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ESTRATÉGIAS DE ENSINAGEM Léa da Graças Camargos Anastasiou [email protected] Leonir Pessate Alves [email protected] INTRODUÇÃO No quadro da imprevisibilidade, mudanças e incertezas atuais, deveremos continuar a atuar na sala de aula como se fazia no século passado? Considerando que os alunos, a cada ano, chegam à universidade trazendo novas e diferenciadas experiências em sua história de vida, poderemos estar atuando na “formatação” da aula utilizada desde o descobrimento do Brasil e proposta na Ratio Studiorum, em 1599 ? Como trabalhar as relações, os nexos, a construção de quadros teóricos práticos previstos nos currículos universitários, altamente complexos, superando a forma tradicional de relação entre professor, alunos e conhecimento? Quais as formas, os jeitos necessários? Nossa proposta situa o estudo e análise das estratégias de ensino e de aprendizagem diretamente relacionadas a uma série de determinantes: um Projeto Político Pedagógico Institucional, onde se define uma visão de homem e de profissional que se pretende possibilitar na Educação Superior; a função social da universidade; a visão de ensinar e de apreender; a visão de ciência, conhecimento e saber escolar; a organização curricular em grade ou globalizante, com a utilização de objetivos interdisciplinares (módulos, ações, eixos, problemas, projetos, etc).

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  • ESTRATGIAS DE ENSINAGEM

    La da Graas Camargos Anastasiou [email protected]

    Leonir Pessate Alves

    [email protected] INTRODUO No quadro da imprevisibilidade, mudanas e incertezas atuais, deveremos continuar a atuar na sala de aula como se fazia

    no sculo passado? Considerando que os alunos, a cada ano, chegam universidade trazendo novas e diferenciadas experincias

    em sua histria de vida, poderemos estar atuando na formatao da aula utilizada desde o descobrimento do Brasil e proposta

    na Ratio Studiorum, em 1599 ? Como trabalhar as relaes, os nexos, a construo de quadros tericos prticos previstos nos

    currculos universitrios, altamente complexos, superando a forma tradicional de relao entre professor, alunos e conhecimento?

    Quais as formas, os jeitos necessrios?

    Nossa proposta situa o estudo e anlise das estratgias de ensino e de aprendizagem diretamente relacionadas a uma srie

    de determinantes: um Projeto Poltico Pedaggico Institucional, onde se define uma viso de homem e de profissional que se

    pretende possibilitar na Educao Superior; a funo social da universidade; a viso de ensinar e de apreender; a viso de cincia,

    conhecimento e saber escolar; a organizao curricular em grade ou globalizante, com a utilizao de objetivos interdisciplinares

    (mdulos, aes, eixos, problemas, projetos, etc).

  • nesse contexto que se constri o trabalho docente; onde o professor se v frente a frente com a necessidade e o

    desafio de organiz-lo e operacionaliz-lo. tambm nesse contexto relacional que se inserem as estratgias de ensinagem.

    INICIANDO PELA CONCEITUAO

    Uma primeira ateno se volta aos termos habitualmente utilizados para referirem-se aos meios ou processos que o

    professor utilizar na aula; encontra-se a expresso tcnicas, estratgias, ou dinmicas1 de trabalho em sala de aula, usadas

    como sinnimos.

    Para efeito dessas reflexes, pontuamos aspectos referentes a esses termos:

    Estratgias: do grego estratega e do latim strategia a arte de aplicar ou explorar os meios e condies favorveis e

    disponveis com vista consecuo de objetivos especficos.

    Tcnicas: do grego, techniks, relativo a arte. A arte material ou o conjunto de processos de uma arte, maneira, jeito ou

    habilidade especial de executar ou fazer algo.

    Dinmicas: do grego dinamiks, respeitante ao movimento e as foras, ou organismo em atividade ou, ainda, parte da mecnica

    que estuda os movimentos.

    Pelo citado, verificamos a nfase na atividade artstica. Portanto, exige-se por parte de quem a utiliza, criatividade, percepo

    aguada, vivncia pessoal, profunda, renovadora e uma capacidade de por em prtica uma idia valendo-se da faculdade de

    dominar o objeto trabalhado.

    1 Nos diferentes materiais publicados a respeito dessa temtica, temos encontrando o uso indistinto desses termos: estratgias ou tcnicas. Para efeito

    desse material estaremos adotando o termo estratgias, como a arte de aplicar ou explorar os meios e condies favorveis e disponveis, visando efetivao da ensinagem.

  • Qual o objeto do trabalho docente? No se trata apenas de um contedo, mas de um processo que envolve um conjunto de

    pessoas na construo de saberes seja por adoo ou por contradio. Conforme j dito, todo contedo contm em sua lgica

    interna, uma forma que lhe prpria, e que precisa ser captada e apropriada para sua efetiva compreenso.

    Para essa forma de assimilao, que obedece lgica interna do contedo, utilizamos os processos mentais ou as

    operaes do pensamento. Por exemplo, na metodologia tradicional, a principal operao exercitada era a memorizao; hoje,

    essa se revela insuficiente para dar conta do profissional que a realidade necessita.

    Na metodologia dialtica, como j discutido, o docente deve propor aes que desafiem ou possibilitem o desenvolvimento

    das operaes mentais. Para isso organiza os processos de apreenso de tal maneira que as operaes de pensamento sejam

    despertadas, exercitadas, construdas, flexibilizadas pelas necessrias rupturas, atravs da mobilizao, da construo e das

    snteses, sendo essas a serem vistas e revistas, possibilitando ao estudante sensaes ou estados de esprito carregados de

    vivncia pessoal e de renovao.

    Nisso, o professor dever ser um verdadeiro estrategista, o que justifica a adoo do termo estratgia, no sentido de estudar,

    selecionar, organizar e propor as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento.

    AS ESTRATGIAS: AONDE CHEGAR COM ELAS...

    Nesse processo de apropriao, o estudante efetiva construes mentais variadas. Tomamos por base a listagem das

    operaes de pensamento de RATHS et alii (1977), que se referem s aes mentais de comparao, observao, imaginao,

    obteno e organizao dos dados, elaborao e confirmao de hipteses, classificao, interpretao, crtica, busca de

  • suposies, aplicao de fatos e princpios a novas situaes, planejamento de projetos e pesquisas, anlise e tomadas de

    deciso e construo de resumos.

    Todas essas operaes participam da efetivao de uma metodologia dialtica, voltada para o aluno, tomando sua sncrese

    inicial como ponto de partida, a sntese a ser construda como ponto de chegada, atravs da anlise, construda atravs dessas

    operaes citadas. Nesse ponto que se inserem as estratgias.

    As estratgias visam consecuo de objetivos; portanto, h que ter clareza de onde se pretende chegar naquele momento,

    com o processo de ensinagem. Por isso, os objetivos que o norteiam devem estar claros para os sujeitos envolvidos professores

    e alunos e estarem presentes no contrato didtico, registrado no Programa de Aprendizagem correspondente ao mdulo, fase,

    curso, etc. Esses objetivos nortearo a reflexo dos caminhos percorridos nas efetivaes das aes executadas por alunos e

    professores, na consecuo das estratgias.

    Atravs das estratgias aplicamos ou exploramos meios, modos, jeitos, formas, de evidenciar o pensamento, portanto,

    respeitando s condies favorveis para se executar ou fazer algo. Esses meios ou formas comportam determinadas dinmicas,

    devendo considerar o movimento e as foras, e o organismo em atividade. Por isso, o conhecimento do aluno pelo professor e seu

    crescente autoconhecimento essencial para a escolha e a efetivao da estratgia, com seu modo de ser , agir, estar e sua

    dinmica pessoal.

    Outra referncia a lgica do contedo: um contedo predominantemente factual exigir uma estratgia diferente de um

    procedimental2. Alm da lgica prpria, o momento vivenciado pelos estudantes tambm fundamental: estratgias usadas na

    mobilizao comportam elementos novos e diferentes de estratgias de elaborao da sntese do conhecimento.

    2 Sobre contedos factuais, atitudinais, procedimentais e ou conceituais, ver ZABALA, Antoni. In: Como trabalhar contedos procedimentais em aula. Porto

    Alegre: ARTMED, 1999.

  • Lidar com diferentes estratgias no fcil: entre ns, docentes universitrios, existe um habitus de trabalho com

    predominncia na exposio do contedo, em aulas expositivas, ou palestra, uma estratgia funcional para a passagem de

    informao. Esse habitus refora uma ao de transmisso de contedos prontos, acabados, determinados. Foi assim que

    vivenciamos a universidade enquanto alunos. Tambm, a atual configurao curricular e a organizao disciplinar (em grade)

    predominantemente conceitual, tm a palestra como a principal forma de trabalho. E os prprios alunos esperam do professor a

    contnua exposio dos assuntos que sero aprendidos.

    Quando o professor desafiado a atuar numa nova viso, em relao ao processo de ensino e de aprendizagem, poder

    encontrar dificuldades - inclusive pessoais - de se colocar numa diferenciada ao docente: geralmente essa dificuldade se inicia

    pela prpria compreenso da necessidade de ruptura com o tradicional repasse.

    Caso esse obstculo seja vencido, ele ainda se v diante de novos desafios para atuar de forma diferente: lidar com

    questionamentos, dvidas, inseres dos alunos, crticas, resultados incertos, respostas incompletas e perguntas inesperadas (s

    vezes complexas, s vezes incompreensveis para o professor, que chega a se questionar: de onde ele tirou essa questo, se o

    assunto que discutimos aqui to outro!...).

    Tambm ocorre uma modificao na dinmica da sala de aula, o que inclui a organizao espacial, com o rompimento da

    antiga disciplina estabelecida. Ainda resta a incerteza quanto aos resultados: na estratgia da aula expositiva se garantem a

    relao tempo/contedo com maior propriedade... pode-se at dividir o nmero de tpicos a serem repassados, pelo nmero de

    aulas ou palestras, e tem-se todo o programa vencido...

    Vencer o programa no garantia de ensino ou de aprendizagem. Nem de possibilitao do profissional necessrio a

    realidade dinmica e contraditria. Assistir aulas como se assiste a um programa de TV e dar aulas como se faz uma palestra no

    mais suficiente: estamos buscando modos de em parceria - fazer aulas.

  • A cincia nos apresenta hoje a constatao de uma situao de movimento, de contradio, de enredamento, de mudana,

    incerteza, imprevisibilidade. Conforme descrito por Morin (2000) e citado anteriormente, no lugar do mecanicismo, a

    interpenetrao, a espontaneidade e a auto-organizao; no lugar do determinismo, a imprevisibilidade; no lugar da reversibilidade,

    a irreversibilidade e a evoluo; no lugar da ordem, a desordem; no lugar da necessidade, a criatividade e o acidente, e portanto,

    no lugar da eternidade, a histria, histria essa que construda com a ao dos seres humanos num tempo e num espao

    histrico. O complexo o que tecido junto. Isso altera radicalmente a viso e a expectativa de causa-efeito, tpica do

    pensamento cartesiano e to presente na nossa formao e na nossa forma de agir.

    E a vem o maior desafio: que as aes se fazem necessrias para lidar com toda essa dinmica que hoje conhecemos?

    Para romper com as formas tradicionais memorizativas, estabelecidas ao longo da histria, a sada te sido a criao coletiva de

    momentos de experimentao, vivncia, reflexo sistemtica, com relatos de experincias feitos pelos colegas sejam socializados

    e onde dificuldades sejam objeto de estudo, visando a superao dos entraves.

    Por isso, destacamos como uma das possveis sadas, a realizao de oficinas pedaggicas3 onde a experincia de cada

    um conta ponto na construo de um novo fazer pedaggico na sala de aula .

    O CONTEXTO INSTITUCIONAL DAS ESTRATGIAS

    3 Oficina pedaggica: estratgia de trabalho que possibilita estudar e trabalhar um tema/problema, sob orientao de um especialista, aliando teoria e prtica.

    Possibilita o aprender a fazer melhor o ofcio, mediante a aplicao e processamento de conceitos e conhecimentos previamente adquiridos. Uma experincia de trabalho em Oficinas com docentes da Educao Superior, pode ser verificada no Relatrio do Processo de Profissionalizao Continuada, 2000/ 2001 - UNERJ/USP, onde os docentes do Centro Universitrio de Jaragu do Sul - UNERJ se reuniam em torno de projetos de pesquisa da prtica docente, utilizando as oficinas como forma de coletivizar avanos didtico-pedaggicos e buscar, junto a seus pares, soluo de problemticas pendentes.

  • Quando o professor participa de um colegiado que construiu coletivamente o Projeto Poltico Pedaggico4, a questo da

    definio de estratgias evolui rapidamente, pois j esto discutidos vrios determinantes: a funo de universidade, a viso de

    homem, de cincia, conhecimento e saber escolar, de perfil profissiogrfico, de objetivos gerais do curso, etc., que norteiam as

    escolhas de aes em sala de aula.

    Nesse contexto, as condies concretas de trabalho tambm so habitualmente postas em discusso, facilitando a

    superao de uma srie de dificuldades em relao s condies fsicas, recursos materiais, ambientais, humanos, organizao

    administrativa em relao aos fins pedaggicos; e no o inverso como costuma ocorrer.

    Nas instituies em que processos de profissionalizao j ocorrem como experincias sistemticas, a adoo de novas

    maneiras de fazer a aula tambm se torna mais habitual. Isso porque j existe a preocupao com processos onde o aluno atua

    de forma significativa, responsvel e com crescente autonomia, na busca da construo do conhecimento: supera-se o assistir pelo

    fazer aulas.

    No entanto, mesmo que a instituio ainda no se constitua como impulsionadora desses processos, h a autonomia

    docente, que possibilita a implementao de estratgias diferenciadas, ainda que num nvel de ao individual. Temos

    acompanhado processos onde os professores iniciam a mudana em duplas e ou grupos pequenos, que depois vo se ampliando

    numrica e qualitativamente.

    INTRODUZINDO AS ESTRATGIAS

    4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, LDB n. 9394/96, em seu artigo 12, estabelece ser competncia do corpo docente a construo do

    Projeto Pedaggico e a associao da ao docente aos objetivos e processos nele estabelecidos.

  • Para facilitar a identificao, anlise e utilizao de estratgias de trabalho em grupo5, apresentamos um quadro que pode

    servir como norteador nas escolhas e acompanhamento dos processos de mudana na sala de aula.

    Para construo desse quadro, que tem sido apresentado e discutido com os docentes em oficinas pedaggicas, desde de

    2000, utilizamos publicaes diversas6. Esse um material que tem sido bastante apreciado pelos professores, pois contm uma

    sntese de diferentes publicaes sobre o assunto, acrescida das anlises referentes metodologia dialtica, a ao de

    ensinagem, a organizao curricular, papel do professor e aluno, enfim situam as estratgias em seu contexto determinante.

    Na organizao do quadro, iniciamos pela aula expositiva dialogada que constitui uma superao da aula expositiva

    tradicional. Ela foi tomada como estratgia inicial do quadro por ser, estatisticamente, a mais presente na sala de aula na

    universidade. O aluno chega na sala de aula esperando assistir a exposio do contedo pelo professor. Numa exposio

    dialogada ocorre um processo de parceria entre professores e alunos no enfrentamento do contedo: haver um fazer aulas...

    Na utilizao das estratgias descritas no quadro, sugerimos considerar o princpio dialtico da caminhada com o aluno, da

    sncrese (ou viso inicial, no elaborada, catica etc) para sntese (que se constitui num resultado das relaes realizadas, agora

    5 Temos trabalhado em oficinas pedaggicas dede o ano de 2000, com inmeros professores universitrios e as estratgias aqui citadas, vem sendo

    trabalhadas com diferentes grupos docentes. Essas vivncias tm possibilitado uma viso de credibilidade crescente quanto a capacidade criativa, de verdadeiros estrategistas, que os professores demonstram ao acrescentarem seu cunho pessoal sobre uma estratgia descrita de forma sinttica. 6 Os autores buscados so: BORDENAVE (2001), BEHRENS (1999), MEIRIEU (1998), MASETTO (2003), MOREIRA, (1997), RATHS (1977), SEVERINO (2000), VASCONCELLOS (1995), VEIGA (1991).

  • organizadas num quadro qualitativamente superior). Esse processo se d pela anlise, que operacionalizada nas operaes

    mentais sistematizadas nas estratgias. Ou seja, ao escolher e efetivar uma estratgia, o professor prope aos alunos a efetivao

    de diversas operaes mentais, num processo de crescente complexidade do pensamento.

    Reforamos que o ponto de partida a prtica social do aluno que,uma vez considerada, torna-se elemento de mobilizao

    para a construo do conhecimento. Tendo o pensamento mobilizado, o processo de construo do conhecimento j se iniciou.

    preciso cuidar que a elaborao da sntese do conhecimento, momento destacado na metodologia dialtica, no fique

    desconsiderado. Ele possibilita a volta prtica social, j reelaborada, uma vez que o aluno construiu no pensamento e pelo

    pensamento a evoluo do objeto de estudo pretendido.

    Nessa evoluo, as categorias sugeridas por Vasconcellos (1995): quais sejam a significao, a problematizao, a

    criticidade, a prxis,a continuidade-ruptura, a historicidade e a totalidade, se efetivam interrelacionadamente e representam

    referncias para o processo de anlise na construo do conhecimento.

    Com relao aos momentos dialticos, mobilizao para o conhecimento, construo do conhecimento e elaborao da

    sntese do conhecimento, destacamos que uma mesma estratgia pode objetivar perspectivas diferentes. Por exemplo, uma

    estratgia como a Tempestade Cerebral pode ser utilizada para mobilizao, no incio de uma unidade. Ela pode tambm servir

    como diagnstico no transcorrer da unidade ou como fechamento no momento final de uma aula ou unidade:a est a arte

    docente, em sua funo de estrategista. Outro ponto que preciso destacar so as condies de efetivao das estratgias;

    nosso habitus docente est muito centrado na aula expositiva (a tradicional, na maioria das vezes!), e j dominamos esse cenrio.

    O mesmo no se d com as demais estratgias, que exigem cuidados e diretividade, conduo enfim, especficas.

  • H estratgias onde, habitualmente, a contribuio do aluno feita de forma individual diante de um coletivo, como o caso

    do estudo de texto, da tempestade cerebral, da aula expositiva dialogada, da construo de mapa conceitual,do estudo dirigido, da

    lista de discusso e da soluo de problemas. Elas podem ser vivenciadas tambm em duplas ou outras formas de organizao.

    Nelas, a expresso verbal do aluno desenvolvida diante de todos os colegas, levando a se exporem as habituais crticas

    dos outros. Esse um aspecto a ser considerado pelo professor, como um objetivo atitudinal a ser desenvolvido. A prpria forma

    de o professor receber e acatar a contribuio do aluno, s vezes tirando gua de pedra determinante do clima de acolhimento

    essencial em processos coletivos de construo de conhecimentos.

    REFLETINDO SOBRE OS GRUPOS EM CLASSE

    Com relao s estratgias grupais, fundamental sua organizao, sua preparao cuidadosa, o planejamento

    compartilhado e mutuamente comprometido com o aluno, que, como sujeito de seu processo de aprendiz atuar ativamente:

    assim, os objetivos, as normas, as formas de ao, os papis, as responsabilidades, enfim o processo e o produto desejados,

    devem estar explcitos, compactuados.

    Pontuamos que as estratgias grupais constituem-se num desafio a ser reconhecido e enfrentado. Sabemos que a

    aprendizagem um ato social, necessitando da mediao do outro como facilitador do processo; esse outro que estabelece a

    mediao entre o aluno e o objeto de estudo pode ser o professor, os colegas ou um texto, um vdeo, um caso a ser solucionado,

    um tema a ser debatido.

    Habilidades de trabalho grupais, devidamente desenvolvidas, auxiliam no desabrochar da inteligncia relacional, que

    abarca, segundo Osrio (2003) a inteligncia intrapessoal (autoconhecimento emocional, controle emocional e automotivao) e a

  • inteligncia inter pessoal (reconhecimento de emoes de outras pessoas e habilidades em relacionamentos interpessoais).

    preciso auxiliar no desenvolvimento da inteligncia relacional, conceituada como a capacidade dos indivduos serem competentes

    na interao com outros seres humanos no contexto grupal em que atuam.(Osrio, L. C., 2003: 65-66).7

    Reforamos a idia de que trabalhar num grupo diferente de fazer parte de um conjunto de pessoas, sendo fundamental a

    interao, o compartilhar, o respeito singularidade, a habilidade de lidar com o outro em sua totalidade, incluindo suas emoes.

    Isso exige autonomia e maturidade, algo a ser construdo paulatinamente com os alunos universitrios, uma vez que no vm com

    estes atributos do ensino mdio.

    Lembramos que o que caracteriza o grupo no a juno dos alunos, mas o desenvolvimento inter e intrapessoal, o

    estabelecimento de objetivos compartilhados, que se alteram conforme a estratgia proposta, o processo objetivado e seu

    processamento.

    Numa atividade grupal de ensinagem os docentes precisam ter domnio de determinantes dessas estratgias. Inicialmente,

    no se organizam grupos apenas porque assim est proposto no Projeto Poltico Pedaggico, mas porque o objetivo que se tem

    em determinado momento do programa de aprendizagem solicita uma ao discente que ser melhor executada se a estratgia

    grupal for ativada.

    Alm disso, preciso dominar o processo, conhecendo suas etapas e preparando-as. A ao docente ser to ou mais

    exigida do que numa tradicional aula expositiva ou numa expositiva dialogada. Trabalhar para alm do contedo um desafio, que

    corresponde ao processo de autonomia a ser conquistado com e pelo aluno.

    preciso tambm considerar que as formas de organizao grupal se alteram de estratgia para estratgia. Em todas elas

    est presente o desenvolvimento da habilidade de conversar. Etimologicamente, a palavra composta de dois elementos: con,

    7 Para uma melhor compreenso destes conceitos vide Osrio, L.C., in: Psicologia Grupal: uma nova disciplina pra o advento de uma era, Porto Alegre,

    Artmed, 2003.

  • juntos e versar, que quer dizer mudar. Conversar com o outro pressupe a abertura para mudar junto com o outro; de uma

    conversa bem sucedida ocorrer em alguma mudana no pensar, no perceber, sentir ou agir dos envolvidos (Osrio, 2003, p.

    70).

    Assim, estando os objetivos estabelecidos, os alunos sabero em que direo se encaminhar; estando claras as etapas,

    sabero as formas de encaminhamento do processo, previsto na estratgia grupal em ao. O professor precisa estar atento e

    disponvel, conversando e acompanhando os processos e os grupos na sala de aula.

    Inicialmente, e at que os alunos se soltem em atividades grupais, as contribuies de cada participante podem ficar mais

    restritas s discusses do pequeno grupo, expondo menos cada aluno. Quando ainda ocorre uma inibio no grupo, no momento

    da socializao da sntese, costuma ocorrer indicao, pelo prprio grupo, de colegas que j trazem desenvolvidas habilidades

    de exposio oral, desenvoltura e liderana. Cabe ao professor mediar no sentido de que todos possam desenvolver habilidades e

    atitudes de representatividade lembrando aos alunos que a sala de aula e a universidade o lugar do treino, da aprendizagem,

    onde o erro no fere e deve ser a referncia para a reconstruo e superao de dificuldades.

    Participar de grupos de estudo permite o desenvolvimento de uma serie de papis, que auxiliam na construo da

    autonomia, do auto conhecimento do aluno, do lidar com o diferente, da exposio e da contraposio, do divergir, do sintetizar,

    resumir, enfim habilidades necessrias no desempenho do papel profissional, para o qual o aluno se prepara na universidade, local

    de ensaio, de acertos e de erros.

    Com relao aos papis, lembramos que eles inicialmente esto relacionados ao tipo de estratgia vivenciada. Aquela viso

    do lder autoritrio e pleno de poder hoje questionada:

    Cada vez h menos espao para a afirmao de lideranas carismticas, oriundas do culto personalidade na era da individualista da qual emergimos. Dos lderes de hoje e de amanh ser exigida uma peculiar habilidade para conviver com a pluralidade das

  • expectativas humanas e que demonstrem capacidade em administrar conflitos que surjam nas relaes interpessoais. (Osrio, 2003, p. 114).

    O clima de trabalho fundamental: preciso estabelecer processos de parceria nos grupos, situando os papis como

    articuladores na direo da consecuo dos objetivos. Habitualmente so necessrias contribuies no sentido de coordenar a

    participao de todos, de controle de tempo, de registro dos dados, snteses, de exposio dos resultados, de avaliao do

    processo, gerando ento os papis de coordenador, cronometrista, secretrio, relator, expositor, e outros necessrios ao

    funcionamento da estratgia.

    A definio dos papis pode ser feita por escolha, indicao, sorteio, eleio ou outro critrio como o rodzio. importante

    que a descrio dos papis esteja clara para todos, o que facilita o desempenho, podendo-se iniciar com a indicao do professor e

    depois, paulatinamente, deixar aos grupos a escolha, a indicao ou eleio. Variar o desempenho de papis auxilia principalmente

    aos alunos com dificuldades em processos interativos. A possibilidade do treino ou exerccio dos papis deve ser norteadora do

    clima grupal, visando o crescimento e autonomia crescente de todos. Um elemento auxiliar , reiteramos, a reflexo de que a sala

    de aula o lugar onde o erro no fere, pois o espao onde as aprendizagens podem ser sistematizadas, sob a mediao do

    professor e dos colegas.

    Conduzidas dessa forma e devidamente processadas, as atividades grupais possibilitam ao docente e aos discentes um

    contnuo crescimento pessoal e global. Todos os componentes j tm o papel de participante, sendo responsveis inicialmente

    pelo desempenho pessoal: estudos preliminares, defesas de idias, produo pretendida, respeito s normas estabelecidas.

    Essas normas incluem cuidados, como a atitude do conversar, respeito s idias do outro, negociar, ouvir, esperar a vez

    de falar, etc, alm do desempenho de algum papel especfico que lhe seja atribudo pelo grupo, como, coordenador, controlador de

    tempo, secretrio, relator, etc, conforme a estratgia em ao.

  • A seguir, apresentamos as estratgias em quadros, possibilitando uma viso de conjunto de cada uma delas, destacando a

    identificao da estratgia, sua conceituao, as operaes de pensamento predominantes, a descrio da dinmica da atividade,

    acrescida de uma sugesto de acompanhamento e avaliao da mesma e de uma anlise complementar, retomando alguns

    elementos relativos a metodologia dialtica de ensinagem.

  • ESTRATGIAS DE TRABALHO DOCENTE8

    Lea das Graas Camargos Anastasiou Leonir Pessate Alves

    AULA EXPOSITIVA DIALOGADA

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO

    (Predominantes)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Numa exposio do contedo, com a participao ativa dos estudantes, cujo conhecimento prvio deve ser considerado e pode ser tomado como ponto de partida. O professor leva os estudantes a questionarem, interpretarem e discutirem o objeto de estudo, a partir do reconhecimento e do confronto com a realidade. Deve

    Obteno e organizao de dados Interpretao Crtica Deciso Comparao Resumo

    Professor contextualiza o tema de modo a mobilizar as estruturas mentais do estudante para operar com as informaes que este traz, articulando-as s que sero apresentadas; faz a apresentao dos objetivos de estudo da unidade e sua relao com a disciplina ou curso. Faz a exposio que deve ser bem preparada, podendo solicitar exemplos aos estudantes e busca o estabelecimento de conexes entre a experincia vivencial dos participantes, o objeto estudado e o todo da disciplina; importante ouvir o estudante, buscando conhecer sua realidade e seus conhecimentos prvios, que podem

    Participao dos estudantes contribuindo na exposio, perguntando, respondendo, questionando... Pela participao do estudante, acompanha-se a compreenso e anlise dos conceitos apresentados e construdos; Pode-se usar diferentes formas de obteno da sntese pretendida na aula: de forma escrita, oral, pela entrega de perguntas, esquemas, portflio, snteses variadas, complementao de dados no mapa conceitual e outras atividades complementares a serem efetivadas em continuidade pelos estudantes.

    8 Registramos o incentivo de Susana Hintz, Mestre em Educao pela UDESC, Assessora Pedaggica do Curso de Sistemas de Informao e professora

    do Curso de Pedagogia da UNERJ, pelo incentivo de levar a idia da elaborao desse quadro adiante.

  • favorecer anlise crtica, resultando na produo de novos conhecimentos. Prope a superao da passividade e imobilidade intelectual dos estudantes.

    mediar a compreenso crtica do assunto, e problematizar essa participao. O forte dessa estratgia o dilogo, como espao para questionamentos, crticas e soluo de dvidas: imprescindvel que o grupo discuta e reflita sobre o que est sendo tratado, a fim de que uma sntese integradora seja elaborada por todos.

    A aula expositiva dialogada uma estratgia que vem sendo proposta para superar a tradicional palestra docente. H

    grandes diferenas entre elas, sendo que a principal e a participao do estudante, que ter suas observaes consideradas,

    analisadas, respeitadas, independentemente da procedncia e da pertinncia das mesmas, em relao ao assunto tratado. O

    clima de cordialidade, parceria, respeito e troca so essenciais. O domnio do quadro terico relacional pelo professor deve ser

    tal que o fio da meada possa ser interrompido com perguntas, observaes, intervenes, sem que o professor perca o controle

    do processo. Com a participao continua dos estudantes fica garantida a mobilizao, e criadas as condies para a

    construo e a elaborao da sntese do objeto de estudo. Conforme o objetivo pretendido, o professor encaminha as reflexes e

    discusses para as categorias de historicidade, de totalidade, de criticidade, prxis, significao e os processos de continuidade e

    ruptura.

  • ESTUDO DE TEXTO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na explorao de idias do autor a partir do estudo crtico de um texto e/ou na busca de informaes e explorao de idias dos autores estudados.

    Identificao Obteno e organizao de dados Interpretao Crtica Anlise Reelaborao Resumo

    Momentos: 1 Contexto do texto: data, tipo de texto, autor e dados do autor... 2 Anlise textual preparao do texto: viso de conjunto, busca de esclarecimentos, vocabulrio, fatos, autores citados, esquematizao. 3 Anlise temtica compreenso da mensagem do autor: tema, problema, tese, linha de raciocnio, idia central e as idias secundrias. 4 Anlise interpretativa/extrapolao ao texto levantamento e discusso de problemas relacionados com a mensagem do autor. 5 Problematizao interpretao da mensagem do autor: corrente filosfica e influncias, pressupostos, associao de idias, crtica. 6 Sntese reelaborao da mensagem, com base na contribuio pessoal.

    Produo, escrita ou oral, com comentrio do estudante, tendo em vista as habilidades de compreenso, anlise, sntese, julgamento, inferncias e interpretao dos contedos fundamentais e as concluses a que chegou.

    Um estudo de texto pode ser utilizado para os momentos de mobilizao, de construo e de elaborao de sntese. A

    definio do texto depender do objetivo que professores e estudantes tm para aquela unidade de estudo. A escolha de um

    material que seja acessvel ao estudante e ao mesmo tempo que v desafi-lo, assim como o acompanhamento do processo

    pelo professor, so condies de sucesso nessa estratgia. So habituais as observaes de docentes acerca da dificuldade de

  • leitura e interpretao por parte dos estudantes. Se essas so habilidades constatadas como pouco desenvolvidas, elas devem

    se tornar objeto de trabalho sistemtico na Universidade para todas as reas de formao. Quando o hbito de leitura no estiver

    interiorizado, ficar mais fcil mobilizar o estudante para textos que se refiram realidade, em especial, ao campo de trabalho

    futuro. Esses podem ser textos iniciais a serem acrescidos de outros com maiores especificidades de linguagem, contedos e

    complexidade da rea em estudo.

    Muitas vezes o professor trabalha um texto com os estudantes e pede um resumo; para resumir o estudante precisar

    identificar, interpretar, analisar, organizar os dados, sintetizar para obter a produo solicitada pelo professor.Resumir no uma

    operao mental simples, ela exige o auxlio e o acompanhamento do processo pelo professor pelo menos nas primeiras

    tentativas. A construo de esquemas, feitos coletivamente com a classe, auxilia o trabalho individualizado.

  • PORTFLIO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na identificao e na construo de registro, anlise, seleo e reflexo das produes mais significativas oi identificao dos maiores desafios/dificuldade em relao ao objeto de estudo, assim como das formas encontradas para superao.

    Identificao Obteno e organizao de dados Interpretao Crtica Anlise Reelaborao Resumo

    O portflio pode evidenciar o registro do processo de construo de uma atividade, de um bloco de aulas, fase, mdulo, unidade, projeto etc. A preparao deve ser feita pelo professor a partir da mobilizao para a tarefa. Alguns passos podem ser seguidos, tais como:

    .combinar as formas de registro que podem ser escritas manualmente ou digitadas, em caderno, bloco, pasta...; .o material precisa estar identificado com dados como nome, srie, ano, disciplina etc. Pode-se incluir uma foto que demonstre o momento em que o acadmico est vivendo; .aproveitar para incluir orientaes de formatao de trabalho cientfico tais como: capa, contra capa, sumrio, os relatos em si, consideraes finais, bibliografias utilizadas no decorrer das aulas/trabalhos; .Escrever apenas num dos lados da pgina, deixando a outra como espao para o dilogo do professor; .os relatos em si podem ser nomeados, cujo ttulo pode expressar o sentimento mais evidente daquele momento; .os registros podem conter trabalhos de pesquisa, textos individuais/coletivos, considerados interessantes, acrescidos de uma profunda reflexo sobre seu significado para a formao; .incluir outras produes significativas: relias, fotos, desenhos etc., com a respectiva anlise; .anotar o sentimento de avanos e dificuldades pessoais;

    Definir conjuntamente critrios de avaliao do ensino e da aprendizagem, do desempenho do estudante e do professor. Os critrios de avaliao a individualidade de cada um: Organizao e cientificidade da ao de professor e de estudante. Clareza de idias na produo escrita; Construo e reconstruo da escrita; Objetividade na apresentao dos conceitos bsicos; Envolvimento e compromisso com a aprendizagem.

  • .inserir avaliao construtiva do desempenho pessoal e do desempenho do professor; .Ao professor compete proceder as leituras dos textos/produes e apontar os avanos e os aspectos que precisam ser retomados pelo estudante. Lembrar que o professor estabelece um dilogo com o estudante e precisa ser produtivo em favor da verdadeira aprendizagem.

    A estratgia do portflio, considerada nova na Educao Superior, possibilita o acompanhamento de construo do

    conhecimento do docente e discente durante o prprio processo e no apenas, ao final desse. Da sua principal caracterstica de

    validao. Ele exige do professor um alto grau de organizao, no sentido de acompanhar as produes/manifestaes escritas

    dos estudantes. Aponta para um conceito diferenciado de tempo e espao, de construo e reconstruo, de avaliao e nota.

    Dentre as inmeras atividades que prtica pedaggica coloca disposio para a sala de aula, o portflio se apresenta como o

    mais completo: propicia ao professor verificar de forma imediata as dificuldades que o estudante possa estar apresentando e

    propor solues para sua superao. Alm do mais, um processo individual que permite a cada um crescer de acordo com suas

    necessidades e condies. Quanto s dimenses da construo do conhecimento, essa estratgia requer um alto grau de

    envolvimento de professor e estudante, por isso devem estar constantemente mobilizados para a construo do conhecimento e

    da realizao de suas snteses, como formas de registro. Esses registros vm arraigados de elementos histricos de seus autores,

    retratam continuidade-rupturas pessoais, e por isso comportam elementos de significao e prxis.

  • TEMPESTADE CEREBRAL

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Numa possibilidade de estimular a gerao de novas idias de forma espontnea e natural, deixando funcionar a imaginao. No h certo ou errado. Tudo o que for levantado ser considerado, solicitando-se, se necessrio, uma explicao posterior do estudante.

    Imaginao e criatividade Busca de suposies Classificao

    Ao serem perguntados sobre uma problemtica, os estudantes devem: 1 Expressar em palavras ou frases curtas as idias sugeridas pela questo proposta . 2 Deve-se evitar atitude crtica que levaria a emitir juzo e/ou excluir idias. 3 Registrar e organizar a relao de idias espontneas; 4 Fazer a seleo delas conforme critrio seguinte ou a ser combinado: . ter possibilidade de ser posta em prtica logo, . ser compatvel com outras idias relacionadas ou enquadradas numa lista de idias, .ser apreciada operacionalmente quanto a eficcia a curto, mdio e longo prazo.

    Observao das habilidades dos estudantes na apresentao da idias quanto a: capacidade criativa, conciso, logicidade, aplicabilidade e pertinncia, bem como seu desempenho na descoberta de solues apropriadas ao problema apresentado.

    Trata-se de uma estratgia vivida pelo coletivo da classe, com participaes individuais, realizada de forma oral ou escrita.

    Pode ser estabelecida com diferentes objetivos, devendo a avaliao se referir aos mesmos. Utilizada como mobilizao, desperta

    nos estudantes uma rpida vinculao com o objeto de estudo; pode ser utilizada no sentido de coletar sugestes para resolver um

  • problema do contexto durante o processo de construo, possibilitando que o professor retome a teia de relaes e avalie a

    criatividade e a imaginao, assim como os avanos do estudante sobre o assunto em estudo. O professor precisa considerar que

    iro interferir na explicitao do estudante a prtica social j vivenciada, que interferem nas relaes efetivas. Numa atividade de

    tempestade cerebral vivenciada com professores universitrios, somente para conhecimento da estratgia e de suas

    possibilidades,foi proposta a palavra chave barata, como desencadeadora da estratgia. Surgiram contribuies esperadas:

    medo, inseto, cozinha, sujeira, chinelo, inseticida, etc. Mas apareceu tambm a palavra msica, que criou entre os participantes

    surpresas e incompreenso... qual seria o nexo estabelecido? No momento da explorao, a explicao dada referiu-se msica

    infantil: a barata diz que tem sete saias de fil..., que o participante ouvira naquela semana sendo cantada por sua filha. Este

    simples exemplo nos mostra a riqueza da possibilidade de diferentes conexes, pontos de chegada e de partida que os

    participantes trazem ao contexto... tudo tem um nexo pessoal, e nos resta, como mediadores do processo, dar o espao para que

    o nexo seja explicitado, explorado, ampliando a teia relacional que a estratgia possibilita. Isto nos faz retomar o princpio j

    explicitado de que o complexo o que tecido junto. Essa forma se pressa, tambm, para elaborao da sntese.

  • MAPA CONCEITUAL

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na construo de um diagrama que indica a relao de conceitos em uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relaes hierrquicas entre os conceitos pertinentes a estrutura do contedo.

    Interpretao Classificao Crtica Organizao de dados Resumo

    O professor poder selecionar um conjunto de textos, ou de dados, objetos informaes, sobre um tema, ou objeto de estudo, de uma unidade de ensino e aplicar a estratgia do mapa conceitual propondo ao estudante a ao de: -identificar os conceitos chaves do objeto ou texto estudado; -selecionar os conceitos por ordem de importncia; -incluir conceitos e idias mais especficas; -estabelecer relao entre os conceitos por meio de linhas e identificar essas linhas com uma ou mais palavras que explicitem essa relao; -identificar conceitos e palavras que devem ter um significado ou expressam uma proposio; -buscar estabelecer relaes horizontais e cruzadas, tra-las; -perceber que h vrias formas de traar o mapa conceitual; -compartilhar os mapas coletivamente, comparando-os e complementando-os; -justificar a localizao de certos conceitos, verbalizando seu entendimento.

    Acompanhamento da construo do mapa conceitual a partir da definio coletiva dos critrios de avaliao: Conceitos claros, Relao justificadas, Riqueza de idias, Criatividade na organizao e representatividade do contedo trabalhado.

  • Nos Programas de Aprendizagem cujo contedo predominantemente conceitual, um dos desafios construir com os

    estudantes o quadro relacional que sustenta a rede terica a ser apreendida. A construo do mapa pode ser feita ao longo de

    todo um semestre ou se referir a apenas a uma unidade de estudo, tema, problemas, etc. O fundamental a identificao dos

    conceitos bsicos e das conexes entre esses conceitos e os deles derivados: isso leva a elaborao de uma teia relacional. Ao se

    confrontarem os mapas construdos individualmente e ou em grupos, os estudantes percebem que as conexes podem se

    diferenciar o que no acarreta em prejuzo, e sim, amplia o quadro perceptivo do grupo. Possibilita mobilizao contnua, uma vez

    que o estudante tem que retomar e complementar o quadro durante toda a caminhada; possibilita construo do conhecimento que

    vai se ampliando na medida em que as conexes se processam e permite a elaborao da sntese numa viso de totalidade. O

    movimento de ruptura-continuidade intenso nessa estratgia. Por tudo isso, o mapa conceitual, serve ao professor como

    ferramenta para acompanhar as mudanas na estrutura cognitiva dos estudantes e para indicar formas diferentes de aprofundar

    os contedos.

  • ESTUDO DIRIGIDO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    No ato de estudar sob a orientao e diretividade do professor, visando sanar dificuldades especficas. preciso ter claro: o que, para qu, e do como preparada a sesso. .

    Identificao Obteno e organizao de dados Busca de suposies Aplicao de fatos e princpios a novas situaes.

    Prev atividades individualizadas, grupais, podendo ser socializadas: -leitura individual a partir de um roteiro elaborado pelo professor; -resoluo de questes e situaes problema, a partir do material estudado; -no caso de grupos de atendimento, debate sobre o tema estudado, permitindo a socializao dos conhecimentos, a discusso de solues, a reflexo e o posicionamento crtico dos estudantes frente realidade vivida.

    O acompanhamento se dar pela produo que o estudante v construindo, na execuo das atividades propostas, nas questes que formula ao professor, nas revises que este lhe solicita, a partir do que vai se inserindo gradativamente nas atividades do grupo a que pertence. Trata-se de um processo avaliativo eminentemente diagnstico, sem preocupao classificatria.

    Essa estratgia exige a identificao dos estudantes que dela necessitam, para complementar aspectos no dominados do

    programa de aprendizagem pretendido. Pode ento se direcionar a temas, problemas, focos especficos do objeto de estudo,

    referindo-se a aspectos pontuais e sobre os quais j se evidenciaram, com outros grupos de trabalho, dificuldades a serem

    retomadas.

    Possibilita aos estudantes estudos especficos do contedo em defasagem, desenvolve reflexo e capacita os

    estudantes retomada, individual ou coletiva, dos aspectos pontuais no dominados anteriormente. Pode se tornar um

  • importante recurso didtico que auxilia o professor a lidar com as diferentes snteses, que os estudantes trazem no incio da

    programao pretendida, substituindo aes habitualmente chamadas de nivelamento para entrada em novos nveis de

    complexidade dos contedos.

    As dificuldades dos estudantes podem ser evidenciadas ao longo do processo de construo do conhecimento, sendo essa

    uma estratgia a ser efetividada no desenrolar do processo, antecedente ao seu fechamento, dando tempo ao estudante e ao

    professor da retomada necessria. Em se tratando de Programas de Aprendizagem com aspectos costumeiramente temidos pelos

    estudantes, por seu grau de abstrao e dificuldades, o professor j pode ter preparado tpicos de estudo dirigido capazes de

    suprir os pontos nodais, j identificados.

  • LISTA DE DISCUSSO POR MEIOS INFORMATIZADOS

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na oportunidade de um grupo de pessoas poder debater, distncia, um tema sobre o qual sejam especialistas ou tenham realizado um estudo prvio, ou queiram aprofunda-lo, por meio eletrnico.

    Comparao,observao, interpretao, busca de suposies, construo de hipteses, Obteno e organizao de dados.

    Organizar um grupo de pessoas para discutir um tema, ou vrios subgrupos com tpicos da temtica para realizar uma reflexo contnua, debate fundamentado, com intervenes do professor. que como membro do grupo, traz suas contribuies. No um momento de perguntas e respostas apenas entre estudantes e professor, mas entre todos os integrantes, como parceiros do processo. importante o estabelecimento do tempo limite para o desenvolvimento da temtica. Esgotando-se o tema, o processo poder ser reativado a partir de novos problemas,

    Essa uma estratgia onde ocorre uma avaliao grupal, ao longo do processo, cabendo a todos este acompanhamento. No entanto, como o professor o responsvel pelo processo de ensinagem, o acompanhamento das participaes, da qualidade das incluses, das elaboraes apresentadas, torna-se elemento fundamental para as retomadas necessrias , na lista e, oportunamente, em classe,

    A lista de discusso utilizada para aprofundamento de objetos de estudo, tornando-se uma estratgia prpria ao momento

    de construo e de elaborao de snteses contnuas. O tema estabelecido coletivamente, ou proposto pelo professor a partir do

    caminho j iniciado pelo grupo, podendo os estudantes participar com perguntas ou respostas completas e/ou parciais,

    elaboraes de novos elementos conceituais ou confirmao dos j construdos, adeses e divergncias, cabendo ao professor

    um acompanhamento do processo.

    A participao depender do processo de mobilizao efetivado e possibilita a construo do conhecimento atravs da

    problematizao, significao, da prxis, da continuidade e ruptura, j citados nos elementos da metodologia dialtica. Essa se

  • constitui numa estratgia inovadora, que depende de algumas condies concretas para sua operacionalizao9, porm que

    responde ao hbito j existente, por uma parcela da comunidade acadmica, de consulta e acesso aos meios informatizados. De

    uma maneira geral, os estudantes gostam de utilizar-se da tecnologia e dos contatos informatizados.

    9 Existe ainda parcela significativa de nosso alunado que no possui o acesso domiciliar a estes recursos, devendo o professor considerar este elemento,

    no como bloqueador do processo, mas como dado de realidade a ser considerado para exigncias quanto participao de todos os estudantes. As instituies superiores tm instalado, em sua infra estrutura, laboratrios que devem ser cada vez mais e melhor disponibilizados, inclusive com reviso dos horrios e dias de atendimento.

  • SOLUO DE PROBLEMAS

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    No enfrentamento de uma situao nova exigindo pensamento reflexivo, crtico e criativo a partir dos dados expressos na descrio do problema; exige a aplicao de princpios, leis que podem ou no ser expressos em frmulas matemticas.

    Identificao Obteno e organizao de dados Planejamento Imaginao Elaborao de Hipteses Interpretao Deciso.

    1 Apresentar ao estudante um determinado problema, mobilizando-o para a busca da soluo. 2 Orientar os estudantes no levantamento de hipteses e na anlise de dados. 3 Executar as operaes e comparar solues obtidas. 4 A partir da sntese verificar a existncia de leis e princpios que possam se tornar norteadores de situaes similares.

    Observao das habilidades dos estudantes na apresentao das idias quanto a sua conciso, logicidade, aplicabilidade e pertinncia, bem como seu desempenho na descoberta de solues apropriadas ao problema apresentado.

    Habitualmente quando se fala em estratgias de soluo de problemas, pensamos em problemas matemticos. Estes

    trabalham com modelos a serem aplicados distintamente a situaes propostas pelos professores. Seu acompanhamento e

    avaliao seguem o modelo da racionalidade, associado ao desenvolvimento de atitude cientfica. Para alm dele, essa estratgia

    vem sendo usada visando o desenvolvimento do pensamento reflexivo, crtico e criativo dos estudantes para situaes e dados

  • da realidade. H currculos totalmente organizados em torno de resoluo de situaes problemticas (PBL)10 e Programas de

    Aprendizagem onde a resoluo de problemas aparece como uma estratgia, que vincula o estudante rea profissional em

    estudo.

    Nestes casos o estudante mantm-se mobilizado, busca aplicar os conhecimentos construdos na direo da soluo e na

    elaborao da sntese, uma vez que est diretamente interessado na resposta ou soluo para a situao.

    Existem Programas de Aprendizagem que mantm nos laboratrios de informtica, um banco de problemas, dos quais o

    estudante deve selecionar alguns para trabalhar. A estratgia de resoluo de problemas contempla as categorias presentes aos

    processos de construo do conhecimento quando estimula ou amplia a significao dos elementos apreendidos em relao

    realidade ou rea profissional. . Exige uma constante continuidade e ruptura, no levantamento e na anlise dos dados, e na busca

    e construo de diferentes alternativas para a soluo. Possibilita a prxis reflexiva e perceptiva, a problematizao cerne e

    centro da prpria atividade, a criticidade na identificao da soluo, e a totalidade, pois tudo est interligado e mutuamente

    dependente.

    10

    PBL: sigla utilizada para o Problem Basic Learnig, aprendizagem pela soluo de problemas, que vem subsidiando algumas propostas curriculares dos cursos da rea de Sade, introduzidas no Brasil pelo modelo do curso de Medicina da Universidade Mack Master, do Canad. Conforme vdeo de BAILEY, Allan. The nature of things: doctors of tomorrow. Canad, 1975.

  • PHILLIPS 66

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    1 Numa atividade grupal, onde so feitas uma anlise e discusso sobre temas/ problemas do contexto dos estudantes. Pode tambm ser til para obteno de informao rpida sobre interesses, problemas, sugestes e perguntas.

    Anlise Interpretao, Crtica Levantamento de Hipteses Busca de suposies Obteno de organizao de dados. .

    1 Dividir os estudantes em grupos de 6 membros, que durante 6 minutos podem estar discutindo um assunto, tema, problema na busca de uma soluo ou sntese final ou provisria. A sntese pode ser explicitada durante mais 6 minutos. Como suporte para discusso nos grupos, pode-se tomar por base um texto ou, simplesmente, o aporte terico que o estudante j traz consigo. 2 Preparar a melhor forma de apresentar o resultado do trabalho, onde todos os grupos possam explicitar o resultado pelo seu representante.

    Toda atividade grupal deve ser processada em seu fechamento. Os avanos, desafios e dificuldades enfrentadas variam conforme a maturidade e autonomia dos estudantes, e devem ser encaradas processualmente. A avaliao ser feita sempre em relao aos objetivos pretendidos, destacando-se: .o envolvimento dos membros do grupo; .a participao conforme os papeis estabelecidos; .pertinncia das questes e ou sntese elaborada. O processo de auto avaliao dos participantes.

    Essa uma estratgia que pode ser utilizada com classes numerosas, pois os estudantes so agrupados em nmero de 6,

    e durante 6 minutos trabalham no levantamento de questes ou fechamento de um tema e tm mais 6 minutos para a socializao.

  • Assim, tanto pode ser usada para os momentos de mobilizao, quanto para a elaborao de snteses. Permite excelente

    feedback ao professor a respeito de dvidas que os estudantes tenham mantido sobre um assunto estudado ou em discusso.

    A objetividade bastante estimulada nessa estratgia, pela sua forma de organizao que toma por base o n 6: seis

    participantes, seis minutos para discusso e seis para socializao. Como o tempo distribudo entre os grupos, o professor e os

    prprios estudantes, conseguem formular uma viso global dos avanos e dificuldades da classe. Aspectos atitudinais so sempre

    objeto de avaliao nas atividades grupais e podem ser estimulados e implementados gradativamente ao longo do trabalho

    escolar.

  • GRUPO DE VERBALIZAO E DE OBSERVAO (GV/GO)

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na anlise de tema/ problemas sob a coordenao do professor, que divide os estudantes em dois grupos: um de verbalizao(GV), e outro de observao (GO) . E uma estratgia aplicada com sucesso ao longo do processo de construo do conhecimento, e neste caso, requerendo leituras, estudos preliminares, enfim, um contato inicial com o tema.

    Anlise Interpretao, Crtica Levantamento de Hipteses Obteno e organizao de dados. Comparao. Resumo. Observao Interpretao.

    1 Dividir os estudantes em dois grupos. Um para verbalizao de um tema/problema e outro de observao. 2 Organiz-los em dois crculos: um interno e outro externo, dividindo o n de membros conforme o nmero de estudantes da turma. Em classes muito numerosas o grupo de observao ser numericamente maior que o de verbalizao. 3 Num primeiro momento, o grupo interno verbaliza, expe, discute o tema;enquanto isto, o GO observa, registra conforme a tarefa que lhe tenha sido atribuda. Em classes muito numerosas, as tarefas podem ser diferenciadas, para grupos destacados na observao. 4-Fechamento: o GO passa a oferecer sua contribuio, conforme a tarefa que lhe foi atribuda, ficando o GV na escuta. 4 Em classes com menor numero de estudantes, o grupo externo pode trocar de lugar e mudar de funo de observador para verbalizador.

    O grupo de verbalizao ser avaliado pelo professor e pelos colegas da observao. Os critrios de avaliao so decorrentes dos objetivos, tais como ; -Clareza e coerncia na apresentao; -Domnio da problemtica na apresentao; -Participao do grupo observador durante a exposio; -Relao crtica da realidade .

  • 5-Divide-se o tempo conforme a capacidade do tema em manter os estudantes mobilizados. 6- O fechamento, papel fundamental do docente, deve contemplar os objetivos, portanto, incluir elementos do processo e dos produtos obtidos.

    uma estratgia que tambm pode ser utilizada quando o nmero de estudantes elevado, pela subdiviso dos grupos

    em GO e GV. Na construo do conhecimento, essa dinmica d melhores resultados se utilizada para o momento de sntese,

    pois exige dos participantes inmeras operaes de pensamento tais como: anlise, interpretao, crtica, obteno e organizao

    de dados, comparao.,resumo. observao, etc. Essas operaes no so simples, exigindo, inclusive, do professor e do

    estudante, um envolvimento que antecede a realizao da prpria estratgia com a realizao de busca de informaes atravs

    leituras em livros, revistas e ou internet, conforme o problema em questo.

  • DRAMATIZAO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Numa representao teatral, a partir de um foco problema, tema etc. Pode conter explicitao de idias, conceitos, argumentos, e ser tambm um jeito particular de estudo de casos, j que a teatralizao de um problema ou situao frente aos estudantes equivale apresentar-lhes um caso de relaes humanas.

    Deciso Interpretao, Crtica Busca de suposies Comparao. Imaginao.

    Pode ser planejada ou espontnea. 1 No primeiro caso, o professor escolhe o assunto e os papis e os distribui entre os estudantes, orientando sobre como atuar. 2 No segundo caso o planejamento pode ser deixado inteiramente por conta dos estudantes, o que d mais autenticidade ao exerccio. 3 possvel montar um crculo ao redor da cena para que todos observem bem a apresentao; 4 O professor informa o tempo disponvel e pede que prestem ateno em pontos relevantes conforme o objetivo do trabalho; 5 No final, fazer o fechamento da atividade.

    O grupo ser avaliado pelo professor e pelos colegas. Sugesto de critrios de avaliao: -Clareza e coerncia na apresentao; -Participao do grupo observador durante a apresentao; -Utilizao de recursos que possam tornar a dramatizao mais real; -Criatividade e espontaneidade.

    uma estratgia que tem vrias finalidades. Possibilita o desenvolvimento da empatia, isto , a capacidade de os

    estudantes se colocarem imaginariamente em um papel que no o prprio. Traz sala de aula um pedao da realidade social ,

    de forma viva e espontnea para ser observada e analisada pelos estudantes. Desenvolve a criatividade, desinibio, a

    inventividade e a liberdade de expresso. Em relao s dimenses da construo do conhecimento, pode ser utilizada

  • especialmente, para os momentos de mobilizao e de sntese. Na mobilizao, como incentivo a mergulhar numa problemtica

    real e como sntese, para verificar o alcance que o grupo realizou de uma problemtica existente, em anlise e ou discusso.

  • SEMINRIO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Num espao onde as idias devem germinar ou serem semeadas. Portanto, espao onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que so colocados em discusso.

    Anlise Interpretao, Crtica Levantamento de Hipteses Busca de suposies Obteno de organizao de dados. Comparao. Aplicao de fatos a novas situaes.

    Trs momentos: 1 Preparao papel do professor fundamental: -apresentar o tema e ou seleciona-lo conjuntamente com os estudantes; justificar sua importncia, desafiar os estudantes, apresentar os caminhos para realizarem as pesquisas e suas diversas modalidades (bibliogrfica, de campo ou de laboratrio); -organizar o calendrio para as apresentaes dos trabalhos dos estudantes; -orientar os estudantes na pesquisa (apontar fontes de consulta bibliogrfica e/ou pessoas/instituies) e na elaborao de seus registros para a apresentao ao grupo; -organizar o espao fsico para favorecer o dilogo entre os participantes. 2 Desenvolvimento: -discusso do tema onde o secretrio anota os problemas formulados bem como solues encontradas e as concluses apresentadas. Cabe ao professor dirigir a sesso de crtica ao final de cada apresentao, fazendo comentrios sobre cada trabalho e sua exposio, organizando uma sntese integradora do que foi apresentado.

    Os grupos so avaliados e exercem tambm a funo de avaliadores. Os critrios de avaliao devem ser adequados aos objetivos da atividade em termos de conhecimento, habilidades e competncias. Sugesto de critrios de avaliao: -Clareza e coerncia na apresentao; -Domnio do contedo apresentado; -Participao do grupo durante a exposio; -Utilizao de dinmicas e/ou recursos audiovisuais na apresentao.

  • 3 Relatrio: trabalho escrito em forma de resumo, pode ser produzido individualmente ou em grupo.

    A preparao do seminrio e a garantia de funcionamento das diversas etapas de sua realizao, se constituem em

    pressupostos importantes para um bom resultado do mesmo. Os estudantes precisam ter clareza prvia, dos diversos papis que

    desenvolvero durante toda a dinmica dos trabalhos. Enquanto que os grupos podem apresentar suas snteses tambm por

    escrito, o professor precisa, alm de fazer o fechamento aps a apresentao de cada grupo, realizar sntese integradora ao final

    de todas as apresentaes, a fim de garantir o alcance de todos os objetivos propostos para o seminrio. No desenvolvimento

    dessa estratgia so atingidas as dimenses de mobilizao para o conhecimento, enquanto se prepara, estudando, lendo,

    discutindo a base terica e prtica de sua pesquisa e, ao mesmo tempo, j constri o conhecimento e produz as possveis

    snteses. Essas dimenses vm imbricadas, uma enriquece a outra enquanto se complementam.

  • ESTUDO DE CASO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na anlise minuciosa e objetiva de uma situao real que necessita ser investigada e desafiadora para os envolvidos.

    Anlise Interpretao, Crtica Levantamento de Hipteses Busca de suposies Deciso Resumo.

    -O professor expe o caso a ser estudado (distribui ou l o problema aos participantes), que pode ser um caso para cada grupo ou o mesmo caso para diversos grupos; -o grupo analisa o caso, expondo seus pontos de vista e os aspectos sob os quais o problema pode ser enfocado; -o professor retoma os pontos principais, analisando coletivamente as solues propostas; -o grupo debate as solues, discernindo as melhores concluses. Papel do professor:selecionar o material de estudo, apresentar um roteiro para trabalho, orientao aos grupos no decorrer do trabalho, elaborar instrumento de avaliao. Anlise de um caso: 1 Descrio do caso: aspectos e categorias que compem o todo da situao. Professor dever indicar categorias mais importantes as serem analisadas. 2 Prescrio do caso: estudante faz proposies para mudana da situao apresentada. 3 Argumentao: estudante justifica suas proposies mediante aplicao dos elementos

    1.O registro da avaliao pode ser realizada por meio de ficha com critrios a serem considerados tais como: -aplicao dos conhecimentos (a argumentao explicita os conhecimentos produzidos a partir dos contedos?) -coerncia na prescrio (os vrios aspectos prescritos apresentam uma adequada relao entre si?) -riqueza na argumentao (profundidade e variedade de pontos de vista) -sntese.

  • tericos de que dispe.

    A estratgia de Estudo de Caso oportuniza a elaborao de um forte potencial de argumentao junto aos estudantes e

    refere-se tanto ao momento de construo do conhecimento como da sntese. Os aspectos relacionados mobilizao para o

    estudo so determinantes para o envolvimento de todos no estudo e busca de soluo do caso proposto. O caso deve ser do

    contexto de vivncia do estudante, ou de parte de uma temtica em estudo. Quanto mais desafiador for o assunto, maior a

    possibilidade de se manter os estudantes envolvidos. As solues no devem ser comparadas com os dos demais grupos, mas

    entre o esforo do prprio grupo. Preponderam aqui, categorias da construo do conhecimento como a da significao e da

    prxis.

  • JRI SIMULADO

    CONSISTE

    ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na simulao de um jri, em que, a partir de um problema, so apresentados argumentos de defesa e de acusao. Pode levar o grupo anlise e avaliao de um fato proposto com objetividade e realismo, crtica construtiva de uma situao e dinamizao do grupo para estudar profundamente um tema real.

    Imaginao Interpretao Crtica Comparao. Anlise Levantamento de Hipteses Busca de suposies Deciso.

    Partir de um problema concreto e objetivo, estudado e conhecido pelos participantes. Um estudante far o papel de juiz e outro para o papel de escrivo; -os demais componentes da classe sero divididos em quatro grupos: promotoria, de um a quatro estudantes; defesa, com igual nmero; conselho de sentena, com sete estudantes; e o plenrio com os demais. A promotoria e a defesa devem ter alguns dias para a preparao dos trabalhos, sob orientao do professor cada parte ter 15 min para apresentar seus argumentos; -o juiz manter a ordem dos trabalhos e formular os quesitos ao conselho de sentena; -o escrivo tem a responsabilidade de fazer o relatrio dos trabalhos; -o conselho de sentena, aps ouvir os argumentos de ambas as partes, apresenta sua deciso final; -o plenrio ser encarregado de observar o desempenho da promotoria e da defesa e fazer uma apreciao final sobre sua desenvoltura.

    Considerar a apresentao concisa, clara e lgica das idias, a profundidade dos conhecimentos e a argumentao fundamentada dos diversos papis.

  • A estratgia de um jri simulado leva em considerao a possibilidade da realizao de inmeras operaes de

    pensamento como: defesa de idias, argumentao, julgamento, tomada de deciso etc. Sua preparao de intensa

    mobilizao, pois alm de ativar a busca do contedo em si, os aparatos de outro ambiente (roupas, mobilirio etc) oportunizam

    um envolvimento de todos para alm da sala de aula. Ainda, a estratgia pode ser regada de esprito de dramaturgia, o que

    deixa atividade interessante para todos , independente da funo que iro desenvolver na apresentao final. Essa estratgia

    envolve todos os momentos da construo do conhecimento, da mobilizao sntese, pela sua caracterstica de possibilitar o

    envolvimento de um n elevado de estudantes.

  • SIMPSIO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na reunio de palestras e prelees breves apresentadas por vrias pessoas (duas a cinco) sobre um assunto ou sobre diversos aspectos de um assunto. Possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais; de investigao; amplia experincias sobre um contedo especfico; desenvolve habilidades de estabelecer relaes.

    Obteno de dados Crtica Comparao Elaborao de hipteses Organizao de dados

    Professor coordena o processo de seleo dos temas e planeja o simpsio juntamente com os estudantes conforme: - divididos em pequenos grupos estudam e esquematizam apresentao com antecedncia, organizando o contedo em unidades significativas, de forma a apresent-lo em, no mximo de 1h e 30min, destinando de 15 a 20 min para a apresentao de cada comunicador (apresentador do pequeno grupo); - O professor o responsvel pela indicao das bibliografias a serem consultadas para cada grupo, ou para cada subtema, a fim de evitar repeties; - Cada pequeno grupo indica o seu representante que exercer a funo de comunicadora e compor a mesa apresentadora do tema; - Durante as exposies os comunicadores no devem ser interrompidos; -o grande grupo assiste a apresentao do assunto anotando perguntas e dvidas e encaminhando-as para o coordenador da mesa; -o coordenador da mesa resume as idias apresentadas e encaminha s perguntas aos

    Levar em conta a conciso das idias apresentadas pelos comunicadores; -pertinncia das questes apresentadas pelo grande grupo; -logicidade dos argumentos; -estabelecimento de relaes entre os diversos pontos de vista; - conhecimentos relacionados ao tema e explicitados.

  • membros da mesa. Esse, no precisa ser necessariamente o professor, pode ser estudante indicado pelo grande grupo; No h necessidade de um fechamento de idias.

    O simpsio uma estratgia que possibilita a ampliao do conhecimento tendo em vista que os contedos, ao serem

    subdivididos para serem melhor estudados, tero na sua apresentao mltiplos olhares, enriquecendo o tema gerador. Ele tem

    efeito multiplicador. O nmero de estudantes envolvidos no pr-determinado, pois quanto maior o nmero de grupos, mais

    subtemas podero ser explorados. Em relao s dimenses da construo do conhecimento, o simpsio recebe nfase principal

    na mobilizao e na prpria construo do conhecimento. A esses, acrescentam-se critrios como: de significao, de prxis,

    continuidade-ruptura, criticidade e de totalidade. Os expectadores do simpsio podem ser estudantes de outras fases, cursos etc.

  • PAINEL

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na discusso informal de um grupo de estudantes, indicados pelo professor (que j estudaram a matria em anlise, interessadas ou afetadas pelo problema em questo), apresentarem pontos de vista antagnicos na presena de outros. Podem ser convidados estudantes de outras fases, cursos ou mesmo, especialistas na rea.

    Obteno e organizao de dados Observao Interpretao Busca de suposies Crtica Anlise

    O professor coordena o processo de painel. -cinco a oito pessoas se colocam, sem formalidade, em semicrculo frente aos ouvintes, ou ao redor de uma mesa, para falar de um determinado assunto; -cada pessoa dever falar pelo tempo de 2 a 10 minutos; -o professor anuncia o tema da discusso e o tempo destinado a cada participante; -no final, o professor faz as conexes da discusso para, em seguida, convidar os demais participantes a formularem perguntas aos painelistas.

    Participao dos estudantes painelistas e da platia analisando:

    - a habilidade de ateno e concentrao;

    - sntese das idias apresentadas; - argumentos consistentes na

    colocao das idias como nas respostas aos participantes.

    - - consistncia das perguntas elaboradas.

    O painel como estratgia de trabalho em sala de aula pode ser utilizado em muitas situaes. Como ele envolve mais

    pessoas discutindo entre si, torna-se mais interessante para os estudantes do que ouvir uma s pessoa, fazendo uma exposio.

    Nos momentos da metodologia dialtica, ele pode ser aproveitado tanto para mobilizao para o conhecimento, como de

    construo e ou mesmo, para o momento de elaborao de snteses. Seu tempo, espao, durao e preparao podem acontecer

  • no prprio espao de aula e no requer cuidado exacerbado. No entanto, ao se convidar outros painelistas, precisa-se ter clareza

    se eles tm domnio do contedo para favorecer discusses produtivas.

  • FRUM

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Num espao, do tipo Reunio na qual todos os membros do grupo tm a oportunidade de participar do debate de um tema ou problema determinado. Pode ser utilizado aps a apresentao teatral, palestra, projeo de um filme, para discutir um livro que tenha sido lido pelo grupo, um problema ou fato histrico, um artigo de jornal, uma visita ou uma excurso.

    Busca de suposies Hipteses Obteno e organizao de dados Interpretao Crtica Resumo.

    O professor explica os objetivos do frum; -delimita o tempo total (ex.: 40 min) e o tempo parcial de cada participante; - define funes dos participantes: . do coordenador que organiza a participao, dirige o grupo e seleciona as contribuies dadas para a sntese final; . do grupo de sntese que faz as anotaes que iro compor o resumo; .do pblico participante - cada membro do grupo se identifica ao falar e d sua contribuio, fazendo consideraes e levantando questionamentos. - ao final um membro do grupo sntese relata resumo elaborado.

    A avaliao, estabelecida previamente, levar em conta a participao dos estudantes como debatedores e ou como pblico; -habilidade de ateno e concentrao; -sntese das idias apresentadas; -apresentao de argumentos consistentes - e a produo da sntese.

    O frum se bem planejado pode ser til na construo do conhecimento, especialmente para os momentos de sntese do

    mesmo. Exige imensa preparao prvia por parte dos estudantes, na busca de leituras, filmes, fatos, visitas etc., carecendo de

    uma profunda mobilizao. O espao entre a preparao do frum e sua efetivao no pode ser muito longo, correndo-se o risco

  • de enfraquecer a dinmica e empobrecer o alcance dos objetivos. preciso dar ateno s temticas ou problemas escolhidos

    para essa estratgia garantindo a participao de todos, nos diversos momentos do trabalho. Quanto s categorias da construo

    do conhecimento, a prxis e a significao tm nfase maior.

  • OFICINA (LABORATRIO OU WORKSHOP)

    CONSISTE ...

    OPERAES DE

    PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na reunio de um pequeno nmero de pessoas com interesses comuns, a fim de estudar e trabalhar para o conhecimento ou aprofundamento de um tema, sob orientao de um especialista. Possibilita o aprender a fazer melhor algo, mediante a aplicao de conceitos e conhecimentos previamente adquiridos.

    Obteno e organizao de dados Interpretao Aplicao de fatos e princpios a novas situaes Deciso Planejamento de projetos e pesquisas Resumo

    O professor organiza o grupo e providencia com antecedncia ambiente e material didtico necessrio oficina. A organizao imprescindvel ao sucesso dos trabalhos. O grupo no deve ultrapassar a 15/20 pessoas. Pode ser desenvolvida atravs das mais variadas atividades: estudos individuais, consulta bibliogrfica, palestras, discusses, resoluo de problemas, atividades prticas, redao de trabalhos, sadas a campo outras

    Participao dos estudantes nas atividades e a demonstrao das habilidades visadas, expressas nos objetivos da oficina. Pode-se propor auto-avaliaao, avaliao descritiva ou pelos produtos no final do processo.

    A oficina se caracteriza como uma estratgia do fazer pedaggico onde o espao de construo e reconstruo do

    conhecimento so as principais nfases. lugar de pensar, descobrir, reinventar , criar e recriar, favorecido pela forma horizontal

    na qual a relao humana se d. Pode-se lanar mo de msicas, textos,observaes diretas, vdeos, pesquisas de campo,

    experincias prticas, enfim vivenciar idias, sentimentos, experincias, num movimento de reconstruo individual e coletiva.

  • Quanto aos momentos de construo do conhecimento numa Oficina, a mobilizao, a construo e a sntese do conhecimento

    esto imbricados. Das categorias da construo do conhecimento a significao e a prxis so determinantes numa estratgia

    como a Oficina. No final das atividades os estudantes materializam suas produes.

  • ESTUDO DO MEIO

    CONSISTE ...

    OPERAES DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Num estudo direto do contexto natural e social no qual o estudante se insere, visando uma determinada problemtica de forma interdisciplinar. Cria condies para o contato com a realidade, propicia a aquisio de conhecimentos de forma direta, por meio da experincia vivida.

    Observao Obteno e organizao de dados Interpretao Classificao Busca de suposies. Anlise Levantamento de Hipteses. Crtica. Aplicao de fatos a novas situaes. Planejamento de projetos e pesquisas.

    1.Planejamento: os estudantes decidem junto com o professor o foco de estudo, os aspectos importantes a serem observados, os instrumentos a serem usados para o registro da observao e fazem uma reviso da literatura referente ao foco de estudo; 2.Execuo do estudo conforme planejado; levantamento de pressupostos, efetivao da visita, da coleta de dados, da organizao e sistematizao, da transcrio e anlise do material coletado. 3.Apresentao dos resultados: os estudantes apresentam as concluses para a discusso do grande grupo, conforme os objetivos propostos para o estudo.

    O planejamento e acompanhamento do processo deve ser continuo. Normalmente os objetivos esto em referncia direta com os elementos estabelecidos no roteiro de observao e coleta de dados, organizado no plano. As etapas de organizao, anlise e sntese devem ser acompanhadas, com as correes necessrias. O relatrio final pode contemplar as etapas da construo ou se referir a elementos de extrapolao, dependendo dos objetivos traados.

    O estudo do meio possibilita aos envolvidos professor e estudantes uma reviso, um refletir sobre os dados da teoria

    que fundamentam objeto de estudo. Possibilita a vinculao do estudante realidade, uma discusso dos elementos terico que

    ainda respondem aos problemas e os que j se encontram superados. Como possibilita a aplicao de fatos a novas situaes, a

  • reviso de hipteses, a organizao e reorganizao de dados, preparam o estudante para se flexibilizar, lidando com abertura

    diante de novos e inesperados elementos que a realidade dinmica nos coloca. A mobilizao imediata, levando tambm a

    construo e elaborao de snteses cada vez mais significativas, principalmente se os resultados dos grupos puderem ser

    socializados e ampliados.

  • ENSINO COM PESQUISA

    CONSISTE ...

    OPERAES

    DE PENSAMENTO (predominante)

    DINMICA DA ATIVIDADE

    AVALIAO

    Na utilizao dos princpios do ensino associado aos da pesquisa: Concepo de conhecimento e cincia onde a dvida e a crtica sejam elementos fundamentais; assumir o estudo como situao construtiva e significativa,com concentrao e autonomia crescente;fazer a passagem da simples reproduo para um equilbrio entre reproduo e anlise.

    Observao Interpretao Classificao Crtica, resumo Anlise. Hipteses e busca de suposies Deciso, compara- co e imaginao. Planejamento, obteno e organizao de dados Aplicao de fatos a novas situaes.

    1 Desfiar estudante como

    investigador. 2 Estabelecimento de princpios: movimento e alterao do conhecimento, soluo de problemas, critrios de validao, reproduo e anlise.

    3 Construo do projeto ; Definio do problema de pesquisa;

    Definio dados a serem coletados e dos procedimentos de investigao; Definio da anlise dos dados. Interpretao /validao das suposies. Sntese e apresentao dos resultados Revises e recomendaes.

    O acompanhamento do processo deve ser contnuo, com retroalimentao das fases j vivenciadas, assim como com as devidas correes em tempo. As hipteses incompletas, dados no significativos, devem ser substitudas pelos mais adequados . Um cronograma de fases e aes auxilia no autocontrole, pelo estudante, ou grupo. Os critrios de valorizao devem ser estabelecidos antecipadamente, e como so critrios construdos, podem ser reformulados no processo.

  • O ensino com pesquisa oferece condies para que os estudantes adquiram maior autonomia, assumam responsabilidades

    desenvolvam disciplina, tomada como habilidade de se manter no tempo necessrio na busca da soluo dos problemas at o

    esgotamento das informaes, com treino de trabalho intelectual a ser supervisionado pelo professor. No contexto do ensino com

    pesquisa alguns princpios so fundamentais: o contedo tomado como provisrio , datado e resultado de investigao; novos

    estudos podem reformular o existente com novas perspectivas. Os critrios para validao do conhecimento so os de

    probabilidade, plausibilidade, demonstrao, evidncia lgica e emprica. Busca-se construir com o estudante a disciplina na

    persistncia na busca de dados ou informaes, na observao, leitura, redao, anlise e sntese, at esgotar o problema. Para

    isto, necessria uma busca de equilbrio entre a reproduo das informaes j existentes e as novas que a pesquisa possibilita,

    no desenvolvimento de pensamento claro, crtico, construtivo e autnomo. Difere do ensino para pesquisa, prprio da ps-

    graduao, quando autonomia do pesquisador j est mais avanada, exigindo a mediao docente na construo das atitudes

    cientficas citadas. (Niuvenius, P.J., 1992) O processo de construo do conhecimento envolve tanto a mobilizao, como a

    construo e a elaborao da sntese do conhecimento, geralmente levando o estudante a um vnculo maior com seu papel de

    acadmico, construtor da realidade ou de sua viso sobre ela. Trata-se de atividade extremamente complexa e necessria,

    devendo fazer parte das estratgias, sendo excelente preparao ao estgio, no caso dos currculos que ainda se organizam com

    um momento bsico, outro profissionalizante.