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Ead PY Anatomia Introdução à anatomia Por que estudar anatomia? Por que eu deveria aprender anatomia se vou trabalhar com crianças onde as aulas são quase sempre uma brincadeira? Infelizmente muitos professores de Yoga pensam assim e deixam de lado um a importante ferramenta que nos permite entender melhor o funcionamento do corpo além de poder ensinar mais sobre ele aos nossos alunos. 1

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Introdução à anatomia

Por que estudar anatomia? Por que eu deveria aprender anatomia se vou trabalhar com crianças onde as aulas são quase sempre uma brincadeira? Infelizmente muitos professores de Yoga pensam assim e deixam de lado um a importante ferramenta que nos permite entender melhor o funcionamento do corpo além de poder ensinar mais sobre ele aos nossos alunos.

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Introdução

Entre as práticas do Yoga, os asanas e pranayamas estão diretamente relacionados ao corpo físico.

Os asanas trabalham profundamente nossos músculos, articulações e sistemas endócriono e nervoso.

Nossa coluna é parte do suporte da parte superior do corpo, mas é muito mais importante pois através dela passam um complexo conjunto de nervos que conectam o cérebro às demais partes do corpo.

Assim, a saúde de sua coluna está diretamente ligada a saúde do resto do seu organismo.

O Yoga ajuda a mantermos a flexibilidade da coluna e melhorar suas funções articulares, desde que praticado com cautela e responsabilidade, respeitando os limites de cada um.

Para que possam conhecer mais sobre nosso corpo, veremos abaixo uma introdução à anatomia humana mas sugerimos também a adoção de alguns livros como fonte de estudo e consulta que todo professor deve ter a mão.

Estes livros ilustram a execução dos principais asanas, do ponto de vista músculo esquelético.

São eles:

Yoga: Anatomia Ilustrada - Abigail Ellsworth - Editora Manole

Anatomia da Yoga Guia Ilustrado de Posturas, Movimentos e Técnicas de Respiração - Leslie Kaminoff – Editora Manole.

Entendendo melhor o corpo humano

Vamos iniciar nosso estudo pela estrutura base de nosso corpo que é o sistema esquelético, depois estudaremos sobre o sistema muscular e assim sucessivamente.

O estudo da anatomia demanda tempo e dedicação. Não pare por aqui, busque constantemente se aprofundar e melhorar seus conhecimentos.

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Sistema esquelético

Basicamente falando, o sistema esquelético é composto por ossos e cartilagens.

Os ossos são órgãos duros, de cor branca, que por intermédio das articulações se unem uns aos outros e formam o esqueleto.

Por mais que não pareçam, são tecidos vivos e complexos, uma forma sólida de tecido conjuntivo, composto por tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e tecidos formadores do sangue.

Representam a maior parte do esqueleto, sendo o principal tecido de apoio do corpo.

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Suas funções são:

• Apoio e sustentação do organismo.;

• Proteção de estruturas vitais e orgãos internos;

• Base mecânica para o movimento;

• Responsável pelo armazenamento de sais no organismo, como por exemplo o cálcio;

• Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas).

A coluna vertebral

A coluna vertebral é uma das partes mais importantes do nosso esqueleto. Ela sustenta o corpo e protege a medula espinhal, um conjunto complexo de nervos que transmite impulsos entre o cérebro e o corpo.

Ela é o eixo central do corpo, em conjunto com músculos e articulações forma o suporte do tronco e possui uma impressionante flexibilidade que nos permite realizar diferentes movimentos.

Ela é formada por 24 vértebras, sacro e cóccix e constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas, o esqueleto axial. Na parte superior se articula com o osso occipital (crânio) e em sua base com o osso do quadril (Ilíaco) e está dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacrococcígea.

Funções da Coluna Vertebral

• Protege a medula espinhal e os nervos espinhais;

• Suporta o peso do corpo;

• Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça;

• Exerce um papel importante na postura e locomoção;

• Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso;

• Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo flexionar-se para frente, para trás e para os lados e ainda girar sobre seu eixo maior.

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As articulações

Articulações são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade:

• Articulações Fibrosas (Sinartroses) ou imóveis;

• Articulações Cartilagíneas (Anfiartroses) ou com movimentos limitados;

• Articulações Sinoviais (Diartroses) ou articulações de movimentos amplos que incluem a maioria das articulações do corpo.

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Articulações e suas principais funções

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Classificação funcional das articulações

O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo.

Articulação Monoaxial : Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais.

Articulação Biaxial: Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a articulação do punho são biaxiais.

Articulação Tri axial: Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas tri axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril.

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As estruturas das articulações móveis

Ligamentos

Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas às outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, porém são muito fortes e resistentes.

Cápsula articular

É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna).

Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. Discos e meniscos

Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se estas formações fibro-cartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares.

Sua função ainda é discutida. Servindo para melhor adaptação das superfícies que se articulam ou como estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores.

Os músculos

Os músculos têm como função: produção dos movimentos, estabilização das posições corporais, regulação do volume dos órgãos e produção de calor. As células musculares são especializadas em contração e relaxamento, elas se organizam em feixes e cada músculo possui o seu nervo motor.

Ventre muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa).

A origem é a extremidade do músculo presa à peça óssea que não se desloca, ou seja, é o ponto fixo. Inserção á extremidade presa à extremidade óssea móvel. Eles podem ser classificados:

Disposição paralela da fibra: Longos: predomina o comprimento e Largos: comprimento e largura equivalentes.

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Quanto à origem: Bíceps, tríceps ou quadríceps, conforme apresentem 2, 3 ou 4 cabeças de origem.

Quanto à ação: Flexor, extensor, adutor, abdutor, abdutor, frotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal, etc….

Contração e relaxamento

Os músculos de posicionam em pares opostos e o movimento ocorre quando um músculo se contrai e o outro se relaxa.

Músculo agonista

Um músculo é chamado de agonista quando ao se contrair, gera movimento.

Músculo antagonista

Um músculo é chamado de antagonista quando sua função no movimento é relaxar ou alongar-se.

As contrações

Um músculo se contrai através de estimulação, em uma tentativa de unir suas extremidades, não necessariamente resultando em um encurtamento do músculo.

Se a contração muscular gerar algum tipo de movimento do músculo, a contração é chamada de isotônica, este tipo de contração subdivide-se em dois tipos: contração concêntrica e contração excêntrica.

Caso a contração muscular não resultar em nenhum tipo de movimento, ela é chamada de isométrica.

A contração isométrica

Quando um músculo contrai-se e produz força sem alteração no ângulo da articulação, a contração é dita isométrica.

As contrações isométricas são muitas vezes chamadas de contrações estáticas ou de sustentação, normalmente é usada para manutenção da postura.

Funcionalmente estas contrações estabilizam articulações.

Contração concêntrica

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Um encurtamento do músculo durante a contração é chamado uma contração concêntrica. Exemplos seriam os músculos quadríceps quando um indivíduo está se levantando de uma cadeira, ou os flexores do cotovelo quando um indivíduo está levando um copo. Nas contrações concêntricas a origem e a inserção se aproximam.

Contração excêntrica

Quando um músculo alonga-se durante a contração, esta é chamada de contração excêntrica. Por exemplo, o quadríceps quando o corpo está sendo abaixado para sentar-se e os flexores do cotovelo quando o copo é abaixado até a mesa. Nas contrações excêntricas a origem e inserção se afastam.

A relação entre força e resistência nas contrações

Impondo uma resistência sobre uma força realizada, podem ocorrer três situações: a força superar a resistência, a força ser superada pela resistência e a força ser igual à resistência.

Na contração concêntrica a força sempre superará a resistência imposta, fazendo com que o movimento desejado seja concretizado.

Na contração excêntrica a força sempre será superada pela resistência imposta, fazendo com que o movimento desejado não seja concretizado.

Na contração isométrica a força é sempre igual à resistência imposta, fazendo com que o movimento desejado fique estático.

O sistema nervoso

O sistema nervoso é o responsável pela maioria das funções de controle em um organismo, coordenando e regulando as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema.

Os neurônios comunicam-se através de sinapses; por eles propagam-se os impulsos nervosos.

O sistema nervoso é divido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico.

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Sistema Nervoso Central

Seus principais componentes são:

Medula espinhal

A medula espinhal é o centro dos arcos reflexos. Encontra-se organizada em segmentos (região cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro, porem pode agir independente dele.

Cérebro

O cérebro está relacionado com a maioria das funções do organismo como a recepção de informações visuais nos vertebrados, movimentos do corpo que requerem coordenação de grande número de partes do corpo.

Bulbo ou medula oblonga

O bulbo tem a função relacionada com a respiração e é considerado um centro vital. Também está relacionado com os reflexos cardiovasculares e transmissão de informações sensoriais e motoras.

Cerebelo

O cerebelo é responsável pelo controle motor. Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja a coordenação sensorial e não só o controle motor.

Ponte

A função da ponte é transmitir as informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral, fazendo a conexão com centros hierarquicamente superiores.

O córtex sensorial coordena os estímulos vindos de várias partes do sistema nervoso. O córtex motor é responsável pelas ações voluntárias e o córtex de associação está relacionado com o armazenamento da memória.

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Sistema Nervoso Periférico

O SNP pode ser divido em voluntário e autônomo.

Sistema Nervoso Voluntário

Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC aos músculos esqueléticos, inervando-os diretamente podendo haver também movimentos involuntários.

Sistema Nervoso Autônomo

Está relacionado com os movimentos involuntários dos músculos como não-estriado e estriado cardíaco, sistema endócrino e respiratório.

É divido em simpático e parassimpático que têm função antagônica sobre o outro. São controlados pelo SNC, principalmente pelo hipotálamo.

Quando o cérebro detecta um problema, o sistema simpático libera transmissores químicos que avisam órgãos, músculos e glândulas para que se preparem para lidar com a situação física e mentalmente.

Quando ativado o sistema parassimpático cancela estas respostas e nos coloca em modo de descanso e recuperação.

Arco reflexo

Os atos reflexos são reações involuntárias que envolvem impulsos nervosos, percorrendo um caminho chamado arco reflexo.

Um exemplo muito conhecido de arco reflexo é o reflexo patelar. (a famosa martelada no joelho dada por médicos para avaliar o sistema nervoso)

O tendão do joelho é o órgão receptor do estímulo. Quando recebe o estímulo (ex. uma pancada) o impulso é transmitido aos neurônios associativos por meio de sinapses, que por sua vez transmitem o impulso aos neurônios motores.

Os neurônios associativos levam a informação ao encéfalo e os neurônios motores excitam os músculos da coxa, fazendo com que a perna se movimente.

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Glossário do movimento

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