análise insumo-produto: comércio internacional por...

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1 Comércio Internacional da Região Geográfica Intermediária Juiz de Fora Esta é a sexta publicação da série de informativos que, em edições mensais, apresenta os dados das exportações para cada uma das 13 Regiões Geográficas Intermediárias (RGInt) de Minas Gerais. Este informativo traz dados da RGInt Juiz de Fora 1 (Mapa 1): valores nominais exportados, participação no total das exportações do estado e estrutura da pauta, com destaque para os principais itens comercializados. Apresentam-se os municípios de maior participação nas exportações da região, seus respectivos produtos transacionados e parceiros comerciais. As informações são da plataforma Comex Stat do Ministério da Economia. Os resultados regionalizados das exportações constituem instrumental adicional para conhecer a diversidade espacial da economia de Minas Gerais 2 . Mapa 1: RGInt Juiz de Fora Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaboração própria. A distribuição das exportações entre as RGInt de Minas Gerais indicou 3,2% de participação para a RGInt Juiz de Fora em 2019, a quarta menor do estado. A RGInt Belo Horizonte apresentou 37%, a maior participação, seguida por Uberaba (12,7%), Varginha (10,9%) e Ipatinga (10,1%). As RGInt Uberlândia e Patos de Minas registraram, respectivamente, 5,9% e 6%. Para as RGInt Divinópolis, Barbacena e Pouso Alegre, a participação variou de 3,0% a 3,6%. As menores participações, inferiores a 1%, foram das RGInt Teófilo Otoni e Governador Valadares (Gráfico 1). Gráfico 1: Participação relativa das RGInt nas exportações de Minas Gerais – 2019 (%) Fonte: Fonte: Comex Stat/Elaboração própria. 1 A RGInt Juiz de Fora é composta por 146 municípios: Abre Campo, Acaiaca, Além Paraíba, Alto Caparaó, Alto Jequitibá ,Alvinópolis, Amparo do Serra, Andrelândia, Antônio Prado de Minas, Aracitaba, Arantina, Araponga, Argirita, Astolfo Dutra, Barão de Monte Alto, Barra Longa, Belmiro Braga, Bias Fortes, Bicas, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Brás Pires, Caiana, Cajuri, Canaã, Caparaó, Caputira, Carangola, Cataguases, Chácara, Chalé, Chiador, Coimbra, Conceição de Ipanema, Coronel Pacheco, Descoberto, Diogo de Vasconcelos, Divinésia, Divino, Dom Silvério, Dona Eusébia, Dores do Turvo, Durandé, Ervália, Espera Feliz, Estrela Dalva, Eugenópolis, Ewbank da Câmara, Faria Lemos, Fervedouro, Goianá, Guaraciaba, Guarani, Guarará, Guidoval, Guiricema, Ipanema, Itamarati de Minas, Jequeri, Juiz de Fora, Lajinha, Laranjal, Leopoldina, Liberdade, Lima Duarte, Luisburgo, Manhuaçu, Manhumirim, Mar de Espanha, Maripá de Minas, Martins Soares, Matias Barbosa, Matipó, Mercês, Miradouro, Miraí, Muriaé, Mutum, Olaria, Oliveira Fortes, Oratórios, Orizânia, Paiva, Palma, Passa-Vinte, Patrocínio do Muriaé, Paula Cândido, Pedra Bonita, Pedra do Anta, Pedra Dourada, Pedro Teixeira, Pequeri, Piau, Piedade de Ponte Nova, Pirapetinga, Piraúba, Pocrane, Ponte Nova, Porto Firme, Presidente Bernardes, Recreio, Reduto, Rio Casca, Rio Doce, Rio Novo, Rio Pomba, Rio Preto, Rochedo de Minas, Rodeiro, Rosário da Limeira, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Cruz do Escalvado, Santa Margarida, Santana de Cataguases, Santana do Deserto, Santana do Manhuaçu, Santa Rita de Jacutinga, Santo Antônio do Aventureiro, Santo Antônio do Grama, Santos Dumont, São Francisco do Glória, São Geraldo, São João do Manhuaçu, São João Nepomuceno, São José do Mantimento, São Miguel do Anta, São Pedro dos Ferros, São Sebastião da Vargem Alegre, Sem-Peixe, Senador Cortes, Senador Firmino, Sericita, Silveirânia, Simão Pereira, Simonésia, Tabuleiro, Taparuba, Teixeiras, Tocantins, Tombos, Ubá, Urucânia, Viçosa, Vieiras, Visconde do Rio Branco e Volta Grande. 2 Os dados de comércio exterior por município referem-se ao domicílio fiscal da empresa que realizou a operação de exportação ou importação e não ao local onde se produziu a mercadoria. Dessa forma, os totais das exportações ou importações de uma unidade da Federação (UF) produtora divergem do somatório do total das exportações e ou importações de todos os municípios e/ou regiões geográficas localizados nessa UF produtora. 100,0 37,0 12,7 10,9 10,1 6,0 5,9 3,6 3,4 3,3 3,2 3,0 0,7 0,2 Minas Gerais Belo Horizonte Uberaba Varginha Ipatinga Patos de Minas Uberlândia Divinópolis Barbacena Montes Claros Juíz de Fora Pouso Alegre Teófilo Otoni Gov. Valadares v. 2 nº 6 20 julho 2020 Análise Insumo-Produto: Comércio Internacional por Região

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1

Comércio Internacional da Região Geográfica Intermediária Juiz de Fora

Esta é a sexta publicação da série de informativos que, em

edições mensais, apresenta os dados das exportações para cada

uma das 13 Regiões Geográficas Intermediárias (RGInt) de Minas

Gerais. Este informativo traz dados da RGInt Juiz de Fora1 (Mapa

1): valores nominais exportados, participação no total das

exportações do estado e estrutura da pauta, com destaque para

os principais itens comercializados. Apresentam-se os municípios

de maior participação nas exportações da região, seus

respectivos produtos transacionados e parceiros comerciais.

As informações são da plataforma Comex Stat do Ministério da

Economia. Os resultados regionalizados das exportações

constituem instrumental adicional para conhecer a diversidade

espacial da economia de Minas Gerais2.

Mapa 1: RGInt Juiz de Fora

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaboração própria.

A distribuição das exportações entre as

RGInt de Minas Gerais indicou 3,2% de

participação para a RGInt Juiz de Fora em

2019, a quarta menor do estado. A RGInt

Belo Horizonte apresentou 37%, a maior

participação, seguida por Uberaba

(12,7%), Varginha (10,9%) e Ipatinga

(10,1%). As RGInt Uberlândia e Patos de

Minas registraram, respectivamente, 5,9%

e 6%. Para as RGInt Divinópolis, Barbacena

e Pouso Alegre, a participação variou de

3,0% a 3,6%. As menores participações,

inferiores a 1%, foram das RGInt Teófilo

Otoni e Governador Valadares (Gráfico 1).

Gráfico 1: Participação relativa das RGInt nas exportações de Minas Gerais – 2019 (%)

Fonte: Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

1 A RGInt Juiz de Fora é composta por 146 municípios: Abre Campo, Acaiaca, Além Paraíba, Alto Caparaó, Alto Jequitibá ,Alvinópolis, Amparo do Serra, Andrelândia, Antônio Prado de Minas, Aracitaba, Arantina, Araponga, Argirita, Astolfo Dutra, Barão de Monte Alto, Barra Longa, Belmiro Braga, Bias Fortes, Bicas, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Brás Pires, Caiana, Cajuri, Canaã, Caparaó, Caputira, Carangola, Cataguases, Chácara, Chalé, Chiador, Coimbra, Conceição de Ipanema, Coronel Pacheco, Descoberto, Diogo de Vasconcelos, Divinésia, Divino, Dom Silvério, Dona Eusébia, Dores do Turvo, Durandé, Ervália, Espera Feliz, Estrela Dalva, Eugenópolis, Ewbank da Câmara, Faria Lemos, Fervedouro, Goianá, Guaraciaba, Guarani, Guarará, Guidoval, Guiricema, Ipanema, Itamarati de Minas, Jequeri, Juiz de Fora, Lajinha, Laranjal, Leopoldina, Liberdade, Lima Duarte, Luisburgo, Manhuaçu, Manhumirim, Mar de Espanha, Maripá de Minas, Martins Soares, Matias Barbosa, Matipó, Mercês, Miradouro, Miraí, Muriaé, Mutum, Olaria, Oliveira Fortes, Oratórios, Orizânia, Paiva, Palma, Passa-Vinte, Patrocínio do Muriaé, Paula Cândido, Pedra Bonita, Pedra do Anta, Pedra Dourada, Pedro Teixeira, Pequeri, Piau, Piedade de Ponte Nova, Pirapetinga, Piraúba, Pocrane, Ponte Nova, Porto Firme, Presidente Bernardes, Recreio, Reduto, Rio Casca, Rio Doce, Rio Novo, Rio Pomba, Rio Preto, Rochedo de Minas, Rodeiro, Rosário da Limeira, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Cruz do Escalvado, Santa Margarida, Santana de Cataguases, Santana do Deserto, Santana do Manhuaçu, Santa Rita de Jacutinga, Santo Antônio do Aventureiro, Santo Antônio do Grama, Santos Dumont, São Francisco do Glória, São Geraldo, São João do Manhuaçu, São João Nepomuceno, São José do Mantimento, São Miguel do Anta, São Pedro dos Ferros, São Sebastião da Vargem Alegre, Sem-Peixe, Senador Cortes, Senador Firmino, Sericita, Silveirânia, Simão Pereira, Simonésia, Tabuleiro, Taparuba, Teixeiras, Tocantins, Tombos, Ubá, Urucânia, Viçosa, Vieiras, Visconde do Rio Branco e Volta Grande. 2 Os dados de comércio exterior por município referem-se ao domicílio fiscal da empresa que realizou a operação de exportação ou importação e não ao local onde se produziu a mercadoria. Dessa forma, os totais das exportações ou importações de uma unidade da Federação (UF) produtora divergem do somatório do total das exportações e ou importações de todos os municípios e/ou regiões geográficas localizados nessa UF produtora.

100,0

37,0

12,7 10,9 10,1 6,0 5,9 3,6 3,4 3,3 3,2 3,0 0,7 0,2

Min

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v. 2 nº 6 20 julho 2020

Análise Insumo-Produto: Comércio

Internacional por Região

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2

Gráfico 2: Exportações da RGInt de Juiz de Fora: valor (US$milhões) e participação relativa (%) nas exportações de Minas Gerais – 2010-2019

Fonte: Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

A série 2010 a 2019, referente à participação da RGInt Juiz

de Fora no total das exportações de Minas Gerais, pode

ser resumida em três ciclos. O primeiro, de 2010 a 2013,

foi decrescente. A maior variação negativa, de 3,3% em

2010 para 1,8% em 2011, refletiu a queda abrupta das

exportações de automóveis. O nível mais baixo, de 1,5%

em 2013, foi em virtude da retração das remessas de

silício e de zinco. O segundo ciclo refere-se a três anos de

recuperação, que atingiram o ponto máximo de 3,9% em

2016 em termos relativos, visto que, em termos nominais,

os R$ 834 milhões de 2016 foram menores que os R$ 965

milhões de valor exportado em 2011. Tal recuperação foi

promovida pelo crescimento simultâneo de itens

representativos da pauta (café, zinco, siderúrgicos) e pela

sinalização não concretizada de retomada dos

automóveis. O terceiro ciclo refere-se à estabilização em

torno de 3% nos anos subsequentes (Gráfico 2).

Produtos

O café apresentou as principais participações em quase toda série histórica da RGInt Juiz de Fora. Segunda maior produtora

estadual do grão, a região tem os principais cultivos nos municípios Manhuaçu, Matipó, Manhumirim e Espera Feliz. O café

representou 20,8% das exportações da RGInt em 2010. A valorização da cotação internacional elevou sobremaneira as

receitas de exportação do produto em 2011, dado que, para o volume, a variação foi sutil. Associado à retração do valor

relativo ao embarque de automóveis no mesmo ano, tal acréscimo elevou para 47,8% a sua participação nas exportações

da região. À exceção de 2017 e 2018, os anos subsequentes registraram acréscimos sucessivos em volume, que culminaram

em participações superiores a 60%, chegando a 67,8% em 2019. Em sentido oposto, o segmento de automóveis, que havia

registrado a maior participação por três anos consecutivos (35,7% em 2010), foi praticamente suprimido das exportações

locais a partir de 2011. Esse resultado refletiu a reestruturação da unidade local da Mercedes Benz, que passou a produzir

somente caminhões, com possível redirecionamento da comercialização (Gráficos 3.1 e 3.2).

Gráfico 3.1: Participação das exportações de café e de automóveis no valor das exportações da RGInt Juiz de Fora – 2010-2019 (%)

Gráfico 3.2: Exportações de café da RGInt Juiz de Fora– 2010-2019 - US$ milhões e mil toneladas

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

Códigos e descrições do Sistema harmonizado SH2 e SH4 do MDIC: (1) Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios (SH2 87). (2) Café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção (SH4 901).

As exportações de produtos químicos inorgânicos vêm, principalmente, da produção de silício. A participação média do

produto nas exportações da RGInt Juiz de Fora foi de 15,9% entre 2010 e 2019.

96

5

67

8

54

7

46

1

63

5

60

7

83

4

75

2

71

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3,1 3,0 3,2

-

0,5

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3,0

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-

100

200

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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Par

tici

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es)

RGInt Juiz de Fora (US$milhões) RGInt Juiz de Fora/MG (%)

20,8

47,8 48,2

57,8

67,2 60,3

64,2 63,3 64,0 67,8

35,7

1,1 0,9 1,3 1,0 1,3 5,5

0,0 0,8 0,2

Café (1) Veículos automóveis (2)

72

,8

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,4

75

,0

11

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32

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26

3,5

26

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6,1

47

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45

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0

100

200

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mil toneladas US$ bilhões

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3

As exportações de produtos siderúrgicos

da RGInt Juiz de Fora estão fortemente

associadas à produção da Arcelormittal. A

atividade tem enfrentado restrições

internas e externas devido ao excedente

mundial de oferta de aço, com efeito

compressor sobre os preços. O ponto

máximo de inflexão foi verificado em

2014, quando a participação nas

exportações da região caiu para 1,4% - 6.8

p.p. de decréscimo em relação à

participação de 8,2% em 2010. A

retomada a partir de 2015, que chegou a

10,6% em 2018 (a maior da série), foi

interrompida pela baixa acentuada em

2019, para 5,2%.

Gráfico 4: Participação das exportações de hidrogênio e gases raros; ferro fundido, ferro e aço; e zinco no total das exportações da RGInt Juiz de Fora – 2010-2019 (%)

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

Códigos e descrições do Sistema harmonizado SH2 e SH4 do MDIC: (1) Produtos químicos inorgânicos; compostos inorgânicos ou orgânicos de metais preciosos, de elementos radioativos, de metais das terras raras ou de isótopos (SH2 28). (2) Ferro fundido, ferro e aço e suas obras (SH2 72 e 73). (3) Zinco em formas brutas (SH4 7901).

Gráfico 5: Exportações de zinco em forma bruta – Minas Gerais, RGInt Belo Horizonte e RGInt Juiz de Fora – 2010-2019 (mil toneladas)

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

Depois de avançar de 7,9% em 2010 para

14,4% em 2011, a participação das

exportações de zinco da RGInt de Juiz de Fora

no total das exportações estaduais teve um

grande decréscimo nos anos seguintes

(Gráfico 4). A contração do volume exportado

pela região seguiu a tendência de declínio

observada para o total estadual das

exportações do produto. A recuperação em

2015 e 2016 foi proporcionada pelo

crescimento das aquisições da África do Sul e

Argentina, porém, interrompida a partir de

2017 pelo aumento contínuo das exportações

da RGInt Belo Horizonte (município Três

Marias), em detrimento das exportações

locais (Gráfico 5).

Os tecidos de algodão perfizeram 2,8% das

exportações da RGInt Juiz de Fora em 2010 e 4,1%

no ano seguinte. A partir de então, verificou-se um

declínio sucessivo, simultaneamente ao

crescimento das exportações de outras RGInt, como

Divinópolis e Montes Claros. Sem grandes

oscilações no valor nominal das receitas de

exportação, o setor de instrumentos para medicina

registrou participação média de 2,4% entre 2010 e

2019.

Incialmente compostas apenas por aves, as

exportações de carnes da RGInt incluíram o

segmento de suínos a partir de 2015. O ano de 2013,

maior da série em participação (4,2%) e também em

valor (US$19,3 milhões), foi impulsionado pelos

preços e pela demanda, especialmente da Rússia e

do Japão (Gráfico 6).

Gráfico 6: Participação das exportações de algodão, carnes e instrumentos e aparelhos médicos no total das exportações da RGInt Juiz de Fora – 2010-2019 (%)

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria. Códigos e descrições do Sistema harmonizado SH2 e SH4 do MDIC: (1) Algodão (SH2 52). (2) Carnes e miudezas, comestíveis (SH2 2). (3) Instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária, incluídos os aparelhos de cintilografia e outros aparelhos electromédicos, bem como os aparelhos para testes visuais (SH4 9018).

15,7 18,0 21,0 16,5 14,6 18,1

13,4 13,1 14,5 14,2

8,2

3,2 2,7

3,1

1,4 2,7 4,0

8,9 10,6 5,2 7,9

14,4 10,6

2,7

3,5 7,9 7,1

6,3 1,2 1,9

Produtos químicos inorgânicos (1)

Ferro fundido, ferro e aço e suas obras (2)

Zinco em formas brutas (3)

80

,1 9

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60

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28

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25

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77

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38

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15

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31

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78

,7

80

,5

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47

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31

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6,7

10

,4

24

,2

27

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,9

2,4

5,7

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Minas Gerais REGInt Belo Horizonte RGInt Juíz de Fora

2,8

4,1 3,8

3,4

2,2 1,7

1,2 1,2 1,2

2,0 2,3

2,4

1,9

4,2

2,4

1,5

1,3

1,8

2,1 2,6

1,7

2,6

3,3

3,4 2,7 2,7

1,3 1,9 2,1

2,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Algodão (1)Carnes (2)Instrumentos e aparelhos para medicina (3)

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4

Tecnologia

De acordo com a classificação da Organização

para Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE)3, 68,1% das exportações

da RGInt Juiz de Fora, representados pelo

café, foram de baixa intensidade tecnológica.

A categoria de média-baixa tecnologia, com

6,0%, contemplou as carnes e o algodão. Os

produtos de média intensidade tecnológica

representaram 8,3% e incluíram produtos

siderúrgicos e zinco primário. Os produtos de

maior conteúdo tecnológico corresponderam

a 17,5% da pauta, 2,3% tendo sido de alta,

representados pelos instrumentos e

aparelhos para medicina, e 15,3%, de média-

alta tecnologia, correspondentes ao silício e

uma pequena parte em equipamentos

mecânicos e veículos (Gráfico 7).

Gráfico 7: Exportações, segundo o grau de intensidade tecnológica -RGInt Juiz de Fora –2019 (%)

Fonte: Comex Stat, OECD. Elaboração própria.

Ao se considerar a participação dos itens exportados da RGInt Juiz de Fora no total das exportações mineiras dos mesmos

itens em 2019, evidenciaram-se os instrumentos para medicina, que perfizeram US$14,9 milhões, o equivalente a 84,1%

do correspondente estadual de US$17,7 milhões. Também se destacaram o silício, do grupo de químicos inorgânicos

(18,8%); o algodão (14,6%) e o café, que equivaleu 14,3%. O zinco primário correspondeu a 6,5%; as carnes, a 2,1%; os

produtos siderúrgicos, a 0,9% (Gráficos 8.1 e 8.2).

Gráfico 8.1: Principais produtos exportados pela RGInt Juiz de Fora – 2019 (US$ milhões)

Grafico 8.2: Participação dos principais produtos exportados pela RGInt Juiz de Fora nas exportações de Minas Gerais dos mesmos produtos – 2019 (US$) (%)

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria. Códigos e descrições do Sistema harmonizado SH2 e SH4 do MDIC: (1) Café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção (SH4 901). (2) Produtos químicos inorgânicos; compostos inorgânicos ou orgânicos de metais preciosos, de elementos radioativos, de metais das terras raras ou de isótopos (SH2 28). (3) Ferro fundido, ferro e aço e suas obras (SH2 72 e 73). (4) Carnes e miudezas, comestíveis (SH2 2). (5) Algodão (SH2 52). (6) Instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária, incluídos os aparelhos de cintilografia e outros aparelhos electromédicos, bem como os aparelhos para testes visuais (SH4 9018). (7) Zinco em formas brutas (SH4 7901).

3 A metodologia do MDIC abrange apenas os produtos classificados na indústria da transformação. A classificação utilizada neste informativo baseia-se na metodologia da OCDE de 2016, que inclui produtos manufaturados e não manufaturados, divididos em cinco categorias tecnológicas: baixa, média-baixa, média, média-alta e alta. Ver metodologia completa em https://pdfs.semanticscholar.org/70bf/6f27b38212e160c6de5d5ceefdd59e210cc8.pdf?_ga=2.160656699.760985388.1584364112-1342030009.1584364112.

alta tecnologia; 2,3

média-alta tecnologia; 15,3

média tecnologia; 8,3

média-baixa tecnologia; 6,0

baixa tecnologia; 68,1

14,4

14,9

15,2

19,6

39,2

106,6

510,6

Zinco em formas brutas (7)

Instrumentos e aparelhos paramedicina (6)

Algodão (5)

Carnes (4)

Ferro fundido, ferro e aço e suasobras (3)

Produtos químicos inorgânicos (2)

Café (1)

RGInt Juiz de Fora (US$ milhões)

6,5

84,1

14,6

2,1

0,9

18,8

14,3

Zinco em formas brutas (7)

Instrumentos e aparelhos paramedicina (6)

Algodão (5)

Carnes (4)

Ferro fundido, ferro e aço e suasobras (3)

Produtos químicos inorgânicos(2)

Café (1)

RGInt Juiz de Fora/MG (%)

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Municípios

Manhuaçu foi o principal município exportador da RGInt Juiz de Fora em 2019, com participação de 33,1%. Além da

participação predominante do café (96,8%), houve uma pequena participação do algodão (3,2%).

Matipó, Manhumirim e Espera Feliz - respectivamente, 16,8%, 11,9% e 6,6% da região – exportaram exclusivamente café.

Santos Dumont exportou silício, o equivalente a 14,1% das exportações totais da RGInt. O produto é proveniente da

unidade local da americana, Dow Chemical.

Juiz de Fora respondeu por 10% das exportações da região e possui uma pauta concentrada no segmento metalúrgico, que

totalizou 71%. A maior parte (51,9%) correspondeu a produtos siderúrgicos, provenientes da unidade metalúrgica da Anglo

Ferrous Resources. O restante, 19,1%, refere-se à metalurgia do zinco, da Nexa Resources (antiga Votorantim Metais).

Os equipamentos médicos, 19,8% do total, foram relativos à unidade industrial da Becton e Dickinson. Uma pequena

parcela (3,1%) foi referente à extração de minérios de metais preciosos; 2,4% foram relativos a obras de asfalto; e 1,3%,

referente a medicamentos.

A participação do município Cataguases, 1,8% da RGInt,

teve a maior parte (58,3%) constituída por têxteis, que

têm origem da produção da Companhia Industrial

Cataguases. Os tecidos de algodão foram 54,9%; os

sintéticos, 3,4%. Também representativo nas

exportações da região (29,8%), o setor de

equipamentos e instrumentos mecânicos pode estar

associado à Energisa Soluções, que produz

equipamentos mecânicos de médio e de grande porte.

O município Visconde do Rio Branco representou 1,5%.

A maior parte (91,3%) foi constituída por carne de aves

relativa à produção da unidade da Pif Paf Alimentos.

Outros 5,5% foram referentes a sucos e derivados de

frutas associados a indústrias locais de sucos como a

Tiau e a Le Verger (Minasfuit). Também houve registro

de remessas de extrato de malte e de água mineral.

Com participação de 1,3%, Ponte Nova teve 98,2% das

suas exportações compostas por alimentos, 90,5% dos

quais relativos a carne suína (Gráfico 9).

Gráfico 9: Participação relativa dos principais municípios exportadores da RGInt Juiz de Fora – 2019 (%)

Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

Parceiros comerciais

Em 2019, as exportações da RGInt Juiz de Fora tiveram participação de 20,6% dos Estados Unidos: 63,4% relativos a café;

29,1%, a silício; 5,2%, a instrumentos para medicina.

A participação de 11,2% da Alemanha foi predominantemente referente a compras de café (99,6% do total). Para o Japão

(10,6% do total), a região exportou a maior parte em café (95,8%), seguida de carnes de aves (3,1%). As exportações para

o Reino Unido representaram 9%, distribuídas entre silício (90,4%) e café (9,5%).

A Turquia representou 5%, com exportações compostas majoritariamente por café (97,8%). O algodão teve participação

de 1,9%.

As exportações para a Itália e Bélgica, respectivamente, 3,8% e 3,3% do total da região, tiveram participação preponderante

do café: respectivamente, 98,9% e 99,6%. Além do café, houve uma pequena parcela (1,1%) de equipamentos mecânicos

para a Itália.

3,0

1,3

1,5

1,8

6,6

10,0

11,9

14,1

16,8

33,1

Demaismunicípios

Ponte Nova

Visconde do RioBranco

Cataguases

Espera Feliz

Juiz de Fora

Manhumirim

Santos Dumont

Matipó

Manhuaçu

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A participação de 2,9% da Colômbia teve uma composição bastante diversificada: produtos siderúrgicos (42,5%), café

(25,5%), papéis (18,6%), algodão (5,5%), obras de asfalto (3,5%), equipamentos mecânicos (1,6%) e preparações

alimentícias (1,3%).

O café foi predominante nas exportações para a Grécia e Eslovênia, ambas com participação individual de 2,3%. Para a

Espanha, que representou 2% das exportações locais, a pauta distribuiu-se em café (60,2%) e instrumentos para medicina

(38,5%).

Com participações inferiores a

2%, outros países perfizeram

26,9%. Nesse conjunto estão as

exportações de zinco para os

Emirados Árabes, África do Sul e

Malásia, a maior parte das de

exportações de carnes, que

foram para a Cingapura, China e

Geórgia, também a maioria das

exportações de algodão

(Bangladesh, Argentina e

Vietnã), parcela expressiva das

remessas de café (23,2% do total

da região distribuídos em 54

países) e as de produtos

siderúrgicos (Peru, Equador,

Suíça e Chile) (Gráfico 10).

Gráfico 10: Participação relativa dos principais países de destino das exportações da RGInt Juiz de Fora - 2019 (%)

Fonte: Fonte: Comex Stat/Elaboração própria.

Conclusões

Apesar da concentração elevada em café, a pauta de exportações da RGInt Juiz de Fora é bastante diversificada. Inclui

desde bens primários até produtos de alta tecnologia. Também se observa grande variedade de destinos, cerca de 40% em

2019 distribuídos entre países com participações inferiores a 5%. Espacialmente, entretanto, mais de 90% das exportações

tiveram origem em apenas seis dos 146 municípios da região.

A interrupção das remessas de automóveis a partir de 2011 - em virtude da reorientação estratégica de produção da

Mercedes Benz – alterou fortemente o valor exportado e devolveu ao café o protagonismo regional. O incremento então

proporcionado pela valorização internacional do grão, entretanto, foi mais que neutralizado pelas pressões contracionistas

do segmento metalúrgico, intensamente afetado pela excessiva oferta mundial de aço. A recuperação conjunta dos

produtos siderúrgicos e do fortalecimento do café na região resultaram, em 2016, no maior valor da série desde 2010 e

determinaram a relativa estabilidade até 2019.

Estados Unidos; 20,6

Alemanha; 11,2

Japão; 10,6

Reino Unido; 9,0 Turquia; 5,0

Itália; 3,8

Bélgica; 3,3

Colômbia; 2,9

Grécia; 2,3

Eslovênia; 2,3

Espanha; 2,0

Demais países; 26,9

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Expediente

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO

Presidente Helger Marra Lopes

Vice-presidente Monica Moreira Esteves Bernardi

DIRETORIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES Diretora

Eleonora Cruz Santos

Diretor-Adjunto Renato Vale Santos

Coordenação de Análise Insumo-Produto Carla Cristina Aguilar de Souza

Equipe Técnica Carla Cristina Aguilar de Souza

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Maria Aparecida Sales Souza Santos Rafael Pereira Prestes (estagiário)

Revisão Renato Vale Santos

Diagramação Lívia Cristina Rosa Cruz

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