anÁlise preliminar da temperatura e umidade relativa do … · bibliográfica das obras sobre...

12
ANÁLISE PRELIMINAR DA TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR NA ÁREA URBANA DE TEFÉ-AM. Jennifer da Silva Guimarães Lopes Graduanda em Geografia-UEA [email protected] Natacha Cíntia Regina Aleixo Profa. Dra. do curso de Geografia UEA [email protected] João Cândido André da Silva Neto Prof. Dr. do curso de Geografia UEA [email protected] INTRODUÇÃO O clima urbano é uma combinação complexa entre a dinâmica atmosférica e a produção do espaço urbano. É uma construção social geradora de novas territorialidades (SANT´ANNA NETO, 2011). Influi e é influenciado diretamente por processos naturais que atuam nas escalas climáticas regionais e globais. Além disso, também é influenciado por processos relacionados à expansão territorial urbana e à produção do espaço por diferentes agentes sociais. Na maioria das cidades brasileiras o clima e a arborização não foram considerados primariamente como importantes no processo de planejamento e produção dos espaços urbanos. Nas cidades do interior do Amazonas esse quadro se repete e verifica-se que os impactos ocasionados pelo clima urbano são percebidos cotidianamente pela população nas cidades, por meio do desconforto térmico, ampla utilização de climatizadores artificiais (ar-condicionado) e problemas de saúde pública. Na Amazônia Brasileira, a pequena quantidade de estações meteorológicas instaladas na região, dificultou a realização de estudos sobre climas urbanos, apenas realizados nas grandes cidades que servem como base politico-territorial, ou seja, capital do estado.

Upload: dinhkiet

Post on 21-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ANÁLISE PRELIMINAR DA TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA

DO AR NA ÁREA URBANA DE TEFÉ-AM.

Jennifer da Silva Guimarães Lopes

Graduanda em Geografia-UEA

[email protected]

Natacha Cíntia Regina Aleixo

Profa. Dra. do curso de Geografia –UEA

[email protected]

João Cândido André da Silva Neto

Prof. Dr. do curso de Geografia –UEA

[email protected]

INTRODUÇÃO

O clima urbano é uma combinação complexa entre a dinâmica atmosférica e a

produção do espaço urbano. É uma construção social geradora de novas territorialidades

(SANT´ANNA NETO, 2011). Influi e é influenciado diretamente por processos naturais

que atuam nas escalas climáticas regionais e globais. Além disso, também é influenciado

por processos relacionados à expansão territorial urbana e à produção do espaço por

diferentes agentes sociais.

Na maioria das cidades brasileiras o clima e a arborização não foram considerados

primariamente como importantes no processo de planejamento e produção dos espaços

urbanos. Nas cidades do interior do Amazonas esse quadro se repete e verifica-se que os

impactos ocasionados pelo clima urbano são percebidos cotidianamente pela população

nas cidades, por meio do desconforto térmico, ampla utilização de climatizadores

artificiais (ar-condicionado) e problemas de saúde pública.

Na Amazônia Brasileira, a pequena quantidade de estações meteorológicas

instaladas na região, dificultou a realização de estudos sobre climas urbanos, apenas

realizados nas grandes cidades que servem como base politico-territorial, ou seja, capital

do estado.

Particularmente no estado do Amazonas, a região do Médio Solimões apresenta

carência de estudos no âmbito da climatologia geográfica, em especial nos estudos de

clima urbano.

A partir disso, o objetivo desse trabalho é analisar as alterações termo-

higrométricas associadas ao uso do solo na cidade de Tefé-AM, como subsídio ao

entendimento do clima urbano.

MATERIAIS E MÉTODOS

Partiu-se do referencial teórico e metodológico do sistema clima urbano proposto

por Monteiro (1976) com ênfase no subsistema termodinâmico que relaciona as

mudanças na produção e uso do solo urbano com os fluxos de energia, que modificam o

albedo, compondo uma atmosfera urbana. Primeiramente foi realizada a revisão

bibliográfica das obras sobre clima da Amazônia, clima urbano e as que discutem a

produção do espaço no município de Tefé, para análise do uso do solo da cidade.

A partir disso, foram coletados os dados dos elementos climáticos temperatura e

umidade de dois pontos: Centro de Estudos Superiores de Tefé, localizado no bairro

Jerusalém que possui uma estação meteorológica automática da marca DRIA adquirida

com recurso do Projeto Universal CNPq intitulado “Variabilidade climática e dinâmica

socioambiental no Médio Solimões-AM”. A estação coleta e armazena registros horários

de dados dos elementos climáticos. Essa área apresenta alta densidade construtiva, alto

fluxo de veículos e pouca arborização. A segunda estação analisada foi a do INMET, que

coleta dados de forma convencional em três horários diários (8:00h., 14:00h., 20:00h.),

localizada na Estrada do Aeroporto, que apresenta na área pouco fluxo de veículos e

pessoas, baixa densidade construtiva e ampla arborização.

As análises foram realizadas preliminarmente durante três meses, que

compreendem o final da estação seca (outubro, novembro e dezembro) do ano de 2014,

devido o inicio da mensuração na estação do CEST/UEA, disponibilidade e qualidade

dos dados. Esses dados foram analisados com técnicas estatísticas clássicas como: média,

valor máximo e mínimo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os climas das cidades brasileiras têm sido alterados em seus aspectos térmicos,

hígricos e pluviométricos, fato comprovado por inúmeros estudos realizados desde as

décadas de 1970 e 1980 nas áreas metropolitanas, cidades de porte médio e mais

recentemente nas cidades de pequeno porte.

O modo de vida urbano faz com que ocorra a alteração do balanço de energia

entre a atmosfera e a superfície terrestre, essa alteração repercute no balanço hidrológico

e provoca efeitos na qualidade de vida da população.

Para Oke (1982) o fenômeno da ilha de calor pode ser analisado pela alteração

no balanço de energia entre a cidade e o campo verificando as densidades construtivas e

as influências externas da dinâmica climática em uma perspectiva espaço-temporal.

De acordo com Araújo et. al. (2011, p.77) “O balanço de energia urbano de uma

cidade depende de diversos fatores, tais como: o tipo e cor dos materiais utilizados nas

edificações, a densidades de construções, a verticalização, a presença de áreas verdes e a

arborização nas calçadas e fundos de quintais, a quantidade de veículos, etc.”

O estudo sobre as ilhas de calor em área metropolitana foi realizado

pioneiramente por Lombardo (1985) na metrópole paulista; a autora identificou o

aumento da temperatura em torno de 1,2ºC desde os anos 1950, época de intensa

industrialização. Esse aumento térmico coincidia com as áreas mais densamente

urbanizadas.

Depois disso, outros trabalhos foram realizados para identificar as ilhas de calor,

como na cidade do Rio de Janeiro por Brandão (1996) e no bairro Maracanã (FARIAS E

BRANDÃO, 2008) em que foi comprovada a existência de ilhas de calor com intensidade

muito forte. A localização dos pontos mais quentes da cidade, indicaram que áreas com

grandes densidades de edificações, associada à altura e aos materiais das construções, se

mostram como armazenadoras térmicas.

Estudos realizados por Amorim (2000 e 2008), diagnosticou as ilhas de calor nas

cidades de porte médio na região do Pontal do Paranapanema-SP, com amplitudes de

temperatura de até 8,4°C.

Deve-se salientar o papel da vegetação e das atividades humanas na

definição dos tipos climáticos do Brasil, pois, a interação destes com o balanço

de radiação e a atmosfera dá origem a particularidades climáticas regionais e

locais no cenário brasileiro. (MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA, 2007,

p.153).

Com relação ao clima urbano a vegetação exerce grande influência na redução da

temperatura e baixa umidade do ar, porém, por ser uma cidade sem nenhum planejamento

urbano, onde muitas famílias não possuem condições de construir casas com coberturas

adequadas o desconforto térmico é perceptível.

Desta forma fica evidenciado que estrutura urbana influencia decisivamente nas

variabilidades climáticas. Como afirma Sant’Anna Neto (2011):

A expansão territorial urbana caracteriza-se pelo aumento das áreas

edificadas e pavimentadas que geram inércia térmica e a produção de calor. As

ilhas de calor não causam apenas desconforto térmico em ambiente de clima

tropical, mas são responsáveis também, pelo aumento da demanda por energia

e pela formação de ambientes urbanos insalubres que afetam a saúde humana.

(SANT’ANNA NETO, 2011, p.52).

Segundo Monteiro (2003), dentro dessa dinâmica urbana, as relações sociais têm

significado concreto, pois, o comportamento dos seus habitantes e características

socioeconômicas, modifica a estrutura da cidade, podendo dessa forma influenciar no

balanço térmico.

Monteiro (2003) relata a analise do clima urbano, levando em consideração as

características do espaço local, e das relações dos seus habitantes com a cidade,

demonstrando que através dessas variáveis, e de como estas relações se estabelecem

possivelmente acarretará em transformações na estrutura urbana e por consequências na

vida da população da cidade.

Diversos estudos foram feitos sobre o clima urbano, alguns deles fazem essa

relação da importância do uso e ocupação do solo, e como isso pode influenciar no clima

local e por consequência na percepção desta mudança pelos seus habitantes. Entretanto,

na Amazônia Brasileira esses estudos nas cidades de porte médio e pequeno são escassos,

como é o caso da cidade de Tefé.

O município de Tefé localiza-se na região do Médio Solimões no estado do

Amazonas e possui 61.453 habitantes, de acordo com o IBGE (2010). (Mapa 1)

Mapa 1. Localização do município de Tefé. Org.: SILVA NETO, 2014.

A partir da década de 1980, observou-se um crescimento significativo da

população total do município de Tefé. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) em 1940 a população de Tefé era de 15.657, na década de 1980 a

população de Tefé foi de 53.570 habitantes e no ano de 2010 foi de 61.453 habitantes.

Para analisarmos as características climáticas de Tefé-AM, foi necessário

conhecer os estudos já foram feitos, como a analise dos impactos pluviais no município

de Tefé, onde Costa e Aleixo (2014), observando o período de 2002 a 2012, verificou que

os totais anuais de chuva variaram entre 2.200 a 3.100 mm, porém os maiores índices de

chuva ocorreram no período de janeiro a maio, os meses de cheia na Amazônia Brasileira,

e a diminuição do total de precipitação se dá a partir de junho coincidindo com o período

da vazante.

Em outro estudo sobre a variabilidade climática do município de Tefé numa

analise do período de 1970 a 2012, “a temperatura média máxima mensal demonstrou,

que no período de julho a novembro os valores aumentam chegando na faixa de 34 a

36°C. Nos meses de janeiro a junho que são mais chuvosos, a temperatura máxima é

menor” (ALEIXO, 2014, p.1640).

O gráfico 1, demonstra as chuvas e a temperatura média do ar do município e

verificou-se que o período com maiores totais pluviais entre os meses de janeiro a maio

e o período de diminuição das chuvas entre junho e setembro. A temperatura média

apresenta pouca variação entre os meses, porém, é maior no período denominado de seca

e menor no período da cheia.

Gráfico 1. Normal Climatológica do município de Tefé.

Fonte: INMET. Org.: ALEIXO, 2014.

A partir disso, os dados sobre duas estações localizadas em áreas distintas de Tefé

foram analisados para verificar a variação térmica e higrométrica na cidade relacionadas

as características do uso do solo.

De acordo com o gráfico 2 e 3, a temperatura média do INMET no horário de

8h00min no mês de outubro foi de 25,64°C, às 14h00min de 31,69°C e às 20h00min

26,41°C, enquanto na estação da UEA às 8h00min horas foi de 26,02°C, as 14h00min de

33,35°C e as 20h00min de 27,24°C. A maior diferença entre essas medições foi às

14h00min de com amplitude de 1,66°C, desta forma podemos observar que todos os

horários coletados apresentaram diferença apesar de pequena, de um ponto para o outro

estudado, todas elas demonstrando que a maior temperatura foi sempre encontrada na

estação do CEST/UEA.

Gráficos 2 e 3: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA –

Outubro/2014.

Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.:

LOPES (2016)

No mês de outubro a umidade relativa do ar média mensal na estação

meteorológica do INMET nos horários 8h00min, 14h00min e 20h00min horas, foi de

90,54%, 66% e 89,09% respectivamente, da UEA foi às 8h00min horas 93,72%, às

14h00min de 63,96% e às 20h00min 88,08%. Há, portanto uma oscilação normal já que

“o aumento da temperatura do ar resulta na diminuição de sua umidade relativa.”

(MENDONÇA. DANNI-OLIVEIRA, 2007, p.63). A maior porcentagem encontrada foi

de 93,72% as 8h00min horas da manhã na UEA.

No mês de novembro na estação do INMET, de acordo com o gráfico 4, às

8h00min horas a temperatura média foi 26,16°C, às 14h00min horas 31,90°C, e as

20h00min horas a temperatura encontrada foi de 26,58°C. Na UEA, conforme o gráfico

5, às 8h00min horas a temperatura média foi 25°C, às 14h00min horas 32,66°C e às

20h00min horas 28,45°C.

A umidade relativa do ar média na estação meteorológica do INMET no mês de

novembro às 8h00min foi de 90,3%, 14h00min de 67,5%, às 20h00min horas foi 88,90%,

na estação da UEA, nos horários 8h00min, 14h00min e 20h00min horas às médias

encontradas foram 97,33%, 67,46% e 81,13%, respectivamente.

Gráficos 4 e 5: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA –

Novembro/2014.

Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.:

LOPES (2016)

No mês de dezembro de 2014, na estação do INMET a temperatura média horária

foi de 25,2°C às 8h00min, 31,1°C às 14h00min e 20h00min a média mensal foi de

26,29°C. Enquanto na Estação da UEA as 8h00min foi de 25,2°C, as 14h00min foi

33,02°C e as 20h00min a média foi 28,22°C. (gráfico 6 e 7).

As diferenças térmicas entre as duas estações, fica clara nos horários de 14h00min

com 1,92°C e 20h00min com 1,93°C, onde a estação do INMET apresentou os menores

valores, as 14h00min 31,1°C e as 20h00min 26,29°C.

Gráficos 6 e 7: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA –

Dezembro/2014.

Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.:

LOPES (2016)

As médias mensais da umidade relativa do ar, na estação meteorológica do

INMET no mês de dezembro de 2014 às 8h00min foi 90,16%, às 14h00min foi 68,86%

e as 20h00min foi 89,74%, enquanto no CEST/UEA às 8h00min foi 95,85%, às 14h00min

64,85% e às 20h00min foi 83,42%. Neste mês nos horários analisados o menor valor de

umidade relativa do ar encontrado, foi as 14h00min com 64,85% no CEST/UEA e a maior

também, no horário de 8h00min horas com 95,85%.

Para entender diferenças termo–higrométricas dessas áreas é preciso levar em

consideração o uso do solo em que estão inseridas as estações meteorológicas analisadas.

Desta forma, analisar o clima se faz necessário observar o espaço urbano, de diversas

formas, com todas suas características. “a cidade tanto se integra em níveis superiores

como se dividem em setores, bairros, ruas, casas, ambientes internos etc.” (MONTEIRO

e MENDONÇA, 2003, p.20).

É importante caracterizar o espaço urbano da cidade de Tefé, principalmente as

áreas estudadas, pois dessa forma pode-se demonstrar que a frequente modificação do

espaço urbana, é capaz de transformar o ambiente e consequentemente a qualidade de

vida, demonstrando dessa forma que se outras partes da cidade sofrerem as mesmas

alterações possivelmente acarretará nas mesmas mudanças no âmbito local.

A Estação Meteorológica do INMET em Tefé localiza-se na estrada do aeroporto,

numa área com ampla arborização urbana, possuem asfaltamento e poucas casas e fluxo

de veículos mais intenso em alguns horários, como de 7h00min à 8h00min da manhã e

de 13h00min as 14h00min e a noite de 18h00min às 19h00min. (Figura 1 e 2).

Figuras 1 e 2: Vista parcial das características gerais da Estação Meteorológica do

INMET em Tefé-AM. Fonte: LOPES (2016)

A Estação Meteorológica do CEST-UEA localiza-se na estrada do Bexiga (figura

3 e 4), no Bairro Jerusalém, entre os Bairros de Juruá e Fonte- Boa, numa área

predominantemente construída, que possui casas com mais de dois pisos, influenciando

a circulação dos ventos, possui asfaltamento, e escassa arborização ao entorno. O fluxo

de veículos no local é intenso durante todos os horários do dia.

Desta forma, através das imagens é possível observar a diferença entre as duas

áreas, mesmo estando dentro do perímetro urbano, possuem características distintas o que

possivelmente estaria alterando a diferença na temperatura e da umidade de ambas.

Figuras 3 e 4: Vista parcial das características gerais da Estação Meteorológica do

UEA- Centro de Estudos Superiores de Tefé-AM. Fonte: LOPES (2016)

Através das analises foi possível verificar as diferenças térmicas nos pontos

intraurbanos da cidade de Tefé - Amazonas, com a amplitude térmica de até 2°C, sendo

que o ponto com maiores temperaturas foi o CEST/UEA, apesar da diferença não ser tão

grande faz com que a população sinta os efeitos desse aumento, e haja um desconforto

térmico maior, e por consequência utilizem mais frequentemente os climatizadores

artificiais. Segundo SANT’ANNA NETO (2011) o aumento da temperatura não provoca

apenas desconforto, mas também é responsável, pela formação de ambientes insalubres

que afetam a saúde humana, fato que potencialmente pode ocorrer nesta área.

CONCLUSÃO

O trabalho sobre o clima urbano poderá fornecer subsídio para uma análise mais

ampla da cidade de Tefé-Amazonas, pois, traz de forma cientifica a influência da

modificação do espaço urbano e as alterações vindas em consequência disso, como à

qualidade do ambiente urbano.

A estação do INMET registrou de forma predominante as menores temperaturas

e maior umidade relativa do ar, enquanto a estação do CEST/UEA com área mais

modificada pela produção do espaço, com maior impermeabilidade do solo, menos

arborização, e a presença de maior quantidade de casas e fluxos de veículos e pessoas

demonstrou aumento da temperatura e diminuição da umidade dada a alteração no clima

local. Esse fato influencia no desconforto térmico das pessoas que trabalham ou habitam

aquela área, podendo inclusive ocasionar problemas de saúde.

Os resultados obtidos por meio deste estudo podem propiciar a comunidade e o

poder público à compreensão das consequências das alterações no balanço de energia

superfície-atmosfera devido o uso desordenado e indiscriminado do espaço urbano,

condizendo com outros estudos realizados na climatologia geográfica que também

apontam esse problema.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, A. et al. Ensaio Metodológico sobre a utilização de transectos móveis no

período diurno. Revista Formação,v.1, n.17, p.77-95. 2011.

ALEIXO, Natacha. SILVA NETO, João Cândido, Variabilidade climática do município

de Tefé/Amazonas/Brasil In: Anais VIII Simpósio Latinoamericano de Geografia

Física, 2014. p.1635 -1643.

COSTA, Raquel; ALEIXO, Natacha; SILVA NETO, João, Impactos pluviais no

município de Tefé-AM In: Anais X Simpósio Brasileiros de Climatologia Geográfica,

2014. p.2211-2221.

LOMBARDO, M. A. Ilha de Calor nas Metrópoles. O exemplo de São Paulo. São

Paulo: Editora Hucitec, 1985.

MENDONÇA, Francisco; DANNI - OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções

básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2007.

MONTEIRO, C.A. de F. Teoria e Clima Urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo,

Instituto de Geografia, 1976.

MONTEIRO, Carlos Augusto Figueiredo; MENDONÇA, Francisco (Org.). Clima

Urbano: teoria e clima urbano. Ed.Contexto, 2003.

OKE, T.R. The energetic basis of the urban heat island. Quarterly Journal of the Royal

Meteorological Society, v.108, n. 455, p. l-24, jan. 1982.

SANT’ANNA NETO, João Lima. O clima urbano como construção social. Revista

Brasileira de Climatologia, vol.8, p. 45-60, 2011.

SILVA NETO, João; ALEIXO. Natacha, Analise Temporal da Terra e Cobertura Vegetal

no Baixo Rio Tefé Amazonas In: Anais do VIII Simpósio Latinoamericano de

Geografia Física. 2014. p.740-747.

FARIAS, H.; BRANDÃO, A.N. Configurações da ilha de calor no bairro Maracanã. In.:

VIII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. 2008, Alto Caparaó/ MG. Anais.

Universidade de Uberlândia, 2008.