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ANDREA REGINA BURAKOSKI GESTAo ESCOLAR NA EDUCAc;:AO INFANTIL: PROFESSOR E PAIS CONTRIBUINDO PARA 0 PROCESSO EDUCATIVO Monografia apresentada ao curso de P6s-Graduac;ao, em Educac;ao Infantil e Alfabetizacao, da Universidade Tuiuti do Parana, sob a orientayao da Professora Ana Malia Macedo de lopes Escher. CURITIBA

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ANDREA REGINA BURAKOSKI

GESTAo ESCOLAR NA EDUCAc;:AO INFANTIL:PROFESSOR E PAIS CONTRIBUINDO PARA 0 PROCESSO EDUCATIVO

Monografia apresentada ao curso deP6s-Graduac;ao, em Educac;ao Infantil eAlfabetizacao, da Universidade Tuiuti doParana, sob a orientayao da ProfessoraAna Malia Macedo de lopes Escher.

CURITIBA

A todos que acreditam que atravesda educaC;8o se trilha 0 caminhopara a transforma~o social.

A unica finalidade da vida e mais vida. Se meperguntarem 0 que e essa vida, eu Ihes direi que emais liberdade e rna is felicidade. Sao vagos ostermos. Mas nem par isso eles deixam de ter senti dopara eada um de n6s. A medida que formos maislivres, que abrangermas em nassa corac;ao e emnossa inteligeneia mais eOisas, que ganharmaseriterios mais fin~s de compreensao, nessa medidanos sentiremos maiores e mais felizes. A finalidadeda edueac;ao S9 eonfunde earn a finalidade da vida.

Anfsio Teixeira

RESUMO

o estudo evidencia a eseela e a comunidade educativ8, na qual estao inseridos pais,professores e equipe administrativa, participando ativamente da gestao do processoeducativ~, deixando bern claro que a educ8980 nao S8 realiza somente na eseela esim em todas as experiimcias vividas em saciedade. Aborda a eseela, enquantoveiculo de transmissao de saberes e espago aberto para a viabiliz8g8.0 de urnambiente democratico, no qual a familia acompanha a equipe escolar em suasatividades e destaea as obrigagoes do professor em realizar a sua tarefa e a de estarsempre em busea do seu proprio aprimoramento, visto que com 0 seudesenvolvimento sua tarefa nao S8 toma exaustiva, mesma que alguns centros deformag8o de professares naa sejam taa adequadas quanta a necessaria. Camofarma de campreender a tarefa da escola, explica-se que a pratica educativa enecessaria para 0 funcianamento de toda sociedade, seja ela em casa, na escola ouem qualquer outro ambiente, dirigindo os olhares para a criancra dentro do ambienteescolar e ate mesmo no ambiente familiar, esteja a crianya inserida na realidade quefor. Mostra-se que 0 professor precisa ser muito dinamico e detentor de varios donse caracteristicas, sabendo direcionar suas acroes em conjunto com as da familia,sempre em prot do bern estar e do desenvolvimento da criancra. Sugere-se umainteral;(ao mais aprofundada destes relacionamentos. Na metodologia foi aplicadauma aprecial;(ao qualitativa, critica e reflexiva, em uma pesquisa que foi realizadaatraves de documentayao indireta, bibliografica e, tambem, por meio de umaobserval;(ao direta intensiva, para verificar 0 comportamento da equipe escatar e dafamilia na processo educativ~, a fim de perceber 0 relacionamento de ambos e S8

estes cooperam para 0 desenvolvimento da crianya.

SUMARIO

RESUMO ....

INTRODU<;:Ao ..

CAPiTULO I.

1. GESTAO NA EDUCA<;:AO INFANTIL. ..

AESCOlA ..

1.1. A escola enquanto "empresa" ...

EDUCAR CONSTRUIR SOBRE VIDAS HUMANAS ...

CAPiTULO II ...

2. FORMA<;:AO DE PROFESSORES ..

2.1. Aspectos da legisla\Oiio vigente ...

2.2. Dados Quantitativos ...

....................... 2

. 3

. 6

. 6

....... 8

. 8

. 10

. 12

. 12

......... 12

. 13

2.3. Qualidade de lorma~ao de prolessores 14

2.4. Uma Rellexao Prospectiva 17

2.5. Forma\Oiio de prolessores, enquanto processo cultural 20

2.6. Atua~ao dos Prolessores 23

2.7. 0 prolessor de Educa~ao Inlantil 27

CAPiTULO III 29

3. A MElHOR PARCERIA 29

CONClUsAo 38

REFERENCIAS.... .41

INTRODUc;:Ao

Cabe a escola, lazer parte da dilicil tarela de preparar urn individuo para a

vida em sociedade, educando-o. Entretanto, para alguns educactores, esta tarefa

limita-se somente a a980 pedagogica, quando na verdade, se estende a todos os

aspectos envolvidos com a vida do educando, de sua familia e da sua insen;:ao no

meio social.

Na escola, 0 aluno tambem conquista sua cidadania passando a ser agente

de sua sociedade. Para tanto, deve encontrar na escola espa90 para divulgar suas

necessidades, suas caremcias, enfim sua realidade.

Entre as obriga96es do educador, cabe questionar-s8 quanta ao porque do

nao rendimento de seus alunos, ou do par que das dificuldades de sociabilidade que

possam apresentar. Cabe, neste senti do, ao educador conhecer a realidade dos

alunos, conhecer sua familia e promover sua intera~o com a escola. Oesse modo,

ele conhecera a realidade deste, se sofrem algum tipo de violemcia domestica, sendo

ffsica ou sexual, se as pais sao separados, se tem alguma doem;a ou, ate mesmo,

um simples problema de vi sao; au ainda, qualquer outra coisa que possa atrapalhar

o seu desenvolvimento de uma forma sadia.

o automatismo e a retina fazem com que experiencias valiosas se percam por

falta de sensibilidade, interesse e sutileza do educador em capta-Ias e delas fazer a

materia do seu cresci mento, como pessoa, como profissional e como cidadao. E

preponderante que a educador campreenda que sua atuat;aO e, freqOentemente, a

ultima linha de delesa pessoal e social do seu educando.

4

A educa~o, au melhor, a pratica educativa, e urn fen6meno social e

universal, sendo uma atividade humana necessaria a existencia e funcionamento de

tada a saciedade.

Cada sociedade precisa cui dar da forma<;ao do individuD, auxiliando no

desenvolvimento de suas capacidades fisicas e espirituais, preparando-o para a

participaC;8o ativa e transformadora, nas varias instimcias da vida social. Alga que eprecise frisar e que nao existe sociedade sem pratica educativa e,

consequentemente, nao existe pratica educativa sem sociedade. Nao podemos

deixar de lado as experiencias culturais que tornam aptos as individuos para

atuarem no meio social e transforma-Ios em func;ao de necessidades econ6micas,

sociais e politicas da coletividade.

lnicia-se, assim, a responsabilidade do professor, soma de escola mais

sociedade e nao simplesmente tratar 0 aluno como urn ser isolado, pOis 0 professor

nao e a unica fonte do saber. 0 aluno tern varios meios de aprendizagem.

o professor precisa ser muito rna is que um simples professor, 0 mesmo

precisara ser pai, mae, medico, psic6logo, amigo.,., pois e alune chega cheio de

medos, duvidas, carencias, restande ao professor ter sensibilidade para detectar a

dificuldade de cada alune, pois alunos nao sao meros repolhos, cada um tern seu

problema, e como ao falar sobre um modelo ideal de familia e citar: pai, mae e dois

irmaozinhos. Faz-se necessario ter em vista a existencia de alunos sem este modelo

de familia, visto que nas escolas muitos sao filhos de mae solteira, nao conhecendo

o pai, ou sao adotados. Precisamos nos conscientizar que nem todos as alunos

vivem em uma familia com e padrao imposto pel a sociedade como sendo certo ou

nao.

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Como forma de analisar todo este processo, e preciso, antes de qualquer

caisa, perceber que a comunidade educativa e 0 resultado do planejamento

desenvolvido no ambito da escola, caracterizado pela amplitude que Ihe conferem os

aspectos pol iticos, tecnicos e administrativos que as envolvem, 56 assim sera

passivel: compreender 0 motivQ pelo qual os pais nac participam do processo

pedag6gico; descrever a relaC;Bo, alual, que existe entre os pais e escola; especificar

o melhor caminho para que 0 processo de participac;ao dos pais na gestao escolar

seja significativQ e relatar a atuayao do professor neste momento, com au sem a

participa<;:fjo dos pais.

Sendo a escola uma organiz8c;ao complexa, em que os problemas politicos,

socia is e culturais sao rarefeitos e Uretecido$" em suas rotinas e tradic;6es, foi

preciso, para compreender a inter-rela<;ao pedagogica e familiar que e proposta

neste trabalho a utilizac;ao de documentacao indireta, por meio de alguns

documentos escolares, oesquisa bibliografica, identificando atraves de fichas e

documentos, informa<;oes contundentes a este trabalho, e por fim, observac8o direta

intensiva, na qual serao observados 0 comportamento da equipe escalar e seu

relacionamento com a familia e se esta participa ativamente au nao na educa<;ao da

cnanc;:a.

6

CAPiTULO I

1. GESTAO NA EDUCAC;:AO INFANTIL

Matricular as filhos numa escola e uma das decis6es mais importantes que os

pais tarnam na vida. Cabe, portanto, a escola transmitir conhecimentos, influenciar

na formaC;8o do seu intelecto, interferindo tambem na sua visao de mundo e na

forma que esse individuo reagira diante dos desafios da vida adulta. Apesar dista, a

escola acaba sendo selecionada de forma predominantemente subjetiva pelos pais

com certo ar de loteria. E claro que as pessoas procuram conhecer as instalagoes

ends 0 filho vai estudar, h~em a respeito das escolas e conversam com amigos. Mas

a dose de subjetividade permanec8. Faltam informac;6es.

Para uma escola S8r boa sla precisa, 818mde novas tecnologias e das

instalac;:6es cada vez mais sOfisticadas, de um corpo docente que conduza um

projeto pedag6gico que integre a relayao professor/aluno/pais que, principal mente,

seja "uma equipe coesa, que compartilha 0 mesmo projeto pedag6gico"

(GUIMARAES. MEC. 2002).

Para melhor viabilizar este processo de gestao, torna-se de fundamental

importancia 0 investimento na forma98o continua dos docentes, que contribuem para

a melhora da qualidade do en sino. Na sua estabilidade, bem remunerados e

satisfeitos tern disposi980 para inovar, tomar iniciativa e se reunir freqOentemente

para avaliar e planejar as atividades e, em alguns casos, recebendo para isso. Mas

tudo isso nao e suficiente. E preciso que 0 corpo docente tenha estrutura adequada

que de sustenlayao, do lado de fora da sal a de aula, para seu trabalho.

Os caminhos trilhados pel a escola por vezes sao tao

conduzem para a coen,ao da criatividade, cerceamento das diferen~as e substitui~ao

do prazer pel a obrigayao. Par conseqOencia, muitos alunos naD descobrem a

aventura do conhecimento, nao enxergam uma fonte de luz e apenas 0 caminho da

obsolencia, como afirma OIMENSTEIN, "a crian~a nao e medida pelo conhecimento

que tern com 0 mundo, mas sim pelo vovo viu a uva", (EDUCACAO, maio 2003, p. 34). A

escola nae deve estar desconectada da realidade, deve direcionar seus metodos e

ampliar seu campo de atu8980, principalmente para superar passiveis obstaculos.

Como garantia de efetividade em seus projetos, a escola tern amparo legal

pela Lei de Oiretrizes e Bases da Educa~ao (LOB) 9394.96 de 20/12/1996, que

reconhece que cada instituic;:ao tern caracteristicas distintas, a partir do perfil de sua

comunidade escolar, principal mente no que diz respeito a "Institui980 Privada de

Ensino", Pela lei, cada escola discute e estabelece 0 curriculo mais apropriado, com

a participa<;§o efetiva de sua comunidade escolar, ou seja, pais, professores,

coordenadares e diretores. E neste contexto, incidem tambem, 0 Referencial

Curricular Nacional para Educa~o Infantil (RCN), as Oiretrizes Curriculares

Nacionais para a educa<;ao Infantil e os Parametros Curriculares Nacionais (peNs),

para orientar em como tudo pode ser feito.

Contudo, para que 0 processo de Gestao Escolar seja eficaz, e preciso que a

escola nao seja democratica demais, deve haver restri<;oes quanto ao papel que

cada um desempenhara dentro da institui<;ao, caso contrario cada urn pensara

apenas em si proprio e passan3 par cima das funo:;oes do outro. Para que isto nao

aconte<;a, quando se iniciar 0 ano letivo e preciso, subjetivamente, atribuir a cada um

o seu papel na escola, vista que pais, professores e alunos sao todos gestores, mas

mesma assim cada urn tern urn papel a desempenhar neste processo e, segundo a

8

poesia "Escola", de Paulo Freire, e possivel perceber a amplitude do papel que cada

urn desempenha dentro do ambiente escolar.

A ESCOLA

Escola e ...a lugar onde se faz amigos,nao se trata s6 de predios, salas, quadros,programas, horarios, canceitos ...Escola ~, sobretudo, genIe,genIe que trabalha, que estuda,Que se alegra, se conhece, se eslima,o diretor e genIe,o coordenador e genie,o aluno e genie,cada funcionario e gente.E a escola sera cada vez melhorna medida em que cada umse com porte como col ega, amigo, innao.Nada de uilha cercada de gente portodos as lados~.Nada de conviver com pessoas e depois descobrirque nao tern a amizade de ninguem.nada de ser como 0 lijolo que foona a parede,indiferente, frio, 56.Importante na escola nao e 56 estudar, nao e 56 trabalhar,e tamMm criar lacos de amizade,e criar ambiente de camaradagem,e conviver, e se "amarrar nela"'Ora, e 16gico ...numa escola assim vai ser faci!estudar, trabalhar, crescer,fazer amigos, educar-se,serfeliz.

1.1. A escola enquanto "empresa"

Assim como em empresas, as escolas caminham para 0 desenvolvimento,

vista que ambas sao gestoras do conhecimento. Esta e a visao que esta presente no

contexte das escolas privadas. E, principal mente, na escola quando a assunto egestao, 0 gerenciamento do ~neg6cio educat;::ao" (UNHA D1RETA,mar~o/2003, p. 16) vem

se tornando a cada dia, mais e mais profissional.

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Tal movimento tern S8 tornado extremamente benefico e, ao mesma tempo,

contundentemente cruel. Benefico para as instituic;6es que souberam ler as sinais

dos tempos e se prepararam para esse embate. Cruel para a grande maioria que

preferiu igno"i-Ios e se apegar a visao ludica de quem acha que a educa«iio e um

empreendimento diferente, imune as leis de mercado.

Para as primeiros, a vi sao de urn segmento ainda incipiente em tecnologia de

gestao de neg6cios e profissionalismo tornou-se urn passaporte de oportunidades.

Apoiadas em dados e informac;6es trabalhadas gerencialmente, podem delinear

suas estrategias e criar diferenciais bern facados nas necessidades dos clientes.

Ja as demais, ficam pelo caminho e agonizam na beira da estrada. As

perspectivas a seguir podem melhorar ests cenario, desde que sejam incorporadas

pela escola:

1. A convergencia da demanda educacional pela profissionalizaC;ao com a

necessidade das empresas em gerir 0 conhecimento, em algum momento,

implicara na miscigenayao interessante no perfil do educador. Aos poucos

os profissionais oriundos das bases tradicionais do segmento educacional

serao forc;ados a absorver uma postura mais empresarial no senti do de

identificarem no aluno urn "cliente", na amplitude da palavra. Urn individuo

que devera rnerecer sua atenyao nao somente naquilo que Ihe e 6bvio,

como alguem que deseja aprender 0 que fazer com 0 conteudo do que

aprende, mas principalrnente, que apresenta desejos nao manifestos.

Cabera aD educador identificar essas expectativ8s e satisfaze-Ias.

Surpreender 0 aluno e encanta-Io, pois a empregabilidade desse

profissional estara Iigada as suas 896es.

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2. 0 educador escolar devera perceber que 0 papsl de manter 0 aluno nos

bancos da escola nao e somente da instituiyao. Trala-s8 da recompensa

baseada na performance, no atingimento de metas, na participavao pelos

resultados.

3. As escolas devem S8 preparar tecnologicamente, mudando, principalmente,

o formata das atividades, as quais devem sofrer mudanC;:8s significativas,

baseadas em uma grande habilidade didatica e em urn constants exercicio

de cidadania.

Tudo isso pade estar mais proximo do que S8 imagina e a equipe escolar

deve escolher urn caminho maduro e estruturado, que abre possibilidades de uma

educayao que alenda as necessidades do homem, da sociedade e do planeta.

Lendo 0 texto a seguir, compreende-se que e passivel viabilizar mudanyas.

EDUCAR: CONSTRUIR SOBRE VIDAS HUMANAS(Maria Lucia da Silveira)

·Um me nino de 8 anos, extremamente agitado, bravo, ironico, critico, desrespeiloso,atrapalhava bastante 0 andamento das alividades de sua classe. Sua colocayao,naturalmenle. promovia na professora e em mim, como coordenadora, quando precisavaatuar com ele, uma sensa9ao de pouca simpatia. Ate 0 dia em que decidimos buscar suaparte boa. Como crian9a, leria afinidades com 0 Bern; teria, certamenle, algo de precioso queele ainda nao havia manifestado.

Chamei-o para conversar. Ele. Impassivel, sentou-se 0 mais longe que pOde de mime respondeu as minhas perguntas com frieza. FaleHhe com muito carinho da certeza de quetinha bons sentimenlos, valores e, sobretudo, do quanto deveria querer alcanryar 0 que thefallava. Falei-Ihe que eu tinha muila vontade de ajuda-Io. Vagarosamente, aproximou-se urnpouco, permiliu urn carinho, ainda que a certa distancia.

o fato repetiu-se outras vezes e eu sempre Iratava de eslender uma ponte de afelopela qual pudessemos, ambos, transitar sem dificuldades.

Certo dia, novamente "apronlou~ alguma coisa mais sMa e a professora solicitouminha ajuda. Veio urn pouco melhor que da vez anterior. Perguntei-Ihe se queria assentar-seno meu colo. ~Nao!n, em alto e born tom, foi a resposta. No entanlo, nossa conversa foi muitoafetuosa. Analisamos 0 que acabara de viver, fui mostrando-Ihe uma realidade que existe namente de lodos n6s: "os pensamenlos· e 0 Que sao capazes de fazer em nossa vida, asconseqOencias que trazem e a confianrya que eu tinha de que ele iria veneer aquelasbarreiras que encobriam a sua parte boa. No final, abracei-o e ele, por sua conta, assentou-se no meu colo e ficou ali, por alguns segundos, afagando meus cabelos com lemura. Elerealmente tinha uma parte muito linda internamente!!!

Sua canduta comeyou a melhorar. Passava par mim sempre feliz, dizendo de seusprogressos, fazendo ~positivo· com 0 dedinho.

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Passaram-se mais alguns dias e ele apareceu em minha sala aos prantos. Choravasentidamente. Veia direto ao meu colo e disse:

• Precise de sua ajuda. Voce sabe que eu quero ser born, mas eu hoje nao toconseguindo. Voltou ludoll! Nao to dando conta dos meus pensamentos!

Naquele momento experimentei profunda lemura e vi 0 quanta aquela criant;:a queriaaproximar-se do bern. Cobn-Ihe de carinho. As palavras naquele momento objetivaramamenizar a dor da sua luta. Ele era muito sincere no que expressav8.

Oesde entaa, esse menino comec;ou a superar-se e a ser, a cada dia, urn poucomelhor. Seus colegas 0 eslimu/avam e recordavam-se de ~quandO· ele fazia islo ou aquila emsala. Ja era urna recorda~o. Sempre me diziam: "Voce lembra como 0 Fulaninho era? Eleesta 56 melhorandol"

Fomos entao a1c~m: comel(amos a estimula-Io a ajudar os colegas que, como ele,tamMm queriam ser meJhores, ulilizando seu exempJo, reJatando suas experiimoas, suasdificuldades e suas vil6rias, E nisso ele se empenhou. E os colegas comeyaram a perceberque nao somente ele havia melhorado, mas que agora os ajudava tambem.

Inumeras vezes, voltou a minha sala para conversar: ora falando de vit6rias, ora dedificuldades, ora buscando elementos para ajudar a sua familia ...

5e me perguntassem 0 que eu destacaria como mais importante nessa vivencia, euresponderia: despertau-se 0 seu Kquerer ser melhor". Vinculou-se ao Bem parque aprendeu aidentificar a realidade de seus pr6prios pensamentos. A partir dai 0 processo de melhorasegue urn rumo nonnal enfrentando as dificuldades, que naa desapareceram milagrosamentede seu ser, mas que eJe passou a enxergar e a lular para diminui-Ias. Evidenciava-se, a cadainstante, a gratidao daquela crianya peJa ajuda que recebia.

Oesde tenra idade, e importanle acercar a crianl(a de nOl(oes sobre a realidade desua vida inlema, nao apenas sabre as valores que possui ou os que deve adquirir, mastamMm sabre 0 seu mundo intemo: do que e camposto, quais sao suas possibilidades. Issovai propiciar a crianya, que conla com a ajuda inestimavel de seu proprio espirito,campreender que 0 que pade realizar dentro de si mesma e tao grande au ainda maior doque 0 que pade realizar extemamente. Compreender, ainda, que nos pensamentos esta acausa de ludo e que, modifrcando-as. pode abrir novas caminhos para sua vida e seudestina." Maria Lucia da Silveira e coordenadora da Educayao Infanlil do Calegio Logos6ficoGonzalez Pecotche - Unidade Funcionarios - BH".

Sendo assim, ja nao e suficiente que a escola ensine apenas a ler/escrever e

contar de forma ahist6rica. E preciso que cada escola ensine 0 aluno a uviver" e a

"Ier" sua comunidade, sua cidade, inserindo as alunos de forma dinamica, criativa e

solidaria no espac;o em que vivem. Oeste modo, 0 educador deve ser apaixonado,

ter um otimo repertorio, criar e fazer a diferenc;a.

CAPiTULO II

2. FORMA<;:Ao DE PROFESSORES

No contexte tecnologico atual se faz necessario que os profissionais se

informem e saibam S8 comunicar (0 que abrange dominic cultural de diversas

areas). E para que isse aconte98 a educac;ao tern que preparar esse profissional.

Par esse motivQ varios parses tern investido em seus professores.

No Brasil a que S8 encontra e urna formaC;8o precaria dos professores e

depois dela urna busea para supri-la (com reciclagem, cursos supletivos e outros

curs~s) 0 que acaba gastando mais recursos e ainda assim a formayao pode nao ser

suficiente.

A carreira de docencia, com todos esses problemas e desvalorizayao S8 torna

cad a vez menes atraente as novas gerac;6es.

2.1. Aspectos da legislac;ao vigente

A nova LOB (9394/96) modifiea muitos aspectos sobre as profissionais da

educa9Bo e vern tentar assim modificar os aspectos do cotidiano escolar que sao

marcados pelas legislay6es anteriores.

A formayao dos professores passa a ter enfoques regionais, elevayao do nivel

de forma98o e as licenciaturas curtas sao extintas. Os fundamentos da forma98o dos

profissionais da educaryao, envolvem uma associa98o entre a teoria e a pratica,

mediante a capacita980 em servi90, aproveitamento da formaryao e das experiemcias

anteriores e, preferencialmente, em nfvel superior, estipulando um prazo de 10 anos

de que essa forma!):ao se fa!):a em Institutos Superiores de Educa!):ao e que esta

formagao docente tenha no minima 300 horas de pratica de ensino. Essa lei e

enxuta, am pia e flexivel, 0 que se espera e que nao se torne urn emaranhado de

normas em cima da mesma, esvaziando a pro posta inicial de melhoria de qualidade

do ensino a partir do professor.

A nova lei propoe uma valoriza!):8o dos professores enquanto profissionais,

com estatutos e planas de carreira definidos. a ingresso ao magisterio publico deve-

se dar exclusivamente p~r concurso publico de provas e titulos, assegurando aos

professores aperfei!):oamento profissional continuado, piso salarial e incentivos atitula~o e a produtividade. oa mesma forma devem ser incluidos na carga horaria

de trabalho, horas de estudo, planejamento e avaliayao e condi!):oes adequadas aos

mesmos.

2.2. Dados Quantitativos

De acordo com os estudos de NOVOA (1992). os dados sobre 0 nivel de

educa!):ao dos docentes em nosso pais nos demonstram que, apesar de

aumentarem os recursos e interesse em educat;ao pel os professores, este e muito

baixo, com muitos professores que nao tem nem 0 minimo de profissionaliza~o

exigida, muito menos tem mais do que 0 exigido. Essa carencia de formayao e maior

ainda na zona rural.

Porem, 0 que mais espanta e que na area em que os professores deveriam

estar mais preparados, nos cursos de magisterio, os dados nao sao muito diferentes.

As matriculas nesse curso sao grandes, mas 0 numero de concluintes e pequeno, ou

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seja, a evasao e alta. 0 mesma ocorre nos cursos de licenciatura, indiferente S8 a

institui980 e publica au particular.

2.3. Qualidade de forma~ao de professores

Os cursos de formaC;8o de professores tern side desvalorizados a ponto de

serem considerados cursos "menores" As disciplinas basicas e as pedag6gicas tern

S8 separado uma das Qutras.

Outro fator para esta desqualifica<;ao e a falta de livres sabre as assuntos

pedag6gicos nos locais de trabalho. Os livres bons nao S8 tornam acessiveis a todos

8, as que 58 tom am, geralmente estao desatualizados. SemandO-S8 a falta de

vontade dos proprios professores em S8 atualizarem.

Ha no pr6prio meio educacional, uma crenC;8 que "quem sabe, sabe ensinar"

e "0 professor nasce feito" 8, assim uma desvalorizac;:ao das quest6es de ensino.

Porem, na verdade nao deve ser assim, ensinar e urna pratica complexa que

envolve uma inter-rela~o entre professor e alunos, que visa transformar urn sujeito

para conhecer a cultura e agir na sociedade.

Os cursos de magisterio em nivel de t grau apresentaram, ap6s uma

expansao no pars e uma desvalorizayao salarial dos docentes, urn declinio em

qualidade e procura, isto baseado nos seguintes aspectos:

• Houve redUl;ao no numero de disciplinas pedag6gicas de 1" a 4· series;

• Os estagios apresentaram sua programayao e seu controle precarios e as alunos

tem demonstrado lalta de tempo para faze-Io. tendo em vista que trabalham;

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• Os curriculos mostraram incoerencia com as objetivos da habilita98o, pois varios

conteudos indispens;3veis a forma98o dos professores nao sao trabalhados no

curso com a densidade minima necessaria;

• Quem jell tern 0 t grau pode tazer 0 magisterio em urn ana e W correndo", de uma

maneira que fica quase impassive I dar a esses alunos urn minima de dominic

necessaria dos centeudes.

Tendo em vista todos esses problemas e desvaloriz8g8o presente, surge uma

perspectiva dos alunos que freqOentam 0 magisterio: e urn curso feminino, que da

garantia mais imediata de insen;:ao no mercado de trabalho, da condi9ao de

freqOentar urn nivel superior e dEl para aliaf 0 horario de trabalho com a

disponibilidade para a familia. Quante ao comprometimento a visao geral do curso e

dos problemas do ensino, os alunos, em sua maioria, nao demonstram estar muito

entretidos, 0 que acaba por provocar 0 des interesse, a desinformac;ao e a vi sao

fragmentaria sabre 0 mesmo. Os alunos saem dos cursos sem saber 0 minima

necessario, pois os curs~s de magisterio tern se demonstrado fracos nos conteudos

cientificos e, principal mente, nos pedag6gicos.

Dessa forma, os cursos de magisterio estao em extinc;ao, sendo ofertada a

formac;ao do professor conforme a lei, ou seja, nos cursos norma is superior e cursos

de pedagogia, a nivel universitario.

Muitos dos problemas que se evidenciam na formac;ao dos professores em

nivel medio repetem-se na formac;ao em nivel superior: instrumentac;ao pedagogica

especifica para as primeiras series do ensino fundamental insuficiente, aligeiramento

de conteudos e sua desarticulac;ao na estrutura do curso, professores com pouca

formac;ao especifica e pouca experiencia pratica.

16

A maiaria das escolas que oferecem 0 curso sao particulares e isoladas. Os

professores desse curso nao tern muitos requisitos para ingresso neles, as cursos

acontec8m em grande parte no periodo noturno e em 4 anos, sendo que em sua

maiaria 0 1" ano e comum a todas as habilita90es e ha, tambem neste curso, os

mesmas problemas com as estagios.

As licenciaturas tambem S8 encontram em urn descaso, os conteudos

especificos nao S9 articulam com as disciplinas pedagogicas, que sao uma minoria

no curso. Ha lacunas na formayBo tanto nos conteudos especificos quanta dos

pedag6gicos. Ha ainda a aus€mcia de uma proposta de perfil profissional do docente

a ser formado, falta de integra,ao dos conteudos e das disciplinas pedag6gicas e a

falta de formayBo dos formadores. Os licenciados S8 demonstram insatisfeitos com a

curso recebido que nao os prepara para a pn3tica em sala de aula e acham que as

proprios professores deveriam dar mais atenc;ao as suas proprias aulas, a conteudo

curricular deve ser atualizado e deve-se tratar do cotidiano escolar, revendo a

estagio supervisicnado.

As licenciaturas curtas, que fcram criadas com urn carater especial, se

demonstram menos capazes ainda, nao evidenciando condic;6es para desenvolver

de fato uma formac;ao minima. Os cursos devem fazer uma ponte entre teoria e

pratica para que 0 seu aluno possa faze-Ia tambem.

A desvalorizaC;ao da profissao docente tern levado os jovens do sexo

masculino e, mais recentemente, ate as do sexo feminino, a abandonar a escolha

dessa profissao. As perspectivas de carreira sao pessimas, os profissionais

precisam ate complementar seu salario com mais aulas cu com outras atividades, a

que Ihes retira 0 tempo para se dedicar a sua profissao. 0 salario e indigno para

uma vida atual e isso acarreta 0 desrespeito dos alunos com a professor.

17

A quantidade de frustrac;oes pasa mais do que as gratificac;oes da profissao.

A nao realiz8C;8o na profissao tambem e frequente, em sua malaria palo fato dos

pessimos salarios e pela desvaloriza<;iio da profissao. Os que se sentem realizados

devem esse fato a lidar com as crianc;as (0 que nao acontece em 5" a s" serle).

A relat;ao remunera~o/desempenhoprofissional maraca atenc;a,o, pois ela S8

associ a a aspectos de auto-85tima e valor social, 0 que interfere tambem nas

relac;oes professor-alunos e professor-comunidade.

Outro fator para a nao realizayao de expectativas e a ausencia de politicas

educacionais e a descontinuidade de 8<;oes dos administradores publicos como S8

comenla na Revisla Educa9ao (mar90/2003, p.64.)

·Salarios aviltantes, desvalorizaryao profissional, imagem social ambigua dos professores,baixa auto-estima e descontinuidade de politicas sao fatores de perturbaC;ao e desarticulacaonos sistemas de ensino, sem nenhuma dUvida."

2.4. Uma Renexao Prospectiva

Apesar do atual cemilrio desanimador da forma~80 dos professores no nosso

pais. Ainda encontram os problemas no cotidiano escolar. Os professores tem que

ser capazes de pensar junto aos alunos, de formar para a cidadania e para a

democracia e portanto devem estar bem preparados.

A Lei 9394/96 coloca a forma98o de professores prioritariamente em nivel

superior e isso significa que ha a necessidade do professor ter mais conhecimentos

e estar melhor preparado. Oeste modo, a forma980 de professores deve visar:

• Aprendizado continuo; a flexibilidade de curriculo, das institui90es e de normas

para que sejam atendidas as necessidades sociais locais.

• A socializa<;iio, participa<;iio, coopera<;iio e inlegra<;ao.

18

• A aquisiyao e dominic de uma base de conhecimento especifico bern organizada

e flexivel.

• A capacidade de busca do conhecimento, da informayao e da analise destes.

• A utiliz8c;80 de procedimentos didaticos que motivern.

• A reflexao pessoaL

• 0 trabalho com a aluno como urn todo: afetivD, crenC;8s, praticas sociais, etc ..

• A capacidade de buscar solugoes.

Diante disso, S8 faz necessaria uma analise e mudanC;8 nos cursos de

formay8o de professores (que tern apresentado muitos problemas). Essa analise

deve incluir, principalmente, a nova formayao em nivel superior, para que esta nao

repita os mesmos erros da formayao anterior.

Os professores para terem maior valorizayao, auto-85tima, animo e born

desempenho para trabalhar devem tsr salarios, carreira e condi90es de trabalho

dignas. Deve haver apoio aos professores, 0 que nao anda acontecendo muito, com

rela9aO ao seu aprendizado, a materials didaticos e de consulta, enfim apoio de

todos os lados, para 0 professor poder ter seguranga no que faz.

Os currfculos das escolas de forma.yao devem ter objetivos e identidade

curricular claros, sendo fiexfveis quanta a distribuiy80 de disciplinas, proporcionando

interdisciplinaridade, possibilitando 0 professor integrar a pesquisa e as analises

crfticas. A partir deles, deve haver uma coordena.yao entre as instancias

responsaveis pelos cursos e os docentes, um intercambio com outras institui96es

para trocar experiencias, a busca de metodos de en sino mais apropriados e a

possibilidade de especializac;iio e aprofundamento (no caso da formag80 de

professores).

19

A situa~o ideal seria a participa~o de todos, comunidade, corpo docente,

discente, pais de alunos, que devem ter acesso 80 curricula para haver constantes

debates sabre ele e para as disciplinas e a curso em 5i estarem interligados.

Os professores atualmente nao sabem 0 que significa curricula e esse fato

tern causado uma discrep€mcia entre disciplinas, metodos e professores de urn

curs~.0 curricula, segundoGADI (1997, p.100):

E urn meio articulado e intencional de rorma~ao e desenvolvimento de pessoas, urn conjuntode vivencias educativas integradas, desenvolvidas para facilitar a exposicao das novasgera90es aos conhecimenlos, as artes artesanais e as tecnologias selecionadas dentre asproduzidas nas culturas humanas, 0 que perpassa as meios e conteudos com que setrabalham atualmente.

Oessa forma, para 0 curriculo eng lobar 0 essencial e as necessidades do

aluno deve saber relacionar:

• 0 conteudo;

• as formas de comunicac;ao necessarias aos processos de ensino;

o desenvolvimento e aprendizagem de crianc;as e jovens;

• 0 contexto de vida dos alunos.

o curriculo da formaC;ao de professores deve entao ser pensado a partir da

relar;ao acima, mas deve ter uma visualizar;ao geral da especializar;ao que se

deseja. Este deve estar estritamente interligado com as possibilidades didaticas, eu

seja, tude que estiver escrito nele deve se relacionar com a pratica des professores

e com a necessidade do aluno (posteriormente um professor). T ambem, deve ser

concebido como ar;ao e nao como Uestagnar;ao", nao deve ficar intocado, pOis assim

"qualquer outra ac;ao nao conseguira introduzir mudanc;as substantivas no quadro

constatado de desqualificaC;ao da formaC;ao de professores". (GATTI, 1997, p. 98)

Os materiais de apoio te6rico e tecnico precisam ser suportes adequados

para 0 professor. Eo precise que se tenha, tambem, uma regulagem do fluxo de

20

alunos com a dernanda de professores para que se possa evitar desperdicios de

recursos e desqualific8y80 de cursos.

A educagao continuada e, assim, necessaria para todos os professores como

meio de expansao cultural, de formay8o transdisciplinar e atualiz8yElO frente as

mudan~s socioculturais do momento. Para isso, e importante que as instituic;.6es

formadoras e seu pessoal estejam atentos aDs sinais de transig80 e mudang8. Ela

deve ser oferecida a equipe escolar e naD a professores isolados, pois 56 assim urn

projeto pedag6gico pade ser pensado interdisciplinariamente par toda a equipe, pOis

como afirma GAIT1 (1997. p. 100), 0 desafio esta em suprir as necessidades naD

satisfeitas ate aqui ao mesmo tempo que 58 atendem aDs novos cenaries em

desenvolvimento.

2.5. Formac;ao de professores, enquanto processo cultural

Sabemos que cultura e 0 processo pelo qual 0 homem atribui sentido a sua

existencia e, consequentemente, ao mundo e, nao existem culturas estaticas, a que

e possivel perceber com clareza, pais atraves de transformar;:oes da cultura escolar

podernos madificar a saciedade. Quando a referencia e sabre a cultura escolar, diz-

se do conjunto de a<;6es e representa¢es (valores e regras) de urn grupo-conjunto

de simbolos, ritmos, mitos, que buscam estabelecer a singularidade da escola. E

necessario rnudar, porem hit duvidas de por onde comer;:ar e como? Para que seja

provocada a mudanr;:a, a escola tem que ser impulsianada no sentida de urna busca.

Sugere-se urn paralelo entre a finalidade ideal da escola e a finalidade destinada aescala au um jogo de invers6es como uma estratE~gia de busca de sentidos.

Contudo, a rnudan<;:a s6 se faz com a forrna~o de professores e cern urna analise-

reflexiva sobre alguns processos educacionais, indo da formac;iio do p

interior da escola.

A escola e 0 lugar ande devemos aprender a tamar decis6es conjuntas, a

formar regras, a analisar e entender a cultura. 0 desenvolvimento do processo

educacional come~ quando as professores vao a escola como aluno e continuam

com a escolha da profissao. A ideologia da escola fara parte da formacao do

professor e nao S8 pode formar professores sem fazer escolha ideol6gica. Formam-

S8 tecnicos em quimica, fl5ica, latras, mas naD S8 podem formar professores, pais

esses estao diretamente ligados a constru980 de saberes e iraQ impregnar (como

fcram impregnados) a ideologia educacional da institui980 a qual pertencem, com as

pr6prias ideologias. Sem a dimensaa reflexiva, 0 professor continuara a ser apenas

o tecnico. A forma9ao de professores e um lugar de confrontos, um lugar de debates

ideologicos, de conflitos de interesses e de partilhar a cultura. A principal garantia de

uma forma9ao e sua concep9ao. Quem forma, 0 professor, deve ter vivenciado a

pratica, a representa9Bo coletiva e a realidade da profissao. NaD basta apenas

conhecer so 0 nivel universitario. Os professores devem ter uma vi sao completa da

profissao e nao apenas os saberes cognitivos, epistemologicos e estruturais,

precisam saber de politica, economia e realidade social. Na realidade nao

encontramos a sociologia, a psicologia, a didatica, os fundamentos, a antropologia ... ,

desvinculados com a pratica. Ficamos obcecados por uma serie de detalhes de

menor importancia e sem significado para a atua9ao no cotidiano escolar. A

formac;:ao, seja em nivel de 30 grau ou na capacitayao em servi90, nao pode mais se

condensar em algumas sess6es (periodos/semestres) para a aquisi9ao de metodos.

E preciso construir processos de formag8o nos quais as professores vao questionar

suas praticas de forma interativa.

22

Oessa forma, e muito importante antes de prop~r uma capacita9ao, definir 0

trabalho real. E preciso esquecer a mito da transmissao de conhecimentos e fazer

do momento de formac;:ao urn momento de construc;ao conjunta, de pesquisa e

analise. Hoje, 0 professor S8 depara com grandes dificuldades quando solicitado a ir

alE~mdos saberes da sala de aula, e construir projetos institucionais de urna forma

global e coletiva. 0 que tern sido feito para resolver essa dificuldade? Se nao

sabemos qual e 0 problema, como vamos buscar soluy6es? Nesso quadro

educacional a todo instante esta a sinalizar, e necessaria analisar as praticas que

permitem identificar as problemas e perceber suas causas,

Deve-s8 pois, promover mudanc;as significativas na cultura escolar e para iS50

estudam-se as formas de aquisic;ao do conhecimento, as diversas formas de

organizar a curriculo, estudam-se os processos de avalia9aO, as metodologias

diversas mas, as vezes, nao se percebe que sao poucos os que tem aces so a estes

estudos ou os que 0 procuram e, menos ainda, os que conseguem perceber e fazer

a intera9ao entre a teoria estudada e a pratica em sala de aula. Isso ocorre porque

nossos processos de capacita~o dos professores estao se mostrando ineficientes

para as verdadeiras transforma90es. Para mudar, e preciso saber como 0 processo

educacional acontece hoje em dia e depois traduzir isso em um plano de

capacita~o. 0 professor precisa se formar para ser um intelectual na sociedade e

ajuda-Ia a descobrir que ele coloca 0 "saber" a servi90 da mesma.

E preciso ter claro que 0 professor deseja se formar. Espera-se que este

professor seja acima de tudo confiavel e coerente, 0 organizador de uma pedagogia

construtiva e um engenheiro de situa90es de aprendizagem, capaz de administrar os

diversos percursos do caminho de educar.

23

2.6. Atua~aodos Professores

Para refletirmos sabre a significado e 0 sentido de ser professor, temos antes

que refletir par urn instante sabre estes dais termos: significado e senti do em si

mesmos (CHAUI, 1998, p. 117) e, somente depois de termos leito isto, aplica-Ios acondit;ao do profissional do magisterio nos dias de hoje.

Significar alguem au alguma ceisa e assumir diante desta pessoa ou objeto

uma atitude de nao-indifereng8, atribuindo-Ihe determinado valor para a nossa

existencia. Quando assumimos, diante do que quer que seja, uma atitude de

indiferenya, islo significa que aquila que naD tern valor algum quando, ao contra rio,

quando signilicamos algo, esta signilica,ao poder;iI ser positiva (valor) ou negativa

(contravalor au antivalor).

Significar, portanto, e valorizar alguma caisa positiva ou negativamente. 0

que e urn valor? (GASTALDI,1994) valor como tudo aquilo que pode tirar a homem da

sua indiferen9a e faze-Io inclinar-se, faze-Io dirigir-se nesta ou naquela direc;:ao.

Os valores nao existem objetivamente. Os valores funcionam em nossas

vidas, nao nos momentos em que falamos ou escrevemos sobre eles, mas nos

momentos em que decidimos e agimos tomando-os por fundamento, por base de

nossas a,6es. Por isso 0 fil6solo alemao SCHELLER (1994) afirma que as coisas

existem, os valores valem.

Quando os valores valem? Os val ores val em quando pesam na balan98 de

nossas tomadas de decisao, os valores valem quando eles fazem inclinar nossas

atitudes ou nossa conduta numa dire9ao, e nao em outra. Os val ores, ao fazerem

nossas decis6es e a96es tomarem determinado rumo, estao funcionando como a

24

fonte do sentido de nossas opc;6es, de nossas escolhas, de nossas decisoes, de

nossos atos, de nossas atitudes e de nossas a¢es.

Em termos de existemcia humana, costuma-S8 dizer que a sentido e aquela

Iinha pontilhada (caminho nao percorrido) entre 0 ser 0 querer-ser. 0 querer-ser de

todo ser humane normal e a sua auto-realizac;ao, a sua busea de plenitude humana,

e a grande tarefa do ser humane e tornar-S8 a incentivador de si mesma, realizando

a seu potencial, ou seja, tornando realidade aquelas promessas que cada urn de nos

trouxe consigo ao vir a este mundo.

o professor tern luz propria e caminha com as proprios pes. Nao e passlvel

que ele pregue autonomia sem ser aut6nomo; que fale de liberdade sem

experimentar a conquista da independencia que e 0 saber, que ele queira que seu

aluno seja feliz sem demonstrar afeto. E, para que possa transmitir afeto, e preciso

que sinta afeto, que viva 0 afeto. Ninguem da 0 que nao tern.

Em observa~ao, realizada em uma escola de Educa~ao Infantil, foi possivel

perceber que a professora que atua em uma turma de Pre II, e muito afetuosa, seus

alunos sentem multo carinho por ela, que faz por merecer, nao os trata como meros

repolhos, mas sim como seres humanos que tem sentimentos e necessidades que

precisam ser atendidas.

Para que um professor desempenhe com maestria a aula, ele precisa

conhecer muitos conteudos, os temas transversais que devem perpassar todas elas

e, aeima de tudo, conhecer 0 aluno. Tudo 0 que diz respeito ao aluno deve ser de

interesse do professor. Ninguem ama 0 que nao conhece, e 0 aluno precisa ser

amado! E 0 professor e capaz de fazer isso. Em alguns easos este foi uma pessoa

que teve uma formar;:ao rigida, sendo dificil expressar os sentimentos; ha pessoas

que nao conseguem eloglar, que nao eonseguem abrar;:ar, que naD conseguem

25

sorrir. 0 professor no entanto, tern que quebrar essas barreiras e trabalhar suas

limit8<;oes para S8 aproximar dos alunos, ele precisa dar aula com amorosidade.

Certamente, 0 professor como qualquer pessoa, tera seus problemas

pessoais, chegara a escola mais sisudo que 0 habitual em alguns dias e tera mais

dificuldade em desempenhar seu trabalho em sala de aula em outros. Os alunos

notarao a diferen98 e a eventual impaciemcia do professor nesse dia, mas sles nao

sabem 05 motivos da sisudez do mestre e podem interpretar erroneamente.

Exatamente par isso e preciso cuidar para que contrariedades pessoais nao venham

a tona, causando magoas e ressentimentos.

Desde as primordios da cultur8 grega, a professor S8 encontra em uma

posit;:ao de importancia vital para 0 amadurecimento da sociedade e a difusao da

cultura. As escolas de Socrates, Platao e Aristoteles demonstram a habilidade que

tin ham os pensadores para discutir os elementos mais fundamentais da natureza

humana. Nao perdiam tempo com conteudos engessados. Discutiam 0 que era

essencial e sabiam isso porque viviam da reflexao e, a aula, era 0 resultado de um

profundo processo de prepara<;;ao. Socrates andava com seus alunos e ironizava a

sociedade da epoca com 0 objetivo de faze-los pensar, de provocar-Ihes a reflexao e

o senso critico. Nao se conformava com a passividade dos que achavam que nada

sabiam e nunca censeguiriam saber, nem com a arrogancia de quem acreditava que

tude sabia e, pertante, nada mais merecia ser estudado ou refletido.

Jesus Cristo, 0 maior de todos os mestres da human ida de, contava historias,

parabolas e reunia multid6es ao seu red or, fazendo uso da pedagogia do amor.

Quem era esse pregador que falava de forma tao cenvincente, ensinava sobre urn

novo reino e olhava nos olhos com a dogura e a autoridade de urn verdadeiro

mestre? A multidao vinha de lange para ouvi-Io falar, para aprender sabre este novo

26

reino e sobre 0 que seria preciso fazer para alcanyar a felicidade. 0 grande mestre

nao precisava registrar as matarias, nao S8 desesperava com a conteudo a ser

rninistrado e nem com a forma de avalia980 au S8 havia muitos disCI pulos au nao.

Jesus sabia 0 que queria: construir a civilizar;ao do amor. E, assim navegava em

aguas tranqQilas, na mare correta, com a autoridade de quem tern conhecimento, de

quem tern amor e acredita na propria missao.

o professor precisa acreditar no que diz, ter convicc;ao em seus ensinamentos

para que as alunos tambem acreditem e S8 sintam envolvidos. Precisa de prepare

para ir no fumo certa e alcanyar as objetivos que almeja. 0 professor que nao

prepara as aulas, desrespeita as alunos e 0 pr6prio afieio. E como um medico que

entra no centro cirurgico sem saber 0 que vai fazer e sem instrumentac;:ao adequada.

Tudo na vida exige uma preparayiio. Uma aula preparada, organizada, com 0

conteudo refletido muito provavelmente sera bem sucedido. Aula previa mente

pre parada nao significa aula engessada: nao Ihe dara 0 direito de falar

compulsivamente, sem permitir intervenc;:ao do aluno, nao dialogar com a vida, nao

dar ensejo a duvidas; 0 professor nao deixara de discutir outros temas que surgirem

apenas por que tern que cumprir 0 roteiro de aula que preparou. Pode ate ocorrer

que ele de uma aula diferente daquela que preparou, mas isso e enriquecedor.

Principal mente, quando se tratam de crianc;:as com idade de 03 a 06 anos, que estao

descobrindo 0 mundo e tern interesse de opinar sobre todas as situac;:oes ocorridas

denlro da sala de aula.

2.7 0 professor de Educa~ao Infantil

Compuladores? Televisao? CD-ROM? Inlernet? Tudo isso pode ser ulil (ou

inutil, conforme 0 uso). Mas, a essencia do aprendizado tern a ver com a professor,

aquele que administra, estimula, enriquece e da vida a urna serie de processos que

levarn 0 aluno a aprender. 0 processo escolar requer que S8 desenvolvam

simultaneamente dois tra90s contradit6rios: disciplina pessoal e curiosidade.

Parte do que 0 aluno aprende na pre-8scola e disciplina e curiosidade, outra

parte do que se aprende e disciplina de Irabalho, isla e, 0 hilbilo de lazer 0 que

precisa ser leilo, apesar de lallar vonlade, sobrar desconlorto e haver a alra~o de

eoisas mais interessantes. Mas, ao for9ar esses habitos pessoais, 0 professor pode

matar a curiosidade espontanea do aluno, seu instinto de explorar 0 mundo que 0

cerea, de fazer perguntas 56 porque nao sabs a resposta? Se lS50 acontecer, perde-

S8 algo valiosfssimo. Mas, curiosidade sem disciplina nao leva a parte alguma. Ao

professor, de educac;ao infantil, cabe a magica de orientar 0 aluno nas duas

direc;6es: disciplina pessoal e curiosidade, sendo amavel, carinhoso e, adma de

tudo, sabendo respeitar ° interesse de cada crianc;a no processo de aprendizagem.

Como se da essa magica?

Pode-se dizer que a bom professor e aquele que:

• Tem um conceito positivo de si mesmo e de seu trabalho. Ele faz a que gosta,

gosta do que faz e se sente realizado porque e professor.

• Busca as possibilidades de fazer boas coisas diante da adversidade, em vez

de procurar as excelentes raz6es para se desculpar por nao have-las feito.

Nao se centamina pelo pessimisme dos outros. Em vez disso, ele cria uma

ilha de otimismo em torne de si.

28

• Sabe mostrar ao aluno 0 encanto, a beleza e 0 poder das ideias.

• Tern sempre expectativas positivas aeerca de seus alunos. Ja foi

demonstrado que os alunos fracassam quando 0 professor acha que vao

fracassar. Portanto, nao as culpe pelo fracasso, pOis 56 atrapalha.

• Nunca ridiculariza seus alunos. Alivia a mau humor, mas a custa de maltratar

a auto-estima do aluno, e pessima ideia.

• Con segue que seus alunos participem ativamente da aula. Educayao nao S8

despeja 9081a abaixo. Aprender e urn processo alivD, em que a aluno

trabalha (intelectualmente) tanto quanto 0 professor.

• Oi8109a com os colegas e pede conselhos quando tern problemas com os

alunos. Ser professor e aprender constantemente, com os alunos e com os

colegas que ja viveram situ8c;6es semelhantes.

• Enlende que a disciplina come<;a quando 0 aluno para de aprender. "Cabe98

vazia, oficina do diabo".

• Nao ve as pais como adversarios temiveis, mas como aliados e parceiros.

• 0 bom professor consegue que todos aprendam 0 que tem de aprender, que

cada urn aprenda quando esta pronto para tal e que sejam felizes no

aprender.

Mas, se os objetivos sao esses a maneira de atingi-Ios varia tanto quanto a

personalidade humana e variada. So temos 0 professor "bonzinho", que tudo deixa,

tudo entende e tudo perdoa. Perfil quase impossivel? 0 desafio e aproximar-se dele.

Ninguem e perfeito, mas e eapaz de modifiear muitas eoisas, em si proprio, nos seus

alunos, no mundo.

29

CAPiTULO III

3. A MELHOR PARCERIA

Como 0 interior de urna relayao afetiva, 0 saber imp6e dedicayao, confiant;:8

mutua e prazer compartilhado. No lugar dessa relac;ao, 0 tamanho, 0 arranjo e a

localiza920 espacial nao importam muito, desde que a partilha seja agradavel e

justa. Cada urn dos envolvidos nessa situac;:ao traz 0 que ja tinha para trocar, 56 que

a traca nao deve levar as perdas. Assim a Educayao Infantil e baseada nos

interesses e necessidades naturais da crian.y8, que podem ser realizadas atraves de

urna aproximac;ao com sua familia. Param, algumas vezes e difieil manter urn born

relacionamento da escota com a familia, principalmente com as maes das crianC;8s,

elas possuem diferentes personalidades e comportamentos distintos. Hi! algumas

eSGolas que compreendem bern a realidade da crianc;a e ha aquelas que nao, pais

desconhecem as conflitos internos, pessoais e/ou familiares.

Ainda no que tange a aspecto s6cio-econ6mico da familia, ha aquelas que

usam a escola como deposito, para que possam trabalhar, estas, raras vezes, se

preocupam com ° bem estar e desenvolvimento de seus filhos. Os pais estao em

busca da realiza~o profissional, os filhos fieam em casa, estao todos sob 0 juga da

sobrevivemcia, da busca do conforto, das aquisityoes.

A familia, alem de nucleo reprodutivo, e tambem um nucleo evolutivo, espatyo

fisico, relacional, social, educativo, formativo, afetivo e amoroso, capaz de receber

uma nova pessoa e dar-Ihe condityoes de supra-vivencia. 0 novo ser como

sobrevivente, aprende na familia, as bases do consume, da higiene, da autedefesa,

do lazer, da segurantya. Mas como supra-vivente, 0 novo ser aprende, na familia, as

30

bases da autonomia, da auto-85tima, da cultura, dos valores, dos principios e da

etica. A crianc;:a tera isso, inicialmente, dentro de casa, depois na escota 8,

finalmente, no mundo, ate tornar-S8 tambem urn velho.

Compreendendo esse pressuposto, e passive1 conceber a colaborac;:ao

conjunta da escola com a familia, como melhor forma de garantir urna educac;:ao de

qualidade para as crianc;as. Porem e preciso saber identificar quais sao as

instituic;:6es que valorizam tal condicionamento.

Atualmente encontramos escolas com diferentes pad roes. Sao elas: creches

filantropicas, que atendem as camadas mais pobres da populac;iio, que,

consequentemente, apresentam urn servi~ de baixa qualidade; creches publicas,

em crescimento e com certo padriio de higiene, espa90 e trabalho pedagogico,

creches ou escolas particulares, os atuais CEI (Centro de Educa9iio Infantil), que

tambem variam quanta a qualidade no atendimento. Contudo, sao poucas as

escolas que apresentam urn perfil adequado para seu funcionamento.

Algumas institui90es se preocupam com a formac;ao continuada do seu corpo

docente e aquisic;ao de materiais, para que 0 atendimento ao publico infantil seja

born. Atuando assim, certamente a instituic;ao conquistara 0 padrao adequado de

qualidade para este tipo de atendimento.

Acima de tudo a instituic;ao de educa980 infantil influencia 0 desenvolvimento

da crianc;a, pois contribui, de maneira sadia para a separac;ao continua da mae com

a crianc;a, atraves dessa media980 a crianc;a passa a estabelecer novos vinculos

afetivos e novos pad roes de convivio social, favorecendo, tambem, a urn

desenvolvimento saudavel.

Aperfeic;oar 0 trabalho educativ~ na escola requer que se investigue como se

estruturam as condi90es de vida das crianc;as pequenas, as multiplos contextos

31

sociais que constituem seus recursos de desenvolvimento e como as parceiros de

intera9ao da crian<;8 com ela constr6em significagoes. E disso que trata esse

trabalho. (OLIVEIRA, 1994, p. 21)

Nas intera<;oes das crianC;8s com a escola ocarre uma continua e reciproca

constru,ao de significados, e a medi,ao feita pelo educador e fundamental para

desenvolver 0 pensar e 0 fazer isto ocorre lentamente e gradualmente, baseada no

estimulo-resposta. 0 adulto e 0 principal mediador do desenvolvimento infantil, a

crianC;:8 assimila todo 0 comportamento humano e S8 espelha nele, a medida que 0

adulto sefre influencias do meio social a crianc;:a tambern passa pelas

transformagoes.

Quando a escola S8 preocupa com esse processo a criantya desenvolve e

enriquece, ainda mais, suas experiencias afetivas e de aprendizagem. As atividades

sao dispostas sem obrigatoriedade, tensao e desprazer. Contudo, apenas alguns

pais encaram as atividades da instituic;ao como efetivas, outros ao contrario atribuem

a escola uma funC;ao assistencialista, nao acompanham 0 progresso de seus filhos,

nem se interessam pel as atividades propostas, pela mesma, que insiram a

participaC;ao dos pais no processo pedag6gico. Oeste modo, quem acaba sendo

visto com maus olhos sao os pais, que levam a crianc;a a ~pagar" pel a sua falha.

A func;ao das instituic;6es escolares vai multo ah~m do ensino pedag6gico.

Tem como objetivo formar cidadaos politizados, com poder de decisao e capazes de

agir e interagir no meio em que vivem, pelo menos esta deve ser a missao das

escolas comprornetidas com a sociedade. Assim, a entrada na instituic;ao e urn

direito da crianc;a e uma oPC;ao da familia. A escola deve manter os pais informados

sobre 0 desempenho da crianc;a, dar suporte social e nao devem jamais criticar as

pais. A familia pode questionar 0 trabalho pedag6gico, mas deve se comprometer

32

com a educac;ao de seus filhos, promovendo urn maior envolvimento com as

mesmas.

Assim, a relaC;8o entre educadores e ma8S e/ou familias faz parte de urn

processo que ah3m de individualizado, e social e cultural, este e composto par

conteudos, estes que sao as ideias, imagens, concepc;6es, creng8s e valores nos

quais as individuos S8 apoiam para a realiz8C;80 de atividades.

Algumas vezes essas representac;oes servem para estruturar e dar

significados aos objetos e fen6menos nao familiares, vista que as representac;6es ja

estabelecidas tendem a ser continuamente transformadas.

E comum ouvir pessoas que imaginam a instituic;ao de EducaC;80 Infantil

como urn lugar cnde ha muitas criangas com express6es tristonhas e narizes

escorridos. Esta vi sao faz parte da representa~o imobilizada pela escola durante

muitos anos, esta imagem precisa ser alteracta, pois escolas nao sao "depositos" de

criam;:as e sim ambiente social com caracteristicas distintas e desenvolvidas para 0

bem da crian<;:a.

Na maiaria das vezes, as pessoas que trabalham nas instituigoes de

Educac;ao Infantil sao mulheres e com pouca forma9<3o necessaria 8,

consequentemente, baixa remunerac;ao. Assim, a clientela atendida acaba nao

tendo suprida as duas necessidades mais basicas. Necessidades que seriam

atendidas S8 0 profissional compreendesse conhecimentos especificos de diversas

areas, como psicologia do desenvolvimento, pedagogia, saude infanti1 e Qutros.

Dentro do ambiente escolar, e passivel perceber, que algumas

transformac;oes observadas ocorrem no cantata entre educadaras e maes e/au

familias das crian9as. 0 fata de apenas entregar e receber a crian9a na partaa inibe

este tipo de vinculo, e da a impressao de que ha algo de errado para ser mostrado

33

dentro da institui9A.o, au ainda, as pais nao querem dar a entender que naG sao urn

exemplo de conduta. Por Dutro lado, as pais S8 eximem da responsabilidade de

educar as filhes e formar seu carater, dando aos profissionais esta incumbencia,

sentindo-se "aliviados e sem culpa" pelo canlter que seu filho possa ter, a sociedade

nao tera como julga-Ia. Vista que pais e maes precisam trabalhar e prover 0

sustento, a escola realiza 0 papel de formac;ao de conduta, estando sujeita aos

passlveis comentarios que fara ou que sofrera, isto embasado pela intimidade

estabelecida com ambos.

Assim, como a crianC;8 sofre com os conflitos entre pais e maes, tambem

sofre com as conflitos entre as pais e a escola, principal mente com as professoras,

com a qual a crian~ tern muita afeic;8o. As vezes a reac;ao e simples, mas algumas

vezes a reagao varia, como: parar de comer, ficar agressiva, chorar para ficar na

escola, isolar-se, dormir fora de h~ra, etc. Para que isto nao ocorra e necessario que

a instituigao crie artificios que contornem estas causaJidades e que fayam deste

ambiente um lugar sadio para ° convivio, tanto das crianc;as, como dos professores.

Este projeto deve englobar todos as tipos de relagao entre escola e faml1ia.

Entre as medidas possiveis a serem adotadas para evitar confiitos, a gestao

educacional deve eng lobar os seguintes procedimentos:

7 planejar os primeiros dias na escola para crianc;as novas.

-7 preparar os pais para as dificuldades que possam surgir.

7 entrevista com os pais para trocar de informag6es sobre a crianga.

7 permitir que no 1° dia alguem da familia acompanhe a crianga na escola.

7 propor reuni6es mais individualizadas e nao somente em grupos.

7 propor palestras instrumentais e de interesse dos pais.

7 discutir com os pais posslveis mudangas no cotidiano da escola.

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-? expor a interesse dos pais, a proposta pedagogica.

~ realizar mudanC;8s do corpo docente S8 necessaria ao me thor desempenho

escolar.

-7 promover aperfeic;oamento continuo dos profissionais, afim de melhorar 0

processo de gestao e ter uma melhor qualifica9iio profissionai.

o relacionamento entre pais e escota deve ser caracterizado pel a

coopera~o, pela comunic8C;8o reciproca, pel a opiniao e pelo respeito mutuo. Cabe

a escata desempenhar seu papel com determinayao, desenvolvendo estrategias que

conduzem as profissionais para que nao cometam incoerencias, contradic;oes,

discriminac;oes, que tenham cuidados com a educ8c;ao infantil, higiene, alimentayao,

etc .. vista que, sao caracteristicas essenciais ao desenvolvimento humano.

Desle modo, entende-se que as pais e a escola (prolessores), sao as

principais mediadores do desenvolvimento da crianQa, tornando-se indispensavel um

bom relacionamento entre eles.

As escolas, ao respeitarem a diversidade cultural e as propostas de seus

educadores e pais, podem desenvolver inumeras possibilidades de trabalho com a

familia, tais como:

• Participayao dos pais numa atlvidade de rotina junto com seu filho

• Gincana

• Lanche comunitario

• Rodas de historias

• Trabalho com dobraduras

• Bingo

• Apresentayao de trabalhos das crianyas

• Palestras sobre temas especificos da infancia

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• Apresenta~6es de musicas, poesias e fantoches

• Criagoes em artes plasticas

• Visitas dos pais a escola durante as atividades para conhecerem 0 cotidiano da

instituigao, entre Qutras.

o importante e que as pais estejam dentro da escola, nao apenas nos dias

em que forem convocados, mas no cotidiano, contribuindo, intervindo e decidindo

junto com a escola sabre a educagao das criang8s.

Como forma de verificar a efetiv89ao desta proposta, fai realizada uma

observa~ao em uma escola de Educa~o Infantil, a qual segue como relato de uma

experiencia

Ao analisar todos os aspectos relacionados a formagao do professor, em

alguns casas 0 interesse em S8 aperfeigoar e melhorar sua atu8gao, e passivel

destacar, atraves de uma experiencia concreta, como ests processo de gestao

ocorre na ratina de uma professora de 28 anos, que desde seus 14 anos atua com

Educayao Infantil. Aos 14 anos ela nao sabia 0 que iria fazer, que profissao teria, ate

que foi convidada para trabalhar de assistente em uma turma de Maternal II, isto

tam bern foi facilitado pelo fato de que a dona da escola era sua vizinha, ela tinha

apenas que atravessar a rua para trabalhar. A pro posta foi aceita na h~ra, seus pais

tambem influenciaram muito na decisao, come90u a trabalhar e a gostar do que

fazia, entao cursou Magisterio no Instituto de Educagao do Parana Professor Erasmo

Pilotto.

No decorrer de sua profissao, deparou-se com muitas situa90es, algumas ate

comuns no dia-a-dia de qualquer instituigao escolar, mas algumas marcaram muito,

entre elas, talvez a mais importante, principal mente para este trabalho, diz respeito agestao da escola, visto que a equipe administrativa e muito indisciplinada, pois a

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Diretora poucas vezes, em 14 anos, teve uma secretaria, esta que e uma pessoa

muito importante no ambiente escolar. Sempre que a diretora S8 ausentava a escola

virava urn caDS, pois era telefone e campainha tocando, pais que vinham buscar as

filhos mais cedo, acertar as mensalidades, etc ... a quem sobrava a tarefa de atender

estas eoisas? Aos professores, e claro, que muitas vezes deixavam seus alunos

sozinhos, deixando de dar a estes urn born atendimento e acompanhamento.

Este exemplo e apenas urn demonstrativo da falha na gestao administrativa

da escola, tendo em vista que a equipe administrativa desta e composta par duas

pessoas, a mae e a filha, que sao as donas da escola.

Qutras eoisas acontecem, contudo, nem todas sao ruins, as proprietarias daD

muita autonomia para as professoras atuarem em sal a de aula, incentivam para que

as mesmas sempre se atualizem, contudo nao financiam e raras vezes liberam, pois

nao tern quem fique no lugar do professor ausente, porem algo que prejudica mais 0

interesse do professor neste estabelecimento, reside no fato de que 0 profissional

tern que ter mais tempo disponfvel para a escola do que para uma

profissionalizayao, pois marcam reuni6es a noite ou no sabado, sem se preocupar

com outros compromissos que 0 professor possa ter. Como no caso desta

professora que a noite trabalha em outra escola, tern dificuldades de se ausentar a

noite e, ainda, estuda no sabado, fica complicado para uma pessoa se desdobrar em

duas ao mesmo tempo e atender diferentes necessidades.

Baseado neste exemplo e nao querendo generalizar, ° professor, seja ele de

qualquer etapa do ensino, precisa saber contornar todas as situay6es do seu dia-a-

dia escolar, pessoal, social, etc.. Cabe ao profrssional, desde que esteja

interessado, melhorar 0 seu desempenho, 0 da escola e, consequentemente, 0 da

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educa9ao em beneficia de pessoas que nao compreendem muito bern a realidade,

mas que no futuro podem ser pessoas que favarn a diferen9a.

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CONCLUSAO

E passlvel conceber urn equillbrio da equipe escolar com os pais e a

comunidade, para que haja sintonia no processo educativD, ista e viabilizado pela

aglutinacao que ha entre: 0 papel do administrador escolar, que mantem a escola

dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instrw;:6es, €I exigente

no Gumprimento de prazos; a papsl da equipe pedagogica, que valoriza a qualidade

do ensina, a projeto pedagogico, a supervisao e orientag8o pedag6gica que criam

oportunidades de capacitac;:ao docente; a papel do professor, que S8 preocupa com

a formag8o de pessoas, pensa e age par esse pressuposto, buscando sempre urn

aperfeigoamento e uma retomada de seus conhecimentos e 0 papel

sociocomunitario, que S8 preocupa com os acontecimentos dentro da escola, se

informa, participa de eventos na escola e que sempre ocupa 0 espa90 escolar

quando ele este. aberto. E claro que em uma comunidade escolar he. pessoas com

caracterlsticas difereneiadas. POis, mesmo vivendo em urn mundo globalizado, nao

se pode reduzir as pessoas a urn s6 comportamento, a uma s6 linha de raciocinio.

Como e muito diffeil possuir essas earaeteristieas presentes em unieo

ambiente, 0 importante e saber como equilibra-!as, isso e possivel com

eolaboradores que tenham talentos complementares, pessoas estas que podem

estar na figura de urn pai e de uma mae, de um professor ou de qua!quer outra

pessoa atuante no ambiente escolar.

o ideal e ter pessoas que convivam harmoniosarnente entre si e dentro da

escola, as pessoas devem ter autonomia no ambiente, certo que cada urn deve

eompreender seus !imites, nao passar par cima de ninguem para eonseguir as

eoisas, easo eontrario nao sera bern vindo nesse processo.

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Entende-se que a essencia e mais importante que a forma, a escola deve S8

propor a: considerar 0 aluno como foco de todas as suas a~6es, enquanto sujeito do

seu proprio desenvolvimento; promover a responsabilidade e a solidariedade no

contexte s6cio-ambiental; estabelecer relac;6es verdadeiras atraves do livre dialogo;

respeitar a diversidade e acreditar na potencialidade de cada ser humano; construir

coletivamente 0 saber, a fazer e sobretudo a ser, compartilhando sonhos e atuar

dentro dos mais restritos principios eticos.

Assim, ao identificar problemas no sistema educacional a equipe escolar deve

S8 propor a soluciona-Ios, tornando 0 ambiente da escola urn local favoravel ao

aprendizado. Pois, aeirna de tudo, como principal agente atuante na escola, 0

professor sente a necessidade de ser respeitado e valorizado, nao quer ser visto

como urn repassador de conhecimentos e sim como urn educador. Para isso precisa

dispor de condi90es que ° ajudem a desperlar ° interesse dos alunos e a garantir

sua aprendizagem.

Oeste modo, a equipe escolar deve procurar atingir a meta de uma escola

nao-excludente, que estimule 0 respeito a crian9a, ao professor e a camunidade,

procurando, tambem, formas de preparar a equipe pedag6gica para a implanta980

de avan90s propostos pela nova legisla9iio brasileira (LOB, PCN, RCN), a qual

defende a autonomia das escolas, uma gestao parlicipativa, a eduCa9aO integral, °ensina par pequenas projetos, a inlerdisciplinaridade, lemas significativos, e a

humaniza980 da sociedade.

A escola deve, ainda, despertar uma nova atitude da equipe escalar diante da

camunidade, alraves de exemplos praticos que tornem 0 ambiente da escola mais

favoravel a aprendizagem das crian9as. Projetos pedag6gicos coletivos sao uma

forma de apoio a amorosidade que deve existir, neste relacionamento, para 0

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fortalecimento de uma gestao democratica e de uma ac;ao poHtica consistente. Vista

que, todo educador saba que 0 apoio da familia e crucial no desempenho escolar.

Pais que acompanham a li980 de casa. Maes que naD faltam a nenhuma reuniao.

Pais cooperativ~s e atentos no desempenho escolar dos filhos na medida certa. IS50

faz com que as professores sintam que a responsabilidade educativ8, naD e urn

papel 56 da escola, nem 56 da familia, e uma parceria.

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