análise sistemática - caio júlio césar e nennius

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TRABALHO FINAL HISTORIOGRAFIA ANTIGA E MEDIEVAL

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Análise sistemática das fontes historiográfias de Caio Júlio César e Nennius

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Page 1: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

TRABALHO FINAL

HISTORIOGRAFIA ANTIGA E

MEDIEVAL

Page 2: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

AUTORA: GABRIELA BELMONTE MUNIN

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAISCURSO: HISTÓRIADISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA ANTIGA E MEDIEVALPERÍODO: 1º/2010PROF. RESPONSÁVEL: ALVARO H. ALLEGRETTETURMA: NA1

Page 3: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

ÍNDICE

4. Introdução5. Biografia – Caio Júlio César6. Guerras da Gália7. De bello Gallico8. Fonte: Caio Júlio César9. Análise sistemática: Caio Júlio César13. Biografia – Nennius14. História da Bretanha15. Fonte: Nennius17. Análise sistemática: Nennius20. Comparação entre os autores21. Referências Bibliográficas

Page 4: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo analisar sistematicamente fontes historiográficas escritas por Caio Júlio César e Nennius e comparar as concepções dos autores.

Page 5: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

BIOGRAFIA – Caio Júlio César

Caius Iulius Caesar (13 de Julho, 100 a.C. – 15 de março de 44 a.C.) foi um estadista romano, que desempenhou um papel importante na transformação de República para Império Romano.

Suas conquistas na Gália estenderam o domínio romano até o Atlântico.

Lutou em uma guerra civil com a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu. Após a derrota dos optimates, tornou-se ditador vitalício e iniciou uma série de reformas em Roma.

O seu assassinato em 44 a.C. travou seu

Page 6: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

trabalho e abriu caminho para uma série de instabilidades políticas, que viriam a culminar no fim da República Romana e início do Império Romano.

Como historiador e escritor, deixou dois trabalhos:

De bello Gallico, que contém comentários sobre as campanhas da Gália.

De bello Civili, que contém comentários sobre a recusa de obedecer ao senado e a guerra civil.

GUERRAS DA GÁLIA

As guerras da Gália consistem na série de campanhas iniciadas em 58 a.C. por Júlio César, que possibilitaram estabelecer o domínio romano sobre a Europa a oeste do rio Reno.

Após atravessar a a Gália Transalpina, César expulsou as tribos germânicas fixadas ao sul e ao leste, as belgas ao norte e os vênetos a oeste. Atravessou o Reno para mostrar o poder de controle das fronteiras. Favorecido pela desunião intertribal, subjugou implacavelmente as costas norte e oeste. Invadiu duas vezes

Page 7: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

(55 a.C. e 54 a.C.) a Bretanha, que era vista como refúgio belga e ameaça para Roma. No inverno de 53 a.C.-52 a.C., Vercingetórix reuniu as tribos da Gália central numa unidade incomum, promovendo a insurreição dos povos da Gália iniciado com o massacre dos Romanos em Orléans. Em longa e amarga batalha, César derrotou Vercingetórix e os seus sucessores, culminando na rendição do chefe gaulês.

A Gália, que ocupava apenas uma parte do noroeste da península Itálica (Gália Cisalpina) e uma estreita faixa de terra ao sul da atual França (Gália Narbonense), passou a incluir o equivalente ao atual território da França e da Bélgica.

DE BELLO GALLICO

A partir de suas campanhas, Júlio César escreveu um livro com estes relatos, o De Bello Gallico ("Das Guerras na Gália"). No livro, os relatos contam quais eram as tribos e qual a cultura dos que lá habitavam e como fez César para dominá-las.

As campanhas de César na Gália (58-52 a.C.)

Page 8: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Data Nação Rei/Líder Motivo da Guerra

58 a.C.

Helvécios Dunórix Tentativa dos helvécios de invadirem, partindo da Suíça, o Sul da Galia. Foram derrotados por César na batalha de Bibracte, aceitando em seguida a

situação de vassalagem.

57 a.C.

Germanos

Ariovisto Luta pela hegemonia da Gália setentrional. Os germanos foram derrotados perto de Besançon, na Alta Alsácia e Ariovisto buscou refugio além

do Rio Reno. César ordena a travessia do rio dos germanos para punir a tribo dos sugambros.

56 a.C.

Belgas Galba Reação das tribos belgas à presença romana na sua fronteira. Batidos por César perto de Novon,

capitulam.

55 a.C.

Tribos marítima

s

- César se desloca para a costa atlântica e enfrenta os gauleses armóricos ou vênetos, numa

guerra por terra e por mar. Duras represálias contra as lideranças das tribos marítimas que

resistiram aos romanos.

55-4 a.C.

Bretões Casivelauno Expedição punitiva de César às ilhas britânica pelos bretões terem dado abrigo aos patriotas da

armórica que lá procuraram refúgio. Depois de um acordo, César recuo para a Gália.

53 a.C.

Gauleses Ambriórix e outros

Levante geral contra os romanos. César com sua presença consegue fazer refluir o movimento.

52 a.C.

Gauleses Vercingetórix

Nova insurreição, desta vez popular. Trata-se de uma rebelião geral contra o invasor. César é

batido em Gergóvia, mas, em seguida, consegue cercar os gauleses em Alésia. Rendição de Vercingetórix. Fim da Gália independente, tornada desde então província romana.

Fonte a ser analisada:

Toda a nação gaulesa é muito dada a superstições; por isso os que são acometidos de graves enfermidades, os que se acham em perigo ou em combate, imolam vítimas humanas ou fazem votos disso; e para tais sacrifícios ocupam os druidas. Pensam que só pela vida de um homem se pode remir a vida de outro e que este é o único meio de conjurar a cólera dos deuses imortais, havendo até quejandos sacrifícios instituídos pelo bem comum. Costumam fazer enormes simulacros, cujos membros são tecidos e de vime, e os enchem de homens vivos, deitando-lhes depois fogo para que sejam abrasados. Creem ser mais agradável aos deuses o sacrifício dos que são apanhados em furto, latrocínio ou qualquer outro crime; mas quando faltam criminosos, imolam até mesmo os inocentes.

(…).

Page 9: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Tempo houve quem que os Gauleses sobrepujavam em valor os germanos, faziam-lhes a guerra e por causa do excesso de população e aperto de território mandavam colônias para além do Reno. Assim foi que os Volcas Tectosagens ocuparam e colonizaram as férteis regiões da Germânia adjacentes à floresta Hercínia, da qual, pelos gregos chamada Orcínia, vejo que tivera notícia Eratóstenes. Esse povo até hoje ali se mantém e goza de grande reputação de justiça e valor guerreiro: ainda se conserva na mesma nobreza e endurecimento dos Germanos, com o mesmo modo de vestuário e alimentação, enquanto que aos outros Gauleses a vizinaça da Província Romana e o conhecimento das coisas ultramarinas têm proporcionado outros recursos e abastanças. Afeitos aos poucos a serem vencidos, destroçados em muitas pelejas, não podem ser comparados àqueles em valor.

Esta floresta Hercínia de que falo, tem de largura nove dias de viagem para um batedor; não há outro modo de avaliar, nem os Germanos conhecem medidas itinerárias. Começa nas fronteiras dos Helvécios, Nemetos e Rauracos, e acompanhando o rio Danúbio, vai até os limites dos Dacos e Anartas; dali se inclina à esquerda para regiões afastadas do rio, e pela grandeza de sua extensão, atinge os territórios de muitas nações. Ninguém há nesta parte da Germânia que diga ter ido ao fim dessa floresta, ainda que após sessenta dias de viagem, ou que saiba onde é o fim dela.

Comentários sobre a Guerra da Gália, livro VI, 16, 24.

ANÁLISE SISTEMÁTICA

Crítica Externa

Natureza do texto: Relato

Origem: Roma (50 a.C.)

Autoria: Caio Júlio César

Crítica Interna

Page 10: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Termos: superstições, druidas, simulacros, furto,

latrocínio, ultramarinas.

Outras obras do autor: De bello Civili

Público: Classe média romana, a fim de relatar as

campanhas do autor, durante as guerras gálicas.

Análise Externa

Do livro VI, 16.

Tempo: 58 a.C. até 52 a.C.

Espaço: Gália

Temas: Religiosidade e rituais.

Narrador: 3ª pessoa.

Método: Narrativa.

Fontes: Testemunha ocular, campanha de Júlio César

no território gaulês.

Análise Interna

Do livro VI, 16.

Personagens e características: Gauleses: povos que

habitavam a França, Bélgica, Itália e populações

célticas. / Druidas: Juristas e sacerdotes para o povo

celta.

Ações: superstições dos gauleses, imolação de vítimas

dos druidas, sacrifícios instituídos pelo bem comum,

construção de simulacros para abrasar homens vivos.

Sujeitos: Druidas, responsáveis pelas imolações –

ocupados pelos gauleses.

Objeto: Homens apanhados em furto, latrocínio ou

Page 11: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

qualquer outro crime, mas quando faltavam criminosos,

imolavam até mesmo os inocentes.

Agentes: Druidas executam a ação à ordem dos

gauleses, que buscavam proteção divina para a guerra,

oferecendo sacrifícios aos deuses imortais.

Acontecimentos: Superstição materializada em

sacrifícios humanos, para evitar a cólera dos deuses.

Fatos: Sacrifícios.

Processo: Segundo a fonte “Costumam fazer enormes

simulacros, cujos membros são tecidos de vime, e os

enchem de homens vivos, deitando-lhes depois fogo

para que sejam abrasados. Creem ser mais agradável

aos deuses o sacrifício dos que são apanhados em

furto, latrocínio o ou qualquer outro crime; mas quando

faltam criminosos, imolam até mesmo os inocentes.”

Episódios: Homens (culpados e inocentes) são

oferecidos em sacrifício aos deuses, em troca de

proteção para a guerra.

Análise Externa

Do livro VI, 24.

Tempo: 58 a.C. até 52 a.C.

Espaço: Território germânico.

Temas: A guerra e cotidiano do povo gaulês.

Narrador: 1ª (“Esta floresta Hercília de que falo, tem

de largura novo dias de viagem para um batedor; não

há outro modo de avaliar, nem os Germanos conhecem

medidas itinerários.”) e 3ª pessoa (“Tempo houve em

que os Gauleses sobrepujavam em valores os

germanos, faziam-lhes a guerra e por causa do excesso

Page 12: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

de população e aperto de territórios mandavam

colônias para além do Reno”).

Método: Narrativa.

Fontes: Testemunha ocular, campanha de Júlio César

no território gaulês.

Análise Interna

Do livro VI, 24.

Personagens e características: Gauleses: povos que

habitavam a França, Bélgica, Itália e populações

célticas. / Volcas Tectosagens: colonizadores de certas

regiões férteis da Germânia / Gregos: denominavam a

floresta Hercínia de Orcínia / Eratóstenes / Germanos:

nobreza e endurecimento / Helvécios, Nemetos e

Rauracos: povos que dominam a fronteira do território

germânico.

Ações: Entre gauleses e germanos: “Tempo houve em

que os Gauleses sobrepujavam em valor os germanos,

faziam-lhes a guerra e por causa do excesso de

população e aperto de território mandavam colonias

para alem do Reno.” / Volcas Tectosagens: “(...)

ocuparam e colonizaram as férteis regiões da

Germânia(...)” / Gregos: “(...) Hercínia, da qual, pelos

gregos chamada Orcínia(...)” / Helvécios, Nemetos e

Rauracos: “Começa nas fronteiras dos Helvécios,

Nemetos e Rauracos(...)”

Sujeitos: Gauleses

Objeto: Germanos

Agentes: Território germânico para expansão gaulesa.

Page 13: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Acontecimentos: Ocupação das regiões adjacentes à

floresta Hercínia, pelos Volcas Tectosagens.

Fatos: Disputa territorial entre gauleses e germanos.

Processo: Gauleses faziam guerra aos germanos,

mandavam colônias para além do Reno, causando

assim a ocupação de territórios germânicos por povos

gauleses.

Episódios: 1. Guerras entre Gauleses e germanos.

2. Ocupação e colonização de terras germânicas pelos

Volca Tectosagens.

3. Povo se mantendo na área colonizada, se

conservando “na mesma nobreza e endurecimento dos

Germanos, com o mesmo modo de vestuário e

alimentação, enquanto que aos outros Gauleses a

vizinhança da Província Romana e o conhecimento das

coisas ultramarinas têm proporcionado outros recursos

e abastanças.”

4. Gauleses destroçados em muitas pelejas pelos

Germanos.

Page 14: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

BIOGRAFIA – Nennius

Nennius foi um pupilo de Elbodugus. É

declarado como tendo vivido em princípios

do século IX, e é identificado como autor de

um grupo de manuscritos denominado

Historia Brittonum. A cuidadosa análise do

professor David N. Dumbille sobre esse

texto mostra, entretanto, que os

manuscritos que reputam sendo o original,

data do século XI, bastante posterior

portanto que os exemplares de outras

versões - e cerca de duzentos anos após a

data que supõe-se tenha vivido Nennius.

Entretanto, numerosos historiadores

referem-se ao autor do texto original do

Historia Brittonum como Nennius, ou

pseudo-Nennius.

Page 15: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

HISTÓRIA DA BRETANHA

Depois da conquista da Gália pelos

Romanos, a Bretanha fazia parte da

Armórica (aremoricae – que está frente ao

mar). Cerca de 500 d.C., os Bretões da ilha

da Bretanha (a Grã-Bretanha atual),

atacados pelos Anglo-saxões emigraram

para aí, trazendo os seus costumes e língua.

A região passou a se designar Bretanha com

a sua chegada. Muitos designam-na,

também, de Pequena Bretanha, por

oposição à ilha de onde vieram. No início da

Idade Média, a Bretanha foi dividida em três

reinos - o Domnonée, a Cornualha, e o Bro

Waroch - que foram incorporados ao Ducado

da Bretanha.

O Ducado da Bretanha esteve independente

do reino de França até 1532. Guardou os

seus privilégios (legislação e impostos

próprios) até a Revolução Francesa.

Page 16: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Fonte a ser analisada:

54.

São Patrício ensinou o Evangelho às nações estrangeiras

pelo espaço de quarenta anos. Investido de poderes

apostólicos, deu visão aos cegos, purificou os leprosos,

cursou os surdos, expulsou demônios, ressuscitou nove

dentre os mortos, redimiu muitos cativos de ambos os sexos

por sua própria expensa e deixou-os livres em nome da

Santa Trindade. Ensinou os servos de Deus e escreveu

trezentos e sessenta e cinco livros canônicos e outros

relativos à fé católica. Fundou muitas igrejas e consagrou o

mesmo número de bispos, fortalecendo-os com o Espírito

Santo. Ordenou trezentos mil presbíteros, converteu e

batizou doze mil presbíteros, e converteu e batizou doze mil

pessoas na província de Conatcha (Connaught).

Em um dia batizou sete reis, que eram os sete filhos de

Almogith. (…) Depois de uma vida dedicada à conversão do

bem da humanidade, São Patríciom numa idade madura

saudável, passou deste mundo para o Senhor, e mudou sua

vida para uma melhor, com os santos e eleitos de Deus ele

repousa para sempre. Amém.

55.

São Patrício parecia-se com Moisés em quatro

particularidades: o anjo falou-lhe no ramo ardente; ele

vagueou quarenta dias e quarenta noites numa montanha;

ninguém conhece a sua sepultura, nem onde ele está

enterrado; esteve dezesseis anos como cativo. No seu

vigésimo quinto ano, foi consagrado bispo por São Mateus, e

foi oitenta e cinco anos apóstolo dos irlandeses. Seria mais

proveitoso tratar a vida desde santo no seu conjunto, mas

não é hora para concluir a epítome dos seus labores.

Page 17: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

56.

Naquele tempo, os saxões se tornavam mais fortes em

virtude do seu grande número e cresciam em poder na

Bretanha. Após a morte de Hengist, no entanto, seu filho

Octa cruzou da parte mais ao norte da Bratanha para o

reino de Kent, e dele procederam todos os reis daquela

província até hoje.

Então Artur, juntamente com os reis da Bretanha, lutou

contra eles (os saxões) naqueles dias, mas Artur mesmo era

um comandante militar [dux bellorum]. Sua primeira

batalha foi na foz do rio que é chamado Glein. Sua segunda,

terceira, quarta e quinta batalhas foram acima de um rio

chamado Douglas e [que] está na região de Linnuis. A sexta

batalha foi às margens do rio chamado Bassas. A sétima

batalha foi na floresta de Celidon, que é Cat Coit Celidon. A

oitava batalha foi na fortaleza de Guinnion, na qual Artur

carregou a imagem de Santa Maria sempre virgem sobre

seus ombros; e os pagãos foram postos em debandada

nesse dia.

E sob o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo e sob o poder da

sagrada Virgem Maria, sua mãe, houve uma grande

mortandade entre eles. A nona batalha foi travada às

margens da Cidade das Legiões. A décima batalha foi

travada às margens do rio Tribuit. A décima primeira batalha

foi realizada na montanha Agnet. A décima segunda batalha

foi no Monte Badon, no qual caíram em um dia novecentos e

sessenta homens de uma investida de Artur e ninguém os

golpeou, exceto o próprio Artur, e em todas as batalhas ele

saiu como vencedor.

Page 18: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

ANÁLISE SISTEMÁTICA

Crítica Externa

Natureza do texto: Relato

Origem: Bretanha

Autoria: Nennius

Crítica Interna

Termos: poderes apostólicos, leprosos, ressuscitou,

redimiu, expensa, livros canônicos, saxões.

Público: Nennius clama que o texto é voltado para seus

inferiores conhecerem a história de seu povo.

Análise Externa

Tempo: 858 d.C.

Espaço: Bretanha

Temas: Religiosidade e batalhas de conquista da Gália

pelos Bretões.

Narrador: 3ª pessoa.

Método: Narrativa descritiva

Fontes: (como mencionado no capítulo 1 e 3) Anais dos

romanos, as Crônicas dos santos padres, Jerônimo,

Eusébio, Isidoro, Próspero, e os Anais dos escotos e

Page 19: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

saxões.

Análise Interna

dos capítulos 54 e 55

Personagens e características: São Patrício:

dedicou-se a levar o Evangelho às nações estrangeiras

por quarenta anos / bispos: fortalecidos pelo Espírito

Santo, por intermédio de São

Patrício / presbíteros / reis: filhos de Amolgith / Moisés:

São Patrício é comparado ao profeta bíblico / anjo / São

Mateus / irlandeses.

Ações: São Patrício: leva o Evangelho às nações

estrangeiras por quarenta anos, dá visão aos cegos,

purifica leprosos, cura surdos, expulsa demônios,

ressuscita mortos, redime cativos de ambos os sexos,

ensina os servos de Deus, escreve trezentos e sessenta

e cinco livros canônicos, funda igrejas, consagra bispos,

ordena presbíteros, converte e batiza pessoas e batiza

reis e foi oitenta e cinco anos apóstolo dos irlandeses. /

anjo: fala com São Patrício no ramo ardente / São

Mateus: consagra São Patrício como bispo.

Sujeitos: São Patrício

Objeto: nações estrangeiras.

Agentes: O exercício da fé.

Acontecimentos: A religião católica será colocada na

região dos Bretões, através do exercício da fé praticado

por São Patrício.

Fatos: Juntar novos fiéis para a Igreja Católica.

Processo: “São Patrício ensinou o evangelho às nações

estrangeiras pelo espaço de quarenta anos.”

Page 20: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Episódios: Milagres, conversão de pessoas e fundação

de igrejas católicas colocam São Patrício como eleito de

Deus.

Análise Interna

do capítulo 56

Personagens e características: saxões: fortes e

poderosos na Bretanha / Hengist: pai de Octa / Octa:

filho de Hengist / Artur: comandante militar

Ações: saxões: cresciam em poder na Bretanha /

Hengist: morte / Octa: cruza para o reino de Kent /

Artur: luta contra os saxões

Sujeitos: Artur

Objeto: Saxões

Agentes: Território da Bretanha

Acontecimentos: Doze batalhas travadas por Artur e

reis da Bretanha.

Fatos: Batalhas de Artur com objetivos religiosos.

Processo: Batalhas travadas por Artur contra os

saxões.

Episódios: Primeira batalha na foz do rio Glein,

segunda, terceira, quarta e quinta batalhas acima do rio

Douglas, na região de Linnuis, sexta batalha às

margens do rio Bassas, sétima batalha na floresta de

Clidon, oitava batalha na fortaleza de Guinnion, nona

batalha às margens da Cidade das Legiões, décima

batalha às margens do rio Tribuit, décima primeira

batalha na montanha Agnet e décima segunda batalha

no Monte Badon.

Page 21: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

COMPARAÇÃO ENTRE OS AUTORES

Analisando sistematicamente as duas

fontes, conseguimos perceber

características semelhantes nos textos.

Ambos os autores tratam da religiosidade

dos povos com os quais estão trabalhando.

No caso de Caio Júlio César, ele aborda esse

assunto através das superstições e rituais de

sacrifício praticados pelos gauleses.

Já Nennius, descreve a religiosidade através

das obras de São Patrício, comparando-o a

Moisés.

Page 22: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

O relato de Nennius serve como uma forma

de continuação para o de Júlio César, pois a

Bretanha fazia parte da Armórica, território

pertencente à Gália, conquistada pelos

romanos.

Ambos descrevem batalhas que tiveram a

mesma razão, a de expansão de território,

mesmo que no caso das batalhas travadas

por Artur, um dos motivos tenha sido

também a propagação da fé católica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÉSAR, Caio Júlio – De bello gallico –

Page 23: Análise Sistemática - Caio Júlio César e Nennius

Comentários sobre a Guerra da Gália

NENNIUS – História dos Bretões

TÁCITO, Publius Cornélio – Germânia