antelo-ensaios de interpretação nacional

11
Ensaios de interpretação nacional. Brasil – Argentina (1930-2010) Raul Antelo Um dos focos de projeto a ser desenvolvido com os colegas da Universidad de Cuyo aborda a tradição do ensaio de interpretação nacional. È sabido que há, a esse respeito, duas tendências dominantes. Alguns, principalmente a tradição alemã, interpretam o ensaio como uma forma destinatária. Outros, pelo contrário, vêem-no como uma árdua construção entre escritura e vida. É a vertente inaugurada por Montaigne. Lukács, representando a primeira, entendia que a literatura se dispunha, em estado de símbolo, a receber a doação de um destino, o que sempre configura um problema de forma. Seu herdeiro, Adorno, lhe recriminará o fato de querer transformar o ensaio em uma teoria, porque, para o autor de Prismas, o ensaio radicaliza-se, no entanto, na hesitação entre natureza e cultura, de modo que Adorno descobre, nesse vazio, que o pensamento não é homólogo às coisas, e, além disso, que sua forma é feita para proceder aos saltos, parataticamente, trabalhando sempre sobre essa mesma consciência não- identitária que o ensaísta rastreia nos objetos de sua predileção. Para a dialética negativa, com efeito, o ensaio preserva, apesar dos pesares, o antigo apelo à retórica, ponto em que Adorno, entretanto, diverge de Benjamin, quem julga ser o resgate do mimetismo disseminado na linguagem o que caracteriza, ao invés, o ensaio. Com efeito, em "O

Upload: claudio-maiz

Post on 08-Nov-2014

23 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

Page 1: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Ensaios de interpretação nacional. Brasil – Argentina (1930-2010)

Raul Antelo

Um dos focos de projeto a ser desenvolvido com os colegas da Universidad de Cuyo

aborda a tradição do ensaio de interpretação nacional. È sabido que há, a esse respeito,

duas tendências dominantes. Alguns, principalmente a tradição alemã, interpretam o

ensaio como uma forma destinatária. Outros, pelo contrário, vêem-no como uma árdua

construção entre escritura e vida. É a vertente inaugurada por Montaigne. Lukács,

representando a primeira, entendia que a literatura se dispunha, em estado de símbolo, a

receber a doação de um destino, o que sempre configura um problema de forma. Seu

herdeiro, Adorno, lhe recriminará o fato de querer transformar o ensaio em uma teoria,

porque, para o autor de Prismas, o ensaio radicaliza-se, no entanto, na hesitação entre

natureza e cultura, de modo que Adorno descobre, nesse vazio, que o pensamento não é

homólogo às coisas, e, além disso, que sua forma é feita para proceder aos saltos,

parataticamente, trabalhando sempre sobre essa mesma consciência não-identitária que

o ensaísta rastreia nos objetos de sua predileção. Para a dialética negativa, com efeito, o

ensaio preserva, apesar dos pesares, o antigo apelo à retórica, ponto em que Adorno,

entretanto, diverge de Benjamin, quem julga ser o resgate do mimetismo disseminado

na linguagem o que caracteriza, ao invés, o ensaio. Com efeito, em "O Ensaio como

forma", Adorno fornece uma definição clássica do gênero, até então julgado menor,

destacando, como seus atributos inequívocos, a extrema liberdade para visitar outros

domínios do saber, bem como o valor ineludível da escritura, atributos esses de que

Benjamin, no entanto, seria o melhor representante. Na compreensão adorniana do

ensaio como forma, o ensaista compõe experimentando, vira e revira o seu objeto,

questiona-o e o apalpa, prova seus limites e submete-o, enfim, à reflexão iluminadora,

após atacá-lo por várias frentes, para, a seguir, reuni-lo no olhar de seu espírito, pondo

em palavras aquilo que o objeto permite vislumbrar sob as condições geradas pelo

próprio ato de escrever. Contudo, no atual processo de revisão do conceito de

modernidade, em que essa posição revela-se, simultaneamente, livre até o extremo de

questionar-se a si mesma; crítica da idéia de Revolução; cética perante o Iluminismo;

eticamente pessimista e herdeira do argumento teológico, tornado um apelo à ação na

forma do Mal, a modernidade deixa de considerar o ensaio como forma para vê-lo como

força. O ensaio como força posiciona-se no interior de uma estética da imanência, que

se pensa como gesto e não como representação, como Darstellung e não como

Page 2: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Vorstellung, como processo e não como aspecto, como contato e não como distância. O

ensaio como força movimenta-se num palco em que se tenta encenar, ou ainda,

reencenar, o grande jogo bioestético chamado modernidade.

Assim sendo, ora pelo princípio adorniano de não-identidade do mesmo, ora pela

faculdade mimética da linguagem de Benjamin, a tradição alemã demonstra que a marca

definitiva do ensaio não é outra senão seu anacronismo, seu deslocamento em relação a

qualquer centro ou essência. Montaigne inaugura, de fato, um gênero como o ensaio,

sobre o qual, aliás, não se inibe em afirmar que sua matéria exclusiva é constituída pelo

próprio sujeito que a enuncia. Talvez esta marca de nascimento tenha levado Adorno a

pensar o ensaio como forma. Quanto a nós, cabe destacar que ensaio, palavra que se

normaliza em francês no começo do século XVIII e se divulga em espanhol bem mais

tarde, a partir de 1831, provém de exagium, medir, ponderar, ou seja, referir-se a uma

medida, agio, que remete, por sua vez, ao conforto e à comodidade, noção que, no viés

econômico, se traduziria como interesse agregado a qualquer empréstimo, como um

colchão, o da usura. O conceito de agio, que desde a Idade Média equivale

simplesmente a um modo passivo de estar, adquire, mais tarde, uma conotação ativa e

erótica, ou seja, de excesso, e passa a significar “estar deitado ao lado de”, ser ad-

jacente. Nesse sentido, caberia pensar o ensaio, ex-agio, como uma força, algo que

busca o vestígio (aucuns traicts, dizia Montaigne) e compromete o corpo, as paixões, os

humores e até mesmo as secreções de quem escreve. Haveria, além da dimensão óptica

(perspectivas, pontos de vista...) do ensaio modernista, uma dimensão háptica no ensaio

contemporâneo, que parece vincular-se a uma causa imanente. Este conceito nos

permitiria, assim, afirmar, que para conectar vida e teoria não é possível pensar em

termos de sucessão e, mais ainda, é impossível pensar no tempo enquanto sucessão,

como mera articulação seqüencial ou a problemática de um antes e um depois, sem

admitir, concomitantemente, a existência de uma memória, ou seja, sem reconhecer a

operação de uma consciência, até mesmo de um inconsciente ou, para sermos mais

exatos, a ação inoperante de um anacronismo, graças ao qual o antigo inexistente, sob o

efeito do sitio do acontecimento, adquire máximo valor de exposição.

Nesse sentido, o relevante do ensaio contemporâneo não é tanto detectar o que ocorre, o

factum, mas identificar o que se recorda, a pegada ou o traço que podemos reconhecer

entre o antes e o depois. É essa semelhança por contato a única consistência do eu, ou

seja, o eu que dele decorre não é outra coisa senão o tempo, mas o tempo, por sua vez,

não é mais que o sentimento e a percepção de nosso próprio buscar-nos, vale dizer, da

Page 3: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

contínua falta inerente ao próprio acontecer, isto é, o testemunho do nosso incessante

processo de subjetivação e dessubjetivação, como construção ficcional do simbólico.

Bibliografia

Achugar, Hugo. La balsa de la medusa. Ensayos sobre identidad, cultura y fin de siglo en Uruguay. Montevideo: Trilce, 1992.IDEM (ed.) . La fundación por la palabra. Letras y Nación en América Latina en el Siglo XIX. Montevideo: Departamento de Publicaciones da FHCE, 1998.Adorno, Theodor. Mínima moralia. 2a. ed. Trad. Luiz Eduardo Bicca. São Paulo: Ática, 1993.Idem. "O ensaio como forma" in Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades / Ed. 34, 2003.Idem. “Parataxis” in Notas de literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973.Idem. L´art et les arts. Trad. J. Lauxerois. Paris: Desclée de Brouwer, 2002.Agamben, Giorgio. La potenza del pensiero. Saggi e conferenze. Vicenza: Neri Pozza, 2005.Anderson, Benedict. Imagined Communities. Reflections on the Origin and Spread of Nationalism. London: Verso, 1991.Anderson, Perry. “Nation-States and National Identity”. London Review of Books May 1991: 3-8.Antelo, Raul. Antonio Candido y los estudios latinoamericanos. Pittsburgh: Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana, 2001.Idem. Crítica acéfala. Buenos Aires, Grumo, 2008.Appadurai, Arjun. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1996.Araripe Jr., T. A. Araripe Júnior: Teoria, crítica e história literária. Sel. e apresentação Alfredo Bosi. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: EdUSP, 1978.Idem. Gregório de Matos. 2a. ed. Paris, Garnier, 1910.Idem. Obra crítica. Ed. Afrânio Coutinho. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, s/d.Araújo, Ricardo B. de . Guerra e paz: Casa-grande & Senzala e a obra de Gilberto Freyre nos anos 30. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.Astrada, Carlos. El mito gaucho. Ed. crítica Guillermo David. Buenos Aires: Fondo Nacional de las Artes, 2006.Idem. Tierra y figura y otros escritos. Buenos Aires, Las Cuarenta, 2007.Balderston, Daniel. Sexualidad y nación. Pittsburgh, Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana, 2000.Barbosa, Rui. “O processo do capitão Dreyfus” in Cartas da Inglaterra. (Obras Completas. Vol. XXIII, tomo I). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1946.Idem. Los Conceptos Modernos del Derecho Internacional. London: Jas. Truscott & Son, Ltd., 1916.Idem. Obras Completas. Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa,1981.Benjamin, Walter. Magia e técnica, arte e política. (Obras escolhidas, Vol. I). Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.Bhabha, Homi K. “DissemiNation: time, narrative, and the margins of the modern nation.” Nation and Narration. Ed. Homi K. Bhabha. London: Routledge, 1990. 291-322. Blanchot, Maurice. Les intellectuels en question. Ébauche d´une réflexion. Paris: Fourbis, 1997.

Page 4: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Borges, Jorge Luis. Obra Completa. Buenos Aires: Emecé, 1974.Idem. El tamaño de mi esperanza. Barcelona, Seix Barral, 1994.Buch, Esteban. O juremos con gloria morir. Historia de una épica de Estado. Buenos Aires: Sudamericana, 1994.Butler, Judith, and Gayatri Chakravorty Spivak. Who Sings the Nation-State? Language, Politics, Belonging. London Seagull Books, 2007.Cacciari, Massimo. “Note sulla dialettica del negativo nell’epoca della metropoli (saggio su Georg Simmel)”. Angelus Novus: quaderni quadrimestrali di critica, Padova: nº 21, dez. 1971.1-54.Idem. “Metafisica della gioventù”. In: LUKACS, Georg. Diario 1910-1911. Milano: Adelphi, 1983. 69-134.  Campos, Haroldo de. Metalinguagem & outras metas: ensaios de teoria e crítica literária. 4a. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.Candido, António. Vários escritos. 4a. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Duas Cidades, Ouro sobre Azul, 2004.Idem. Brigada ligeira e outros escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 1992, pp. 17-32.Idem. O observador literário. 3a. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004.Capetillo-Ponce, Jorge – “Deciphering the Labyrinth. The Influence of G. Simmel on the Sociology of Octavio Paz” in Theory, Culture & Society, vol. 22, nº 6, dez. 2005, p.95-124.Cervera, Vicente, Belén Hernández, and María Dolores Adsuar, eds. El ensayo como género literario. Murcia: Universidad de Murcia, 2005.Deleuze, Gilles. “El agotado” in pensamienlo de los confines, ano 2, n. 3. Buenos Aires, set. 1996.Derrida, Jacques. Marges de la Philosophie. Paris: Minuit, 1972. (Há trad. bras. pela Papirus, Campinas).Idem. La carte postale. Paris, Flammarion, 1980.Idem. Acts of Literature. Ed. Derek Attridge. New York: Routledge, 1992.Idem. Donner la mort. París : Galilée, 1999Idem e Elizabeth Roudinesco – De que amanhã.. Trad. bras. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.Idem. Monolingualism of the Other; or, The Prosthesis of Origin. Trans. Patrick Mensah. Stanford: Stanford UP, 1998.Dubois, Philippe. Cinema, Vídeo, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2004.Esposito, Roberto. Communitas. Origen y destino de la comunidad. Trans. Carlo Rodolfo Molinari. Buenos Aires: Amorrortu, 2003.Foucault, Michel. Estética, Literatura e Pintura, Música e Cinema. Org. Manuel Barros da Motta. Trad. I. A. Dourado. Rio de Janeiro: Forense, 2001.Idem. A verdade e as formas jurídicas. Trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: Nau Editora, 1996.Idem. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (l975-1976). Trad. Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2002.Gaio, A. M. Modernismo e ensaio histórico. São Paulo: Cortez, 2004.García Casanova, Juan Francisco (ed.). El ensayo, entre la filosofía y la literatura. Granada: Comares, 2002.Glaudes, Pierre, ed. L’essai: métamorphoses d’un genre. Toulouse: Presses Universitaires du Mirail, 2002.Gómez-Martínez, José Luis. Teoría del ensayo. México: UNAM, 1992.González Echevarría, Roberto. The Voice of the Masters: Writing and Authority in Modern Latin American Literature. Austin: University of Texas Press, 1985.

Page 5: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Idem. Mito y archivo. Una teoría de la narrativa latinoamericana.México, FCE, 2000.González-Stephan, Beatriz. Fundaciones: canon, historia y cultura nacional. La historiografía literaria del liberalismo hispanoamericano del siglo XIX. Madrid: Iberoamericana, 2002.Idem e ANDERMANN, Jens (ed.) - Galerías del progreso. Museos, exposiciones y cultura visual en América Latina. Rosario, Beatriz Viterbo, 2006.Guillén, Claudio. Teorías de la historia literaria. Madrid: Espasa Calpe, 1989. Idem. Múltiples moradas. Ensayo de Literatura Comparada. Barcelona: Tusquets, 1998.Habermas, Jürgen. “Historical Consciousness and Post-Traditional Identity: The Federal Republic’s Orientation to the West.” Trans. Shierry Weber Nicholsen. The New Conservatism: Cultural Criticism and the Historians’ Debate. Cambridge: The MIT Press, 1989. 249-67. Idem. The Postnational Constellation: Political Essays. Trans. Max Pensky. Cambridge: The MIT Press, 2001.Hallward, Peter. Absolutely Postcolonial: Writing between the Singular and the Specific. Manchester: Manchester University Press, 2001.Haro, Pedro Aullón de. Teoría del Ensayo como categoría polémica y programática en el marco de un sistema global de géneros. Madrid: Verbum, 1992.Hobsbawm, Eric. The Invention of Tradition. Eds. Eric Hobsbawm and Terence Ranger. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.Holanda, Sérgio Buarque de. O Espírito e a Letra. Estudos de Crítica Literária. Ed. Antonio Arnoni Prado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.Idem. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.Jankélévitch, Vladimir. La rhapsodie : verve et improvisation musicale. Paris: Flammarion, 1955.Jay, Martin. Campos de fuerza: entre la historia intelectual y la crítica cultural . Buenos Aires: Paidós, 2003Keyserling, Hermann. Europa: análisis espectral de un continente. Trad. José Pérez Bances. Madrid: Espasa-Calpe, 1929.Kohan, Martín. Zona urbana. Ensayo de lectura sobre Walter Benjamin. Buenos Aires: Norma, 2004.Lacerda, Virgínia Cortes de. Rui Barbosa: escritos e discursos seletos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960.Leite, Dante Moreira. O Caráter Nacional Brasileiro: História de uma Ideologia. São Paulo: Pioneira, 1976.Lima, Luiz Costa. “A Versão Solar do Patriarcalismo: Casa-grande & Senzala” in A Aguarrás do Tempo: Estudos Sobre a Narrativa. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.Ludmer, Josefina - O gênero gauchesco. Um tratado sobre a pátria. Trad. Antônio Carlos Santos. Chapecó: Argos, 2002.Idem. O corpo do delito. Um manual. Trad. Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002.Idem. “Las tretas del débil” in GONZÁLEZ, Patricia Elena & ORTEGA, Eliana (ed.) Las sartén por el mango. Encuentro de escritoras latinoamericanas. Rio Piedras: Huracán, 1984.Idem. Las culturas de fin de siglo en América latina. Rosario: Beatriz Viterbo, 1994.Macherrey, Pierre. Hegel o Spinoza. Trad. M. del C. Rodriguez. Buenos Aires: Tinta limón, 2006. McCAarthy, J. Crossing boundaries: a theory and history of essay writing in German,1680-1815. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1989.

Page 6: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Mainer, José-Carlos. “Apuntes junto al ensayo.” El ensayo español. Los orígenes: siglos XV a XVII. Ed. Jesús Gómez. Barcelona: Crítica, 1996. 9-33.Mattoni, Silvio. El Ensayo. Córdoba: Epóke, 2001.Monsiváis, Carlos. “De la sociedad tradicional a la sociedad postradicional.” Imaginarios de nación: pensar en medio de la tormenta. Ed. Jesús Martín Barbero. Colombia: Ministerio de Cultura, 2001. 31-46. Idem. Aires de familia. Cultura y sociedad en América Latina. Barcelona: Anagrama, 2000.Morse, Richard M. “The Multiverse of Latin American Identity, c. 1920-c. 1970.” Ideas and Ideologies in Twentieth Century Latin America. Ed. Leslie Bethell. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. 3-129. Mota, Carlos Guilherme. Ideologia da Cultura Brasileira (1933-1974). São Paulo: Ática, 1978.Nancy, Jean-Luc. La creación del mundo o Ia mundialización. Trad. Pablo Perera Velamazán. Buenos Aires, Barcelona: Paidós, 2003.Idem. Ser singular plural. Trad. Antonio Tudela. Madrid: Arena, 2006.Obaldia, C. de. The essayistic spirit. Literature, Modern Criticism, and the Essay. Oxford: Clarendon Press, 1995.Oubiña, David (ed.). Jean-Luc Godard: El Pensamiento del Cine. Buenos Aires: Paidós, 2004.Palti, Elías. La nación como problema. Los historiadores y la cuestión nacional. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2003. Paz, Octavio. El laberinto de la soledad. Madrid: Cátedra, 1998. Rama, Ángel. A cidade das letras. Trad. Emir Sader. São Paulo, Brasiliense, 1985.Idem. Las máscaras democráticas del modernismo. Montevideo: Fundación Ángel Rama, 1985.Ramos, Júlio. Desencuentros de la modernidad en America Latina. Literatura y política en el siglo XIX. México: Fondo de Cultura Económica, 1989.Idem. Paradojas de la letra. Caracas, Excultura, 1996.Rancière, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org, Ed. 34, 2005.Idem. Politique de la littérature. Paris Galilée, 2007.Idem. Le destin des images. Paris, La fabrique, 2003.Idem. “The Order of the City”. Critical Inquiry, Vol. 30, Nº. 2, winter 2004.Rodriguez Pérsico, Adriana. Relatos de época. Una cartografía de América Latina (1880-1920). Rosario, Beatriz Viterbo, 2008.Santí, Enrico Mario. Introducción a Paz, Octavio. El laberinto de la soledad. Madrid: Cátedra, 1998. 11-132Santiago, Silviano. As raízes e o labirinto da América Latina. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.Idem (org.). Intérpretes do Brasil. Rio de Janeiro: Aguilar, 2000.Idem. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005.Idem. Uma literatura nos trópicos. São Paulo: Perspectiva, 1978.Idem. Ora (Direis) Puxar Conversa. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.Idem. Vale quanto pesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.Sarlo, Beatriz. Una modernidad periférica. Buenos Aires 1920-1930. Buenos Aires: Nueva Visión, 1988.Idem. La imaginación técnica. Buenos Aires: Nueva Edición, 1981Idem. Ensayos Argentinos. De Sarmiento a la vanguardia. Buenos Aires, Hachette, 1986.

Page 7: Antelo-Ensaios de interpretação nacional

Idem: El imperio de los sentimientos. Buenos Aires: Catálogos, 1985.Idem. Cenas da vida pós-moderna. Intelectuais, arte e vídeo-cultura na Argentina. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2004.Idem. Paisagens imaginárias. Intelectuais, arte e meios de comunicação. São Paulo: Editora da USP, 1997.Idem. Siete ensayos sobre Walter Benjamin. México-Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2000.Idem. “Uma alucinação dispersa em agonia”. Novos Estudos CEBRAP, nº 11, São Paulo, jan 1985.Idem. “Ser argentino: ya nada será igual.” Imaginarios de nación: pensar en medio de la tormenta. Ed. Jesús Martín Barbero. Bogotá: Ministerio de Cultura, 2001. 47-53. Idem. “Entre varios peronismos”. Ñ. Clarin, Buenos Aires, 20 ago 2005.Sarmiento, Domingo. Facundo. Trad. Carlos Maul. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1922.Sedlmayer, Sabrina, Guimarâes, César e Otte, Georg. O comum e a experiência da linguagem. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2007.Siscar, Marcos. Jacques Derrida. Rhétorique et Philosophie, Paris: L´Harmattan, 1998.Sloterdijk, Peter. Temblores de aire. En las fuentes del terror. Trad. G. Cano. Valencia: Pre-textos, 2003. Idem. Espumas. Madrid: Siruela, 2006.Tarde, Gabriel. Monadologia e sociologia e outros ensaios. Ed. Eduardo Viana Vargas. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2007. Idem. Fragmento de historia futura. Posfácio de H. G. Wells. Trad. M. Giménez Saurina. Barcelona, Abraxas, 2002.Unamuno, Miguel de. En torno al casticismo. Madrid: Cátedra, 2005.Ventura, Roberto. “Casa-grande e Senzala: ensaio ou autobiografia?” in Literatura e Sociedade, São Paulo: n.6, 2001-2002, p.212-222.Williams, Raymond. Marxism and literature. Oxford: Oxford University Press, 1977.Zola, Emile/Barbosa, Rui. O processo do capitão Dreyfuss. Trad. Ricardo Lisias. São Paulo: Hedra, 2007.