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Análise da componente vertical da força de reação do solo durante
exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Estudo realizado com Senhoras na pós-menopausa
Dissertação apresentada à Faculdade de
Desporto da Universidade do Porto, com
vista à obtenção do grau de Mestre, 2º
ciclo em Atividade Física para a Terceira
Idade.
Orientadora: Professora Doutora Filipa Sousa
Marlene Ferreira Marques
Porto, Setembro de 2013
II
Ficha de catalogação:
Marques, M. F. (2013). Análise da componente vertical da força de reação
do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água: Estudo
realizado com Senhoras na pós-menopausa. Porto: M. Marques.
Dissertação de Mestrado para a obtenção do grau de Mestre em Atividade
Física para a Terceira Idade, apresentada à Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto.
Palavras-chave: IDOSOS, MENOPAUSA, OSTEOPOROSE,
HIDROGINÁSTICA, FORÇA DE REAÇÃO AO SOLO, SQUAT JUMP,
PLATAFORMA DE FORÇA.
III
Dedicatória
Dedico a apresentação deste trabalho a todas as pessoas que sempre
acreditaram em mim, que me deram coragem para seguir em frente e que me
ampararam em todos os momentos.
A todos o meu muito obrigado.
Ficarão para sempre no meu coração.
V
Agradecimentos
À minha orientadora de tese, a Professora Doutora Filipa Sousa, pela
orientação produtiva, crítica e construtiva; pela sua paciência; atenção;
dedicação; simpatia e constante disponibilidade.
Ao Professor Doutor Leandro Machado e a todos os membros do
Gabinete de Biomecânica por toda a ajuda, simpatia e partilha de
conhecimento.
Ao Doutor Juan Carlos Colado por toda a sua ajuda, orientação,
empenho, dedicação e sabedoria partilhada.
A todos os professores e alunos da Faculdade de Deporto que
contribuíram imenso na minha formação académica.
Aos meus colegas de Mestrado, pela amizade, companhia, apoio e toda
a partilha ao longo de todo este ciclo académico.
À minha colega Madalena Lemos por toda a ajuda, colaboração,
amizade e simpatia prestada ao longo de todo este projeto.
Aos responsáveis pelo ginásio Life Club, pela ajuda, colaboração e total
abertura para que o estudo fosse realizado nas suas instalações.
Às alunas do ginásio Life Club que participaram neste estudo, pela sua
dedicação, disponibilidade, amabilidade, paciência e valor demonstrado
durante toda a fase experimental.
Aos funcionários da biblioteca pelo apoio fornecido durante a fase de
pesquisa bibliográfica e esclarecimento de dúvidas.
Aos meus pais e família em geral, por tudo o que me transmitiram ao
longo dos anos, pela paciência nos momentos de maior pressão e desânimo,
dando sempre palavras de encorajamento, apoio e conforto.
Ao meu namorado, Tiago, pelo apoio incondicional, amor, cumplicidade,
e acompanhamento dado ao longo da realização desta dissertação.
À minha amiga e mestre Cristina (Tinoca), por todas as palavras de
encorajamento e de motivação ditas nos momentos cruciais.
VII
Índice Geral
Dedicatória ........................................................................................................ III
Agradecimentos ................................................................................................. V
Índice Geral ...................................................................................................... VII
Índice de Figuras ................................................................................................ X
Índice de Tabelas .............................................................................................. XI
Índice de gráficos ............................................................................................. XII
Índice de Anexos ............................................................................................. XIII
Resumo ........................................................................................................... XV
Abstract ..........................................................................................................XVII
Rèsumè .......................................................................................................... XIX
Lista de Abreviaturas e Símbolos ................................................................... XXI
I – Introdução ..................................................................................................... 3
1.1 – Pertinência do estudo ................................................................................ 3
1.2 – Estrutura do estudo ................................................................................... 6
II – Revisão da Literatura ................................................................................. 11
2.1 – O envelhecimento e a influência da atividade física ................................ 11
2.2 – A atividade física na terceira idade e os seus benefícios ........................ 15
2.3 – A hidroginástica ....................................................................................... 17
2.4 – O método pliométrico .............................................................................. 24
2.4.1 – Os exercícios pliométricos .................................................................... 25
2.4.2 – Os meios onde ocorrem os exercícios pliométricos ............................. 27
2.4.3 – As variáveis num programa de exercícios pliométricos ........................ 30
2.4.4 – As lesões .............................................................................................. 33
2.5 – A sarcopenia ........................................................................................... 35
2.5.1 - A função muscular................................................................................. 37
2.5.1.1 – A potência ......................................................................................... 37
2.5.1.2 – A força muscular................................................................................ 37
2.5.1.3 – A resistência muscular ...................................................................... 39
2.5.2 - As causas da sarcopenia ...................................................................... 39
2.5.3 - A composição corporal .......................................................................... 42
2.5.4 – A atividade física como tratamento da sarcopenia ............................... 46
VIII
2.6 – A menopausa .......................................................................................... 52
2.7 – A osteoporose ......................................................................................... 54
2.7.1 - Os fatores de risco para a osteoporose ................................................ 57
2.7.2 - A prevenção da osteoporose ................................................................ 59
2.7.3 - A prevenção de quedas e fraturas ........................................................ 60
2.7.4 - Os benefícios do treino de força/resistência na melhoria da osteoporose
63
III – Objetivos ................................................................................................... 71
3.1 – Objetivo geral .......................................................................................... 71
3.2 – Objetivos específicos ............................................................................... 71
IV – Metodologia .............................................................................................. 75
4.1 – Caracterização do estudo ........................................................................ 75
4.2 – Caracterização da amostra ..................................................................... 75
4.3 – Procedimentos metodológicos ................................................................ 77
4.3.1 - Hidroginástica........................................................................................ 77
4.3.2 – Ginástica de manutenção ..................................................................... 77
4.3.3 – A plataforma de força ........................................................................... 78
4.3.3.1 – Construção ........................................................................................ 78
4.3.3.2 – Calibragem ........................................................................................ 79
4.3.3.3 – Montagem ......................................................................................... 80
4.3.4 – Protocolo experimental ......................................................................... 81
4.3.4.1 – A recolha de dados ............................................................................ 82
4.3.5 – Tratamento dos dados .......................................................................... 83
4.3.5.1 – Remoção da componente comum (DC offset)................................... 83
4.3.5.2 – Filtragem ........................................................................................... 84
4.3.5.3 – Normalização..................................................................................... 84
4.3.5.4 – Variáveis estudadas .......................................................................... 84
4.4 – Procedimentos estatísticos ...................................................................... 86
V – Apresentação de resultados ...................................................................... 89
VI – Discussão de resultados ......................................................................... 101
VII – Conclusões ............................................................................................ 113
VIII – Sugestões ............................................................................................. 117
IX
IX – Referências Bibliográficas ....................................................................... 121
X – Anexos .................................................................................................... XXV
X
Índice de Figuras
Fig. 1 – Pirâmide etária de Portugal, 2004 e 2009. Adaptado do Instituto
Nacional de Estatística (2010). ......................................................................... 11
Fig. 2 – Esquema das diferentes etiologias envolvidas na sarcopenia e as suas
consequências. Adaptado de D. Beas-Jiménez et al. (2011). .......................... 40
Fig. 3 – A DMO em mulheres de várias idades. Adaptado de Kanis et al. (1994).
......................................................................................................................... 55
Fig. 4 – A prevenção de quedas. Adaptado de Tavares et al. (2007). ............. 61
Fig. 5 - Plataforma de força em seco aberta com o esquema de posicionamento
dos strain gauges e vista em diferentes posições (superior e inferior).
(Adaptado de Pereira (2009)). .......................................................................... 79
Fig. 6 - Imagem da calibração da plataforma de força, com a utilização dos
pesos mortos. (Adaptado de Pereira (2009)). .................................................. 80
Fig. 7 – Recolha de dados em meio terrestre. .................................................. 83
Fig. 8 - Imagem gráfica de um squat jump a dois pés, realizado dentro de água.
(Adaptado de Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010)). ....................... 85
XI
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Classificação da osteoporose, pela Organização Mundial de Saúde,
baseada no índice T ou “T-score”. Adaptado de Tavares et al. (2007). ........... 56
Tabela 2 – Principais Características da amostra ............................................ 76
Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da
força de reação do solo a um pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático
......................................................................................................................... 89
Tabela 4 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da
força de reação do solo a dois pés em meio terrestre e o aquático ................. 90
XII
Índice de gráficos
Gráfico 1 - Pico de força concêntrica média (IC 95%) a dois pés e a um pé
(lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................................. 91
Gráfico 2 - Pico da força de impacto média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado
dominante) em meio terrestre e o aquático ...................................................... 92
Gráfico 3 - Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida média (IC
95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático.. 93
Gráfico 4 - Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto média
(IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático
......................................................................................................................... 94
Gráfico 5 - Tempo total médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante)
em meio terrestre e o aquático ......................................................................... 95
Gráfico 6 - Tempo para o pico de força concêntrica médio (IC 95%) a dois pés
e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................ 96
Gráfico 7 - Tempo até ao pico de força de impacto médio (IC 95%) a dois pés e
a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................... 97
XIII
Índice de Anexos
Anexo I – Declaração de consentimento informado ...................................... XXV
Anexo II- Ficha Anamnese .......................................................................... XXVII
XV
Resumo
Objetivo: descrever e comparar a componente vertical da FRS (força de
impacto), durante a realização de exercícios de squat jump a dois pés e a um
pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático em senhoras na pós-
menopausa, fisicamente ativas, praticantes de hidroginástica e de ginástica de
manutenção, com o recurso a uma plataforma de força subaquática. Métodos:
13 idosas com uma média de idades de 61,8 ± 5,3 anos com idades
compreendidas entre os 52 e os 70 anos de idade, foram submetidos a
realização de squat jumps a um e a dois pés, em meio terrestre e em meio
aquático, mais especificamente, cada idosa realizou três tentativas para cada
tipo de salto, isto é, três tentativas a um e dois pés em ambiente terra e três
tentativas a um e dois pés em ambiente terra e em ambiente aquático.
Resultados: a) a média do pico da força concêntrica foi significativamente
inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre, em ambos os
tipos de salto; b) a média do pico da força de impacto foi significativamente
inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre em ambos os
tipos de salto; c) a média da taxa de crescimento da força concêntrica
desenvolvida no meio aquático foi significativamente mais elevada que no meio
terrestre nos SJ a um pé, no entanto, para os SJ a dois pés, não se
observaram diferenças estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio
terrestre e o aquático; d) a média da taxa de desenvolvimento de força para a
força de impacto foi mais baixa no meio aquático que no meio terrestre, para
ambos os SJs; e) o tempo total médio foi significativamente superior no meio
aquático comparativamente ao meio terrestre, também para ambos os tipos de
saltos; f) não se observaram diferenças estatisticamente significativas (p ≥
0.05) entre o meio terrestre e o aquático no que respeita ao tempo para o pico
de força concêntrica para os saltos a um pé e para os saltos a dois pés; g) o
tempo médio até ao pico de força de impacto foi significativamente superior no
meio aquático comparativamente ao meio terrestre em ambos os SJs.
Conclusão: a realização do squat jump, a um e a dois pés, em meio aquático,
tende a influenciar positivamente a força concêntrica nos membros inferiores,
com diminuição da força de impacto.
XVII
Abstract
Aim of the research: describe and compare the vertical component of the FRS
(impact force) during the performance of one foot ( dominant side) and two feet
squat jump exercises, in terrestrial and aquatic environment, with ladies after
menopause, physically actives, that practice hydrogymnastics and keepfit, using
am underwater strength platform. Methods: 13 old ladies, averaged aged of
61,8 ± 5,3 years old, ages between 52 and 70 years old were submitted to the
performance of one foot and two feet squat jump exercises, in terrestrial and
aquatic environment. To be more specific, each lady made 3 attempts to each
kind of jump, i.e, three attempts on one foot and two feet in terrestrial
environment and three attempts on one foot and two feet in terrestrial and
aquatic environment. Results: a) the average peak concentric force was
significantly lower in the aquatic environment comparing to the terrestrial
environment, in both kinds of jump; b) the average peak of the impact force was
significantly lower in the aquatic environment comparing to the terrestrial
environment, in both kinds of jump; c) the average growth rate for the concentric
force developed in the aquatic environment was significantly higher than in the
terrestrial environment in the one foot SJ, however for the two feet SJs there
were no statistically significant differences (p ≥ 0.05) between terrestrial and
aquatic environments; d) the average strength development rate for the impact
force was significantly lower in the aquatic environment than in the terrestrial
one, for both kinds of jump; e) the total average time was significantly higher in
the aquatic environment comparing with the terrestrial environment, also for
both kinds of jump; f) there are no statistically significant differences (p ≥ 0.05)
between terrestrial and aquatic environments to the time for the peak of
concentric force on one foot and two feet jumps; g) the average time until the
peak of the impact force was significantly higher in the aquatic environment
comparing with the terrestrial one for both SJs. Conclusion: the one foot and
two feet squat jump performance in aquatic environment tends to influence
positively the concentric force on the low members along with the lower impact
force.
XIX
Rèsumè
Objectif: faire la description et comparaison de la composante vertical de la
FRS (force d’impact) pendant la réalisation d’exercices de squat jump à deux
pieds et à un pied (côté dominant) en milieu terrestre et aquatique en femmes
pos-ménopausées, physiquement actives, qui pratiquent l’aquagym et
gymnastique de maintien avec l’utilisation d’une plateforme de force sous-
marine. Méthodes: 13 femmes âgées moyennement de 61,8 ± 5,3 ans, âges
comprenées de 52 à 70 ans ont été soumises à la réalisation de squat jumps à
un et deux pieds, en milieu terrestre et aquatique. Plus spécifiquement, chaque
femme âgée a réalisé trois tentatives pour chaque type de saut, soit trois
tentatives à un et deux pieds, en milieu terre et trois tentatives à un et deux
pieds, en milieu terre et en milieu aquatique. Résultats: a) la moyenne du pic
de la force concentrique a été significativement inférieur dans le milieu
aquatique comparativement au milieu terre sur les deux types de saut ; b) la
moyenne du pic de la force d’impact a été significativement inférieur dans le
milieu aquatique comparativement au milieu terre sur les deux types de saut ; c)
la moyenne du taux de croissance de la force concentrique développé dans le
milieu aquatique a été significativement plus élevée que dans le milieu terre
dans les SJ à un pied, par contre dans les SJ à deux pieds on n’a pas
enregistré des différences statistiquement significatifs (p ≥ 0.05) entre le milieu
aquatique et le terrestre ; d) la moyenne du taux de développement de la force
pour la force d’impact a été plus basse dans le milieu aquatique que dans le
terrestre pour les deux SJs ;e) le temps total en moyenne a été
significativement supérieur dans le milieu aquatique comparativement au milieu
terre, aussi pour les deux types de saut ; f) on n’a pas enregistré des
différences significatives (p ≥ 0.05) entre le milieu terre et l’aquatique sur le
sujet du temps pour le pic de la force concentrique des sauts à un pied e des
sauts à deux pieds ; g) le temps moyen jusqu’au pic de la force d’impact a été
significativement supérieur dans le milieu aquatique comparativement au milieu
terrestre pour les deux SJs. Conclusion: la réalisation du squat jump à un et
deux pieds, en milieu aquatique, a la tendance de favoriser la force
concentrique des membres inférieurs, avec la diminution de la force d’impact.
XXI
Lista de Abreviaturas e Símbolos
AEA – Aquatic Exercise Association
AVD’s – Atividades da vida diária
ACSM – American College of Sports Medicine
ATP – Adenosina trifosfato
AMTI – Advanced Mechanical Technologies
CAE – Ciclo de alongamento – encurtamento
CMJ – Countermovement Jump
CMO – Conteúdo mineral ósseo
Conversor A/D – Conversor analógico/ digital
DJ – Drop Jump
DNA – Ácido desoxirribonucleico
DMO – Densidade mineral óssea
DEXA – Absorciometria radiológica de dupla energia
DP – Desvio Padrão
EPS – Escala de perceção de esforço
Fy – componente vertical
Fx – componente ântero – posterior
Fz – componente médio-lateral
FRA – Força de reação nas articulações
FRAJ – Força de reação da articulação do joelho
FRS – Força de reação ao solo
G/Kg/dia - Gramas, por quilograma de massa corporal, por dia
Hz - Hertz
HC – Hormona do crescimento
IGF-1 – Fator de crescimento da insulina
IMC – Índice de massa corporal
ISB – Internacional Society of Biomecanics
Kg.m-1 – Quilograma x metro-1
mm – Milímetros
mmHg – Milímetros de Mercúrio
mv - Milivols
XXII
mRNA – Ácido Ribonucleico mensageiro
N – Newtons
N/Kg – Newtons por quilograma
O2 – Oxigénio
OTG – Órgãos Tendinosos de Golgi
OMS – Organização Mundial de Saúde
VO2 máx – Capacidade aeróbia máxima
vs – Versus
V - Volts
SJ – Squat jump
SJ-1 – Squat jump a um pé
SJ-2 – Squat jump a dois pés
SNC – Sistema nervoso central
SI – Sistema Internacional
THS – Terapia hormonal de substituição
1 RM – uma reperição máxima
ºC – Graus Celcius
% - Percentagem
± - mais ou menos
Introdução
3
I – Introdução
1.1 – Pertinência do estudo
A população mundial está a envelhecer, pois o número de pessoas que
chegam à terceira idade é cada vez maior, no entanto os idosos desejam viver
cada vez melhor esta etapa. Estima-se que o número global de pessoas com
60 anos ou mais tenha triplicado nos últimos 50 anos e prevê-se que este
número triplique novamente nos próximos 50 anos (Department of Economic
and Social Affairs, 2005).
Ao nível de Portugal, o Instituto Nacional de Estatística (2010), refere
que desde 2004 até 2010 o índice de envelhecimento aumentou de 109 para
118 idosos por cada 100 jovens. Além disso, a esperança média de vida tem
vindo a aumentar, situando-se neste momento nos 81,8 anos para as mulheres
e nos 75,8 para os homens (Instituto Nacional de Estatística, 2010).
Tendo em conta estes fatores, a população idosa é cada vez mais um
alvo de análise com o objetivo de se perceber cada vez melhor o processo de
envelhecimento em toda a sua plenitude e todas as suas consequências, tendo
em vista a promoção da melhor qualidade de vida possível.
O envelhecimento pode ser visto como a última etapa da vida do ser
humano, onde o organismo deixa de estar tão harmonioso e se começam a
registar algumas alterações a vários níveis, como na funcionalidade,
mobilidade, autonomia e saúde (Carvalho & Soares, 2004).
A composição corporal, que está dividida principalmente em massa
gorda e magra, está relacionada com todas as alterações que ocorrem com o
envelhecimento, sendo que, no caso da mulher, a menopausa alia-se a este
quadro (Liu, Li et al. 2011). Douchi et al., 2009 cit. por Liu et al. (2011), referem
que a diminuição da massa magra, onde está incluída a massa muscular, está
relacionada com a menopausa e que o aumento da massa gorda está
relacionada com a idade. Estas mudanças vão influenciar a perda de massa
óssea, levando ao aumento da morbilidade e da mortalidade devido ao
aumento de quedas e fraturas (Liu, Li et al. 2011).
4
Como forma de “combater” o envelhecimento e as respetivas
consequências, esta população tem aderido cada vez mais à prática de algum
tipo de atividade física como forma de se manter ocupado, de reconstruir a teia
de amizades (que se foi perdendo desde que o idoso se aposentou), de
acompanhar a vida dos filhos/netos, ou devido a prescrição médica como forma
de prevenção ou recuperação/reabilitação de uma enfermidade.
O treino de força é um tipo de treino geralmente prescrito por médicos e
personal trainers, pois consideram que a força muscular é uma capacidade
física da qual é possível obter benefícios visíveis através da prática regular de
exercício físico. Segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), o treino de força deve
ser parte integrante do programa de atividade física do idoso, pois acarreta
bastantes benefícios ao nível das capacidades funcionais do idoso e ajuda a
abrandar a perda de massa e força muscular à medida que a idade avança,
sendo esta perda denominada de sarcopenia (D. Beas-Jiménez et al., 2011;
Doherty, 2003; Morley et al., 2001).
Os benefícios da atividade física nos idosos estão refletidos também no
atenuar da taxa de perda de massa óssea. Caso o idoso não pratique atividade
física, a taxa de perda de massa óssea aumenta, o que em estado avançado
pode levar a situações crónicas, como a osteoporose (Kohrt et al., 2004),
principalmente se forem senhoras após o fenómeno da menopausa com uma
perda acentuada de estrogénio (Kohrt et al., 2004; Walsh et al., 2006).
São vários os autores que enumeram os benefícios do treino de força,
como Rocha et al. (2009) e Seguin & Nelson (2003), onde referenciam
principalmente o aumento da massa muscular com consequente hipertrofia,
aumento da força muscular e aumento da velocidade de contractilidade das
fibras musculares tipo I e II (Fiatarone et al., 1990; Frontera et al., 1988);
melhoria na potência muscular (Fielding et al., 2002); aumento da densidade
mineral óssea, tendo em conta a perda que existe após a menopausa (Kohrt et
al., 2004; Kohrt et al., 1997; Nelson et al., 1994); diminuição das quedas e
melhoria no equilíbrio (Campbell et al., 1999; Carvalho & Soares, 2004;
Fiatarone et al., 1990); da melhoria na flexibilidade, da melhoria na capacidade
de realização das atividades da vida diária, que têm implicações na qualidade
5
de vida e, consequentemente, na autoestima (Carvalho & Soares, 2004; Nelson
et al., 2004). Seguin & Nelson (2003), referenciam que o treino de força ajuda
na melhoria de sintomas de várias doenças crónicas, como artrite, depressão e
desordens no sono (Singh et al., 1997), diabetes tipo II (Castaneda et al., 2002;
Dunstan et al., 2002), osteoporose (Kohrt et al., 2004; Kohrt et al., 1997; Nelson
et al., 1994) e doenças cardíacas (Beniamini et al., 1999).
Uma outra atividade física que está cada vez mais em voga para a
terceira idade é a hidroginástica (Barbosa et al., 2007; Meredith-Jones et al.,
2011; Raffaelli et al., 2010), principalmente desde que demonstrou que pode
provocar os mesmos benefícios em termos de aptidão física que os programas
de treino em ginásio, desde que a prescrição seja aplicada corretamente. Se tal
for conseguido, existe um aproveitamento das propriedades físicas da água,
com a vantagem de apresentar riscos físicos reduzidos, através da redução da
pressão que é exercida nas articulações, pela redução do impacto causado e
consequente diminuição da força da gravidade (Barela & Duarte, 2008).
Os exercícios de hidroginástica, segundo a AEA (2008), tendem a
trabalhar várias componentes que influenciam o ganho de autonomia, como a
coordenação motora, a flexibilidade, a força e o equilíbrio. São vários os
autores que referenciam melhorias na força(Ambrosini et al., 2010; Colado,
Garcia-Masso, Pellicer, et al., 2010; Colado, Tella, et al., 2009; Colado &
Triplett, 2009; Graef et al., 2010; Pöyhönen et al., 2001; Souza et al., 2010;
Takeshima et al., 2002; Triplett et al., 2009; Tsourlou et al., 2006), na
capacidade de exercerem atividades do quotidiano (Bocalini et al., 2008; Sato
et al., 2009), flexibilidade (Colado, Triplett, et al., 2009; Takeshima et al., 2002),
composição corporal (Colado, Triplett, et al., 2009; Takeshima et al., 2002) e na
aptidão cardiorrespiratória (Takeshima et al., 2002).
Deste modo, e tendo por base os pressupostos acima referenciados,
torna-se importante perceber, com rigor, qual dos meios (terra ou água) poderá
trazer maiores benefícios a nível muscular e osteoarticular em senhoras na
pós-menopausa e, assim, perceber onde é possível obter maiores níveis de
força e menores níveis de impacto sobre o sistema músculo-esquelético e, em
especial, sobre os ossos e articulações. Para tal, escolhemos um exercício
6
pliométrico, o squat jump, pois segundo Notomi, 2009; Notomi, 2001;
Westerlind, 1998 cit. por Kohrt et al. (2004), realizar exercícios de squat sobre
uma plataforma revelaram ter efeitos positivos nas regiões cortical e trabecular
do osso do fémur e da tíbia.
Pretendemos assim, estudar os efeitos mecânicos da realização de
squat jumps a dois pés e a um pé, pois segundo Kohrt et al. (2004), é também
muito importante a realização de exercícios que estimulem o equilíbrio e que
previnam a ocorrência de quedas. O exercício escolhido poderá ser realizado
em ambos os meios (terra e água) e mobiliza essencialmente os membros
inferiores e o tronco.
Para ajudar a estabelecer esta comparação com rigor iremos proceder à
utilização da plataforma de força, um instrumento biomecânico muito
importante para a medição dos parâmetros cinéticos.
Todas estas pesquisas ajudarão a perceber se este exercício poderá ser
recomendado a senhoras na pós-menopausa, de modo a ser incluído em
posteriores planos de treino em terra e em água, com o objetivo de minimizar
as consequências que a menopausa e a osteoporose acarretam. No entanto,
mais estudos são necessários para correlacionar diretamente estes dados com
a densidade mineral óssea e as suas variações durante um programa de treino.
1.2 – Estrutura do estudo
No capítulo I procedeu-se à introdução geral do tema, realizando-se uma
breve análise da temática e da pertinência do estudo.
O capítulo II contém uma revisão da literatura que tem por objetivo
contextualizar o tema, tendo sido abordado o processo de envelhecimento, a
densidade mineral óssea e a menopausa como consequência do
envelhecimento, a atividade física na terceira idade, a hidroginástica, o conceito
de força, os vários tipos de treinos de força, a pliometria, o squat jump. Ainda
neste capítulo será abordado o instrumento utilizado neste estudo, a plataforma
de força.
No capítulo III estão formulados os objetivos do estudo e as hipóteses
que o suportam.
7
O capítulo IV discorre sobre o material e métodos utilizados, dando a
conhecer os procedimentos da seleção da amostra e da recolha de dados, a
caracterização da amostra, os procedimentos metodológicos e ainda os
procedimentos estatísticos utilizados neste estudo.
No capítulo V procedeu-se à análise dos resultados da investigação.
No capítulo VI encontra-se a discussão dos resultados, com a respetiva
interpretação e confronto de resultados que é possível encontrar na literatura
atual nacional e internacional.
No capítulo VII estão indicadas as principais conclusões do estudo.
No capítulo VIII podem-se encontrar algumas sugestões para futuras
investigações no âmbito deste tema.
No capítulo IX é possível encontrar-se todas as referências bibliográficas
consultadas.
No capítulo X estão representados os anexos utilizados no decorrer da
investigação e que consideramos pertinente associar ao estudo.
Revisão da Literatura
11
II – Revisão da Literatura
2.1 – O envelhecimento e a influência da atividade física
O envelhecimento populacional é um fenómeno demográfico de grande
relevância a nível global e para o nosso país. Segundo o Instituto Nacional de
Estatística (2010), existe um abrandamento do ritmo de crescimento
populacional e um aumento do envelhecimento demográfico, tendo como
consequência a alteração do perfil das pirâmides etárias. A base da pirâmide
tende a estreitar devido à diminuição dos efetivos populacionais jovens e pela
diminuição da natalidade, e o topo a alargar devido ao acréscimo de pessoas
idosas, pelo aumento da esperança média de vida. Tal é possível verificar pela
sobreposição das pirâmides de 2004 e 2009 presentes na figura 1.
Fig. 1 – Pirâmide etária de Portugal, 2004 e 2009. Adaptado do Instituto Nacional de Estatística
(2010).
O envelhecimento tem vindo a ser descrito como um processo, ou como
um conjunto de processos, próprio do ser humano e que se traduz pela perda
de capacidades de adaptação e pela diminuição da funcionalidade (Spirduso et
al., 2005). Segundo Weinert & Timiras (2003), o envelhecimento é um processo
multifatorial, onde estão incluídos o processo de envelhecimento primário e
12
secundário, sendo este último resultante de doenças crónicas, do estilo de vida
e de fatores genéticos. O envelhecimento torna-se então bastante individual,
podendo a idade cronológica não corresponder à idade biológica do idoso.
Aliás, Chodzko-Zajko et al. (2009), refere não existir ainda consenso na
literatura sobre o início do envelhecimento, mas Nelson et al. (2007) referem
que, na maioria dos casos, as orientações para o início do envelhecimento
encontra-se por volta dos 65 anos ou mais, mas podem também ser
importantes os sujeitos com idades entre os 50-64 anos com situações clínicas
crónicas ou limitações funcionais que possam afetar a capacidade do
movimento, a aptidão física e/ ou a atividade física.
Quando falamos de atividade física, referimo-nos ao movimento
produzido pelo corpo humano, mais especificamente pela contração do
músculo-esquelético, e que aumenta o gasto de energia diário (Caspersen et
al., 1985; Chodzko-Zajko et al., 2009; Oliveira & Maia, 2001).
No envelhecimento primário as alterações ocorrem naturalmente com a
idade e independentemente de doenças ou influências ambientais (Spirduso et
al., 2005). Neste caso, o impacto atividade física regular é difícil de estudar,
segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), devido ao processo de envelhecimento
celular e os mecanismos de doença estarem muito interligadas, logo por
consequência, não existem intervenções possíveis de realizar no estilo de vida
que mostrem rigorosamente como é possível estender o tempo de vida dos
humanos, sofrendo apenas de envelhecimento primário (Olshansky et al.,
2002).
O envelhecimento secundário está relacionado com os sintomas clínicos
físicos e/ou psicológicos que podem surgir através das influencias do ambiente
ou por doença (Spirduso et al., 2005). Neste caso, a atividade física regular
pode aumentar a esperança de média de vida através da redução dos efeitos
secundários do envelhecimento, influenciando o desenvolvimento de doenças
crónicas. Além disso, a atividade física limita o impacto do envelhecimento
secundário através da renovação da capacidade funcional em idosos que
foram adultos sedentários (Chodzko-Zajko et al., 2009).
13
O envelhecimento é considerado a última etapa da vida humana, sendo
um processo natural que se traduz numa série de acontecimentos negativos
que afeta o organismo como um todo, lesando uma ampla gama de tecidos
celulares, sistemas orgânicos e respetiva funcionalidade, que conjuntamente
afetam a mobilidade e capacidade funcional, com consequências diretas na
saúde e na realização das atividades da vida diária (AVD’s) do idoso. Todos
estes fatores afetam progressivamente a sua independência e qualidade de
vida (Chodzko-Zajko et al., 2009; Spirduso et al., 2005).
Matsudo & Matsudo (1992), referem através da literatura existente, que
os efeitos gerais do envelhecimento se podem classificar em cinco níveis
principais: antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar e neural.
A nível antropométrico constata-se uma diminuição da estatura,
principalmente nas mulheres, que segundo Spirduso et al. (2005), está
relacionado com o achatamento dos discos intervertebrais, com o
aparecimento da osteoporose, com o aumento da cifose dorsal, o arqueamento
dos membros inferiores e o achatamento do arco plantar. Existem também
mudanças ao nível da composição corporal, que afetam profundamente a
saúde e funcionalidade física nos idosos, provocadas pela acumulação
progressiva de gordura e a sua redistribuição dos depósitos centrais para os
depósitos viscerais (Fiatarone Singh, 2004; Janssen & Ross, 2005) e
diminuição da massa magra, principalmente a massa muscular, podendo essa
perda ser de 20 a 40% durante a vida adulta em indivíduos sedentários
(Fiatarone Singh, 2004). A acumulação de gordura, juntamente com a
diminuição da massa muscular, tem como consequência o aumento da massa
corporal nos idosos e tende a aumentar os riscos de doenças metabólicas e
cardiovasculares (Janssen & Ross, 2005). A densidade mineral óssea também
sofre uma diminuição, sendo esta mais acentuada se forem senhoras após a
menopausa, podendo levar a osteoporose. Com este cenário o risco de vir a
sobre quedas e fraturas é cada vez maior (Nelson et al., 2007).
A nível muscular, além das modificações referenciadas, Matsudo &
Matsudo (1992), mencionam que na terceira idade ocorre uma perda de 10-
20% da força muscular, existe uma menor tolerância ao exercício devido à
14
diminuição da habilidade para manter a força estática, a um maior índice de
fadiga, uma menor capacidade de hipertrofia, uma diminuição na capacidade
de regeneração muscular e uma diminuição do tamanho e número de fibras
musculares, principalmente as tipo II. Existe ainda uma diminuição na
velocidade de condução do sinal muscular e um maior limiar de excitabilidade
da membrana do músculo (Matsudo & Matsudo, 1992).
A nível cardiovascular, Susic (1997), refere que com o envelhecimento
existem modificações nos órgãos do aparelho cardiovascular, mais
especificamente, um aumento da rigidez vascular, um aumento da espessura
do ventrículo esquerdo e um aumento da circunferência das válvulas cardíacas,
trazendo consequências funcionais como a diminuição da frequência cardíaca,
diminuição do débito cardíaco máximo, diminuição do volume sistólico máximo,
que leva a uma diminuição da capacidade aeróbia máxima (VO2máx). Existe
também uma menor capacidade de transporte e utilização do oxigénio (O2)
pelos tecidos, levando a uma menor capacidade de adaptação e recuperação
ao exercício, além do aumento do débito de O2, do aumento da diferença
artério-venosa e do aumento da concentração de ácido láctico (Matsudo &
Matsudo, 1992).
A nível pulmonar, existe uma diminuição da capacidade vital, da
frequência e do volume respiratório e ainda uma diminuição da capacidade de
difusão pulmonar de O2 e uma menor mobilidade da parede torácica. Em
contrapartida, existe um aumento do volume residual, do espaço morto
anatómico e um aumento da frequência de ventilação, quando se encontra em
esforço físico (Matsudo & Matsudo, 1992).
A nível neuronal, existe uma diminuição do número e do tamanho dos
neurónios, uma diminuição da velocidade de condução venosa, uma
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e um aumento do tecido conectivo nos
neurónios. Todos estes fatores têm várias consequências funcionais no
quotidiano do idoso, como o aumento do tempo de reação e a diminuição da
velocidade de execução de movimentos (Matsudo & Matsudo, 1992).
Como já foi referido, um dos aspetos mais marcantes do envelhecimento
é a diminuição do VO2máx e do desempenho do músculo-esquelético (Holloszy,
15
1995 cit. por Chodzko-Zajko et al., 2009), que reduzem a tolerância ao
exercício e a capacidade funcional. Estes fatores vão diminuir a aptidão física
que, segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), se traduz como o estado de bem-
estar devido a um baixo risco de problemas prematuros de saúde, com energia
e vitalidade para participar em vários tipos de atividade física.
O risco relativo de desenvolver e, em alguns casos, morrer de doenças
crónicas como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, certos
tipos de cancro (mama e cólon) e, ainda, doenças do foro psicológico
(ansiedade, depressão e comprometimento cognitivo) vão aumentando à
medida que a idade avança (Chodzko-Zajko et al., 2009; Shephard, 1997).
No entanto, e apesar de todos estes fatores, Chodzko-Zajko et al.
(2009), referem que a idade é o primeiro fator de risco para o desenvolvimento
e progressão da maioria dos estados de doenças crónicas degenerativas, mas
que a atividade física regular pode modificar substancialmente este risco,
adiando a ocorrência de uma morte prematura e aumentando a esperança
média de vida.
2.2 – A atividade física na terceira idade e os seus benefícios
Oliveira & Maia (2001), referem que toda e qualquer atividade física
protagonizada pelo sujeito no seu dia-a-dia se encaixa na definição acima
referenciada, pois contribui para o dispêndio energético total. Logo, andar,
realizar as AVD’s, atividades de lazer e atividades desportivas mais ou menos
organizadas são exemplos de atividades físicas.
No entanto, exercício físico está relacionado com uma atividade
planeada, estruturada, repetitiva e executada de forma sistemática e periódica,
tendo o objetivo de manter ou melhorar um ou mais elementos da aptidão física
(Chodzko-Zajko et al., 2009). Segundo os mesmos autores, com o avançar da
idade as pessoas têm a tendência a movimentarem-se menos ou mesmo a
ficar sedentárias, havendo uma diminuição no volume e intensidade da
atividade física diária. Este decréscimo, associado ao processo natural do
envelhecimento, tem como consequência o declínio das várias capacidades
físicas e motoras e o aumento do risco de desenvolver doenças crónicas.
16
Os benefícios da atividade física diferem largamente entre indivíduos,
pois depende de como envelhecem e como se adaptam ao programa de
atividade física. Chodzko-Zajko et al. (2009), mencionam ainda que a
combinação de fatores genéticos juntamente com o estilo de vida contribuem
para a ampla variedade inter-individual vista em idosos. Tendo em conta estes
fatores, torna-se cada vez mais importante a existência de uma avaliação
médica cuidadosa, tendo em conta a história individual de vida e o estado atual
físico, psicológico e social do idoso (Spirduso et al., 2005). Após a avaliação do
quadro clínico, deve-se seguir uma prescrição de exercício individualizada, de
modo a aumentar os níveis de aptidão física e funcional dos idosos através da
exercitação das várias capacidades motoras (força, velocidade, resistência
aeróbia, equilíbrio, flexibilidade, coordenação, agilidade) (Carvalho & Soares,
2004; Chodzko-Zajko et al., 2009; Fiatarone Singh, 2004; Matsudo & Matsudo,
1992; Nelson et al., 2007). No entanto, a prescrição de atividade física deve ter
em conta os gostos pessoais de cada indivíduo, para que seja agradável e
motivante, devendo ter em conta também a sua tolerância ao exercício, com a
respetiva definição dos parâmetros da atividade física, isto é, a intensidade, a
frequência semanal, a ordem dos exercícios, intervalos de repouso e séries (se
for o caso).
Nelson et al. (2007), aconselham os idosos a exceder a quantidade
mínima recomendada de atividade física, no caso de possuírem as condições
de saúde necessárias para tal, pois esse aumento poderá implicar: uma
melhoria na aptidão física; um possível ganho na gestão de uma doença
existente, onde fosse conhecido que níveis elevados de atividade física têm
benefícios terapêuticos no tratamento da doença; a redução do risco de
contrair doenças crónicas prematuras e mortalidade relacionada com a
inatividade física; a promoção e manutenção da saúde do osso através do
aumento do trabalho de força e de atividades de maior impacto para a estrutura
músculo-esquelética; e a prevenção do aparecimento de gordura corporal
através da realização da atividade física e de uma boa dieta alimentar diárias,
atingindo assim um equilíbrio energético favorável à manutenção do peso
corporal ideal.
17
2.3 – A hidroginástica
A ligação do homem com a água através da exercitação em meio
aquático como método de relaxamento e cura já é antiga, pois Hipócrates, em
305 a.C., já utilizava a água como um meio de tratamento de doenças. A
população romana utilizava a água com finalidades recreativas e curativas,
através dos famosos banhos com quatro temperaturas diferentes, de acordo
com os objetivos pretendidos (Gonçalves, 1996).
A origem da hidroginástica pode ser dividida em quatro etapas distintas
de evolução: a primeira remonta à Grécia Antiga para fins profiláticos; a
segunda aos spas europeus do século XIX, localizados principalmente em
Espanha e na Alemanha, que desenvolveram um maior domínio científico; a
terceira aos spas japoneses do século XIX; e a quarta, à América nos finais dos
anos 60, onde aprofundaram o conhecimento europeu, levando-o para o treino
desportivo (Lindle, 2002; Rocha, 1994).
O termo Hidroginástica é, no entanto, um termo grego, que define a
modalidade como sendo a prática de exercícios na água, cujo corpo se
encontra na vertical, não sendo assim confundido com a natação (Rocha, 1994;
Yázigi, 2000). É também importante salientar que hidroginástica é uma
modalidade diferente de hidroterapia, apesar de ambas serem lecionadas em
meio aquático, uma vez que a hidroterapia é um tipo de programa no âmbito da
reabilitação e prevenção aquática específica, sob prescrição médica, em casos
de pós-operatório, pós-traumático ou determinadas patologias que necessitem
de um trabalho específico e individualizado, levado a cabo por um terapeuta ou
fisioterapeuta (Candeloro & Caromano, 2008; Yázigi, 2000). Através de um
programa de hidroterapia de baixa ou moderada intensidade é possível a
melhoria da flexibilidade e força muscular em mulheres idosas entre os 65 e 70
anos, previamente sedentárias (Candeloro & Caromano, 2008).
Para Proctor (2000), a hidroginástica pode ainda ser definida como uma
atividade aquática que promove e aumenta a condição física e mental, sendo
tipicamente realizada na posição vertical, em água rasa, onde os pés estão em
constante contacto com o fundo da piscina, ou em água profunda, onde os pés
18
não têm contacto com o fundo. Para intensidades diferenciadas existem vários
tipos de treino associados, como o treino aeróbio, o anaeróbio, o abdominal, o
intervalado, em circuito e o treino desportivo específico (AEA, 2008; Proctor,
2000).
Para Rocha (1994), esta é uma atividade destinada a uma população
muito heterogénea: desde o sedentário ao desportista de alto rendimento; do
jovem ao idoso; e do não nadador ao nadador. É um método seguro de manter
a condição física, pois mesmo as pessoas portadoras de algumas patologias
(articulares, da coluna, joelhos, tornozelos), grávidas, idosos e obesos podem
praticar esta atividade, sendo altamente beneficiados devido ao aproveitamento
da resistência da água, uma vez que esta oferece uma reduzida carga
mecânica sobre o aparelho locomotor, facilitando o treino físico com um mínimo
impacto articular, num ambiente supostamente descontraído e agradável do
ponto de vista psicológico, havendo desta forma um aproveitamento das
potencialidades deste meio (AEA, 2008; Barela & Duarte, 2008; Rocha, 1994).
Entre os benefícios do exercício realizado no meio aquático estão o
aumento dos níveis de força através da melhoria da resistência muscular
localizada; melhoria do condicionamento cardiorrespiratório através da
melhoria da resistência aeróbia e uma menor frequência cardíaca de repouso;
melhoria da flexibilidade; uma melhor composição corporal através da
diminuição da percentagem de massa gorda, que pode levar a uma diminuição
do risco de lesões articulares (AEA, 2008).
Para Tsourlou et al. (2006), ambos os membros (superiores e inferiores)
ajudam a melhorar a força muscular durante a realização de exercícios em
meio aquático, devido à resistência experienciada ao mover a água, pois a
resistência da água é 800 vezes maior que a resistência do ar (998,2 vs.
1,205kg·m-1a 20ºC e 760mmHg) (Caputo et al., 2006). A água cria resistência
em todas as direções, que é aproximadamente entre quatro e quarenta e duas
vezes maior que o fluxo do ar, dependendo da velocidade, tipo e área frontal do
movimento (Caputo et al., 2006).
Segundo Graef et al. (2010), a velocidade do movimento é um fator que
exerce uma grande influência na resistência oferecida pela água, pois a
19
execução em velocidade máxima aumenta a resistência e a força necessária
para a transpor. Já a realização lenta do movimento, usando, por exemplo, um
equipamento aquático com uma larga área frontal, não parece contribuir para o
aumento da força muscular.
Segundo Tsourlou et al. (2006), uma intervenção adequada ao nível do
treino em meio aquático é uma excelente ajuda, pois as reduções
neuromusculares que ocorrem com a idade não são tão intensas, devido ao
trabalho muscular que é executado e ao aumento da força muscular.
Pöyhönen et al. (2001), realizaram um estudo em que puderam observar
que o treino de resistência em meio aquático pode levar ao aumento de
adaptações funcionais e hipertróficas num sistema neuromuscular saudável,
quando um movimento é realizado várias vezes. Este estudo torna-se então
importante, uma vez que a maioria dos exercícios realizados no meio aquático
é de múltiplas repetições, com uma determinada intensidade. Logo, o padrão
de contração muscular num ambiente aquático é relevante para a
funcionalidade do movimento, podendo ou não envolver o ciclo de
alongamento-encurtamento (CAE).
Atualmente existem muitas variantes e programas de Hidroginástica,
apresentados por Yázigi (2000) e pela AEA (2008), como a aeróbica aquática,
a dança aquática, deepwater, jogging aquático, step aquático, treino localizado
e atividades realizadas por estações ou em circuito, técnicas de relaxamento
(ai-chi, watsu), aqua-sport, aqua-combat, aqua-bike, hidro-kids, treino
pliométrico (trabalho de potência muscular, velocidade e impulsão através da
realização de saltos e multi-saltos), hip-pop aquático e aqua-gym. Estas
variantes diferenciam-se pelo seu objetivo, meio, método de trabalho e
planeamento do próprio instrutor. Para Denning et al. (2012), as variantes mais
referenciadas da hidroginástica são aulas em piscina rasa (shalow water), em
piscina funda (deep water), exercícios calisténicos, exercícios em passadeira
subaquática, onde ocorre em cada tipo de variante uma resposta fisiológica e
biomecânica diferenciada.
Benelli et al. (2004), ao analisar as respostas fisiológicas (frequência
cardíaca e os níveis de lactato) em senhoras saudáveis e jovens com uma
20
média de idades de 27,4 anos, em três diferentes locais (meio terrestre, em
piscina rasa e em piscina profunda), puderam concluir que os exercícios
realizados em meio aquático reduzem significativamente a frequência cardíaca
e os níveis de lactato, comparativamente ao meio terrestre, tornando-se um
meio propício para exercícios de baixo impacto para pessoas idosas ou com
lesões/ incapacidades melhorarem a sua capacidade física.
Barbosa et al. (2007), realizaram um estudo idêntico, no entanto
analisaram mais variáveis fisiológicas (frequência cardíaca, consumo de
oxigénio, a taxa de perceção de esforço e o dispêndio energético), e
compararam-nas em meio terrestre, em piscina com água pela cintura e com
água pelo apêndice xifoide. Estes autores comprovaram que as respostas
fisiológicas eram mais elevadas quando os exercícios eram realizados no meio
terrestre. Além disso, quando os exercícios foram realizados no meio aquático,
as respostas fisiológicas foram mais elevadas quando a água estava pela
cintura. Estes resultados podem estar relacionados com o sistema de
termorregulação, pois a cabeça, o tronco e os braços estavam emersos num
local quente; e por razões biomecânicas, devido à baixa flutuação, à força de
reação ao solo e à atividade neuromuscular. Em suma, a profundidade da água
pela cintura deve ser evitada porque não é possível obter os benefícios
pretendidos aquando da realização de exercícios em meio aquático.
Meredith-Jones et al. (2011), sugerem que a realização de exercícios em
meio aquático, em piscina com água profunda ou rasa, pode beneficiar a
aptidão cardiorrespiratória, os níveis de força muscular e a distribuição de
gordura corporal. No entanto, refere também que o efeito sobre o perfil lipídico,
a massa corporal e o metabolismo dos hidratos de carbono é indeterminado,
logo para potenciar os efeitos do exercício em meio aquático é necessário ter
em atenção a profundidade da água, a intensidade, a frequência e a duração
das sessões.
Com o objetivo de aumentar o leque de opções e o grau de dificuldade
dos exercícios, é possível adicionar materiais de arrasto (luvas, aqua-flaps), de
flutuação (caneleiras, halteres e noodles) ou de apoio (cintos) (AEA, 2008).
Para Colado & Triplett (2009), existem dois tipos principais de equipamento
21
aquático: os equipamentos de flutuação, que têm a capacidade de gerar tensão
muscular ou força, quando são movidos na direção oposta à força de flutuação;
e os equipamentos de superfície, que têm a capacidade de gerar tensão
muscular quando são movidos em direção oposta ao movimento da água.
Deste modo, a força de arrasto é responsável pela resistência resultante
durante a utilização do equipamento de superfície, estando a sua magnitude
determinada pela área de superfície, formato e velocidade do movimento.
Segundo Yázigi (2000) e a AEA (2008), os idosos são o tipo de
população que mais procura este género de aulas devido às características
únicas da água e à sua condição física diminuída derivada, por exemplo, da
osteoporose. Este tipo de aulas privilegia, para além das componentes
principais da aptidão física (resistência, força, flexibilidade e composição
corporal), as componentes secundárias (equilíbrio, coordenação, velocidade,
potência, agilidade e tempo de reação) (AEA, 2008; Yázigi, 2000). Nikolai et al.
(2009) comprovaram que este tipo de exercício preenche os requisitos da
American College of Sports Medicine (ACSM), para melhorar e manter os
níveis de aptidão cardiorrespiratória.
As atividades desenvolvidas no meio aquático estão voltadas para a
melhoria da capacidade do indivíduo, manutenção da saúde, condicionamento
físico e como forma de lazer (Bravo et al., 1997). Para Murcia et al. (2008), as
razões para a prática de atividade física na água estão relacionadas com a
autodeterminação, satisfação, bem-estar, saúde e aptidão física, tendo as
mulheres maiores níveis que o homens, e a população idosa maiores níveis
que os jovens.
Como já foi referido anteriormente, o meio aquático apresenta várias
vantagens comparativamente ao meio terrestre, devido às propriedades físicas
únicas do meio aquático, entre as quais destacam-se a flutuação, a pressão
hidrostática e a viscosidade (AEA, 2008). Relativamente à flutuação, o princípio
de Arquimedes descreve esta propriedade, indicando que a perda de peso de
um corpo submerso é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo. Isto é,
quando um indivíduo está de pé dentro de água sofre a ação de duas forças
opostas: da gravidade, que é a força vertical exercida de cima para baixo; e a
22
da flutuação, que é a força vertical exercida de baixo para cima.
Consequentemente, a magnitude da flutuação depende do tamanho e da
densidade do corpo submerso, logo, um corpo compacto e mais denso irá
deslocar uma quantidade relativamente pequena de água, dependendo
também da capacidade pulmonar e da percentagem de gordura. Tendo em
conta o que foi enunciado, é possível concluir que a flutuação diminui os efeitos
da gravidade e reduz o peso suportado pelo corpo e a compressão exercida
nas articulações (AEA, 2008).
A pressão hidrostática, segundo a Lei de Pascal, é a pressão que é
exercida igualmente por toda a superfície de um corpo submerso em repouso,
a uma determinada profundidade (AEA, 2008). Esta pressão aumenta de
acordo com a profundidade e com a densidade do fluido, podendo causar uma
diminuição do inchaço e da pressão arterial, com especial ênfase nas
extremidades inferiores, pois estão mais submersas (AEA, 2008). Tal facto,
segundo estes autores, compensa a tendência do sangue ficar estagnado nas
extremidades inferiores e ajuda no retorno venoso para o coração. Esta
propriedade pode ainda afetar os sistemas cardiovascular e respiratório
ajudando no condicionamento dos músculos usados na inspiração e na
expiração devido à sua ação na caixa torácica (AEA, 2008).
A viscosidade acontece quando existe fricção entre as moléculas de um
líquido, provocando a resistência à ação, tendo por consequência o aumento
da intensidade do movimento (AEA, 2008). O arrasto é a resistência que se
sente ao movimentar a água, sendo uma combinação da viscosidade da água,
da forma e do tamanho do sujeito submerso e é relativo à velocidade do
indivíduo em relação à água (AEA, 2008). Na água, a resistência frontal resulta
das forças horizontais da água, estando relacionada com a viscosidade da
água, que influencia a intensidade do exercício (AEA, 2008).
O treino de força começa a ser cada vez mais explorado no meio
aquático, sendo aplicados os mesmos princípios que no meio terrestre (como a
individualidade, a especificidade e a sobrecarga progressiva) e ainda a
manipulação das mesmas variáveis (como as séries, repetições e sessões). No
entanto, existem outras variáveis que são mais difíceis de adaptar e quantificar,
23
como é o caso da intensidade, devido às características da água, como a
flutuação e a resistência da água (Souza et al., 2010). Estes autores referem
também que a resistência imposta pela água é suficiente para produzir
melhorias na capacidade muscular, sendo importante a ocorrência de um
volume moderado a alto para criar as devidas alterações fisiológicas.
Segundo Colado & Triplett (2009), a força é uma capacidade
neuromuscular que tem como objetivo superar a resistência externa, onde se
pode recorrer a halteres, bandas elásticas, equipamento aquático ou utilizando
apenas o movimento na água, através da produção de força. No entanto, para
que existam melhorias ao nível do desempenho físico e da saúde, estes
autores referem que é necessário haver tensão muscular a uma determinada
intensidade para criar adaptações fisiológicas adequadas, o que no meio
aquático é difícil de quantificar.
Raffaelli et al. (2010), realizaram um estudo onde concluíram que a
intensidade dos exercícios pode variar consoante o tipo de exercício e a
frequência a que é realizado, no entanto, a combinação de exercícios não
altera a intensidade de cada exercício realizado individualmente. Estes autores
acrescentam ainda que, a medição da frequência cardíaca é um bom método
de medição da intensidade do exercício realizado em meio aquático, estimando
assim o consumo de oxigénio, e se tal não for possível, deve-se utilizar a
escala de perceção subjetiva de esforço de Borg, por exemplo.
Segundo Neves & Doimo (2007), a escala de perceção de esforço (EPS)
é um método de fácil utilização para controlo do esforço, que ajuda a controlar
a intensidade da atividade sem praticar excessos. A utilização desta escala
baseia-se no pressuposto de que os ajustes fisiológicos, decorrentes do stress
físico, produzem sinais sensoriais aferentes, oriundos do sistema
cardiovascular e neuromuscular, capazes de alterar a perceção subjetiva do
esforço (Neves & Doimo, 2007). Para Alberton et al. (2007), o exercício no
meio aquático deve ser prescrito com base na taxa subjetiva de perceção de
esforço, no VO2 máx. ou na frequência cardíaca, porque para a mesma cadência
musical podem existir diferentes níveis de consumo de oxigénio e de
frequência cardíaca.
24
2.4 – O método pliométrico
O método pliométrico começou a ser reconhecido no início de 1970, pois
os atletas provenientes do leste da europa dominavam os eventos que estavam
relacionados com potência e força muscular (Stemm & Jacobson, 2007).
O exercício pliométrico é um tipo de exercício explosivo e influencia
positivamente o desenvolvimento da potência muscular e da massa óssea;
melhora a performance atlética, a altura num salto vertical, a coordenação, a
propriocepção, força máxima e balística; ajuda a reduzir e prevenir lesões
devido ao aumento da estabilidade dinâmica, por exemplo, do joelho (Chimera
et al., 2004; Ebben, VanderZanden, et al., 2010; Jensen & Ebben, 2007;
Leissring et al., 2010; Miller et al., 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).
Este método pode ajudar a melhorar o equilíbrio, mas, segundo Petushek et al.
(2010), alguns aspetos continuam por explicar.
Os efeitos do exercício e treino pliométrico dependem das várias
características de cada sujeito, como o nível de treino, o sexo, a idade, a
atividade desportiva que pratica e a familiaridade com o método em si (Sáez-
Sáez de Villarreal et al., 2010).
Este tipo de exercício envolve a realização de uma contração excêntrica
seguida imediatamente de uma contração concêntrica (Arazi & Asadi, 2011;
Chimera et al., 2004; Markovic, 2007; Pezzullo et al., 1995; Robinson et al.,
2004; Stemm & Jacobson, 2007).
Pezzullo et al. (1995), referiam-se à fase excêntrica como sendo um pré-
alongamento que antecedia a contração concêntrica, sendo considerada a fase
mais importante do exercício devido à ocorrência da excitabilidade dos
recetores neurológicos. Esta fase melhora a performance e,
consequentemente, a reatividade do sistema neuromuscular, induzindo
alterações no fuso muscular, nos órgãos tendinosos de Golgi (OTG), no reflexo
de alongamento miotático e na elasticidade do músculo (Chimera et al., 2004;
Pezzullo et al., 1995; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).
Segundo Stemm & Jacobson (2007), as contrações excêntricas e
concêntricas estão separadas por um período de amortização onde ocorre a
25
rápida transição entre as duas contrações. Esta transição envolve o CAE e o
reflexo de alongamento miotático, que é definido como sendo um atraso
electromecânico entre as contrações excêntrica e concêntrica. Segundo
Chimera et al. (2004), o reflexo miotático é iniciado durante a fase excêntrica e
ajuda no recrutamento de unidades motoras durante a contração concêntrica,
que acontece logo depois.
A contração excêntrica estimula o fuso muscular, as propriedades
elásticas do músculo e o respetivo tecido conjuntivo em série e em paralelo,
que permite ao músculo armazenar energia durante a fase de desaceleração e
libertar essa mesma energia durante a fase de aceleração, coadjuvando e
potenciando assim a ocorrência da contração concêntrica (Chimera et al.,
2004; Miller et al., 2007; Stemm & Jacobson, 2007).
Os OTG, tal como o fuso muscular, são sensíveis à tensão e estão
localizados na junção músculo-tendinosa, na origem e na inserção do músculo.
A sua estimulação inibe as fibras musculares extrafusais agonistas, protegendo
o músculo da ocorrência do excesso de contração ou alongamento (Chimera et
al., 2004; Pezzullo et al., 1995). No entanto, depois do exercício pliométrico, os
OTG são dessensibilizados, permitindo às componentes elásticas do músculo
submeterem-se a um maior alongamento (Chimera et al., 2004).
Quando acontece a combinação do reflexo de alongamento juntamente
com a energia elástica armazenada, ocorre uma contração concêntrica de
maior potência (Chimera et al., 2004). Por outro lado, é necessário que a
contração concêntrica siga a aplicação da carga e que a contração excêntrica,
ocorrida imediatamente antes, seja rápida (Pezzullo et al., 1995).
2.4.1 – Os exercícios pliométricos
Segundo Robinson et al. (2004), os exercícios pliométricos podem-se
realizar ao nível dos membros superiores e inferiores. Para os membros
superiores, este método pode ser bastante importante, por exemplo, na
reabilitação de um atleta com uma lesão ao nível do ombro, como relata
Pezzullo et al. (1995).
26
Para os membros inferiores, o treino pliométrico inclui, principalmente, o
squat jump (SJ), o countermovement jump (CMJ) e o drop jump (DJ) (Miller et
al., 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010). Tendo como base estes
exercícios, é possível realizar outros saltos, que podem envolver o CAE,
podendo ser realizados com carga ou com equipamento adicional, sendo que
Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010) referem que estes podem não trazer
ganhos significativos, porque aumentam a resistência no movimento e o tempo
de contacto e, quanto maior for esse tempo, menos eficaz será o CAE. No
entanto, Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), consideram que a
utilização de equipamento no meio aquático, além de aumentar a intensidade
do movimento, pode contrabalançar o facto da massa corporal aparente ser
menor dentro de água. Desta forma, o equipamento pode ajudar no aumento
da força concêntrica e na diminuição das forças de impacto, tal como indica o
estudo de Triplett et al. (2009).
Segundo Miller et al. (2007), o SJ é definido através da realização de um
agachamento, realizando uma contração isométrica do músculo quadricípite,
seguido de um salto para cima e realizando a receção ao solo com os dois pés
em simultâneo em cima de uma plataforma de força. No CMJ, o salto começa
com o indivíduo numa posição ereta, depois quando o sujeito recebe o
comando para saltar, realiza um agachamento, salta para cima e realiza a
receção ao solo com os dois pés em simultâneo na plataforma de força (Miller
et al., 2007). No DJ, os sujeitos iniciam o salto de cima de uma caixa, neste
caso de 15 cm de altura, saltam de cima da caixa para a plataforma e realizam
logo de seguida um CMJ (Miller et al., 2007).
Para Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), a performance é mais elevada
em exercícios de DJ, seguidos dos CMJ, e por fim os SJ. No entanto, esta
disposição é determinada pelas características do movimento e pelas
diferentes utilizações do CAE. Para estes autores, o SJ consiste apenas na
contração concêntrica no momento da impulsão do movimento, enquanto o
CMJ envolve as contrações excêntrica e a concêntrica.
Segundo Jidovtseff et al. (2010), o CMJ melhora significativamente a
altura do salto, o pico concêntrico de velocidade e de potência, mas não o pico
27
de força, não havendo evidências que o pico de força seja maior com o CMJ do
que com o SJ.
O SJ não manifesta o CAE e é o tipo de exercício pliométrico que menos
lesões provoca, logo é o mais adequado para pessoas com patologias e/ou
lesionadas em fase de recuperação, pois tem efeitos positivos no aumento da
performance muscular (Randell et al., 2010).
2.4.2 – Os meios onde ocorrem os exercícios pliométricos
Existem estudos que analisam os exercícios pliométricos apenas uma
vez, havendo a comparação de diferentes tipos de salto, tipos de população-
alvo e de ambientes, como os estudos de Triplett et al. (2009) e de Colado,
Garcia-Masso, González, et al. (2010). No entanto, também existem estudos
que comparam a realização da mesma tipologia de exercício ao longo do
tempo, envolvendo assim outras características, como os estudos de Robinson
et al. (2004), Miller et al. (2007), Stemm & Jacobson (2007) e Arazi & Asadi
(2011).
São vários os ambientes onde ocorrem os exercícios pliométricos, no
entanto os mais referenciados são o meio terrestre, como o chão de um
ginásio, a areia, a relva ou o tapete, e o meio aquático, onde a recolha é
realizada dentro de uma piscina.
Segundo Ebben, Flanagan, et al. (2010), os exercícios pliométricos não
devem ser realizados em superfícies muito duras ou moles, pois estas
superfícies potenciam o risco de lesão ou então prolongam em demasia a fase
de amortização do exercício, respetivamente. No estudo promovido por estes
autores, foi possível comprovar que as características de impulsão e receção
foram semelhantes entre a superfície rígida e o tapete, logo o tapete não
prolonga o CAE. No entanto, no meio aquático, a impulsão e a receção foram
menores e o tempo da fase excêntrica foi maior do que nos outros tipos de
superfícies, logo o meio aquático pode não ter estimulado de forma ótima o
CAE.
Miller et al. (2007), realizaram um estudo em que se propuseram a
comparar os efeitos da profundidade da água (peito e cintura) sobre o aumento
28
da força, potência e salto vertical através do treino pliométrico (SJ, CMJ e DJ)
em meio aquático. Os autores puderam concluir que não existiram diferenças
estatisticamente significativas na produção de força e na altura atingida entre
os vários saltos executados. Concluíram ainda que o grupo com água pela
cintura obteve melhores resultados na altura do salto do que o grupo com água
pelo peito, apesar das diferenças de não serem significativas.
Stemm & Jacobson (2007), realizaram um estudo em que compararam a
performance do salto vertical, através da realização de SJ, side hops, knee-
tuck jumps, no meio terrestre e aquático. As conclusões retiradas do artigo são
a existência de uma resposta similar conseguida nos dois meios e a redução
da força na receção ao solo devido à densidade da água, minorando assim o
potencial de lesão do músculo.
Arazi & Asadi (2011), compararam o efeito do mesmo treino pliométrico
(SJ e saltos ao nível do tornozelo) no meio aquático e no meio terrestre, com o
objetivo de avaliar a força muscular dos membros inferiores, o sprint e o
equilíbrio. Estes autores comprovaram que o meio aquático promove maiores
níveis de força e sprint que o meio terrestre, mas que por outro lado, o meio
terrestre promoveu melhores níveis de equilíbrio dinâmico que o meio aquático.
Este facto deve-se, principalmente, à diminuição da “massa corporal aparente”,
que diminuiu o stress muscular nos membros inferiores, reduzindo o impacto
nas articulações e, por consequência, diminuiu a manifestação dos recetores
propriocetivos. A força máxima, medida através de uma repetição máxima
(1RM), foi maior no meio aquático do que no meio terrestre, apesar de não
serem diferenças estatisticamente significativas. Arazi & Asadi (2011), referem
ainda que ambos os meios promoveram um aumento semelhante do
recrutamento de unidades motoras dos músculos agonistas, logo promoveram
o aumento da força de modo semelhante.
Em diferentes estudos, realizados com a mesma amostra, Colado,
Garcia-Masso, González, et al. (2010), analisaram e compararam a execução
de SJ a dois pés dentro e fora de água e Triplett et al. (2009), analisaram e
compararam a execução de SJ a um pé, nos mesmos meios. Segundo estes
autores, é possível afirmar que no meio aquático o impacto está reduzido e que
29
produz menos pressão no músculo, osso e tecido conjuntivo quando é
comparado com o meio terrestre. A flutuação, que reduz o suporte da massa
corporal nos membros, e o aumento da resistência ao movimento, devido à
viscosidade e densidade da água, são duas das propriedades apontadas por
Robinson et al. (2004) e Miller et al. (2007) que possibilitam tais conclusões.
A flutuação, já descrita anteriormente, provoca uma diminuição da
“massa corporal aparente” relativamente ao grau de submersão, logo, quanto
mais submerso estiver o corpo menor será a “massa corporal aparente” (Miller
et al., 2007).
As atividades que exigem o suporte da massa corporal em meio terrestre
são atividades de grande stress ao nível dos membros e esse stress é reduzido
em meio aquático devido ao efeito da flutuação. O treino de exercícios
pliométricos no meio aquático é um método que pretende diminuir as forças de
impacto e um potencial trauma nas articulações e tecidos conjuntivos,
promovendo uma resistência ao movimento, que não acontece quando o
mesmo exercício é realizado em meio terrestre (Colado, Garcia-Masso,
González, et al., 2010; Robinson et al., 2004; Triplett et al., 2009).
No estudo de Stemm & Jacobson (2007), a água estava ao nível do
joelho, confirmando o que foi referido por Miller et al. (2007), ou seja, a
profundidade da água é um fator essencial quando o objetivo é aumentar a
massa muscular. Alguns estudos consideraram que a profundidade ideal é pelo
peito, mais propriamente no apêndice xifoide, em que cerca de 70% do corpo
está submerso (Arazi & Asadi, 2011), pois existe uma diminuição da força de
impacto comparando com atividades realizadas em terra (Barela & Duarte,
2008; Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Roesler et al., 2006;
Triplett et al., 2009).
Roesler et al. (2006), referem que a profundidade da água provoca
alterações na força de reação ao solo, principalmente na componente vertical
(Fy), ou seja, a força de reação ao solo tende a ser maior quanto menor for o
nível de profundidade da água. No entanto, segundo o mesmo autor, podem
existir alterações da força de reação ao solo com o mesmo nível de imersão,
devido à posição dos membros superiores na água e devido à velocidade do
30
movimento, apesar da velocidade do movimento exercer maior influência na
componente ântero-posterior (Fx).
A profundidade da água além de influenciar a “massa corporal aparente”,
também influência o reflexo de alongamento, porque se a profundidade da
água for muito elevada pode inibir a ocorrência do mesmo (Miller et al., 2007).
Durante a execução de exercícios pliométricos em meio aquático pode
acontecer a diminuição da velocidade do CAE nos membros inferiores,
especialmente nos joelhos, afetando as propriedades elásticas do músculo. As
contrações excêntricas e concêntricas do membro inferior podem ser mais
lentas devido à resistência da água, tornando todo o movimento mais lento
(Ebben, Flanagan, et al., 2010; Miller et al., 2007).
2.4.3 – As variáveis num programa de exercícios pliométricos
Um programa de exercícios pliométricos requer a compreensão de
várias variáveis, como o modo do exercício, a frequência, o volume, a duração
do programa, o tempo de recuperação muscular após o esforço, a progressão
e a intensidade (Jensen & Ebben, 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).
No entanto, Jensen & Ebben (2007) destacam a importância da
intensidade, que é determinada pelo número de pontos de contacto durante a
receção ao solo, pela velocidade e altura do movimento e pela massa corporal
do indivíduo que realiza o salto.
Jensen & Ebben (2007) e Ebben, VanderZanden, et al. (2010), referem
que a intensidade, que se traduz pelo stress presente no músculo, nos tecidos
conjuntivos e nas articulações, é classificada através de variáveis como a taxa
de desenvolvimento da força, a força de reação do solo (FRS) e a força de
reação das articulações. No entanto, estes valores estão dependentes do tipo
de tipo de salto que estiver envolvido.
A intensidade dos saltos pliométricos pode ser explicada diretamente
através do pico de força concêntrica e da taxa de desenvolvimento da força
concêntrica (Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Jensen & Ebben,
2007; Miller et al., 2007; Triplett et al., 2009). No meio aquático, a resistência
da água induz o aumento da intensidade, porque para se atingir a mesma
31
altura de salto que no meio terrestre é necessário um maior esforço devido às
forças de frenagem da água, tornando-se assim um método de treino para
aumentar altura dos saltos pliométricos, sem aumentar o risco de lesões
(Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Miller et al., 2007; Triplett et al.,
2009).
Ebben, VanderZanden, et al. (2010), indicam que é possível quantificar a
intensidade através das características das fases de impulsão, aérea e receção
de cada exercício pliométrico. As variáveis dependentes avaliadas foram a FRS
da impulsão, a altura e potência do salto, a taxa de desenvolvimento da força e
a FRS na receção ao solo. A FRS na impulsão foi definida como sendo o valor
de força mais elevado obtido a partir do registo do tempo para a fase de
impulsão de cada salto; a altura do salto e a potência foram calculados no
tempo da fase aérea, através de equações; a taxa de desenvolvimento da força
foi definido através do primeiro pico da FRS menos a FRS inicial a dividir pelo
tempo do primeiro pico de FRS menos o tempo inicial da FRS e normalizado ao
segundo; a FRS na receção ao solo é definida pelo valor mais elevado durante
a receção ao solo.
Petushek et al. (2010), referem que a intensidade da fase de receção ao
solo pode ser medida através da dificuldade em adquirir a estabilização
postural dinâmica e pode ser quantificada pelo tempo até à estabilização.
Através do estudo destas variáveis obtiveram os seguintes resultados: a média
dos SJ para o tempo até à estabilização foi maior apenas em relação aos line
hops e aos cone hops, devido ao SJ não ativar o CAE; o CMJ com uma perna
foi o exercício que originou maior tempo para a aquisição da estabilização, pois
tem menor base de apoio, logo o salto com uma perna é o exercício pliométrico
mais intenso.
Estes resultados confirmam o que tinha sido divulgado por Jensen &
Ebben (2007), que realizaram um estudo em que examinaram a taxa de
desenvolvimento da força excêntrica, o pico da FRS, a FRS relacionada com a
massa corporal, a força de reação nas articulações do joelho e a força de
reação nas articulações do joelho relacionada com a massa corporal. Estes
autores, com este estudo, puderam concluir que a FRS e a FRS relacionada
32
com a massa muscular não foi estatisticamente diferente entre os diferentes
saltos; o salto com uma perna revelou ter valores mais elevados de força de
reação na articulação do joelho, pelo facto da força de reação estar
concentrada apenas num membro inferior; os valores de força de reação nas
articulações do joelho relacionado ou não com a massa corporal foram os
valores mais elevados na realização de pike jump, truck jump e salto com uma
perna.
Para alguns autores, como Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), o
aumento da performance muscular através de exercícios pliométricos, não é
determinada pelo nível inicial de força, logo as pessoas destreinadas podem
obter ganhos maiores de força do que pessoas treinadas, nas primeiras
semanas de treino.
Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), indicam que os ganhos são
similares quando são comparados homens e mulheres, no entanto isso pode
estar relacionado com as diferenças entre os tamanho das amostras. No
entanto, a capacidade de uso do CAE parece ser maior nos homens (64.1%)
que nas mulheres, devido a várias características que podem influenciar: as
mulheres têm uma maior quantidade de fibras tipo I; o grau de inibição do
sistema nervoso e as características morfológicas, como é o caso do
comprimento fascicular dos músculos e os ângulos de penação, são diferentes
entre homens e mulheres. Segundo o mesmo estudo, a capacidade de
armazenar e utilizar a energia elástica é superior nas senhoras quando o
alongamento muscular é curto, e inferior quando o alongamento muscular é
grande, pois os homens possuem maior capacidade de induzir o alongamento
muscular. No entanto, estas características dependem das diferenças de
género ao nível da rigidez muscular e da capacidade de inibição do sistema
nervoso central.
A melhoria da força é significativamente maior quando os exercícios
pliométricos são combinados com outro tipo de exercícios, como o tradicional
treino de força ou a electroestimulação, porque existe maior estimulo (Arazi &
Asadi, 2011; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).
33
2.4.4 – As lesões
Robinson et al. (2004) e Arazi & Asadi (2011), indicam que o exercício
pliométrico está, por vezes, associado a lesões e a dores musculares devido à
intensa contração excêntrica, às FRS e a forças externas que atuam sobre as
articulações, que momentaneamente transpõem a integridade estrutural do
músculo, ossos e tecidos conjuntivos.
A dor muscular de início tardio é comum nos exercícios pliométricos e é
caracterizada por aparecer horas após a realização dos exercícios, sendo uma
resposta normal a uma extensão incomum, que faz parte de um processo de
adaptação que leva a níveis maiores de força enquanto o músculo recupera e
constrói (Robinson et al., 2004). No entanto, se este método não for controlado
pode levar a lesões musculares, levando à perda temporária da amplitude de
movimento, ao inchaço intramuscular, edema e ao declínio da produção de
força (Robinson et al., 2004).
Stemm & Jacobson (2007), concordam com estes autores,
acrescentando que a contração excêntrica, que está relacionada com o CAE, e
os DJ produzem significativamente maior dor muscular de início tardio que as
contrações concêntricas, mas que a atividade da creatina kinase após o
exercício é semelhante nos três tipos de exercício.
Martel et al. (2005), concluíram no seu estudo com jovens atletas de
voleibol do sexo feminino, que a realização de exercícios pliométricos, neste
caso de CMJ, em meio aquático ajuda a diminuir a dor muscular e o excesso
de treino, comparado com a realização dos mesmos exercícios em meio
terrestre. Este método de treino pliométrico em meio aquático ajuda também no
aumento da força muscular, se for implementado um tipo de programa
específico.
A realização de alguns exercícios pliométricos provocam lesões porque
a fadiga altera o controlo motor, que por sua vez aumenta a força de
cisalhamento tibial e a tensão no ligamento cruzado anterior (Leissring et al.,
2010). Em estado avançado, podem ocorrer patologias relacionadas com os
tendões, que se não forem tratadas, podem levar à rutura dos mesmos
(Leissring et al., 2010; Stemm & Jacobson, 2007).
34
Leissring et al. (2010), estudaram a relação entre o pico da FRS e a
força de reação da articulação do joelho (FRAJ) através da realização de
exercícios pliométricos, tendo-se verificado que o pico da FRS foi mais elevado
que o pico da FRAJ. Deste modo, a FRS pode ser uma viável alternativa para
avaliar a FRAJ, através da utilização de uma plataforma de força, permitindo
assim quantificar a força de impacto durante a receção ao solo dos exercícios
pliométricos (que é uma das muitas variáveis associadas à lesão da articulação
do joelho) de uma forma mais eficaz, permitindo assim prevenir lesões e
adequar a progressão dos exercícios.
Chimera et al. (2004), estudaram o efeito do treino pliométrico sobre a
ativação muscular em 20 atletas do sexo feminino e puderam concluir que o
treino pliométrico potenciou o aumento da estabilidade dos joelhos, beneficiou
a ocorrência de adaptações neuromusculares nos músculos adutores da anca,
na pré-ativação dos músculos adutores e a co-ativação dos músculos adutores
e abdutores aumentaram, logo beneficiou a prevenção de lesões ao nível do
joelho.
Segundo Stemm & Jacobson (2007) é necessário ter cuidado com a
utilização de exercícios pliométricos com apenas uma perna, devido à maior
percentagem de força num único membro, havendo uma maior predisposição
para a ocorrência de lesões. No entanto, segundo Triplett et al. (2009), os
saltos com uma perna podem promover melhorias funcionais em contexto do
quotidiano e desportivo, e a sua execução em meio aquático pode reduzir o
risco de lesões durante a fase de receção ao solo, mas para tal é necessário
ter atenção em que condições são realizados os exercícios.
Tendo em conta o que já foi referido acerca do meio aquático, é possível
dizer que este é um meio terapêutico e de reabilitação, propício para pessoas a
quem foi diagnosticado artrite ou lesões músculo-esqueléticas, ou mesmo
idosos, pessoas obesas ou grávidas, que necessitam de exercícios com
impacto reduzido nas suas articulações devido a fadiga, lesão ou incapacidade.
No meio aquático é possível a melhoria da performance muscular, com o
aumento da massa muscular e da densidade mineral óssea, através da devida
progressão e supervisão, com menos risco de lesão para músculos, ossos e
35
articulações, ajudando assim na redução da dor muscular de início tardio (Arazi
& Asadi, 2011; Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Robinson et al.,
2004; Triplett et al., 2009).
2.5 – A sarcopenia
A palavra sarcopenia tem origem grega, podendo ser dividida em
“sarco”, que significa músculo e “penia”, que significa perda (D. Beas-Jiménez
et al., 2011; Morley et al., 2001). A Sarcopenia é traduzida pela perda de
músculo e de força muscular que acontece, universalmente, com o avançar da
idade, sendo visível nos idosos (Roubenoff, 2000; Roubenoff & Hughes, 2000).
É um processo que afeta todos os idosos, mesmo os atletas que continuam
fisicamente ativos na terceira idade, apesar de sofrerem uma menor redução
da massa e força muscular (Roubenoff, 2000; Roubenoff & Hughes, 2000).
Segundo Roubenoff et al. (1997), a sarcopenia que acontece
naturalmente com a idade é distinta da perda de músculo, com conservação da
massa corporal total, que é causada por citocinas e, consequentemente, por
doença inflamatória, que se chama caquexia; ou da perda de peso involuntária
associada à perda de massa muscular, causada por fome ou doença
avançada.
Para Roubenoff (2000), não existe um valor absoluto de massa e força
muscular a partir do qual se possa afirmar que a sarcopenia está presente. O
começo da sarcopenia, como um problema clínico, depende de vários fatores,
como o nível inicial de massa muscular e a sua taxa de declínio, o estilo de
vida e os níveis de atividade física do indivíduo (Roubenoff & Hughes, 2000).
Segundo estes autores, as determinantes da sarcopenia e da osteopenia são
uma combinação de fatores genéticos e ambientais, com interação entre os
dois fatores.
Relativamente a massa magra, Roubenoff (2000), refere que existe uma
ligação estrutura/função entre a força e a massa muscular, pois a existência de
maior quantidade de músculo corresponde a uma maior quantidade de força e
vice-versa (Roubenoff, 2000). No entanto, a relação entre a perda de músculo
e a perda de força não é igual à aplicada aos ganhos de massa e força
36
muscular, uma vez que existem intervenções farmacológicas através da
hormona do crescimento e de testosterona que aumentam a quantidade de
massa muscular, mas que não aumentam a força muscular (Roubenoff, 2000).
Já a atividade física, mais especificamente o treino de força, tende a aumentar
os níveis de força, mas não há, necessariamente, uma proporção em termos
de ganhos de hipertrofia muscular, principalmente nos primeiros meses de
treino (Roubenoff, 2000).
Segundo Roubenoff (2000), existe um limite de perda de massa
muscular (cerca de 40%) que não é compatível com a vida e que está
relacionada com fatores ambientais e doença. São várias as doenças
associadas a indivíduos que tenham sarcopenia, como a osteoporose,
resistência à insulina, obesidade, artrite, entre outras (Deschenes, 2004). Além
disso, segundo este autor, a diminuição da força muscular nos idosos leva ao
aumento da probabilidade de quedas e fraturas, diminuindo a qualidade de vida
e independência dos idosos e, em casos extremos, pode levar à morbilidade e
mortalidade.
No estudo de Baumgartner et al. (1998), a sarcopenia foi definida como
sendo a força muscular com 2 desvios padrão (DP) abaixo da média dos
participantes jovens. Segundo estes autores, a prevalência da sarcopenia
aumentou 13% a 24% em pessoas com 65 a 70 anos e aumentou em 50% em
pessoas com mais de 80 anos. Esta prevalência aumentou em homens e
mulheres, no entanto, é maior em homens com mais de 75 anos (58%) do que
em senhoras (45%). Neste estudo, Baumgartner et al. (1998) acreditam que a
maior prevalência de sarcopenia nos homens está relacionada com a grande
mudança na qualidade de massa muscular que ocorre nos homens com o
envelhecimento. Já para Janssen et al. (2002), existe uma maior e mais severa
prevalência de sarcopenia em senhoras, quando comparados com homens
com mais de 60 anos. Estes autores referem ainda que o prejuízo funcional e a
incapacidade são duas vezes maiores nos homens e três vezes maiores nas
senhoras, quando comparado com jovens.
37
2.5.1 - A função muscular
A idade tem um efeito negativo em cada parâmetro da função muscular,
isto é, na potência, força e resistência muscular (Deschenes, 2004).
Segundo Roubenoff & Hughes (2000), quando a sarcopenia já está
avançada, o músculo enfraquecido torna-se um fator limitante, que determina a
execução e capacidade do músculo.
2.5.1.1 – A potência
A sarcopenia afeta a perda de potência muscular, que é definida como
sendo o trabalho realizado por unidade de tempo (Roubenoff & Hughes, 2000).
Essa perda é inicialmente evidente por volta dos 40 anos de idade e apresenta
um declínio mais intenso que o da força muscular (Deschenes, 2004). É uma
adaptação que ocorre em homens e senhoras, nas zonas superior e inferior do
corpo, provocando uma grande diminuição na força anaeróbia ou de curta
duração (Deschenes, 2004).
A perda de potência muscular tem como consequência o aumento do
número de quedas nos idosos, impedindo-os de realizar as AVD’s, como subir
escadas e levantar-se de uma cadeira sem ajuda (Deschenes, 2004).
Os fatores que provocam perda de potência muscular no músculo
envelhecido são a desenervação das unidades motoras de contração rápida, a
diminuição do número de axónios neurais mielinizados, a diminuição da
velocidade máxima de encurtamento muscular, a debilitação do mecanismo de
contração muscular e a diminuição da quantidade de cálcio libertada no reticulo
sarcoplasmático aquando da estimulação muscular (Deschenes, 2004).
2.5.1.2 – A força muscular
São vários os estudos que indicam que a força muscular está diminuída
em músculos envelhecidos por sarcopenia (Deschenes, 2004; Roubenoff &
Hughes, 2000). De todas as formas de contração muscular (excêntrica,
concêntrica e isométrica), a contração excêntrica é a que oferece maior
resistência aos efeitos adversos que ocorrem com o envelhecimento
(Deschenes, 2004).
38
O pico de força muscular máxima acontece por volta dos 30 anos e
mantem-se até aos 50 anos de idade. Dos 50 aos 60 anos ocorre um ligeiro
declínio, mas é por volta dos 60 anos que a taxa de perda de força se torna
mais acentuada (Deschenes, 2004).
Frontera, Hughes, et al. (2000), realizaram um estudo em que
analisaram, ao longo de 12 anos, as mudanças ao nível do músculo-
esquelético em homens com cerca de 65 anos de idade, tendo concluído que
existe, por ano, uma taxa de 2,5% de diminuição da força muscular da perna.
Estes autores afirmaram ainda que a sarcopenia é responsável por cerca de
90% da diminuição da força relacionada com a idade. A capacidade completa
de ativação das unidades motoras durante as contrações voluntárias máximas
não é afetada na terceira idade, no entanto existem outros fatores neurais que
podem ajudar na redução da força, como a diminuição da co-ativação dos
músculos antagonistas (Deschenes, 2004).
Segundo Deschenes (2004), a qualidade da massa muscular ou tensão
específica também poderá estar implicada na redução da força na terceira
idade, pois estes autores acreditam que a força pode ser quantificada a nível
do músculo, como um todo, ou através de fibras, isoladamente; através de toda
a massa muscular ou apenas de uma unidade de massa muscular; ou através
da área de secção transversal do músculo ou apenas através da área de
secção transversal da fibra muscular. A força muscular pode ainda ser medida
através de contrações estáticas ou dinâmicas, onde difere a velocidade
isocinética, e através de contrações voluntárias ou estimulação elétrica
(Deschenes, 2004).
Frontera, Suh, et al. (2000), indicaram no seu estudo que a qualidade do
músculo foi definida através da força produzida pela área de secção transversal
de todo o músculo e que não existiram diferenças significativas entre jovens e
idosos relativamente à tensão exercida durante a contração máxima do
músculo quadricípites. No entanto, Frontera, Suh, et al. (2000), mostraram
ainda que, ao nível da área de secção transversal das fibras musculares, a
tensão específica foi menor 30% nas fibras do músculo quadricípites dos
indivíduos idosos, comparativamente aos dos indivíduos jovens. Deste modo, é
39
possível concluir que existe um deficit da função contráctil nas fibras em
pessoas idosas, podendo estar relacionada com a diminuição do número de
pontes cruzadas de miosina (Deschenes, 2004).
2.5.1.3 – A resistência muscular
A resistência muscular é descrita como a capacidade de resistir à fadiga
muscular, principalmente quando a resistência é submáxima, através da
realização de contrações estáticas ou dinâmicas (Deschenes, 2004). Os
mecanismos envolvidos na fadiga do músculo dependem da idade, logo a
fadiga central torna-se mais pronunciada em pessoas idosas, cujo sistema
neuromuscular está envelhecido (Deschenes, 2004; Morley et al., 2001).
Para Roubenoff & Hughes (2000), o treino de resistência, em jovens
adultos, não provoca uma resposta direta, como uma alteração no tamanho e
na força musculares. Aliás, o treino de resistência tende a provocar grandes
alterações na função do músculo e poucas ou nenhumas alterações na sua
massa e força (Roubenoff & Hughes, 2000).
2.5.2 - As causas da sarcopenia
São várias as causas possíveis para o desenvolvimento da sarcopenia,
podendo ser estímulos anabólicos, através do sistema nervoso central (SNC),
da hormona do crescimento, do estrogénio, da testosterona, da dieta proteica,
da atividade física e da ação da insulina (Roubenoff & Hughes, 2000). Este
fenómeno também pode ocorrer devido a estímulos catabólicos, como a
inflamação subclínica e a produção de citocinas catabólicas (Roubenoff &
Hughes, 2000). No entanto, segundo estes autores, o fator mais importante que
causa a sarcopenia ao longo da idade é a perda de neurónios motores de
entrada para o músculo, que ocorre em vários lugares do SNC (córtex motor
primário, cerebelo e hipocampo). A prática de atividade física, os níveis
hormonais e os fatores genéticos são bastante importantes na preservação do
número de unidades motoras em pessoas idosas, no entanto não conseguem
reverter o efeito da idade (Roubenoff & Hughes, 2000).
40
Segundo Marzetti et al. (2008), a apoptose é um mecanismo que
também provoca a perda de massa muscular no envelhecimento.
Fig. 2 – Esquema das diferentes etiologias envolvidas na sarcopenia e as suas consequências.
Adaptado de D. Beas-Jiménez et al. (2011).
O número de unidades motoras mantém-se constante dos 10 aos 60
anos de idade, sendo que por volta dessa idade tem início um processo de
desenervação do músculo (Deschenes, 2004). A desenervação pode ser
descrita como uma diminuição do número de unidades motoras e provoca um
aumento do tamanho das unidades motoras que restam no músculo
envelhecido, que por consequência, leva a que cada neurónio motor tenha que
inervar um número maior de fibras musculares, que também diminuem com a
idade (Deschenes, 2004; Lexell et al., 1986; Morley et al., 2001). No entanto,
estas unidades motoras de maior tamanho são menos eficientes e, em caso
41
extremo, são as responsáveis por tremores e fragilidade muscular (Roubenoff,
2000).
Segundo Morley et al. (2001), as mudanças que ocorrem nas unidades
motoras que inervam o músculo estão relacionadas com a diminuição da ação
coordenada do músculo. Estes autores acrescentam ainda que a diminuição
das unidades motoras tende a ocorrer predominantemente nas inervações
distais.
A massa muscular total e o tamanho total do músculo atingem o seu pico
pelos 24 anos de idade (Lexell et al., 1988). Depois, tal como a força muscular,
a massa muscular tende a manter-se até aos 50 anos, ocorrendo apenas uma
diminuição de 10% no tamanho total do músculo entre os 24 e os 50 anos de
idade (Lexell et al., 1988). No entanto, é entre os 50 e os 80 anos que existe
uma diminuição mais acentuada, chegando aos 30% (Lexell et al., 1988).
No estudo de Janssen et al. (2000), onde avaliaram a massa músculo-
esquelética e a sua distribuição em 468 homens e mulheres, dos 18 aos 88
anos, puderam concluir que a perda de massa muscular tem início por volta
dos 30 anos de idade, não sendo significativa até aos 50 anos. No entanto,
depois dos 50 anos a perda de massa muscular torna-se mais acentuada. A
diminuição da massa muscular foi aproximadamente 1,9 e 1,1/ kg, em homens
e senhoras, respetivamente. Estes dados corroboram com os de Lexell et al.
(1988). Janssen et al. (2000), também puderam concluir que os homens têm
maiores níveis de massa muscular (36%) que as senhoras, o que leva a
maiores perdas com o avançar da idade. As razões destas perdas podem estar
relacionadas com a diminuição dos níveis da hormona do crescimento (HC), do
fator de crescimento da insulina e da testosterona. Além disso, houve uma
maior perda de massa muscular relacionada com o envelhecimento na zona
inferior do corpo, em homens e senhoras, o que pode estar relacionado com a
diminuição dos hábitos de atividade física com o envelhecimento, tendo
consequências ao nível de mobilidade e incapacidade funcional (Janssen et al.,
2000).
42
Com a idade também existe uma diminuição do número de fibras, sendo
de 5% entre os 24 e os 50 anos e de 35% entre os 52 e os 77 anos de idade.
(Lexell et al., 1986). Segundo Deschenes (2004), a taxa de sarcopenia é cerca
de 1% de diminuição anual na área de secção transversal do músculo, a partir
dos 50 anos. No entanto, segundo Frontera, Hughes, et al. (2000) essa taxa é
de cerca de 1.4% por ano.
Segundo Lexell et al. (1988), a diminuição da massa muscular é
explicada pela diminuição do número de fibras, mas também pela atrofia das
fibras musculares. E, ao contrário da perda de fibras musculares, que ocorrem
igualmente nas fibras de contração lentas e rápidas, a atrofia celular associada
ao envelhecimento depende do tipo de fibras musculares. Segundo este autor,
as fibras tipo II (contração rápida) têm uma diminuição de 26% na sua área de
secção transversal, enquanto as fibras tipo I (contração lenta) não se
modificam entre os 20 e os 80 anos de idade. A referida atrofia pode estar
relacionada com mudanças na regulação genética do músculo, isto é, com o
envelhecimento existe uma diminuição do conteúdo do ácido ribonucleico
mensageiro (mRNA) na miosina. Existe, mais especificamente, uma diminuição
em algumas isoformas da miosina (Deschenes, 2004).
A idade não altera a composição do tipo de fibra dentro do músculo,
existe uma alteração da distribuição das fibras dentro do músculo, pois
enquanto a aparência de um músculo jovem é em “mosaico”, o músculo
envelhecido é “remendado” e desigual (Deschenes, 2004).
2.5.3 - A composição corporal
Segundo Roubenoff & Hughes (2000), existe uma tendência a ganhar
gordura e massa muscular aos 40 anos, havendo posteriormente uma perda de
massa corporal depois dos 60 anos, devido à perda de massa gorda
(envelhecimento biológico e aparecimento de doença) e de massa muscular.
O excesso de massa corporal é uma causa de incapacidade, e se for
conciliada com a perda de massa muscular e com o aumento de massa gorda,
transforma-se em obesidade sarcopénica, que tem consequências mais graves
para a saúde do que apenas a sarcopenia (Roubenoff & Hughes, 2000).
43
Os ganhos de massa corporal que acontecem por volta dos 40 anos
podem ser otimizados através da prática de atividade física, onde é possível
aumentar a massa muscular sem aumentar os riscos cardiovasculares
(Roubenoff & Hughes, 2000).
Como já foi referido, com a idade existe uma diminuição da ingestão
calórica, que afeta a população idosa, em ambos os sexos. No entanto, como
refere Morley et al. (2001), a razão principal para a saciedade precoce está
relacionada com a inabilidade do estômago responder através do relaxamento
na mesma quantidade que estenderia num jovem, devido à diminuição da
produção de óxido nítrico no estômago. Além disso, os idosos têm um aumento
da produção de colecistoquinina em resposta à ingestão de gorduras (Morley et
al., 2001).
Quando os idosos perdem massa corporal, perdem massa muscular e
massa gorda e, para se recuperar da perda de massa muscular, é necessário a
realização de exercício e de uma dieta calórica adequada(Morley et al., 2001).
Deste modo, a sarcopenia está também relacionada com situações de anorexia
na terceira idade, podendo essa anorexia ser patológica ou fisiológica (Morley
et al., 2001).
O início da sarcopenia parece estar relacionada com as mudanças no
metabolismo proteico, aliás, a diminuição da taxa de síntese de proteínas está
relacionada a lentidão nas taxas globais de turnover de proteína muscular, ao
longo da idade (Balagopal et al., 1997). Segundo estes autores, a taxa de
síntese proteica diminui significativamente por volta dos 50 anos, continuando a
diminuir ao longo do envelhecimento.
Segundo Roubenoff & Castaneda (2001) o armazenamento de proteína
no organismo tem como função principal a própria contração muscular através
das proteínas actina, miosina, anticorpos e enzimas, estando a sua diminuição
envolvida na diminuição da função muscular. Depois, durante o estado de
doença, o nitrogénio deve ser mobilizado no músculo para difundir aminoácidos
ao sistema imunitário, fígado e outros órgãos (Roubenoff & Castaneda, 2001).
Segundo estes autores, se não existir uma quantidade suficiente de nitrogénio
na dieta alimentar e no músculo, a capacidade de resistir à doença diminui,
44
logo o músculo torna-se o maior recurso da proteína para as funções
relacionadas com a proteção dos anticorpos, a cura de feridas e a produção de
glóbulos brancos durante a doença.
A diminuição da síntese proteica evidenciada nos músculos
envelhecidos está relacionada com fatores bioenergéticos, porque todo o
processo de produção da proteína necessita de grandes quantidades de
energia, onde a adenosina trifosfato (ATP), que é produzida dentro do músculo
através da fosforilação oxidativa dentro da mitocôndria, é essencial ao
processo (Deschenes, 2004). No entanto, com o envelhecimento ocorre a
diminuição da densidade da mitocôndria e da atividade enzimática aeróbia,
ocorrendo também um aumento dos danos oxidativos no ácido
desoxirribonucleico (DNA) mitocondrial (Deschenes, 2004). Segundo Welle et
al. (2003), o conteúdo do mRNA transcrito em proteínas mitocondriais
essenciais está diminuído nos músculos envelhecidos e o DNA mitocondrial
diminui cerca de 40% com o envelhecimento.
Morley et al. (2001), referem que o efeito final dos distúrbios no
metabolismo proteico relacionado com a idade assenta na diminuição de rácios
de massa corporal nos músculos. Ou seja, à medida que existe uma diminuição
dos rácios, a percentagem de massa gorda aumenta, resultando em obesidade
sarcopénica.
No estudo de Castaneda et al. (1995), onde se examinou a ingestão de
0,8 g/kg/dia de proteínas em senhoras na pós-menopausa, houve uma grande
diminuição dos níveis de força, de massa celular e do fator de crescimento da
insulina-1 (IGF-1). Deste modo, D. Beas-Jiménez et al. (2011) recomendam
que a ingestão proteica deve ser, pelo menos, 1,0 a 1,3 g/kg/dia, sendo esta
quantidade distribuída ao longo das refeições diárias.
Com o avançar da idade ocorre, também, uma diminuição da
concentração de hormonas anabólicas circulantes, que são as responsáveis
pela “construção” do músculo (Roubenoff & Hughes, 2000). Pois, ao contrário
da perda de massa óssea que acontece na mulher com a menopausa
(determinada pelo nível de estrogénio), a homeostasia muscular está
45
dependente de várias hormonas anabólicas e catabólicas (Roubenoff &
Hughes, 2000).
Para Roubenoff & Hughes (2000), as hormonas sexuais anabólicas são
as hormonas mais importantes que diminuem com a idade. Segundo estes
autores, o estrogénio e a testosterona têm efeitos anabólicos no músculo que
podem influenciar uma inflamação subclínica, no entanto, o efeito do estrogénio
também é determinado pela sua conversão em testosterona. Também a HC,
sendo uma hormona anabólica, pode influenciar na atrofia muscular
relacionada com a sarcopenia (Roubenoff, 2000).
Segundo Vermeulen & Kaufman (1995), os homens entre os 20 e os 80
anos sofrem uma redução da testosterona total na ordem dos 35%, enquanto
na testosterona ainda por formar, ou livre, a diminuição é de 50%. Esta
diminuição, que é variável na sua velocidade e trajetória, contribui para o
aparecimento da sarcopenia.
O mesmo não acontece com o estrogénio, que diminui de modo drástico
com o aparecimento da menopausa, onde ocorre uma queda abrupta da massa
muscular, existem ganhos de massa gorda e acontece uma diminuição da taxa
metabólica (Roubenoff & Hughes, 2000).
Segundo Veldhuis et al. (1997), entre os 20 e os 70 anos existe uma
diminuição da HC em cerca de 50% em homens e mulheres. Já segundo
Roubenoff & Hughes (2000) e Roubenoff (2000), esta diminuição começa a
partir dos 40 anos de modo ligeiro, sendo depois progressivo ao longo dos
anos. Para Deschenes (2004), a HC intervém nos efeitos no músculo através
da síntese de IGF-1, que também está diminuída. Tal diminuição vai provocar
uma diminuição da força muscular, da velocidade de caminhada e da
mobilidade em geral (Cappola et al., 2001).
A insulina é uma importante hormona anabólica que também diminui
com o envelhecimento, logo a sua resistência aumenta com a idade juntamente
com outros fatores, como a gordura visceral e a inatividade física (Roubenoff &
Hughes, 2000).
46
Segundo Deschenes (2004), um mecanismo potencial da sarcopenia é a
resposta inflamatória, que resulta da libertação de citocinas que têm efeitos na
perda de massa muscular.
Para Roubenoff (2000), a idade está associada a um estado subclínico
de inflamação, que leva ao aumento da produção de citocinas catabólicas,
aumentando assim a taxa de catabolismo do músculo e, consequentemente, a
sarcopenia. Morley et al. (2001), acrescentam ainda que as citocinas
catabólicas, para além de influenciarem a perda de massa muscular, tendem a
aumentar o estado de anorexia relacionada com a terceira idade e a diminuir os
níveis de albumina.
2.5.4 – A atividade física como tratamento da sarcopenia
A atividade física diminui com a idade, especialmente em sociedades
desenvolvidas, onde o músculo deixa de ser tão estimulado. Este fator está
diretamente relacionado com a perda de músculo, pois as pessoas mais ativas
têm mais perda de força e massa muscular, ao contrário das pessoas
sedentárias que também perdem músculo devido ao desuso. Esse desuso
causa um grande declínio no tamanho e força do músculo, mesmo com uma
ingestão adequada de proteínas e restantes nutrientes (Roubenoff & Hughes,
2000). O desuso do músculo torna as pessoas mais vulneráveis, seja por
doença ou pela sarcopenia relacionada com a idade, pois vão tendo cada vez
mais dificuldades na realização das AVD’s. A aptidão cardiorrespiratória e a
força muscular são determinantes importantes da capacidade funcional em
idosos com sarcopenia avançada (Roubenoff, 2000).
O treino de força consegue reverter a perda de massa muscular e a
deterioração da estrutura muscular, que está associada ao envelhecimento
(Hurley & Roth, 2000). Este tipo de treino está associado à melhoria da
performance funcional e do estado de saúde através do aumento da massa
muscular, da força, da potência, do aumento da densidade mineral óssea
(DMO), da diminuição do risco de quedas, da normalização da pressão
sanguínea, da diminuição da resistência à insulina, da diminuição da gordura
(abdominal e total) e do aumento da taxa metabólica (Hurley & Roth, 2000). No
47
entanto, este método não produz aumentos no VO2 máx. para além dos valores
normais, não ajuda a melhorar os perfis lipídicos ou lipoproteicos e não
melhora os níveis de flexibilidade na terceira idade (Hurley & Roth, 2000).
Deste modo, D. Beas-Jiménez et al. (2011), sugerem a combinação dos dois
tipos de exercício para suplantar os efeitos da sarcopenia.
Hurley & Roth (2000), concordam com a realização dos dois tipos de
treino porque ambos têm falhas. Isto é, o treino aeróbio não melhora a
produção de força muscular na terceira idade e o treino de força pode ser mais
limitante para as atividades da vida diária do que o exercício cardiovascular,
nos idosos.
A aptidão cardiorrespiratória é definida por Hurley & Roth (2000), como o
tempo que demora até à exaustão num teste ergométrico. Através do exercício
aeróbio é possível obter melhorias na aptidão cardiovascular e, juntamente
com o treino de força, é possível obter melhores resultados, pois o treino de
força tende a diminuir a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e o consumo
de oxigênio no miocárdio.
Chodzko-Zajko et al. (2009), garantem que é possível aumentar os
níveis de força, potência e resistência muscular através do treino com
intensidades moderadas e intensas. Segundo este autor, existem mudanças
favoráveis na composição corporal, incluindo o aumento da massa magra e a
diminuição da massa gorda em idosos que pratiquem treino de força com este
tipo de intensidades.
O exercício de força/resistência tende a reduzir o efeito da inflamação
subclínica através da diminuição dos mediadores pró-inflamatórios e do
aumento da produção de citocinas anti-inflamatórias ou através da redução da
resposta inflamatória ao exercício agudo (Nicklas & Brinkley, 2009).
Segundo Marzetti et al. (2008), o exercício agudo provoca a apoptose
em algumas fibras musculares, no entanto, pode também ser um estímulo de
reparação no músculo, ativando o processo de regeneração do mesmo. Por
outro lado, quando o exercício é praticado regularmente, ocorrem adaptações
importantes e positivas através de reações vindas do processo da apoptose,
como a diminuição de proteínas pró-apoptóticas, o aumento da expressão de
48
genes anti-apoptóticos e o aumento dos níveis dos marcadores anti-
apoptóticos (Marzetti et al., 2008).
Beniamini et al. (1999), comprovaram que o treino de força a uma
intensidade elevada é bem toletada quando também está incluído o exercício
aeróbio em programas de reabilitação cardíaca, pois permite aos pacientes
ganhar progressivamente força e resistência muscular para realizar as AVD’s
sem grande esforço físico, sem que com o treino tenham aumentado o risco de
complicações cardíacas. Os 38 pacientes, através do programa de treino de
força de 12 semanas, também conseguiram reduzir alguns factores de risco
cardíacos como a melhoria da sua composição corporal e o aumento do tempo
máximo em atividade.
Também Izquierdo et al. (2004), se propuseram a comprovar os
benefícios do treino de resistência complementado com o treino cardiovascular,
uma vez por semana, durante 16 semanas, em 31 idosos saudáveis do sexo
masculino, entre os 65 e os 74 anos de idade. Com este estudo puderam
atestar que a combinação do treino de resistência com o treino cardiovascular
uma vez por semana pode ser importante para promover o aumento da
performance neuromuscular e a saúde dos idosos em geral.
Existe uma relação entre a sarcopenia e a performance funcional, e
Baumgartner et al. (1998), puderam verificar isso através do seu estudo onde
as senhoras com sarcopenia tiveram uma taxa de incapacidade de 3,6 e os
homens uma taxa de 4,1, comparados com pessoas com níveis normais de
massa muscular. Segundo estes autores, existe um elevado risco de idosos
com a sarcopenia necessitarem de usar bengala ou andarilho, tal como existe
um elevado risco de ocorrência de quedas e fraturas, daí ser tão importante a
realização de atividade física. As referidas taxas identificadas no estudo de
Baumgartner et al. (1998) foram ajustadas consoante a idade, raça, obesidade,
renda, consumo de álcool, atividade física e hábitos de tabaco.
Seynnes et al. (2005), quiseram demonstrar que é possível melhorar a
estabilidade muscular nos membros inferiores, como meio de melhorar as
limitações ou incapacidades funcionais nos idosos e, para isso, realizaram um
estudo em que mediram a estabilidade submáxima dos músculos extensores
49
dos joelhos, em 19 senhoras, dos 70 aos 89 anos. Tendo em conta que a
estabilidade isométrica é uma atividade independente, intensa, que requer
potência, equilíbrio e controlo da força exercida, puderam concluir que houve a
melhoria na estabilidade da articulação do joelho e no controlo da força
exercida, que é importante para tarefas funcionais como o levantar de uma
cadeira ou subir escadas.
Para Chandler et al. (1998), a perda de massa muscular está associada
ao declínio funcional, podendo ser reversível com o exercício físico. Então,
para isso, estudaram a relação entre o ganho de força muscular ao nível dos
membros inferiores e a melhoria da performance e da incapacidade muscular,
controlando fatores como a idade, depressão e a força muscular inicial. A
amostra para o estudo era composta por 100 idosos considerados frágeis, com
77,6 ± 7,6 anos. Os resultados demonstraram aumentos na força muscular dos
membros inferiores, associados à melhoria da capacidade de subir escadas, da
velocidade de caminhada e da confiança para a realização de tarefas
funcionais. No entanto, não houve melhorias na resistência e no equilíbrio, o
que pode estar relacionado com a variabilidade na performance e com a
especificidade do exercício, pois o programa utilizado neste estudo foi traçado
para trabalhar os músculos nos membros inferiores a uma baixa velocidade de
execução. E, apesar de não ter existido uma relação entre os ganhos de força
e o equilíbrio, houve uma relação entre o aumento de força e a diminuição da
probabilidade de existirem quedas.
A realização de exercícios de força em meio aquático ajuda a melhorar a
capacidade cardiovascular, a aumentar o dispêndio energético e a melhorar a
aptidão neuromuscular em senhoras idosas, entre os 62 e os 65 anos de idade
(Bocalini et al., 2008). Então, estes autores realizaram um estudo em que
compararam a eficácia entre o protocolo de treino realizado em meio aquático e
um realizado em meio terrestre e puderam concluir que ambos os protocolos
ajudaram a manter ou a aumentar a aptidão física (resistência aeróbia, força
muscular, flexibilidade, agilidade e ângulo de movimento) nas senhoras idosas.
Aliás, os exercícios no meio aquático foram mais eficazes que os realizados em
meio terrestre devido ao tipo de contração muscular, pois no meio aquático o
50
tipo de contração muscular é constantemente concêntrica e em meio terrestre
ocorrem as contrações concêntricas, mas também as excêntricas, devido ao
aumento das forças gravitacionais; em meio aquático é necessário maior força
para executar os movimentos, principalmente se for utilizado equipamento
aquático; a realização de exercícios com os membros superiores tem uma
maior relevância no meio aquático, do que no meio terrestre.
Graef et al. (2010), pretenderam comparar o efeito de um programa de
treino de resistência em meio aquático com um programa de treino em meio
aquático sem controlo da resistência, em que cada sessão tinha a duração de
50 minutos, em 27 senhoras entre os 60 e os 74 anos de idade, durante 12
semanas. Deste modo, foi possível comprovar que o treino em meio aquático
com enfâse no treino de resistência pode aumentar eficazmente a força
máxima em senhoras idosas, apesar do aumento dos níveis de força muscular
estarem dependentes dos níveis iniciais de força de cada indivíduo. Segundo
estes autores, a estimulação necessária para produzir o aumento da força não
depende necessariamente do tipo de treino aquático, mas das características
aplicadas no treino, pois quanto mais prolongada for a execução nos exercícios
aquáticos tradicionais, menor irá ser o recrutamento de unidades motoras. No
entanto, se o tempo de execução for curto, permite uma execução do
movimento mais rápida e um maior recrutamento de unidades motoras,
provocando um estímulo mais adequado à produção de força. O trabalho
realizado é principalmente anaeróbio aláctico, com um tempo de execução e
uma intensidade apropriada para a melhoria das várias variáveis.
Segundo Ambrosini et al. (2010), o treino de força em aulas de
hidroginástica pode aumentar a força máxima nos membros superiores e
inferiores, em 52 senhoras de 50,4 ± 14,5 anos de idade, independentemente
do tipo de equipamento resistivo aquático utilizado.
Para Roubenoff & Hughes (2000), não existe cura para a sarcopenia,
mas a atividade física consegue reverter a sarcopenia através da prática
contínua ao longo da vida, juntamente com uma alimentação adequada e
saudável. Roubenoff & Castaneda (2001), confirmam o que foi referido,
acrescentando que a prática de atividade física e a implementação de uma
51
dieta saudável são considerados estímulos anabólicos, tornando-se mais
importantes do que o aumento da síntese de proteína basal. No entanto,
segundo Fiatarone et al. (1990), nunca é tarde para começar a treinar força
muscular. Estes autores realizaram um estudo com idosos frágeis com mais de
90 anos, que residem num lar de terceira idade e realizaram treinos de força
duas a três vezes por semana, durante oito semanas e obtiveram aumentos
nos níveis de força muscular, no tamanho dos músculos e elevaram a
mobilidade funcional.
Frontera et al. (1988), num estudo que envolveu 12 homens voluntários
saudáveis, entre os 60 e os 72 anos, realizaram um programa de treino de
força durante 12 semanas, e obtiveram ganhos de força muscular, hipertrofia
nas fibras tipo I e II e um aumento da taxa de turnover proteico.
Para Roubenoff & Hughes (2000), os determiantes da sarcopenia
diferem entre homens e mulheres, no entanto o estado androgénico é apenas
importante para os homens. Por outro lado, segundo estes autores, a massa
gorda tem uma função importante e generalizada para as senhoras e a
atividade fisica é importante para ambos.
Fiatarone et al. (1994), realizaram um estudo em que analisaram o treino
de força e a suplementação alimentar em 63 senhoras e 37 homens
vulneráveis, com 87.1 ± 0.6 anos de idade, e puderam concluir que o treino de
resistência aumentou a massa e a força muscular, melhoraram a mobilidade
funcional através do aumento da velocidade de marcha e da potência na
subida de escadas, e aumentaram a atividade fisica espontânea. A
suplementação alimentar apenas demonstrou ter efeitos significativos no grupo
que realizou o treino de resistência.
O exercício fisico, principalmente o de força/resistência, juntamente com
o treino aeróbio cardiovascular, uma dieta alimentar adequada e a respectiva
medicação, tem importantes funções no controlo e melhoria da diabetes tipo II
e no sindrome de resistência à insulina.
Castaneda et al. (2002), comprovaram que o treino de resistência
progressivo durante 16 semanas, tende a melhorar o controlo glicémico e a
minorar algumas das características associadas à diabetes tipo II, em 62
52
pessoas, de ambos os sexos, com 66 ± 8 anos de idade e com diabetes tipo II.
Mais especificamente, foi através do treino de resistência que os indivíduos
puderam melhorar o controlo glicémico, aumentaram os níveis de massa e de
força muscular, reduziram a necessidade de medicação para a diabetes,
reduziram a adiposidade abdominal, diminuíram a pressão sanguínea sistólica
e aumentaram os níveis de atividade física espontânea.
Também Dunstan et al. (2002), examinaram o efeito que um programa
de seis meses de treino progressivo de resistência de alta intensidade (75% a
85% da força máxima), realizado três vezes por semana, em 36 idosos entre os
60 e os 80 anos, com diabetes tipo II. Estes autores puderam verificar que o
treino de resistência foi eficaz, pois existiram melhorias no controlo glicémico e
houve aumento da força muscular.
2.6 – A menopausa
A menopausa, ou climactério, é considerado um processo fisiológico
natural e geneticamente programado, que resulta da extinção da função
ovárica com o consequente terminar da capacidade reprodutiva e envolve
ainda mudanças somáticas e mentais (Waszak et al., 2007). A diminuição
drástica dos níveis de estrogénio e o aumento da secreção da hormona
folículo-estimulante é responsável por alguns sintomas da menopausa,
principalmente vasomotores, como afrontamentos, transpiração excessiva,
sensação de vertigem, aumento da temperatura corporal; e psicológicos, como
a irritabilidade, a depressão e a insónia (Waszak et al., 2007). Além dos
sintomas referidos, ocorrem ainda situações de incontinência urinária, atrofia e
secura ao nível da musculatura genital, disfunção sexual e perda da libido
(Waszak et al., 2007).
A menopausa está também associada a piores condições de saúde,
como o aumento de doenças vasculares, osteoporose, diminuição da DMO e o
aumento da massa corporal (Stachoń et al., 2010). Aliás, segundo Pouilles et
al. (1995), a menopausa é caracterizada por uma diminuição anual de 2,5% da
DMO.
53
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1996), a menopausa
acontece aproximadamente entre os 48 e os 52 anos de idade. No entanto, nos
países industrializados, as mulheres entram na menopausa mais tarde e nos
países pobres entram cinco anos mais cedo, devido à malnutrição e à menor
quantidade de oócitos concebidos durante o período fetal (Organização
Mundial de Saúde, 1996).
Após a menopausa ocorre o aumento da perda óssea, no entanto
existem outros fatores que influenciam a essa mesma perda, como a idade em
que ocorreu a menopausa, o tempo decorrido após o início da menopausa, a
massa corporal, a estatura, o índice de massa corporal (IMC), a massa magra,
a prática de atividade física, a raça e os fatores genéticos (Akdeniz et al.,
2009).
Os distúrbios no metabolismo lipídico e o aumento do nível de gordura
são causados pelos baixos níveis de estrogénio e pelo aumento de alguns
conteúdos lipídicos no plasma, elevando assim o risco de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares em senhoras na pós-menopausa (Stachoń et al.,
2010). O estradiol, que é a principal hormona reprodutiva estrogénica, é
substituído pela estrona, que é uma hormona segregada pelo córtex adrenal e
armazenada nas células do tecido adiposo (Stachoń et al., 2010).
A intensidade dos sintomas da menopausa depende de vários fatores
biológicos e ambientais e, para Stachoń et al. (2010), não existe uma relação
entre o nível de atividade física, o tipo de emprego e a idade de entrada na
menopausa. Para Stachoń et al. (2010), as pessoas com hábitos de tabaco
entram na menopausa mais cedo devido ao seu efeito tóxico, que causa a
degradação dos oócitos, logo a nicotina diminui o nível de estrogénio e acelera
o envelhecimento dos tecidos e órgãos através da oxidação das membranas
celulares. Aliás, Stachoń et al. (2010), referem que as pessoas com os níveis
elevados de IMC e de nicotina têm uma grande probabilidade de terem um
nível elevado de açúcar no sangue, diabetes e de pressão sanguínea. No
entanto, segundo estes autores, o nível de colesterol está relacionado com a
idade das senhoras, sendo que a percentagem de aumento do colesterol é
menor nas senhoras que praticam atividade física e que têm menores valores
54
de IMC. Segundo Waszak et al. (2007), as senhoras que estão a passar pela
menopausa que são fisicamente ativas, não são fumadoras, com níveis
elevados de saúde e que vivem na cidade, têm sintomas da menopausa mais
suaves.
Para Pines & Berry (2007), a prática de atividade física na menopausa
provoca uma redução da morbilidade cardiovascular e mortalidade, tem efeitos
positivos no sistema cardiovascular, no cancro na mama, no estado de humor,
na cognição e na qualidade de vida. No entanto, deve-se ter em atenção o
modo, a frequência, a intensidade e duração dos exercícios. Kemmler et al.
(2007), acrescentam que a atividade física a ser realizada para diminuir o efeito
dos fatores de risco da menopausa deve ser de alta intensidade e com
impacto, para melhorar as várias capacidades funcionais da mulher. Por outro
lado, o exercício em meio aquático também é importante para mulheres na
pós-menopausa, pois melhora alguns aspetos relacionados com a saúde e com
a aptidão física (Ay & Yurtkuran, 2003; Carrasco & Vaquero, 2011; Rotstein et
al., 2008).
2.7 – A osteoporose
São várias as definições que têm sido apresentadas para descrever o
aparecimento de fraturas de fragilidade, a origem da porosidade óssea ou a
diminuição da massa óssea, no entanto, a mais assertiva é a de NIH (2001),
onde definem a osteoporose como uma doença que deriva da diminuição da
massa óssea e da deterioração da microarquitectura do tecido ósseo,
conduzindo ao aumento da fragilidade óssea e do risco de fratura. Segundo
Lewiecki (2004), as consequências das fraturas incluem dor, incapacidade,
depressão, perda de independência e aumento da mortalidade.
A osteoporose é uma doença muito comum em senhoras na pós-
menopausa e, apesar da sua prevalência aumentar com o envelhecimento em
ambos os sexos, é considerado um problema de saúde pública para as
senhores, por ter uma maior taxa de incidência (Going et al., 2003; Hurley &
Roth, 2000). Esta tende a aumentar com o envelhecimento devido à ocorrência
de fraturas osteoporóticas e às consequências médicas que daí possam
55
resultar, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais
que lhe estão associados (Cummings & Melton, 2002; Tavares et al., 2007). Na
população portuguesa, a prevalência da osteoporose em 2005 situava-se entre
5 a 10%, afetando 654.541 portugueses (Instituto Nacional de Estatística,
2009). Segundo Kanis et al. (1994), a prevalência de osteoporose e das
fraturas osteoporóticas é exponencial com o envelhecimento, após os 50 anos,
como é possível observar na figura 3.
Fig. 3 – A DMO em mulheres de várias idades. Adaptado de Kanis et al. (1994).
Para Tavares et al. (2007), uma abordagem correta da osteoporose deve
ter como principal objetivo a redução do número de fraturas, através da
manutenção da resistência óssea, da obtenção de um bom pico de massa
óssea, da prevenção da perda de massa óssea e da redução ou eliminação
56
dos fatores de risco que contribuem para o aumento da frequência de quedas
nos idosos.
A definição operativa de osteoporose aceite atualmente é a da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que se baseia fundamentalmente na
quantificação da DMO avaliada por absorciometria radiológica de dupla energia
(DEXA). A quantificação é realizada através de índices T, que é a expressão
em desvios-padrão da DMO do indivíduo em estudo por comparação com a
DMO de um grupo jovem do mesmo sexo, correspondente ao grupo etário no
pico de massa óssea. Deste modo, a osteoporose corresponde a um índice T
<-2.5, medida por DEXA da coluna lombar ou do colo do fémur (tabela 1),
válida para mulheres caucasianas pós-menopáusicas (Kanis et al., 1994).
Tabela 1 – Classificação da osteoporose, pela Organização Mundial de Saúde, baseada no
índice T ou “T-score”. Adaptado de Tavares et al. (2007).
A DEXA, que é um método de baixa sensibilidade, permite identificar
três categorias de diagnóstico (normal, osteopenia, e osteoporose) e reconhece
ainda um valor prognóstico ao avaliar o risco de fratura, isto é, a cada
diminuição do desvio-padrão duplica o risco de fratura (Tavares et al., 2007).
Este método deve ser utilizado para identificar o indivíduo em risco e não como
procedimento de rastreio, pois uma boa utilização e interpretação permitem
aumentar a sua sensibilidade (Lewiecki, 2004; Tavares et al., 2007).
Kanis et al. (1994), referem que o risco de ocorrerem fraturas de
fragilidade aumenta 1,5 para 3 vezes mais, a cada valor do desvio padrão (DP)
que desce na DMO. Assim, a média do risco de vida através da fratura da anca
é 15% nas mulheres com mais de 50 anos com uma DMO média relativamente
normal (T > -1), aumentando para 30% quando o índice T<-1, sendo o risco de
60% quando o índice T <-2.
57
Os locais mais utilizados para a avaliação pela DEXA são o fémur
proximal e a coluna lombar, com a respetiva valorização dos valores absolutos
da DMO e do índice T da coluna lombar, do colo do fémur e da anca total,
sendo que o diagnóstico é realizado através do índice T mais baixo destas três
localizações (Tavares et al., 2007). No entanto, segundo o mesmo autor, acima
dos 65 anos pode ser avaliado apenas o fémur.
Segundo Lewiecki (2004), a qualidade do osso está relacionada com os
fatores inerentes ao osso e à DMO e que podem alterar a resistência óssea,
como a renovação óssea, a arquitetura (tamanho e forma, ou geometria), a
microarquitectura, a acumulação de danos, as propriedades da matriz, a
mineralização e as propriedades minerais. No entanto, de todas as
características mencionadas, apenas os marcadores de renovação óssea e a
geometria do osso têm aplicação clinica (Lewiecki, 2004).
O esqueleto de um adulto está em constante remodelação, um processo
em que a matriz óssea e o osso são constantemente transformados pelos
osteoclastos em unidades de remodelação óssea, seguindo-se a ação dos
osteoblastos que realizam a formação do osso e respetiva mineralização
(Garnero et al., 1996).
A matriz óssea é a zona não calcificada do osso, sendo 90% composta
por colagénio tipo I, sendo a zona que dá elasticidade e flexibilidade ao osso.
Os distúrbios ao nível das fibras de colagénio, as ligações cruzadas ou as
proteínas não colagénicas estão relacionadas com a diminuição da resistência
óssea e com o aumento do risco de fratura (Lewiecki, 2004).
A mineralização é responsável pela rigidez do osso, no entanto, se tiver
em demasiada, é chamado de osteopetrose, ou se for pouca, é chamado de
osteomalacia. (Delmas, 2000).
2.7.1 - Os fatores de risco para a osteoporose
A perda da DMO nas senhoras após a menopausa resulta, segundo
Hurley & Roth (2000), numa duplicação do risco de fratura da anca a cada
cinco anos, a partir dos 50 anos.
58
A avaliação da DMO é muito importante para diagnosticar doentes de
elevado risco através dos fatores de risco, antes que a primeira fratura ocorra,
para permitir a escolha do melhor tratamento a implementar para fortalecer o
osso e reduzir o risco de fratura (Lewiecki, 2004).
Segundo Brown et al. (2002), os fatores de risco para osteoporose são
divididos em principais e secundários. Os fatores de risco principais são os
seguintes: idade superior a 65 anos; fratura vertebral prévia; fratura de
fragilidade depois dos 40 anos; história de fratura da anca num dos
progenitores; terapêutica corticóide sistémica com mais de 3 meses duração;
menopausa precoce (< 40 anos); hipogonadismo; hiperparatiroidismo primário;
grande tendência para quedas, podendo estar associado ao baixo equilíbrio.
Os fatores de risco secundários são: artrite reumatoide; história de
hipertiroidismo clínico; terapêutica crónica com anti-epilépticos; baixo aporte de
cálcio na dieta; tabagismo; consumo excessivo de cafeína (> 2 chávenas por
dia); consumo excessivo de bebidas alcoólicas; índice de massa corporal (IMC)
menor do que 19 kg/m2; perda de peso superior a 10% relativamente ao peso
do indivíduo aos 25 anos; terapêutica crónica com heparina; imobilização
prolongada.
Binkley et al. (2006), indicam que a presença de um fator de risco
principal, ou a de dois secundários, são suficientes para a realização de uma
avaliação através da DEXA. Deste modo, segundo Binkley et al. (2006), as
indicações para a realização de uma avaliação DEXA são: mulheres com idade
superior a 65 anos e homens com idade superior a 70 anos; mulheres pós-
menopáusicas com idade inferior a 65 anos e homens com idade superior a 50
anos, se apresentarem um fator de risco principal ou dois secundários;
mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos, apenas se
existirem causas conhecidas de osteoporose secundária ou fatores de risco
principais. Por outro lado, mulheres pré-menopáusicas e homens com idade
inferior a 50 anos saudáveis, não devem ser submetidos a medição da massa
óssea (Binkley et al., 2006).
Depois, no caso de a pessoa possuir osteoporose, deve-se prosseguir
para uma avaliação laboratorial, para a identificação das causas mais
59
frequentes de osteoporose secundária ou de outras causas de fratura e ainda
uma radiografia da coluna dorsal e lombar de perfil para a verificação de
possíveis deformações vertebrais (Tavares et al., 2007).
Akdeniz et al. (2009), estudaram a influência das medidas
antropométricas e a idade na osteoporose, e colocaram-nas por ordem
decrescente em termos de influencia: a massa corporal, a idade a que ocorreu
a menopausa, a idade da pessoa, a DMO e a estatura. Neste estudo, Akdeniz
et al. (2009), consideraram que a massa corporal e a idade da menopausa são
fatores principais e determinantes para a osteoporose. Verificaram ainda que o
valor médio de massa corporal e de índice de massa corporal foi mais baixo no
grupo de senhoras pós-menopáusicas com osteoporose, do que no grupo com
osteopenia ou com níveis normais de DMO, logo, a obesidade foi considerada
um fator de proteção contra a osteoporose.
Segundo Tavares et al. (2007), o objetivo da avaliação clínica na
osteoporose é determinar a existência de baixa massa óssea e identificar os
indivíduos com elevado risco de contrair fraturas. Aliás, Papaioannou et al.
(2010) direcionam mais a sua atenção para a prevenção de fraturas por
fragilidade e as suas consequências negativas, do que o tratamento da baixa
DMO. Estes autores consideram que alguns fatores de risco da ocorrência de
fraturas são independentes da DMO, logo consideram necessário realizar uma
abordagem integrada e ter como base decisões de tratamento do risco
absoluto de fraturas.
Arab et al. (2012), propuseram-se a clarificar os efeitos do IMC na DMO
em 325 senhoras e puderam concluir que um baixo IMC é um fator de risco
para a osteoporose, logo devem-se realizar medidas de prevenção da
osteoporose para os indivíduos que apresentem este quadro. Já um elevado
IMC é considerado um fator de proteção contra a osteoporose.
2.7.2 - A prevenção da osteoporose
A prevenção da osteoporose começa pela obtenção de um elevado pico
de massa óssea, devendo ser feita a sua identificação e correção precoce dos
fatores de risco modificáveis, principalmente os que estão relacionados com o
60
estilo de vida, como os hábitos alimentares e de atividade física, que devem ser
mantidos ao longo da vida (Tavares et al., 2007).
A prevenção não farmacológica para toda a população pode ser
alcançada através da alimentação, mais especificamente pelo aporte adequado
de cálcio e vitamina D, mantendo o consumo proteico adequado às
necessidades e evitando o consumo excessivo de cafeína, álcool, tabaco e
sódio; e pela atividade física, estimulando a prática de exercícios com
impacto/carga ao longo da vida. (Lewiecki, 2004; Tavares et al., 2007).
Para Kohrt et al. (2004), uma excelente forma de prevenir a osteoporose
é através da realização de treino de impacto, como exercícios pliométricos de
saltos verticais, antes da adolescência, para assim de obter um maior pico de
massa óssea durante a adolescência. Já para Going et al. (2003), a
combinação do exercício, com a terapia hormonal de substituição (THS) e a
suplementação de cálcio pode trazer mais benefícios na melhoria da DMO,
comparando com apenas uma intervenção, isoladamente.
2.7.3 - A prevenção de quedas e fraturas
Na prevenção de fraturas de fragilidade é fundamental a avaliação e a
correção de fatores de risco para as quedas e outros traumatismos, como é
possível verificar através da figura 4.
61
Fig. 4 – A prevenção de quedas. Adaptado de Tavares et al. (2007).
As quedas estão relacionadas com a perda fisiológica de equilíbrio e de
força, devido principalmente a sarcopenia (Carter et al., 2001; Tolomio et al.,
2010).
Segundo Cangussu et al. (2012), a queda é um acontecimento
multifactorial, podendo ser influenciado a nível intrínseco ou fisiológico e a nível
extrínseco ou ambiental. Depois, existem vários aspetos que estão
relacionados com a ocorrência de quedas, mesmo em ambientes familiares e
bem conhecidos, como o tipo de calçado, as superfícies escorregadias, a
presença de obstáculos, os objetos deixados no chão e a reduzida iluminação
(Cangussu et al., 2012).
A queda é constituída por três fases: a iniciação da queda, a queda
descendente e o impacto da queda (Hayes et al., 1996).
Para Kohrt et al. (2004), existem muitos fatores que podem contribuir
para a ocorrência de quedas, como a diminuição do controlo postural, a fraca
visão, a diminuição da força muscular, a diminuição do ângulo de movimento
dos membros inferiores, o comprometimento cognitivo, e ainda fatores
externos, como a toma de medicação psicotrópica e o aumento do risco de
tropeçar. Deste modo, a realização de atividade física pode ajudar a reduzir
muitos fatores intrínsecos à queda e a diminuir o risco das mesmas, sendo que
62
o programa de atividades deve incluir exercícios de equilíbrio, força muscular
direcionado para os membros inferiores, flexibilidade, treino do tempo de
reação e treino de resistência (Kohrt et al., 2004; Myers et al., 1996).
Para Tavares et al. (2007), a prevenção de quedas nos idosos deve ser
realizada através de programas de exercício adaptados individualmente,
através a marcha, do fortalecimento muscular, do treino da postura e do
equilíbrio, e ainda através da utilização de protetores das ancas. Papaioannou
et al. (2010), confirmam o que foi referido e acrescentam que o exercício que
promova a estabilidade do core e que compense a fragilidade e a postura
debilitada são recomendados para pessoas com fraturas vertebrais, sendo o
treino do equilíbrio também pertinente para as pessoas que tenham um
elevado risco de quedas.
Também Campbell et al. (1999), comprovaram que a ocorrência de
quedas e lesões podem ser diminuídas através da realização de programas de
exercícios de força e equilíbrio em casa, de modo independente, durante dois
anos, logo, quanto mais tempo o idoso for ativo, maiores serão os benefícios.
Bird et al. (2011), confirmaram que a realização de um programa de
resistência e de flexibilidade melhoraram o equilíbrio e a mobilidade,
diminuindo assim o risco de quedas, tendo-se mantido essa melhoria 12 meses
após a conclusão do programa de treino, muito devido à motivação das
pessoas para continuarem a realizar exercício de resistência por perceção dos
benefícios da prática de atividade física.
No estudo transversal de Cangussu et al. (2012), os níveis baixos de
DMO não mostraram ter associação com o equilíbrio postural e com o risco de
quedas em senhoras pós-menopáusicas. A perda de equilíbrio e o aumento do
balanço corporal, com a respetiva alteração do centro de gravidade, são
considerados fatores de risco de quedas na terceira idade, logo a sua avaliação
é essencial para o desenvolvimento de ações preventivas e efetivas e para
melhorar a qualidade de vida nas senhoras pós-menopáusicas (Cangussu et
al., 2012). Segundo estes autores, 57,8% das mulheres reportou a ocorrência
de quedas nos últimos dois anos e 16,2% dessas quedas deram origem a
fraturas. No estudo de Cangussu et al. (2012), para a avaliação do equilíbrio,
63
utilizaram uma plataforma de força onde foi analisada a velocidade de
oscilação postural.
Segundo Kaneda et al. (2008), o exercício em meio aquático é benéfico
para a melhoria do equilíbrio e do controlo postural em idosos, com uma
correspondente prevenção de quedas, devido às características da água, como
a resistência, a flutuação e a pressão hidrostática, havendo neste meio um
baixo risco de quedas durante o exercício.
2.7.4 - Os benefícios do treino de força/resistência na melhoria da
osteoporose
O exercício tem uma importante função na maximização do pico de
massa óssea e em reduzir as taxas de perda de osso, devendo ser realizado
através de cargas mecânicas com impacto (Wallace & Cumming, 2000).
Segundo estes autores, o exercício diminui a taxa de perda óssea na coluna
lombar e, provavelmente, no colo do fémur em senhoras na pré e na pós-
menopausa, a longo prazo. Já Englund et al. (2009), verificaram que os ganhos
na DMO e as funções neuromusculares alcançadas através do treino de força
se perdem cinco anos após a realização do programa, logo para estes autores,
é necessário que o treino de força de alta intensidade seja realizado de modo
continuado para que exista a preservação da DMO e da função neuromuscular
ao longo da vida.
Para Matos et al. (2009), o treino de força funcional com carga não
melhora significativamente a DMO em senhoras pós-menopáusicas com
osteopenia ou osteoporose, no entanto, quando compararam estes resultados
com senhoras sedentárias, puderam concluir que o programa de treino foi
importante para se manter a saúde do osso e os níveis de DMO,
principalmente ao nível da coluna lombar e do colo do fémur, tendo menos
influencia na alteração dos valores da DMO na anca.
A atividade física de alta intensidade com impacto, como exercícios
pliométricos com saltos e exercícios de resistência até 60% de 1-RM, são os
mais indicados, uma vez que proporcionam maiores ganhos ao nível da DMO,
devendo ser realizados pelo menos três vezes por semana, 10 a 20 minutos
64
por dia, tendo em conta que se forem realizados duas vezes por dia é ainda
mais benéfico, segundo Kohrt et al. (2004). Estes autores indicam ainda que,
se este tipo de atividade física for realizado durante a fase adulta, com maior
periodicidade (exercícios de força três a cinco dias por semana e os exercícios
de resistência dois a três dias por semana) e maior duração (30 a 60 minutos),
poderão minimizar as perdas de DMO na terceira idade. Se a este tipo de
atividades for implementado o treino de equilíbrio e coordenação, poderá ser
uma ajuda na diminuição da probabilidade de quedas e fraturas osteoporóticas
(Kohrt et al., 2004).
As atividades, como os exercícios de resistência ou como a realização
de saltos pliométricos numa plataforma de força ou exercícios de SJ, têm
efeitos positivos nas regiões corticais e trabeculares do osso da tíbia e do
fémur (Kohrt et al., 2004).
Nelson et al. (1994), descobriram que o treino de força/resistência
mantêm os níveis de DMO, através do aumento de 0,9% no colo do fémur e
1,0% na coluna lombar. No estudo de Rosario et al. (2003), foi possível obter
resultados idênticos, no entanto não existiram diferenças significativas entre as
senhoras que passaram há pouco tempo pela menopausa (cinco anos) e as
senhoras que já passaram há mais tempo (11 anos). Estes autores
comprovaram que, mesmo num período de grande intensidade de perda
muscular após a menopausa, é possível aumentar a massa e força muscular
através do treino de resistência. Os níveis médios de DMO total, de anca,
coluna lombar e antebraço permaneceram similares aos níveis iniciais, em
ambos os grupos, o que significa que o treino de força não aumentou a DMO
nos locais ósseos mais vulneráveis do esqueleto, mas pode atrasar a perda de
massa óssea ao longo do envelhecimento.
O treino de força consegue prevenir algumas das perdas de DMO com o
envelhecimento, apesar de haver sempre uma diminuição. Segundo Courtney
et al. (1994), apesar do treino de força aumentar significativamente os níveis de
DMO, a magnitude dessas mudanças pode não ser suficiente para reduzir o
risco de fratura quando ocorrer uma queda, porque é necessário um aumento
superior a 20% para que haja proteção de fraturas que resultem de quedas.
65
Logo, o treino de força pode não prevenir contra as fraturas ou quedas,
podendo apenas reduzir vários fatores de risco para a ocorrência de quedas
(Hurley & Roth, 2000).
Para Bemben et al. (2000), o treino de resistência durante cerca de seis
meses, ora com intensidade ou carga elevada (80% de 1-RM, com oito
repetições), ora com baixa intensidade ou com um grande número de
repetições (40% de 1-RM, com 16 repetições), é eficaz na melhoria da força
muscular e no tamanho do músculo em senhoras pós-menopáusicas, logo, os
exercícios com baixa resistência são benéficos para a aptidão muscular para
as senhoras que não podem realizar exercícios de resistência com alta
intensidade.
Bassey et al. (1998), analisaram os efeitos da realização de saltos
verticais na DMO, durante 6 meses em senhoras na pré-menopausa e durante
12 meses nas senhoras na pós menopausa, tendo em conta que as senhoras
pós-menopáusicas tomavam THS. A DMO foi medida através da DEXA na
coluna lombar e no fémur proximal. O exercício de CMJ consistia em realizar
50 saltos verticais seis dias por semana, com uma altura média de 8.5 cm,
provocando uma média de FRS de três vezes o valor da massa corporal nas
senhoras pré-menopáusicas e de quatro vezes nas senhoras pós-
menopáusicas. Nas senhoras pré-menopáusicas houve um aumento
significativo de 2.8% da DMO femoral após cinco meses de estudo, quando
comparado com o grupo de controlo. Já nas senhoras pós-menopáusicas não
se registaram diferenças significativas após 12 ou 18 meses, comparando com
o grupo de controlo, e o efeito da THS não foi alterado pelo menos durante os
12 meses de estudo. Estes resultados sugerem que as senhoras pré-
menopáusicas responderam positivamente aos exercícios de alto impacto
verticais, ao contrário das senhoras pós-menopáusicas.
Korpelainen et al. (2006), realizaram um estudo com o objetivo de
perceber qual o efeito de um programa de 30 meses de exercícios de alto
impacto na massa óssea de alguns locais, como o colo do fémur, trocânter e
anca, em 160 senhoras pós-menopáusicas com uma baixa DMO no rádio e na
anca. Os autores puderam concluir que o exercício de alto impacto não
66
mostrou ter efeitos na DMO, no entanto houve uma melhoria do conteúdo
mineral ósseo (CMO) no trocânter. Concluíram ainda que o exercício pode
prevenir as quedas e fraturas em senhoras idosas com uma baixa DMO.
Segundo Going et al. (2003), a DMO regional pode ser melhorada
através de exercícios de resistência combinados com exercícios aeróbios e
atividades de levantamento de halteres em senhoras pós-menopáusicas, que
consumam a quantidade adequada de cálcio. Os locais de exposição a FRS e
a FRA foram mais beneficiados do que os locais apenas de FRS, logo, para
Going et al. (2003), um programa de resistência que insere ambos os tipos de
força é mais saudável e efetivo para a prevenção da osteoporose. O aumento
da DMO foi mais elevada em senhoras que tomavam a THS, do que em
senhoras que não tomavam, no entanto a interação entre o exercício e a THS
não foi significante, não havendo também um efeito sinergético da THS com o
exercício na DMO. O aumento da DMO é considerado moderado, no entanto
se for avaliado no contexto de taxa de perda de DMO durante cinco ou sete
anos após a menopausa, o aumento da DMO torna-se importante,
principalmente se for mantido através da prática de exercício com impacto.
Bolton et al. (2012), confirmam os resultados acima apresentados, pois
no seu estudo, apesar de ter havido uma mudança significativa na DMO da
anca, relativamente aos níveis iniciais, os níveis de qualidade de vida
observados foram maiores nas senhoras que realizaram o programa de treino.
Não existiram mudanças significativas relativamente à melhoria do equilíbrio,
porque o programa de treino talvez não tenha sido o mais indicado para atingir
esse objetivo e, apesar de terem existido melhorias ao nível do aumento da
força muscular, esta pode ter sido limitada devido à progressão da resistência
apresentada, pois a intensidade do exercício é crucial para se determinar a
capacidade que o programa tem na obtenção de benefícios.
Tolomio et al. (2010), propuseram-se a avaliar o efeito do treino
direcionado para o fortalecimento da força, da capacidade aeróbia, do equilíbrio
e da mobilidade articular, sobre a massa óssea (avaliada através de DEXA), a
qualidade do osso (avaliada através de osteosonografia) e a capacidade física
funcional em 125 senhoras pós-menopáusicas com uma baixa DMO, durante
67
11 meses, podendo ser realizados numa piscina e em casa. Após o programa
de treino foi possível concluir que este método foi bastante benéfico, pois
melhoraram os níveis da capacidade física funcional, reduziram da perda óssea
fisiológica e a qualidade óssea na DMO foi mantida. Então, foi possível afirmar
que, apesar de ter havido uma redução da força gravitacional, o treino aquático
foi benéfico para a prevenção e tratamento da osteoporose, pois melhorou a
qualidade do osso devido às características da água, principalmente a pressão
hidrostática e a viscosidade, que atuam como uma resistência de fricção
durante o exercício.
Rotstein et al. (2008), puderam concluir com o seu estudo de sete
meses, em 35 senhoras pós-menopáusicas, que é possível melhorar a saúde
óssea através da melhoria da DMO, com um plano de treino aquático, realizado
três vezes por semana, com a duração média de uma hora por sessão. A
DMO, o CMO, o índice T e o índice Z foram avaliados pela DEXA nas vértebras
lombares. O protocolo experimental utilizado era composto por 20 minutos de
treino aeróbio a uma intensidade de 12-16 na escala de perceção de esforço
de Borg e 20 minutos de treino de resistência com diferentes exercícios e
materiais aquáticos. Estes autores concluem que é possível planear e executar
planos de exercício em meio aquático, pois existe um efeito positivo no estado
do osso em senhoras na pós-menopausa.
Colado, Triplett, et al. (2009), demonstraram que o treino aquático de
resistência apresenta benefícios fisiológicos ao nível da saúde (valores
químicos sanguíneos, pressão sanguínea e ao nível da composição corporal) e
da capacidade física para a realização das atividades do dia-a-dia, sendo
comparáveis com os resultados obtidos em programas de exercício em meio
terrestre. Mais especificamente, estes autores realizaram um estudo em que se
propuseram comparar o efeito do treino de resistência em meio aquático com
equipamento aquático e o treino com bandas elásticas, durante 24 semanas,
em 46 senhoras na pós-menopausa, e verificaram que ambos os tipos de treino
são eficazes, mas que o treino no meio aquático pode trazer mais benefícios
aos indivíduos com sensibilidade a cargas de treino elevadas ou ao impacto, o
que acontece no meio terrestre.
68
Também Takeshima et al. (2002), comprovaram que o treino em meio
aquático em senhoras entre os 60 e os 75 anos de idade, durante 12 semanas,
é seguro e benéfico, pois proporciona respostas fisiológicas positivas ao nível
da aptidão cardiorrespiratória, da força muscular, da composição corporal, do
colesterol total, da agilidade e da flexibilidade. Segundo estes autores, o
exercício no meio aquático tem benefícios adicionais através da diminuição do
risco de quedas e lesões que possam ocorrer durante a prática de atividade
física ou aquando da realização das tarefas do quotidiano.
No entanto, nem todos os estudos encontraram efeitos positivos no
aumento da DMO em senhoras idosas com baixa DMO, através do treino em
meio aquático. Bravo et al. (1997), realizaram um estudo em meio aquático,
com 77 senhoras pós-menopáusicas, dos 50 aos 70 anos de idade, três vezes
por semana, com a duração de 60 minutos, durante 12 meses. A DMO foi
avaliada no colo do fémur e nas vértebras lombares L2- L4 através da DEXA.
Neste estudo, foi encontrada uma diminuição de cerca de 1% na DMO ao nível
das vértebras, estando relacionada com o declínio que acontece naturalmente
na densidade em senhoras pós-menopáusicas que não realizam uma
prevenção da diminuição da DMO, e não houve alteração na DMO ao nível do
colo do fémur. Esta diminuição, segundo estes autores, está relacionada com o
tipo de programa de treino utilizado, pois cada sessão de treino incluía 40
minutos de saltos intervalados para promover o aumento de osso, a força e a
resistência. Para algumas senhoras pode ser um esforço difícil de suportar
durante um grande período de tempo. Neste estudo, apesar de não terem
existido benefícios ao nível do sistema esquelético, existiram aumentos ao
nível da capacidade funcional (flexibilidade, agilidade, força/resistência e a
resistência cardiorrespiratória) e no bem-estar psicológico.
Objetivos
71
III – Objetivos
3.1 – Objetivo geral
O presente estudo tem como objetivo geral descrever e comparar a
componente vertical da FRS (força de impacto), durante a realização de
exercícios de squat jump a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio
terrestre e aquático em senhoras na pós-menopausa, fisicamente ativas,
praticantes de hidroginástica e de ginástica de manutenção, com o recurso a
uma plataforma de força subaquática.
3.2 – Objetivos específicos
A partir do objetivo geral surgem os seguintes objetivos específicos:
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do pico de
força concêntrica através da realização de squat jump e dois e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do pico de
força de impacto através da realização de squat jump e dois e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático da taxa de
crescimento da força concêntrica desenvolvida, através da realização de squat
jump e dois e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático da taxa de
desenvolvimento da força para a força de impacto, através da realização de
squat jump e dois e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo total
que necessário à realização de squat jump e dois e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo
necessário até ao pico da força concêntrica na realização de squat jump e dois
e a um pé.
• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo
necessário até ao pico da força de impacto na realização de squat jump e dois
e a um pé.
Metodologia
75
IV – Metodologia
Ao longo deste capítulo serão apresentados a caracterização do estudo,
procedimentos de seleção da amostra e da recolha de dados, a caracterização
da amostra, os procedimentos metodológicos, e por fim, os procedimentos
estatísticos.
4.1 – Caracterização do estudo
A presente investigação consistiu num estudo de natureza experimental,
transversal, colocando em comparação a realização de um exercício de squat
jump, a um e a dois pés, em meio aquático e em meio terrestre pelo mesmo
grupo de senhoras idosas, na pós-menopausa.
Iniciou-se a investigação com um primeiro contacto com as entidades
pertinentes para a realização deste estudo para verificar a sua disponibilidade
de colaboração de recolha de dados. Todas as entidades envolvidas, isto é, a
Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade do Porto e o ginásio Life
Club, deram o seu consentimento e apoio para o desenvolvimento da
investigação, tendo o conhecimento da sua intenção, dos seus objetivos, a
população alvo, quais as componentes avaliadas e os instrumentos a serem
utilizados.
4.2 – Caracterização da amostra
A amostra selecionada foi intencional e os critérios de inclusão foram os
seguintes: participação voluntária; ser mulher com idade igual ou superior a 50
anos; inexistência de limitações físicas ou medicação que pusessem em causa
a realização do protocolo experimental e a própria saúde das idosas; realizar
atividade física regularmente; ser praticante de hidroginástica ou já ter
praticado durante pelo menos seis meses.
A amostra total do estudo foi composta por 13 idosas com uma média de
idades de 61,8 ± 5,3 anos com idades compreendidas entre os 52 e os 70 anos
de idade. O IMC variava entre 20,2 kg/m2 e os 37,1 kg/m2 sendo a média de
26,7±4,7 kg/m2.
76
Todas as senhoras que participaram no estudo foram informadas sobre
o protocolo experimental, o seu propósito, quais os seus objetivos, os testes
envolvidos na recolha de dados e ainda assegurar a manutenção da
confidencialidade e anonimato dos dados. Logo de seguida foi pedido às
senhoras que estavam dispostas a participar neste estudo que assinassem um
documento de consentimento informado (Anexo I), tendo com isto sido
cumpridos os requisitos de carácter ético e deontológico. Este documento é
composto pela descrição dos objetivos do estudo, pelo esclarecimento sobre a
contribuição voluntária da sua participação e que não corriam quaisquer riscos
nem que envolveriam quaisquer custos monetários. Foi garantida a
confidencialidade dos dados e anonimato de todos os intervenientes. Foi-lhes
ainda informado que poderiam abandonar o estudo por qualquer motivo, caso o
pretendessem.
Após todos os esclarecimentos e de confirmada a disponibilidade das
senhoras, procedeu-se à calendarização da familiarização com o protocolo e
respetivas datas para a recolha de dados.
De seguida procedeu-se à realização da ficha de Anamnese (Anexo II)
para verificar a presença de patologias e medicações, limitações físicas e
funcionais. Foi-lhes também perguntado a idade, massa corporal, estatura,
hábitos de atividade física e de hidroginástica em especial, a ocorrência de
quedas e respetivas consequências.
A tabela 1 exibe a distribuição e principais características das
participantes.
Tabela 2 – Principais Características da amostra
Média Mediana Mínimo Máximo
Desvio
Padrão
Idade (anos) 61,8 63,0 52,0 70,0 5,3
IMC (kg/m2) 26,7 26,7 20,2 37,1 4,7
As fichas de anamnese revelaram que algumas das senhoras têm
algumas patologias relacionadas com o envelhecimento e com a perda de
77
massa óssea, como a diminuição do equilíbrio e daí a maior probabilidade de
tonturas e quedas. No entanto, como são patologias que estão controladas e
como realizam atividade física regularmente considerámos que as senhoras
estariam aptas para a realização do estudo.
4.3 – Procedimentos metodológicos
As senhoras praticam atividade física no ginásio Life Club, na cidade de
Vila Nova de Gaia, realizando principalmente hidroginástica e/ou ginástica de
manutenção.
4.3.1 - Hidroginástica
As senhoras praticam hidroginástica uma a duas vezes por semana,
com sessões de duração de 45 minutos, sendo a aula constituída por: (i) 10
minutos de aquecimento, onde as senhoras realizam vários tipos de
deslocamentos na água e vários exercícios de mobilidade geral; (ii) 30 minutos
de parte fundamental da aula onde se realiza predominantemente um trabalho
aeróbio, utilizando exercícios de corrida, chutos em várias direções, pêndulo,
ski, polichinelo e twist; (iii) realização de algum trabalho localizado de força de
resistência geral, como movimentos de flexão/extensão do cotovelo, abdução e
adução dos músculos dos membros superiores e inferiores e flexão do tronco.
(iv) Os últimos cinco minutos são de relaxamento e alongamento muscular dos
músculos que foram solicitados ao longo da aula.
Durante a aula podem ser utilizados vários materiais, como caneleiras,
noodles e halteres aquáticos, para tornar a aula mais desafiante. E foi ainda
utilizada música adaptada aos diferentes segmentos da mesma.
4.3.2 – Ginástica de manutenção
Estas senhoras também praticam ginástica de manutenção, para
senhoras a partir dos 50 anos, duas a três vezes por semana, sendo sessões
com 50 minutos de duração.
Nestas aulas é privilegiado o desenvolvimento da condição física através
do domínio das capacidades psicomotoras, através de quatro áreas de
78
intervenção: as capacidades motoras condicionais (velocidade de reação,
resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, força e flexibilidade); as
capacidades motoras coordenativas (coordenação oculomotora, equilíbrio,
destreza, lateralidade, esquema corporal e ritmo); as capacidades psicofísicas
(concentração, criatividade, iniciativa, controlo emocional, cooperação e
responsabilidade); as competências percetivo-motoras de carácter geral
(postura corporal, deslocamentos, mudanças de direção, manipulação de bola,
estruturação do espaço, noção de posição e de função).
4.3.3 – A plataforma de força
Para a aquisição dos dados de dinamometria foi utilizada uma
plataforma de força subaquática extensométrica construída com base no
estudo de Roesler (1997).
4.3.3.1 – Construção
A plataforma de força foi construída com extensómetros de resistência
elétrica (strain gauges). Tem as dimensões de 500 mm (comprimento) x 500
mm (largura) x 70 mm (altura), cuja carga máxima/ sensibilidade é de 4000/2 N,
a frequência natural é de 400Hz, ganho de 600 e permite a aquisição de dados
de força apenas na componente perpendicular à superfície da plataforma.
O erro foi calculado após a calibragem (4.3.3.2 – Calibragem) e foi dado
a partir da pesagem de pesos mortos aferidos, na própria plataforma de força.
A diferença entre os valores adquiridos na plataforma e dos pesos mortos foi
inferior a 1%.
79
Fig. 5 - Plataforma de força em seco aberta com o esquema de posicionamento dos strain
gauges e vista em diferentes posições (superior e inferior). (Adaptado de Pereira (2009)).
Os sinais adquiridos foram convertidos por um conversor
analógico/digital (A/D) de 16 bits de resolução (BIOPAC Systems, Inc) e com
voltagem de entrada de ± 10 volts, a taxa de aquisição de 200 Hz, alimentado
por uma fonte de 12 volts, que permitiu a posterior importação do sinal para um
computador portátil.
4.3.3.2 – Calibragem
A precisão de um instrumento é essencial para permitir a existência de
dados confiáveis e fidedignos. A aferição da precisão da plataforma de força foi
realizada experimentalmente através da relação de grandezas padrão e os
valores indicados pela própria plataforma de força.
Para a calibragem da plataforma de força utilizaram-se pesos mortos,
medidos e aferidos numa balança milimétrica, como medida padrão. Estes
pesos mortos foram colocados, um a um, sobre a plataforma, num total de
75,295 Kg, em intervalos de 10 segundos cada (Roesler, 1997).
80
Fig. 6 - Imagem da calibração da plataforma de força, com a utilização dos pesos mortos.
(Adaptado de Pereira (2009)).
A plataforma subaquática foi colocada sobre a outra plataforma (Bertec),
que também ajudou como instrumento de medição dos pesos mortos. No
entanto este registo não foi considerado para o cálculo do índice de
calibragem.
Os valores registados pela plataforma de forças subaquática foram
comparados com os valores dos pesos mortos e, através de regressão linear,
foi calculado o coeficiente de calibragem, que foi utilizado digitalmente no
tratamento do sinal durante a aquisição.
O sinal da plataforma é adquirido em milivolts (mV) e após a correção da
linha de base do gráfico do sinal (4.3.5.1 - Remoção da componente comum –
DC offset) e Deteção do Inicio /Fim do sinal (on set/off set), foi transformado em
N através da multiplicação do sinal pelo coeficiente de calibração da
plataforma.
4.3.3.3 – Montagem
Para a utilização em terra, a plataforma foi colocada no chão num local
central da sala, com espaço em volta para permitir a realização do protocolo.
Para a utilização na água, a plataforma foi colocada perpendicularmente
ao comprimento da piscina, ficando o mais na horizontal possível para não
influenciar a captação de sinal da plataforma.
81
4.3.4 – Protocolo experimental
A recolha de dados foi realizada em duas manhãs, no ginásio Life Club,
tendo sido necessário o transporte de todos os instrumentos para a piscina
coberta de 25 metros de comprimento e 12,50 metros de largura, cuja água
que estava a uma temperatura cerca de 30º C e a uma temperatura ambiente
cerca de 29ºC.
A realização deste protocolo teve como base os protocolos realizado por
Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010) e Triplett et al. (2009).
As senhoras realizaram duas sessões de familiarização em terra e em
água, semanas antes da recolha de dados para aprenderem a técnica de salto
pretendida, de acordo com a disponibilidade das senhoras e do ginásio.
As participantes vestiram fato de banho e touca para a realização do
protocolo aquático e roupa confortável com sapatilhas para o protocolo em
terra.
Foi pedido aos instrutores de hidroginástica e de ginástica de
manutenção que não realizassem treinos de força até 48 horas antes da
recolha de dados, para que as senhoras não apresentassem fenómenos de
fadiga precoce durante a realização da recolha de dados.
Os protocolos de medição foram rigorosamente controlados pelos
mesmos avaliadores, com a ajuda adicional de um goniómetro manual e de
filmagem para maior veracidade dos dados recolhidos.
As senhoras realizaram um aquecimento geral antes das sessões de
familiarização e antes das sessões de teste, que consistiu em cinco minutos de
mobilização articular para as principais articulações com corrida leve entre os
exercícios.
Após o aquecimento, foi então permitido às senhoras realizarem um
salto antes de cada tipo de salto medido.
Devido à logística de submergir a plataforma de força na água, foram
realizados em primeiro lugar os SJ em terra, e em seguida, os diferentes tipos
de saltos na água.
82
As idosas foram sempre incentivadas a realizarem o esforço máximo
durante todos os saltos medidos, sendo que cada idosa realizou três tentativas
para cada tipo de salto, isto é, três tentativas a um e dois pés em ambiente
terra e três tentativas a um e dois pés em ambiente terra e em ambiente
aquático. Para evitar os efeitos da fadiga foi feita aleatoriamente a escolha das
senhoras que teriam de realizar os saltos, no entanto, no total todas as
senhoras realizaram três saltos a dois pés e três saltos a um pé. E entre cada
salto foi dado um minuto de descanso para recuperarem.
Também foi considerado o perfil de receção na plataforma de cada
tentativa, tendo apenas sido considerados os saltos em que as senhoras
pousassem solidamente os pés na plataforma, tendo sido descartados os
saltos cuja receção na plataforma tenha sido parcial devido a desequilíbrios e à
flutuação aquática, por exemplo.
4.3.4.1 – A recolha de dados
Inicialmente foi acionado o botão start manualmente no computador
portátil, através do programa Acqknoledge ® (BIOPAC Systems, Inc), dando
início ao sistema de aquisição dos dados de força, onde foi adquirido o offset,
isto é, apenas a plataforma, sem ninguém em cima dela. Depois foi pedido à
participante que subisse à plataforma e permanecesse em posição ereta por
cerca de 20 segundos, como forma de normalizar os dados da força de reação
ao solo, pois só deste modo foi possível registar os valores da massa corporal
e comparar os diferentes saltos. Só depois foi pedido para que a senhora
realizasse o agachamento, com as mãos na cintura, realizasse o salto a dois
ou a um pé e que realizasse posteriormente uma extensão completa dos
membros inferiores até terminar o movimento e que depois permanecesse
novamente em posição ereta. Este procedimento foi realizado com todas as
participantes.
Em cada salto foi pedido às senhoras para saltarem o mais alto possível,
sempre com flexão entre coxa e perna para evitar o impacto violento com o
chão. A posição inicial do salto implicava permanecer num grau de flexão entre
coxa e perna definido com um goniómetro manual em 90º e monitorizado por
83
filmagem. Foi ainda pedido para colocaram as mãos na cintura durante todo o
salto (impulsão, fase de voo e receção ao solo), como é possível verificar na
figura 8.
Fig. 7 – Recolha de dados em meio terrestre.
Para a recolha de dados no meio aquático, a altura de pé na água, em
cima da plataforma (antes da flexão do joelho) estava localizada no processo
xifoide, no esterno (± 3 cm). No entanto, o nível de imersão no início do salto
era mais profundo, porque os indivíduos tinham que permanecer em flexão dos
membros inferiores a 90º. Esta altura foi selecionada devido ser a profundidade
a que as senhoras estão habituadas a realizar as suas aulas de hidroginástica
e é uma profundidade recomendada pela AEA (2008).
4.3.5 – Tratamento dos dados
Os dados foram adquiridos e inicialmente tratados pelo programa
Acqknoledge ® (BIOPAC Systems, Inc) para efeitos de conversão do sinal A/D
e de calibragem dos dados da plataforma feita, pela multiplicação automática
do sinal pelo coeficiente de calibração da plataforma.
As restantes rotinas de tratamento do sinal da plataforma de forças
foram programadas pelo programa MatLab.
4.3.5.1 – Remoção da componente comum (DC offset)
As diferenças de tensão dos circuitos internos da plataforma de força ou
do sistema de aquisição de dados podem causar alterações na linha de base
84
do sinal gerado pela plataforma. Estas alterações podem também ser causadas
pela corrente elétrica que alimenta os equipamentos utilizados para a aquisição
dos dados, fazendo com que a linha de base do sinal adquirido não coincida
com o zero elétrico do gráfico ou ainda, no caso da água, ser causado pela
ondulação da água.
Através do programa MatLab foi feita uma correção do sinal, ao que se
chama remoção do DC offset, através da subtração da média do sinal em vazio
já calibrado, pelo zero elétrico do equipamento de aquisição dos dados,
colocando a linha de base do sinal coincidente com a linha do zero do
equipamento.
4.3.5.2 – Filtragem
A filtragem do sinal em bruto das oscilações de frequência foi utilizada,
através do programa MatLab, um filtro digital do tipo Butterworth de 4ª ordem,
com frequência de corte de 100Hz.
4.3.5.3 – Normalização
A normalização foi realizada digitalmente pelo programa MatLab
dividindo os arquivos de força pela massa corporal que as senhoras indicaram
na sua ficha de Anamnese.
4.3.5.4 – Variáveis estudadas
Neste protocolo, as variáveis dependentes estudadas, de acordo com
Triplett et al. (2009) e Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010) foram:
(i) O pico de força concêntrica, como a maior força de reação do solo antes
de terminar a fase de propulsão do movimento;
(ii) O pico da força de impacto, como a maior força de reação do solo
durante a receção ao solo;
(iii) A taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida, como o
primeiro pico da componente vertical da força de reação do solo, dividido pelo
tempo desde o início da fase concêntrica até ao primeiro pico de força
concêntrica;
85
(iv) A taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto, como o
primeiro pico de força de impacto, dividido pelo tempo desde o início da fase de
receção ao solo até ao primeiro pico da força do impacto;
(v) O tempo total, como o tempo necessário para terminar a fase de
propulsão do movimento, que é, desde o início da fase de propulsão da
descolagem;
(vi) O tempo para o pico de força concêntrica, como o tempo necessário
para se chegar ao pico de força concêntrica a partir do início da fase de
propulsão do movimento.
(vii) O tempo até ao pico de força de impacto, como o tempo necessário para
chegar ao pico de força de impacto, a partir do início da fase de aterragem do
movimento.
Fig. 8 - Imagem gráfica de um squat jump a dois pés, realizado dentro de água. (Adaptado de
Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010)).
A figura 9 é um exemplo de um sinal padrão e a análise realizada
durante o salto aquático a dois pés. No entanto, foi realizado exatamente o
mesmo protocolo para os SJ a um pé, dentro e fora de água.
No lado esquerdo é possível verificar um sinal típico das forças geradas por um
sujeito durante o salto aquático. As diferentes fases do salto podem ser
observadas através dos desenhos colocados na zona superior, estando
separados por linhas a tracejado. O sombreamento mostra o fragmento de
sinal selecionado para a análise posterior, que é possível ver no lado direito.
Como pode ser verificado, no lado direito a força do sinal foi corrigido através
86
da remoção da força exercida pelo peso do corpo dos sujeitos. As variáveis
dependentes analisadas estatisticamente são: A. pico de força concêntrica; B.
pico da força de impacto; C. taxa de desenvolvimento da força concêntrica; D.
taxa de desenvolvimento da força de impacto; E. tempo até ao pico de força
concêntrica; F. tempo até ao pico da força de impacto; G. tempo total. Embora
a representação gráfica das taxas não seja exata, pode fornecer uma ajuda
visual para entender o cálculo destes parâmetros. (Colado, Garcia-Masso,
Gonzalez, et al., 2010).
4.4 – Procedimentos estatísticos
Os dados obtidos foram tratados através do software Statistical Package
for the Social Sciences® (SPSS®), versão 18,0. As variáveis numéricas são
resumidas através da média ± desvio padrão, mediana, mínimo e máximo e as
qualitativas são resumidas recorrendo às frequências absolutas e relativas.
O nível de significância, p=0.05 (5%) foi o valor de referência para a
identificação de diferenças estatisticamente significativas.
A verificação da normalidade das variáveis foi realizada através do teste
Shapiro-Wilk (n <30). Como se verificou que não era uma distribuição normal, o
tratamento dos dados foi realizado através do teste de Wilcoxon para amostras
emparelhadas (tabelas 3 e 4).
Quando visualmente explicativo utilizou-se gráficos com barras de erro
(gráficos 1 a 7).
Apresentação de Resultados
89
V – Apresentação de resultados
Neste capítulo apresentamos os resultados da presente investigação.
Nas Tabela 3 e 4 e nos Gráficos 1 a 7, representa-se a comparação da
componente vertical da força de reação do solo a um e a dois pés, em meio
terrestre e aquático.
Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da força de reação do
solo a um pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático
Média Mediana Mínimo Máximo DP p1
Tempo total Meio Aquático
1,54 1,40 1,21 2,13 0,29 ,001**
Meio Terrestre
1,05 1,03 0,83 1,29 0,15
Pico de força concêntrica
Meio Aquático
419,40 379,01 270,95 667,21 122,49 ,001**
Meio Terrestre
912,40 875,67 669,67 1420,71 221,78
Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida
Meio Aquático
1587,60 1602,42 767,59 2444,35 636,43 ,007**
Meio Terrestre
1071,23 940,50 419,23 2890,24 681,10
Pico da força de impacto
Meio Aquático
340,59 263,96 181,08 667,14 149,34 ,001**
Meio Terrestre
1402,54 1302,83 975,08 2274,59 371,48
Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto
Meio Aquático
2638,23 2280,94 1006,29 6180,52 1459,64 ,006**
Meio Terrestre
19189,90 19055,94 11528,84 32235,17 6040,44
Tempo para o pico de força concêntrica
Meio Aquático
0,28 0,26 0,17 0,42 0,08 ,402
Meio Terrestre
0,30 0,28 0,17 0,48 0,09
Tempo até ao pico de força de impacto
Meio Aquático
0,15 0,15 0,12 0,20 0,03 ,023*
Meio Terrestre
0,10 0,07 0,04 0,45 0,11
*p < .05 **p < .01; 1 Teste Wilcoxon;
DP – desvio padrão
Na tabela 3 observam-se diferenças estatisticamente significativas (p <
0,05) entre os meios nos tempos totais e até ao pico de força de impacto, bem
como nos picos da força concêntrica e de impacto e nas taxas de crescimento
da força concêntrica desenvolvida e de desenvolvimento da força para a força
de impacto.
90
Tabela 4 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da força de reação do
solo a dois pés em meio terrestre e o aquático
*p < .05 **p < .01; 1 Teste Wilcoxon;
DP – desvio padrão
Na tabela 4 observam-se diferenças estatisticamente significativas (p <
0.05) entre os meios aquático e terrestre nos tempos totais e até ao pico de
força de impacto, bem como nos picos da força concêntrica e de impacto e na
taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto.
Média Mediana Mínimo Máximo DP p1
Tempo total Meio Aquático
1,50 1,47 1,11 1,87 0,19 ,009**
Meio Terrestre
1,23 1,26 0,89 1,76 0,24
Pico de força concêntrica
Meio Aquático
559,43 509,92 262,95 1204,23 277,87 ,001**
Meio Terrestre
1096,68 1143,74 779,35 1574,56 259,09
Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida
Meio Aquático
2277,51 1682,70 519,43 5014,46 1456,03 ,055
Meio Terrestre
1555,36 1315,15 533,39 4628,74 1067,52
Pico da força de impacto
Meio Aquático
418,58 407,88 157,49 1036,32 229,30 ,001**
Meio Terrestre
1898,24 1711,42 1463,79 2620,12 424,52
Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto
Meio Aquático
3501,15 3563,68 1075,62 6200,35 1690,63 ,003**
Meio Terrestre
26168,53 26959,22 13070,24 33438,11 5042,50
Tempo para o pico de força concêntrica
Meio Aquático
0,28 0,26 0,13 0,47 0,09 ,075
Meio Terrestre
0,33 0,32 0,12 0,49 0,11
Tempo até ao pico de força de impacto
Meio Aquático
0,14 0,13 0,10 0,21 0,04 ,001**
Meio Terrestre
0,08 0,08 0,05 0,12 0,02
91
No gráfico seguinte estão apresentados os valores do pico de força
concêntrica, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor
foi significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao meio
terrestre (Meio aquático: 419,40±122,49; Meio terrestre: 912,40±221,78). Nos
saltos a dois pés, a média do pico da força concêntrica foi significativamente
inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático:
559,43±277,87; Meio terrestre: 1096,68±259,08).
Gráfico 1 - Pico de força concêntrica média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante)
em meio terrestre e o aquático
92
No gráfico seguinte estão apresentados os valores do pico de força de
impacto, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor foi
significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao meio
terrestre (Meio aquático: 340,59±149,34; Meio terrestre: 1402,54±371,48). Nos
saltos a dois pés, a média do pico da força de impacto foi significativamente
inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático:
418,58±229,30; Meio terrestre: 1898,24±424,52).
Gráfico 2 - Pico da força de impacto média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em
meio terrestre e o aquático
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
Meio Aquático Meio Terrestre
Forç
a (N
)
Um pé
Dois pés
93
No gráfico seguinte estão apresentados os valores da taxa de
crescimento da força concêntrica, onde se pode verificar que nos saltos a um
pé, a média deste valor no meio aquático foi significativamente mais elevada
que no meio terrestre (Meio aquático: 1587,60±636,43; Meio terrestre:
1071,23±681,10). Para os saltos a dois pés, não se observaram diferenças
estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático no
que respeita à taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida.
Gráfico 3 - Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida média (IC 95%) a dois pés
e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
Meio Aquático Meio Terrestre
Taxa
(N
/s)
Um pé
Dois pés
94
No gráfico seguinte estão apresentados os valores da taxa de
desenvolvimento da força de impacto, onde se pode verificar que nos saltos a
um pé, a média deste valor foi mais baixo que no meio terrestre (Meio aquático:
2638,23±1459,64; Meio terrestre: 19189,90±6040,44). Para os saltos a dois
pés, a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto foi
significativamente mais baixa no meio aquático (Meio aquático:
3501,15±1690,63; Meio terrestre: 26168,53±5042,50).
Gráfico 4 - Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto média (IC 95%) a dois
pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático
95
No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo total, onde
se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor foi
significativamente superior no meio aquático comparativamente ao meio
terrestre (Meio aquático: 1,54±0,29; Meio terrestre: 1,05±0,15). Nos saltos a
dois pés, o tempo médio total foi significativamente superior no meio aquático
comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático: 1,50±0,19; Meio terrestre:
1,23±0,24).
Gráfico 5 - Tempo total médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio
terrestre e o aquático
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
1,50
1,60
1,70
Meio Aquático Meio Terrestre
Tem
po
(s)
Um pé
Dois pés
96
No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo para o pico
de força concêntrica, onde se pode verificar que não se observaram diferenças
estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático no
que respeita ao tempo para o pico de força concêntrica para os saltos a um pé
e para os saltos a dois pés.
Gráfico 6 - Tempo para o pico de força concêntrica médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado
dominante) em meio terrestre e o aquático
97
No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo até ao pico
de força de impacto, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média
deste valor foi significativamente superior no meio aquático comparativamente
ao meio terrestre (Meio aquático: 0,15±0,03; Meio terrestre: 0,10±0,11). Nos
saltos a dois pés, o tempo médio até ao pico de força de impacto foi
significativamente superior no meio aquático comparativamente ao meio
terrestre (Meio aquático: 0,14±0,04: Meio terrestre: 0,08±0,02).
Gráfico 7 - Tempo até ao pico de força de impacto médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado
dominante) em meio terrestre e o aquático
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Meio Aquático Meio Terrestre
Tem
po
(s)
Um pé
Dois pés
Nos saltos realizados a um pé, o tempo médio até ao pico de força de
impacto
Discussão de Resultados
101
VI – Discussão de resultados
O objetivo do nosso estudo foi descrever e comparar a componente
vertical da FRS, durante a realização de exercícios de SJ a dois pés e a um pé
(lado dominante) em meio terrestre e aquático em senhoras na pós-
menopausa, fisicamente ativas, praticantes de hidroginástica e/ou de ginástica
de manutenção, onde utilizamos uma plataforma de força subaquática para a
análise da FRS.
No presente capítulo pretendemos analisar a coerência dos resultados
obtidos no nosso estudo com a literatura atual. Iremos, então, efetuar a
discussão dos resultados de acordo com as variáveis estudadas: pico de força
concêntrica; pico da força de impacto; a taxa de crescimento da força
concêntrica desenvolvida; a taxa de desenvolvimento de força para a força de
impacto; o tempo total; o tempo para o pico de força concêntrica; o tempo até
ao pico de força de impacto.
São vários os estudos que têm vindo a analisar as características dos
saltos pliométricos, no entanto são necessários mais para caracterizar os saltos
a um e a dois pés em meio aquático, principalmente em senhoras na pós-
menopausa.
A intensidade dos saltos pliométricos pode ser explicada diretamente
através do pico de força concêntrica e da taxa de desenvolvimento da força
concêntrica, podendo estes saltos serem realizados dentro ou fora de água
(Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Jensen & Ebben, 2007; Miller et
al., 2007; Triplett et al., 2009).
Ebben, VanderZanden, et al. (2010), acrescentam ainda que é possível
quantificar a intensidade através das características das fases de impulsão,
aérea e receção de cada exercício pliométrico, tendo sido este o seu propósito
através de um estudo que envolveu 26 atletas homens de 20.23 ± 1.63 anos de
idade, onde implicou a realização de vários tipos de saltos pliométricos e onde
constava também os SJ. As variáveis dependentes avaliadas foram a FRS da
impulsão, a altura e potência do salto, a taxa de desenvolvimento da força e a
FRS na receção do solo. Os autores deste estudo concluíram que, quando o
objetivo é aumentar a potência muscular ou controlar a taxa e a magnitude da
102
força de impacto, os SJ devem ser introduzidos a meio do processo, pois são
exercícios pliométricos de média intensidade e os saltos pliométricos a um pé
são os últimos exercícios a serem introduzidos devido ao facto de serem
exercícios pliométricos de alta intensidade.
Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os seus resultados
comprovam que a utilização do meio aquático é justificável devido ao aumento
da intensidade dos saltos realizados. No entanto, os dados têm de ser
interpretados e explicados tendo em conta as características da amostra em
causa.
Segundo Tillman et al. (2004), o SJ realizado a um pé é um exercício
mais funcional que o SJ realizado a dois pés e a sua prática pode reduzir o
risco de lesões durante a receção ao solo do salto. Existem benefícios quando
os saltos pliométricos são executados num ambiente controlado, com todos os
fatores de segurança tomados em consideração, como a melhoraria do
desempenho atlético, na melhoria da performance dos saltos verticais, na
melhoria da força muscular dos membros inferiores, na potência muscular e na
propriocepção (Miller et al., 2001).
Jensen & Ebben (2007), realizaram um estudo onde puderam concluir
que o salto com uma perna revelou ter valores mais elevados de FRAJ, pelo
facto da força de reação estar concentrada apenas num membro inferior; os
valores de FRAJ relacionados com a massa corporal foram mais elevados na
realização de pike jump, truck jump e salto com uma perna, indicando que
estes são os exercícios que devem ser introduzidos mais tarde num programa
de treino, devido à grande probabilidade de lesão nas articulações do joelho.
Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), analisaram e
compararam a execução de SJ a dois pés dentro e fora de água, e no estudo
de Triplett et al. (2009), foi analisada e comparada a execução de SJ a um pé,
dentro e fora de água. Ambos os estudos utilizaram a mesma amostra de 12
jovens atletas de andebol feminino, com 16 ± 0.7 anos de idade. Os elementos
da amostra executaram os SJ com as mãos na cintura. Nos dois tipos de
saltos, o ângulo de flexão entre coxa e perna foi de 90º, medido por um
goniómetro manual. No estudo de Triplett et al. (2009), todo o movimento foi
103
realizado apenas com a perna dominante. Em ambos os estudos foram
realizadas três tentativas para cada situação, havendo um minuto de descanso
entre elas. As variáveis dependentes estudadas foram o pico de força
concêntrica, a taxa de desenvolvimento da força concêntrica, o tempo total, o
tempo até ao pico de força concêntrica, a força de impacto, o tempo até à força
de impacto e a taxa de desenvolvimento da força para a força de impacto.
Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010); Triplett et al.
(2009), o pico da força de impacto e a taxa de desenvolvimento de força para a
força de impacto são dois parâmetros que indicam indiretamente o nível de
stress a que o sistema músculo-esquelético está sujeito. Stemm & Jacobson
(2007), referem ainda que a densidade da água pode reduzir a FRS, reduzindo
assim o potencial de lesão do músculo.
No estudo de Triplett et al. (2009), houve uma redução da força de
impacto de 44.8% no meio aquático (829,1 N), comparado com o meio terrestre
(1503,4 N), indo de encontro aos dados do nosso estudo, pois a média do pico
da força de impacto no meio aquático foi de (340,59±149,34 N), sendo
significativamente inferior ao meio terrestre (1402,54±371,48 N). Esta redução,
segundo Triplett et al. (2009), é atribuída à flutuação, que travou o impacto. No
mesmo estudo de Triplett et al. (2009), a taxa de desenvolvimento de força
para a força de impacto foi 80% menor na água (4043,1 N/s), comparando com
o meio terrestre (19358,2 N/s). Estes dados também vão de encontro aos do
nosso estudo, pois verificou-se que no meio aquático a média da taxa de
desenvolvimento de força para a força de impacto no meio aquático era de
2638,23±1459,64 N/s, logo, mais baixa que no meio terrestre
(19189,90±6040,44 N/s).
No estudo de Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), houve uma
redução estatisticamente significativa do pico da força de impacto no meio
aquático (cerca de 1000 N), comparativamente ao meio terrestre (ligeiramente
acima de 2500 N), o que vai de encontro aos nossos resultados, onde se
verificou que a média do pico da força de impacto foi significativamente inferior
no meio aquático (418,58±229,30 N) comparativamente ao meio terrestre
(1898,24±424,52 N). A média da taxa de desenvolvimento de força para a força
104
de impacto no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), foi
claramente mais baixa no meio aquático (ligeiramente acima de 5000 N), em
relação ao meio terrestre (ligeiramente acima de 25000 N), o que vem ao
encontro dos dados do nosso estudo, onde se pode constatar o mesmo, isto é,
a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto foi
significativamente mais baixa no meio aquático 3501,15±1690,63 N, em
relação ao meio terrestre 26168,53±5042,50 N.
O pico de força concêntrica para os SJ a um pé, no estudo de Triplett et
al. (2009), foi 44,9% maior no meio aquático (713,2 N) que no meio terrestre
(492 N), o que vai contra os resultados do nosso estudo, onde a média do pico
da força concêntrica foi significativamente inferior no meio aquático
(419,40±122,49 N) comparativamente ao meio terrestre (912,40±221,78 N).
Segundo Triplett et al. (2009), a força necessária para manter o
equilíbrio e atingir a estabilização do corpo durante a fase de impulsão do
movimento é um fator muito importante para os exercícios realizados apenas
com uma perna e, tendo em conta que no seu estudo analisaram as
componentes da força nos três eixos, verificaram que a resistência da água
durante a fase de impulsão aumentou os valores da força nos eixos z e y. No
entanto, o eixo x não mostrou mudanças significativas quando comparados
com o meio terrestre. Segundo estes autores, tal aconteceu devido à constante
movimentação da água e às correções que o corpo tem necessidade de
realizar para manter o equilíbrio (o que na terceira idade está bastante
reduzido), sendo algo a ter atenção, visto que é através do eixo y que se torna
possível verificar a ação dos músculos da região lombar durante o exercício
aquático. Petushek et al. (2010), complementam, referindo que a intensidade
da fase de receção ao solo pode ser medida através da dificuldade em adquirir
a estabilização postural dinâmica e pode ser quantificada pelo tempo até à
estabilização. Estes autores chegaram a conclusão que a média dos SJ para o
tempo até à estabilização foi maior apenas em relação aos line hops e aos
cone hups, devido ao SJ não ativar o CAE; o CMJ com uma perna foi o
exercício que originou maior tempo para a aquisição da estabilização, pois tem
menor base de apoio, logo o salto com uma perna é o exercício pliométrico
105
mais intenso, devendo ser prescrito numa fase mais avançada de um programa
de treino, com uma progressão lenta e controlada.
No estudo deTriplett et al. (2009), a taxa de desenvolvimento da força
concêntrica foi 30,4% maior no meio aquático (2154,8 N/s), comparativamente
ao meio terrestre (1652,1 N/s), o que vai de encontro ao nosso estudo, onde se
verificou que a média da taxa de crescimento da força concêntrica
desenvolvida no meio aquático (1587,60±636,43 N/s) foi mais elevada que no
meio terrestre (1071,23±681,10 N/s). No nosso estudo, a média do pico de
força concêntrica é menor no meio aquático (419,40±122,49 N)
comparativamente ao meio terrestre (912,40±221,78 N), no entanto a média da
taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida no meio aquático
(1587,60±636,43 N/s) foi mais elevada que no meio terrestre (1071,23±681,10
N/s). Este facto pode dever-se ao tempo para o pico de força concêntrica ser
maior, no entanto no nosso estudo não se verificaram diferenças
estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático.
Tal como no estudo de Triplett et al. (2009), onde se verificou que os SJ
realizados com um pé no meio aquático provocaram resultados mais elevados
do pico de força concêntrica e resultados mais reduzidos do pico de força de
impacto, quando comparados com os resultados com os saltos realizados no
meio terrestre, no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os
SJ realizados a dois pés no meio aquático geraram maior pico de força
concêntrica e menor pico de força de impacto.
Também Arazi & Asadi (2011), comprovaram que o meio aquático
promove maiores níveis de força e sprint que o meio terrestre. No entanto, o
meio terrestre promoveu melhores níveis de equilíbrio dinâmico que o meio
aquático, devido à diminuição da “massa corporal aparente”, que diminuiu o
stress muscular nos membros inferiores, reduzindo o impacto nas articulações,
e que, por consequência, diminuiu a manifestação dos recetores propriocetivos.
Estes autores compararam o efeito do mesmo treino pliométrico (SJ e saltos ao
nível do tornozelo) no meio aquático e no meio terrestre, com uma amostra de
18 jovens atletas de basquetebol (18,81 ± 1,46 anos), durante oito semanas,
com o objetivo de avaliar a força muscular dos membros inferiores, o sprint e o
106
equilíbrio. A força máxima, medida através de 1RM, foi maior no meio aquático
do que no meio terrestre, apesar de não serem diferenças estatisticamente
significativas. Estes autores referem ainda que ambos os meios promoveram
um aumento semelhante do recrutamento de unidades motoras dos músculos
agonistas, logo promoveram o aumento da força de modo semelhante.
No estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os
principais resultados estão relacionados com a redução do pico de força para a
força de impacto no meio aquático e com o aumento dos valores do pico da
força concêntrica (25,6%), comparativamente ao meio terrestre. Segundo estes
autores, o pico de força concêntrica no meio terrestre foi 838, 14 N, enquanto
no meio aquático foi cerca de 1050 N, logo estes resultados vão contra os
dados por nós encontrados, pois a média do pico da força concêntrica foi
significativamente inferior no meio aquático (559,43±277,87 N),
comparativamente ao meio terrestre (1096,68±259,08 N).
Segundo Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), o facto do pico
de força concêntrica durante o SJ no meio terrestre ter sido de 838,14 N e no
nosso estudo ter sido de 1096,68±259,08 N, acontece porque no seu estudo a
amostra é mais jovem e com uma massa corporal menor (16,0±0,7 anos e
64,4±8,9 Kg), enquanto no nosso estudo a amostra era constituída por
senhoras idosas com 61,8 ± 5,3 anos e com 66,9±12,97 Kg.
No estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas na taxa de crescimento
da força concêntrica entre os meios aquático (cerca de 3500 N/s) e terrestre
(cerca de 3750 N/s). Estes dados corroboram com os dados encontrados no
nosso estudo relativamente a taxa de crescimento da força concêntrica, pois
para os saltos a dois pés, não se observaram diferenças estatisticamente
significativas (p ≥ 0,05) entre o meio terrestre e o aquático.
Segundo estes autores, está relacionado com o maior tempo que é
necessário, no meio aquático, para atingir o pico de força concêntrica. No seu
estudo o tempo médio para o pico de força concêntrica no meio terreste foi
significativamente mais baixo (0,26s), relativamente ao tempo no meio aquático
(0,31s). Já no nosso estudo não se observaram diferenças estatisticamente
107
significativas (p ≥ 0,05) entre o meio terrestre e o aquático, no que respeita ao
tempo para o pico de força concêntrica para os saltos a um pé e para os saltos
a dois pés.
No nosso estudo, o tempo total médio necessário para a realização do
SJ a um pé foi mais elevado no meio aquático (1,54±0,29 s), comparativamente
ao meio terrestre (1,05±0,15s), o que contraria o estudo de Triplett et al. (2009),
pois foi significativamente menor no meio aquático (0,41 s) do que no meio
terrestre (0,46 s). No nosso estudo, o tempo médio até ao pico de força de
impacto foi também superior no meio aquático (0,15±0,03 s),
comparativamente ao meio terrestre (0,10±0,11 s), o que corrobora o estudo de
Triplett et al. (2009), onde o tempo no meio aquático era significativamente
maior (0,22 s) do que no meio terrestre (0,08 s).
Relativamente ao tempo médio total para os SJ a dois pés, no nosso
estudo, foi significativamente superior no meio aquático (1,50±0,19),
comparativamente ao meio terrestre 1,23±0,24s. No entanto, tal não se
verificou no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), pois não
se verificaram diferenças estatisticamente significativas.
O tempo médio até ao pico de força de impacto foi, no nosso estudo,
significativamente superior no meio aquático (0,14±0,04s), comparativamente
ao meio terrestre (0,08±0,02s), o que corrobora os dados do estudo de Colado,
Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), com cerca de 0,11s no meio terrestre e
0,18s no meio aquático, não sendo, no entanto, dados estatisticamente
significativos.
Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010); Triplett et al.
(2009), um dos aspetos mais importantes deste tipo de estudos é perceber que
a aplicação de exercícios de cadeia cinética fechada, como a realização de SJ
em meio aquático, é tão ou mais eficiente do que os SJ realizados em meio
terrestre. Aliás, segundo estes autores, estes exercícios de impacto
relativamente baixo são os mais adequados para pessoas com grande
quantidade de massa gorda, com a vantagem de não aumentar as lesões nas
articulações devido ao alto impacto da receção ao solo aquando da realização
dos exercícios em meio terrestre. Izquierdo et al. (1999), acrescentam ainda
108
que os exercícios pliométricos ajudam a atrasar a redução da atividade
neuromuscular que ocorre ao longo da idade. Tsourlou et al. (2006),
corroboram com os autores acima citados e indicam que as reduções
neuromusculares que ocorrem com a idade podem ser melhoradas através de
uma intervenção adequada ao nível do treino em meio aquático. Para
comprovar isso, estes autores propuseram-se a determinar a eficácia de um
programa de treino em meio aquático para 22 senhoras saudáveis, com 60 ou
mais anos, durante de 24 semanas, três vezes por semana, com 60 minutos
por sessão e era composto por uma parte aeróbia, uma de resistência e outra
de força muscular ao nível dos membros superiores e inferiores (isométrica e
dinâmica), uma de flexibilidade e uma de mobilidade funcional. O grupo de
senhoras que realizou o protocolo em meio aquático obteve um aumento do
pico de torque isométrico dos músculos extensores e flexores do joelho em
cerca de 10,5% e 13,4% depois do programa de treino e melhoram em cerca
de 3,4% na massa magra, sem alteração da massa corporal total, o que explica
o aumento do torque isométrico ao nível dos músculos do joelho.
Para Triplett et al. (2009), o mais importante do seu estudo foi perceber
que a habilidade de gerar força muscular máxima não é afetada pela força
exercida no meio aquático. Tal sucede devido à criação da força de arrasto,
que acontece com qualquer movimento realizado em meio aquático onde a
água se situe pelo apêndice xifoide dos elementos da amostra, principalmente
quando esses movimentos são rápidos, como é o caso dos saltos realizados
em esforço considerado máximo (Colado, Tella, et al., 2009).
Tendo em conta os artigos acima descritos, é possível afirmar que o
meio aquático é considerado um meio onde o impacto está reduzido e que
produz menos pressão no músculo, osso e tecido conjuntivo, quando é
comparado com o meio terrestre. A flutuação, que reduz o suporte da massa
corporal nos membros, e o aumento da resistência ao movimento, devido à
viscosidade e densidade da água, são duas das propriedades apontadas por
Robinson et al. (2004) e Miller et al. (2007).
Souza et al. (2010), vão de encontro aos autores acima referenciados,
pois puderam concluir com o seu estudo que o treino de força durante 11
109
semanas, em meio aquático, provoca aumentos significativos ao nível da força
muscular em mulheres jovens saudáveis, logo, a resistência imposta pela água
é suficiente para produzir melhorias na capacidade muscular, sendo importante
um volume moderado a alto para criar as devidas alterações fisiológicas.
Estes estudos de Triplett et al. (2009) e de Colado, Garcia-Masso,
Gonzalez, et al. (2010), complementam outros estudos onde verificaram
aumentos de performance nos saltos verticais em meio aquático
comparativamente ao meio terrestre, com diferentes tipos de população e com
diferentes tipos de protocolos.
Robinson et al. (2004), realizaram um estudo em que se propuseram
comparar o aumento da performance (potência, torque e velocidade) e a dor de
início tardio através de um programa de treino pliométrico de 8 semanas,
comparando ainda a realização destes exercícios em terra e em água, cuja
profundidade era pelo apêndice xifoide. A amostra era constituída por 32
senhoras de 20,2 ± 0,3 anos. Estes autores puderam concluir que o treino
pliométrico em meio aquático aumentou a performance, tal como o treino
pliométrico realizado no meio terrestre, havendo diferenças estatisticamente
significativas no início, meio e fim do programa. No entanto, não houve
diferenças estatisticamente significativas ao nível da sensibilidade à dor entre o
grupo de pessoas que realizou os exercícios pliométricos no meio terrestre e o
grupo do meio aquático.
Miller et al. (2007), foram também autores de relevo, pois realizaram um
estudo em que se propuseram a comparar os efeitos da profundidade da água
(peito e cintura) sobre o aumento da força, potência e salto vertical através do
treino pliométrico (SJ, CMJ e DJ) em meio aquático, com a duração de seis
semanas. Neste estudo, os autores dividiram a amostra, composta por 29
participantes do sexo masculino e feminino (25,3 ± 7,1 anos de idade) em três
grupos, consoante as suas alturas e a altura da água. Os autores puderam
concluir que: não existiram diferenças estatisticamente significativas na
produção de força e na altura atingida entre os vários saltos executados;
apesar de não serem estatisticamente significativas, houve leves diferenças a
nível do grupo com água pelo peito, na força e potência, no pré e pós teste, em
110
dois dos três saltos executados; o grupo com água pela cintura obteve
melhores resultados na altura do salto do que o grupo com água pelo peito,
apesar das diferenças não serem significativas. A intensidade dos exercícios
pliométricos do estudo de Miller et al. (2007), foi considerada baixa, pois teve
como base indivíduos destreinados, explicando assim a existência de apenas
leves aumentos do pré-teste para o pós-teste.
Stemm & Jacobson (2007), também concluíram que houve uma resposta
similar conseguida nos dois meios em que foi avaliada a performance do salto
vertical. Este estudo foi constituído por 21 jovens ativos (24 ± 2,5 anos), com a
duração de seis semanas, em que compararam a performance do salto vertical,
através da realização de SJ, side hops, knee-tuck jumps, no meio terrestre e
aquático.
Segundo Kohrt et al. (2004), a FRS durante um salto vertical pode atingir
seis a oito vezes o valor da massa corporal, enquanto durante uma caminhada
ou corrida pode atingir apenas uma a duas vezes o valor da massa corporal,
podendo assim aumentar a DMO através de programas de treino que
introduzam stress ao osso através da FRS, principalmente quando
relacionamos estes benefícios para senhoras idosas pós-menopáusicas, como
foi o estudo de Kohrt et al. (1997), onde mostraram que 39 senhoras idosas
pós-menopáusicas (entre o 60 e os 74 anos), podem aumentar a DMO em
programas de treino de 11 meses onde inclua a FRS, como caminhar, correr ou
subir escadas; ou através da FRA, como o trabalho de força através do
levantamento de halteres. Segundo estes autores, ambos os tipos de treino são
benéficos para todo o corpo humano, especialmente para a coluna lombar e
para a anca. No entanto, a FRA não conseguiu melhorar a DMO no colo do
fémur e, tendo em conta que uma baixa DMO no colo do fémur prediz a
ocorrência de fraturas da anca, torna-se importante recomendar a realização
de exercício que gere FRS, em detrimento de FRA. Por outro lado, a FRA não
deixa de ser importante, pois foi crucial para o aumento da massa magra e do
aumento de força muscular, que é essencial para a prevenção de fraturas
osteoporóticas, para a diminuição do risco de quedas e para o aumento da
independência funcional (Kohrt et al., 1997).
Conclusões
.
113
VII – Conclusões
Após os resultados verificados no presente estudo e confrontando com
os objetivos e hipóteses deste estudo, enfatizamos as seguintes conclusões: 1)
o tempo médio total foi superior no meio aquático comparativamente ao meio
terrestre, tanto a dois pés como a um pé, assim como o tempo médio até ao
pico de força de impacto; 2) a média dos picos da força concêntrica e de
impacto foi significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao
meio terrestre a um e dois pés; 3) no meio aquático verificou-se a média da
taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida a um pé mais elevadas
e a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto mais
baixa a um e dois pés.
Assim, como conclusão final, e tendo como base os resultados no
presente estudo, a realização do squat jump em meio aquático tende a
influenciar positivamente a força concêntrica nos membros inferiores, com
diminuição da força de impacto a um e a dois pés.
Sugestões
117
VIII – Sugestões
Para futuras investigações nos meios aquático e terrestre, sugerimos a
inclusão de diversos tipos de população (atletas, sedentários); a inclusão de
diversos tipos de equipamento no meio aquático e no meio terrestre; a inclusão
de cargas adicionais adaptadas aos indivíduos que compõem a amostra; a
utilização de calçado aquático na realização do protocolo aquático para não
ocorrerem escorregamentos; maior número de amostra.
São necessários estudos longitudinais, com a utilização de várias
periodicidades, frequências e volumes, para se verificar os efeitos do treino
pliométrico no músculo-esquelético, mais propriamente, na área de secção
transversal e na hipertrofia muscular.
São necessários mais estudos em meio aquático que descrevam um
salto pliométrico com rigor, através da sua filmagem, indicando onde é que a
densidade do meio aquático mais influencia a produção de força e o impacto
causado. Neste caso, o estudo seria beneficiado se a plataforma de força
utilizada pudesse analisar o exercício pliométrico nas suas três componentes.
É necessário a investigação dos efeitos diretos do exercício aquático
sobre a DMO, devido à quantidade crescente de pessoas a aderir a atividades
realizadas em meio aquático e à incidência de casos de osteoporose na
terceira idade.
Referências Bibliográficas
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Anexos
XXV
X – Anexos
Anexo I – Declaração de consentimento informado
Análise da componente vertical da força de reacção do solo durante exercícios
de Squat Jump, dentro e fora de água - Estudo realizado em Senhoras Idosas
Eu, abaixo-assinado (nome completo)
_______________________________________________________________,
declaro que tenho ______ anos de idade e aceito participar no estudo da
licenciada Marlene Ferreira Marques, orientada pela Prof. Dr. Filipa Sousa, na
Faculdade de Ciências do Desporto na Universidade do Porto.
Objetivo do estudo: comparar as diferenças cinéticas em senhoras idosas
através de saltos estáticos a um e a dois pés em ambiente aquático e terrestre.
Explicação do procedimento: Durante a recolha de dados irei realizar saltos
estáticos, em cima de uma plataforma de força, com o pé dominante e com os
dois pés, dentro e fora de uma piscina.
Duração do procedimento: o protocolo terá a duração de aproximadamente
duas horas e será realizado em apenas um dia.
Benefícios: irei ajudar no entendimento de um exercício pliométrico específico
(Squat Jump) dentro e fora de água e ajudar a clarificar quais poderão ser os
seus benefícios a longo prazo. Tenho noção que poderei ajudar a trazer outros
idosos para a hidroginástica, deixando a vida sedentária. No entanto não terei
benefícios diretos.
Desconforto e risco: fui informado que a recolha de dados será não-invasiva
e que não envolve qualquer risco para a minha saúde física e mental, além dos
riscos encontrados nas atividades normais da vida diária.
Liberdade de participação: é de minha livre vontade participar neste estudo
proposto pelo investigador. Tenho o direito de recusar a todo o tempo a minha
participação no estudo, sem que isso possa ter como efeito qualquer prejuízo.
Foi-me também explicado que, no final do estudo, os dados serão
confidenciais, mantendo-se assim o anonimato. Foi-me dada a oportunidade de
XXVI
fazer perguntas que julguei necessárias e, de todas, obtive resposta
satisfatória.
Entendo que é de meu direito obter uma cópia deste consentimento.
Porto, ___ de ____________ de 2012
_____________________________
(Assinatura)
Investigador responsável:
_____________________
(Marlene Ferreira Marques)
965062247/ 911550293
XXVII
Anexo II- Ficha Anamnese
Dados Pessoais
Nome: _________________________________________________________
Data de nascimento: ______________________________________________
Endereço: _______________________________________________________
Localidade:___________________ Código postal: _______________________
Telefone: ____________________ Telemóvel: _________________________
Estatura: __________
Peso Corporal: ______
Questionário Sim Não
1. Alguma vez o seu médico lhe disse que tinha problemas
cardíacos e que só deveria praticar exercício físico recomendado
por um médico?
2. Sente algum desconforto ou dor no peito quando pratica
exercício físico?
3. No último mês sentiu alguma dor no peito sem estar a praticar
exercício físico?
4. Costuma sentir perdas de equilíbrio ou perdas de consciência?
5. Possui algum problema ósseo ou articular que possa ser
agravado por alterações na sua atividade física?
6. O seu médico costuma prescrever-lhe medicamentos para a
pressão sanguínea ou para o coração?
7. Tem conhecimento de algum outro motivo pelo qual não deva
praticar exercício físico? Qual?
XXVIII
Diagnóstico Clínico
Doença cardiovascular: enfarte do miocárdio, angioplastia, cirurgia
cardíaca, doença da artéria coronária, sopro, estalidos, angina e
hipertensão. Outra:
Doença cardiovascular: enfarte do miocárdio, angioplastia, cirurgia
cardíaca, doença da artéria coronária, sopro, estalidos, angina e
hipertensão. Outra:
Doença Pulmonar: asma, efisema, bronquite. Outra:
Acidente Vascular Cerebral Observações:
Diabetes Tipo I Tipo II Observações:
Doença vascular periférica Observações:
Epilepsia Observações:
Anemia Observações:
Flebite ou Embolia Observações:
Hérnia Discal Observações:
Cancro Observações:
Gravidez Observações:
Osteoporose Observações:
Problemas ortopédicos Observações:
Artrite Observações:
Artrose Observações:
Desvios na coluna (cervical,
torácica, lombar)
Observações:
Problemas de obesidade Observações:
Distúrbios emocionais Observações:
Distúrbios alimentares Observações:
Deficiência física (prótese) Observações:
Problema muscular Observações:
Deficiência visual (óculos, lentes) Observações:
Deficiência auditiva (aparelho
auditivo)
Observações:
Outros: Observações:
XXIX
Medicamentos
Toma medicamentos regularmente: Sim: Não:
Tipos Sim Não Posologia Observações
Antidepressivo
Diurético
Hormonais
Calmantes
Analgésico
Estimulante
Anti-inflamatório
Outros
Qual:
Hábitos sociais
Hábito Sim Não Há quanto tempo Quantidade
Tabaco
Bebidas
alcoólicas
História de Quedas
Característica Sim Não Frequência Como
Dificuldade para realizar
movimentos rápidos
Dificuldade em equilibrar-se
Perde o equilíbrio facilmente
Tropeça facilmente
Sente alguma coisa quando
se levanta rapidamente
XXX
Dificuldade para sentir a
forma, textura, temperatura
dos objetos (pés)
Sofre quedas
Sente tonturas durante a
queda
Quando ocorreu a queda
mais recente
Sofreu fraturas
Outras lesões
Fez cirurgia
Outros
Atividade Física
Pratica atividade física? ___________________________________________
Se sim, é uma atividade aquática? Qual? _____________________________
Há quanto tempo pratica? __________________________________________
Quantas vezes por semana? ________________________________________