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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE PROJETO FINAL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL II (TER00090) ANNA FLÁVIA NUNES DA COSTA USO DE ÁREAS MARGINAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM APL VOLTADO PARA UMA POPULAÇÃO EM ENVELHECIMENTO NITERÓI - RJ 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE

PROJETO FINAL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL II (TER00090)

ANNA FLÁVIA NUNES DA COSTA

USO DE ÁREAS MARGINAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM APL VOLTADO PARA UMA POPULAÇÃO EM ENVELHECIMENTO

NITERÓI - RJ

2014

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ANNA FLÁVIA NUNES DA COSTA

USO DE ÁREAS MARGINAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM APL VOLTADO PARA UMA POPULAÇÃO EM ENVELHECIMENTO

Monografia de graduação apresentada ao Curso Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Agrícola e Ambiental.

Orientador: Marcos Alexandre Teixeira, Prof.

NITERÓI - RJ

2014

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ANNA FLÁVIA NUNES DA COSTA

USO DE ÁREAS MARGINAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM APL VOLTADO PARA UMA POPULAÇÃO EM ENVELHECIMENTO

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

C837 Costa, Anna Flávia Nunes da Uso de áreas marginais na construção de um APL voltado para uma população em envelhecimento / Anna Flávia Nunes da Costa. – Niterói, RJ : [s.n.], 2014. 48 f. Trabalho (Conclusão de Curso) – Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal Fluminense, 2014. Orientador: Marcos Alexandre Teixeira. 1. Êxodo rural. 2. Arranjo produtivo. 3. Envelhecimento. 4. População rural. I. Título. CDD 301.361

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Dedico

A Deus por toda sabedoria alcançada e por tudo que me proporciona na vida.

À toda minha família, em especial papai, mamãe, meus irmãos, tia Toca, tia Ana, Meire e vó Ditinha que sempre acreditaram no meu potencial e são meus maiores exemplo de caráter, honestidade e lealdade.

Ao meu grande amor, Fernando, por ser meu porto seguro, por me fortalecer nos momentos mais difíceis, pela compreensão, pelo carinho, amor e companheirismo.

A minha segunda família, Carvalho Alonso, pela amizade, carinho, força e fraternidade ao longo de todos esses anos.

E a todas minhas grandes amigas, que compartilharam de sonhos, lutas e desejos.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Lúcia, Miguel, Felipe e Inez por todo carinho, amor e cuidado que tiveram comigo durante minha vida acadêmica e por me receberem de braços abertos à família.

A todos os mestres acadêmicos que contribuíram para minha formação, em especial ao Profº Marcos e ao Profº Flávio, pela orientação, conhecimentos, amizade, palavras que permitiram o desenvolvimento desse projeto.

A todos amigos, Babi Alonso, Bia Alonso, Miguel Alonso, Eliane Braga, Thamires Valle, Vanessa Azevedo, Paula Ferreira, que estiveram ao meu lado, me ajudando, apoiando e fortalecendo o coração nos momentos de grande dificuldade.

A tia Rose e ao tio Paulo Mineiro, pela força principalmente no início dessa jornada.

Aos meus padrinhos Geomar e Fátima, por acreditarem no meu potencial.

A toda equipe PET Engenharia Agrícola e Ambiental e ao Profº Carlos Pereira por somarem ao meu crescimento profissional e pessoal.

Aos funcionários do ITERJ, pela recepção, auxílio e atenção que tiveram ao longo da visita.

Aos assentados, pela cordialidade, disponibilidade e disposição para responder aos questionamentos, dúvidas e inquietações ocorridas no decorrer da ida ao assentamento Engenho Novo-São Gonçalo/RJ.

Gostaria também de agradecer a banca examinadora Prof. Dr. Marcos Teixeira, Prof. Dr. Flávio Castro Silva, Prof. Ms Leonardo Hamacher e a Profa. Dr. Thelma de Barros Machado por cederam uma parte de seu tempo precioso para poder contribuir com meu trabalho.

À todos meus irmãos, Felipe, Marcela, Nathália, Roberta, Leonardo, João Pedro, Maria Júlia, Rafaela e Sérgio e aos meus sobrinhos, Duda, Laís, Luma e Pedro. Todo o sucesso alcançado é pensando em vocês e para vocês.

E finalmente, agradeço todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para meu desenvolvimento e amadurecimento.

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RESUMO

O Brasil Rural vive hoje duas grandes realidades que afetam diretamente na produtividade agrícola: o êxodo rural, reflexo das grandes mudanças sofridas no campo, sobretudo da população jovem, que buscam, no meio urbano melhores condições de vida, com maiores oportunidades de educação e melhores postos de trabalho; e o envelhecimento da população rural, com o aumento da expectativa de vida do país, consequência do maior investimento em políticas públicas em saneamento, saúde. Tais realidades trazem como resultado principal, a falta de mão-de-obra atuante no campo, sobretudo nas ditas propriedades familiares, onde a produção é pouco mecanizada e depende, muitas vezes, de trabalhos manuais, braçais e pesados.

O presente estudo busca delinear um novo modelo de Arranjo Produtivo Local – APL, mais inclusivo com a mão-de-obra disponível, a ser desenvolvido junto aos pequenos produtores rurais de maior idade, visando um aumento no capital produtivo da propriedade e oferecendo uma complementação de renda, com a adoção do cultivo de culturas permanentes, como pimenta do reino, urucum e fitoterápicos, de maior valor agregado, sem, no entanto, afetar sua produção principal, uma vez que se propõe o uso das áreas marginais para a adesão de tais práticas.

Tal modelo, sendo testado e tendo seu sucesso reconhecido por um órgão fomentador competente, pode refletir na adoção de novas políticas de desenvolvimento regional, que conjecturem a necessidade de se empregar de forma produtiva o contingente cada vez maior de mão-de-obra de melhor idade, tornando suas propriedades mais lucrativas e representando um ganho para a agricultura do país, uma vez que que o resultado final culmina no aumento da produtividade agrícola.

APL foi elaborada a partir de um estudo de caso realizado na comunidade de assentados localizada na antiga Fazenda do Engenho Novo – Monjolos, São Gonçalo, cujo órgão fomentador responsável é o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro – ITERJ.

PALAVRAS – CHAVE: Envelhecimento Rural, APL, produtividade.

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ABSTRACT

Rural areas in Brazil, face two main issues that impacts the agricultural productivity: rural exodus (due to the big changes as a result of the green revolution, where young generations go to the cities for better living conditions and better educational opportunities and better jobs; and the aging of the rural population, with the increase of the life expectancy in the country as a result of investment on national policies on sanitation and health. The combination on those factors lead to the lack of labor capacity in the field, especially in the family based farming system, where mechanization has a low role and production relays on muscle manual heavy work.

The present work seek to draw the bases for casting a new Local Productive Arrangement (APL in Portuguese), more inclusive to small properties elderly rural workers, in the pace to incorporate permanent productive capital as well as becoming an option on income increase in adopting permanent crops cultivation. As examples of such crops one can list: pepper, urucum and herbal medicinal plants with higher aggregated value, without affecting the main crop system as it is envisaged to us marginal areas for such implementation.

Such a model, been tested and having its success recognized by supporting agencies, does can reflect in the adoption of new regional development policies, that could offer an option to include the increasing aging working force in a productive way, making the single owned production capital of these part of the population more profitable, impacting in the country agricultural sector, as add the general result on the agricultural productivity.

APL, development methodology was developed and applied – as a case study – at the rural community of the former Fazenda do Engenho Novo – Monjolos, in São Gonçalo city Rio de Janeiro State – Brazil, under the tutoring of the Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro – ITERJ.

KEY WORDS: aging in rural areas, Local Productive Arrangements, Productivity

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Indicativo de produtividade de diferentes espécies (IBGE, 2014) .... 18

Tabela 2 - Características do Urucum (MANFIOLLI,2004) .................................. 21

Tabela 3 - Variação da população idosa no Brasil (DIESE, 2014). .................... 24

Tabela 4 – Dados parciais dos assentamento no Estado do Rio de Janeiro. ... 33

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução da População Brasileira (DIESE, 2014). ............................. 14

Figura 2 - Evolução do Mercado Agrícola no Brasil (DIEESE, 2014). ................ 15

Figura 3 - Vantagens de um APL (Produção própria). ......................................... 16

Figura 4 - Redução da distribuição de população idosa urbana-rural (DIESE,

2014) ......................................................................................................................... 24

Figura 5 - Percentagem de idosos responsáveis por gerir seu domicílio rural

(DIESE, 2014)........................................................................................................... 25

Figura 6 - Analise de SWOT (CISA-AS,2007) ....................................................... 29

Figura 7 – Fluxograma, obtenção de dados para elaborar um APL. (Produção

Própria) ...................................................................................................................... 30

Figura 8 - População Idosa nos munícipios (IBGE,2002) .................................... 31

Figura 9 - Distribuição de Assentamentos no Estado do RJ (Lima,2011) .......... 32

Figura 10 - Assentamento Engenho Novo- São Gonçalo/RJ (Lima,2011)......... 34

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Sumário

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

2 OBJETIVO ..................................................................................................................... 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................... 13

3.1 Perfil do trabalhador rural no Brasil ........................................................................ 13

3.2 Arranjo Produtivo Local (APL) ................................................................................ 15

3.3 Perfil da Produção Agrícola .................................................................................... 17

3.3.1 Cultura anual e perene. ................................................................................ 18

3.3.2 Cultivo de pimenta do reino .......................................................................... 19

3.3.3 Cultivo de Urucum ......................................................................................... 20

3.3.4 Cultivo de Plantas Medicinais- Produção de Fitoterápicos ....................... 22

3.4 Perfil da População Alvo ......................................................................................... 23

3.4.1 Histórico de atividades relacionadas à extensão rural............................... 26

4 METODOLOGIA ............................................................................................................ 28

4.1 Levantamento de dados para elaboração de perfil do produtor regional ........... 28

4.2 Elaboração de roteiro para Estruturação da APL ................................................. 29

4.3 Estudo de Caso ........................................................................................................ 30

5 RESULTADOS .............................................................................................................. 35

5.1 Levantamento de dados do local para elaboração de roteiro para APL ............ 35

5.2 Escolha da Produção Agrícola ............................................................................... 36

5.3 Estudo de Caso ........................................................................................................ 37

6 SUGESTÃO PARA PRÓXIMOS TRABALHOS ......................................................... 38

7 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 39

8 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 40

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 41

10 Anexo 1 – Questionários para Visita às Propriedades .............................................. 47

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1 INTRODUÇÃO

Em resposta à mudança no perfil dos trabalhadores das pequenas

propriedades rurais, em que os jovens saem do campo para as cidades, é

necessário se pensar em novos modelos produtivos que possam fazer frente à

esta nova realidade.

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag, 2012), o número de habitantes do meio

rural reduziu drasticamente, passando de 63,8%, em 1950, para 15,6%, em

2010, e a expectativa para 2050 é de que a população fique em torno de 8%.

A pergunta que se estabelece é se esse êxodo rural é reflexo das

grandes mudanças sofridas no campo e, acentua o dilema histórico entre a

falta de trabalhadores e a tendência de mecanização da colheita ou a introdução da colheita mecanizada que repeliu os trabalhadores do campo,

pela mudança no perfil dos novos postos de trabalho?

Não só os produtores rurais estão ficando mais velhos, diminuindo a

oferta de mão de obra para trabalhos braçais e portanto mais pesados, como

também é necessário agregar valor à propriedade numa visão de mudança no

perfil do capital produtivo: de área e maquinário (na figura de trator e implementos, numa ótica de produção intensiva), para uma de germoplasma

variado, de culturas permanentes (numa ótica de capital produtivo permanente

e vinculado à propriedade).

A diminuição na oferta da mão de obra, junto com a mudança no perfil

de qualificação para os novos postos de trabalho, afetam diretamente no modelo produtivo, e nas opções para a realização das tarefas agrícolas, a

exemplo da realização de colheita manual de determinada cultura (como no

caso do café colombiano).

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2 OBJETIVO

Este trabalho procura delinear um novo modelo de APL – Arranjo

Produtivo Local, que possa ser desenvolvido junto á população rural de

pequenas propriedades onde a mão de obra disponível apresenta um perfil

mais sênior (idosa), além de representar um aumento no capital produtivo

disponível ao pequeno agricultor (aqui representado pelas culturas

permanentes de maior valor agregado).

A base da APL está na incorporação de espécies arbustivas e arbóreas como elementos estruturantes da propriedade (exe.: fixação dos taludes das

curvas de nível), que sejam uma reserva de capital ao mesmo tempo em que

privilegie uma mão de obra menos braçal e mais técnica na condução da

produção.

Para a seleção das culturas de interesse, tem-se o foco em espécies

perenes e que possam ter sua produção comercializada mesmo em pequeno

volume (como por exemplo, pimenta do reino, urucum e plantas medicinais).

O objetivo central do projeto é a determinação das bases para

elaboração de roteiro de desenvolvimento de um APL que possa ser

desenvolvido no âmbito de pequenas propriedades, em regime de produção

intensiva de cuidados, mas extensiva em mecanização e/ou tratos culturais, visando representar um aumento no capital produtivo das pequenas

propriedades e com intuito de oferecer aos agricultores um complemento de

renda, sem afetar a sua produção principal (APL focado no uso de áreas

marginais da propriedade).

Ao final do trabalho espera-se identificar as bases para elaboração de

uma nova APL que possa se sobrepor aos demais APL já desenvolvidos com foco na pequena propriedade rural de desenvolvimento familiar que possa ser

incorporados em políticas de desenvolvimento, fixação do homem no campo e

valorização da pequena propriedade.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Perfil do trabalhador rural no Brasil

Somente recentemente os trabalhadores rurais passaram a ser incluídos no regime previdenciário brasileiro, quando em 1963, no governo de João

Goulart, foi aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural e o Fundo de Assistência

e Previdência do Trabalhador Rural (FUNRURAL), que compreendia as

relações de trabalho no campo, ou seja, garantia direitos e deveres dos

trabalhadores, que até aquele momento era apenas voltados para os que

atuavam no meio urbano (DELGADO & SCHWAZER, 2000; REIS, 1998; MARTINEZ, 1985).

A partir de 1972 através do programa FUNRURAL, foi garantida como

benefício, aposentadoria por idade de 65 anos sendo apenas para o

responsável por gerar a renda familiar (DELGADO & JUNIOR, 1999), mas com

a Constituição de 1988, passou a não mais existir diferença entre os direitos

trabalhistas para os trabalhadores do meio rural e urbano, exetuando-se o limite para a aposentadoria para homens (60 anos) e para mulheres (55 anos).

KAGEYAMA (2001), em seu estudo, observou que geralmente a renda

das famílias rurais são do trabalho agrícola, com venda de produtos plantados

na propriedade, sendo esse 55% da renda total além dos beneficíos sociais,

como aposentadorias, previdências, etc.

É incontestável a mudança sofrida no meio rural, tanto no perfil dos

trabalhadores como em âmbito previdenciário, pois esse é o principal caminho

para garantir a manutenção de renda para os idosos.

Segundo dados do IBGE, a população rural vem diminuindo

consideravelmente ao longo dos anos, passando de 39 milhões de habitantes

rurais (32,3% da população total) em 1980 para apenas 8% em 2050, ou seja, uma estimativa de 18,1 milhões de pessoas no campo. Essa queda acentuada

em milhões de pessoas, pode ser obervada na Figura 1.

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Figura 1 - Evolução da População Brasileira (DIESE, 2014).

É válido mencionar que a população idosa do campo vem se

acumulando nas pequenas propriedades rurais em virtude da escassez e baixa

qualificação nos serviços do campo, o que de certa forma, garante uma significativa melhora na condição de vida do trabalhador, uma vez que a

produção gerada na propriedade poderá ser utilizada para consumo próprio,

bem como para venda respeitando a sazonalidade dos produtos, gerando

assim, melhores condições econômicas, como observado na Figura 2.

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Figura 2 - Evolução do Mercado Agrícola no Brasil (DIEESE, 2014).

3.2 Arranjo Produtivo Local (APL)

Arranjo produtivo local (APL), pode ser definido como sistemas inovadores

de produção que poderá ser aplicado com o objetivo de contribuir direta ou

indiretamente para o desenvolvimento e difusão de tecnologias além de

promover e gerar localmente processos para estimular o aprendizado e consequentemente, acumulação de conhecimentos. O APL pode ainda, elevar

a competitividade local e a internacionalização dos mercados dos diferentes

portes de empresa proporcionando crescimento com a geração de trabalho,

desenvolvimento regional, sendo assim, um importante contribuinte para a

redução de desigualdades econômicas (INMETRO,2005).

Outra visão é de uma APL como um aglomerado de empresas que trabalham com atividades similares ou relacionadas, apoiando-se e a outras

entidades, como públicas e privadas. Através da interação entre as empresas

há uma dissipação de conhecimentos, aprimorando as vantagens competitivas,

dessa forma, observa-se mudança no cenário de estratégicas de

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desenvolvimento e crescimento das empresa, pois não mais é observado a

concorrência direta.

STEFANO (2008) caracteriza arranjo produtivo local como aglomerações

territoriais, que atinge as esferas política, econômica e social que tem como

foco, um conjunto específico de atividades. Em virtude das informações

apresentadas acima, pode-se concluir que o APL servirá como ponte para o

desenvolvimento da região onde se situa, fazendo com que as políticas de

aplicação do APL sejam também de caráter regional e social, além de

proporcionar geração de riquezas através do uso dos recursos existentes de

maneiro autossustentável (OLIVEIRA, 2009).

Desse modo, a laboração do APL proporciona grandes vantagens para se

sobressair no mercado competitivo. A Figura 3 apresenta alguns benefícios

decorrentes do desenvolvimento e aplicação de um arranjo produtivo local.

Figura 3 - Vantagens de um APL (Produção própria).

Vantagens do APL

Visão Sustentável

Aproveitamento de matéria prima

disponível no local

Maior qualificação de Mão de Obra

Dissipação de conhecimentos e

experiências

Apoio de Instituições

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3.3 Perfil da Produção Agrícola

Existem culturas com diferentes perfis produtivos, que variam muito devido

principalmente ao sistema de inserção destas no campo, como do tipo

mecanizado (por exemplo, a soja) e do tipo intensivo, bem como a introdução

de orquídeas (que necessitam de cuidados individuais para sua produção) garantindo assim ao final da produção maior valor agregado (SHIRAKI & DIAZ,

2012).

Ao considerar utilizar poucas culturas na produção, o manejo poderá ser

melhor executado, há uniformidade de áreas além de maximizar o potencial

produtivo da cultura em relação a área instalada.

Um sistema de produção agrícola é diferenciado a partir do tamanho da área a ser destinada para implantação da cultura, do índice de produtividade

alcançado pela espécie e o sistema a ser utilizado, como por exemplo, o

intensivo e mecanizado.

O sistema intensivo visa obter rendimento máximo de uma cultura no

campo, garantido pela manutenção de altos níveis de produtividade, mantendo

observância para práticas de sustentabilidade das atividades agrícolas, como o

plantio direto que mantém o solo coberto por restos de cultura, mantendo assim

o teor de matéria orgânica do solo, porém o uso demasiado de fertilizantes na

plantação, torna uma grande crítica ao sistema. Este sistema faz uso intensivo

de mecanização, o que introduziu grande avanço tecnológico ao campo

garantindo a otimização de áreas agrícolas, porém com o uso errôneo dos maquinários, também pode causar grandes impactos ambientais (PEREIRA,

2006).

Para CHAGAS (1994), um grande benefício gerado por realizar a colheita

de forma mecanizada é a redução nos custos com mão de obra, uma vez que

gasta-se em torno de 7 dias/homem/hectare para enleirar e fazer o arranquio

da area, quando feita manualmente. Porém a perda de grãos no momento da

colheita mecanizada, torna-se uma grande desvantagem para o sistema

produtivo.

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Quando se tem cultivares onde a exigência de cuidados é considerado essencial para a produção, os tratos culturais são realizados individualmente,

de forma a procurar manter a qualidade e assim garantir um maior valor

agregado ao produto.

3.3.1 Cultura anual e perene.

Cultura permanente ou perene consiste em ser uma lavoura no qual não há

necessidade de replantio anual da cultura explorada após realizar a colheita, ou

seja, apresenta uma série de produção, como o café, árvores frutíferas,

pimenta do reino, entre outras, já uma cultura anual, como o próprio nome diz,

obedece um ciclo anual, no que há a obrigatoriedade em cultivar uma nova

planta para que seja possível nova produção, a cada ano. Nesta categoria

estão a grande maioria das commodities agrícolas, como: milho, soja, arroz, feijão, etc.

Estas culturas anuais são intensivas em mecanização para que se

mantenham viável a produção em larga escala e em grandes áreas.

A fim de mensurar quantitativamente o perfil de produção agrícola de

culturas anuais como soja, mandioca, arroz e perenes, como café, pimenta do

reino e manga, foram agrupados os valores referentes a estes dois perfis de culturas na tabela 1.

Tabela 1 - Indicativo de produtividade de diferentes espécies (IBGE, 2014)

Cultura Produto Área Plantada (ha)

Quant. Prod. (ton)

Produtiv. (ton/ha)

Valor da prod. (k R$)

Valor da prod. por hectare (R$/ha)

Cultura anual

Soja 23.339.094 68.756.343 2,95 37.380.845 1.601 Mandioca 1.812.183 24.524.318 13,53 6.896.070 3.805 Arroz 2.778.173 11.235.986 4,04 6.242.880 2.247

Cultura permanente

Café 2.160.605 2.906.315 1,35 11.577.933 5.358 Pimenta-do-reino 23.269 52.137 2,24 268.827 11.553 Manga 76.568 1.188.911 15,53 599.057 7.824

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Olhando os números apresentados na Tabela 1, fica claro que o grande denominador é de fato o valor da produção por hectare, onde não se verifica a

grande variabilidade que pode ser notada nos demais números. Esta

variabilidade se dá não só pelo alto valor agregado dos produtos (que devem

ser garantidos pela adequada mão de obra e tratos culturais), mas também

pelo tamanho do mercado consumidor. Se tivéssemos uma produção de

mangas no mesmo volume que de soja, certamente o valor por hectare cairia,

uma vez que o mercado se mostraria incapaz de absorver este montante de

produtos (ainda mais por ser de natureza perecível).

É importante observar que produtividade por hectare baixa, pode vir

indicar deficiência no uso de técnicas (no caso do cuidado individual com a

cultura) ou tecnologias (quando utiliza-se mecanização de forma incorreta) para preparos na produção.

3.3.2 Cultivo de pimenta do reino

A espécie Piper nigrum L. mais conhecida como pimenta do reino é

considerada uma planta perene,semi lenhosa e trepadeira, pertencente a

classe das dicotiledôneas ordem Piperales e família Piperacea. Para seu

desenvolvimento necessita de clima ameno a quente, alta umidade relativa

(80%), temperatura média entre 25 e 270 C, solos férteis e ricos em matéria

orgânica e não tolera solos encharcados (EMBRAPA, 2004).

Por possuir grandes variedades, como Ballankotta, Panniur, Singapura,

Para, Bragantina, Cingapura, Guajarina, Jaçará-1, Kottanadan-1, Kuthiravally,

as folhas apresentam formas e tamanhos variados em função das variedades.

Das características importantes da pimenteira do reino que vale

destaque para o trabalho é a utilização predominante de mão de obra familiar e

contratada (permanente ou temporária), variando a quantidade em função do

tamanho da área, da época e necessidade no campo, principalmente na época

da colheita.

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Segundo o IBGE, em 2012 a produção brasileira de pimenta do reino foi de 43 mil toneladas em 19,4 mil hectare.

Ainda, segunda a Embrapa (2005), o cultivo de pimenta do reino só

apresenta lucro a partir do terceiro ano da plantação da espécie, a partir de

então, proporciona retorno econômico ao produtor, sendo que a produção do

terceiro e quarto ano vão corresponder a uma faixa de 1,5 kg e 3,0 kg por planta, e 2.400 kg e 4.800 kg por hectare.

Segundo a Revista Campo & Negócio, no ano de 2014 o quilo de

pimenta do reino preta atingiu até R$16,00, enquanto em 2005/06 girava em

torno de R$2,00 a R$3,00. O resultado tem sido uma rentabilidade de R$

96.000,00 por hectare neste ano (Serrano,2014).

Já o beneficiamento na maioria das vezes é feita no próprio local (na propriedade) ou na cidade.

3.3.3 Cultivo de Urucum

A espécie Bixa orellana L, mais conhecida como Urucum é uma planta

perene que não necessita ser semeada após um ciclo produtivo, EMBRAPA

(2004). A temperatura ideal para seu desenvolvimento está entre 22 e 27 °C e

assim como a pimenta do reino, a umidade relativa do ar está em torno de 80%.

A colheita do urucuzeiro é realizada quando verifica-se que 75% das

cápsulas secas, aproximadamente aos 130 dias após a abertura da flor. É de

grande importância colher as cápsulas secas, para evitar danos posteriores,

como o surgimento de mofo.

É também conhecida pela diversidade de uso, como fornecedora de sementes condimentares, produção de corantes (que é muito utilizado nas

indústrias alimentícia, farmacêutica, cosmética e têxtil).

Algumas das características de extratos de urucum e suas aplicações

nos alimentos estão apresentadas na Tabela .

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Tabela 2 - Características do Urucum (MANFIOLLI,2004)

Um grande problema apresentado pela cultura é a variação do preço de

mercado em função da lei da oferta e da procura, por exemplo, em 1992 os

preços pagos aos produtores variaram de US$ 0,70 a 1,00/ kg de grãos, e em

1994, os preços variam em torno de US$ 3,00/kg (MANFIOLLI, 2004).

FRANCO et al., (2002), verifica que há uma tendência de crescimento do mercado de corantes naturais, sendo o urucum o principal, tanto no mercado

interno como externo.

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O valor pago pelo quilo de semente de urucum varia conforme o teor de bixina das sementes, e a produção no Brasil é de aproximadamente 9 mil

toneladas/ano. Ainda o rendimento bruto da atividade é cerca de R$ 6 mil por

hectare, CARVALHO (2006), apresenta baixo custo de produção,

principalmente por “não existe uma máquina para colher urucum”, utilizando

assim, o emprego de mão de obra familiar.

3.3.4 Cultivo de Plantas Medicinais- Produção de Fitoterápicos

Produtos fitoterápicos, podem ser definidos segunda a ANVISA como

medicamentos obtidos empregando-se, como princípio-ativo,

exclusivamente derivados de drogas vegetais, ou seja, são produtos

medicinais acabados e etiquetados, onde seus componentes ativos são

formados por partes aéreas ou subterrâneas de plantas, ou outro material vegetativo.

São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu

uso, como também pela constância de sua qualidade (AZEVEDO, 2010),

(MSA, 2002) (AZEVEDO & MOURA, 2010).

MARLIÉRE (2008), diz que o uso de fitoterápicos vem crescendo bastante, principalmente pelos idosos e os mais usados são a Castanha da índia (Aesculus hippocastanum), Alcachofra (Cynara scolymus), Isoflavonas

de soja (Glycine max), Arnica (Arnica montana), entre outros.

As vantagens para o uso e aplicação dos fitoterápicos está por ser uma

alternativa de baixo custo devido à disponibilidade de terra e mão de obra, é

uma atividade simples e requer pequeno esforço físico, aplicação de conhecimentos tradicionais como a experiência do agricultor com a

biodiversidade da região, gerando assim renda para o agricultor, podendo

até tornar-se a atividade principal. Porém um dos grandes problemas

decorrentes do uso dos fitoterapicos está na falta de conhecimento sobre a

legislação que rege os produtos produzidos como fitofármacos e o

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desconhecimento sobre os efeitos tóxicos das plantas produzidas para a venda ou utilização.

3.4 Perfil da População Alvo

MORAIS et al., (2008), diz que o envelhecimento da população

atualmente é uma realidade na maioria dos países em desenvolvimento e

desenvolvidos, fato esse, decorrente das melhorias nas áreas de saúde,

saneamento básico, educação, entre outros, ocasionando grande salto na

qualidade de vida da população, proporcionando assim, aumento da

expectativa de vida e no número de idosos.

Entretanto, ao analisar o quadro de envelhecimento da população no

campo, esse fator deve-se principalmente ao êxodo da população jovem para

os centros urbanos (CARNEIRO, 1999).

Para RIBEIRO (1993), a terra é o meio de produção essencial para a

agricultores, pois é dela que muitas famílias rurais realizam seus trabalhos e

tiram seu sustento.

Segundo IBGE (2000), o peso relativo da população idosa no iníco da

década de 90 representava 7,3% enquanto, após transcorrido somente 10

anos, verificou–se que a proporção é praticamente 9%, ou seja, nesse intervalo a população idosa aumentou quase 4 milhões de pessoas, podendo ser

observado na Tabela 3, já na Figura 4, é considerado redução da distribuição

urbana-rural de idosos no mesmo intervalo citado anteriormente.

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Tabela 3 - Variação da população idosa no Brasil (DIESE, 2014).

Figura 4 - Redução da distribuição de população idosa urbana-rural (DIESE, 2014)

É necessário considerar para composição da renda da população idosa rural, o rendimento médio salarial, em virtude da aquisição de valor dos

produtos a serem implantados à produção, pois irá proporcionar aumento no

capital produtivo do idoso. Na Figura 5, tem-se representado a participação dos

idosos frente a responsabilidade de administrar seu domicílio.

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Figura 5 - Percentagem de idosos responsáveis por gerir seu domicílio rural (DIESE,

2014)

Desta forma evidencia-se que o principal componente de renda do idoso

são os beneficíos previdenciarios, porém é necessário elaborar meios que possibilite ao produtor idoso, complementar sua renda com a produção, e que

sejam estes em linha com a disponibilidade de mão de obra e capital de que

dispõe esta parcela da população. Neste caso o maior capital é a própria posse

e propriedade da terra.

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3.4.1 Histórico de atividades relacionadas à extensão rural

FONSECA (1985), define extensão rural como “um projeto educativo para o

capital”, em virtude da ligação existente entre a dissipação de conhecimentos

técnicos visando modificar hábitos e práticas em nome da produtividade, do

desenvolvimento social (elevação da qualidade de vida dos produtores) e a modernização do campo.

Como meio de potencializar a luta por melhorias no campo ou até mesma

reforma agrária, tem-se entidades contribuintes para esse fim, como o caso das

ATERs- Assistência Técnica de Extensão Rural, através dos extensionistas,

tem como objetivo a melhor compreensão das necessidade das comunidades

rurais e do meio natural, garantindo o desenvolvimento econômico, social e

ambiental para a região considerada.

Devido o baixo conhecimento técnico da população no campo, em especial

com relação aos avanços da chamada Revolução Verde, há momentos onde

os extensionistas identificam-se com situações contraditórias ao realizar o

posicionamento diante da execução de determinadas práticas, que ora são vistas como opressora pelo público rural, ora como libertadora, onde muitas

vezes o técnico é visto pelo produtores, principalmente em assentamentos,

como “agente governamental” (MASELLI, 1998).

Para MARTINS (2003), assentamentos rurais podem ser definidos como

unidades de produção a nível local ou regional que utilizam as propriedades e o

uso das terras estabelecendo padrões sociais de produção, criando assim, novas dinâmicas sociais e econômicas.

Ainda, segundo Medeiros et al., (2002), isso só foi possível em decorrência

das organizações e movimentos feitos pelos agricultores e trabalhadores rurais

além de políticas e iniciativas governamentais que buscam acomodar

neutralizar as demandas desses movimentos sociais e normatizar regras de

acesso à terra.

Num assentamento rural a expectativa prevista é que ele se torne social e

economicamente viável, de modo que os agricultores assentados consigam

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viver e produzir após longo processo de luta pelo direito que lhe garanta acesso à terra de moradia e trabalho e que o agricultor assentado, integre-se

como agricultor familiar e aos mercados produtivos.

Almeida (2000) ressalta que ação extensionista e o papel do técnico muda

conforme o avanço do processo de intervenção das áreas assentadas. No

inicio, devido a necessidade de inserção na dinâmica do assentando e a aceitação do trabalho extensionista pelo público alvo, o profissional se

posiciona como “amigo” do assentado, com a concretização dos projetos, o

técnico assume papel de “fiscalizador”, podendo acabar confundindo e

limitando a dinâmica do processo de intervenção.

3.4.1.1 Caraterísticas dos Órgãos de fomentador

Segundo Sauer (2000), assentamentos são áreas geograficamente

delimitadas e constituídas por ato administrativo, destinadas a grupos de

famílias destinatárias de programas governamentais que buscam

operacionalizar a política de reforma e reordenamento agrário, para as quais o

governo estabelece condições de uso e posse de terra.

Ainda, para Martins (2005) a implementação dos assentamentos no Brasil

seguem o modelo de produção agrícola, cuja concepção de desenvolvimento é

do tipo produtista.

A fim de nortear as ideologias apresentadas e inserir práticas extensionistas

na região considerada para estudos, o orgão extensionista que acompanha e

fortalece as mudanças ocorridas na região é o Instituto de Terras e Cartografia

do Estado do Rio de Janeiro-ITERJ tem como atribuição constitucional

democratizar o acesso à terra de posseiros, sem teto e sem terra, intervindo na

solução dos conflitos e nos processos de regularização fundiária. Como órgão técnico, o ITERJ é o executor da política fundiária do Estado visando promover,

ordenar e priorizar os assentamentos urbanos e rurais, em terras públicas e

privadas.

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Em decorrência da ação executada pelo órgão fomentador-ITERJ, tende a promover o rearranjo social (através titulação de terras) e produtivo da região

através de medidas, como:

1-Apoiar na organização comunitária;

2-Promover projetos gerados de trabalho e renda visando melhorias na

qualidade de vida e sustentabilidade para as famílias assentadas;

3- Ocupar dimensões onde se dão as relações tecnológicas, econômicas e

sociais de trabalho de vida, que possa garantir a inserção das famílias

no mercado produtivo e competitivo;

4- Propor melhorias na logística do escoamento da produção, entre outras.

Dessa forma, o ITERJ além de ações listadas, atesta a regularização das

moradias da comunidade considerada para estudo.

4 METODOLOGIA

4.1 Levantamento de dados para elaboração de perfil do produtor regional

A fim de obter informações sobre o perfil do produtor rural, serão

consideradas roteiros de entrevistas para fomentar os procedimentos metodológicos propostos ao longo desse trabalho.

Dessa forma, esse levantamento será executado através de analise de

dados diretos feitos em campo (respostas dos questionários- Vide Anexo 1) e

indiretos que são os estudos dos dados coletados anteriormente e

posteriormente aos questionários pelo órgão responsável pela execução do desenvolvimento do APL.

LAKATOS (1996), diz que, entrevista é uma conversão efetuada face a

face, de maneira metódica e que tem como objetivo, garantir ao entrevistador

de forma verbal a obtenção de informações necessárias para sua pesquisa.

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Além da série de entrevistas realizadas, será feita a analise SWOT da região, que consiste em examinar os fatores externos e internos da aplicação

do projeto a ser desenvolvida, assim como representado na Figura 6.

Figura 6 - Analise de SWOT (CISA-AS,2007)

Sendo assim, com base nos resultados da pesquisa espera-se tornar

possível a consolidação das práticas econômicas propostas para executar o

APL na região considerada.

4.2 Elaboração de roteiro para Estruturação da APL

Para consolidação do roteiro de desenvolvimento do APL é preciso

considerar variantes que possam distinguir-se dos limites geográficos, políticos

e administrativos para melhor compreensão do assunto. Dessa forma, foi

elaborado um fluxograma com estratégias de atuação para fortalecimento das

mesmas, apresentado na Figura 7.

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Figura 7 – Fluxograma, obtenção de dados para elaborar um APL. (Produção Própria)

4.3 Estudo de Caso

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir dos

censos demográficos e da classificação de área urbana e rural, o estado do Rio

de Janeiro é o mais urbanizado e o que apresenta a maior taxa de elevação da população idosa, assim como pode ser observado na Figura 8.

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Figura 8 - População Idosa nos munícipios (IBGE,2002)

Essa parcela da população é de grande importância, porém não tem

recebido a devida atenção do estado. Ainda, segundo VEIGA (2004) percebe-se aumento dos índices das áreas urbanas, mas há muitos locais e regiões que

possuem fortes características rurais e são consideradas urbanas pelos

censos.

A luta pela terra no estado contribuíram para caracterizar particularidades

no perfil dos assentamentos e dos assentados no estado e o longo processo de

assentamento no Brasil, que desde 1950 já foram assentadas mais de 6500

famílias.

A grande maioria de assentamentos feitos no estado é realizado na região

Norte e Nordeste Fluminense e foram realizados na última década menos de

dez assentamentos em todo o estado, sendo a maioria deles na região citada

anteriormente, LIMA (2011).

Na Figura 9 tem-se identificado de uma forma mais ampla a distribuição dos

assentamentos no estados. E na Tabela 3 tem-se representado parcialmente

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os assentamentos de reforma agrária do estado do Rio de Janeiro do ano de 1995 a 2009.

Figura 9 - Distribuição de Assentamentos no Estado do RJ (Lima,2011)

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Tabela 4 – Dados parciais dos assentamento no Estado do Rio de Janeiro.

ASSENTAMENTO MUNICÍPIO No Famílias

ANO DA CRIAÇÃO

AREA (há) ORGÃO RESP.

Barra Grande Parati 62 1995 595 INCRA Bem Dizia Macaé 30 1999 1465 INCRA

Cambucaes Silva Jardim 102 1995 1332 INCRA Campos Novos Cabo Frio 111 1986 3107 INCRA Che Guevara Campo dos Goytacazes 159 1999 2400 INCRA

Chico Mendes Cardoso Moreira 30 2007 766 INCRA Crubixas Macaé 37 1995 3500 ITERJ

Dandara dos Palmares Campo dos Goytacazes 25 2005 419 INCRA Engenho Novo Rio de Janeiro 120 1986 276 ITERJ Engenho Novo São Gonçalo 160 1995 740 ITERJ

Fazenda Negreiros São Pedro D´aldeia 40 2005 1351 INCRA Floresta de Belém Itaperuna 35 2004 646 INCRA

Francisco Julião Cardoso Moreira 47 2006 606 INCRA Ilha Grande Campo dos Goytacazes 58 2001 822 INCRA

João Batista Soares Carapebus 51 2008 1212 INCRA Josué de Castro Campo dos Goytacazes 35 2007 610 INCRA

Nova Esperança do Até Itaperuna 90 2006 1697 INCRA Oziel Alves Campo dos Goytacazes 35 2006 410 INCRA

Paz na Terra Campo dos Goytacazes 74 2005 1052 ITERJ Praia do Sono Parati 50 1997 2054 ITERJ

Prof. Celso Daniel Carapebus 188 2002 2849 INCRA Roseli Nunes Piraí 38 2006 1034 INCRA

Santa Fé Cachoeira do Macacu 19 1996 5390 INCRA Santo Amaro Campo dos Goytacazes 40 2005 538 INCRA

São Fidelis São Fidelis 22 2002 623 INCRA Sebastião Lan Silva Jardim 30 1999 1990 INCRA

Tapera Trajano de Morais 158 1995 948 ITERJ Taquari Parati 60 1995 958 INCRA

Terra da Paz Piraí 38 2006 827 INCRA Terra Conquista Campo dos Goytacazes 15 2005 211 INCRA Vitória do Povo Barra Mansa 60 1997 886 INCRA

25 de Março Carapebus 50 2005 945 INCRA Serra do Matoso Rio Claro 22 2005 239 INCRA

Marapicu Nova Iguaçu 76 2009 318 INCRA Antônio de Farias Campo dos Goytacazes 93 2001 93 INCRA

Desta forma, optou-se por avaliar a aplicação da metodologia proposta na

região do Estado do Rio de Janeiro, em especial no assentamento Engenho

Novo, localizado no bairro Monjolos, cidade de São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro, sendo indicado através da Figura 10.

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Figura 10 - Assentamento Engenho Novo- São Gonçalo/RJ (Lima,2011)

Visando criar possibilidades e gerar expectativas positivas no assentamento

Engenho Novo-São Gonçalo/RJ, considerando a situação social que muitas

dessas famílias assentadas se encontram, principalmente a parcela idosa, o

trabalho tem como objetivo elaborar o roteiro de um APL visando aumentar o

ganho monetário através do cultivo de espécie como Pimenta do Reino,

Urucum e Fitoterápicos, consequentemente ganho na segurança alimentar e a autoestima desse grupo.

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5 RESULTADOS

Espera-se com esse roteiro poder desenvolver novos projetos, visando o fortalecimento das potencialidades locais, valorizar mão de obra local e

aumentar a capacidade produtiva. Ainda, busca-se reduzir a desigualdade

social e regional através da capacitação dos trabalhadores envolvidos.

5.1 Levantamento de dados do local para elaboração de roteiro para APL

Elaboração de roteiro para coleta de dados nas propriedades, como pode

ser visto no anexo 1 e, associado a este, uma planilha de compilação de dados relativos à propriedade.

No dia 18 de setembro de 2014 foi realizada a visita ao assentamento

Engenho Novo, localizado no munícipio de São Gonçalo, pela equipe PET

Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense- UFF.

Durante a visita, foram obtidas informações dos produtores que serviram de

base para compor esse projeto. Muitos foram os problemas encontrados e informados pelos próprios proprietários rurais, dentre eles:

1- Falta de mão de obra;

2- Dificuldade de escoar a produção;

3- Problemas com pragas, formigas na residência de alguns moradores;

4- Falta d’agua e dificuldade de armazena-la na propriedade;

5- Irrigação com capacidade ociosa; 6- Falta de conhecimento técnico para gerir a propriedade e no uso

agrícola;

7- Em algumas propriedades será necessário fazer recuperação de mata

ciliar; (Mudas foram fornecidas pela prefeitura, mas como não sabem

utiliza-las corretamente, dessa forma, estão no aguardo dos técnicos da

EMATER para auxilia-los);

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Ainda, durante a visita no assentamento foi observado duas realidades distintas, uma de produtores bastante prósperos e outros muito carentes de

recursos, ocasionando um “desconforto” para realizar de tarefas coletivas.

A maioria dos proprietários não tem da agricultura como principal fonte de

renda, são aposentados e recebem benefícios previdenciários, a produção

gerada é apenas um complemento da renda final.

5.2 Escolha da Produção Agrícola

Devido o envelhecimento da mão de obra rural, faz-se necessário

implantar culturas perenes, com objetivo da não necessidade de ser semeada

constantemente, demandando menor esforço físico, como por exemplo a

inserção da cultura de pimenta do reino, urucum e fitoterápicos, além de

garantir maior valor agregado.

Desta forma é necessário consultar cartas de aptidão agrícola ou

consultar os serviços de extensão rural presentes na região, a exemplo da

Embrapa e Casas de Agricultura.

Após visita ao local e considerando a disponibilidade de terra e perfil da

mão de obra, mas idosa, a produção agrícola a ser considerada para aplicação

do projeto são os e cultivos perene, como: pimenta do reino e urucum e os fitoterápicos.

Por ser uma alternativa cuja implementação seja de baixo custo, e passível

de ser paulatina acrescida à propriedade (crescente ao longo do tempo), além

da atividade a ser executada não requerer grande esforço físico para os tratos

culturais (ex. aração e gradações anuais), além de privilegiar mais a

experiência do agricultor, do que a disponibilidade de mão de obra braçal; de forma que se apresenta como uma atividade viável a ser executada na

realidade de pequenas propriedades, pois além das vantagens mencionadas, o

cultivo de fitoterápicos pode até tornar-se a atividade principal dos produtores e

não apenas um complemento de renda.

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Dessa forma, visando listar alguns produtos fitoterápicos, considerando a funcionalidade e suas aplicações além de analisar cada produto escolhido para

a região, tem-se abaixo uma relação dos produtos escolhidos, de acordo com a

classificação da ANVISA e do Manual Terapêutico de Fitoterápicos.

Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia), possui ação antiulcerogênica e

gastroprotetora, muito utilizada para tratamento úlceras gástricas e

duodenais, constipação intestinal;

Erva Baleeira (Varronia verbenacea), apresenta ação anti-inflamatória e

analgésica, indicada para tratamento de dores musculares, artrites e

artroses – espécie já de conhecimento e uso da população local;

Maracujá (Passiflora alata), seu extrato apresenta propriedades

tranquilizantes, sedativa, analgésica e relaxante muscular, por isso é

indicada para tratamento de ansiedade, estresse e depressão, insônia entre outros. Além da venda do produto, a Passiflora, é considerada

uma planta trepadeira, podendo ser plantada próxima as cercas,

contribuindo para a valoração e embelezamento da propriedade;

Guaco (Mikania glomerata), possui atividade relaxante sobre a

masculatura lisa respiratória, além da atividade anti-inflamatória, sendo

assim, ela é indicada para tosse rebelde, faringite, pacientes com

asma,etc;

Confrei (Symphytum officinalis), tem ação antisséptica, anti-irritante,

hidrante e removedora de tecidos necrosados. Muito indicada para

tratamento de úlceras de decúbito, distensões, hematomas e contusão;

5.3 Estudo de Caso

Descrição da propriedade com os elementos que serão utilizados:

1- Uso de Urucum para proteção de áreas de manancial por ter maior consumo de água;

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2- Uso de pimenta do reino e / ou erva baleieira na crista das curvas de

nível para atuar como quebra-vento, assim como manutenção do talude

da curva de nível;

3- Uso de pitanga, aroeiras para proteção de áreas permanentes e

recomposição de flora em áreas de APL – Áreas de Proteção Legal e

APP – Áreas de Proteção Permanente, como margens de rios e córregos, assim como nascentes e topos de morro;

4- Uso de Jambu tanto para recomposição de áreas de proteção permanente (APP), como em mina e córregos, quanto para venda, pois também é comestível;

5- Uso de Romã, servindo como sombreamento em áreas de descanso e manobra de veículos, assim como armazenamento temporário, tanto para fins medicinais, uma vez que da casca da fruta, pode ser feito chás que são muito utilizados para curar inflamação de garganta, por exemplo.

6 SUGESTÃO PARA PRÓXIMOS TRABALHOS

Neste trabalho o olhar foi todo votado para a propriedade, neste sentido

seria interessante trabalhar o lado do mercado, buscando avaliar a percepção

dos compradores se poderia haver algum ganho de imagem que poderia se

sobrepor ao valor venal dos produtos (ex.: temperos de origem orgânica e /ou de agricultura familiar).

Formulação de calendário de ações de turismo rural e oficinas rurais em

que as épocas de colheita poderiam incluir ações conjuntas de

estabelecimentos de hotelaria, junto com os pequenos agricultores, com

colheita para preparo de temperos (arranjo de ervas e sais temperados), e/ou

cursos de culinária e/ou terapias com uso de fitoterápicos aproveitando as safras e convidando os participantes a realizar a colheita eles mesmo nas propriedades dos agricultores (como no mercado Inglês e Americano: Find

Pick-Your-Own Fruit and Vegetable Farms).

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7 DISCUSSÃO

Muitas das espécies – em especial entre os fitoterápicos – são conhecidos da população local, porém eles não percebem a sua vertente comercial,

estando no âmbito de uma farmácia disponível, mas não conseguem ser vistas

como uma eventual fonte de renda para a família; muito menos comouma

forma de valorizar a propriedade (fator de produção, com tanto valor quanto um

trator ou um galinheiro).

Ao longo dos trabalhos de campo, com a aplicação do questionário e coleta de dados primária, fica claro que a população está engajada na busca de

novos modelos produtivos, em especial pela busca pela qualificação para

poder ternar-se fornecedora para a rede municipal de ensino (vedna para

merenda escolar).

Ficou claro que esta qualificação (cadastro e legalização da produção com

emissão de nota fiscal), só foi possível – para a maioria dos cooperados,

graças à atuação do ITERJ; deixando claro o papel crucial da extensão no re-

aparelhamento produtivo e construção da APL.

Muito do que foi observado ao longo dos trabalhos se assemelha à algumas

das caraterísticas desejadas para o programa de Biodiesel familiar do Governo

Federal, em que a introdução de uma cultura perene (pinhão manso e ou mamona), poderia levar à agricultura familiar um novo modelo produtivo e uma

nova renda.

Uma das etapas dos trabalhos que ainda não foram convenientemente

desenvolvidos se refere à parte da comercialização, onde questões como a

produção orgânica e lotes mínimos de comercialização deverão ser tratados de

forma a poder dar a confirmação do atingimento dos objetivos aqui propostos.

Alternativas para geração de renda que visa manter a inclusão social por

meio de uma economia que busca o trabalho em coletividade para o bem estar

de todos.

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Outras propostas de formação de APL exemplo de turismo rural e escolha de espécies de reflorestamento e de madeira dura para garantir florada o ano

todo (ex: Ipê).

j

8 CONCLUSÃO

Com as etapas desenvolvidas ficou claro que há um espaço para a agricultura familiar em pequena propriedade que não está sendo explorada; um

modelo econômico de valorização do principal capital agrícola para as famílias

das pequenas propriedades que se lhe estão escapando, incluso estando fora

do radar das principais instituições de fomento agrícola.

É necessário articular os órgãos competentes para fazer refletir nas

políticas de desenvolvimento regional, a possibilidade deste novo perfil de

produção pulverizado que possa gerar renda, empregando de forma produtiva

o contingente cada vez maior da mão de obra no campo que está cada vez

mais idosa.

E assim fazendo poder valorizar a pequena propriedade agrícola – dentro

de uma ótica de aumento de sustentabilidade e melhoria da diversidade biológica, investindo em práticas de conservação de solo.

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10 Anexo 1 – Questionários para Visita às Propriedades

1) Como são tomadas as decisões em relação a sua produção?

2) Sempre que você vai tomar decisões em relação a sua produção, você tem que solicitar ajuda a alguém?

3) Você tem participação plena nas tomadas de decisão em relação a sua produção?

4) Você tem alguma preocupação com o meio ambiente (Desenvolvimento sustentavel)? Se sim, quais são as atitudes tomadas para preservar o meio ambiente? Se não, por quê?

5) Você tem algum incentivo para realizar suas atividades ?

6) Quais são os principais desafios para que seja realizado o trabalho em coletividade de forma a alcançar o melhor resultado?

7) Você está satisfeito com sua produção?

8) Quais são os principais desafios para que seja realizado o trabalho em coletividade de forma a alcançar o melhor resultado?

9) Você tem algum apoio técnico/cursos recebidos na implantação e/ou desenvolvimento de sua atividade?

10) Em que momento do desenvolvimento de suas atividades recebeu esse apoio técnico?