análise táctica no futebol: estudo exploratório dos … · o instrumento utilizado para a...

91
Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos comportamentos tácticos desempenhados por jogadores no campo relvado e no campo pelado. Carlos Miguel Morais Coelho Dias Porto, 2009

Upload: doque

Post on 12-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Análise Táctica no Futebol: Estudo

exploratório dos comportamentos

tácticos desempenhados por

jogadores no campo relvado e no

campo pelado.

Carlos Miguel Morais Coelho Dias

Porto, 2009

Page 2: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 3: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Análise Táctica no Futebol: Estudo

exploratório dos comportamentos

tácticos desempenhados por

jogadores no campo relvado e no

campo pelado

Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Alto Rendimento – Futebol, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

Orientador: Professor Doutor Júlio Garganta

Co-Orientador: Mestre Israel Teoldo da Costa

Autor: Carlos Miguel Morais Coelho Dias

Porto, 2009

Page 4: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Dias, C. (2009). Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos

comportamentos tácticos desempenhados por jogadores no campo relvado e

no campo pelado. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL; ANÁLISE DE JOGO; TÁCTICA; CAMPO

PELADO; CAMPO RELVADO.

Page 5: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Agradecimentos

III

Agradecimentos

Ao meu PAI…Obrigado por eu ser quem sou. Vivo para ti…

Ao Mestre Israel, pela disponibilidade que sempre demonstrou na

realização deste trabalho, pelos conhecimentos que transmite, pela ajuda, e

sobretudo pela amizade.

Ao Prof. Doutor Júlio Garganta, pela disponibilidade e compreensão

que demonstrou em todos os momentos.

Ao Paulo pela sua grandiosa amizade e ajuda.

Ao meu grande amigo Pedro pela disponibilidade.

Ao Bernardo o muito obrigado pela ajuda nos momentos mais difíceis.

Ao Cláudio Farias.

Ao Xuxa, ao Daniel, ao Tiago e ao Roberto, obrigado.

Aos meus amigos de longa data, Salgado, Romain, Ângela e Rocha.

À minha MÂE e IRMÃS obrigado por acreditarem.

À minha restante Família.

A ti Carolina por estares sempre comigo, obrigado.

Page 6: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 7: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Índice Geral

V

Índice Geral

Agradecimentos III

Índice Geral V

Índice de Quadros IX

Resumo XI

Abstract XIII

Résumé XV

Abreviaturas XVII

I – INTRODUÇÃO 1

II – REVISÃO DA LITERATURA 5

1. Futebol enquanto um jogo táctico 7

2. Táctica 9

3. Princípios de Jogo 11

3.1. Princípios Tácticos fundamentais da fase ofensiva 13

3.1.1. Princípio da Penetração 13

3.1.2. Princípio da Cobertura Ofensiva 13

3.1.3. Princípio da Mobilidade 13

3.1.4. Princípio do Espaço 13

3.1.5. Princípio da Unidade Ofensiva 14

3.2. Princípios Tácticos específicos da fase Defensiva 14

3.2.1. Princípio da Contenção 14

3.2.2. Princípio da Cobertura Defensiva 14

3.2.3. Princípio do Equilíbrio 15

3.2.4. Princípio da Concentração 15

3.2.5. Princípio da Unidade Defensiva 15

4. Análise do Jogo 16

5. Implicações dos tipos de pisos para a dinâmica do jogo

21

Page 8: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Índice Geral

VI

III – OBJECTIVOS 25

1. Objectivo Geral 27

2. Objectivos Específicos 27

IV – MATERIAL E MÉTODOS 29

1. Caracterização da Amostra 31

2. Instrumento 31

3. Procedimento 31

4. Material 31

5. Análise Estatística 32

6. Análise da Fiabilidade 32

V – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 35

5.1. Campo Relvado 37

1. Princípios Tácticos obtidos no piso relvado no teste “GR3-3GR”. 37

5.1.1. Acções Tácticas em função dos Princípios 37

2. Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria Índice

Percentual Táctico no campo relvado.

40

5.1.2. Índice de Performance Táctica (IPT) 40

3. Média e desvio padrão das variáveis da categoria Percentual de

Erros (PE) no campo relvado.

42

5.1.3. Percentual de Erros (PE) 42

5.2. Campo Pelado 44

4. Princípios Tácticos obtidos no piso pelado no teste “GR3-3GR”. 44

5.2.1. Acções Tácticas em função dos Princípios 44

5. Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria Índice

Percentual Táctico no campo pelado.

47

5.2.2. Índice de Performance Táctica (IPT) 47

6. Média e desvio padrão das variáveis da categoria Percentual de

Erros (PE) no campo pelado.

49

Page 9: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Índice Geral

VII

5.2.3. Percentual de Erros (PE) 49

VI – CONCLUSÕES E SUGESTÕES 53

Sugestões para trabalhos futuros 57

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59

Page 10: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 11: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Índice de Quadros

IX

Índice de Quadros

Quadro 1 Princípios Tácticos obtidos no piso relvado no teste

“GR3-3GR”.

38

Quadro 2 Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria

Índice de Performance Táctica no campo relvado.

40

Quadro 3 Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria

Percentual de Erro no campo relvado.

42

Quadro 4 Princípios Tácticos obtidos no piso pelado no teste

“GR3-3GR”.

44

Quadro 5 Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria

Índice de Performance Táctica no campo pelado.

46

Quadro 6 Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria

Percentual de Erro no campo relvado.

48

Page 12: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 13: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Resumo

XI

Resumo

Com este trabalho pretende-se verificar como o comportamento táctico

dos jogadores de Futebol se apresenta em função do campo relvado e do

campo pelado, com o intuito de explorar de uma forma descritiva a frequência

de ocorrência dos princípios tácticos adoptados pelos jogadores nos distintos

pisos. A amostra integra 4023 acções tácticas desempenhadas por 72

jogadores, sendo 1893 acções no campo relvado e 2130 no campo pelado.

O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste

“GR3-3GR” que permite avaliar as acções tácticas de acordo com dez

princípios tácticos fundamentais do jogo de Futebol. Foi realizada a análise

descritiva e o teste do Qui-quadrado ( ²), com um nível de significância

(p≤0,05) para ver a associação das variáveis. Os resultados indicaram

diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) nas variáveis analisadas.

Conclui-se que os jogadores no teste “GR3-3GR” tanto no campo relvado

como no campo pelado apresentaram mais dificuldades nos comportamentos

tácticos defensivos comparativamente com os comportamentos tácticos

ofensivos. Assim, o campo relvado propiciou a realização do princípio “unidade

ofensiva” e “cobertura defensiva” com o melhor índice de performance táctica,

enquanto que o princípio “penetração” e “equilíbrio” o maior percentual de

erros. Já o campo pelado propiciou a realização do princípio “espaço” e

“cobertura defensiva” com o melhor índice de performance táctica e o princípio

“unidade ofensiva” e “unidade defensiva” com o maior Percentual de Erros.

Palavras-Chaves: FUTEBOL; ANÁLISE DE JOGO; TÁCTICA; CAMPO

PELADO; CAMPO RELVADO.

Page 14: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 15: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Abstract

XIII

Abstract

The aim of this monography is to verify how the tactical behaviour of

football players change in both grass and dirt pitch, in order to explore in a

descriptive manner, the frequency of occurrences of the tactical principals

adapted by these players in the different football fields. The sample integrated

4023 tactical activities were observed, carried out by 72 players, and of these,

1893 were carried out on a grass field and 2130 on a dirt pitch.

“GR3-3GR” test was used to collect and analyze data, permitting the

evaluation of tactical actions according to ten fundamental principals of tactical

football. Both the descriptive analysis and the Chi-Square test ( ²) were carried

out using a significant value of p≤0,05 for variable associations. Results

demonstrated different statistical significance on the variables analysed. The

GR3-3GR test concluded that, football players in both fields had more

difficulties in defensive rather then offensive tactical moves. Therefore, the

grass field led to the realization of the offensive unity and defensive coverage

principles with the best tactical performance index, and in contrast, the

“penetration” and “equilibrium” principle had the greater percentage of error. Dirt

field, on the other hand, led to the realization of a greater performance tactical

index in the space and defensive coverage principles, while the greater error

percentage were found in the offensive and defensive unity principals.

Key words: FOOTBALL; GAME ANALYSIS; TACTIC; DIRT FIEL; GRASS

FIEL.

Page 16: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 17: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Resumé

XV

Résumé

Avec se travaille je prétends vérifier les comportements tactique des

footballeurs en fonction du terrain gazonné et du terrain nu, avec l‟intention

d‟explorer une forme descriptif de fréquence à l‟occurence des principes

tactique des joueurs sur les diferents sol. L‟échantillon est intégrer par 4023

(quatre mille et vingt trois) actions tactiques exercer par 72 (soixante douze)

footballeurs, soit 1893 (Mille huit cents quatre-vingt-treze) actions sur terrain

gazonné et 2130(deux mille cents trente) en terrain nu. L‟instrument de

recherche et d‟analyse utiliser a été le test “GR3-3GR” qui a permit évaluer les

actions tactiques en acord avec dix príncipes tactiques fondamental dans un jeu

de fooball. A été realisée l‟analyse descriptif et le test du Qui-Carré ( ²), avec

un niveau significatif p≤0,05 pour associé les variable. Les résultats indiquent

des différences significatives (p≤0,05) des variables en étude. Ceci conclut que

les footballeurs du test “GR3-3GR” tant sur le terrain gazonné comme sur le

terrain nu ont apresenté plus de dificulté aux tactiques defensive à comparer

aux tactiques offensive. Le terrain gazonné facilite la réalisation du principe

“unité offensive” et “coverture défensive” avec meilleur indice de performance

tactique, pendant que le principe “pénétration” et “équilibre” le plus fort

pourcentage d‟erreurs. Le terrain nu a permis le principe “espace” et

“couverture défensive” avec meilleur índice de performance tactique et príncipe

“unité offensive” et “unité défensive” avec plus de pourcentage d‟erreurs.

Mots-clés: FOOTBALL ; ANALYSE DU JEU ; TACTIQUE ; TERRAIN NU ;

TERRAIN GAZONNÉ.

Page 18: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 19: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Abreviaturas

XVII

Abreviaturas

AJ – Análise do Jogo

DS – Diferenças Significativas

GR – Guarda-redes

IPT – Índice de Performance Táctica

JD – Jogos Desportivos

JDC – Jogos Desportivos Colectivos

PE – Percentual de Erro

SPSS - Statistical Package for Social Science

Page 20: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 21: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

I. INTRODUÇÃO

Page 22: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 23: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Introdução

3

Introdução

No futebol, tal como nos jogos desportivos colectivos (JDC), a essência

do rendimento é fundamentalmente táctica (Pinto, 1996). Assim, a análise da

performance táctica tem sido objecto de elevado interesse para investigadores

e treinadores, pois a eficácia das equipas depende em grande parte da acção

táctica dos jogadores. Segundo Garganta (1998), para os investigadores a

reflexão acerca da táctica visa o aumento dos conhecimentos sobre o

processo, o conteúdo e a lógica do jogo, enquanto que para os treinadores o

estudo da táctica tem o objectivo de modelar as situações de treino para

alcançar eficácia competitiva. A análise táctica já constituiu tema de vários

estudos (Bayer, 1986; Gréhaigne & Guillon, 1992; Konzag, 1983) que

realçaram a elevada importância desta faceta na performance dos jogadores e

das equipas.

Perante a necessidade de analisar o jogo, alguns investigadores têm

recorrido à Análise Notacional (Hughes & Franks, 1997) que permite ao

treinador e ao investigador aceder às informações consideradas mais

relevantes, no que respeita ao desempenho dos jogadores e às tendências do

jogo (Garganta, 1997).

Com a evolução constante do futebol e o aumento das exigências na

qualidade de jogo, é necessário que os treinadores tenham informações

concretas a que possam recorrer para melhorarem a acção das suas equipas e

dos seus jogadores. Desta forma, a análise notacional em desporto poderá ser

a resposta à limitada capacidade dos treinadores para recolher e tratar a

informação, assim como eliminar a inevitável emoção e parcialidade que o liga

ao jogo e aos seus jogadores, ajudando na reformulação das suas opiniões

preestabelecidas e que condicionam toda a informação recolhida durante a

competição (Caldeira, 2001). Esta análise fornece indicações para melhor

interpretar as performances desportivas (Lopes, 2007).

A pertinência deste trabalho está ligada à possibilidade de aceder a

conhecimentos sobre a forma como os jogadores se comportam tanto no piso

relvado como no pelado, para que essas informações sejam aproveitadas para

trazer benefícios ao processo de ensino e de treino e ainda para a competição.

Page 24: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Introdução

4

É indispensável que se jogue Futebol de múltiplas maneiras, com

diversas bolas, com diversos tamanhos e se possível descalço, porque é ai que

está a sensibilidade…Devemos procurar a instabilidade, ou seja, a variância de

pisos como um processo fundamental para trabalhar a proprioceptividade. Não

se cai da mesma forma, não se dribla da mesma maneira, no relvado e no

pelado. É fundamental nas idades mais tenras proporcionar aos jovens

jogadores essas diferenças de pisos para melhorarem a relação com a bola,

dado que essas idades são uma etapa crucial para o seu desenvolvimento

(Frade, 2008).

O nosso estudo é composto por oito pontos. No ponto I, são

apresentados os propósitos da realização do trabalho, com a realização da

introdução. O ponto II reporta-se à revisão da literatura, que tem como

finalidade conferir sustentabilidade teórica ao nosso estudo. Na III parte, damos

a conhecer qual o objectivo que pretendemos alcançar com a realização do

trabalho. No ponto IV, material e métodos, descrevemos o procedimento

utilizado para a recolha dos dados, a sua organização e o tratamento

estatístico. No ponto V, apresentamos os resultados da recolha dos dados. No

ponto VI, fazemos uma reflexão e interpretação do corpus de estudo, tentando

dar resposta ao objectivo formulado. As principais conclusões constituem o

ponto VII, que tem como propósito expor as considerações finais mais

relevantes do nosso estudo. O ponto VIII ficou reservado para as referências

bibliográficas utilizadas.

Page 25: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

II. REVISÃO DA LITERATURA

Page 26: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 27: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

7

1. Futebol enquanto um jogo Táctico

Devido à riqueza das situações que proporcionam, os jogos desportivos

colectivos (JDC) constituem um meio formativo por excelência (Mesquita,

1992), na medida em que a sua prática, quando correctamente orientada, induz

ao desenvolvimento de competências em vários planos dos quais se podem

salientar o táctico-cognitivo, o técnico e o sócio-afectivo (Garganta, 1994).

Para Castelo (1996) o jogo de Futebol é um jogo desportivo colectivo

que opõe duas equipas formadas por 11 jogadores num espaço claramente

definido, numa luta incessante pela conquista de bola com o objectivo de a

introduzir o maior número vez possível na baliza adversária e evitar que esta

entre na sua própria baliza.

Teodorescu (1984) define o jogo de futebol como um desporto colectivo,

com carácter lúdico, agonístico e processual, em que os 11 jogadores que

constituem as duas equipas se encontram numa relação de adversidade típica

não hostil, denominada de rivalidade desportiva.

O jogo de futebol, segundo Castelo (1994), é o conjunto de acções

ofensivas e defensivas que se formam num determinado espaço e tempo de

jogo. Mediante estas características, o autor assegura que em cada país,

campeonato, clube ou treinador se atribui às equipas particularidades

específicas que lhe emprestam um carácter verdadeiramente único.

Para que o objectivo do jogo seja alcançado é necessário adoptar

comportamentos de apoio entre os elementos da própria equipa e desenvolver

uma atitude forte de oposição para com os elementos da equipa adversária.

Segundo Garganta e Pinto (1994) a relação de sinal contrário que se

verifica em duas equipas que disputam um jogo de futebol faz com que os

jogadores de cada uma delas, individualmente ou em grupo, adoptem diversos

comportamentos de forma a criarem situações favoráveis para a concretização

dos seus objectivos.

Muitos treinadores adoptam uma concepção de treino que privilegia a

desmontagem e remontagem de gestos técnicos elementares e o seu transfer

para o jogo. Nesta perspectiva não deve ser ensinado o modo de fazer

Page 28: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

8

(técnica) é separado das razões de fazer (táctica). Face ao jogo, o primeiro

problema que se coloca ao indivíduo que actua é sempre de natureza táctica,

isto é, o praticante deve saber o que fazer e como fazer para poder resolver o

problema subsequente, seleccionando e utilizando a resposta motora mais

eficaz.

Para Garganta (1994) existem três formas didáctico-metodológicas de

abordar o ensino do jogo de futebol:

- Utilizando uma forma centrada nas técnicas, um solução imposta que parte da

abordagem analítica das técnicas para o jogo formal;

- Utilizando uma forma centrada no jogo formal, por ensaio e erro, com a

utilização exclusiva do jogo formal;

- Utilizando uma forma centrada nos jogos condicionados, com uma procura

dirigida partindo do jogo para as situações particulares. Contudo o autor

defende que até se chegar ao jogo formal, há que resolver um conjunto de

problemas de carácter hierárquico em função da estrutura dos elementos do

jogo. Desta forma, no ensino do jogo, deve ter-se em conta etapas de

referência que correspondem a diversos níveis de estado evolutivo dos atletas

No ensino do futebol, para além de se ter em conta as características e

princípios comuns a outros jogos desportivos colectivos, importa atender à

especificidade do jogo (Garganta, 1994).

De acordo com a importância que a táctica demonstra exercer nos jogos

desportivos (JD), apresentamos segundo Queiroz (1983) as suas componentes

fundamentais:

- As fases - etapas percorridas no desenvolvimento, quer do ataque quer

da defesa desde o seu início até à sua conclusão;

- Os princípios - normas de base segundo as quais os jogadores

individualmente, em grupo ou colectivamente, devem coordenar a sua

actividade durante o desenvolvimento das fases (defesa e ataque);

- Os factores - meios que os jogadores utilizam, qualquer que seja a fase

do jogo, tendo em conta a aplicação dos respectivos princípios;

- As formas - estruturas organizadoras da actividade durante o jogo e

nas diversas fases.

Page 29: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

9

2. Táctica

No futebol, assim como nos JDC, a essência do rendimento é

fundamentalmente táctica apesar desta depender de uma interligação

adequada de todos os factores, como a “técnica” e “condição física”. Táctica

não era mais do que a distribuição mais ou menos equilibrada e racional dos

jogadores no espaço de jogo. Foi esta vertente estrutural que durante muito

tempo prevaleceu. Táctica era falar do sistema clássico, do WM, do 4x4x2, do

4x3x3, entre outros (Pinto, 1996).

As características do jogo alteram-se de uma forma significativa com o

aumento da autonomia e o alargamento do espaço de acção dos jogadores e,

desta forma, as equipas passam a ser vistas como um todo, como um sistema

em que um conjunto de jogadores em interacção dinâmica está organizado em

função de um objectivo (Pinto, 1996).

Segundo Moreno (1993), táctica é definida como “acções de ataque e de

defesa que se podem realizar para surpreender ou contrariar o adversário,

durante uma partida e com a bola em jogo”.

Duprat (2007) refere táctica pela organização espacial dos jogadores no

campo, face às circunstâncias da partida, relativamente às movimentações da

bola e às alternativas de acção, tanto dos companheiros como dos adversários.

Essa capacidade táctica confere um destaque especial para as movimentações

e posicionamento no campo, deixando perceber a capacidade do jogador para

ocupar e/ou criar espaços livres em função dos princípios tácticos adequados

para o momento.

Esta relação entre jogadores, equipas e o contexto do jogo origina

padrões (normalmente designados como padrões de jogo) e transições entre

eles. Estas transições ocorrem baseadas em processos auto-organizados num

sistema com muitos graus de liberdade em contínua interacção (Araújo et al.,

2006). Sendo assim, tem de haver mais que um comportamento predefinido ou

pré-programado para o jogo (Araújo et al., 2005). De facto, os jogadores

expressam acções exploratórias e performativas com os outros jogadores e, no

contexto do jogo, visando um objectivo. Durante este processo, as decisões

Page 30: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

10

comportamentais emergem da interacção dos constrangimentos do jogador, do

seu objectivo e do contexto.

Costa et al. (2009b) referem que no Futebol as interacções geradas

pelas equipas nas diferentes situações de jogo requerem uma ajustada e

continuada atitude táctica dos jogadores, na medida em que os mesmos são

chamados a perceber e até a antecipar as movimentações dos companheiros e

dos adversários, formulando respostas ajustadas, baseadas em princípios de

jogo que consubstanciam regras de acção para jogar de modo eficaz.

Numa equipa é a táctica que, a partir de um conjunto de jogadores todos

diferentes, cria uma unidade homogénea, fazendo aparecer características

próprias da equipa que podem não reflectir em absoluto as características dos

seus elementos (Pinto, 1996).

Segundo Araújo (2005: p.24), a acção táctica é “uma sequência

interdependente de decisões e de acções que devem ser tomadas em tempo

útil, num contexto em mudança e para um determinado fim contribuindo para o

projecto colectivo da equipa”.

Ao nível do alto rendimento desportivo, os jogadores e as equipas

possuem uma forte disciplina táctica entendida como a observância dos

princípios que permitem operacionalizar o modelo de jogo preconizado

(Garganta, 1998).

A táctica exprime-se por comportamentos observáveis e não depende do

livre arbítrio. Decorre de um processo decisional metódico regulado por

normas, que depende de um certo grau de consciência, pressupondo

informação e conhecimento. Conhecimento este referente aos sujeitos da

acção, às condições em que se desenvolve o confronto, à relação intrínseca

com os objectivos, ao carácter sistemático reflectido nos planos e alternativas

para a resolução dos problemas colocados (Gréhaigne, 1992). O mesmo autor

refere ainda que a táctica é a adaptação instantânea da estratégia às

configurações do jogo e à circulação da bola, logo há oposição.

Diante da importância das transformações operadas no jogo, tem

aumentado o número de estudos que visam avaliar a respectiva dimensão

táctica e/ou organizacional (Barreira, 2006; Cunha, Binotto, & Barros, 2001;

Page 31: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

11

Ferreira, Paoli, & Costa, 2008; Garganta,1997; Gréhaigne, Godbout, &

Bouthier, 1997), o que revela a importância que lhe é reconhecida,

nomeadamente no que respeita à sua influência no rendimento das equipas e

dos jogadores.

3. Princípios de Jogo

Observa-se na literatura que as definições dos princípios de jogo ainda

se encontram num plano conceptual, no qual os autores utilizam variadas

terminologias, referências e características para defini-los.

Segundo Garganta e Pinto (1994), princípios de jogo são um conjunto de

normas sobre o jogo que proporcionam aos jogadores a possibilidade de

atingirem rapidamente soluções tácticas para os problemas advindos da

situação que defrontam. Assim os princípios de jogo precisam ser

subentendidos e estar presentes nos comportamentos dos jogadores durante

uma partida, para que a sua aplicação facilite atingir objectivos que conduzem

à marcação de um golo ou ao seu impedimento. Colectivamente, a aplicação

dos princípios auxilia a equipa no melhor controlo do jogo, a manter a posse de

bola, a realizar variações na sua circulação, a alterar o ritmo de jogo e a

concretizar acções tácticas visando romper o equilíbrio da equipa adversária e,

consequentemente, alcançar mais facilmente o golo (Aboutoihi, 2006). Por isso,

quanto mais ajustada e qualificada for a aplicação dos princípios tácticos

durante o jogo, melhor poderá ser o desempenho da equipa ou do jogador na

partida.

Dos vários conceitos apresentados pelos diferentes autores acerca dos

princípios de jogo, parte deles relacionam a organização táctica dos jogadores

no campo de jogo, com os princípios gerais, operacionais e fundamentais. Os

princípios gerais são comuns às diferentes fases do jogo e aos outros

princípios (operacionais e fundamentais), pautando-se em três conceitos

advindos das relações espaciais e numéricas, entre os jogadores da equipa e

os adversários nas zonas de disputa pela bola:

(i) não permitir a inferioridade numérica;

Page 32: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

12

(ii) evitar a igualdade numérica;

(iii) procurar criar a superioridade numérica.

(Queiroz, 1983;Garganta; Pinto, 1994).

Os princípios operacionais relacionam os conceitos para as duas fases

do jogo (defesa e ataque).

Na defesa:

(i) anular as situações de finalização;

(ii) recuperar a bola;

(iii) impedir a progressão do adversário;

(iv) proteger a baliza;

(v) reduzir o espaço de jogo adversário.

No ataque:

(i) conservar a bola;

(ii) construir acções ofensivas;

(iii) progredir pelo campo de jogo adversário;

(iv) criar situações de finalização;

(v) finalizar na baliza adversária.

Os princípios fundamentais representam um conjunto de regras de base

que orientam as acções dos jogadores e da equipa nas duas fases do jogo

(defesa e ataque), com o objectivo de criar desequilíbrios na organização da

equipa adversária, estabilizar a organização da própria equipa e propiciar aos

jogadores uma intervenção ajustada no “centro de jogo” (Worthington, 1974;

Hainaut & Benoit, 1979; Queiroz, 1983; Garganta; Pinto, 1994; Castelo, 1999).

Costas et al. (2009b) referem cinco princípios para cada fase de jogo

condizentes com os seus objectivos. Na defesa, os princípios são os seguintes:

(i) da contenção, (ii) da cobertura defensiva, (iii) do equilíbrio, (iv) da

concentração e (v) da unidade defensiva; e no ataque os princípios são: (i) da

penetração, (ii) da mobilidade, (iii) da cobertura ofensiva, (iv) do espaço e (v)

da unidade ofensiva. Estes princípios possuem uma relação dialéctica, ou seja,

para cada um dos cinco princípios do ataque (penetração, cobertura ofensiva,

mobilidade, espaço e unidade ofensiva) existem outros tantos da defesa

Page 33: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

13

(contenção, cobertura defensiva, equilíbrio, concentração e unidade defensiva)

que possuem objectivos opostos.

3.1. Princípios Tácticos fundamentais da fase ofensiva

3.1.1. Princípio da Penetração

O princípio da penetração caracteriza-se pelo destabilizar da

organização defensiva adversária, atacando directamente o adversário ou a

baliza e ao mesmo tempo intentando criar situações vantajosas para o ataque

em termos numéricos e espaciais.

3.1.2. Princípio da Cobertura Ofensiva

Caracteriza-se pelo apoio ao portador da bola oferecendo-lhe opções

para dar sequência ao jogo e assim diminuir a pressão adversária sobre o

portador. Pretende-se criar desequilíbrios na organização defensiva adversária

criando superioridade numérica e mantendo a posse de bola.

3.1.3. Princípio da Mobilidade

O princípio da mobilidade caracteriza-se por criar situações de ruptura

na organização defensiva adversária com linhas de passe em profundidade e

nas “costas” do último homem da defesa, de forma a criar instabilidade nas

acções defensivas da equipa adversária e a aumentar substancialmente as

hipóteses de marcar um golo.

3.1.4. Princípio do Espaço

Dentro deste princípio táctico podemos verificar o princípio táctico do

espaço sem bola e espaço com bola.

Relativamente ao espaço sem bola, as acções deste princípio iniciam-se

após a recuperação da posse da bola, quando todos os jogadores da equipa

procuram e exploram posicionamentos que propiciam a ampliação do espaço

de jogo ofensivo, tanto em largura como em profundidade, com movimentos

para espaços de menor pressão, tendo como orientação os comportamentos

técnico-tácticos dos seus companheiros e adversários em função da

Page 34: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

14

localização da bola. Assim, quanto mais espaço a equipa tiver para atacar,

melhor serão as respostas dadas às exigências do próprio jogo.

No espaço com bola, são realizadas movimentações do portador da bola

em direcção à linha lateral ou à própria baliza com o intuito de ganhar espaço e

tempo para dar sequência ao jogo.

3.1.5. Princípio da Unidade Ofensiva

Movimentações de apoio ofensivo realizadas por um ou mais jogadores

que se colocam e agem na retaguarda dos jogadores atacantes, garantindo a

equipa organizada e permitindo linhas de passe, para manter a posse de bola

com o objectivo de facilitar o deslocamento da equipa para o campo de jogo

adversário com a equipa a atacar em unidade ou em bloco.

3.2. Princípios Tácticos específicos da fase Defensiva

3.2.1. Princípio da Contenção

Acção de oposição do jogador da defesa ao portador da bola, com um

posicionamento entre a bola e a própria baliza, de forma a orientar a

progressão do portador da bola, restringindo as possibilidades de passe a

outros adversários, assim como impedir a finalização. Movimento que

proporciona ganho de tempo para ajudar na organização defensiva.

3.2.2. Princípio da Cobertura Defensiva

O princípio da cobertura defensiva está relacionado com as acções de

apoio de um jogador “às costas” do primeiro defensor, de forma a reforçar a

marcação defensiva e a evitar o avanço do portador da bola em direcção à

baliza. Tem como objectivo servir de novo obstáculo ao portador da bola, caso

esse ultrapasse o jogador de contenção. Transmite segurança ao jogador da

contenção, permitindo que ele tenha a iniciativa de combate às acções

ofensivas do adversário com bola.

Page 35: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

15

3.2.3. Princípio do Equilíbrio

No que concerne ao equilíbrio, podemos verificar o princípio táctico do

equilíbrio defensivo e o princípio de equilíbrio de recuperação. O principio

táctico do equilíbrio defensivo refere-se à organização defensiva da equipa

possuindo superioridade, ou no mínimo igualdade numérica de jogadores de

defesa no “centro do jogo”, posicionados entre a bola e a própria baliza,

reajustando o posicionamento defensivo em relação às movimentações dos

adversários, com intenção de obstruir certas linhas de passe, assegurando a

estabilidade defensiva na região de disputa de bola e apoio aos companheiros

que executam as acções de contenção e cobertura defensiva.

O princípio táctico do equilíbrio de recuperação refere-se à recuperação

da posse de bola que se realiza nas costas do portador da bola e dentro do

centro de jogo.

3.2.4. Princípio da Concentração

Direccionar o jogo ofensivo adversário para zonas menos vitais do

campo de jogo, evitando que surjam espaços livres principalmente nas costas

dos jogadores que realizam a contenção, a cobertura defensiva e o equilíbrio

defensivo. As acções de concentração podem ser feitas em qualquer zona do

campo de jogo, bastando que para isso todos os jogadores envolvidos na

acção tenham consciência da importância da sua movimentação na redução do

espaço e no incremento da pressão no “centro de jogo”. As acções

características deste princípio podem ser observadas quando os jogadores da

defesa mais distantes em relação ao portador da bola conseguem “aglutinar”,

adoptando posicionamentos mais próximos entre si, de forma a limitar as

opções ofensivas do adversário.

3.2.5. Princípio da Unidade Defensiva

Este princípio permite à equipa defender em unidade ou em bloco,

reduzindo o espaço de jogo, com diminuição da amplitude ofensiva da equipa

adversária na sua largura e profundidade, para obstruir possíveis linhas de

passe para os jogadores que se encontram fora do centro de jogo. Os

Page 36: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

16

jogadores responsáveis por cumprir o princípio da unidade defensiva

necessitam ser coerentes nos seus deslocamentos, como por exemplo, a

movimentação do jogador lateral para o centro do campo para ajudar na

compactação da equipa, quando a acção do jogo está a ser desenvolvida no

lado oposto.

4. Análise do Jogo

Garganta (2001) identifica na literatura o uso de diferentes expressões

para designar o estudo do jogo a partir da observação da actividade dos

jogadores e das equipas – observação do jogo (game observation), análise

notacional (notational analysis) e análise do jogo (match analysis). Mas existirá

realmente alguma diferença entre estes três conceitos?

Garganta (2000) indicia uma opinião idêntica ao referir que a AJ é

entendida como o estudo do jogo a partir da observação da actividade dos

jogadores e das equipas.

Bacconi e Marella (1995) consideram que a observação do jogo engloba

apenas a recolha e colecção de dados da partida em tempo real, enquanto que

a AJ diz respeito à recolha e colecção de dados em tempo diferido, sendo que,

os eventuais erros cometidos durante a observação poderão ser corrigidos a

posteriori durante o processo de análise.

A análise notacional em desporto poderá ser a resposta à limitada

capacidade dos treinadores para recolher e tratar a informação, assim como

eliminar a inevitável emoção e parcialidade que o liga ao jogo e aos seus

jogadores, ajudando na reformulação das suas opiniões preestabelecidas e

que condicionam toda a informação recolhida durante a competição (Caldeira,

2001). Esta análise fornece indicações para melhor interpretar as performances

desportivas (Lopes, 2007).

Daqui resulta a ideia de que a AJ parece já englobar a fase da

observação e notação, sendo por isso a expressão mais utilizada na literatura

(Garganta, 1997).

Page 37: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

17

A análise táctica do jogo Gr+3x3+Gr vai também de encontro com aquilo

que Garganta (1997) considera ser o desejável sentido de evolução da

investigação nos jogos desportivos colectivos: i) a incidência nos jogadores

enquanto produtores do jogo; ii) a não subvalorização do contexto táctico em

que as acções decorrem, uma vez que é este que dá sentido ao

comportamento dos jogadores; iii) a análise de sequências em detrimento dos

dados avulsos; iv) as características dos processos que conduzem a diferentes

produtos, ou que tipo de condutas emergem como consequência de

determinados comportamentos.

Com a evolução constante do futebol e o aumento das exigências na

qualidade de jogo, é necessário que os treinadores tenham informações

concretas a que possam recorrer para o melhoramento das suas equipas e dos

seus jogadores.

Na opinião de Garganta (2000), conforme se quer jogar, assim se deve

treinar. Deve existir uma relação de interdependência entre a preparação e a

competição. A especificidade aconselha o treino dos aspectos que se

relacionam directamente com o jogo, privilegiando o transfere das aquisições

operadas no treino para o contexto específico do jogo.

Garganta (2001), destaca a importância da AJ para o processo de treino

– a valoração, a recolha, o registo, o armazenamento e o tratamento dos dados

a partir da observação das acções de jogo são actualmente uma ferramenta

imprescindível para o controlo, avaliação e reorganização do processo de

treino e competição nos JDC e cada vez mais determinantes na optimização do

rendimento dos jogadores e das equipas. Oliveira (1993) considera que é

necessário desenvolver sistemas e métodos de observação que possibilitem o

registo de todos os factos relevantes do jogo, para que o processo de análise

tenha fidelidade e validade.

De acordo com Blasquez (1990), a avaliação das habilidades

desportivas pode ser realizada fora do contexto competitivo ou em situação de

jogo, que aporta realismo e maior validade tal como acontece no nosso estudo.

A AJ pode ser realizada de várias formas, ainda que o mais frequente seja

estabelecer um procedimento de observação de um jogo, gravar os dados ou

Page 38: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

18

imagens (observação indirecta) que se consideram relevantes e voltar a rever

as vezes necessárias aquilo que foi gravado (García, 2000), permitindo ainda a

utilização de computador. Estes dois meios, segundo Riera (1995), vieram

revolucionar a observação e o registo dos acontecimentos desportivos.

Para Kapesidis & Gronbach (2001), analisando a própria equipa ou o

adversário, garante-se às equipas ou aos atletas uma vantagem competitiva

sempre desejada. As equipas podem variar os seus padrões de jogo, de

acordo com as características da oposição oferecida pelo adversário (Hughes,

1996).

A partir dessa informação é possível aumentar os conhecimentos acerca

do jogo e definir a forma como podemos alterar ou potenciar determinados

comportamentos ou que tipo de estratégias o treinador pode utilizar para tentar

alcançar o melhor resultado possível, melhorando assim a qualidade da

prestação dos jogadores e das equipas, a partir da modelação das situações

de treino (Garganta, 2001,1998).

Garganta (2001) aponta três grandes pilares de estudo na análise de

jogo: a) análise centrada no jogador – usada para definir perfis, decorrentes de

estudos de casos, com intuito de comparar jogadores com características

semelhantes ou distintas; b) análise nas acções ofensivas – acções que

conduzem à obtenção do golo; c) análise centrada no jogo – possibilita estudar

comportamentos evidenciados pelos jogadores no quadro das acções

colectivas.

Em síntese, a AJ tem como principais funções diagnosticar, coligir e

tratar os dados recolhidos e disponibilizar informação sobre a prestação dos

jogadores e das equipas, permitindo identificar as acções realizadas por

aqueles e as exigências que lhes são colocadas para as produzirem (Garganta,

1998). Com a AJ, esboça-se uma tentativa de descrição da performance a um

nível comportamental, através da codificação das acções dos indivíduos ou dos

grupos que possuem relevância para jogadores e treinadores (Franks &

McGarry, 1996). As informações que dela se retiram podem representar uma

ajuda preciosa para o treino (Gowan, 1987), sendo por isso um processo que

deve ser sempre realizado ao longo de uma época desportiva, tornando-se

Page 39: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

19

imprescindível na preparação de uma equipa, quando se visa a optimização da

prestação competitiva (Moutinho, 1991). Com a mesma opinião, Garganta

(2009) refere que a informação sobre o desempenho táctico torna-se essencial

para perseguir a eficácia individual e colectiva porque constitui um preceito

fundamental para dar coerência ao processo de treino na relação com a

competição que o legitima.

Identificadas as principais características e exigências tácticas a partir

delas é possível tornar o treino mais especifico e adequar outros programas de

aprimoramento do desempenho. A análise da performance táctica para

treinadores e investigadores possibilita a identificação de regularidades e

contingências, com base na observação do modo como jogadores e equipas

engendram e gerem eventos de jogo. Segundo Garganta (2001), as

informações recolhidas com a análise de jogo são subsídios para a avaliação

do desempenho de atletas e equipas assim como úteis para a preparação das

competições.

Na opinião de Garganta (2001), várias são as vantagens na realização

da análise do jogo, tais como: configurar modelos de actividade dos jogadores

e das equipas; identificar os traços da actividade cuja presença ou ausência se

correlaciona com a eficácia de processos e a obtenção de resultados positivos;

promover o desenvolvimento de métodos de treino que garantam uma maior

especificidade; indiciar tendências evolutivas das diferentes modalidades

desportivas.

A análise sistemática do jogo apenas é viável se os propósitos da

observação estiverem claramente definidos (Garganta & Gréhaigne, 1999). A

observação sistemática é assim designada, na medida em que utiliza métodos

e técnicas rigorosas para obviar as limitações da situação e a subjectividade

dos observadores (Brito, 1994).

Em primeiro lugar, na análise de jogo “encontra-se” as categorias e os

indicadores e só depois se procura as suas formas de expressão no jogo

(Garganta, 2000). Desta forma os sistemas computorizados podem ser muito

úteis.

Page 40: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

20

Garganta (1998: 13) traduz a complexidade da análise de um jogo de

Futebol, na seguinte frase: “… ao nível do jogo coexistem variáveis diversas

que interagem permanentemente, o que dificulta a recolha de dados acerca da

prestação dos jogadores e torna muito complexa a tarefa de entender a quota-

parte de participação dessas variáveis no rendimento”.

Ortega e Contreras (2000) fazem referência a cinco factores principais

que determinam a dificuldade da AJ: (i) o elevado número de jogadores que

participam no jogo (ii) o carácter interactivo das condutas dos jogadores; (iii) o

grau de evolução do Futebol e a sua lógica interna; (iv) o grande número de

factores que afectam directa e indirectamente o rendimento e (v) a dimensão

que deriva da própria competição.

Garganta e Gréhaigne (1999) referem que tudo tem sido feito para

descrever a estrutura do rendimento no Futebol, e, apesar de alguns factores

poderem já ser reunidos com alguma extensão, os catálogos de prioridades e

as estruturas hierárquicas estabelecidas pouco mais têm conseguido do que

reproduzir pequenas e desarticuladas fracções do jogo. Quando a informação

extraída da AJ consiste num inventário de acções demasiado parcelarizadas

dos jogadores, esta não é capaz de transmitir uma imagem dos

acontecimentos mais representativos, não constituindo informação importante

para treinadores e investigadores (Garganta, 1998).

A construção de sistemas de observação deve englobar categorias

integrativas, cuja configuração permita passar da análise centrada na

quantidade das acções realizadas pelos jogadores à análise centrada nas

quantidades da qualidade das acções de jogo, no seu conjunto (Garganta,

1998).

A realidade tem demonstrado que a pertinência do estudo dos

problemas inerentes ao jogo e ao jogador deverá situar-se mais ao nível da

inter-relação dos factores do que em cada um deles individualmente (Garganta

& Gréhaigne, 1999).

Page 41: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

21

5. Implicações dos tipos de pisos para a dinâmica do jogo

O tipo de piso influencia o ressalto da bola, determinando o tipo de jogo

que se vai desenrolar (Hohm, 1987). No campo pelado, o ressalto da bola é

alto e lento, enquanto que no campo relvado o ressalto da bola é baixo e muito

veloz, tornando o jogo mais rápido (Fonseca & Garganta, 2007).

O piso duro, característico do campo pelado, torna-se muito cansativo,

principalmente para as articulações dos membros inferiores, o que pode reduzir

o índice de performance do jogador de futebol.

Ao contrário do campo relvado que é predominantemente regular, o

campo pelado é maioritariamente irregular, fazendo com que o jogo seja

construído sob condições de elevada variabilidade e instabilidade (Fonseca &

Garganta, 2007). Essas condições adversas do terreno dificultam a condução

de bola e reduzem o tempo de contacto com a mesma, promovendo uma maior

circulação desta.

Cruyff (2002) refere que uma das razões da falta de qualidade técnica

em muitos jogadores está relacionada com o lugar onde os jovens aprendem a

jogar futebol. Acrescenta ainda o autor que, no seu tempo, a academia mais

popular para descobrir os segredos do Futebol era a rua, onde as carências

eram supridas com imaginação e ilusão.

De certa forma, o campo pelado apresenta algumas semelhanças no

que concerne às irregularidades do piso, com o da rua, local onde a

aprendizagem era feita de uma forma não organizada, na rua ou em terrenos

baldios e irregulares, com bolas de diferentes texturas e dimensões e sem a

presença de qualquer treinador, através de pequenos jogos de 3x3 ou 4x4,

consoante o número de participantes existentes, em espaços variados (largos

ou compridos), com dimensões reduzidas e era feita por ensaio e erro, em que

o jogador controlava a sua própria aprendizagem, o que originou o

aparecimento de muitos jogadores dotados de um grande virtuosismo técnico

(Pacheco, 2001). Daí que alguns analistas desportivos, como por exemplo

Lobo (2007), o apelidem de “Universidade de craques”. Para Cruyff (2002), na

rua aprende-se muito. Num campo relvado, após um choque por mais

Page 42: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

22

aparatoso que pareça, cais e não há qualquer lesão. Na rua, se chocas com

um jogador e cais, magoas-te. O jogador é obrigado a despertar, a aprender a

movimentar-se e a decidir com mais rapidez.

Assim, não surpreende que técnicos e analistas desportivos da

actualidade lamentem o não aparecimento de grandes talentos desportivos e

um certo empobrecimento técnico dos nossos actuais futebolistas, devido em

grande parte, ao desaparecimento do denominado “Futebol de Rua” (Pacheco,

2005). Este permitia o desenvolvimento da liberdade intuitiva e da criatividade

dos jovens que aprendiam a tomar as decisões mais adequadas no decurso do

jogo.

Na opinião de Rui Costa, ex-jogador de Futebol, as bases e os

conhecimentos que se vão aprendendo nesse futebol de rua vão ser muito

úteis no futuro. Se perderem o hábito de jogar na rua, no alcatrão, na terra, na

pedra…não quer dizer que se vai ter mais dificuldades, mas vai-se perder a

base. Até porque nesse Futebol de rua, não se tem os relvados de hoje e por

isso com as condições precárias onde se jogava, ajuda-se principalmente a

incrementar o desenvolvimento da técnica e da criatividade. Reforçando esta

ideia, Sócrates (s/d), pelo facto de ter aprendido a jogar desta maneira, afirma

que foi excelente, pois com o piso irregular e cheio de árvores, criava-se a

necessidade de desenvolver uma série de habilidades, e além de olhar para a

bola e para o jogo, tinham de olhar para as mangueiras e para as raízes das

árvores.

Portanto é indispensável que se jogue Futebol de múltiplas maneiras,

com diversas bolas, com diversos tamanhos e se possível descalço, porque é

ai que está a sensibilidade…Devemos procurar a instabilidade, ou seja, a

variância de pisos como um processo fundamental para trabalhar a

proprioceptividade. Não se cai da mesma forma, não se dribla da mesma

maneira no relvado ou pelado. É fundamental nas idades mais tenras

proporcionar aos jovens jogadores essas diferenças de pisos para melhorarem

a relação com bola, sendo essas idades uma etapa crucial para o seu

desenvolvimento (Frade, 2008).

Page 43: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

23

“Só na rua se podem treinar certos automatismos: na rua, a bola não

chega tão bem, sai em qualquer direcção, há que utilizar uma quantidade de

coisas que normalmente não usarás num campo relvado.” (Cruyff cit in

Valdano, 2002).

Segundo Fonseca & Garganta (2006), o terreno irregular beneficia até os

melhores. Procurando reforçar esta ideia, os autores citam Choshi (2000:19)

que apresenta um interessante exemplo: “…quando se projecta um carro, o

que se pensa inicialmente é fazer um carro bastante estável, ou seja, o

pensamento básico é o controle de feedback. Mas é interessante verificar que,

apesar de na construção eles se preocuparem com a estabilidade, controle,

entre outras caracteristicas, quando a qualidade do carro vai ser testada, ele é

levado para o mato, neve, safari, isto é, o carro é colocado nas condições mais

instáveis possíveis para testar o que foi adquirido durante a estabilização.

Portanto, o carro é considerado bom quando ele tem a capacidade de

adaptação demonstrada nessas situações diversificadas. O ambiente estável

para o qual ele foi projectado tem pouca importância. Apesar da diversidade de

pisos que podemos encontrar nos campeonatos portugueses dos diferentes

escalões, os jogadores são considerados bons quando têm a capacidade de se

adaptar às diferentes circunstâncias.

Page 44: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Revisão da Literatura

24

Page 45: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

III. OBJECTIVOS

Page 46: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 47: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Objectivos

27

1. Objectivo Geral

O presente estudo tem como objectivo descrever os comportamentos

tácticos desempenhados por jogadores de Futebol no campo pelado e no

campo relvado.

2. Objectivos Específicos

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos que

possuem maior frequência de acções tácticas no jogo “GR3-3GR” no

campo relvado.

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos que

possuem maior frequência de acções tácticas no jogo “GR3-3GR” no

campo pelado.

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos com melhor

índice de performance táctica no campo relvado.

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos com melhor

índice de performance táctica no campo pelado.

Verificar qual a fase de jogo que apresenta um índice de performance

táctico superior no campo relvado.

Verificar qual a fase de jogo que apresenta um índice de performance

táctico superior no campo pelado.

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos com maior

percentual de erros no campo relvado.

Verificar quais os princípios tácticos ofensivos e defensivos com maior

percentual de erros no campo pelado.

Page 48: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 49: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

IV. MATERIAL E MÉTODOS

Page 50: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 51: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Material e Métodos

31

1. Caracterização da Amostra

A amostra integra 4023 acções tácticas desempenhadas por 72

jogadores de Futebol, sendo 1893 acções no campo relvado e 2130 acções no

campo pelado.

2. Instrumento

O instrumento utilizado para a recolha e análise de dados foi o teste

“GR3-3GR” desenvolvido no Centro de Estudos dos Jogos Desportivos da

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Costa et al., 2009).

O teste “GR3-3GR” é aplicado num campo reduzido de 36 metros de

comprimento por 27 metros de largura, durante 4 minutos de jogo. Durante a

sua aplicação é solicitado aos jogadores avaliados que joguem de acordo com

as regras oficiais do jogo, com excepção da regra de “fora-de-jogo”.

O teste visa avaliar as acções tácticas desempenhadas por cada um dos

jogadores participantes, com e sem bola, de acordo com dez princípios tácticos

fundamentais do jogo de Futebol, tendo em conta a localização da acção no

campo de jogo e o resultado final da mesma.

3. Procedimento

Após a formação das equipas e a entrega dos coletes numerados para

identificação, os atletas receberam a explicação acerca do objectivo do teste.

Foram concedidos aos jogadores 30 segundos para “familiarização” com o

teste, findos os quais se deu início à avaliação propriamente dita.

4. Material

Para a gravação dos jogos foi utilizada uma câmara digital SAMSUNG

modelo H106. O material de vídeo obtido foi introduzido em formato digital num

computador portátil (marca LG modelo E500 processador Intel T2370) via cabo

(IEEE 1394), convertendo-os em ficheiros “.avi”. Para o tratamento de imagem

e análise do jogo foi utilizado o software Utilius VS, software informático

específico destinado à análise e arquivo dos registos observados.

Page 52: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Material e Métodos

32

A categorização do material foi realizada a posteriori, com recurso ao

software Utilius VS, com base num sistema de observação sistemática em

contexto natural desenvolvido para tal efeito.

5. Análise Estatística

Para o tratamento dos dados foi utilizado o software SPSS (Statistical

Package for Social Science) for Windows®, versão 17.0. Foi realizada a análise

descritiva (Frequência, Percentual, Média e Desvio-Padrão). Para a variável

“Princípio”, recorreu-se ao teste do Qui-quadrado ( ²), com um nível de

significância p≤0,05, aplicado para analisar como o comportamento e

desempenho táctico dos jogadores de Futebol se apresenta em função dos

dois tipos de piso. A distribuição normal dos dados foi verificada através do

teste de Kolmogorov-Smirnov. Para os dados onde o teste de normalidade (p≤

0,05) era aceitável recorreu-se ao teste Oneway Anova e Test T –

Independentes. Para os dados onde o teste de normalidade (p≤0,05) não era

aplicável recorreu-se ao Teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney para verificar

entre quais os princípios que existiam essas diferenças. O coeficiente Kappa

de Cohen foi utilizado para verificar a fiabilidade inter-observador e intra-

observador.

6. Análise da Fiabilidade

As observações do teste “GR3-3GR” foram realizadas por três

observadores treinados que possuíam concordância inter-observadores

superior a 0,80. Foi também verificada a fiabilidade intra-observador,

recorrendo-se ao índice Kappa de Cohen. Para efeitos de aferição da

fiabilidade foram reavaliadas 563 acções tácticas desempenhadas pelos

jogadores, o que representa 14,3% da amostra, ou seja, um valor superior ao

de referência (10%), apontado pela literatura (Tabachnick & Fidell, 1989).

Page 53: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Material e Métodos

33

As sessões para determinar a fiabilidade intra-observador foram

realizadas com um intervalo de 10 dias. Os resultados da fiabilidade intra-

observadores exibiram valores de Kappa de 0,95 (erro padrão=0,014), 0,89

(erro padrão=0,022) e 0,92 (erro padrão=0,018) para o primeiro, segundo e

terceiro avaliadores, respectivamente, sendo portanto superiores aos valores

de referência (0,75) apontados pela literatura (Bakeman & Gottman, 1989;

Fleiss, 1981).

Page 54: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 55: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

V. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS

RESULTADOS

Page 56: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 57: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

37

De acordo com o objectivo delineado, intenta-se descrever os

comportamentos tácticos desempenhados por jogadores de Futebol no campo

pelado e no campo relvado.

5.1. Campo Relvado

5.1.1. Acções Tácticas em função dos Princípios

No Quadro 1 são apresentadas as frequências e os percentuais dos

Princípios tácticos ofensivos e defensivos, executados no campo relvado.

Neste quadro verificamos a diferença em relação às frequências

observadas entre os vários princípios, sendo essas diferenças significativas se

p≤0.05.

Quadro 1 – Princípios Tácticos obtidos no piso relvado no teste “GR3-3GR”.

Princípios Tácticos

N

%

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 95 10,72 2; 3

Cobertura Ofensiva (2)

246 27,77 1; 3; 4; 5

Espaço (3) 364 41,08 1; 4; 5

Mobilidade (4) 91 10,27 2; 3

Unidade Ofensiva (5)

90 10,16 2; 3

Defensivos

Contenção (6) 209 20,75 7; 8; 10;

Cobertura Defensiva (7)

37 3,67 6; 8; 9; 10

Equilíbrio (8) 160 15,89 6; 7; 9; 10

Concentração (9)

219 21,75 7; 8; 10

Unidade Defensiva (10)

382 37,93 6; 7; 8; 9

Total de Jogo 1893

*Diferenças Significativas quando p≤0,05.

1;2;3;4;5;6;7;8;9;10: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Page 58: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

38

Da análise do Quadro 1, constatou-se que existem diferenças

estatisticamente significativas nas frequências em termos ofensivos na variável

“Penetração” em relação ao princípio: “Cobertura Ofensiva” ( 2=66,865;

p<0,001) e “Espaço” ( 2=157,65; p<0,001).

No princípio “Cobertura Ofensiva” foram verificas diferenças

estatisticamente significativas em relação ao princípio: “Espaço” ( 2=2978,07;

p<0,001): ao princípio “Mobilidade” ( 2=71,291; p<0,001) e ao princípio

“Unidade Ofensiva” ( 2=72,429; p<0,001).

Em termos defensivos existiam diferenças estatisticamente significativas

na variável “Contenção” em relação ao princípio: “Cobertura Defensiva”

( 2=120,26; p<0,001); ao princípio “Equilíbrio” ( 2=6,51; p<0,011), ao princípio

“Unidade Defensiva” ( 2=50,64; p<0,001). Em relação ao princípio “Cobertura

Defensiva” verificamos diferenças estatisticamente significativas em relação ao

princípio: “Equilíbrio” ( 2=76,80; p<0,001); na variável “Concentração”

( 2=129,39; p<0,001); e na variável “Unidade Defensiva” ( 2=284,07; p<0,001).

Respectivamente ao princípio “Equilíbrio” constatamos diferenças em relação

ao princípio: “Concentração” ( 2=9,19; p<0,001) e “Unidade Defensiva ”

( 2=90,93; p<0,001)

Por fim, na variável “Concentração” verificamos diferenças

estatisticamente significativas em relação ao principio ” Unidade Defensiva”

( 2=44,21; p<0,001).

Ao analisar o conjunto dos princípios tácticos realizados pelos jogadores,

verificamos um total de 1893 acções tácticas realizadas no campo relvado.

Comparando os dados referentes aos princípios tácticos ofensivos e

defensivos, averiguamos que a frequência das acções ofensivas (886 acções)

são menos utilizadas que os princípios tácticos defensivos (1007 acções),

podendo-se assim inferir que estes jogadores não conseguiram ter muita posse

de bola, apesar de neste tipo de piso, predominantemente regular, seja mais

fácil a circulação de bola, tal como referem Fonseca & Garganta (2007). Apesar

desse valor inferior, é possível verificar que estes jogadores privilegiaram um

tipo de Futebol apoiado na circulação de bola devido aos valores elevados do

Page 59: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

39

princípio da “cobertura ofensiva” (246 acções) e “espaço” (364 acções),

abdicando da criação de situações individuais do 1x1, o que pode ser explicado

com o baixo valor do princípio da “penetração” (95 acções). Este resultado

contraria o verificado no estudo de Amaral & Garganta (2004) ao revelarem que

no futsal os jogadores entram em situações de 1x1 fundamentalmente com a

intenção de ultrapassar os adversários directos para assim progredirem no

terreno de jogo, em detrimento da circulação de bola.

Ao analisar a frequência de acções relativas à globalidade dos

princípios de jogo, percebe-se que as acções tácticas relacionadas com os

princípios ofensivos de “cobertura ofensiva” (246 acções) e de “espaço” (364

acções) evidenciam valores superiores, quando comparadas com as acções

respeitantes à fase defensiva, nomeadamente no que respeita aos princípios

de “cobertura defensiva” (37acções) e de “concentração” (209 acções).

No nosso estudo, durante a fase defensiva nota-se, uma menor

incidência das acções tácticas relacionadas com o princípio de “cobertura

defensiva” (37 acções) em relação aos demais princípios assim como no

estudo de Costa et al. (2009g). As causas poderão ser atribuídas à fraca

capacidade táctica destes jogadores e assim, preferirem em termos defensivos

a utilização de uma marcação individual, como se pode verificar através do

elevado valor apresentado do princípio da “contenção” (209 acções), ou seja,

estão sempre perto do adversário directo.

Em contrapartida, observou-se uma elevada frequência das acções para

o principio da “Unidade Defensiva” (382 acções), revelando diferenças

significativas perante todos os outros princípios defensivos, o que poderá ser

explicado devido às dimensões do campo utilizado no teste induzir o aumento

da incidência de bolas que saem pela linha de fundo e, consequentemente, os

momentos de reposição de bola por parte do guarda-redes. Assim, podemos

verificar que a equipa adversária recue e se reposicione, com o intuito de

conseguir tempo e espaço para organizar o sistema defensivo colectivo tal

como foi verificado no estudo de Costa et al. (2009g) assim como num outro

estudo dos mesmos autores (2009f), onde reiteram que pode ser devido aos

jogadores marcarem os adversários individualmente, ficam obrigatoriamente

Page 60: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

40

muito longe do centro do jogo e daí a elevada frequência do princípio da

“unidade defensiva”.

5.1.2. Índice de Performance Táctica (IPT)

No Quadro 2 são apresentados os resultados da análise do Índice de

Performance Táctica (IPT) no campo relvado na realização do teste “GR3-

3GR”. Neste quadro verificamos as Médias, Desvio-Padrão e a existência de

diferenças estatisticamente significativas entre os princípios tácticos.

Quadro 2 – Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria Índice Percentual Táctico

no campo relvado.

Princípios Tácticos

Índice de Performance

Táctica

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 55,66±27,59

Cobertura Ofensiva (2)

54,35±16,22 3

Espaço (3) 55,19±24,92 2; 4; 5

Mobilidade (4) 43,19±8,52 3

Unidade Ofensiva (5)

64,78±26,78 3

Defensivos

Contenção (6) 26,62±12,93

Cobertura Defensiva (7)

36,01±28,63

Equilíbrio (8) 29,18±15,33

Concentração (9)

28,77±8,00

Unidade Defensiva (10)

28,07±7,65

Fase de jogo

Fase Ofensiva (11)

50,00±11,01 12

Fase Defensiva (12)

28,47±5,12 11

Jogo 38,67±5,99

*Diferenças Significativas quando p≤0,05

1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Page 61: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

41

No Quadro 2 pode observar-se o índice de performance táctica dos

jogadores no campo relvado. Tais índices foram calculados para cada princípio,

por cada fase de jogo (ofensiva e defensiva) e por cada jogo.

Segundo o Teste Anova One-Way verificamos que existem diferenças

significativas (p≤0.05) em termos ofensivos na categoria índice de performance

táctica entre o princípio “Cobertura Ofensiva” e “Espaço” (p=0.006). No

princípio “Espaço” constatamos diferenças significativas com o princípio

“Unidade Ofensiva” (p=0,002). No que respeita ao princípio “Mobilidade”

existem diferenças significativas em relação ao princípio “ Espaço” (p=0,036).

Foram ainda encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a

variável “Fase Ofensiva” e a “Fase Defensiva” (p<0,001).

De realçar que em termos defensivos na categoria IPT não foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas.

Ao debruçarmos a nossa atenção sobre o índice de performance táctica,

podemos perceber que, apesar de no ponto anterior referirmos que em termos

defensivos se realizaram mais acções, na verdade o índice de performance

táctica da fase defensiva (28,47±5,12) é inferior comparativamente com o

índice de performance táctica da fase ofensiva (50±11,01), assim como no

estudo de Costa et al. (2009g) onde os jogadores também revelaram mais

dificuldades para realizar acções tácticas relacionadas com os princípios de

jogo defensivos. Estas diferenças podem dever-se ao facto dos treinadores de

formação nos treinos centrarem-se mais no ensino dos princípios tácticos

ofensivos. Prova disso são os nossos resultados, onde podemos constatar que

tanto no Quadro 2 como no Quadro 4, o índice de performance táctica na fase

ofensiva é muito elevado comparativamente com o índice de performance

táctica da fase defensiva.

A partir do Quadro 2, podemos constatar que o princípio da “unidade

ofensiva” (55,66±27,59) foi o que apresentou um valor superior e o princípio da

“mobilidade” (43,19±8,52) um valor inferior em termos ofensivos.

Defensivamente, o princípio da “cobertura defensiva” (36,01±28,63) evidenciou

Page 62: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

42

valores superiores e o princípio da “contenção” (26,66±12,93) valores

inferiores, comparativamente com os restantes.

Estes valores podem ser fundamentais para o treinador ter um

conhecimento aprofundado acerca da performance táctica dos jogadores,

permitindo um planeamento mais consciente, tendo em consideração as

dificuldades apresentadas segundo a análise efectuada e, posteriormente,

enfatiza-las nas sessões de treino.

5.1.3. Percentual de Erro (PE)

No Quadro 3 são apresentados os resultados da Análise do Percentual

de Erros (PE) do campo relvado na realização do teste de “GR3-3GR”. Neste

quadro verificamos as Médias e o Desvio-padrão e a existência de diferenças

estatisticamente significativas entre os princípios tácticos (p≤0.05).

Quadro 3 - Média e desvio padrão das variáveis da categoria Percentual de Erros (PE) no

campo relvado.

Princípios Tácticos

Percentual de Erros

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 33,03±35,14 2; 4

Cobertura Ofensiva (2)

5,88±15,37

Espaço (3) 3,49±11,34

Mobilidade (4) 2,89±7,89 5

Unidade Ofensiva (5)

8,91±18,36 4

Defensivos

Contenção (6) 3,06±1,99 9; 10

Cobertura Defensiva (7)

13,04±27,04 9; 10

Equilíbrio (8) 45,63±33,29 9; 10

Concentração (9)

6,65±12,04 6; 7; 8

Unidade 17,89±17,16 6; 7; 8

Page 63: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

43

Defensiva (10)

Fase de jogo

Fase Ofensiva (11)

6,31±5,70 12

Fase Defensiva (12)

27,48±10,16 11

Jogo 33,79±11,00

*Diferenças Significativas quando p≤0,05

1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Segundo o teste Mann-Whitney verificamos que na categoria percentual

de erros existem diferenças estatisticamente significativas em termos ofensivos

entre o princípio “Penetração” em relação ao princípio: “Cobertura Ofensiva”

(p=0,006) e ao principio “Mobilidade” (p=0,002). No princípio “Mobilidade” foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas entre este princípio e o

princípio “Unidade Ofensiva” (p=0,009).

Defensivamente, existem diferenças estatisticamente significativas

(p≤0.05) entre o princípio “Contenção” em relação ao princípio: “Concentração”

(p<0,001) e ao principio “Unidade Defensiva (p<0,001). No princípio “Cobertura

Defensiva” constatamos diferenças estatisticamente significativas com o

princípio ”Concentração” (p=0,003) e com o principio “Unidade Defensiva”

(p<0,001). Já no princípio “Equilíbrio” verificamos diferenças estatisticamente

significativas em relação ao principio “Concentração” (p<0,001) e ao princípio

”Unidade Defensiva” (p<0,001).

Foram ainda encontradas diferenças estatisticamente significativas

entre a fase “Fase Defensiva” e a “Fase Ofensiva” (p=0,001).

Ao analisarmos estes resultados, podemos constatar quais os princípios

tácticos em que os jogadores cometem mais erros. Verifica-se que os

jogadores cometem mais erros defensivos (27,48±10,16) comparativamente

com os princípios de jogo ofensivos (6,31±5,7). Apesar de a literatura referir

que no campo relvado, o terreno regular facilita o contacto com a bola, como

refere Fonseca & Garganta (2007), é curioso que os jogadores neste piso

erraram mais vezes o princípio táctico “penetração” (33,03±35,14), maior PE

Page 64: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

44

em termos ofensivos, pois, segundo Hohm (1987), neste piso o ressalto da bola

é baixo e muito veloz, tornando o jogo mais rápido e desta forma aumentar a

probabilidade de perder o contacto com a bola.

Dos princípios de jogo defensivos constatamos um elevado percentual

de erros no princípio de jogo do “equilíbrio” (45,63±33,29), permitindo assim

reforçar a ideia de no ponto anterior revelarmos que este grupo de jogadores

em termos defensivos utiliza a marcação individual, o que pode ser um factor

importante para percebermos o elevado défice em termos tácticos defensivos.

Desta forma, podemos comprovar o elevado percentual de erro em

termos defensivos nos jogadores desta amostra neste tipo de piso.

Tanto o percentual de erro como o índice de performance táctico podem

ser excelentes materiais de apoio aos treinadores.

5.2. Campo Pelado

5.2.1. Acções Tácticas em função dos Princípios

No Quadro 4 são apresentadas as frequências dos Princípios Tácticos

ofensivos e defensivos, executados no campo pelado.

Neste Quadro verificamos a diferença em relação às frequências

observadas entre os vários princípios, sendo essas diferenças significativas se

p≤0.05.

Quadro 4 – Princípios Tácticos obtidos no piso pelado no teste “GR3-3GR”

Princípios

Tácticos

N

%

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 112 11,11 2; 3

Cobertura Ofensiva (2)

214 21,23 1; 3; 4; 5

Page 65: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

45

Espaço (3) 430 42,66 1; 2; 4; 5

Mobilidade (4) 125 12,40 2; 3

Unidade Ofensiva (5)

127 12,60 2; 3

Defensivos

Contenção (6) 194 17,29 10

Cobertura Defensiva (7)

27 2,41 8; 9

Equilíbrio (8) 165 14,71 7; 10

Concentração (9)

197 17,56 7; 10

Unidade Defensiva (10)

539 48,04 6; 8; 10

Total de Jogo 2130

*Diferenças Significativas quando p≤0,05

1;2;3;4;5;6;7;8;9;10: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Da análise do Quadro 4, constatou-se que existiam diferenças

estatisticamente significativas em termos ofensivos entre o princípio

“Penetração” em relação ao princípio: “Cobertura Ofensiva” ( 2=31,91;

p<0,001) e ao princípio "Espaço” ( 2=186,58; p<0,001). No principio “Cobertura

Ofensiva” verificamos diferenças estatisticamente significativas deste princípio

com o principio “Espaço” ( 2=72,45; p<0,001); ”Mobilidade” ( 2=23,37; p<0,001)

e “Unidade Ofensiva” ( 2=22,20; p<0,001). No que diz respeito ao principio

“Espaço” verificamos diferenças estatisticamente significativas entre este

princípio e o principio “Mobilidade” ( 2=167,61; p<0,001) e o principio “Unidade

Ofensiva” ( 2=164,83; p<0,001).

Em termos defensivos existiam diferenças estatisticamente significativas

no principio “Contenção” comparativamente com o princípio “Unidade

Defensiva” ( 2=162,38; p<0,001). Em relação ao princípio “Cobertura

Defensiva” verificamos diferenças estatisticamente significativas em relação ao

principio: “Equilíbrio” ( 2=99,19; p<0,001) e ao principio “Concentração”

( 2=129,02; p<0,001). Respectivamente ao principio “Equilíbrio” constatamos

diferenças estatisticamente com o principio “Unidade Defensiva” ( 2=198,69;

p<0,001). Por fim, constatamos diferenças estatisticamente significativas entre

Page 66: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

46

o principio “Concentração” e o princípio “Unidade Defensiva” ( 2=158,92;

p<0,001).

Foram avaliadas 2130 acções tácticas no campo pelado das quais, em

termos ofensivos ocorreram 1008 acções e defensivamente contabilizaram-se

1122 acções. Podemos verificar através desses dados que estes jogadores

não conseguiram ter muita posse de bola e daí constatarmos as dificuldades

acrescidas, devido ao piso, maioritariamente irregular, e que determina o tipo

de jogo que se vai desenrolar, tal como refere Hohm (1987). Apesar da

inferioridade de ocorrência dos princípios de jogo ofensivos em relação aos

defensivos, analisamos que estes jogadores preocupavam-se em manter a

posse de bola, utilizando um ataque organizado tal como se pode averiguar

através dos valores apresentados pela ocorrência do princípio da “cobertura

ofensiva” (21,23% da variação) e pelo princípio do “espaço” (42,66% da

variação). Aliás, em termos ofensivos foram verificadas diferenças

estatisticamente significativas (p≤0,05) entre o princípio da “cobertura ofensiva”

e os restantes princípios de jogo ofensivos, assim como entre o princípio de

jogo “espaço” e os restantes.

O princípio da “penetração” (11,11% da variação) foi o menos utilizado

dos princípios de jogo ofensivos, o que pode ser explicado devido às

dificuldades em controlar a bola neste tipo de piso, tal como referiu Costa et al.

(2009f) no seu estudo.

Em relação às acções defensivas, os resultados denotam uma elevada

frequência de ocorrência no princípio da “unidade defensiva” (48,05% da

variação), comparativamente com os demais princípios. Tal como já referimos

anteriormente também Costa et al. (2009c) no seu estudo verificou a elevada

ocorrência do princípio da “unidade defensiva” constatando-se que poderá

ocorrer devido às dimensões do campo utilizado no teste e induzir o aumento

da incidência de bolas que saem pela linha de fundo e, consequentemente, os

momentos de reposição de bola por parte do guarda-redes. Neste caso, obriga

a equipa adversária a recuar e se reposicionar, com o intuito de conseguir

tempo e espaço para organizar o sistema defensivo colectivo. Também

Page 67: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

47

podemos aferir que este valor pode ser ilustrativo do défice de reacção à perda

da bola por parte destes jogadores, realizando transições muito lentas de

ataque/defesa.

O princípio da “cobertura defensiva” (2,41% da variação) foi o menos

utilizado, provavelmente porque os jogadores sentem o tamanho reduzido do

campo, o que pode intimidar os jogadores de apoio ao jogador que está a

realizar o princípio da contenção motivo este apresentado por Costa et al.

(2009d) no seu estudo.

5.2.2. Índice de Performance Táctica (IPT)

No Quadro 5 são apresentados os resultados da análise do Índice de

Performance Táctica (IPT) no campo pelado na realização do teste “GR3-3GR”.

Neste quadro verificamos as Médias, Desvio-Padrão e a existência de

diferenças estatisticamente significativas entre os princípios tácticos.

Quadro 5 – Médias e Desvio Padrão das Variáveis na categoria Índice Percentual Táctico

no campo pelado.

Princípios Tácticos

Índice de Performance

Táctico

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 54,44±17,48 4

Cobertura Ofensiva (2)

51,29±15,45 3

Espaço (3) 62,92±22,11 2; 4

Mobilidade (4) 44,24±8,61 1; 3

Unidade Ofensiva (5)

51,14±24,95

Defensivos

Contenção (6) 25,29±8,19

Cobertura Defensiva (7)

34,88±29,92

Equilíbrio (8) 25,75±13,89

Concentração (9)

28,85±8,02 10

Unidade 22,86±6,60 9

Page 68: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

48

Defensiva (10)

Fase de jogo

Fase Ofensiva (11)

49,26±7,20 12

Fase Defensiva (12)

24,87±4,42 11

Jogo 36,3±3,72

*Diferenças Significativas quando p≤0,05

1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Segundo o Teste Oneway Anova verificamos que existem diferenças

estatisticamente significativas (p≤0.05) em termos ofensivos na categoria índice

de performance táctica entre o princípio “Penetração” e o princípio “Mobilidade”

(p=0,028). Verificamos diferenças estatisticamente significativas entre o

princípio “Cobertura Ofensiva” em relação ao princípio: “Espaço” (p=0,020) e

ao princípio “Mobilidade” (p<0,001).

Defensivamente, existem diferenças estatisticamente significativas entre

o princípio “Concentração” e o princípio “Unidade Defensiva” (p=0,009).

Por fim, constatamos diferenças estatisticamente significativas entre a

“Fase Defensiva” e a “ Fase Ofensiva” (p<0,001).

Ao fazermos uma análise do Quadro 5, apuramos que no campo pelado

o índice de performance táctica da fase ofensiva situa-se nos 49,26±7,2 e na

fase defensiva apresenta apenas 24,87±4,42. Apesar de no Quadro 4

constarmos que a frequência de ocorrência dos princípios tácticos defensivos

são superiores, podemos verificar que apresentam um índice de performance

táctica muito baixo, logo estes jogadores mostram sérias dificuldades em

termos defensivos.

O princípio de jogo “espaço” (62,92±22,11) apresentou um valor superior

comparativamente com os restantes princípios, enquanto que o princípio

“mobilidade” (44,24±8,61) apresentou o valor mais baixo em termos ofensivos,

contrariando então Costa et al. (2009g) ao concluir que o índice de

performance táctica mais elevado refere-se ao princípio de jogo “mobilidade”

em termos ofensivos.

Page 69: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

49

Defensivamente, o princípio da “cobertura defensiva” (34,88±29,92)

evidenciou valores superiores e o princípio da “unidade defensiva” (22,86±6,6)

valores inferiores comparativamente com os restantes princípios. De acordo

com o nosso estudo, Costa et al. (2009g) aponta o princípio de jogo “cobertura

defensiva” também com um índice de performance táctica superior. Este

princípio no Quadro 4 está referenciado com o valor mais baixo em termos de

frequência de ocorrência, o que denota que foi realizado poucas vezes mas de

uma forma correcta.

5.2.3. Percentual de Erros (PE)

No Quadro 6, são apresentados os resultados da análise do Percentual

de Erros (PE) do campo pelado na realização do teste de “GR3-3GR”. Neste

quadro verificamos as Médias e o Desvio-padrão e a existência de diferenças

estatisticamente significativas entre os princípios tácticos (p≤0.05).

Quadro 6 - Média e desvio padrão das variáveis da categoria Percentual de Erros (PE) no

campo pelado.

Princípios Tácticos

Percentual de Erros

Sig (p≤0,05)*

Ofensivos

Penetração (1) 15,34±24,18 4

Cobertura Ofensiva (2)

5,74±18,12 5

Espaço (3) 0,76±4,29

Mobilidade (4) 5,57±12,69 1; 5

Unidade Ofensiva (5)

43,6±33,89 2; 4

Defensivos

Contenção (6) 58,85±24,13 7; 9

Cobertura Defensiva (7)

46,25±47,49 6; 8; 9; 10

Equilíbrio (8) 56,28±31,81 7; 9

Concentração (9)

29,11±30,34 6; 7; 8; 10

Unidade 65,4±21,60 7; 9

Page 70: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

50

Defensiva (10)

Fase de jogo

Fase Ofensiva (11)

10,89±9,29 12

Fase Defensiva (12)

55,63±14,97 11

Jogo 66,53±24,26

*Diferenças Significativas quando p≤0,05 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12: Verificadas diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes princípios

Segundo o teste Mann-Whitney verificamos que na categoria percentual

de erros existem diferenças estatisticamente significativas em termos ofensivos

no princípio “Penetração” em relação ao princípio “Mobilidade” (p<0,001).

Apuramos diferenças estatisticamente significativas no principio “Unidade

Ofensiva” em relação ao principio “Cobertura Ofensiva” (p=0,023) e ao princípio

“Mobilidade” (p<0,001).

Defensivamente, existem diferenças estatisticamente significativas

(p≤0.05) no princípio “Contenção” em relação ao princípio: “Cobertura

Defensiva” (p=0,010) e ao princípio “Concentração” (p=0,002). Já o princípio

“Cobertura Defensiva” apresenta diferenças estatisticamente significativas com

os princípios: “Equilíbrio” (p=0,029); “Concentração” (p<0,001) e “Unidade

Defensiva” (p=0,010). O princípio “Concentração” apresenta diferenças

estatisticamente significativas com o princípio “Equilíbrio” (p=0,002) e com o

principio “Unidade Defensiva” (p<0,001). Por fim verificamos diferenças

estatísticas significativas entre a “Fase Defensiva” e a “Fase Ofensiva”

(p<0,001).

No Quadro 6, podemos verificar quais os princípios de jogo que os

jogadores revelam mais dificuldades, ou seja, onde o percentual de erros é

mais evidente.

Constatamos que cometem mais erros na “fase defensiva” (55,63±24,26)

do que na “fase ofensiva” (10,89±9,29). Apesar do campo pelado ser

maioritariamente irregular, fazendo com que o jogo seja construído sob

condições de elevada variabilidade e instabilidade, tal como referem Fonseca &

Garganta (2007) estes jogadores adaptaram-se a estas condições. Portanto na

Page 71: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Apresentação e Discussão dos Resultados

51

opinião de Choshi (2000), o jogador é considerado bom quando ele tem a

capacidade de adaptação demonstrada nessas situações diversificadas.

Comparando os dados referentes aos princípios de jogo ofensivos,

conferimos que o princípio “unidade ofensiva” (43,6±33,89) apresenta um

percentual de erros mais elevado e o princípio “espaço” (0,76±4,29) apresenta

um valor mais baixo. Este elevado valor do princípio de jogo “unidade ofensiva”

pode ser causada pela falta de motivação destes jogadores na realização do

teste, porque a equipa quando está em posse de bola, parte dos jogadores não

acompanham a subida da equipa no terreno. Esta desmotivação pode dever-se

ao local onde o teste foi realizado, ou seja, no campo pelado. Os jovens

jogadores não compreendem que é fundamental nas idades mais tenras

proporcionar essas diferenças de pisos para melhorar a relação com bola,

sendo essas idades uma etapa crucial para o seu desenvolvimento (Frade,

2008).

No que diz respeito à fase defensiva, conferimos que o princípio de jogo

que apresenta um percentual de erros mais elevado é o princípio “unidade

defensiva” (65,4±21,16) e o que apresenta um valor mais baixo o princípio

“concentração” (29,11±30,34). Assim, podemos referir que o elevado

percentual de erros em relação ao princípio “unidade defensiva” é mais um

dado para percebermos da desmotivação destes jogadores, perdem a posse

de bola e não descem no terreno para defender. Apresentam dificuldades na

transição ataque/defesa.

Assim, estes valores são úteis para permitir ao treinador ter um

conhecimento mais aprofundado a partir da avaliação sobre as habilidades e as

dificuldades de cada jogador, para assim poder melhorá-las através do

processo de formação.

Page 72: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 73: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

VI. CONCLUSÕES

Page 74: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 75: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Conclusões

55

Considerando os objectivos e os resultados do presente estudo pode-se

concluir que:

O campo relvado propiciou que os jogadores realizassem mais

comportamentos tácticos ofensivos relacionados ao princípio “espaço”.

O campo relvado propiciou que os jogadores realizassem mais

comportamentos tácticos defensivos relacionados ao princípio “unidade

defensiva”.

O campo pelado propiciou que os jogadores realizassem mais

comportamentos tácticos ofensivos relacionados ao princípio “espaço”.

O campo pelado propiciou que os jogadores realizassem mais

comportamentos tácticos defensivos relacionados ao princípio “cobertura

defensiva”.

O campo relvado propiciou a realização do princípio “unidade ofensiva”

em termos ofensivos com o melhor índice de performance táctica.

O campo relvado propiciou a realização do princípio “cobertura

defensiva” em termos defensivos com o melhor índice de performance

táctica.

O campo pelado propiciou a realização do princípio “espaço” em termos

ofensivos com o melhor índice de performance táctica.

O campo pelado propiciou a realização do princípio “cobertura

defensiva” em termos defensivos com o melhor índice de performance

táctica.

Page 76: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Conclusões

56

A fase ofensiva no campo relvado apresenta um índice de performance

táctica superior comparativamente à fase defensiva.

A fase ofensiva no campo pelado apresenta um índice de performance

táctica superior comparativamente à fase defensiva.

O campo relvado propiciou a realização do princípio “penetração” em

termos ofensivos com o maior percentual de erros.

O campo relvado propiciou a realização do princípio “equilíbrio” em

termos defensivos com o maior percentual de erros.

O campo pelado propiciou a realização do princípio “unidade ofensiva”

em termos ofensivos com o maior percentual de erros.

O campo pelado propiciou a realização do princípio “unidade defensiva”

em termos defensivos com o maior percentual de erros.

Page 77: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Sugestões para Trabalhos Futuros

57

Sugestões para Trabalhos Futuros

Desta forma consideramos importante clarificar aspectos abordados

neste trabalho, assim como reflectir sobre outras questões relacionadas com

esta temática, como por exemplo:

Estudar os comportamentos tácticos da mesma equipa nos diferentes

pisos.

.

Page 78: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 79: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 80: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 81: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

61

Aboutoihi, S.(2006). Football: guide de l'éducateur sportif. Paris: Editions

ACTIO. 2006.

Araújo, D. (Ed.) (2005). O Contexto da Decisão: A Acção Táctica no Desporto.

Lisboa: Visão e Contextos.

Amaral, R.; Garganta, J. (2004). A modelação do jogo em Futsal. Análise

sequencial do 1x1 no processo ofensivo. Revista Portuguesa de Ciências do

Desporto. 3(V) 298–310.

Araújo, D., Davids, K.; Serpa, (2005). S. An ecological approach to expertise

effects in decision-making in a simulated sailing regatta. Psychology of Sport

and Exercise. 6, 671-692.

Araújo, D.; Davids, K.; Hristovski, R. (2006). The ecological dynamics of

decision making in sport. Psychology of Sport and Exercise, 7 (6), 653-676.

Bacconi, A.; Marella, M. (1995): Nuovo sistema di analisi della partita in tempo

reale. In Preparazione atletica, analisi e riabilitazione nel calcio: 17-28. 1º

Convegno Nazionale A.I.P.A.C. Ediz. Nuova Prhomos. Città di Castelo.

Bakeman, R., & Gottman, J. M. (1989). Observación de la interacción:

Introducción al análisis secuencial. Madrid: Ediciones Morata, S.A.

Barreira, D. (2006). Transição defesa-ataque em futebol: Análise Sequencial de

padrões de jogo relativos ao Campeonato Português 2004/05. Dissertação de

Licenciatura. Universidade do Porto: Faculdade do Desporto.

Bayer, C.(1994). O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivro.

Blázquez, D. (1990). Evaluación en Educación Física. Barcelona: INDE.

Page 82: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

62

Brito, P. (1994). Observação directa e sistemática do comportamento. Cruz

Quebrada: FMH.

Caldeira, N. (2001). Estudo da relevância contextual das situações de 1x1 no

processo ofensivo em futebol, com recurso à análise sequencial. Dissertação

de Licenciatura. Universidade do Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e

de Educação Física.

Castelo, J. (1994). Futebol: Modelo Técnico-Táctico do jogo. Lisboa: Edições

F.M.H. da Universidade Técnica de Lisboa.

Castelo, J. (1996). Futebol: A organização do jogo. Edição do autor.

Castelo, J. (1999). Futebol – a organização do jogo. In: F. Tavares (Ed.).

Estudos 2 – estudo dos jogos desportivos. Concepções, metodologias e

instrumentos. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto: Multitema,

p.41-49.

Choshi, K. (2000). Aprendizagem motora como um problema mal definido.

Revista Paulista de Educação Física, 14 (1), suplemento 3, 16-23.

Costa, I.; Garganta, J.: Greco, J.: Mesquita, I. (2009a). Influência de tipo de

piso, dimensão das balizas e tempo de jogo na aplicação do teste de „GR3-

3GR‟ em futebol. http://www.efdeportes.com/ Revista Lecturas en Educación

Física y Deportes.- Buenos Aires - Año 14 - Nº 136 - Setembro de 2009

Costa, I.; Garganta, J.: Greco, J.: Mesquita, I. (2009b). Princípios Tácticos do

Jogo de Futebol: conceitos e aplicação de Investigação. Motriz, Revista de

Educação Física. Rio Claro, v.15, n.3, p.00-00, jul./set. 2009

Costa, I.; Garganta, J.; Greco, P.; Mesquita, I.; Castelão, D.; Müller, E.; Silva,

B.; Rebelo, A.; Seabra, A. (2009c). Análise do comportamento táctico de

Page 83: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

63

Futebolistas através do teste de “Gr3-3Gr”. Editorial y Centro de Formación Alto

Rendimiento. CD Colección Congresos Nº 9. ISBN- 978-84-613-1659-5

Costa, I.; Garganta, J.; Greco, P.; Mesquita, I.; Castelão, D.; .; Müller, E.; Silva,

B.; Rebelo, A.; Seabra, A. (20009d). Tactical behaviour in soccer: Analysis of

na under-11 team by the “GR3-3GR” test. Published in the Proceedings of 1st

International Symposium of Sports Performance: Performance Enhanced by

Bridging the Gap between Theory and Practice, Vila Real, Portugal, 2009 CD-

ROM.

Costa, I.; Garganta, J.; Greco, P.; Mesquita, I.; Müller, E.; Silva, B.; Castelão,

D.; Rebelo, A.; Seabra, A. (20009e) Comparing tactical behaviours of youth

soccer teams through the test “Gk3-3Gk”. Published in the Proceedings of 1st

International Symposium of Sports Performance: Performance Enhanced by

Bridging the Gap between Theory and Practice, Vila Real, Portugal, 2009 CD-

ROM.

Costa, I.; Garganta, J.; Greco, P.; Mesquita, I.; Silva, B.; Müller, E.; Castelão, D.

(2009f). Análise do comportamento táctico em jogos reduzidos de futebol:

estudo comparativo entre pisos sintético e pelado. http://www.efdeportes.com/

Revista Lecturas en Educación Física y Deportes.- Buenos Aires - Año 14 - Nº

134 - Julho de 2009.

Costa, I.; Garganta, J.; Greco, P.; Mesquita, I.; Silva, B.; Müller, E.; Castelão,

D.; Rebelo, A.; Seabra, A. (20009g). Analysis of tactical performance of youth

soccer players. Published in the Proceedings of 1st International Symposium of

Sports Performance: Performance Enhanced by Bridging the Gap between

Theory and Practice, Vila Real, Portugal, 2009 CD ROM.

Cunha, S. A., Binotto, M. R., & Barros, R. M. L. (2001). Análise da variabilidade

na medição de posicionamento tático no futebol. Revista Paulista de Educação

Física, 15 (2), 111-116.

Page 84: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

64

Cruyff, J. (2002). Me gusta el Fútbol. RBA Libros S.A. Barcelona.

Duprat, E. (2007). Enseigner le football en milieu scolaire (collèges, lycées) et

au club. Paris: Editions ACTIO.

Ferreira, R. B., Paoli, P. B., Costa, F. R. (2008). Proposta de 'scout' tático para

o futebol [Versão electrónica]. Revista Digital, año 12. Consult. 08-04-08,

disponível em http://www.efdeportes.com/efd118/scout-tatico-para-o

futebol.htm.

Fonseca, H.; Garganta, J. (2006). Futebol de Rua: um Beco com Saída. Visão

e contextos.

Fonseca, H. (2007). Futebol de rua, um fenómeno em vias de extinção?

Contributos e implicações para a aprendizagem do jogo. Dissertação de

Mestrado. Universidade do Porto: Faculdade de Desporto.

Fleiss, J. L. (1981). Statistical Methods for Rates and Proportions (2 ed.): Wiley-

Interscience.

Frade, V. (2008). Apontamentos das aulas de Metodologia Aplicada I, Opção

de Futebol. FCDEF-UP. Porto. Não Publicado.

Franks, I & McGarry, T. (1996). The science of match analysis. In T. Reilly (Ed),

Science and soccer (pp. 363-375). London: E&FN Spon.

Garcia, J. (2000). Balonmano. Perfeccionamiento e investigation. Barcelona:

INDE

Garganta, J.; Pinto, J. (1994). O ensino do futebol. In: A. Graça e J. Oliveira

(Ed.). O ensino dos jogos desportivos. Faculdade de Ciências do Desporto e de

Page 85: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

65

Educação Física da Universidade do Porto. Rainho & Neves Lda, v.1, 1994,

p.95- 136.

Garganta, J. (1994). Para uma teoria dos jogos desportivos colectivos In O

Ensino dos Jogos Desportivos: 97-137. A. Graça & J. Oliveira (Eds.) Centro de

Estudos dos Jogos Desportivos. FCDEF-UP.

Garganta, J. (1997). Modelação táctica do jogo de futebol – estudo da

organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. Porto:

Universidade do Porto. Dissertação de Doutoramento (não publicada).

Universidade do Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação

Física.

Garganta, J. (1998). Analisar o jogo nos jogos desportivos colectivos. Uma

preocupação comum ao treinador e ao investigador. Horizonte XIV (83): pp.7-

14.

Garganta, J. (2000). O treino da táctica e da estratégia nos jogos desportivos.

Garganta, J. (2001). A análise da performance nos jogos desportivos. Revisão

acerca da análise do jogo. Revista portuguesa de Ciências do Desporto 1(1),

57-64.

Garganta, J. (2009). Trends of tactical performance analysis in team sports:

bridging the gap between research, training and competition. Centre of

research, Education, Innovation and Intervention in Sport (CIFID). Faculty of

Sports. University of Porto – Portugal.

Gowan, G. (1987). Melhorar o rendimento pela análise do jogo. Futebol em

revista, 4ª série (21), 35-40.

Gréhaigne, J. (1992). L´organisation du jeu en football. Paris: Édition Actio.

Page 86: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

66

Gréhaigne, J. F., Godbout, P., Bouthier, D. (1997). Performance assessment in

team sports. Journal of Teaching in Physical Education, 16 (4), 500-516.

Hainaut, K.; Benoit, J. (1979). Enseignement despratiques physiques

spécifiques: le football moderne - tactique-technique-lois du jeu. Bruxelas:

Presses Universitaires de Bruxelles.

Hohm, Dr. (1987). “Tennis – play to win the czech way”. Sports books

publishen.

Hughes, C. (1994). The football association coaching book of soccer tactics and

skills.

Lobo, L. (2007). Formação, mitos e utopias. In Jornal “A Bola”, 11 de Maio.

[Em linha]: www.planetadofutebol.com.

Lopes, J. (2007). Análise diacrónica heterocontingente dos métodos de jogo

ofensivo no futebol. Tese de Mestrado, Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto, Porto.

Mesquita, I. (1992). Voleibol: Abordagem Especifica. In Educação Física na

Escola Primária (Vol. II Iniciação desportiva): 77-89. FCDEF-UP/Câmara

Municipal do Porto.

Moreno, M. (1993). Consideraciones sobre el futbol actual. El Entrenador

Español (Fútbol), (10): 24-31

Moutinho, C. (1991). A importância da análise do jogo no processo de

preparação desportiva nos jogos desportivos colectivos: o exemplo do voleibol:

In, J. Bento e A. Marques (Eds.). As ciências do Desporto e a prática desportiva

(pp.265-275). Porto: FCDEF-UP.

Page 87: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

67

Oliveira, J. (1993). A análise do jogo em basquetebol. In. J. Bento e Marques

(Eds.), A ciência do Desporto, a cultura e o Homem (pp.297-306), Porto:

FCDEF-UP.

Ortega, J. & Contreras, M. (2000). La observation en los desportes de equipo.

Lectures Education Física y Deportes, revista digital, 18. Retirado a 15 de Julho

2009, de htt://www,efdeportes.com/efd18a/dequipo.htm.

Pacheco, R. (2001). O ensino do Futebol. Futebol de 7, um jogo de iniciação no

Futebol de 11.

Pacheco, R. (2005). Diferenças entre o Futebol infantil e o Futebol dos adultos.

Treino Desportivo, 28, 44-45.

Pinto, J. (1996). A táctica no Futebol: Abordagem conceptual e implicações na

formação. In estratégia e táctica nos jogos desportivos colectivos: 51-62. José

Olliveira e Fernando Tavares. CEJD. FCDEF.UP.

Queiroz, C. M. (1983). Para uma teoria de ensino/treino do futebol. Ludens, v.8,

n.1, p.25- 44.

Riera, J. (1995). Estrategia, táctica y técnica deportivas. Apunts Education

Física. Deportes, 39: 45-56.

Tabachnick, B., & Fidell, L. (1989). Using Multivariate Statistics. New York:

Harper & Row Publishers.

Teodorescu, L. (1984). Problemas de teoria e metodologia nos jogos

desportivos. Edições Livros Horizonte. Lisboa.

Valdano, J (2002). El miedoescénico y otras hierbas. Madrid: Aguilar, Spain.

Page 88: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções

Referências Bibliográficas

68

Worthiggton, E.; (1974). Learning & teaching soccer skills. Califórnia: Hal

Leighton Printing Company. 1974. 182 p.

Page 89: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 90: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções
Page 91: Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos … · O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o teste “GR3-3GR” que permite avaliar as acções