anno i rio de janeiro, 21 de setembro de 1898 n....

8
LíUCfeé©; 9SH01UT TfT> Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 ,!&> tf N. 54 '¦¦¦ #\V ^^i >M\+&UT:^:\':¦•."'- lllItesC*!flH' ^;?S&$^' / ^. ( I 1/ rirr> li ¦'' <->JJHBi^^GRn ' ^r^^^.m ¦ æ'''¦ ¦¦'¦l'l'-i"-:-'^HPPtMP^Bl^ffiÜHy^I:w;M ,\ v^ M^^\ ^V ^ I II I ,III '•i;0" r ^^lPf«plÍwBI .^^,,«II 1 jef lill ' í!fc- ¦"'¦'IMüffôi K8 Im9 flfl ^H^VBB ———¦¦———*""""^^^/ >;:;, ¦¦.••--,,:. ,'¦ r, u-.V. Do interview com a mama da heroina: « Ah t senhor, a minha meninajpara viver soce- rada nâo precisava, com a graça de Deus, de andar com todo o mnndo; bastavam-lhe três ou quatro moças*IX>"01W Si as leeendas negras de Forln sâo o producto da sublimada çivilisaçao parisiense, «O MercuSo» em presença deste desolado grito maternal enche-se de orgulho. O Rio de Janeiro avança ! ¦*¦;,?*

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

.....

. ¦

,

LíUCfeé©;9SH01UT

TfT>

Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 ,!&> tf N. 54

'¦¦¦ #\V ^^i >M\+&UT:^:\ ':¦•."'- lllItesC*! fl H' ^;?S&$^'

/ ^. ( I 1/ rirr > li ¦'' <->JJH Bi^^GRn' ^r ^^^. m ¦ '''¦ ¦¦'¦l'l'-i "-:-'^HPPtMP^B l^ffiÜHy^I:w;M

\ v^ M^^\ ^V ^ I II I III '•i;0" r ^^lPf«plÍw BI

.^^ «II 1 jef lill ' í!fc- ¦"'¦ 'IMüffôi • K8 Im9 flfl

^H ^V BB

———¦ ¦———*""""^^^ / >;:;, ¦¦.••--,,:.,'¦ r, u-.V .

Do interview com a mama da heroina:« Ah t senhor, a minha meninajpara viver soce-

rada nâo precisava, com a graça de Deus, de andarcom todo o mnndo; bastavam-lhe três ou quatromoças* IX>"01W

Si as leeendas negras de Forln sâo o producto da sublimada çivilisaçaoparisiense, «O MercuSo» em presença deste desolado grito maternal enche-sede orgulho. O Rio de Janeiro avança !

¦*¦;,?*

Page 2: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

O MERCÚRIO

EXPEDIENTE

Rogamos aos nossos assignantes de tri-

mestre que queiram continuar a sua assigna-

tura, o obséquio de vir reformal-as até o dia

3o do corrente, para não haver interrupção

na rérnessa da nossa folha. \í

'Fica vedada aos annuncianjes a repro-

ducçãò dos desenhos impressos nas paginas

do "O Mercúrio*', sem que pára isso haja

accôrdo prévio. J

Não nos responsabilizaremos por assi-

gnaturas angariadas por agentes, cujos nomes

não sejam previamente annunciados n'esta

secção.

Toda a correspondência deve ser diri-

gida á Redacção do ''O Mercúrio^, rua d1 As-

sembléa 46, CapitalJ^feral.; % Íf,í

¦Ji-f> ";!

Deiiei-me ás ij horas humidas, frias,

de uma noite monótona de nevoas densas

peneirando sobre a Cidade silenciosa um

chuvilho contin^fdj impertinencias miú-

das, enlameando as' ruas, tornando as

sotéas limosasj;OS telhado^ visguentos...

Os próprios ossos sentiam hümidade.Os lampeões públicos tremeluziam,

atravéz o polvilnéo fino da água e apenas,

de espada espaço, üivos tristes e latidos

roucoS de cães, na distancia, eram os sí-

;/^nâes da vida... ;V A' proporção que os lençóes frios se

foram amornecendo.aoxáfôr do meu corpo

e a sombra do somno baixando, envolven-

do-me aos poucos 11W lethargo suave, ai!

do consolo, n'essa cava aquecida e acol-

cho.acla da cama... ,' : Eu hia por uma estrada larga, branca

e em meio encontrei no caminho, á som-

bra fresca -d'um feixe d^rvores, o Dr. Co-

riolano^ de Freitas (eu não sei quem seja o

Dr.Goriolano de Freitas...) a princezaWilhelmina da Hespanha (da Hollanda,

mas, era alli da Hespanha, muito embora

cousa alguma me tivesse dito, ella e os

Outros, sobre quem fossem, mas, eu bem

1?;, os sabia, a todos,,'..)o conductor do bond

f^è^^ii^^ê^É^^^M^^ essa tor"-tura snobica da minha repartição e um ve-

frio negro de cabelleira carapinhada branca,

nevada, que conheci de outras eras— Jamorto, ha muito, esse negro... agorilladoe feio. Carregava a água pelas épocas más

da lamina é fazia-me medo, á noite, quandoeu teimava em resingas • — Uh !... U'h • • • •

Quede o menino cMrão}... Os olhos

muito abertos, a voz muito rouca... Ma-

cario... Sim, era isso, Macario, lembra-

me agora...— Nhô-moço, indagou-me o negro,

vai ver, também o homem da pinga ?

£u sabia lá que ping% ,er. a aquela?. ••

r-,Vou. Respondi. ,-Não vás Li/}, âisse-me' aíAViJhel-

mina- com doçuras&eí voz, pousando-mesiuívea mão em um dos meus hombros.

NSo vás. E - cousa estranha ! - a Wi-

Thelmina agora estava dé óculos !

O conductor pôz-se a rir e o Dr. Coro-

liano avançou, então : - O homem da

pinga sou eu. Quer ver?

Viçava á margem do caminho uma casa

baixa, arruinada, que ainda não percebera.Entramos todos. _. .k

1 *í$Álsalá|)equÍíía tinha as paredes co-

bertas de armações de bodega com gran-des vidros rotulados prenhes de liquidos

coloridos e luminosos. Ao fundo da sala,

um balcüo carunchoso e irregularmente -

mesas desconjuntadas e bancos toscos de

madeira gretada. Sentámo-nos. A Wi-

lhelmina, o Macario e eu em uma das me-

sas. O conductor collocou-se a distancia,

junto ao balcão e o Dr. Coriolano trouxe

das prateleiras, cujo èffeito apotheosico me

fascinava e aturdia, iluminando multicòr-

mente toda a sala, um dos vidros de liquido

incandescente, verde, de um verde vivo,

novo, que irradiava nas suas mãos de unhas

aduncas, como um pequeno sol de esme-

raldas!Encaminhou-se para mim e curvou-se

a meio nruma cortezia hypocrita de homem

Civil: :/.v;.!/, : , ; . :Diga-me cá- O senhor ;cohhecechi-:

mica ? A grande chimica, absoluta, i.mjpè-

rativa, dominadôra da minha/invençãòje dp.

meu preparo? A]) ) .• •£/ "" 1 ;Não smhbr. t$ não /^conheço a

chimica... \Nem a da terra?

: ^Não senhor. Nenhuma...Pois isto que aqui vê é o abi/sus.O abysas ?Sim. E' lindo, não é?Não deixa de ser..'.-Diga que é. : [ ¦/:,,,. V^.;; ,;'

o * '' '' •¦ "•-•'-" ' ':'¦"'¦¦¦¦*'&¦:¦•:.'!.-• V''¥V;-— 1' 0-lS,.C. . •'•- . , .//• V-;^ã. ¦: ,,ji-^, •

Com isto 'QMom^0i0íM,r}^,U c

lgumas gottas para o absyntho. Da a

luxuria e a duvida 'intrigante sobre os ami-

ffo's .. Em* excesso leva ao deliriam. E1

o mais brandõ.: dos meus processos...Agora, espere-me um pouco.

Foi-se outra vez ás prateleiras e trouxe,

então, no bojo de um grande frasco hm-

ai

pido, o mais bellotopazio, accesoe liquido,

que os meus olhos teem visto. Novamente

veio ter á mesa e novamente curvou-se,

com o mesmo cerimonial de gestos e a

mesma expressão physionomica., -Isto, agora, é o lynerio. Com cer-

teza, também hão conhece. .^Y

^ \ i-'Naq;senhor, não conheço.:.— Pois, é oiynerio, o gvznàelfjherto-

sdgntko. Serve para as cerveja? de pro-

cessos modernos e tem appíicaçãofásfvezes,

em alguns vinhos brancos... O lyneno

dá os primeiros incitamentos, activa ^ o

animo para as desordens accoüimodave^,

de pequenas conseqüências ~ ferimentos

leves, contusões insignificantes, e convida

para os raptos e para ojssaltojw pudor

de mulheres... E' uma pilha de graça

irônica, uma satyra impiedosa este lyneno,

porque ao tempo em que convida, em que

provoca aos assaltos ao mesmo tempo mu-

tilisa... Entende?...E o Dr. Freitas pòz-se,a rir, alto, abnn-

do estúpida, escancaradamente as mandi-

bulas de grandesffdentes sujos, com o exa-

gero de um rmmorismo forçado e perverso,de quermgosa a vingança, irritando-me os

nervos, a mim e a Wilhelmina em cujos

cilios dourados eu vi tremeluzirem os dia-

mantes minúsculos de duas lagrimas que,

depois, desceram pela alvura dá sua cutis

fina de loura, emquanto em tqdo o seu

rosto espraiava-se a expressão ât um con-

strangimento, a contrariedade dé estar alli.

O Macaitio ria, tambem^.Voçalmente,

sem compreh.endel-o, por vèl-o rir e o con-

duetor, apoiado ao balcão, passava surra-

teiramente nickeis e cédulas da grandebolsa de couro posta a tiracollo, para as

^.algibeiras do collete, conferindo os coupons,

emendando as annotações, alterando os

carimbos. ..— E. agora, acenou o Dr. Freitas a

grandes gestos, vae o senhor vêr a minha

maior creação...Correu a passos longos á prateleira do

fundo e apanhou, abarcando-a com ambos

os braços, esguiose magros, a rotunchdade

de um garrafão branco, de cujo ventre re-

plecto de um liquido diaphano, irradiava

uma luz clara e offuscante, forte, cegadóra...— Aqui o tem. Este é o invencível.

esteè o indomável Saia/dniam. Deito-o em

todas as bebidas brancas; na sua terra cha-

mam-no a cachaça. 'Este é a minha glo-ria!:' Não tem meios termos, não tem am-

biguidades; produz decisivamente a carch-

gia, a loucura e o crime, todos os crimes.

Apaga o espirito e é elle quem me abre a

porta por onde penetro na an5malidf.de

humana! Quem o tiver, de habito, em

¦'*;*Lj,- ¦;0."'*r

Page 3: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

abundância no estômago, cm abundânciano sangue, tem na face a boçaiidade i.rfi-tante, no aspecto geral a torpesa, o ascodas immundiçies, no olhar a luz negativa,na palavra as cousas vis e no cérebro, quehouve Quem o fizesse um relicario d'ouro, oirraeíocihio!... Este, sim, este é a minhagloria!. .••'.

Eu comprehcndèra, quem aquelle ho-mem fosse! Ergui-me livido, da lividezde um corpo .sem sangue, o gesto afflictivo,tacteando o soecorro, os olhos lacrimejan-tes e apertei-te, então, com o esforço dasminhas mãos tremulas e frias contra o meuseio, ó efügie santa que commigo trago,mas, já a aza branca de Wilhelmina, queagora era uma outra a meu lado, abrira-senivea e velava-me o corpo...

Macario refugiara-se também no abrigod'aquella aza...

O conduetor abandonara a bolsa eviera apegar-se supplice á túnica de Wi-lhelmina, que já não era Wilhelmina... elá fora... lá fora a chuva gottejava napedra e a névoa do somno novamente bai-xou, envolvendo-me aos poucos n'um le-thargo suave... n'um lethargo suave...

Lip.

A mulher do general X, que abusa escândalo-samente do. carmim e da sépia, conversa com opintor M. Em um ponto da palestra ella exclama:

Oh! só sinto não ser uma artista para re-produzir esta scena!

Perdão generala, V. Ex. sempre teve umcolorido abundante.

AS AMORAS

Padre Venancio era, apezár. da rabu-gice dos seus sessenta e tantos janeiros, oente mais querido d'aldeia. Havia trinta eseis annos que elle alli vivia, pobre comoum christão e puro como devem ser todosos sacerdotes, porque padre Venancio, dadoa sua organisação de carne e osso, tivera avirtude de saber peccar, porque souberailludir.

Na sua velhice não havia manchas, ospeccadilhos que comettera foram levadosem conta da fragilidade da carne que a suaprópria consciência absolvera, e n'aldeia, anão ser duas raparigas, uma que se trans-formara em roseira no cemitério, outra quese encannecera na labuta do casal'por ondebrincavam netos, ninguém'mais poderiadizer que a carne do padre era egual á detodos.

O MERCÚRIO

Esta virtude de saber peccar trouxeraao reverendo um enorme prestigio, quenada tinha de sobrenatural, porque ellehumanisava-o com uma suave condescen-dencia bastante presada por todas as ove-lhas da redondeza. Além disso, padre Ve-nancio ensinava o syllabario gratuitamenteaos pobres e dava lições de moral á moci-dade, tendo o cuidado de formar de cadasexo uma turma especial para que a pro-miscuidade não viesse perturbar a theoria.

N'essa tarde da nossa historia compe-tia ás raparigas a prelecção moralista.Dias antes dera-se n'aldeia um pequenoescândalo. Fora o caso que um casai denamorados andara a colher amoras commais afinco nos lábios um do outro quenas amoreiras cúmplices desse reprovávelsymbolismo.de eras pagas. Padre Venan-.cio aproveitou o caso e, á tardinha, na eirada quintaróla do morgado de Vallados,elle sorveu vagaroso o seu meio-grosso,limpou-se ao alcobaça e resmungou umacousa em latim que fez pestanejar as rapa-rigas.

—«Ora, muito bem, minhas pombi-nhas, aqui temos nós um caso que deviaestar com verbo na primeira pessoa do in-dicativo, na bocea do mariola que lhe deuorigem. Amoras crescem, nas silvas, amo-res no coração. Mas, quem anda ás amó-ras não corre aos amores.

E a falta foi grave por isso. Em pri-meiro logar não vae mal que se tenha amo-res, é a lei da natureza que foi Deus quema fez, mas se é respeito a lei de Deusxé pre-ciso respeital-a com descenciá e o creadornão plantou as amoreiras para encobrir assemeerimonias. Em segundo logar colheramoras não é desembestar-se aos beijos,porque entre os fruetos do arbusto silvestree a bocea de uma. pessoa vai distancia e vaediferença; .)>' ;f|v -

N^sso, a Mathilde, um;i das ouvintes,rompeu a prelecçuo: — Com o perdão deVvossa reverendissfma, mas canta-se polasvindimas:

' \

Tens amores na boceaS ^f$$jps faces tens uã rosa... \

Cantpólas, meninas, alegrias'... :

è-E, atalhou a Maria Vie|rã, a, mãedizia que os beijos sabem a fructòs.;.

— Asneiras, rapariga, asneiras... '•

--Sem iaáto sór padre, àecudiu aAdelaide, que ^as cantigas, ás vezes .dãocerto!

Bem,bem,deixemo-nos de opiniões.Vamos ao caso. Eu mesmo não lhe vejogrande mal senão n'essa maneira de se irema sós., sem'testemunhos de gente.

3

Valha-lhes isso, sór padre, intei*-rompeu a Fio ri rida, que elles se foram...peior seria...

Chò, chò, chò! ó pequena! tu tensa língua solta. Vè lá que porcarias tudizes.

E' que vossa reverendissima mé nãodeixou concluir... peior seria que tão poucavergonha fosse feita à vista de todos.

Padre Venancio respirou: Ainda bemque a moral penetrou no teu espirito rapa-riga. -

E não havia de penetrar! O Zé dasBalças sempre me diz que isto de beijos éás escondidas.

Hein?... Fez padre Venancio entor-tando a bocea, o nariz e o olho esquerdo.

E' o que nós todas sabemos, emen-dou a Mathilde. ,í : >¦

Oh! Exclamou padre Venancio, epreparando uma nova pitada: « Quem veioaqui aprender fui eu. Minhas pombinhasboas tardes.»,

'•,. ,-, A. SoVERAL.

€!avalheirismo yankee

Quando o Commódoró Scliloy, voltou victoriosocom a sua esquadra ao porto de New-Yòrk, quasitod.^a população abalou-se para ir recebel-o.

Quando o Commodoro, descia do seu escalerpara o cáes, alguém gritou-lhe:

« Almirante! As senhoras de New-York vêemapresentar a V/'Ex. as suas saudações. •>

Ao que respondeu Schley :«A idéa que laço da relação entre as mulheres

e a esquadra, é que os nossos braços são a sua de-feza e os d'ellas a nossa recompensa.»

., Os esforçados e ihtelligentes editores müsicaesVieira Machado & G., tiveram o gentileza de en-viar-nos as transcripçòes das operas Andréa Chònier e Sanson et Dalila, magistralmente feitas porCosta Júnior, o apreciado maestro brasileiro.

SPORTt '.p _-

llowing-

f;Em reunião rçalisáda dqmingo ultimo resolveu""a directoria do Ctub,dc Rega-tas do Flamengo lançar

entre seus associados um empréstimo de 8:000$000para melhorítmentos da gaifàg'e.

Este empJNístimo será representado por acçõesde 20#000 amohtóâás mensalmente.'

O Club do Flamengo inscreverá na regata de 9de Outubro as canoas Irerê, de 2 remos, Tupy de 4e a baleeiro lac;/ de (i remos.

Ksta baleeira tornará parle do pareô de rema-dores iio'é.ò,f< ' *•

¦ r

Page 4: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

¦¦mi .. i -¦¦ ~7T~í~T~p—"~~""""~"~——T _____ WHíg

S»?J\6-!flSwy^"JB-Bh ^ .JV B. Ér \ \U _r ^^BK _Mí__P_2U__

'¦".¦-•'"*¦ ''¦'* *^ •'^¦¦^H.l ' 'I ^^r J-V-HH^Ir ^M_llf ^^^r _f_2-7#V-9U-P__w ^Ufl|)^7 . ÍW. x. _^^^ ^__I^^_J —' *^ ^^^ _^0^^^^^*_» 1

|o4ov/aüiL

Imairlnae, ó aflcionados, as torturas de um emprezario que tem de velar pelareputação de sete «ninas*' evitando que ellas apanhem chuva aos domingos, quecomam camarões e que *e demorem até ás três da madrugada no,*. ParqueFluminense*

Page 5: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

.••Vv-iV^v.^';'.."'-:-^,'^ Jv. ; íV;, '.:¦."%¦¦¦.•> • ¦;• :¦:'•,.: ,'j.':'-p.^-,, •:.:.¦,¦•¦¦ ¦¦' '".'•• ": ..u; .

'„;¦'<- ¦¦•'¦?• 't'?

mm>¦ MU

I

§£'' :;:^^^ttSl^É:PREVIDÊNCIA

, ' • ' ' V-í /' ¦

* . -' „, : ./•':.. v ;: ,.

_^»*^s!í"^^ I li UHIH Hulllllllllll III II I

IBV Bil BB¦ *** "-•• "^*^B» I Mil Hn | |||f

^^ ^* fl Dflyillllrftl^Ei5EH^ÍSf I IlHIlli lul B lllllll*^ iMB illuifBIKiSiS ' i I Ifl |i|fl Hau UIIiIII

II 1 ¦! ^T/^^^^iJ I III I l[ | II ^| H&\||l| ^^fl| I uP-——*^ H II I B I a Bilillfl aff*»——^>—¦ ' ^ iii i n *' ? ir Bi ii li b Biii li ^i

lllilf HIII Hl llli I llll I ¦¦ ¦ 3^, llll II A ^1 IIH II II IM Hlll H

i - r> f! ... ^rI

Mas, minha senhora, estas meias ainda estão boas...IVâo, não quero essas* Dá-me as escossezas e as ligas que vieram hontem.

Quando se anda de bond é preciso ir prevenida para alguma desgraça» Aosreporters nada escapa em questões de roupa branca.!•••

Page 6: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

O MERCÚRIO

(H) FOLHETIOGTAVIO FEUILLET

,. ¦•>

jaiiiHIV

(Continuação)

Lucan, um tanto ciumento, surprehendia-aa me-ditar com amor sobre essas lindas alfaias. Ella iaás estrebarias vòi?.o w-iv^illo de Julia, que de pertoseguira as maIas„rdava-lho assucar e conversavacom elle. Enchia de flores e de ramos verdes o apo-sento destinado ao casal de mocos.

Esta febre de felicidade teve dentro em poucofeliz termo. Cerca de oito dias depois da sua che-

gada a Paris, Julia escrevia-lhe que ella e o maridoesperavam sahir n'essa noite, e que no dia seguinte

pela manhã deviam estar em Cherburgo. Era a es-tação mais próxima de Vastville. Clotilde dispôz-senaturalmente a"ir buscal-os no seu carro. O Sr. deLucan, depois de combinar com ella, julgou não de-ver acompanhal-a. Receiou embaraçar as primei-ras expansões da volta, e não querendo, entretanto,que Julia pudesse interpretar a sua ausência comofalta de atfeetuoso interesse, resolveu ir a cavallo aoencontro dos viajantes.

V

Corriam os primeiros dias de Junho. Clotildesahio logo muito cedo, fresca e radiante como a au-rora. Lucan punha-se a caminho, duas horas maistarde, no passo do cavallo. As estradas normandassão encantadoras n'essa estação. As sebes de espi-•nheiros perfumam o campo, e juncam a espaços asmargens do caminho com a sua neve rosada. Plan-tas novas, constelladas de flores sylvestres cobrem

profusamente as faces dos vallados. Isto tudo, aos

raios alegres do sol da manhã, é um júbilo para osolhos. O Sr. de Lucan entretanto, contra o seucostume, prestava distrahida attenção ao especta-xulo d'esta risonha natureza. Ia preoecupado, a

ponto de admirar-sè, com o próximo encontro coma enteada. Julia tivera-lhe o pensamento em tãoforte obsessão que a mente conservava uma impres-são exaggerada. Embalde teniava^da^li^ as pro-porções verdadeiras, que afinal não passavam de

proporções de creança, outr'ora creança endemo-niadà, hoje filha pródiga. Habituara-se a dar-lhecm sua imaginação uma importância mysteriosa oum como que poder fatal de que diffieilmente podiadespojal-a. Ria-se c corria-se da própria fraqueza:inas experimentava uma agitação misturada de

'curiosidade e vaga inquietação no momento de en-carar a esphinge cuja sombra só, por tanto tempo,

perturbara-lhe a existência, e que vinha agora sen-tar-se real e viva fto seu lar.

%Uma caleça descoberta, empavozada com eha-melinhos de sol, appareceu no alto de uma encosta:Lucan viov uma cabeça inclinar-se e um lenço agi-tar-sé para fora do carro; pôz logo o cavallo a ga-lópe. Quasi no mesmo instante parou a caleça, euma moça saltou ágil na estrada; voltou-se paradizer alguma cousa aos companheiros de viagem eadiantou-se sósinha ao encontro de Lucan. Não

querendo deixar-se vencer em cortezia, apeiou-se,entregou o cavallo ao fâmulo que o seguia, e diri-

gio-se apressado para a moça, que não reconhecia,mas que era evidentemente Julia. Esta dirigio-se

para elle sem apressar o passo, mais deslisandotqueandando, com um ligeiro movimento do talhe flexi-vel. Ao approximar-se deitou para traz o vèo Comum gesto rápido de mão, e Lucan encontrou n'esserosto cheio de frescura, n'esses grandes olhos umtanto sombrios, no arco alongado e correctissimodas sobrancelhas, alguns traços da creança quehavia conhecido.

Quando o olhar de Julia encontrou o de Lucan,a sua têz pallida colorio^se de purpura. Saudou-amuito baixo com um sorriso de graça affectuosa.

— Wclconw! disse.; —Obrigada, senhor, disse Julia com uma voz

cuja sonoridade grave e melodiosa impressionouLucan;-amigos, não é assimI E estendeu-lheambas as mãos com encantadora resolução.

Empuchou-a suavemente para abraçal-a; mas,crendo encontrai' alguma resistência nos braços su-bitamente inteirioados da moça, limitou-se a bei-

jar-lhe o punho no logar em que não o cobria aluva. Depois, fingindo contemplal-a com polidaadmiração, que era aliás sincera.

Estou realmente com vontade de perguntar-lhe, disse-lhe rindo-se, a.quem tenho a honra defallar.

Acha-me crescida? perguntou mostrando osdentes deslumbrantes.

Extraordinariamente crescida, disse Lucan,extraordinariamente. Comprehendo Pedro comoninguém.

O meu Pedro ! disse Julia, estima-o muito.Não o façamos soffrer mais tempo ; vamos?

Dirigiram-se então para a caleça diante daqual o Sr. de Moras os esperava, e caminhando aolado um do outro :

Que formoso sitio! continuou Julia... omar fica perto?

Muito perto.Daremos um passeio a cavallo depois do

almoço, hão é assim ?De muito bôa vontade , mas deve estar hor-

rivelmente fatigada, minha cara menina... Des-culpe-me !..'." minha cara... E' verdade, comoquer que a chame ?

Chame-me senhora... fui tão má menina!— E teve um accesso de riso repentino, gracioso,mas um tanto equivoco, que lhe era familiar. De-

pois levantando a voz :--Pôde vir, Pedro, seu amigo é meu amigo '

¦y-

^•Deixou os dous trocarem entre si cordeaes aper-tos de mão, atirou-se para o carro e tornando atomar seu logar juneto da mãe : —Minha mãe, disseabraçando-a, tudo foi muito bem... Não é verdade,Sr. de Lucan ?

Muito bem, disse Lucan, rindo-se, exceptoalguns pormenores.

Oh ! o senhor é muito difficil de contentar!disse Julia envolvendo-se na sua capa.

Um momento depois b Sr. de Lucan galopavaao lado da portinhóla, emquanto que os três passa-geiros da caleça entregavam-se a uma d'essas con-versações expansivas que suecedem ás crises comfelicidade resolvidas. Clotilde, na posse então detodos os seus amores, nadava em um cóo de ven-turas.

A senhora está muito bonita, minha mãe,disse-lhe Julia. Com uma filha tamanha como eu òfeio ! — E abraçava-a.

(Continua.)

Diversões de SerãoCharadas metamorphose

2-A embarcação —b -I- m = é limite.

(Frayolina.)

Charadas antigas

2V 1 - No leão a nota é de vidro.O AZAR

** *

2-1-Parente no flautim é peixe do Pará.

**

2-Nodoâ - m -I- 1 = barco. Charada addieionada

# *

2 - Vasilha — eH- m = ave. •

No sapato - 2— vê —

No sapateiro

#(Br. H. Rocha.)

Charadas •* #•

Jogo dos palitos

Correio da Fortuna—————i^————————»

Para amanhã;

Como o leitor terá verificado depois que fomosaos barbaclinhos a sorte voltou a esta seccão. Nãoha dia, benza-nos Deus, em que não acertemos porum dos systemas, c mais por nossos dedicados lei-tores do que por nós mesmos isto nos alenta.

Estamos aqui a fazer uma fésinha no « olho deboi, cabeça de sapato velho e rabo de lagosta» queé damnada na repetição. Se esse falhasse pelos3 lados teríamos pelo 2° esta pernilonga emplumada

que é feia como a necessidade o mais o cabelludobicho bonito que é forte e temível.

V. da Batota.1-2-0 advérbio animal é doce.

+ * .. j

'¦'¦

2~ i -Com fome bebe-se no cavallo.

*

Dos dezoito, meu leitor,Só quatro deves tirarPara que possas acharUm frueto do mui sabor

A COZINHA DE FAMÍLIA

1-1-1-0 instrumento a bordo é proposição nas , s*.

casas. Ü' •*

., (Zè.iò.)M. BÒBECHÈ.

Çotelette d'agneau a Ia Portagaise — Assar-se na grelha coste etas de carneiro, despeja-se sobre

*"=• ei Ias., manteiga^ salgada derretida. Serve-se cora¦¦¦¦" mòlhõ'de;tomátes.

¦i, ,*y,- ¦ tv-t»

Page 7: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

SCENAS DA VIDA CARIOCAi tiéga-pega

íir ü

^ "X. "V As A V? /Ir A -

—:—^_—: —-* — ri — "ir - jt" ;gq '-, \ % - -^ __ —'• i »¦ —«M— —m ~H ~JT — ^:-^T=->L -^ -

>W "*«¦ <** -w ^ 3Sy w<f. :,, i1 ^íf . ¦ ¦; I

ít? ••¦•.<* .^:| ., ... '"-¦•; . 'f

" ~: f ¦:'¦'—I—ff^ I ~^T 1 "~ I ^0&/w//^&h ~^~

-J -r m^^mÉé^^B- >-^^^^T ^w ^w ^ ^w ^W ^. -w -w <w -w ^w >w j^hm

Page 8: Anno I RIO DE JANEIRO, 21 DE SETEMBRO DE 1898 N. 54memoria.bn.br/pdf/308730/per308730_1898_00054.pdfO MERCÚRIO EXPEDIENTE Rogamos aos nossos assignantes de tri-mestre que queiram

^¥ll^^^^^^:;'-:^^^ ^*Ss"»^ _HP""~ ^>mm^ ¦•¦'•• ^n*"0*00001^ ;V ,.-VV^M^^S^^^^^- <

hh ———-fm .,

te

1

Amor raater-paternal.

L