 Juros de Mora 185,50 Variações Cambiais Passivas 4.421,28 Descontos Concedidos 3.712,76 Outras Receitas Operacionais 40,33 Recuperação de Despesas 40,33 Outras Despesas Operacionais 313,28 Resultado Operacional Líquido -879.456,61 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -879.456,61 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período -879.456,61
125
Apêndice VI - DRE Detalhada de Brasnorte - Comercial
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição
Comércio Receitas Operacionais Brutas 270,00 Adubos e Fertilizantes 270,00 (-) Dedução das Receitas Brutas Devoluções Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) Receitas Operacionais Líquidas 270,00 (-) Custos Diretos das Vendas 187,80 Adubos e Fertilizantes 187,80 Resultado Operacional Bruto 82,20 (-) Despesas Operacionais 59.433,57 Despesas Administrativas 58.694,57 Cartórios 6,90 Correios 66,00 Depreciação 13.593,60 Honorários Contábeis 2.846,40 Energia Elétrica 37.751,67 Manutenção de Balanças 4.430,00 Despesas com pessoal 0,00 Despesas Indedutíveis 0,00 Despesas Tributárias 739,00 Alvará 739,00 Resultado Financeiro Líquido -925,40 Receitas Financeiras 7.607,62 Juros Recebidos 7.607,62 (-) Despesas Financeiras 8.533,02 Juros de Mora 4,20 Descontos Concedidos 8.528,82 Outras Receitas Operacionais 0,00 (-) Outras Despesas Operacionais 0,00 Resultado Operacional Líquido -60.276,77 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -60.276,77 Continua...
126
Conclusão... Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período -60.276,77
127
Apêndice VII - DRE Detalhada de Canarana
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição Comércio
Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Devoluções 0,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 45.439,51 Despesas Administrativas 45.005,07 Assessoria Jurídica 5.000,00 Cartórios 14.460,60 Depreciação 15.732,01 Honorários Contábeis 6.205,00 Impostos e Taxas 3.607,46 Despesas com pessoal 0,00 Despesas Indedutíveis 0,00 Despesas Tributárias 434,44 IPVA 434,44 Resultado Financeiro 358.876,94 Receitas Financeiras 347.376,94 Descontos Obtidos 347.376,94 (-) Despesas Financeiras 0,00 Outras Receitas Operacionais 11.500,00 Arrendamento Agrícola 11.500,00 (-)Outras Despesas Operacionais Resultado Operacional Líquido 313.437,43 Resultado Não Operacional 598,54 Receitas Não Operacionais 20.000,00 Vendas do Ativo Fixo 20.000,00 (-) Despesas Não Operacionais 19.401,46 Custos das Vendas do Ativo Fixo 19.401,46 Resultado antes da Provisão 314.035,97 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período 314.035,97
128
Apêndice VIII - DRE Detalhada de Xanxerê
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ACUMULADO AT É 31/12/2007
Valores em R$ Descrição Comércio
Receitas Operacionais Brutas 0,00 (-) Dedução das Receitas Brutas 0,00 Devoluções 0,00 Tributos (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, ISS) 0,00 Receitas Operacionais Líquidas 0,00 (-) Custos Diretos das Vendas 0,00 Resultado Operacional Bruto 0,00 (-) Despesas Operacionais 2.797,88 Despesas Administrativas 2.615,98 Cartórios 188,40 Despesas com Comunicação 672,83 Honorários Contábeis 50,00 Despesas com Veículos 1.440,00 Impostos e Taxas 38,25 Material de Expediente 226,50 Despesas com pessoal 0,00 Despesas Indedutíveis 0,00 Despesas Tributárias 181,90 Taxas e Emolumentos 5,00 Alvará 176,90 Resultado Financeiro -5,00 Receitas Financeiras 0,00 (-) Despesas Financeiras 5,00 Juros de Mora 5,00 Outras Receitas Operacionais 0,00 (-) Outras Despesas Operacionais 0,00 Resultado Operacional Líquido -2.802,88 Resultado Não Operacional 0,00 Receitas Não Operacionais 0,00 (-) Despesas Não Operacionais 0,00 Resultado antes da Provisão -2.802,88 Provisão para Imposto de Renda 0,00 Provisão para Contribuição Social 0,00
Resultado Líquido do Período -2.802,88
129
AGRO INDUSTRIAL SÃO LUIZ LTDA RUA 1101, Nº 60 – SALA 103 - CEP 88.330-774 - BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC
FONE/FAX : (47) 3363-0584 - E-MAIL [email protected]
DECLARAÇÃO
A organização cedente de estágio Agro Industrial São Luiz LTDA declara, para os
devidos fins, que a estagiária Renata Boni, aluna do Curso de Administração do Centro de
Ciências Sociais e Aplicadas – CECIESA/Gestão da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, de 03 de março de 2008 a 03 de novembro de 2008, cumpriu a carga horária de
estágio prevista para este período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de
Estágio e respeitou nossas normas internas.
Balneário Camboriú, 03 de novembro de 2008.
_____________________________
Silvano Pelepenko
130
ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS
Renata Boni
Estagiária
Silvano Pelepenko
Supervisor de Campo
Prof. André Graf de Almeida
Orientador de Estágio
Prof. Eduardo Krieger da Silva
Responsável pelos Estágios em Administração