anonimo koans e contos zen budistas

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Koans Zen Budista

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  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    Koans e Contos Zen Buddhistas

    H uma estria indiana de um homem que era um ateu e agnstico, umrarssimo tipo de postura na ndia. Ele era uma pessoa que desejava l ivrar-sede todas as formas de ritos rel igiosos, deixando apenas a essncia da direta

    experincia da !erdade. Ele atraiu discpulos que costumavam se reunir a seuredor toda semana, quando ele falava a todos so"re seus princpios. #psalgum tempo eles come$aram a se juntar antes do mestre aparecer, porqueeles gostavam de estar em grupo e cantar juntos.Eventualmente foi construda uma casa para as reuni%es, com uma salaespecial para o mestre agnstico. #ps sua morte, tornou-se uma prtica entreseus seguidores fa&er uma reverncia respeitosa para a agora sala va&ia, antesde se entrar no sal'o. Em uma mesa especial a imagem do mestre eramostrada em uma moldura de ouro, e as pessoas deixavam flores e incenso l,em respeito ao mestre.Em poucos anos uma rel igi'o tinha crescido em torno daquele homem, que emvida n'o praticava nada disso, e que, ao contrrio, sempre disse aos seusseguidores que ficar preso a estas prticas levava freq(entemente a pessoa ase i ludir no caminho da !erdade.

    )*enhais conf ian$a n'o no mestre, mas no ensinamento.*enhais confian$a n'o no ensinamento, mas no esprito das palavras.*enhais confian$a n'o na teoria, mas na experincia.+'o creiais em algo simplesmente porque vs ouvistes.+'o creiais nas tradi$%es simplesmente porque elas tm sido mantidas degera$'o para gera$'o.+'o creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.+'o creiais em algo simplesmente porque est escrito em l ivros sagrados n'ocreiais no que imaginais, pensando que um eus vos inspirou.+'o creiais em algo meramente "aseado na autoridade de seus mestres eanci'os.

    as aps contempla$'o e reflex'o, quando vs perce"eis que algo / conformeao que / ra&ovel e leva ao que / "om e "en/fico tanto para vs qua nto paraos outros, ent'o o aceiteis e fa$ais disto a "ase de sua vida.012autama 3uddha - 4alama 5utra6

    7uando curiosamente te perguntarem, "uscando sa"er o que / #quilo,+'o deves afirmar ou negar nada.8ois o que quer que seja afirmado n'o / a verdade,E o que quer que seja negado n'o / verdadeiro.9omo algu/m poder di&er com certe&a o que #quilo possa serEnquanto por si mesmo n'o tiver compreendido plenamente o que :;E, aps t-lo compreendido, que palavra deve ser enviada de uma e um dedo apontando o 9aminho.

    #ntes de entendermos o ?en, as montanhas s'o montanhas e os rios s'o rios#o nos esfor$armos para entender o ?en,as montanhas deixam de ser montanhas e os rios deixam de ser rios7uando finalmente entendemos o ?en,as montanhas voltam a ser montanhas e os rios voltam a ser rios.

    1versos &en6

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    @. Ama xcara de 9h

    +an-Bn, um mestre japons durante a era eij i 1@CDC-@@F6, rece"eu umprofessor de universidade que veio lhe inquirir so"re ?en. Este iniciou umlongo discurso intelectual so"re suas dGvidas.+an-Bn, enquanto isso, serviu o ch. Ele encheu completamente a xcara de seuvisitante, e continuou a ench-la, derramando ch pela "orda.= professor, vendo o excesso se der ramando, n'o pode mais se conter e disseIEst muito cheio. +'o ca"e mais chJII9omo esta xcara,I +an-in disse, Ivoc est cheio de suas prprias opini%es eespecula$%es. 9omo posso eu lhe demonstrar o ?en sem voc primeiro esva&iarsua xcara;I

    F. Ama 8ar"ola

    9erta ve&, disse o 3uddha uma par"olaAm homem viajando em um campo encontrou um tigre. Ele correu, o tigre emseu encal$o. #proximando-se de um precipcio, tomou as ra&es expostas de

    uma vinha selvagem em suas m'os e pendurou-se precipitadamente a"aixo, na"eira do a"ismo. = tigre o farejava acima. *remendo, o homem olhou pa ra"aixo e viu, no fundo do precipcio, outro tigre a esper-lo. #penas a vinha osust inha.as ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro "ranco, roendoaos poucos sua rai&. +este momento seus olhos perce"eram um "elo morangovicejando perto. 5egu rando a vinha com um a m'o, ele pegou o morango com aoutra e o comeu.I7ue del ciaJI, ele disse.

    K. +as 'os do estino

    Am grande guerreiro japons chamado +o"unaga decidiu atacar o inimigoem"ora ele tivesse apenas um d/cimo do nGmero de homens que seu oponente.Ele sa"ia que poderia ganhar mesmo assim, mas seus soldados tinham dGvidas.+o caminho para a "atalha ele parou em um templo 5hint e disse aos seushomensI#ps eu visitar o rel icrio eu jogar ei uma moeda. 5e a 9ara sair, iremosvencer se sair a 9oroa, iremos com ce rte&a perder. = estino no s tem emsuas m'os.I+o"unaga entrou no templo e ofereceu uma prece si lenciosa. Ent'o saiu ejogou a moeda. # 9ara apareceu. 5eus soldados f icaram t'o entusiasmados alutar que eles ganharam a "atalha faci lmente.#ps a "atalha, seu segundo em comando disse-lhe orgulhosoI+ingu/m pode mudar a m'o do estinoJI

    I

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    I+s monges n'o nos aproximamos de mulheres ,I ele disse a *an&an,Iespecialmente as jovens e "elas. Bsto / perigoso. 8or que fe& aquilo;IIEu deixei a garota l,I disse *an&an. I!oc ainda a est carregando;I

    N. 5em tra"alho, 5em comida

    HO#4AP=, o mestre ?en chins, costum ava tra"alhar com seus discpulosmesmo na idade de CQ anos, aparando o jardim, l impando o ch'o, e podandoas rvores. =s discpulos sentiram pena em ver o velho mestre tra"alhando t'oduramente, mas eles sa"iam que ele n'o iria escutar seus apelos para queparasse. Ent'o eles resolveram esconder suas ferramentas.+aquele dia o mestre n'o comeu. +o dia seguinte tam"/m, e no outro.IEle deve estar irritado por termos escondido suas ferramentas,I os discpulosacharam. I: melhor ns as colocarmos de volta no lugar.I+o dia em que eles fi&eram isso, o mestre tra"alhou e comeu exatamente comoantes. R noite ele os instruiu, simplesmenteI5em tra"alho, sem comida.I

    D. +ada Existe

    O##=4# *E55HA, quando era um jovem est udante ?en, visitou um mestreaps outro. Ele ent'o foi at/ oMuon de 5hoMoMu. esejando mostrar o quantoj sa"ia, ele disse, va idosoI# mente, 3uddha, e os seres sencientes, al/m de tudo, n'o existem. #verdadeira nature&a dos fenSmenos / va&ia. +'o h real i&a$'o, nenhumadesi lus'o, nenhum s"io, nenhuma mediocridade. +'o h o ar e tampouconada a rece"erJIoMuon, que estava fumando pacientemente, nada disse. 5u"itamente eleacertou OamaoMa na ca"e$a com seu longo cachim"o de "am"u. Bsto fe& ojovem f icar muito irr itado, gr itando xingamentos.I5e nada existe,I perguntou, calmo, oMuon, Ide onde veio toda esta suaraiva;I

    T. # 5u"juga$'o de um fantasma - Am Exorcismo ?en...

    Ama jovem e "ela esposa caiu doente e finalmente chegou Us portas da morte.IEu te amo tanto,I ela disse ao seu marido, IEu n'o quero deixar-te. 8rometasque n'o me trocars por nenhuma outra mulherJ 5e tu n'o o fi&eres, euretornarei como um fantasma e te causarei a"orrecimentos sem fimJIVogo aps, a esposa morreu. = marido procurou respeitar seu Gltimo desejopelos primeiros trs meses, mas ent'o ele encontrou outra mulher e seapaixonou. Eles tornaram-se noivos e logo se casariam.

    Bmediatamente aps o noivado um fantasma aparecia todas as noites aohomem, acusando-o por n'o ter mantido sua promessa. = fantasma eraesperto, tam"/m. Ela lhe di&ia tudo o que acontecia e era falado entre ele esua noiva, mesmo as mais ntimas experincias.5empre que dava U sua noiva um presente, o fantasma o descrevia emdetalhes. Ela at/ mesmo repetia suas conversas, e isso a"orrecia tanto ohomem que ele n'o era capa& de dormir. #lgu/m o aconselhou a expor seupro"lema a um mestr e ?en que vivia prximo U vi la. Enfim, e m desespero, opo"re homem foi "uscar sua ajuda.IEnt'o sua ex-esposa tornou-se um fantasma e sa"e tudo o que voc fa&,Icomentou o mestre, meio divertido. I= que quer que voc fa$a ou diga, o quequer que voc d U sua amada, ela sa"e. Ela deve ser um fantasma muitos"io...

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    instrudoI!oc sa"e tanto de mim que eu nada posso esconder- lheJ 5e voc meresponder apenas uma quest'o, eu lhe prometo desfa&er meu noivado epermanecer solteiro.II+a verdade, eu sei que voc foi ver um mestre ?en hojeJ iga-me suaquest'o.I isse o fantasma.= homem levantou sua m'o direita fechada e perguntouIP que sa"es tanto, diga-me apenas quantos feij%es eu tenho nesta m'o...I+este exato momento n'o havia mais nenhum fantasma para responder aquest'o.

    C. !erdadeira

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    IEnt'o voc tem uma espadaJ 5ua arma provavelmente est t'o cega que n'ocortar minha ca"e$a...I= samurai retirou a espada num gesto rpido e avan$ou pr onto para matar,gritando de dio. +este momento HaMuin gritouI#ca"aram de se a"rir os 8ortais do BnfernoJI#o ouvir estas palavras, e perce"endo a sa"edoria do mestre, o samuraiem"ainhou sua espada e fe&-lhe uma profunda reverncia.I#ca"aram de se a"rir os 8ortais do 8araso,I disse suavemente HaMuin.

    @@. : mesmo;

    Ama l inda garota da vi la f icou grvida. 5eus pais, encoleri&ados, exigiramsa"er quem era o pai. Bnicialmente re sistente a confessa r, a ansiosa eem"ara$ada menina finalmente acusou HaMuin, o mestre ?en o qual todos davila reverenciavam profundamente por viver uma vida digna. 7uando osinsultados pais confrontaram HaMuin com a acusa$'o de sua fi lha, elesimplesmente disseI: mesmo;I

    7uando a crian$a nasceu, os pais a levaram para HaMuin, o qual agora eravisto como um pria por todos da regi'o. Eles exigiram que ele tomasse contada crian$a, uma ve& que essa era sua responsa"il idade.I: mesmo;I HaMuin disse calmamente enquanto aceitava a crian$a.8or muitos meses ele cuidou carinhosamente da crian$a at/ o dia em que amenina n'o ag(entou mais sustentar a mentira e confessou que o paiverdadeiro era um jovem da vi la que ela estava ten tando proteger.=s pais imediatamente foram a HaMuin, constrangidos, para ver se ele poderiadevolver a guarda do "e". 9om profusas desculpas eles explicaram o quetinha acontecido.I: mesmo;I disse HaMuin enquanto devolvia a crian$a.

    @F. 9erto e Errado

    7uando 3anMei real i&ava seus retiros semanais de medita$'o, discpulos demuitas partes do Pap'o vinham par ticipar. urante um deste s 5esshins umdiscpulo foi pego rou"ando. = caso foi reportado a 3anMei com a sol icita$'opara que o culpado fosse expulso.3anMei ignorou o caso.ais tarde o discpulo foi surpreendido na mesma falta, e novamente 3anMeidesdenhou o acontecimento. Bsto a"orreceu os outros pupilos, que enviaramuma peti$'o pedindo a dispensa do ladr'o, e declarando que se tal n'o fossefeito eles todos iriam deixar o retiro.7uando 3anMei leu a peti$'o ele reuniu todos diante de si.I!ocs s'o s"ios,I ele disse aos disc pulos. I!ocs sa"em o que / certo e o

    que / errado. !ocs podem ir para qualquer outro lugar para estudar epraticar, mas este po"re irm'o n'o perce"e nem mesmo o que signif ica o certoe o errado. 7uem ir ensin-lo se eu n'o o fi&er; Eu vou mant-lo aqui, mesmose o resto de vocs partirem.IAma torrente de lgrimas foram derram adas pelo monge que rou"ara. *odo seudesejo de rou"ar tinha se esvaecido.

    @K. 3uddha 9rist'o

    Am dos monges do mestre 2asan visitou a universidade em *oMWo. 7uando eleretornou, ele perguntou ao mestre se ele jamais tinha l ido a 3"l ia 9rist'.I+'o,I 2asan repl icou, I8or favor leia algo dela para mim.I= monge a"riu a 3"l ia no 5erm'o da ontanha em 5'o ateus, e come$ou a

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    ler. #ps a leitura das palavras de 9rist o so"re os l r ios no campo, ele parou.estre 2asan ficou em si lncio por muito tempo.I5im,I ele f inalmente disse, I7uem quer que proferiu estas palavras / um seri luminado. = que voc leu para mim / a essncia de tudo o que eu tenhoestado tentando ensinar a vocs aqui.I

    @L. # Vua +'o 8ode 5er

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    discpulos.

    @T. !erdadeira regenera$'o

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    F@. 8resente de Bnsultos

    9erta ve& existiu um grande guerreiro. #inda que muito velho, ele ainda eracapa& de derrotar qualquer desafiante. 5ua reputa$'o estendeu-se longe eamplamente atrav/s do pas e muitos estudantes reuniam-se para estudar so"sua orienta$'o.Am dia um infame jovem guerreiro chegou U vi la. Ele estava determinado a sero primeiro homem a derrotar o grande mestre. Punto U sua for$a, ele possuauma ha"il idade fantstica em perce"er e explorar qualquer fraque&a em seuoponente, ofendendo-o at/ que a este perdesse a concentra$'o. Ele esperariaent'o que seu oponente fi&esse o primeiro movimento, e assim revelando suafraque&a, e ent'o atacaria com uma for$a impiedosa e velocidade de um raio.+ingu/m jamais havia resistido em um duelo contra ele al/m do primeiromovimento.9ontra todas as advertncias de seus preocupados estudantes, o velho mestrealegremente aceitou o desafio do jovem guerreiro. 7uando os dois seposicionaram para a luta, o jovem guerreiro come$ou a lan$ar insultos ao velhomestre. Ele jogava terra e cuspia em sua face. 8or horas ele ver"almenteofendeu o mestre com todo o tipo de insulto e maldi$'o conhecidos pela

    humanidade. as o velho guerreiro meramente ficou parado al i, calmamente.Xinalmente, o jovem guerreiro finalmente ficou exausto. 8erce"endo que tinhasido derrotado, ele fugiu vergonhosamente.Am tanto desapontados por n'o terem visto seu mestre lutar contra oinsolente, os estudantes aproximaram-se e lhe perguntaram I9omo o senhorpSde suportar tantos insultos e indignidades; 9omo conseguiu derrot-lo semao menos se mover;II5e algu/m vem para lhe dar um presente e voc n'o o aceita,I o mestrereplicou, Ipara quem retorna este presente;I

    FF. 9a$ando dois coelhos

    Am estudante de artes marciais aproximou-se de seu mestre com uma quest'oI2ostaria de aumentar meu conhecimento das artes marciais. Em adi$'o ao queaprendi com o senh or, eu gostaria de estudar com out ro professor para po deraprender outro esti lo. = que pensa de minha id/ia;II= ca$ador que espreita dois coelhos ao mesmo tempo,I respondeu o mestre,Icorre o risco de n'o pegar nenhum.I

    FK. = ais Bmportante Ensinamento

    Am renomado mestre ?en di&ia que seu maior ensinamento era este 3uddha /a sua mente. e t'o impressionado com a profundidade implicada neste

    axioma, um monge decidiu deixar o onast/rio e retirar-se em um localafastado para meditar nesta pe$a de sa"edoria. Ele viveu FQ anos como umeremita refletindo no grande ensinamento.Am dia ele encontrou outro monge que viajava na atrav/s da floresta prximaU sua ermida. Vogo o monge eremita sou"e que o viajante tam"/m tinhaestudo so" o mesmo mestre ?en.I8or favor, diga-me se voc conhe ce o grande ensina mento do mestre,Iperguntou ansioso ao outro.=s olhos do monge viajante "ri lharam, I#hJ = mestre foi muito claro so"reisto. Ele disse que seu maior ensinamento era 3uddha +Y= / a sua mente.I

    FL. #prendendo do modo mais duro

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    = fi lho de um mestre em rou"os pediu a seu pai para ensinar-lhe os segredosde seu ofcio. = velho ladr'o concordou e naquela noite levou seu fi lho paraassaltar uma grande mans'o. Enquanto a faml ia dormia, ele si lenciosamentelevou seu aprendi& para dentro de um quarto que continha um armrio de ricasroupas. = pai disse ao fi lho para entrar no armrio e pegar algumas roupas.7uando o rapa& fe& isso, seu pai rapidamente fechou a porta e o prendeu ldentro. Ent'o ele saiu, e "ateu sonoramente na porta da frente, acordandoconseq(entemente a faml ia que dormia, e rapidamente fugiu antes quequalquer pessoa o visse.Horas mais tarde, seu fi lho retornou U casa, em trapos e exausto.I8aiJI ele gritou em fGria, I8orque o senhor me prendeu no armrio; 5e eu n'otivesse usado desesperadamente meus recursos com medo de ser desco"erto,eu jamais teria escapado. *ive que a"andonar toda a minha timide& para sairde lJI= velho ladr'o sorriu IXi lho, voc aca"ou de ter sua primeira l i$'o na arte darapinagem...I

    FN. 2utei e o edo

    = estre 2utei, sempre que lhe fa&iam uma pergunta, respondia levantandoum dedo sem di&er nada. Am novi$o adquiriu o vcio de imit-lo. 9erto dia, umvisitante perguntou ao novi$oI7ue serm'o o estre est pronunciando agora;I= novi$o respondeu levantando o dedo. = visitante, quando se encontrou com oestre, contou-lhe que o novi$o o imitara. ais tarde, o estre escondeu umafaca nas vestes e chamou o novi$o. 7uando este se apresentou, 2uteiperguntou-lheI= que / 3uddha;I= rapa&, ansioso para impressionar o mestre, respondeu levantando o dedo. =estre ent'o agarrou-lhe a m'o e cortou-lhe o dedo com a faca. = discpulo,apavorado e em choque, j ia sair corren do, mas o estre o ch amou com umgritoI+=!BZ=JI7uando o rapa& se voltou para o estre, este perguntou a"ruptamente I= que / 3uddha;I= discpulo ia levantar o dedo, mas n'o tinha mais dedo. +este instante, elealcan$ou o 5atori.

    FD. 5eguindo a corrente

    Am velho homem ""ado acidentalmente caiu nas terrveis corredeiras de umrio que levavam para uma alta e perigosa cascata. +ingu/m jamais tinhaso"revivido Uquele rio. #lgumas pessoas que viram o acidente temeram pela

    sua vida, tentando desesperadamente chamar a aten$'o do homem que,""ado, estava quase desmaiado. as, miraculosamente, ele conseguiu sairsalvo quando a prpria corrente&a o despejou na margem em uma curva quefa&ia o rio.#o testemunhar o evento, 4ung-t&u 19onfGcio6 comentou para todas as pessoasque di&iam n'o entender como o homem tinha conseguido sair de t'o grandedificuldade sem lutaIEle se acomodou U gua, n'o ten tou lutar com ela. 5em pensar, semracionali&ar, ele permitiu que a gua o envolvesse. ergulhando na corrente&a,conseguiu sair da corrente&a. #ssim foi como conseguiu so"reviver.I

    FT. = 5onho

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    9erta ve& o mestre taosta 9huang *&u sonhou que era uma "or"oleta, voandoalegremente aqui e al i . +o sonho ele n'o tinha mais a mnima conscincia desua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma "or"oleta.

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    resolveu desafiar um mestre ?en que era renomado pela sua capacidade comoarqueiro.= jovem demonstrou grande proficincia t/cnica quando ele acertou em umdistante alvo na mosca na primeira flecha lan$ada, e ainda foi capa& de dividi-la em dois com seu segundo tiro.I5imJI, ele exclamou para o velho arqueiro, I!eja se pode fa&er issoJIBmpertur"vel, o mestre n'o preparou seu arco, mas em ve& disso fe& sinalpara o jovem arqueiro segui-lo para a montanha acima. 9urioso so"re o que ovelho estava tramando, o campe'o seguiu-o para o al to at/ que elesalcan$aram um profundo a"ismo atravessado por uma frgi l e pouco firmet"ua de madeira. 9almamente caminhando so"re a insegura e certamenteperigosa ponte, o velho mestre tomou uma larga rvore longnqua como alvo,esticou seu arco, e acertou um claro e direto tiro.I#gora / sua ve&,I ele disse enquanto e le suavemente voltava para soloseguro.=lhando com terror para dentro do a"ismo negro e aparentemente sem fim, ojovem n'o pSde for$ar a s i mesmo caminhar pela pra ncha, muito menos acertarum alvo de l.I!oc tem muita percia com seu arco,I o mestre disse, perce"endo adif iculdade de seu desafiante, Imas voc tem pouco equil "rio com a mente que

    deve nos deixar relaxados para mirar o alvo.I

    KF. 8rofessor de 5ino

    Am novo estudante aproximou-se do mestre ?en e perguntou-lhe como elepoderia a"sorver seus ensinamentos de forma correta.I8ense em mim como um sino,I o mest re explicou. Ie d u m suave toque, eeu irei lhe da r um pequeno tin ido. *oque-me com for$a e voc rece"er um al toe profundo "adalo.I

    KK. = Elefante e a 8ulga

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    termos complexos, e se cons iderava um expert em fi losofia "uddhista.#prendeu de cor o 5utra do iamante, e orgulhosamente escreveu um longocomentrio so"re ele.Am dia, sa"endo que em Hunan havia um grande s"io que di&ia coisas que elen'o concordava, resolveu viajar at/ l pa ra provar, atrav/s de seuconhecimento, que o pretenso s"io estava errado. Ele pegou seu comentrio7inglong so"re o 5utra do iamante e partiu.+o caminho, encontrou uma velha que vendia "ol inhos de arro&. 9ansado e comfome, falou U senhoraI2ostaria de comprar alguns "ol inhos, por favor.II7ue l ivros est carregando; I, perguntou a velha.I: o meu comentrio so"re o sentido verdadeiro do 5utra do iamante,I disseorgulhoso,I mas voc n'o sa"e nada so"re esses assuntos profundos.I#ps um pequeno momento em si lncio, a velha lhe disseI!ou lhe fa&er uma pergunta, e se puder me responder eu lhe darei os "ol inhosde gra$a. 5e n'o, ter que ir em"ora, pois n'o vou lhe vender os "ol inhos.I#chando-se capa& de responder qualquer pergunta, quanto mais de uma pessoasem os seus anos de conhecimentos nos termos fi losficos, disseIuito "em, pergunte-meI.IEst escrito no !ajracchediMa que a ente do passado / inatingvel, a ente

    do futuro / inatingvel e a ente do presente / inatingvel diga-me ent'ocom qual ente voc vai se al imentar;IEstupefato, Hs(an- chien n'o sou "e o que di&er. # velha levantou- se ecomentouI5into muito, mas acho que ter que se al imentar em outro lugarI, e partiu.7uando chegou no seu destino encontrou Vongtan, o mestre do templo. *inhachegado tarde, e ainda a"alado c om o encontro ante rior, sentou-sesi lenciosamente em frente ao mestre, esperando que ele iniciasse o de"ate. =mestre, aps muito tempo, disseI: muito tarde, e voc est cansado. : melhor ir para seu quarto, dormir.IIuito "em,I disse o intelectual, levantou-se e come$ou a sair para a escurid'odo corredor. = mestre veio de de ntro do sal'o e c omentouIEst muito escuro, tome, leve esta vela acesa,I e lhe passou uma das velasacesas do altar. 7uando Hs(en-chien pegou a vela tra&ida pelo m estre, Vongtansu"itamente assoprou-a, apagando a lu& e deixando am"os si lenciosos em meioU escurid'o. +este momento Hs(an-chien atingiu o 5atori.+o dia seguinte, levou todos seus l ivros e comentrios para o ptio e osqueimou.

    KN. ="ra de #rte

    Am mestre em cal igrafia escreveu alguns ideogramas em uma folha de papel.Am dos seus mais especialmente sensveis estudantes estava o"servando.7uando o artista terminou, ele perguntou a opini'o do seu pupilo - queimediatamente lhe disse que n'o estava "om. = mestre tentou novamente, mas

    o estudante crit icou tam"/m o novo tra"alho. !rias ve&es, o mestrecuidadosamente redesenhou os mesmos ideogramas, e a cada ve& seuestudante rejeitava a o"ra.Ent'o, quando o estudante estava com sua aten$'o desviada por outra coisa en'o estava olhando, o mestre aproveitou o momento e rapidamente apagou oscaracteres que havia escrito no Gltimo tra"alho, deixando a folha em "ranco.I!ejaJ = que acha;,I ele perguntou. = Estudante ent'o virou-se e olhouatentamente.IE5*#... / verdadeiramente uma o"ra de arteJI, exclamou.

    1Ama lenda di& que este / o conto que descreve a cria$'o de arte do mestre4osen, que por sua ve& foi usada para criar o entalhe em madeira das palavrasI= 8rimeiro 8rincpioI, que ornamentam o port'o do *emplo ="aMu em 4Woto6.

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    KD. 3uscando por 3uddha

    Am monge pSs-se a caminho de uma longa peregrina$'o para encontrar3uddha. Ele levou muitos anos em sua "usca at/ alcan$ar a terra onde di&ia-seque vivia 3uddha. #o cru&ar o sagrado rio que cortava este pas, o mongeolhava em torno enquanto o "arqueiro condu&ia o "ote. Ele perce"eu algoflutuando em sua dire$'o. 7uando o o"jeto chegou mais perto, ele viu que eraum cadver - e que o morto era ele mesmoJ= monge perdeu todo o controle e deu u m grito de dor U vis'o de si mesmo,rgido e sem vida, f lutuando suavemente na corrente do grande rio.+este instante perce"eu que al i estava come$ando sua "usca pela l i"era$'o...E ent'o ele sou"e definit ivamente que sua procura por 3uddha haviaterminado.

    KT. = #gora

    Am guerreiro japons foi capturado pelos seus inimigos e jogado na pris'o.

    +aquela noite ele sentiu-se incapa& de dormir pois sa"ia que no dia seguinteele iria ser interrogado, torturado e executado. Ent'o as palavras de seumestre ?en surgiram em sua menteI= \amanh'] n'o / real. : uma i lus'o. # Gn ica real idade / \#2=

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    mesma can$'o, sem jamais ser permitido ir adiante. Xinalmente, oprimido pelafrustra$'o e desespero, o jovem fugiu em "usca de outra profiss'o. Ama noite,parando em uma estalagem, ele encontrou por acaso o anGncio de umacompeti$'o de recita$'o. +'o tendo nad a a perder, ele entro u na competi$'o e,/ claro, cantou a Gnica passagem que ele conhecia t'o "em. 7uando eleterminou, o patrocinador da competi$'o congratulou-o efusivamente suaperformance. # despeito das em"ara$adas o"je$%es do estudante, recusou-se aacreditar que havia escutado um cantor principiante.Iiga-me,I perguntou o patrocinador, Iquem / seu instrutor; E le deve ser umgrande mestreJI= estudante mais tarde tornou-se conhecido como o grande cantor japons4oshij i .

    L@. = 8araso

    uas pessoas estavam perdidas no deserto. Elas estavam morrendo de inani$'oe sede. Xinalmente, eles avistaram um alto muro. o outro lado eles podiamouvir o som de quedas d[gua e pssaros cantando. #cima eles podiam ver osgalhos de uma rvore frutfera atravessando e pendendo so"re o muro. 5eus

    frutos pareciam deliciosos.Am dos homens su"iu o muro e desapareceu no outro lado.= outro, em ve& disso, saciou sua fome com as frutas que so"ressaam darvore al i mesmo, e retornou ao deserto para ajudar outros perdidos aencontrar o caminho para o osis.

    LF. 2ato

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    LL. 5em ais 7uest%es

    #o encontrar um mestre ?en em um evento social, um psiquiatra decidiucolocar-lhe uma quest'o que sempre esteve em sua menteIExatamente como voc ajuda as pessoas;I ele perguntou.IEu as alcan$o naquele momento mais dif c i l , quando elas n'o tm maisnenhuma quest'o para perguntar,I o mestre respondeu.

    LN. +'o orri #inda

    = Bmperador perguntou ao estre 2udoI= que acontece com um homem iluminado aps a morte;II9omo eu poderia sa"er;I, repl icou 2udo.I8orque o senhor / u m mestre... n'o /;I respondeu o B mperador, um poucosurpreso.

    I5im ajestade,I disse 2udo suavemente, Imas ainda n'o sou um mestremorto.I

    LD. 5amsara

    = monge perguntou ao estreI9omo posso sair do 5amsara 1a

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    oficialJIEnt'o ele tornou-se o alto oficial, carregado em sua l iteira de seda paraqualquer lugar que fosse, temido e odiado pelas pessoas U sua volta. Era umdia de ver'o quente, e o oficial sentiu-se muito desconfortvel na suada l iteirade seda. Ele olhou para o 5ol. Este fulgia orgulhoso no c/u, indiferente pelasua reles presen$a a"aixo.I7u'o poderoso / o 5olJI ele pensou. I2ostaria de ser o 5olJIEnt'o ele tornou-se o 5ol. 3ri lhando fero&mente, lan$ando seus raios para aterra so"re tudo e todos, crestando os campos, amaldi$oado pelos fa&endeirose tra"alhadores. as um dia uma gigantesca nuvem negra ficou entre ele e aterra, e seu calor n'o mais pSde alcan$ar o ch'o e tudo so"re ele.I7u'o poderosa / a nuvem de tempestadeJI ele pensou I2ostaria de ser umanuvemJIEnt'o ele tornou-se a nuvem, inundando com chuva campos e vi las, causandotemor a todos. as repentinamente ele perce"eu que estava sendo empurradopara longe com uma for$a descomunal, e sou"e que era o vento que fa&ia isso.I7u'o poderoso / o !entoJI ele pensou. I2ostaria de ser o ventoJIEnt'o ele tornou-se o vento de furac'o, soprando as telhas dos telhados dascasas, desenrai&ando rvores, temido e odiado por todas as criaturas na terra.as em determinado momento ele encontrou algo que ele n'o foi capa& de

    mover nem um mil metro, n'o importasse o quanto ele soprasse em sua volta,lan$ando-lhe rajadas de ar. Ele viu que o o"jeto era uma grande e alta rocha.I7u'o poderosa / a rochaJI ele pensou. I2ostaria de ser uma rochaJIEnt'o ele tornou-se a rocha. ais poderoso do que qualquer outra coisa naterra, eterno, inamovvel. as enquanto ele estava l, orgulhoso pela suafor$a, ele ouviu o som de um martelo "atendo em um cin&el so"re uma durasuperfcie, e sentiu a si mesmo sendo despeda$ado.I= que poderia ser mais poderoso do que uma rocha;J;I pensou surpreso.Ele olhou para "aixo de si e viu a figura de um que"rador de pedras.

    L. *alve&

    H um conto *aosta so"re um velho fa&endei ro que tra"alhou em seu campopor muitos anos. Am dia seu cavalo fugiu. #o sa"er da notcia, seus vi&inhosvieram visit-lo.I7ue m sorteJI eles disseram sol idariamente.I*alve&,I o fa&endeir o calmamente repl icou . +a manh' seguinte o cavaloretornou, tra&endo com ele trs outros cavalos selvagens.I7ue maravilhosoJI os vi&inhos exclamaram.I*alve&,I repl icou o velho homem. +o dia segu inte, seu fi lho tentou domar umdos cavalos, foi derru"ado e que"rou a perna. =s vi&inhos novamente vierampara oferecer sua simpatia pela m fortuna.I7ue pena,I disseram.I*alve&,I respondeu o fa&endeiro. +o pr ximo dia, oficiais mil ita res vieram Uvila para convocar todos os jovens ao servi$o o"rigatrio no ex/rcito, que iria

    entrar em guerra. !endo que o fi lho do velho homem estava com a pernaque"rada, eles o dispensaram. =s vi&inhos congratularam o fa&endeiro pelaforma com que as coisas tinham se virado a seu favor.= velho olhou-os, e com um leve sorriso disse suavementeI*alve&.I

    NQ. 9ipreste

    Am monge perguntou ao mestre

    I7ual o signif icado de harma-3uddha;I= mestre apontou e disse

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    I= cipreste no jardim.I= monge ficou irritado, e disseI+'o, n'oJ +'o use par"olas aludindo a coisas concretasJ 7uero umaexplica$'o intelectual clara do termoJIIEnt'o eu n'o vou usar nada concreto, e serei intelectualmente claro,I disse omestre. = monge esperou um pouco, e vendo que o mestre n'o iria continuarfe& a mesma perguntaIEnt'o; 7ual o signif icado de harma-3uddha;I= mestre apontou e disseI= cipreste no jardim.I

    N@. 9h ou 8aulada

    9erta ve& HaMuin contou uma estriaIHavia uma velha mulher que tinha uma casa de ch na vi la. Ela era umagrande conhecedora da cerimSnia do ch, e sua sa"edoria no ?en era so"er"a.uitos estudantes ficavam surpresos e ofendidos que uma simples velhapudesse conhecer o ?en, e iam U vi la pa ra test-la e ver se isso era mesmo

    verdade.I*oda ve& que a velha senhora via monges se aproximando, ela sa"ia se elesvinham apenas para experimentar o seu ch, ou para test-la no ?en. Rquelesque vinham pelo ch ela servia genti l e graciosamente, encantando-os. Rquelesque vinham tentar sa"er de seu conhecimento do ?en, ela escondia-se at/ queo monge chegasse U porta e ent'o lhe "atia com um ti$'o.I#penas um em cada de& conseguiam escapar da paulada...I

    NF. =s 8oderes 5o"renaturais

    9erta manh', o estre aie, ao levantar-se, chamou seu discpulo 2Wo&an elhe disseI!amos fa&er uma disputa pa ra sa"er quem de n s dois possui mais poder esso"renaturais;I2Wo&an retirou- se sem nada respond er. ali a pouco, voltou tra&endo uma"acia com gua e uma toalha. = mestre lavou o rosto e enxugou-se emsilncio. epois, aie e 2Wo&an sentaram em ante uma mesinha e ficaramconversando so"re assunto diversos, tomando ch.8ouco depois, 4Wogen, outro discpulo, aproximou-se e perguntouI= que est'o fa&endo;IIEstamos fa&endo uma competi$'o com nossos poderes so"renaturaisI,respondeu o estre, I7ueres participar;I4Wogen retirou-se calado e logo depois retornou tra&endo uma "andeja comdoces e "iscoitos. = estre aie ent'o dirigiu-se aos seus dois discpulos, eexclamou

    I+a verdade, vs superais em poderes so"renaturais 5ariputra, ogallana etodos os discpulos de 3uddhaJI

    NK. 8

    9hao-9hou 1Poshu6 certa ve& varria o ch'o quando um monge lhe perguntouI5endo vs o s"io e santo estre, di&ei-me como se acumula tanto p em seuquintal;Iisse o estre, apontando para o ptioIEle vem l de fora.I

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    NL. Pardim ?en - # 3ele&a +atural

    Am monge jovem era o respons vel pelo jardim &en de um famoso templo ?en.Ele tinha conseguido o tra"alho porque amava as flores, ar"ustos e rvores.8rximo ao templo havia um outro templo menor onde vivia apenas um velhomestre ?en. Am dia, quando o monge estava esperando a visita de importantesconvidados, ele deu uma aten$'o extra ao cuidado do jardim. Ele tirou as ervasdaninhas, podou os ar"ustos, cardou o musgo, e gastou muito tempometiculosamente passando o ancinho e cuidadosamente tirando as folhas secasde outono. Enquanto ele tra"alhava, o velho mestre o"servava com interessede cima do muro que separava os templos.7uando terminou, o monge afastou-se um pouco para admirar seu tra"alho.I+'o est l indo;I ele perguntou, fel i&, para o velho monge.I5im,I repl icou o anci'o, Imas est faltando algo crucial. e ajude a pular estemuro e eu irei acertar as coisas para voc.I#ps certa hesita$' o, o monge levantou o velho por so"re o muro e pousou-osuavemente em seu lado. !agarosamente, o mestre caminhou para a rvoremais prxima ao centro do jardim, segurou seu tronco e o sacudiu com for$a.Xolhas desceram suavemente U "risa e caram por so"re todo o jardim.I8rontoJI disse o velho monge,I agora voc pode me levar de volta.I

    NN. 8onte de 8edra

    Havia uma famosa ponte de pedra no onast/rio de 9hao-9hou 1Poshu6 que erauma atra$'o do lugar. 9erta ve& um monge viajante afirmouIP ouvi falar so"re a famosa pon te de pedra, mas at/ agora n'o a vi. !ejosomente uma t"ua.II!edes uma t"ua,I confirmou 9hao-chou, Ie n'o vedes a ponte de madeira.IIEnt'o onde est a ponte de pedra;I perguntou o monge.I#ca"astes de cru&-laI, disse prontamente 9hao-9hou.

    ND. #penas duas palavras

    Havia um certo onast/rio 5oto ?en que era muito rgido. 5eguindo um estritovoto de si lncio, a ningu /m era permitido fa lar. as havia uma pequenaexce$'o a esta regra a cada @Q anos os monges tinham permiss'o de falarapenas duas palavras. #ps passar seus primeiros de& anos no onast/rio, umjovem monge foi permit ido ir ao monge 5uperior.I8assaram-se de& anos,I diss e o monge 5uperior. I7uais s'o as duas palavrasque voc gostaria de di&er;II9ama dura...I disse o jovem.IEntendo...I repl icou o monge 5uperior.e& anos depois, o monge retornou U sala do monge 5uperior.

    I8assaram-se mais de& ano s,I disse o 5uperior. I7uais s'o as duas palavrasque voc gostaria de di&er;II9omida ruim...I disse o monge.IEntendo...I repl icou o 5uperior.ais de& anos se f oram e o monge uma ve& mais encontrou- se com o seu5uperior, que perguntou I7uais s'o as du as palavras que voc gosta ria de di&er, aps mais estes de&anos;IIEu desistoJI disse o monge.I3em, eu entendo o porqu,I repl icou, custico, o monge 5upe rior. I*udo o quevoc sempre fe& foi reclamarJI

    1Este / um conto comum em alguns locais 5oto ocidentais. +'o existe certe&ase / um conto ?en orig inal. 9omo muitas anedotas, esta a qui nos fa& ri r, mastam"/m nos encoraja a refletir so"re o que h de engra$ado nisso tudo...6

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    NT. #ranha

    Am conto *i"etano fala de um estudante de medita$'o que, enquanto meditavaem seu quarto, pensava ver uma assustadora aranha descendo U sua frente. #cada dia a criatura amea$adora retornava cada ve& maior em tamanho. *'oterrif icado estava o estudante que finalmente foi ao seu professor para relataro seu di lemaI+'o posso continuar meditando com tal amea$a so"re mim,I disse eletremendo de pavor. I!ou guardar uma fa ca em meu colo duran te a medita$'o,de forma que quando a aranha aparecer eu possa mat-laJI= professor advertiu-o contra esta id/iaI+'o fa$a isso. Xa$a como eu lhe digo leve um peda $o de carv'o na suamedita$'o, e quando a aranha apare cer, marque um [ [ em sua "ar riga. epoisdisso venha at/ mim.I= estudante retornou U sua medita$'o. 7uando a aranha novamente apareceu,ele lutou contra o impulso de atac-la e em ve& disso fe& como o mestresugeriu. Ent'o correu para a sala de dele, gritando

    IEu a marquei na "arrigaJ Xi& o que me pediuJ = que fa$o agora;I= professor olhou-o e falouIVevante a tGnica e olhe para sua prpria "arriga.I#o fa&er isso, o estudante viu o II que havia feito.

    NC. edita$'o e acacos

    Am homem estava interessado em aprender medita$'o. Xoi at/ um &endo 1localde prtica meditativa &en6 e "ateu na porta. Am velho professor o atendeuI5im;II3om dia meu senhor,I come$ou o homem. IEu gostaria de aprender a fa&ermedita$'o. 9omo eu sei que isso / dif c i l e muito t/cnico, eu procurei estudarao mximo, lendo l ivros e opini%es so"re o que / medita$'o, suas postu ras,etc... Estou aqui porque o senhor / considerado um grande professor demedita$'o. 2ostaria que o senhor me ensinasse.I= velho ficou olhando o homem enquanto este falava. 7uando terminou, oprofessor disseI7uer aprender medita$'o;II9laroJ 7uero muito;I exclamou o outro.IEstudou muito so"re medita$'o;I, disse um tanto irSnico.IXi& o mximo que pude...I afirmou o homem.I9erto,I repl icou o velho. IEnt'o v para casa e fa$a exatamente isso +Y=8E+5E E #9#9=5.I= homem ficou pasmo. +unca tinha l ido nada so"re isso nos l ivros de

    medita$'o. #inda meio incerto, perguntouI+'o pensar em macacos; : s isso;II: s isso.II3em isso / simples de fa&erI pensou o homem, e concordou. = professorent'o apenas completouIbtimo. !olte amanh',I e "ateu a porta.uas horas depois, o professor ouviu algu/m "atendo freneticamente a portado &endo. Ele a"riu-a, e l estava de novo o mesmo homem.I8or favor me ajudeJI exclamou afl ito Iesde que o senhor pediu para que eun'o pensasse em macacos, n'o consegui mais deixar de me preocupar em +Y=8E+5#< +EVE5JJJJ !ejo macacos em todos os cantosJJJJI

    N. = Eu !erdadeiro

  • 5/21/2018 Anonimo Koans e Contos Zen Budistas

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    Am homem muito pertur"ado foi at/ um mestre ?en, apresentou-se e disseI8or favor, estre, eu m e sinto desesperadoJ +'o sei quem eu sou. 5empre l i eouvi falar so"re o Eu 5uperior, nossa verdadeira Essncia *ranscendental, e pormuitos anos tentei atingir esta real idade profunda, sem nunca ter sucessoJ 8orfavor mostre-me meu Eu !erdadeiroJIas o professor apenas ficou olhando para longe, em si lncio, sem darnenhuma resposta . = homem come$ou a implorar e pedir, sem que o mestr e lhedesse nenhuma aten$'o. Xinalmente, "anhado em lgrimas de frustra$'o, ohomem virou-se e come$ou a se afastar. +este momento o mestre chamou- opelo nome, em vo& alta.I5im;I repl icou o homem, enquanto se virava para fitar o s"io.IEis o seu verdadeiro Eu.I disse o mestre.

    DQ. #nsiando por eus

    Am s"io estava meditando U margem de um r io quando um homem jovem, umtanto entusiasmado, o interrompeu.

    Iestre, eu desejo ser seu discpuloJI, disse o jovem.I8or qu;I repl icou o s"io.= jovem era uma pessoa que sempre ouviu falar dos caminhos espirituais, etinha uma id/ia fantasiosa e rom`ntica deles. Em sua imaturidade, ele achavaque ser IespiritualI era algo como participar de um movimento, de uma cren$a,de uma moda, sem grandes conseq(ncias. Ele ent'o pensou numa resposta"em IprofundaI e disseI8orque eu quero encontrar EA5JI= s"io pulou de onde estava, agarrou o rapa& pelo cangote, arrastou-o at/ orio e mergulhou sua ca"e$a so" a gua. anteve-o l por quase um minuto,sem permitir que respirasse, enquanto o terrif icado rapa& chutava e lutavapara se l i"ertar. Xinalmente o mestre o puxou da gua e o ar rastou de volta Umargem. Vargou-o no ch'o, enquanto o homem cuspia gua e engasgava,lutando para retomar a respira$'o e entender o que acontecera. 7uando eleeventualmente se acalmou, o s"io lhe perguntouIiga-me, quando estava so" a gua, sa"endo que morreria, o que voc queriamais do que tudo;I#rJI, respondeu o jovem, amuado.Iuito "emI, disse o mestre. I! para sua casa, e quando voc sou"er ansiarpor um eus tan to quanto voc aca "ou de ansiar po r ar, pode voltar a meprocurar.I

    D@. 8or que palavras;

    Am monge aproximou-se de seu mestre - que se encontrava em medita$'o no

    ptio do *emplo U lu& da lua - com um a grande dGvidaIestre, aprendi que confiar nas palavras / i lusrio e diante das palavras, overdadeiro sentido surge atrav/s do si lncio. as vejo que os 5utras e asrecita$%es s'o feitas de palavras que o ensinamento / transmitido pela vo&.5e o harma est al/m dos termos, porque os termos s'o usados para defini-lo;I= velho s"io responde u I#s palavras s'o como um dedo apontando para aVua cuida de sa"er olhar para a Vua, n'o se preocupe com o dedo que aaponta.I= monge repl icou Ias eu n'o poderia olhar a Vua, sem precisar que algumdedo alheio a indique;II8oderia,I confirmou o mestre, Ie assim tu o fars, pois ningu/m mais podeolhar a lua por ti. #s palavras s'o como "olhas de sa"'o frgeis einconsistentes, de saparecem quando em contato prolonga do com o ar. # Vuaest e sempre esteve U vista. = harma / eterno e completamente revelado.

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    #s palavras n'o podem revelar o que j est revelado desde o 8rimeiro8rincpio.IIEnt'o,I o monge perguntou, Ipor que os homens precisam que lhes sejarevelado o que j / de seu conhecimento;II8orque,I completou o s"io, Ida mesma forma que ver a Vua todas as noitesfa& com que os homens se esque$am dela pelo simples costume de aceitar suaexistncia como fato consumado, assim tam"/m os homens n'o confiam na!erdade j revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas,sem distin$'o. esta forma, as palavras s'o um su"terfGgio, um adorno paraem"ele&ar e atrair nossa aten$'o. E como qualquer adorno, pode ser valori&adomais do que / necessrio.I= mestre ficou em si lncio durante muito tempo. Ent'o, de sG"ito,simplesmente apontou para a lua.

    DF. = 5om do 5ilncio

    9erta ve&, um "uddhista foi Us montanhas procurar um grande mestre, que,segundo acreditava, poderia lhe di&er a palavra definit iva so"re o sentido da

    5a"edoria. #ps muitos dias de dura caminhada o encontrou em um "elotemplo U "eira de um l indo vale.Iestre, vim at/ aqui para lhe pedir uma palavra so"re o sentido do harma.8or favor, fa$a-me atravessar os 8ort%es do ?en.IIiga-me,I repl icou o s"io, Ivindo para c vs passastes pelo vale;II5im.II8or acaso ouvistes o seu som;IAm tanto incerto, o homem disseI3em, ouvi o som do vento como um suave canto penetrando todo o vale.I= s"io respondeuI= local onde vs ouvist es o som do vale / onde come$a o caminho que levaaos 8ort%es do ?en. E este som / toda palavra que vs precisais ouvir so"re a!erdade.I

    DK. = udo e o 8apagaio

    Am jovem monge foi at/ o mestre Pi-shou e perguntouI9omo chamamos uma pessoa que entende uma verdade mas n'o pode explic-la em palavras;Iisse o mestreIAma pessoa muda comendo melI.IE como chamamos uma pessoa que n'o entende a verdade, mas fala muitoso"re ela;IIAm papagaio imitando as palavras de uma outra pessoaI.