análise financeira
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Documento sobre análise e equilibrio financeiro.TRANSCRIPT
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Agrupamento de Escolas de Penacova
Ano Letivo 2015/2016
ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS E APLICAÇÕES DE GESTÃO – Módulo
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ANÁLISE FINANCEIRA
MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE FINANCEIRA
Balanços Sucessivos
O estudo de apenas um balanço (análise estática) permite o conhecimento da situação financeira da empresa, à data do balanço, não fornecendo qualquer informação sobre a sua evolução.
A análise dos elementos de vários balanços sucessivos (análise dinâmica), permite conhecer e diagnosticar a situação atual com base em informações de exercícios económicos anteriores, possibilitando ao mesmo tempo, extrapolar e estimar sobre a evolução futura, facilitando, por exemplo, o cálculo dos capitais necessários ao financiamento das rubricas do Balanço.
A comparação de Balanços sucessivos é realizada pelos seguintes processos:
• Comparação entre valores absolutos - é uma análise que se fundamenta, essencialmente, na comparação em termos absolutos entre os valores do último balanço, com os valores referidos nos balanços anteriores. Esta comparação é representada num documento denominado Mapa de Mutações de Valores.
• Comparação em percentagem - é um processo que converte os valores absolutos em percentagens, fornecendo informações sobre o peso de cada uma das rubricas do balanço no total das massas patrimoniais. Em geral, após o cálculo das percentagens, representa-se graficamente as rubricas do balanço, esta comparação em percentagem, também, é elaborada na demonstração de resultados sucessivos.
•Comparação em números índices - é um processo que demonstra as variações verificadas em cada rubrica de balanços sucessivos.
Rácios(Também se pode escrever Ratios mas lê-se da mesma forma)
Um dos métodos mais utilizados na análise financeira é o dos Rácios que partindo das contas do Balanço e Demonstração de Resultados de uma empresa, estabelece uma relação de duas grandezas contabilísticas.
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Este método é um instrumento que evidencia um determinado número de grandezas consideradas importantes para a atividade da empresa, permitindo fazer uma análise e interpretação dos dados sobre a evolução da situação financeira da empresa e concluir sobre a sua gestão.
Os rácios deverão ser utilizados e comparados de acordo com a atividade da empresa, as suas dimensões, o sector de atividade e os objetivos da análise.
Durante a análise deverá ser feita uma comparação dos valores obtidos com as «normas» do sector ou segmento de atividade, isto é, com as médias das restantes empresas do ramo. Estas «normas» hoje em dia estão vulgarizadas pelas publicações das Centrais de Balanços (BES, Banco de Portugal, Dun & Bradstreet, etc.), Associações de Industria e Comércio e revistas da especialidade.
Os analistas, muitas vezes, utilizam também como comparação os dados históricos, de modo a concluírem sobre a evolução favorável ou desfavorável da empresa.
O método dos rácios, no entanto, tem limitações:
• Não tem em consideração aspetos de ordem qualitativa, tratando apenas de dados quantitativos;
• A utilização pelas diferentes empresas de práticas contabilísticas diversas não permite uma comparação correta de rácios entre empresas;
• Dois valores idênticos do mesmo rácio em períodos diferentes não refletem a mesma realidade;
• Um rácio isolado não tem qualquer significado.
INSTRUMENTOS FUNDAMENTAIS DA ANÁLISE FINANCEIRA
Anexos ao Balanço e à Demonstração de Resultados Líquidos
O SNC considera que a acompanhar o Balanço, Demonstração dos Resultados Líquidos e o Relatório de Contas deverão ser apresentadas, em anexo, um conjunto de informações que darão uma imagem verdadeira e apropriada do Ativo, do Passivo e Resultados da empresa. Estas informações têm por objetivo desenvolver e comentar
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valores incluídos no balanço e na demonstração de resultados, pretendendo ao mesmo tempo divulgar factos ou situações que são úteis para os intervenientes na atividade económica.
Algumas das notas exigidas pelo balanço são:
* Indicação e comentário das contas do balanço e da demonstração dos resultados cujos conteúdos não sejam comparáveis com os do exercício anterior;
* Critérios valorimétricos utilizados nas rubricas do balanço e da demonstração dos resultados. Ex: custo médio ponderado para as existências;
* Método de cálculo das depreciações, amortizações e provisões. Ex: método das quotas constantes para as depreciações;
* Cotações utilizadas para a conversão em moeda portuguesa dos elementos do balanço e demonstração dos resultados, inicialmente expressos em moeda estrangeira;
* Número médio de pessoas ao serviço da empresa, repartido por empregados (recebem um pagamento mensal) e assalariados (recebem um pagamento diário ou mensal);
* Movimentos ocorridos nas rubricas dos Investimentos, depreciações, amortizações e provisões.
* Indicação dos encargos financeiros suportados com empréstimos obtidos para financiar a aquisição ou construção de ativos fixos tangíveis e que foram adicionados ao custo desses ativos ou debitadas numa conta de diferimentos;
* Indicar os bens utilizados em regime de locação financeira;
* Referir os valores das existências que se encontram fora da empresa. Ex: consignadas, em trânsito, etc.;
* Indicar o montante das dívidas de cobrança duvidosa;
* Apresentar o valor das dívidas a receber ou a pagar do pessoal da empresa;
* Valor das dívidas que se encontram representadas por títulos e cuja indicação não consta do balanço;
* Apresentar o desdobramento das contas de provisões acumuladas e dos movimentos ocorridos no exercício;
* Indicação do número de ações de cada categoria em que se divide o capital da empresa e o seu valor nominal;Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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* Indicação dos movimentos ocorridos no exercício em cada uma das rubricas de capitais próprios;
* Apresentação da demonstração do custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas;
* Indicação global para cada um dos órgãos, das remunerações atribuídas aos membros dos órgãos sociais que estejam relacionados com o exercício das respetivas funções;
* Repartição do valor líquido das vendas e das prestações de serviços, por atividade e por mercados (interno e externo);
* Demonstração dos resultados financeiros;
* Apresentar outras informações consideradas importantes para a compreensão da posição financeira e dos resultados.
Pelo exposto atrás poder-se-á considerar bastante extenso as notas a divulgar, no entanto, na maior parte dos casos o número de informação é reduzido, visto não se aplicarem à realidade da empresa.
O SNC prevê outro modelo de anexo menos pormenorizado para pequenas empresas.
O Balanço
Uma das primeiras fases na análise financeira é o estudo do balanço, que nos apresenta, sucinta e ordenamento a situação patrimonial de uma empresa, num dado momento de tempo. É um documento estático, e só a análise comparativa de vários balanços sucessivos nos permite ter uma ideia dinâmica.
O Balanço contabilístico tem objetivos de ordem contabilística, fiscal, etc., que não se ajustam à análise financeira, sendo por isso, necessário fazer a Preparação, tratamento e adaptação das informações contidas no balanço a uma Perspectiva financeira.
O Balanço é o documento que nos mostra, numa determinada data, a situação patrimonial de uma empresa. Ele é constituído pelo Ativo, representativo de tudo aquilo que a empresa tem, e pelo Capital Próprio que corresponde ao capital da empresa e ao valor acumulado com a riqueza criada na exploração da sua atividade (reservas e resultados transitados). O Passivo ou Capital Alheio é formado pelas dívidas da empresa a terceiros
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Numa ótica financeira, o Ativo corresponde às Aplicações de Fundos ou Investimentos, isto é, representa o conjunto de bens e direitos afetos à atividade da empresa, e o Capital Próprio e Passivo representam as Origens de Fundos ou Financiamento, ou seja, inclui as rubricas que originam os fundos que são necessários ao exercício da atividade da empresa. Concretamente, as aplicações de fundos ou investimentos que a empresa efetua ao longo da sua atividade são financiados pelos Capitais Próprios e Capitais Alheios.
Aplicações de
Fundos Ativo
Origens de
Fundos
Capital Próprio
Passivo ou Capital Alheio
O Ativo é ordenado por ordem crescente de liquidez (facilidade em se transformar em dinheiro) e é constituído pelas seguintes categorias:
Ativo
Não Corrente
Ativo
Não Corrente
Ativos Intangíveis
Aplicações de carácter permanente (mais de um ano) em ativos. Ex: despesas de constituição, patentes, etc.
Ativos Fixos Tangíveis
Aplicações de capital de carácter permanente. Ex: equipamentos, viaturas etc.
Investimentos Financeiros
Aplicações de capital em ativos financeiros. Ex: ações, obrigações etc.
(Com carácter de duração longa e, normalmente, para controlar ou influenciar a gestão de outras empresas)
Propriedades de Investimento
Terrenos e edifícios que a empresa possua para obter rendimentos de fruição. Ex.º Rendas e para, eventualmente vir, mais tarde, a obter mais-valias.
Inventários e Bens armazenáveis, adquiridos ou produzidos Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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Ativo Corrente
Ativo
Corrente
Ativos Biológicos pela empresa e que se destinam a venda ou consumo.
Contas a Receber Dividas de terceiros para com a empresa. Ex: clientes, pessoal, outros devedores, etc.
Outros Instrumentos Financeiros
Aplicações financeiras de curto prazo. Ex: ações, obrigações, etc.
Depósitos Bancários e Caixa
Meios líquidos que a empresa tem em seu poder ou depositados em instituições de
crédito. Ex: Caixa, Depósitos à Ordem, etc.
Os Diferimentos que têm por objetivo respeitar o princípio da especialização dos exercícios, incluem as despesas efetuadas no exercício e que são reconhecidas nos exercícios seguintes (gastos diferidos) e os proveitos do exercício cuja receita ocorre nos exercícios seguintes (acréscimos de rendimentos).
OsDiferimentos incluem, igualmente, os custos respeitantes ao exercício e cuja despesa será realizada no exercício seguinte (acréscimos de gastos). As receitas verificadas no exercício e cujo proveito diz respeito ao exercício seguinte são integradas na conta rendimentos diferidos.
Como já foi estudado anteriormente, as depreciações e amortizações do exercício representam a perda de valor do Ativo Não Corrente a elas sujeito devido à sua utilização. Asprovisões constituem-se para fazer face a eventuais perdas ainda não comprovadas mas com forte probabilidade.
A segunda parte do balanço é constituído por:
Capital Próprio Capital Capital Investido pelos sócios ou acionistas
Ações (Quotas) Próprias
Valor nominal das ações ou quotas próprias adquiridas pela empresa
Outros instrumentos de Capital Próprio
Prestações suplementares ou prestações acessórias que não vençam juros e não sejam encaradas como dívida.
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Prémios de emissão
Prémio obtido quando o valor de subscrição e de realização é superior ao valor nominal das ações
ReservasResultados não distribuídos e que foram aplicados em Reservas
Resultados Transitados
Resultados provenientes do exercício anterior e ainda não distribuídos nem incorporados em Reservas
Excedentes de revalorização de Ativos Fixos Tangíveis e Intangíveis
Diferença entre o montante escriturado e o montante atribuído pelo método do justo valor aos Ativos Fixos Tangíveis e Intangíveis.
Outras variações no Capital Próprio
Inclui diferenças de conversão de demonstrações financeiras. É originada pelas diferentes taxas de câmbio que se aplicam para a conversão em Euros. Inclui, também, ajustamentos por impostos diferidos bem como subsídios ou doações recebidas.
Resultados Líquidos do Período
Resultados apurados no período atual
Passivo Não Corrente
Contas a PagarDívidas da empresa a Terceiros a pagar a mais de um ano.
Passivo Corrente
Provisões para Riscos e Encargos
Gastos esperados pela empresa nos exercícios seguintes, nomeadamente em impostos, pensões de reforma, custas judiciais, etc.
Contas a PagarDívidas da empresa a Terceiros a pagar a menos de um ano.
Para uma correta análise financeira, é essencial distinguir o grau de liquidez das rubricas do Ativo e o prazo de exigibilidade das rubricas do Capital Próprio e Passivo.
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A análise das aplicações de fundos passa pela identificação das diferentes utilização dos fundos, em função dos prazos ao fim dos quais elas se vão tornar disponíveis, ou seja, se vão transformar em dinheiro. Na origem de fundos dever-se-á fazer distinção entre fundos próprios e alheios ordenando-os de acordo com o seu grau de exigibilidade.
A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Outro dos documentos de análise financeira, como foi referido anteriormente, é a Demonstração de Resultados que traduz a atividade da empresa explicando o que se passou durante o período a que o documento diz respeito. Este documento apresenta ordenadamente os Gastos e rendimentos gerados na empresa ao longo do ano fiscal.
Gastos Rendimentos
Gastos Operacionais
Gastos Financeiros
Impostos s/ o Rendimento
Rendimentos Operacionais
Rendimentos Financeiros
Em esquema ficaria:
Rendimentos
Operacionais
-
Gastos Operacionais
Resultados Operacionais
Resultados Antes de Impostos
IRCResultado Líquido do PeríodoRendimentos
Financeiros
-
Gastos Financeiros
Resultados Financeiros
Como sabemos o SNC apresenta dois modelos de Demonstração de Resultados:
Demonstração de Resultados por natureza;Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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Demonstração de Resultados por funções.Na Demonstração de Resultados por funções os proveitos são classificados
com base na descrição das suas componentes por funções (aprovisionamento, produção, distribuição e administração), o que dificulta a análise porque os dados da contabilidade geral não são suficientes, sendo necessário obter informações da contabilidade analítica. (Tem sentido sobretudo em empresas industriais)
Embora tendo em consideração o que foi dito acima, o documento mais utilizado para a análise financeira é a Demonstração de Resultados por natureza, visto numa grande parte das empresas não existir um sistema de contabilidade analítica organizada.
A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS LÍQUIDOS NA ANÁLISE FINANCEIRA
Numa perspectiva de análise financeira, normalmente a Demonstração dos Resultados é apresentada do seguinte modo:
Vendas
- Custos Variáveis
X
-X
= Margem Bruta
- Custos Fixos
X
-X
= Resultados Operacionais
+ou - Resultados Financeiros
X
+ou-X
= Resultados antes de Impostos
- Impostos sobre lucros
X
-X
= Resultados Líquidos X
É bastante difícil identificar os custos variáveis e fixos de acordo com os custos e proveitos por natureza, sendo necessário estudá-los caso a caso. Em geral faz-se a seguinte classificação:
Custos Variáveis - inclui-se nesta rubrica os custos que variam diretamente com a produção. Ex: CMVMC, FSE, Impostos e outros encargos que deverão ser analisados caso a caso.
Custos Fixos - inclui as Despesas com Pessoal, FSE com carater imperativo
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e permanente, Impostos, Depreciações e Amortizações dos Ativos Fixos Tangíveis e dos Ativos Intangíveis. Provisões para cobrança duvidosa e depreciação de existências e outras despesas não consideradas como custos variáveis.
Resultados Financeiros - inclui o saldo das contas 6.9 e 7.9, algumas subcontas das contas 68 e 78 e a parte das rendas de locação financeira consideradas custo financeiro.
Balanço Funcional
O Balanço normalizado, previsto no SNC, é apresentado numa ótica patrimonial o que traz vários problemas ao analista financeiro, daí, a necessidade de se efetuarem adequações à apresentação tradicional do balanço para se facilitar a interpretação financeira. A preparação deste documento dá lugar ao Balanço Funcional que pretende analisar o equilíbrio funcional das origens e aplicações de fundos.
Como já se referiu anteriormente, o balanço funcional pode ser apresentado do seguinte modo:
APLICAÇÕES DE FUNDOS ORIGEM DE FUNDOS
INVESTIMENTOS:
Ativos Fixos Tangíveis; Propriedades de
Investimento; Ativos Intangíveis; Investimentos Financeiros
Inventários e Ativos Biológicos
Contas a Receber
Depósitos Bancários e Caixa
Capital Próprio
Contas a Pagar a Médio e Longo Prazo (MLP)
Contas a Pagar de Curto Prazo (CP)
O Ativo Não Corrente corresponde ao ativo que em princípio permanecerá na
empresa num prazo superior a um ano. As Contas a Receber a médio e Longo Prazo, apesar de não se confundirem com o Ativo Não Corrente, no balanço funcional devem ser incluídas no Ativo Não Corrente.
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O Ativo Corrente inclui as Disponibilidades (Caixa e Depósitos Bancários) denominadas por Ativo Disponível e as Existências (Stocks) e Créditos também conhecidas por Ativo Realizável, valores que apesar de não estarem disponíveis se podem transformar em dinheiro.
A atividade da empresa é financiada pelos Capitais Próprios e Contas a Pagar ou Capitais Alheios. Nos Capitais Alheios, as Contas a Pagar a médio e longo prazo (MLP) são denominadas Exigível a Médio a Longo Prazo ou Passivo Não Corrente (Capital Alheio Estável) ou Débitos de Financiamento e as Contas a Pagar a curto prazo de Exigível a Curto Prazo, Passivo Corrente ou Débitos de Funcionamento.
Ao conjunto dos Capitais Próprios com Passivo Não Corrente dá-se o nome de Capitais Permanentes.
Equilíbrio Financeiro
O equilíbrio financeiro deverá ser encarado numa perspectiva dinâmica, considerando a atividade da empresa, o seu funcionamento e a cobertura dos seus capitais. Pode-se considerar que uma empresa tem uma estrutura financeira equilibrada se, em função dos diferentes valores das origens de fundos e aplicação de fundos e em função dos diferentes prazos, ela pode satisfazer todas as dívidas contraídas. Assim, em qualquer momento, a empresa deverá ter meios financeiros para pagar o que lhe é exigível.
Considera-se como regra do equilíbrio financeiro mínimo:
Os recursos utilizados pela empresa devem manter-se à sua disposição durante o mesmo período que as respetivas aplicações, isto é, o prazo de exigibilidade das origens de fundos deve ser pelo menos igual ao prazo de liquidez dos bens que estão a financiar.
No entanto, para a empresa possuir uma adequada estrutura financeira, o ritmo de liquidez das rubricas do Ativo deverá ser, pelo menos, igual à cadência real da exigibilidade do seu passivo. Só assim, a empresa terá, em cada momento, capacidade para solver os compromissos assumidos, à medida que os mesmos são exigidos na respetiva data de vencimento.
Na análise do Equilíbrio Financeiro de uma empresa, são necessários os seguintes conceitos:
Fundo de Maneio; Necessidades de Fundo de Maneio; TesourariaO Fundo de Maneio tem características eminentemente estáticas e obtém-se
segundo as seguintes óticas:Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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Ótica do Capital
Fundo de Maneio = Capital Permanente - Ativo Não Corrente
Esquematizando:
Ativo Não Corrente Capital Permanente
Fundo de Maneio
Ativo Corrente Passivo Corrente
O Fundo de Maneio corresponde à parte dos Capitais Permanentes que não financiam os Investimentos (Ativo Não Corrente). Nesta ótica, os Investimentos devem ser assegurados por capitais próprios e capitais alheios estáveis.
Ótica do Investimento
Fundo de Maneio = Ativo Corrente - Passivo Corrente
O Fundo de Maneio corresponde à parte dos ativos de exploração (Ativo Corrente) que financiam as dívidas a curto prazo (Passivo Corrente).
Quando uma empresa tem o ativo corrente superior ao passivo corrente, ela pode garantir o pagamento de todas as dívidas a curto prazo.
A igualdade entre o ativo corrente e o passivo corrente poderia ser suficiente, no entanto, o grau de incerteza no ativo corrente é maior que no passivo corrente na medida em que:
- as existências podem ter uma rotação lenta
- os volumes e preços de venda podem não corresponder ao esperado
- os clientes podem não liquidar as dívidas nos prazos devidos
Assim, a empresa poderia correr o risco de não poder cumprir as suas obrigações a curto prazo.
Uma empresa tem liquidez quando o seu fundo de maneio é suficiente para fazer face aos riscos resultantes da lentidão com que os valores ativos se transformam em dinheiro. A empresa não deverá, no entanto, ter um elevado fundo de maneio visto implicar um subaproveitamento dos meios financeiros.
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As Necessidades do Fundo de Maneio (NFM) correspondem às necessidades de financiamento resultantes da atividade normal da empresa.
As NFM são calculadas do seguinte modo:
NFM = Necessidades de Exploração - Recursos de Exploração
NFM = (C+IAB+AF+EOEPr+OCRE ) - ( F+AC+EOEPp+OCPE )
Em que:
C = Clientes
IAB = Inventário e Ativos Biológicos
AF = Adiantamentos a fornecedores
EOEPr = Estado e Out. E.P. a receber
OCRE = Outras Contas a Receber de Exploração
F = Fornecedores
AC = Adiantamentos de Clientes
EOEPp = Estado e Out. E.P. a pagar
OCPE = Outras Contas a Pagar de Exploração
As NFMnegativas correspondem às necessidades de financiamento do ciclo de exploração, enquanto as NFMpositivas representam excedentes financeiros do ciclo de exploração.
As necessidades de financiamento dependem do sector de atividade da empresa, das suas restrições de produção e dos seus hábitos de pagamento. Por exemplo, as grandes superfícies (hipermercados, etc.) apresentam recursos de exploração superiores às necessidades de exploração (NFM negativas), visto beneficiarem de prazos de pagamento alargados dos fornecedores, os seus clientes pagarem a pronto e terem uma rápida rotação de existências. Os sectores de atividade que têm necessidade de um período longo de produção têm NFM positivas.
As Necessidades de Fundo de Maneio variam de acordo com a política industrial e comercial da empresa e com a qualidade da sua gestão financeira.
As operações de tesouraria têm por objetivo gerir as disponibilidades e assegurar a cobertura financeira a curto prazo.
A Tesouraria Liquida (TL) pode-se calcular do seguinte modo:Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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TL = FM-NFM
ou
TL = Disponibilidades - Empréstimos de C/P
Se a tesouraria liquida apresentar um valor positivo (TL > O), significa que a empresa tem meios líquidos para satisfazer os pagamentos de exploração e os reembolsos de empréstimos. Neste caso, a empresa tem todo o interesse em fazer aplicações financeiras dos excedentes de forma a rentabilizar os recursos disponíveis.
Se a tesouraria tiver um valor nulo (TL = O), significa que o valor das disponibilidades é igual ao montante de empréstimos a curto prazo. Esta situação é de ponderar, visto implicar custos financeiros normalmente elevados.
A tesouraria com valor negativo (TL < O) implica que os empréstimos a curto prazo são inferiores às disponibilidades, não significando que a empresa esteja em risco ou em situação de desequilíbrio financeiro. Tudo depende da rotação dos fluxos financeiros e do montante e cadência de reembolso dos empréstimos, assim como da obtenção de outros que os substituam. Neste caso, para assegurar o nível mínimo de disponibilidades, a empresa poderá recorrer a acordos especiais com instituições de crédito.
A gestão de tesouraria deve essencialmente procurar reduzir o ciclofinanceiro de exploração, acelerando os recebimentos (mudança decomportamento dos clientes; melhorar o sistema de cobrança, etc.) eretardando os pagamentos.
Rácios Financeiros
Os Rácios Financeiros são aqueles que analisam o equilíbrio das massas patrimoniais, nomeadamente, a estrutura financeira da empresa, a sua capacidade de endividamento e a sua solvabilidade.
ESTUDO DA LIQUIDEZ E DA TESOURARIA DA EMPRESA
O estudo da liquidez e da Tesouraria da empresa está intimamente ligado com a análise do Fundo de Maneio pois, como este é uma medida absoluta e não se presta, por essa razão, a sugestivas comparações no tempo ou no espaço é mais útil para a análise financeira, determinar não a diferença entre os Capitais Circulantes (Ativo Corrente) e as Contas a Pagar de Curto Prazo (Passivo Corrente) mas a sua relação, valor que normalmente é conhecido como o indicador ou ratio de Liquidez Geral:
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Ativo Corrente ou Capitais Circulantes
Indicador de Liquidez Geral = _____________________________________
Passivo Corrente ou Exigível a Curto Prazo
Este indicador exprime a aptidão do Ativo Corrente para solverem o Passivo
Corrente. Quando o valor do ratio é por exemplo igual a 1,2 isto significa que a empresa dispõe, em média de 1,20€ para pagar 1,00 € de dívida a curto prazo.
Se o valor do ratio é inferior à unidade (< 1) a empresa perdeu ou imobilizou
fundos provenientes de Créditos obtidos a Curto Prazo(Passivo Corrente). Deverá então acelerar a rotação e reduzir o volume de stocks e dos Créditos concedidos a Curto prazo. Com esta política, se for possível, rapidamente poderá obter a disponibilidade de verbas que lhe permitam não sofrer nenhuma rutura de Tesouraria.
É também possível prolongar, por forma permanente ou temporária, os prazos de pagamento concedidos pelos Fornecedores. Todavia, deve a empresa ter em conta que esta medida é susceptível de gerar a desconfiança dos seus Fornecedores e limitar as possibilidades da empresa em conseguir melhores condições de compra.
Uma outra possibilidade é a de vender uma parte dos stocks ou, ainda, de recorrer a um empréstimo de curto prazo. No entanto, também estas medidas apresentam algumas dificuldades, pois é necessário que a venda de stocks não vá originar problemas no departamento técnico da empresa, enquanto o recurso a um empréstimo pode encontrar dificuldades de realização devido ao receio do prestamista perante a situação financeira da empresa.
Se o valor do Indicador de Liquidez Geral é sensivelmente igual à unidade a regra do equilíbrio financeiro mínimo verifica-se mas todo o Ativo Corrente, incluindo a totalidade dos stocks (existências), são financiados pelos créditos a curto prazo que, normalmente, apresentam prazos de exigibilidade mais curtos que os prazos de disponibilidade dos stocks de Produtos Acabados e Matérias-primas e Subsidiárias. Para além disso, a menor perturbação no valor ou rotação doAtivo Correntecoloca a empresa numa situação muito difícil, à beira da rutura financeira.
Pode haver, no entanto, empresas em que um Indicador da Liquidez Geral igual ou mesmo ligeiramente inferior à unidade não seja muito perigoso, bastando para isso que:
- O ritmo de disponibilização dos Capitais Circulantes seja mais rápido que o vencimento das exigibilidades correspondentes;
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- Os stocks, momentaneamente muito elevados mas em condições vendáveis, sejam reduzidos para valores racionais;
- As dívidas a Curto prazo se renovem fácil e constantemente pelo funcionamento normal da empresa.
Quando o valor do Indicador de Liquidez Geral é superior a 1 a relação é favorável, sendo a margem de segurança tanto maior quanto mais elevado é o valor do Indicador de Liquidez Geral. No entanto, essa margem de segurança tem o seu custo daí que seja importante determinar qual o valor ótimo deste indicador. Esse valor varia de empresa para empresa, consoante o sector industrial, a dimensão da empresa e a sua própria política, mas situa-se normalmente entre os valores 1,5 e 2.
Devemos ainda salientar que os Adiantamentos recebidos dos Clientes não são propriamente dívidas a pagar, mas financiamentos diretos a uma parte dos stocks, financiamentos que serão posteriormente deduzidos no montante das faturas a pagar por esses Clientes.Para estudar a Liquidez Geral retirar-se-á o valor desses Adiantamentos tanto ao montante do Passivo Corrente como do Ativo Corrente
Como é difícil analisar o valor do "stock-outil" ou stock de segurança, é também vulgar o estudo da liquidez da empresa com base num outro indicador, denominado Indicador de Tesouraria, também conhecido por "Indicador de Liquidez Reduzida", cujo numerador é igual ao montante do Ativo Corrente deduzidos dos Stocks, e o denominador é igual ao valor do Passivo Corrente.
Teremos então:
Ativo Corrente - Stocks
Indicador de Tesouraria = __________________________
Passivo Corrente
Como é evidente, para a correta determinação deste ratio,teremos de deduzir o montante dos Adiantamentos recebidos de Clientes ao valor do Passivo Corrente e, inversamente, será necessário diminuir o valor dos Adiantamentos efetuados a Fornecedores de Existências, pois, financeiramente, deve ser assimilado ao valor dos stocks.
Normalmente considera-se que este valornão deve ser inferior à unidade, o que significa que as Dívidas a Curto Prazo devem estar integralmente cobertas pelo Disponível + Créditos concedidos a Curto Prazo. No entanto, certas empresas Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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racionalmente geridas podem não utilizar valores tão elevados, desde que tenham stocks com elevada rotação e um plano de tesouraria eficiente.
Através da análise destes dois indicadores e sua comparação no tempo é possível estudar a evolução do financiamento da empresa e tomar as disposições necessárias à sua maior eficácia.
Rácio de Liquidez Imediata
É um rácio que informa sobre a cobertura das dívidas de prazo inferior a um ano por bens muito líquidos. Em geral, considera-se que quanto mais elevado for, melhor está a tesouraria da empresa, contudo, uma gestão financeira adequada deve reduzir o volume das Disponibilidades.
Disponibilidades
Liquidez Imediata =__________________________
Passivo Corrente
Solvabilidade
O equilíbrio financeiro de uma empresa deve ser analisado numa perspetiva de médio e longo prazo, isto é, verificar se a empresa tem Ativos que permitam pagar as suas dívidas e compromissos assumidos para com terceiros.
A capacidade que a empresa tem em solver (liquidar) permanentemente os seus compromissos denomina-se de solvabilidade.
SOLVABILIDADE TOTAL
Capitais Próprios
Solvabilidade Total = ____________________
Capitais Alheios
Este rácio compara os Capitais Próprios com a totalidade do capital alheio (total do Passivo). Mede a capacidade da empresa em liquidar os seus compromissos a médio e longo prazo.
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Os valores superiores a 1 significam que a empresa tem uma boa estrutura financeira, encontrando-se em posição de independência perante os credores, mantendo a empresa a autonomia financeira.
Para valores inferiores a 0,5, a empresa está numa situação de muita dependência perante os credores. Neste caso, a empresa deverá criar condições para gerar lucros de modo a satisfazer as suas obrigações para com terceiros nos prazos devidos, ou então, deverão ser injetados capitais na empresa.
Endividamento
Passivo
Endividamento = ___________
Ativo
Analisa a importância relativa do passivo assumido e mede a participação dos capitais alheios utilizados no financiamento dos ativos de uma empresa.
O valor deste rácio deverá ser sempre inferior a 1, sendo considerado como bom, os valores inferiores a 2/3 ≈ 0,67 (aprox. 67% se for obtido em percentagem). Considera-se que a empresa está em situação de falência técnica para valores superiores a 1.
COBERTURA GERAL DOS INVESTIMENTOS
Capitais Permanentes
Cobertura Geral dos Investimentos = ___________________________
Total dos Investimentos Líquidos
É um rácio que analisa em que medida os Investimentos Líquidos são financiados pelos Capitais Permanentes (= Capital Próprio + Passivo Não Corrente).
Valores superiores a 1 significam uma situação financeira equilibrada, no entanto, não deverá ser muito superior a 1 porque pode representar um emprego incorreto dos capitais. Se o rácio for inferior a 1, significa que a empresa financia parte do Ativo Não Corrente com capitais de curto prazo.
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Os Rácios de Funcionamento analisam a eficácia dos recursos utilizados pela empresa, medindo a capacidade da empresa em transformar os ativos em meios líquidos.
Estes rácios são representados por prazos ou em termos de rotação. Apenas deverão ser comparados entre empresas com as mesmas características e dentro do mesmo sector.
Rotação do Ativo
Vendas + Prestações de Serviços
Rotação do Ativo = ______________________________
Ativo
É um rácio que representa o grau de utilização dos ativos, isto é, a transformação dos ativos em meios líquidos.
Um rácio com um valor muito baixo, representa um subaproveitamento dos recursos, visto o reduzido volume de vendas comparado com um ativo elevado, pode significar capacidade (equipamento, capital humano e financeiro, etc.) não utilizada. Pelo contrário um valor de rácio elevado pode significar que a capacidade da empresa está no limite.
Prazo médio de Cobranças
Clientes (Inclui Letras a Receber) (inclui o valor do IVA)
Prazo Médio Cobrança = __________________________________________ X 365
(Em dias) Vendas a Crédito + Prestações de Serviços a crédito
Também pode aparecer em meses ou em semanas. Para isso basta substituir o 365 por 12 ou 52, respetivamente.
Este rácio indica em média, o número de dias necessários para receber as dívidas dos clientes.
Um valor de rácio baixo pode implicar uma melhoria de tesouraria, assim reduzir ou evitar o recurso ao crédito. Um prazo médio de cobranças a crescer, pode significar dificuldades de tesouraria se também não for dilatado o prazo médio de pagamento aos fornecedores.Dr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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Prazo Médio de Pagamentos
Total de Fornecedores (Inclui Letras a Pagar)
Prazo Médio Liquidação =_____________________________________ X 365
(Em dias) Total de Compras a Crédito (a)
(a) Com IVA incluído, ou seja acrescentando o IVA visto que a conta Fornecedores é constituída pelo valor em divida das Compras mas incluindo o IVA.
Este rácio exprime o tempo médio necessário à empresa para pagar as dívidas aos fornecedores. Também pode ser representado em meses semanas e dias.
Existe uma relação entre este rácio e o do Prazo Médio de Cobranças uma vez que um Prazo Médio de Pagamento a diminuir implica maior possibilidade de dificuldades de liquidez se não for acompanhado por uma diminuição do Prazo Médio de Cobranças.
O aumento do tempo médio de pagamento aos fornecedores pode representar melhoria da liquidez na empresa, no entanto este prazo não pode ser em excesso porque pode significar dificuldades da empresa em satisfazer as suas dívidas.
ROTAÇÃO DE STOCKS
Valor das Vendas anuais, calculadas a preço de custo
Rotação de stocks =_____________________________________________
Valor do stock global, calculado ao preço de custo
De forma análoga é possível calcular a rotação de Matérias-primas e a rotação de Produtos Acabados que, frequentemente, se utilizam e são úteis para a caracterização e análise da empresa, caso esta seja uma empresa industrial.
Este rácio representa o número de vezes, em média, que as existências se renovam durante o ano.
Uma boa gestão das existências deverá reduzir ao mínimo o montante das existências, evitando a rutura de stocks, e tentar obter uma rotação de stocks o mais elevado possível para que as existências permanecem o menos possível em armazém,
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significando assim mais vendas. Um valor de rácio baixo pode representar dificuldades nas vendas e implicar maiores custos de armazenagem.
INDICADORES DE GESTÃO OU RATIOS
Após a introdução inicial já apresentada, é chegada a altura de apresentar a relação de todos os Rácios utilizados para fazer a devida Análise do Equilíbrio Financeiro de qualquer empresa.
Os diversos indicadores subdividem-se em 7 (Sete) grandes grupos:
- ECONÓMICOS;
- FINANCEIROS;
- DE ESTABILIDADE;
- DE FUNCIONAMENTO;
- DE LIQUIDEZ E TESOURARIA
- DE PRODUTIVIDADE;
- DE REMUNERAÇÕES.
Os principais Rácios ECONÓMICOS ou de RENTABILIDADE são:
RENTABILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS
Resultados Líquidos
Rent. Capitais Próprios = ________________________
Capitais Próprios
RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL
Resultados Líquidos + Encargos FinanceirosDr. Álvaro Rodrigues OEAG Módulo10
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Rent. Ativo Total = ________________________________________
Ativo Total (*)
(*) - Para obter o Ativo Total deve-se calcular da seguinte Forma:
Ativo Inicial + Ativo Final - Resultados Líquidos
Ativo Total = _________________________________________
2
RENTABILIDADE DAS VENDAS
Resultados Líquidos
Rent. das Vendas = ___________________________
Vendas
RENTABILIDADE ECONÓMICA
Resultados Líquidos + Encargos Financeiros
Rent. Económica = ______________________________________
Ativo Total (*)
(*) - O Ativo Total é calculado da forma já vista anteriormente.
RENTABILIDADE INTERNA DE VENDAS
Cash Flow
Rentabilidade Interna de Vendas = _____________________
Vendas
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Cash - Flow= Resultados Líquidos +Depreciações e Amortizações + Provisões
Os principais Rácios FINANCEIROS são:
COBERTURA DO ATIVO POR CAPITAIS PRÓPRIOS
Capitais Próprios
Cobertura do Ativo por Capitais Próprios = ______________________
Ativo
COBERTURA DO ATIVO POR CAPITAIS PERMANENTES
Capitais Permanentes
Cobertura do Ativo por Capitais Permanentes =_______________________
Ativo
COBERTURA DOS INVESTIMENTOS POR CAPITAIS PRÓPRIOS
Capitais Próprios
Cob. Ativo Não Corrente por Capitais Próprios = ________________________
Investimentos Totais Líquidos
COBERTURA DO ATIVO NÃO CORRENTE POR CAPITAIS PERMANENTES
Capitais Permanentes
Cob. A. Não Corr.por Capitais Permanentes = __________________________________
Investimentos Totais Líquidos
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COBERTURADO PASSIVO POR CAPITAIS PRÓPRIOS
Capitais Próprios
Cob. Passivo por Capitais Próprios =___________________
Passivo
FUNDO DE MANEIO
Fundo de Maneio = Ativo Corrente – Passivo Corrente
ou
Fundo de Maneio = Capitais Permanentes – Ativo Não Corrente
Principais Rácios de ESTABILIDADE são:
SOLVABILIDADE TOTAL
Capitais Próprios
Solvabilidade Total = ____________________
Capitais Alheios
AUTONOMIA FINANCEIRA
Capitais Próprios
Autonomia Financeira =___________________________
Passivo Não Corrente
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COBERTURA GERAL DO IMOBILIZADO
Capitais Permanentes
Cobertura Geral do Ativo Não Corrente= ___________________________
Ativo Não Corrente
Os principais Rácios de FUNCIONAMENTO são:
ROTAÇÃO DE CLIENTES
Total de Vendas a Crédito
Rotação de Clientes = ______________________________________
Total dos Clientes (Inclui Letras a Receber)
ROTAÇÃO DE FORNECEDORES
Total de Compras a Crédito
Rotação de Fornecedores = ______________________________________
Total de Fornecedores (Inclui Letras a Pagar)
PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA
Total de Clientes (Inclui Letras a Receber)
Prazo Médio Cobrança = ______________________________________ X 365
(Em dias) Total de Vendas a Crédito
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PRAZO MÉDIO DE LIQUIDAÇÃO
Total de Fornecedores (Inclui Letras a Pagar)
Prazo Médio Liquidação = _________________________________________X 365
(Em dias) Total de Compras a Crédito
ROTAÇÃO DE STOCKS
Valor das Vendas anuais, calculadas a preço de custo
Rotação de stocks =_____________________________________________
Valor do stock global, calculado ao preço de custo
De forma análoga é possível calcular a rotação de Matérias-primas e a rotação de Produtos Acabados que, frequentemente, se utilizam e são úteis para a caracterização e análise da empresa.
PRAZO MÉDIO DE STOCKAGEM DE MATÉRIAS PRIMAS
S. In. de Mat. Primas + S. Fin. de Mat. Primas
_______________________________________
2
P. Médio de Stock de M. P. = ________________________________________
Consumo de Matérias-Primas
ATENÇÃO: Ao resultado assim obtido multiplicar-se-á por 365, 12 ou 52 respetivamente, conforme se queira obter o Prazo Médio de Stockagem em dias, meses ou em semanas.
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Se pretendermos o Prazo Médio de Stockagem de Produtos Acabados a fórmula é análoga substituindo as Matérias-Primas por Produtos Acabados e o Consumo de Matérias-Primas por Vendas de Produtos Acabados (ao preço de custo).
Os principais Ratios de PRODUTIVIDADE são:
PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA
Produção
Produtividade da Mão-de-obra = __________________ ou
Nº de Trabalhadores
Valor da Produção
Produtividade da Mão-de-Obra = _______________________
Despesas com o Pessoal
Podem-se se usar as duas fórmulas consoante se pretenda usar os dados em Quantidade ou em Valor.
VALOR ACRESCENTADO BRUTO PER CAPITA
V. A. B.
VAB per capita =__________________
Nº de Trabalhadores
VALOR ACRESCENTADO LÍQUIDO PER CAPITA
V. A. L.
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VAL per capita= _________________________
Nº de Trabalhadores
ATENÇÃO: O VAL é igual ao VAB menos as Depreciações e Amortizações do Exercício.
VENDAS PER CAPITA
Total das Vendas
Vendas per capita =
________________________
Nº de Trabalhadores
Os principais Ratios de REMUNERAÇÕES são:
REMUNERAÇÃO MÉDIA ANUAL PER CAPITA
a) Sem Encargos Sociais
Gastos com Pessoal (Exceto Encargos Sociais)
Rem. Méd. Anual per capita = _______________________________________
Nº de Trabalhadores
b) Com Encargos Sociais
Custos com Pessoal (Incluindo Encargos Sociais)
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Rem. Méd. Anual per capita = _______________________________________
Nº de Trabalhadores
REPARTIÇÃO DO VALOR ACRESCENTADO
Dá origem a dois Ratios que se referem à parte que é destinada aos Trabalhadores (I - Fator Produtivo TRABALHO) e a parte que é destinada à recuperação do Capital investido (II - Fator Produtivo CAPITAL).
Custos com o Pessoal
I) _____________________
V A B
Depreciações e Amortizações
II) _________________________
V A B
Os principais Ratios de LIQUIDEZ E TESOURARIAsão:
LIQUIDEZ GERAL
Ativo Corrente
Indicador de Liquidez Geral = _______________________
Passivo Corrente
LIQUIDEZ REDUZIDA
Ativo Corrente - Stocks
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Indicador de Liquidez Reduzida = _________________________
ou de Tesouraria Passivo Corrente
Existem ainda outros Ratios que são de difícil inclusão em qualquer um dos SETE grupos atrás referidos. Estes são:
GRAU DE RENOVAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
Depreciações e Amortizações do Exercício
Grau de Renov. dos Investimentos = __________________________________
Ativo Não Corrente
RATIO DE COBERTURA:
Resultados Antes de Encargos Financeiros
a) De Juros = ________________________________________
Encargos Financeiros
Resultados Operacionais
b) De Juros e Capital =___________________________________________
Encargos Financeiros + Amortização Anual do Empréstimo
A Função Financeira
Para acompanhar as mutações atuais da sociedade, qualquer empresa deverá fazer investimentos para se renovar e expandir. Por outro lado, para resolver os seus
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problemas de gestão, as empresas têm necessidade de conhecer a sua situação financeira.
Atualmente a Função Financeira ocupa um papel importante na atividade da empresa, integrando todas as tarefas ligadas à obtenção, aplicação e controlo dos seus recursos financeiros.
As tarefas que integram a Função Financeira são:
Determinação das necessidades dos recursos financeiros para a concretização dos objetivos da empresa. Ex: inventariação dos recursos disponíveis; planeamento das necessidades, etc.;
Obtenção dos recursos financeiros da forma mais vantajosa; Aplicação dos recursos financeiros, de forma a obter uma estrutura
financeira equilibrada, eficaz e com rentabilidade; O controlo da rentabilidade da aplicação dos recursos financeiros, através
da análise previsão / realização e do estudo dos desvios.A Gestão Financeira engloba as técnicas que permitem a tomada de decisões
financeiras na concretização eficaz dos objetivos da Função Financeira.
Objetivos da Função Financeira
Presentemente, a maximização do valor da empresa, é o objetivo da Função Financeira considerado principal.
Os proprietários das empresas (acionistas, etc.) têm todo o interesse em ver aumentar o valor do seu investimento, tendo em conta a incerteza, o risco e o tempo. Assim, o gestor financeiro deverá fazer investimentos que criem riqueza, e deverá manter os investimentos e os meios de financiamento que permitam obter o valor mais elevado para a empresa.
Partindo dos valores evidenciados no balanço e demonstração deresultados – peças base da análise financeira – será possível analisar acapacidade de uma empresa gerar fundos, a sua rentabilidade, o seu equilíbrio eos seus resultados.
Para um estudo mais aprofundado e pormenorizado, o balanço e ademonstração dos resultados são insuficientes, por isso, é necessário recorrer aoutros documentos contabilísticos:
- Demonstração de fluxos de Caixa;
- Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos;
- Anexos ao Balanço e Demonstração de Resultados;
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- Orçamentos Financeiros;
- Orçamento de Tesouraria, etc.
E material de carácter extra-contabilistico:
- Atividade da empresa;
- Natureza jurídica da empresa;
- Composição do capital;
- Características do mercado;
- Situação conjuntural do país; etc.
A Análise Financeira fornece informações que permitem compreender aevolução da situação da empresa no passado, no presente e servem de pontode partida para as previsões financeiras. O seu estudo pretende dar resposta àsseguintes questões:
- Equilíbrio Financeiro:
- Rendibilidade dos capitais:
- Crescimento:
- Risco
Os instrumentos financeiros não interessam apenas ao interior da empresa, mas também são utilizados por analistas externos:
* Clientes que têm interesse em que os fornecimentos e prazos de entrega dos bens sejam cumpridos.
* Fornecedores que se preocupam em saber se a empresa está capaz de solver os seus compromissos.
* Trabalhadores e Estruturas Sindicais que se interessam na manutenção dos postos de trabalho, da distribuição do rendimento e na produtividade.
* Investidores que têm todo o interesse em conhecer a situação económico-financeira da emprega para poderem fazer ou não investimentos.
* Bancos que pretendem saber se a empresa terá capacidade de reembolsar os financiamentos ou se poderá continuar a conceder crédito.
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* Estado que tem a responsabilidade de conduzir a política global, daí. A necessidade de conhecer informações sobre as empresas.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa
A DFC é um mapa que é elaborado através da comparação dos balanços do início e do fim do período. Evidencia a forma como, no decurso do período considerado, se processou a alteração dos fundos, ao descriminar as aplicações e as origens.
Origem Aplicação
Aumentos do Capital Próprio
Aumento do Passivo
Diminuição do Ativo
Diminuição do Capital Próprio
Diminuição do Passivo
Aumento do Ativo
A DFC evidencia os fluxos financeiros na empresa, tentando avaliar a sua política de investimentos e de financiamento.
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Notas adicionais :
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- Não constitui origem ou aplicação de fundos a transferência de investimentos em curso para as outras rubricas de investimentos.
- Não devem ser consideradas origem e aplicação de fundos a aplicação do método do justo valor aos Ativos Fixos Tangíveis e aos Ativos Intangíveis.
O Mapa de Origens e Aplicações de Fundos
Elabora-se a partir da variação registada entre dois balanços (início e final de período).
Como já sabemos,
Aumento do ativo ou redução de passivo e capitais próprios
Aplicações de Fundos
Redução do ativo ou aumento do passivo e capitais próprios
Origens de Fundos
Há ainda que calcular:
as denominadas origens de fundos internas, o que é, muito simplesmente,Resultados Líquidos + Depreciações e Amortizações + Variação de Provisões
Os dividendos distribuídos, ou seja,Resultados Líquidos + Variação de resultados retidos
Os investimentos efetuados, que são dados porVariação de investimentos – (Depreciações e Amortizações do exercício –
variação das amortizações acumuladas)
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Pode-se, então elaborar o mapa de origens e aplicações de fundos, que tem a seguinte forma:
ORIGENS DE FUNDOS APLICAÇÕES DE FUNDOS
INTERNAS
Resultado Líquido do exercício (+/-) Distribuições
Depreciações e Amortizações Por aplicação de resultados
Variação de provisões (+/-) Por aplicação de reservas
Subtotal Subtotal
Diminuições dos Capitais Próprios:
EXTERNAS Diminuições capital e prest. Suplem.
Aumento dos Capitais Próprios
De capital e prestações suplementares Movimentos Financeiros a m/l prazo:
De prémios de emissão e reservas espec. Aumentos investimentos financeiros
Cobertura de prejuízos Diminuições dívidas a terc. M/l prazo
Subtotal Aumento dívidas de terc. M/l prazo
Movimentos Financeiros m/l prazo Subtotal
Diminuições investimentos financeiros Aumentos de Investimentos:
Diminuição dívidas de terc. m/l prazo Trabalhos para própria empresa
Aumento dívidas a terceiros m/l prazo Aquisição de investimentos
Subtotal
Diminuições de Investimentos
Alienação de investimentos
Diminuição dos Fundos Circulantes Aumento dos Fundos Circulantes
TOTAL TOTAL
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