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Antonia Natália de Sousa Arrais Iago Tallys Silva Luz

Rafael Ricarte da Silva Rômulo Rossy Leal Carvalho

(Organizadores)

ANAIS DA XII SEMANA DE HISTÓRIA DE PICOS

HISTÓRIA INDÍGENA:

FONTES, ESCRITAS E ENSINO.

EDUFPI

Picos – PI 2019

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APRESENTAÇÃO

A 12ª edição da Semana de História de Picos tem como tema central: História

Indígena: fontes, escritas e ensino. Trata-se de um evento de caráter científico, de

extensão acadêmica e de profissionalização de professores do ensino superior, educação

básica e pesquisadores da ciência histórica que investigam as experiências históricas em

suas ambiências, singularidades, práticas, apropriações e representações.

A Semana de História é um evento que congrega estudantes de diversas cidades

do centro-sul piauiense e demais estados da região Nordeste, constituindo-se como

espaço singular de intercâmbio de experiências de pesquisa, socialização de

conhecimento, aprendizagem mútua e enriquecimento cultural. Trata-se de uma

experiência privilegiada de formação de professores, iniciação à pesquisa histórica,

extensão acadêmica e partilha e construção de novos saberes.

Na SEMHIPI são realizadas atividades que conferem ao evento uma ampla

visibilidade e destaque científico: comunicações orais, com resultados de pesquisas

concluídas e/ou em andamento nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão. A

programação conta, também, com minicursos, conferências, atividades culturais, mesas

redondas e lançamentos de livros.

A XII Semana de História de Picos terá como foco central a temática da História

Indígena, buscando refletir sobre a presença e a luta dos povos indígenas ao longo da

formação social do Brasil, as escritas historiográficas e memorialísticas sobre os

mesmos e o ensino de História Indígena a partir da Lei 10.645 de 2008.

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REALIZAÇÃO

Laboratório de Ensino de História – LEHIST

Centro Acadêmico Henrique Moreira – CAHIS

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID (História – CSHNB)

APOIO

Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI

Universidade Federal do Piauí - UFPI

Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí – ADUFPI

Núcleo de Pesquisa e Documentação em História – NUPEDOCH

Associação Atlética Acadêmica de História – Épica

Hotel P. da Silva

Loja Dondocas Picos

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Comissão Científica Prof. Dr. Agostinho Júnior Holanda Coe Prof. Dr. Alexandre Rodrigues de Souza Prof. Ma. Ana Paula Cantelli Castro Prof. Dra. Érica Lôpo de Araújo Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro Prof. Me. Heitor Matos da Silva Prof. Me. José Lins Duarte Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior Prof. Ma. Lorena Maria de França Ferreira Prof. Dr. Mairton Celestino da Silva Prof. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha Prof. Dr. Rafael Ricarte da Silva Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos Comissão Organizadora Alex de Carvalho Rocha Aline Alves Brito Ana Ester de Matos Silva Ana Geórgia Bezerra Antonia Natália de Sousa Arrais Bruna Kaise Leal Rodrigues Cleia Priscila de Souza Santos Daniela da Silva Vieira Déborah Carvalho Coelho Dério Leite Santos de Arcanjo Erilene de Sousa Martins Erton de Alencar Antão de Carvalho Everton de Sousa Francisca Cleisla Carvalho de Sousa Francisco Ângelo Freire de Almeida Francisco Everton Alves Francisco Kennedy de Oliveira Junior Francisco Marcos da Silva Cavalcante Franck Sinatra Moura Bezerra Gabriel Batista de Sousa Geilsa de Sousa Luz Germana da Silva Holanda Graziela Reis da Silva Hemily Cecília de Sousa Santos Iago Tallys Silva Luz Iasmim Ibiapino Alves Igor Henrique Pereira de Sousa Jeferson Rubens Martins Silva José Clecionarton Teixeira José Jhonys Ferreira

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Kátia Daniela Gomes Honorato Kátia de Araújo Silva Laura Jennifer Sousa Luana Moura Santos Lucas Manoel do Nascimento Lucas Moreira Gomes Dias Luisa Neta da Silva Lima Marcelo Victor Luz Soares Maria de Lourdes Andrade dos Santos Maria Edwirges de Jesus Sá Maria Juliana Costa Sousa Maria Manuela de Sousa Rocha Maria Mikaelle da Silva Fontes Maria Rosimeire de Sá Nádia da Conceição Bezerra Patrícia Coelho de Oliveira Sousa Rebeca de Sousa Barbosa Rômulo Rossy Leal Carvalho Taís Meire de Sousa Tatiane Carvalho da Silva Thaís Aparecida Queiroz do Nascimento Tiago de Sousa Carvalho Rodrigues Zaynna Mendonça de Oliveira

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SUMÁRIO

1. PROGRAMAÇÃO GERAL DO EVENTO........................................................... 08

2. MAPA DE SALAS E HORÁRIOS DOS MINICURSOS..................................... 11

3. MAPA DE SALAS E HORÁRIOS DOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS............... 13

4. RESUMOS DOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS....................................................... 15

4.1 HISTÓRIA, LINGUAGENS E SUBJETIVIDADES.......................................... 15

4.2 ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE NO NORDESTE

OITOCENTISTA......................................................................................................... 26

4.3 HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL: PERCURSOS

HISTORIOGRÁFICOS............................................................................................... 38

4.4 GÊNERO, MEMÓRIA E SUBJETIVIDADES................................................... 42

4.5 HISTÓRIA, CIDADES E SUBJETIVIDADES................................................... 48

4.6 IMPÉRIOS IBÉRICOS COLONIAIS: SOCIEDADE, PODER E CULTURA

NO ULTRAMAR (XVI-XIX)...................................................................................... 54

4.7 HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL: MEMÓRIAS, SABERES E

FAZERES...................................................................................................................... 61

4.8 HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: TEMAS, FONTES E

HISTORIOGRAFIA.................................................................................................... 64

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PROGRAMAÇÃO GERAL DO EVENTO

Dia: 18/11/2019 SEGUNDA-FEIRA

08:00 - 12:00 - Credenciamento (Sala do Laboratório de Ensino de

História - LEHIST)

08:00 - 12:00 - Atividades Esportivas (SESC/SENAT)

12:00 - 14:00 - Almoço

14:00 - 18:00 - Credenciamento (Sala do Laboratório de Ensino de

História - LEHIST)

14:00 - 18:00 - Simpósios Temáticos (Salas de aula e Auditórios)

18:00 - 18:30 - Jantar

18:30 - 19:00 - Solenidade de Abertura e Apresentação Cultural do

Grupo Adimó (Auditório Fontes Ibiapina – “Novo”)

19:00 - Conferência de Abertura – (Auditório Fontes Ibiapina – “Novo”)

Tema: História Indígena e Ensino de História: reflexões sobre

classificações e identidades étnicas nas fontes históricas.

Conferencista: Profa. Dra. Maria Regina Celestino de Almeida – UNIRIO

Mediador: Prof. Dr. Rafael Ricarte da Silva

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Dia: 19/ 11/2019 TERÇA-FEIRA

09:00 - 12:00 - Minicursos 01-10 (Salas de aula e Auditórios)

12:00 - 14:00 - Almoço

14:00 - 17:00 - Mesa redonda I: Lutas e experiências dos povos

indígenas – (Auditório Severo Eulálio – Auditório “Velho”)

Debatedores

Profa. Dra. Jóina Freitas Borges – UFPI

Tema: Descolonizando a História: o ensino de história a partir das

perspectivas freireana, decolonial e intercultural junto aos Tremembés de

Almofala – CE.

Prof. Dr. Antonio José de Oliveira – UFCA

Tema: “Entre outras coisas, admiravam a escrita": Uma Língua “Geral”

Kariri para catequizar os sertões das capitanias do Norte.

Henrique Manoel do Nascimento – Cacique dos Tabajara Tapuio Itamaraty

Cícero Dias – Liderança do Povo Tabajara Y-pi do Canto da Várzea

Mediador – Prof. Dr. Alexandre Rodrigues de Souza

17:00 - 19:00 - Simpósios Temáticos (Salas de aula e Auditórios)

18:00 - 19:00 - Jantar

19:30 - 21:30 - Lançamento de Livros e Atividade Cultural – (Auditório

Severo Eulálio – Auditório “Velho”)

Flávia Oliveira – Poesia (Discente do Curso de Letras).

Robson Almeida – Voz e Violão (Discente do Curso de Administração).

Gustavo Henrique e Edilberto Leal – Exposição de Telas

Rômulo Rossy – Poesia (Discente do Curso de História)

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Dia: 20/11/2019 QUARTA-FEIRA

09:00 - 12:00 - Minicursos 01-10 (Salas de aula e Auditórios)

12:00 - 14:00 - Almoço

14:00 - 18:00 - Simpósios Temáticos (Salas de aula e Auditórios)

18:00 - 18:30 - Atividade Cultural

18:30 - 21:30 - Mesa redonda II: Escritas e políticas sobre os indígenas

no período colonial. – (Auditório Fontes Ibiapina – “Novo”)

Debatedores

Profa. Ma. Gabriela Berthou de Almeida – UESPI

Tema: Protagonismo indígena na Viagem Filosófica de Alexandre

Rodrigues Ferreira na Amazônia colonial portuguesa (1783-1792).

Prof. Dr. Rafael Ale Rocha – UEA

Tema: Os índios principais no Estado do Maranhão e Grão-Pará: mercês

régias, políticas indígenas e políticas indigenistas (séculos XVII e XVIII).

Prof. Dr. Thiago Groh – UFT

Tema: A escravidão indígena nos discursos religiosos do Padre Antônio

Vieira.

Mediadora - Profa. Dra. Érica Lôpo de Araújo

21:30 – Atividade de Cultural de Encerramento com o Projeto

“Resgatando a Música Popular”.

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MAPA DE SALAS E HORÁRIOS DOS MINICURSOS

MC 01 - ENSINO E HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL

Ministrante: Prof. Dr. Alexandre Rodrigues de Souza – UFPI

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 805)

MC 02 - MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA EM HISTÓRIA INDÍGENA (NORDESTE COLONIAL)

Ministrante: Prof. Dr. Antonio José de Oliveira – UFCA

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 806)

MC 03 - HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA SAÚDE NO BRASIL

Ministrantes: Prof. Me. Felipe da Cunha Lima – UESPI

Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – UFPI

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 807)

MC 04 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: SUJEITOS, PRÁTICAS E INSTITUIÇÕES.

Ministrantes: Prof. Higo Carlos Meneses de Sousa (Mestrando em Educação – UFPI)

Profa. Wiliane Barbosa G. de Moura (Mestranda em História do Brasil – UFPI)

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 801)

MC 07 - INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO E NA PESQUISA EM HISTÓRIA.

Ministrante: Profa. Esp. Nádia Narcisa de Brito Santos (Mestranda em História e Letras – UECE/FECLESC)

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 808)

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MC 08 - HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA E MUSEUS.

Ministrante: Prof. Me. Naudiney de Castro Gonçalves (Doutorando em História – UNIRIO)

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 819)

MC 09 - A HISTÓRIA COMO MISSÃO: POSSIBILIDADES DE LEITURAS CRÍTICAS SOBRE NICOLAU SEVCENKO E A SUA PRODUÇÃO INTELECTUAL.

Ministrantes: Prof. Wanderson Ramonn Pimentel Dantas (Mestrando em História do Brasil – UFPI)

Prof. Francisco Adriano Leal Macêdo (Mestrando em História do Brasil – UFPI)

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Sala 823)

MC 10 - HISTÓRIA, TEATRO E POLÍTICA.

Ministrantes: Profa. Ma. Vanessa Soares Negreiros Farias – UESPI/UFPI

Prof. Me. Ronyere Ferreira – UFPI

Dias 19/11/2019 e 20/11/2019 – 09h às 12h (Auditório Fontes Ibiapina)

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MAPA DE SALAS E HORÁRIOS DOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

ST 01 - HISTÓRIA, LINGUAGENS E SUBJETIVIDADES.

Coordenadores

Prof. Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito – UFPI/CMPP

Prof. Me. Heitor Matos da Silva – UFPI/CSHNB

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 823)

Dia 19/11/2019 – 17h às 19h (Sala 823)

Dia 20/11/2019 – 14h às 18h (Sala 823)

ST 02 - ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE NO NORDESTE

OITOCENTISTA.

Coordenadores

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro – UFPI/CSHNB

Prof. Me. José Lins Duarte – UFPI/CSHNB

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 805)

Dia 20/11/2019 – 14h às 18h (Sala 805)

ST 04 – HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL: PERCURSOS

HISTORIOGRÁFICOS.

Coordenador

Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – UFPI/CSHNB

Dia 19/11/2019 – 17h às 19h (Sala 803)

ST 05 - GÊNERO, MEMÓRIA E SUBJETIVIDADES.

Coordenadoras

Profa. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha – UFPI/CSHNB

Profa. Ma. Rannyelle Rocha Teixeira – UFPI/PARFOR

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 807)

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ST 06 - HISTÓRIA, CIDADES E SUBJETIVIDADES.

Coordenadores

Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – UFPI/CSHNB

Profa. Camila Carvalho Moura Fé – UFPI/PPGHB

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 808)

ST 08 - IMPÉRIOS IBÉRICOS COLONIAIS: SOCIEDADE, PODER E

CULTURA NO ULTRAMAR (XVI-XIX).

Coordenadores

Prof. Dr. Rafael Ale Rocha – UEA

Prof. Dr. Thiago Groh – UFT

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 806)

Dia 19/11/2019 – 17h às 19h (Sala 806)

ST 09 - HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL: MEMÓRIAS, SABERES E

FAZERES.

Coordenador

Prof. Me. Adson Rodrigo Silva Pinheiro - SECULTFOR

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Sala 803)

ST 10 - HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: TEMAS, FONTES E

HISTORIOGRAFIA.

Coordenadores

Prof. Dr. Agostinho Júnior Holanda Coe – UFPI

Prof. Me. Felipe Cunha Lopes – UESPI

Dia 18/11/2019 – 14h às 18h (Auditório Severo Eulálio)

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

(Resumos por ordem de inscrição no evento)

ST 01: HISTÓRIA, LINGUAGENS E SUBJETIVIDADES.

Coordenadores

Prof. Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito – UFPI/CMPP

Prof. Me. Heitor Matos da Silva – UFPI/CSHNB

01 - HISTÓRIA E LITERATURA: O USO DO RELATO MEMORIALÍSTICO

SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) NO ENSINO DE

HISTÓRIA.

David da Silva Sousa Graduando em História (UEMA/NEAFRICA)

E-mail: [email protected] Maykon Albuquerque Lacerda

Graduando em História (UEMA/PIBEX/NEAFRICA) E-mail: [email protected]

Profa. Me. Michelle Dias Araújo - Orientadora (UEMA)

Este trabalho busca relacionar os relatos memorialísticos a respeito do Holocausto como possibilidade de ser utilizado na educação básica, levando em conta as consequências catastróficas, oriundas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Deve-se pensar tais relatos como um método de ensino histórico na Educação Básica. Sendo assim, procuraremos expor o uso da Literatura no Ensino de História, através do livro O menino da lista de Schindler, um relato memorialístico de um adolescente que vivenciou o Holocausto, enquanto testemunha ocular da guerra, através das memórias vivenciadas e silenciadas no campo de concentração. Em relação a metodologia, o presente trabalho se desenvolveu a partir de uma pesquisa bibliográfica. Ademais, o embasamento teórico enfoca autores, respectivamente: Pesavento (2003), Leylson (2014), e Arendt (2012). Cabe destacar, que as fontes utilizadas foram escritas (obras literárias), e eletrônicas (sites visitados). Os resultados finais, referem-se ao encargo de memórias traumáticas de indivíduos e grupos que se encontravam entre o ressentimento e a expectativa de um futuro melhor. Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial; Holocausto; Literatura; Ensino de História.

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02 - ESCREVIVENDO O CORPO NA CIDADE DOS HOMENS: INTERVENÇÕES URBANAS E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES NO CINEMA DE JOMARD MUNIZ DE BRITTO (PARAÍBA, 1981-1995).

Iago Tallys Silva Luz Graduando em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Esta pesquisa propõe um estudo histórico a pretexto da obra do professor, pop filósofo, filmaker e ativista cultural pernambucano Jomard Muniz de Britto, mais especificamente sobre suas produções fílmicas experimentais, utilizando a modalidade da câmera super-8 mm e VHS, produzidos em João Pessoa (Paraíba, 1981-1995). Na medida em que lança um olhar sobre as atuações de tais corpos performáticos, o trabalho busca compreender de que forma o espaço paraibano é afetado e inventado a partir dos filmes em questão, compreendendo novas possibilidades de observação e uso de espaços profundamente marcados por discursos conservadores e falocêntricos. A empiria fílmica do trabalho se configura a partir dos exemplares Esperando João e Cidade dos Homens, ambos de 1982 e da trilogia Madame Bayeux, composta pelos filmes Madame Bayeux: Outra Paixão Nacional, Chez Barão ou Madame Bayeux no Lugar do Inconsciente e Au Revoir, Madame Bayeux, todos de 1995, todos sobre a "supervisão em trânsito" de Jomard Muniz de Britto. A análise dos filmes é atravessada, também, pela escrita literária de Jomard Muniz de Britto, mais precisamente os textos contidos no livro Bordel Brasilírico Bordel: antropologia ficcional de nós mesmos (1992). Palavras-chave: História; Corpo; Cidades. 03 - REFLEXÕES SOBRE PRODUÇÕES HISTORIOGRÁFICAS BRASILEIRAS NO SÉCULO XVII E XIX: APONTAMENTOS TEÓRICOS SOBRE SUAS SEMELHANÇAS E CONTROVÉRSIAS.

Ana Ester de Matos Silva Graduanda em História (CSHNB-UFPI – ICV/PIBID)

Email: [email protected] Aline Alves de Brito

Graduanda em História (CSHNB-UFPI) Email: [email protected]

Prof. Dr. Agostinho Júnior de Holanda Coe – Orientador (UFPI) O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a Historiografia Brasileira, assim como o que estava sendo produzido sobre o Brasil do século XVII ao século XIX. No qual nos remete a análise de obras historiográficas de viajantes, naturalistas, padres, jesuítas, capitães, de pessoas que estavam circulando o Brasil. Esses escritos e registros nos permitem perceber sobre os fatos ocorridos, aspectos e descrições acerca da fauna e flora brasileira, observações e relatos sobre a cultura e costumes dos habitantes desta terra. Entender também a questão de identidade cultural, bem como instigar o historiador a usar seu senso crítico. Tentar fazer com que o leitor compreenda também a importância dos clássicos para sua formação acadêmica. É de suma importância que o historiador saiba interpretar os clássicos de acordo com seu espaço geográfico e

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temporal, mas é necessário o uso do senso crítico para não se deixar influenciar por certos pensamentos que podem prejudicar a noção dos fatos reais e uma análise mais aprofundada. Palavras-chave: Historiografia Brasileira; Senso Crítico; Clássicos.

04 - A COMÉDIA COMO PROPAGAÇÃO DE ESTEREÓTIPOS: AS

REPRESENTAÇÕES ACERCA DO NORDESTINO A PARTIR DO FILME CINE

HOLLIÚDY I.

Taís Meire de Sousa Graduanda em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Prof. Me. Heitor Matos da Silva – Orientador (UFPI)

O artigo parte da comédia Cine Holliúdy 1 para refletir sobre as representações do nordestino na atualidade, já que o mesmo é uma produção recente e de grande sucesso, e observar se são repassados no filme os estereótipos que surgiram no decorrer do século XX, que fazem parte da definição de identidade do Nordeste. Objetivando-se na busca de compreender qual a intenção dos meios de comunicação e do seu diretor Halder Gomes em propagar essa visão, que pode ser considerada estereotipada ou realista, é feito uma análise de críticas direcionadas ao filme tanto por sites ligados ao cinema como por alguns telespectadores comuns. Palavras-chave: Nordestino; Estereótipo; Representação. 05 - RESPINGOS DA OBRA RAÍZES DO BRASIL DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA NA NOSSA SOCIEDADE ATUAL.

Ana Flávia da Silva Graduanda em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

Esse trabalho buscar analisar a importância da obra Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, em que Sérgio Buarque prendia-se a nova história social dos franceses, à sociologia da cultura dos alemães e ainda criticava o autoritarismo e a hierarquia da sociedade. A obra destaca-se não apenas no contexto da década de 1930, mas também na perpetuação da obra em nossa atualidade que é considerada um clássico da historiografia brasileira. O autor faz uma análise comparativa e social de sua sociedade como a sociedade colonial, buscando uma construção da identidade nacional com aspectos culturais, levando em conta os elementos que vigoravam na sua sociedade como o patriarcalismo, o sentimento de pertencimento à nação, a diversidade de povos, a família e o Estado. Esses elementos transitaram em todo um contexto social entre as décadas do século XX e ainda hoje vigoram em nossa sociedade, proporcionando uma acentuada cordialidade no Estado gerando um sistemático jogo de interesses particulares em volta das instituições públicas. A obra é de fundamental importância para que os indivíduos se desprendam das amarras deixadas no período colonial e que continuaram

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durante o Brasil Império e para que estes possam agir com mais autonomia e principalmente compreender esses aspectos passados e associá-los a nossa atualidade, considerando cada contexto temporal. Palavras-chave: Sociedade; Atualidade; Família e Estado; Cordialidade.

06 - MEMES COMO ARMA: O RISO COMO ESTRATÉGIA DE MANIPULAÇÃO

E FORMAÇÃO DE OPINIÕES.

Débora de Brito Freire Graduanda em História (CSHNB-UFPI - PIBID)

Email: [email protected] Prof. Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito – Orientador (UFPI)

Este artigo tem por objetivo analisar os estereótipos construídos sobre o Nordeste através dos memes de Suricate Seboso e examinar como o riso provocado pelo humor caricatural é utilizado como estratégia de formação e manipulação de opiniões triviais, incompletas e incomplexas a seu respeito. Metodologicamente, esse trabalho foi desenvolvido a partir da análise crítica dos memes de Suricate Seboso, presentes nas páginas oficiais do Facebook e Instagram, fundamentado teoricamente a partir das obras A invenção do Nordeste e outras artes (ALBUQUERQUE JR, 2007), para discorrer sobre a invenção identitária do Nordeste, discurso de estereotipia e preconceito, e, Leituras e Leitores na França do Antigo Regime (CHARTIER, 2004), a fim de refletir como os conceitos de cultura popular e erudita compõem o imaginário pré-concebido sobre o Nordeste e seus prismas culturais. Ademais, utilizou-se como fontes O Gene Egoísta (DALWKINS, 1976), Preconceito contra a origem geográfica e de lugar: as fronteiras da discórdia (ALBUQUERQUE JR, 2011), Dicionário da língua portuguesa (SILVA, 1813) e a entrevista concedida pelo idealizador do Suricate ao portal de notícias G1. Nessa perspectiva, visa-se que o presente trabalho possa contribuir para a formação do pensamento crítico dos consumidores de memes, sobretudo de Suricate Seboso, a fim de não se tornarem massa de manobra de seus criadores e patrocinadores, haja vista que é necessário criticidade para consumir e se divertir, sem deixar-se manipular. Palavras-chave: História; Memes; Construção; Estereótipo; Nordeste.

07 - “NOS VERSOS DO POETA QUE DIZ E CALA”: O MOVIMENTO

ARMORIAL E AS POLÍTICAS CULTURAIS NA DÉCADA DE 1970 NO BRASIL.

Bruna Maria Batista Pereira Graduanda em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Prof. Ms. Heitor Matos da Silva – Orientador (UFPI)

O trabalho em questão irá versar em torno das principais articulações entre um movimento cultural específico – Movimento Armorial – e as políticas culturais em torno do mesmo, ou seja, qual a importância das políticas desenvolvidas pelo estado em

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torno da cultura. Dessa maneira, o objetivo geral desse trabalho será compreender as articulações em torno das políticas públicas culturais e o Movimento Armorial na década de 1970 no Brasil. As fontes utilizadas para o estudo e desenvolvimento desse trabalho, serão as Manchetes e Arquivos de Jornais da Época, tais como o Diário de Pernambuco e o Jornal do Comércio, ambos de Recife, como também Periódicos e Colunas culturais, que retratam não somente sobre as políticas culturais no Pernambuco, como também no cenário brasileiro como um todo. E por fim, será utilizado também como fontes, alguns Artigos publicados em revistas e Bibliografias sobre o movimento em questão, sua importância e repercussão, e também acerca do surgimento e implementação dessas políticas. A metodologia utilizada na pesquisa será uma análise crítica dos conteúdos presentes nas fontes sobre o movimento e o contexto no qual o mesmo está inserido. E como aporte teórico alguns nomes com estudos relevantes na área de pesquisa serão fundamentais, tais como: Ariano Suassuna, Maria Aparecida Lopes Nogueira, Durval Muniz de Albuquerque Júnior, Maria Thereza Didier, Lia Calabre, dentre outros. Palavras-chave: História; Movimento Armorial; Ariano Suassuna. 08 - MODERNIDADE IDEALIZADA: UMA ANÁLISE DO PERFIL IDEAL DE

MASCULINIDADE E FEMINILIDADE NA MODERNIDADE POR MEIO DOS

CONTOS DE SHERLOCK HOLMES.

Josuer Pedrosa Pereira Graduando em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Westerson Moura Santos

Graduando em História (CSHNB-UFPI - PIBID) Email: [email protected]

O presente trabalho tem por intuito investigar o ideal de homem e de mulher na modernidade, mais especificamente nos séculos XVIII e XIX, a partir da análise de um dos maiores personagens fictícios de todos os tempos, o detetive Sherlock Holmes, que, em suas peripécias, encontra-se envolto pelos ideais expostos no miasma da contradição moderna. Para tal, utilizaremos como resquício histórico os contos de Sherlock Holmes, escritos por Sir Arthur Conan Doyle, obras na qual o ideal de masculinidade está constantemente tecido sob a luz da racionalidade iluminista que, por conseguinte, nos transpõe sombras que possibilitam pensar o feminino. Outrossim, é possível perscrutar que tais contos evidenciam-se como uma das fontes mais ricas deste período, pois congruente ao dinamismo de suas narrações e enredos, galgam as controvérsias, fragmentos e “mistérios” que forjam o dilema da modernidade. Destarte, esta produção aporta o referencial teórico e os pressupostos teórico-metodológicos de historiadores que se enveredam pelos mais diversos campos como Sandra Jatahy Pesavento (História Cultural) e Carlo Ginzburg (Micro-história) em obras como: O Mundo de Verdade das Coisas de Mentira e o Fio e os Rastros, dentre outras, justamente por serem valiosos resquícios informativos que trazem contribuições no tangente a esta temática. Palavras-chave: Sherlock Holmes; Modernidade; Fragmento; Masculinidade; Feminilidade.

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09 - AÇÕES AFIRMATIVAS E SUAS NUANCES NA COR DA PELE.

Nádia Narcisa de Brito Santos Mestranda em História e Letras (MIHL-UECE)

A cor de pele escura traz consigo ferimentos decorrentes do colonialismo, dentre eles a discriminação e a opressão. A cor ainda é um demarcador da população negra, em especial, nas coleções de livro didático, embora, tais materiais revistam-se de artefatos legislativos que buscam atenuar as lesões sofridas pelos povos afrodiaspóricos. Nessa perspectiva, analisamos as ações afirmativas, isto é, os atos e medidas incorporados no corpo textual das coletâneas didáticas, que versam sobre as nuances da igualdade de cor nos livros didáticos História e Língua Portuguesa aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2018 destinado ao Ensino Médio. Os procedimentos metodológicos dessa pesquisa consistiram na análise da legislação vigente acerca dos livros didáticos e do tema em questão. Na sequência analisamos as duas coleções mais adotadas das disciplinas supracitadas. A escolha dos livros se deu pela verificação dos dados estatísticos disponibilizados pelo Fundo Nacional de Educação (FNDE). O estudo tomou como base um roteiro semiestruturado, o qual possibilitou a inclusão de novos questionamentos, quando necessário. Como aporte teórico, utilizamos a abordagem decolonial de Quijano (1989), Maldonado-Torres (2007), Walsh (2013), Gomes (2005) (2018), assim como a compreensão de livro didático de Choppin (2004) e Bittencourt (2008). A cor da pele escura e todo traço fenótipo de descendência ou ascendência africana, nas coletâneas analisadas, são marcados pelo poderio colonial dominador, opressor e discriminador, que na ordem da colonialidade nos é ensinado a hierarquizar as diferenças, atenuando as dores das lesões decorrentes do colonialismo e da colonialidade. Nesse sentido, contatamos que os livros didáticos de Língua Portuguesa, exercendo a função instrumental, ao propor atividades, não aprofunda discussões das ações afirmativas, em especial temas como racismo, discriminação social e preconceito, consequentemente, limitando a visão discente sobre o assunto e externando um ideário de sociedade que reconhece a existência de tais temas, mas não os interpreta. Palavras-chave: Livro Didático; Ações Afirmativas; Negra; Negro. 10 – “QUEREMOS A IMAGEM NUA E CRUA QUE SE VÊ NAS RUAS”:

IMPASSES DA MODERNIZAÇÃO DE TERESINA ATRAVÉS DE FILMES EM

FORMATO SUPER-8 NA DÉCADA DE 1970.

Luiz Matheus de Oliveira Pinheiro Graduando em História (CSHNB-UFPI - PIBID)

Email: [email protected] Este artigo tem como objetivo levantar interpretações acerca da produção de filmes experimentais em formato super-8, na cidade de Teresina na década de 1970. Em pleno regime de ditadura militar, a juventude da cidade se inseria num contexto de modernização advindo tanto pela criação da sociedade de consumo, como de criação de subjetividades inspiradas de teorias estrangeiras e nacionais sobre cultura e identidade. Partindo, como suporte empírico, do filme experimental David Vai Guiar (1972), o texto observa as relações entre o experimentalismo fílmico e o discurso modernizador vigente em tempos do governo de Alberto Tavares Silva, a partir do qual se buscará

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analisar os diversos e divergentes discursos sobre modernidade que incidiam sobre diferentes espaços do Brasil, inclusive aqueles localizados em regiões tidas como periféricas. Palavras-chave: Juventude; Super-8; Cinema; Modernização. 11 - “A GRANDE PATRIA DESIMPORTANTE”: A TELEDRAMATURGIA DE

GILBERTO BRAGA E A REDEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA (1988-1995).

Tania Georgia Alves de Oliveira Graduanda em História (CSHNB-UFPI – Residência Pedagógica)

Email: [email protected] Prof. Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito – Orientador (UFPI)

Este trabalho tem o como objetivo analisar de que modo os processos macro e micro políticos do Brasil recém-democratizado aparecem nas telenovelas de Gilberto Braga entre 1988 e 1995. Cabendo indagar, por exemplo, que valores macro políticos (tais como inflação, desemprego, mudanças de moedas, eleições, etc.) e micro políticos (valores éticos, honestidade e corrupção) se desdobram nas tramas do autor. Nesse sentido, analisaremos a trilogia de telenovelas Vale tudo (1988-1989), Dono do mundo (1991-1992), Pátria minha (1994-1995) do autor Gilberto Braga, buscando entender a representação do contexto político e social do Brasil no final dos anos 80 e anos 90, buscando compreender o contexto de produção de teledramaturgia brasileira, notadamente da Rede Globo de Televisão, inserida no interior das condições históricas de existência do Brasil entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990, e, no interior delas, o contexto de produção das três telenovelas em questão, avaliando de que forma a dimensão macro política (revoluções molares) são observadas nas três e discutir as questões micropolíticas (revoluções moleculares) nos mesmos veículos. Para uma compreensão dessas questões, as bases teóricas desse estudo foram fundamentadas em: Félix Guattari, Suely Rolnik, Eugênio Bucci, Ulpiano T. Bezerra de Menezes, Gilles Deleuze, Sergio Mattos, Mauricio Tintori Piqueira, Jorge Ferreira, Angélica Müller, Francine Iegelski, entre outros. Palavras-chave: História; Telenovelas; Redemocratização; Representação. 12 - “PODE IR ENROLANDO A BANDEIRA NACIONAL”: AS TENSÕES

POLÍTICAS NAS FOLHAS DO JORNAL O DOMINICAL (1960- 1964).

Eugênio Brito Rocha Mestrando em História do Brasil (UFPI)

Email: [email protected] Os anos que antecedem o golpe de 1964 são importantes para a compreensão do contexto e da circularidade de informações em torno das tensões políticas no Brasil. A impressa contribuía para a formação das ideias relacionadas as discussões sobre os rumos da política brasileira. É nesse momento que o jornal O Dominical passa efetivamente a insuflar uma discussão em torno do comunismo no Piauí, abordando matérias que refletiam o contexto político regional e internacional. Como fio condutor

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desse trabalho utilizamos as discussões acerca da ordem do discurso e suas relações com o estado de exceção provocado pela chegada dos militares ao poder. Metodologicamente as discussões sobre as práticas discursivas proposta por Mary Jane Spink ajudam a compreender como essas práticas se articulam nas matérias do jornal, bem como a concepção de fontes dialógicas, classificadas por José de Assunção Barros como aquelas que possibilitam a manifestação de múltiplas vozes de um período. A partir das fontes analisadas, juntamente com os referenciais teóricos propostos, destacamos que o jornal O Dominical se engaja em uma campanha que busca alertar a sociedade sobre os perigos do comunismo no Piauí. Palavras-chave: História; O Dominical; Tensões políticas. 13 - ESCRE(VI)VENDO A RESISTÊNCIA: FANZINES PUNKS, CUIDADO DE

SI E A REAÇÃO A NECROPOLÍTICA.

Heitor Matos da Silva Mestre em História do Brasil (UFPI)

Email: [email protected] Este trabalho visa analisar como a estética do movimento punk brasileiro dos últimos 10 anos tem se relacionado com as formas de poder produzidas na contemporaneidade, visto que o mundo tem experimentado em vários modelos de autocracias e democracias uma verdadeira onda reacionária, em que o poder, a expressão máxima da soberania, se faz dentro dos ditames propostos pelo conceito de necropolítica, onde sua força reside na mercantilização da vida, na capacidade de ditar quem pode viver ou morrer numa dada sociedade. Interessa historicizar, por meio do fanzine, como o movimento punk brasileiro tem subjetivado suas impressões e reagido a necropolítica em suas práticas discursivas e produções de sentidos sobre o cotidiano. Do ponto de vista teórico, através de conceitos oferecidos por Achille Mbembe, Deleuze, Foucault e Daniel Lins, dentre outros, o estudo amparou-se na ideia de que a linguagem é, em si mesma, uma prática política, o que implicou, entre outras coisas, operar com conceitos oferecidos pela filosofia da diferença. Palavras-chave: História; Punk; Necropolítica; Cuidado de Si. 14 - DEMASIADAMENTE HUMANO: UMA CARTOGRAFIA SENTIMENTAL

DA OBRA DE CHARLES BUKOWSKI (1977-1986).

Leila de Brito Izidorio Araújo Graduanda em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito – Orientador (UFPI)

O trabalho tem como objetivo realizar uma cartografia sentimental da obra do escritor Charles Bukoswki, a partir da qual se busca analisar as diferentes percepções lançadas pelo personagem ao seu tempo. O recorte escolhido foi o período localizado entre 1977 e 1986, situado entre as publicações O amor é um cão dos diabos e Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido, respectivamente. O objetivo, à luz do método

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indicado, é realizar um percurso que se inicia no encontro entre o corpo-personagem, notadamente o próprio Charles Bukowski, e o corpo-pesquisadora, que aqui realiza o trabalho. Em seguida, se apresenta o encontro entre o mesmo e a poliédrica dimensão do tempo no qual ele situa, carregado das fraturas próprias da vida que teve e de diversos outros acontecimentos ao qual o personagem buscou passar ao largo mas não conseguiu. Por fim, o corpo-personagem será apresentado em uma imersão em si mesmo, a partir da qual se observa a forma como este introjetou seu próprio tempo. A empiria que dá suporte à pesquisa será composta por cartas e obras literárias, e o mesmo se fundamenta teoricamente nos escritos de David Harvey, Durval Muniz de Albuquerque Júnior, Edwar de Alencar Castelo Branco, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Jorge Larrosa, Michel Foucault e Suely Rolnik. Palavras-chave: Cartografia; Bukowski; Subjetividade; Literatura. 15 - “EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR”: TRAJETÓRIAS E ESPAÇOS NA

MÚSICA “BREGA” DO BRASIL (1960-1970).

Francimary Alzira Cavalcante Graduada em História (UFPI)

Email: [email protected] O trabalho aqui desenvolvido trata-se de uma abordagem acerca da música considerada brega como objeto de estudo. A partir das vivências de alguns dos grandes nomes dos artistas desse estilo musical, como Waldick Soriano, Reginaldo Rossi e Amado Batista, procuramos tecer uma análise de como estava a sociedade da época, a partir de como recebiam as produções artísticas desses sujeitos, dos assuntos trabalhados por esses compositores nas suas canções, para que tipo de público essas produções eram destinadas e consumidas, os lugares praticados por esses sujeitos e suas construções de memórias individuais. Neste último, tomando para a análise a figura de Waldick Soriano para fazer uma relação com suas produções musicais e sua trajetória de vida, na construção da sua identidade individual. Para esse estudo, tomaremos como base textos de autores como Raquel Rolnik, Michel de Certeau, Michel Pollak e Paulo Cesar de Araújo. Palavras-chave: Trajetória; Espaços; Identidade. 16 - CINEMA EM PÂNICO: SUBJETIVIDADES, ESTÉTICA DE TERROR E UMA

NOVA SINTAXE CINEMATOGRÁFICA EM JOSÉ MOJICA MARINS (1963-1966).

Everton de Sousa Graduando em História (CSHNB-UFPI - PIBID)

Email: [email protected]

Este trabalho tem por objetivo analisar historicamente o filme À Meia Noite Levarei Sua Alma (1965) e Esta noite encarnarei teu cadáver (1966) do diretor Jose Mojica Marins, e as configurações que permeavam o emergente cinema de terror no Brasil dos anos sessenta, estética cinematográfica que se institui no país a partir das primeiras experiências do diretor. No interior dessa análise, o texto também busca compreender

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como Mojica faz de seu personagem, Zé do Caixão, uma espécie de emblema que trabalha também dentro do imaginário de seu público. Ao utilizar de elementos de tradições e contos que rodavam e assombravam os sujeitos ordinários de sua época, Mojica faz de seu personagem a personificação de alguns medos comuns da época, tais o homem de preto, com aversão aos preceitos cristãos, ligado à morte, e, por consequência, carregando consigo configurações de um ser diabólico. Nessa perspectiva, a análise da estética do cinema de terror brasileiro busca, por fim, estabelecer conexões entre o filme de José Mojica Marins e referências da filmografia norte-americana e alemã. Palavras-chave: História; Cinema; Terror; Estética; José Mojica Marins. 17 - CONCEPÇÃO DE TEATRO MODERNO, LUIGI PIRANDELLO E

TEATRO BRASILEIRO DE COMÉDIA.

Elisa Maura Ferreira de Mello Cesar Mestranda em História (UFU – Bolsista CAPES)

Email: [email protected] Prof. Dr. Rodrigo de Freitas Costa – Orientador (UFU)

Neste trabalho almejamos analisar os índices de modernidade na encenação de Seis Personagens à Procura de um Autor de Luigi Pirandello pelo Teatro Brasileiro de Comédia em 1951, pensando na transição da cena teatral paulista e na maneira como os críticos estabelecem este momento como um divisor de águas no teatro. Na medida em que em 1943 já havia a construção do “marco da modernidade teatral” pela crítica especializada que toma a encenação realizada por Zbigniew Ziembinski do Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues como o ponto de nascimento desse marco. O problema do estabelecimento de tal marco, segundo Rosangela Patriota e Jacó Guinsburg, está na ideia de que ele delimita índices para pontuar o que é ou não moderno, deixando de contextualizar o momento da produção teatral. De modo que a historicidade fica limitada ao antes e depois em relação ao “marco” forjado na encenação do Vestido de Noiva. Ao passo que Luigi Pirandello é reconhecido como o “Pai do teatro moderno italiano”, analisamos dessa forma, as rupturas propostas pelo dramaturgo e sobre o jogo entre realidade x ficção que propõe em Seis Personagens. Palavras-chave: Luigi Pirandello; Teatro Brasileiro de Comédia; Teatro Moderno.

18 - CULTURA DE BR: “NÃO SOMOS “HIPPER”; SOMOS MALUCOS DE BR” A

RECONFIGURAÇÃO DO MOVIMENTO “HIPPER” NO BRASIL.

Antonio Ferreira de Melo Graduado em História (UFPI)

Email: [email protected] O presente verbete pretende analisar o movimento “hipper” no Brasil e sua (re)configuração, descolonizando à imagética sobre os “hipper’s” brasileiros, que se denominam de malucos de BR; tendo sua imagem marginalizada por estarem fora dos padrões sociais vigentes. O estudo perpassa sobre a história do movimento “paz e amor”

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no âmbito mundial e nacional, assim como, sua reconfiguração em solo tupiniquim; baseado-se nos documentários Malucos de Estrada I e II, Micróbio, A Criminalização do Artista, que são norte para pensarmos as configurações desse movimento contracultura; que é loucura para muitos e para outros a saída da sociedade doente. O ensaio entra nos meandros dialéticos, na cosmovisão do grupo e em seus códigos de conduta criados na BR, se utilizando da ótica histórica/social/filosófica. Palavras-chave: Cultura; História; Dialética; BR. 19 - OS IMPACTOS DO ENCARCERAMENTO PARA AS MULHERES

NEGRAS.

Cleiane Pereira Souza dos Santos Graduada em Serviço Social (AESPI/FAPI)

Email: [email protected] Cleia Priscila de Souza Santos

Graduanda em História (CSHNB-UFPI) Email: [email protected]

Prof. Me. Heitor Matos da Silva – Orientador (UFPI)

Este artigo estabelece um debate sobre as desigualdades sociais históricas vivenciadas pelas mulheres negras e como elas são restauradas na contemporaneidade expressa no encarceramento maciço dessas mulheres. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com a relevância do uso de dados estatísticos para uma melhor compreensão. O período colonial foi caracterizado pela violência brutal contra negros e indígenas no Brasil. Para as mulheres negras, as marcas deixadas para trás foram expressas sob seus corpos nas formas de objetivação e hipersexualização pelo homem branco, refletindo na contemporaneidade a sua marginalização e desumanização pelo sistema criminal patriarcal, capitalista e racista, vinculado à aniquilação dos negros população. A intenção é analisar que, embora o racismo, o capitalismo e o patriarcado estejam estruturando a exclusão social de mulheres negras presas, é possível pensar em uma Justiça Criminal na ordem da desqualificação, uma vez que o movimento das mulheres negras conseguiu encontrar fissuras para que suas diretrizes foram centrais na luta pela liberdade. Palavras–chave: História; Mulheres Negras; Período Colonial; Desigualdades Sociais; Encarceramento; Sistema Penal.

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ST 02 - ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE NO NORDESTE

OITOCENTISTA.

Coordenadores

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro – UFPI/CSHNB

Prof. Me. José Lins Duarte – UFPI/CSHNB

01- A PALAVRA E O CONCEITO: A FORJA DE CONCEITOS POLÍTICOS E

SOCIAIS NOS DISCURSOS DO PERIÓDICO POLÍTICO A IMPRENSA (1865-

1889).

Maira Delmondes de Matos Graduada em História (UFPI)

Email: [email protected]

O presente trabalho pretende analisar a construção do pensamento “liberal” no Piauí em meados do século XIX por meio dos discursos estruturados no periódico político, A imprensa, que circulou na então nova sede da província, Teresina, de 1865 a 1889, alcançando assim momentos de furor na sociedade local. Observamos eventos marcantes na história do estado como a participação da província na guerra do Paraguai, a seca de 1870 e o fenômeno dos migrantes em Teresina. Levando em consideração a construção e fragmentação de conceitos que emergiam de seus artigos, esta escrita intenciona analisar a flutuação das ideias de modernidade e progresso, patriotismo e nacionalismo presentes no discurso liberalista à luz da semântica de Reinhard Koselleck e Norberto Bobbio, bem como as variações na ideia de cidadão por meio do aporte teórico de José Murilo de Carvalho e Sidney Chalhoub. Palavras-chave: Teoria da História; Discurso; Conceito; Nacionalismo; Liberalismo; Imprensa. 02 - A VIOLÊNCIA E OS CORPOS DOS ESCRAVIZADOS NOS ANÚNCIOS

DE JORNAIS PIAUIENSES DO SÉCULO XIX.

Talyta Marjorie Lira Sousa Nepomuceno Doutoranda em História do Brasil (UFPI)

E-mail: [email protected] Prof. Dr. Pedro Vilarinho Castelo Branco – Orientador (UFPI)

A escravidão esteve presente ao longo da história e foi praticada por civilizações distintas. A característica essencial no ser escravizado estava na prática social em que um ser humano assumia os direitos de propriedade sobre outro por meio da força. O escravizado constituía uma propriedade viva do senhor e por isso estava sujeito a ele: “o senhor é simplesmente o senhor do escravo, porém não pertence a este essencialmente; o escravo ao contrário, não só é escravo do senhor, como ainda lhe pertence de um modo absoluto” (ARISTÓTELES, 1824, p. 14). Partindo do referencial das fontes e documentação sobre escravidão no Brasil e no Piauí, investigaremos a vida cotidiana na

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província do Piauí no século XIX. Buscamos analisar os anúncios sobre escravizados relativos à fuga, contidos nos periódicos piauienses do século XIX, e por meio desses anúncios compreender o controle sobre os corpos dos escravizados; as marcas de violência e castigos sofridos; as diversas motivações relacionadas ao ato de fugir e a relação entre senhores e escravizados. Os jornais brasileiros do século XIX são fontes ricas na investigação sobre a sociedade daquele momento, pois, através de seus registros, é possível perceber o cotidiano, as atividades comerciais, a concepção de comportamento e moralidade da sociedade. Os escravizados eram presença marcante nas páginas dos periódicos, seja na forma de contos, de crônicas, de noticiários ou anúncios. A análise dos anúncios de jornais referente a escravizados trouxe grande contribuição para a elucidação de parte tão desconhecida da nossa história, mais do que isso: a análise sistemática de anúncios relativos a escravizados nos jornais brasileiros do século XIX permitiu chegarmos a importantes conclusões ou interpretações de caráter antropológico quer psicossomático, quer cultural, através das descrições oferecidas das figuras, falas e gestos de negros – ou mestiços – à venda e, sobretudo, fugidos: altura, formas de corpo, pés, mãos, cabeça, dentes, modos de falar, doenças. Utilizamos nesta investigação a revisão de literatura que inclui trabalhos produzidos por André Barreto Campelo; Gilberto Freyre; Hebe Mattos; Keila Grinberg, Lilia Schwarcz, Michel Foucault e Silvia Lara; e a pesquisa documental, desenvolvida no Arquivo Público do Estado do Piauí, onde encontramos fontes como códigos de posturas e relatórios dos presidentes da Província, e no Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Comunicação – NUJOC onde pesquisamos os jornais digitalizados do período proposto para estudo: O Echo Liberal, O Conciliador, O Propagador, A voz da Verdade, O Expectador, Escolástico, O Analítico e A Imprensa, O Governista e O Telégrafo. Essa documentação nos permite dois tipos de análise: a quantitativa, que comporta a apresentação das características sociais mais gerais, as tendências de mudança e as permanências culturais, e a qualitativa, através da qual descobrimos especificidades e particularidades que nos aproximam daquelas pessoas do passado, evidenciando os conflitos, as ansiedades e tensões daquela sociedade. Dessa forma, as fontes oficiais nos ajudam a conhecer essas pessoas anônimas e silenciadas por uma produção historiográfica tradicional. Pretendemos observar a vida desses sujeitos a partir de pequenos fragmentos de frases, gestos e falas, muitas vezes permeados de contradições, e de registros que, mesmo oficiais, nos dizem muito da memória individual e coletiva desses grupos. Palavras – chave: História; Jornais; Corpos dos Escravizados; Violência. 03 - BALAIADA: A VERSÃO OFICIAL PELO DISCURSO DE GONÇALVES DE

MAGALHÃES NA PROVÍNCIA DO MARANHÃO, ENTRE 1838 A 1841.

Maykon Albuquerque Lacerda Graduando em História (UEMA/PIBEX/NEAFRICA)

Email: [email protected] Prof. Me. Reinaldo dos Santos B. Júnior - Orientador (UEMA/UESPI/NEAFRICA)

A análise proposta irá discutir a (des)construção de discursos vigentes sobre a Balaiada, na óptica do bacharel estadista Gonçalves de Magalhães. Bem como, à versão oficial e elitista da historiografia tradicional maranhense gestada e legitimada no final do oitocentismo, e que posteriormente influenciou às gerações futuras. A partir da ação e

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reprodução de uma memória regional excludente, elitista e conservadora. Em relação a metodologia, o presente trabalho se desenvolveu a partir de uma pesquisa bibliográfica. Ademais, o embasamento teórico enfoca autores da linha historiográfica magalhanista, tais como: Amaral (1898), Lisboa (1969), Meireles (1980), e Corrêa (1996). Além, de Salgado Guimarães (1988) que aborda a questão nacional e a escrita da história. Ressalva-se que a fonte utilizada foi o célebre livro: Memória histórica e documentada da Revolução da Província do Maranhão (desde 1839-1840), uma juntada de relatórios encaminhado ao Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1848. Em suma é perceptível identificar o tipo de proposta ideológica e impacto historiográfico que a produção magalhanista obteve em consonância com o projeto de construção do Estado Nacional, capitaneado pelo IHGB. Palavras-chave: Discursos; Magalhães; Historiografia; IHGB. 04 - O PIAUÍ RUMO AO PROGRESSO: CIDADE E TRANSPORTE COMO

FATOR DE DESENVOLVIMENTO NO SÉCULO XIX.

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Ms. José Lins Duarte (CSHNB - UFPI)

Email: [email protected] Visamos analisar algumas conformações que envolveram, principalmente, interesses políticos e econômicos de parcela da elite piauiense, a qual buscou no governo imperial apoio para realizar a transferência da capital da província e implementar a navegação fluvial a vapor. Para tanto, utilizou como argumento predominante a necessidade de melhorar as comunicações a partir do litoral, retirar o Piauí do isolamento interiorano e elevar sua participação na economia do Império. Essas realizações representavam um considerável avanço ao desenvolvimento da província, pois a nova localização as margens do rio Parnaíba, constituía expressiva libertação dos portos do Maranhão e Ceará. Atrelada a essa perspectiva, almejava-se atrair maior povoamento para as proximidades da via aquática, incluindo pessoas de províncias adjacentes, no intuito de estabelecer uma área agrícola voltada à exportação. Para alcançar as proposições, nos embasamos em pesquisas bibliográficas, documentos impressos e manuscritos que versam sobre o tema. Nessa condução, utilizamos como aporte produções de autores como Eric Hobsbawm, Jacques Le Goff e René Rémond, os quais dentre outras questões, abordam aspectos econômicos, políticos e concepções de progresso. Entendemos, que mesmo tendo alcançado alguns resultados, se trata de um assunto que requer continuas avaliações, devido a uma diversidade de documentos a serem averiguados. Palavras-chave: Transferência da capital; Navegação a vapor; Governo imperial; Desenvolvimento; Piauí.

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05 - TRABALHO, POBREZA E CARIDADE: AS AÇÕES DAS COMISSÕES DE

SOCORROS AOS DESVALIDOS DA SECA NO PIAUÍ (1877-1879).

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Suylane Constâncio Cavalcante Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Maria Taislane dos Santos Carvalho de Lima

Graduanda em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

O presente trabalho busca estudar o cotidiano dos migrantes nos jornais do Piauí oitocentista, e como os mesmos eram retratados nas narrativas jornalísticas. Busca analisar o contexto da seca instalada no Piauí Oitocentista. Observando através das narrativas dos jornais que circularam no Piauí de (1877-1878), o contexto da seca, partindo das estratégias e resistências dos migrantes para se fixarem em terras da província da Piauí e das formas de trabalho que ocuparam a fim de procurarem melhores condições de vida neste período de fome e como eles eram vistos pelas elites e pelas demais pessoas que viviam na província. Nessa análise, utilizaremos como aporte teórico os autores como Frederico de Castro Neves, Maria Mafalda Balduino e Raimunda Celestina Mendes da Silva, os quais dentre outros autores, abordam aspectos relacionados a seca, a migração e a fome nos oitocentos. Diante disso, buscaremos analisar por meio de documentos manuscritos e das leituras que versam sobre o tema e período em foco, diversas questões que se inserem nesse contexto de seca e miséria dando voz aos sujeitos ignorados, tendo como mote, em especial, o papel dos jornais, a disciplina e os trabalhos impostos a esses pobres migrantes que aqui se fixaram. Palavras-chave: Piauí Oitocentista; Migrantes; Seca; Jornais. 06 - RESQUÍCIOS DA GRANDE SECA: TRABALHADORES E NÚCLEOS

COLONIAIS (1877-1879).

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Maria Gabriela Caroline Leal Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBIC)

Email: [email protected] Victória Régia dos Santos Lima

Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBEX) Email: [email protected]

O presente trabalho está fundamentado no assistencialismo prestado pelo governo provincial durante a seca de 1877-79 no Piauí, período que em muitos aspectos alterou a relação campo-cidade. A seca de certa forma serviu para ponderar sobre vários problemas sociais que se passavam na época, onde o foco principal dos líderes políticos era a modernidade dos centros urbanos, e com a Grande Seca viram como um meio para benefício próprio com a implantação de programas sociais como as Comissões de Socorros. A vista disso se faz necessário evidenciar que ao longo das análises das

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notícias dos jornais da época a respeito da Grande Seca, mostra que em vários jornais as notícias eram semelhantes, quando se trata das Comissões de Socorros, desvios de verbas, entre outros. A seca, mais especificamente nos anos de 1877-79, foi um período marcado pelas inúmeras investidas das implantações dos meios de assistencialismo do poder central da Província do Piauí, além disso o fenômeno climático seca, passou a ser utilizado como formas de poder, exploração e das barganhas. Nesse sentido, foi importante a utilização das obras de Frederico de Castro Neves, onde tratam da seca no Ceará, mas, necessárias para traçar os caminhos percorridos pelos retirantes, até a chegada na província do Piauí. Como também, o trabalho da Georgina da Silva e da Zilda Maria Menezes Lima, onde aborda o período relatado, assim como os meios assistencialistas do período, base importante para a compreensão da temática, mas, cabendo problematizar e utilizar-se da criticidade, pois são escritas embasadas nas fontes, mas com suas subjetividades. Palavras-chave: Seca; Comissões de Socorros; Retirantes. 07 - NARRATIVAS E PERCURSOS: O PIAUÍ NOS RELATOS DE VIAJANTES

NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX.

Kacia Mikaela de Sousa Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Ms. José Lins Duarte – Orientador (UFPI)

O presente trabalho pretende analisar narrativas dos viajantes bávaros Johann Baptist von Spix (1781-1826), Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e o britânico George Gardner (1812-1849) que estiveram nas províncias do Norte do Brasil, onde atualmente corresponde a região Nordeste. A nossa pesquisa se concentra na passagem destes estrangeiros pelo Piauí na primeira metade do século XIX. Pretendemos examinar alguns escritos destes viajantes, atentando-nos para como estes interpretaram os aspectos econômicos, sociais e políticos da província, tendo em vista os critérios eurocêntricos, como a ideia de civilidade, que mediaram as representações do “outro” em suas narrativas. As fontes que serão utilizadas são os próprios relatos de viagem que esses sujeitos escreveram e publicaram após o retorno ao seu país de origem. Sendo elas, o segundo volume da obra Viagem pelo Brasil 1817-1820 de Spix e Martius, bem como o relato de viagem intitulado Viagens no Brasil de George Gardner. Além destas, utilizaremos mapas para compreendermos os percursos desses viajantes pelo Piauí oitocentista. A metodologia utilizada será uma análise crítica dos relatos desses viajantes, contemplando o tempo e espaço onde cada sujeito está inserido. Como aporte teórico, utilizaremos autores que enfatizaram e destacaram a presença de viajantes no Brasil oitocentista, tais como a obra de José Carlos Barreiro, Sérgio Willian de Castro Oliveira Filho, Hebe Castro, Gilberto Freyre entre outros. Palavras-chave: Viajantes estrangeiros; Narrativas de viagens; Piauí; Século XIX.

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08 - PARTICIPAÇÃO INDÍGENA E AFRICANA NA ECONOMIA

MARANHENSE ENTRE 1755 A 1822.

Amanda da Costa Figueredo Graduanda em História (UEMA)

E-mail: [email protected] Andressa Fernanda Teixeira

Graduanda em História (UEMA) E-mail: [email protected]

Profa. Ma. Talyta Marjorie Lira Sousa Nepomuceno - Orientadora (UEMA)

O objetivo deste trabalho é analisar os motivos da utilização da mão-de-obra africana em detrimento da indígena, e em que momento os grupos indígenas passam a ser apontados como obstáculo à expansão da lavoura algodoeira no Maranhão. Ademais, o embasamento teórico enfatiza autores, tais como: Alfredo Wagner Almeida (2008); Francisco de Paula Ribeiro (2002); e Raimundo José de Sousa Gaioso (1970), que descrevem em seus relatos o estado econômico e as organizações espaciais e comerciais da Província do Maranhão, bem como às movimentações econômicas nacionais e internacionais, entre 1755 a 1822. Em relação a metodologia, o presente trabalho se desenvolveu a partir de uma pesquisa bibliográfica. No que tange às fontes, foram utilizadas somente livros. Em suma os resultados finais referem-se a inclusão e relevância da exploração da mão de obra escrava, e a exclusão dos nativos, em tese, por meio de justificativas por parte do Estado Português. Em contrapartida ainda vigorava a permanência e à procura ilícita de gentis para trabalhos braçais, logo demonstrando o não cumprimento da Lei Metropolitana concernente à proibição da escravização indígena, ao mesmo tempo em que se intensifica o Tráfico Negreiro em terras maranhenses. Palavras-chave: Maranhão; Economia; Gentio; Escravo. 09 - A SECA CASTIGA, MAS TAMBÉM ENSINA: RESISTÊNCIA FEMININA

DURANTE A SECA NO PIAUÍ OITOCENTISTA.

Victória Régia dos Santos Lima Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBEX)

Email: [email protected] Maria Gabriela Caroline Leal

Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBIC) Email: [email protected]

Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Este trabalho visa levantar um debate em torno das práticas de clamor e caridade ocorridos no Piauí oitocentista, especificamente, entre os anos de 1877-1879, configurando tais práticas como atos de resistência, principalmente feminina. Este triênio foi marcado por uma grande estiagem que alterou a vivência dos sertanejos por toda a região Norte (atual Nordeste), tornando-se um evento característico dessa região e, dado a sua magnitude aliado ao contexto de mudanças nas relações existentes no

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campo, acabou por resultar numa efetiva ação governamental, figurando-se como ponto definidor das demandas governamentais para a região. À vista disso, uma rede de solidariedade foi criada em torno da seca buscando amenizar as mazelas oriundas das problemáticas da estiagem. Dentro desse contexto, a província do Piauí tornou-se uma importante rota de fuga para os flagelados, mesmo sendo um território que também sofria com a seca e as mazelas oriundas de tal evento. Diante da multidão de migrantes, destacam-se uma quantidade de mulheres que escreviam para as autoridades reivindicando alimentos, medicamentos e roupas para suas numerosas famílias. Dentro dessa perspectiva busco aqui problematizar as ações assistencialistas prestadas pelo governo imperial e provincial. Para o desenvolvimento dessa pesquisa nos debruçamos sobre o estudo de fontes documentais encontradas e disponíveis no Arquivo Público do Estado do Piauí. A partir da transcrição, análise e problematização dessas cartas foi possível mapear os sujeitos que as escreveram e os seus principais escritos a rogos. As documentações são de caráter oficial e trazem em suas linhas assertivos acerca das condições em que se encontrava a população da província, bem como as principais necessidades que as Comissões de Socorros buscavam sanar. Procuramos, a partir do contato com a fonte, discutir as relações de gênero neste contexto de seca, elucidando as maneiras de resistências encontradas pelos grupos femininos para sobreviverem em um contexto social, econômico e natural de grande dificuldade. Para alcançar os objetivos propostos utilizamos discussões de importantes historiadores como Maria Mafalda Baldoíno de Araújo, teórica essencial para o entendimento do contexto social do Piauí na temporalidade aqui destacada, Durval Muniz de Albuquerque Júnior, referência nos estudos sobre o Nordeste; como base para esse estudo trabalhamos a expressão jogos de gênero formulado pelo historiador Luc Capdevilla, mas aqui sintetizada pela historiadora brasileira, Ana Rita Fonteles Duarte. Relacionando as fontes e as leituras realizadas podemos perceber que por não serem alvos das políticas emergenciais oriundas das Comissões de Socorros Públicos, as mulheres criaram maneiras de se relacionarem com a estiagem, principalmente, quando tinham que prover o sustento da família, visto a ausência dos maridos que fugiam dos seus locais de origem em busca de melhores condições. Pensar as relações de gênero nessa perspectiva nos permitirá olhar para questões pouco trabalhadas no contexto da seca, sobretudo, no que versa ao Piauí. Para além de compreender as características desse fenômeno e suas implicações sociais, é necessário buscar compreender as relações sociais e políticas estabelecidas nesse meio, bem como as diferenciações sexuais que permeavam essas relações. Servirá também para colocar as mulheres como sujeitos ativos, que apesar de estarem colocadas em um contexto social que as silenciavam, elas mantinham maneiras próprias de resistirem e atuarem ativamente na sociedade. Por fim, salientamos que os jogos de gênero ficam evidentes nesse contexto, onde as mulheres utilizavam, mesmo que de forma inconsciente, os padrões sociais que as colocavam em um local de subalternidade a seu favor. Palavras-chave: Seca; Migrantes; Mulheres; Resistência; Piauí.

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10 - A SECA E O DNOCS NO PIAUÍ: PROJETOS E AÇÕES UTILIZADOS PARA

ATENDER O FLAGELO (1870 -1909).

Maria de Lourdes Andrade dos Santos Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Ms. José Lins Duarte – Orientador (UFPI)

Este trabalho tem como objetivo, analisar as primeiras participações do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) no Piauí. Identificando assim quais foram as suas principais ações com a sociedade piauiense. Compreender, como seus serviços ajudaram os padecentes da seca a sobreviver nos anos de prolongadas estiagens. Outro ponto de observação, é ressaltar o processo de criação da instituição e quais os estudos concedidos para que as obras fossem realizadas. Ao longo desses períodos de falta de chuva, fica evidente que se trata de um fenômeno natural e não há como evitá-lo. Diante disso, foram tomadas algumas medidas, visando atender essa necessidade, entre elas a criação de órgãos específicos para tratarem desse assunto. Perante a situação, foi criado o DNOCS com a intenção de adotar procedimentos para armazenamento, distribuição de água e outras medidas cabíveis nesses períodos para que os problemas fossem sancionados. Antes de se tornar o DNOCS, o órgão teve outros nomes e outras funções, porém com a mesma finalidade. A metodologia utilizada nesse trabalho baseia-se principalmente nas obras dos autores Paulo Guerra, Maria Mafaldo Baldoíno, Ciro Flamarion, Carlos Garcia e o aporte de alguns jornais de Teresina e relatórios provinciais. Palavras-chave: DNOCS; Seca; Piauí. 11 - O CENÁRIO DO CAOS: ASSISTENCIALISMO E TRABALHO AOS

MIGRANTES NO PIAUÍ (1877-1879).

Kércia Andressa Vitoriano Gonçalves Graduanda em História (CSHNB – UFPI - ICV)

Email: [email protected] Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro – Orientador (UFPI)

O presente trabalho tem como objetivo analisar historicamente o período de seca no Piauí, nos anos de 1877 a 1879. Abordando a seca, não somente como um fenômeno climático, mas social, político e econômico, acometendo o cotidiano dos migrantes. A pesquisa abrange uma análise crítica de discurso dos meios de assistencialismo e trabalho que foram implantados para os flagelados. No decorrer da pesquisa será pautada a visão marginalizada em que cercava os retirantes, tendo sua situação agravada nos períodos de estiagem, acometidos pela fome e doenças, são obrigados a migrarem, processo em que se tornam vulneráveis a exploração e trabalho, se configurando como mão-de-obra barata. Diante do disto, percorreremos as trilhas desses migrantes, registrado em diversas fontes, tais como as cartas das comissões de socorros, assim como publicações no Jornal A Época, cujo objetivo é problematizar o tema e o lugar social desses sertanejos. Utilizando como referenciais teóricos, autores como Maria Mafalda Baldoino de Araújo, Edson Holanda Lima Barboza e Antônia Jesuíta de Lima. Palavras-chave: Assistencialismo; Migrantes; Seca.

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12 - TERESINA NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O XX: ASPECTOS

DO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO.

Fernanda Pereira Batista Borges Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Ms. José Lins Duarte – Orientador (UFPI)

O processo transformador pelo qual passou Teresina no final do século XIX e início do século XX, comparado com algumas cidades brasileiras, a exemplo do Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Fortaleza, não apresentou modificações drásticas. Contudo, nesse ínterim, algumas alterações no âmbito econômico passaram a ser estabelecidas. Até o final do oitocentos, o Piauí tinha sua economia centrada na pecuária, já no início do século seguinte, a atividade extrativista assumiu o primeiro lugar nas arrecadações, fator esse que passou a favorecer as possibilidades de melhorias públicas. Assimilando esses aspectos, intencionamos analisar o processo de modernização no Piauí, sobretudo na cidade de Teresina, principalmente no decorrer das duas primeiras décadas do século XX, levando em consideração os reflexos e relevâncias trazidas por esse processo para os agentes sociais menos valorizados da sociedade. Assim sendo, este trabalho preconiza analisar as alocuções modernizantes da época, buscando identificar os discursos das elites, bem como compreender em que medida as falas higienistas se tornaram indispensáveis nesse processo. Nessa senda, os materiais teóricos metodológicos basilares dessa pesquisa estão documentos impressos e manuscritos e bibliografias produzidas por Teresinha Queiroz, Francisco Alcides Nascimento, Pedro Pio, Nicolau Sevcenko e Sidney Chalhoub. Palavras-chave: História; Modernização; Teresina; Progresso; Civilização. 13 - HISTÓRIA DOS CONFLITOS SOBRE A “LIBERDADE” COMO DIREITO

NO PIAUI OITICENTISTA (1850-1871).

Francisco Everton Alves Graduando em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro – Orientador (UFPI)

Busco ressaltar nesse trabalho, sobretudo algumas abordagens e leituras historiográficas voltadas para o estudo do Piauí de 1850-1871. Nesse sentido nosso aporte bibliográfico contribuiu bastante apontando em todo território brasileiro um crescente movimento de conflitos na justiça com a intenção de conquista da “liberdade” ou da garantia de mantê-la, e o teórico com fundamentos sobre o estudo da Lei. Portanto é relevante destacar o uso dos apontamentos dos estudos de Keila Grinberg, 2006, 2007. De E, P, Thompson, 1998. De Charlene Veras de Araújo, 2016. De Francisca Raquel da Costa, 2017. E Beatriz Gallotti Mamigonian, 2006. Na busca de compreender as principais intenções e efeitos de sentido em jogo neste momento, analisando casos constados pela atuação da Corte de Apelação do Rio de Janeiro, da Tesouraria Provincial, do Tribunal de justiça do Estado do Maranhão, dos Jornais que circulavam a província, e do acionamento da policia pelas Queixas-Crimes, onde a vários casos referentes aos escravos buscarem

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diante da justiça, conseguir seu direito de “liberdade”. Então, após a criação de outra Lei de 1850, que proibia o tráfico de escravos no mundo atlântico fazendo com que alguns escravizados que chegaram ao Brasil a partir de 1831, buscassem perante a Justiça, conquistarem seu status de libertos argumentando terem o direito à alforria. Esse jogo continuava ativo e fortificando-se cada vez mais, sobretudo depois da criação de mais uma Lei de 1871. Com a Lei do ventre livre, ampliavam-se as possibilidades de mudança de status de escravo a liberto, dando-lhes o direito de buscarem por meio da justiça lutar pela sua liberdade quando a negociação com o senhoril não estiver sendo comprida em suas devidas circunstâncias, possibilitando que os conflitos e debates em torno do direito à “liberdade” ganhassem notoriedade. Já que naquela sociedade tornou-se instrumento bastante potente para declínio da escravidão e desenvolvimento do processo abolicionista no Piauí. Palavras-chave: Escravidão; Liberdade; Direito; Justiça. 14 - CÓDIGOS DO IMPÉRIO: POSTURAS URBANAS EM UNIÃO (PI), NOS

ANOS DE 1860 E 1878.

Jayra Barros Medeiros Doutoranda em História do Brasil (UFPI – Bolsista CAPES)

Email: [email protected] O objetivo da pesquisa é analisar as modernidades em União (PI), de meados do século XIX ao início do século XX. Neste trabalho, escolhemos como “fio condutor” o povoado Estanhado que recebe a denominação de Villa União, no ano de 1853, pela resolução nº 362, um ano depois da transferência da capital do Piauí, de Oeiras para as margens do Rio Parnaíba. Para trabalharmos o conceito de modernidade elegemos as análises de Marshall Berman (2007). Argumenta-se que os ideais de modernidades que permeavam o Brasil, no período, tenham contribuído para as transformações descritas e ainda que os articulistas e administradores do espaço estudado sofreram interferências do contexto nacional ao tentar promover no território de União, por meio, de decisões oficias medidas para implantar “artefatos de modernidade”, como os códigos de posturas, a navegação e a Usina elétrica. Para tanto, utilizaremos os códigos de posturas, da referida vila, encontrados na casa Anísio Brito. A partir dessa documentação, nos perguntamos quais as ressonâncias dos ideais de modernidade na sociedade e na cultura unionense e qual o papel desempenhado pelos códigos de posturas, nessa conjuntura. Palavras-chave: União (PI); Império; História.

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15 - OS ANÚNCIOS SOBRE ESCRAVOS EM PERÍODICOS DO MARANHÃO

NA SEGUNDA METADE DO XIX.

Mikaely da Costa Moura Graduanda em História (CESC-UEMA)

Email: [email protected] Ellyson Eduardo dos Santos Roque

Graduando em História (CESC-UEMA) Email: [email protected]

Prof. Reinaldo dos Santos Barroso Junior - Orientador (UEMA/UESPI/NEAFRICA)

A questão da escravidão é um dos temas que requerem, nos dias de hoje, mais atenção por parte dos pesquisadores, alunos e professores, visto a diversidade de aspectos existentes dentro dessa área de pesquisa, sobretudo no século XIX. Este trabalho tem como objetivo destacar a presença escrava na segunda metade do século XIX a partir dos anúncios que aparecem nos periódicos maranhenses de então. A pesquisa foi realizada a partir de buscas nos jornais, jornais como “A Pacotilha” de 1884, “O Publicador Maranhense” de 1842, “Diário do Maranhão”, de 1855 e o jornal “A Imprensa”, 1857, disponíveis na Hemeroteca Digital, um imenso acervo digital com vários dos jornais de circulação na história do Brasil. No intuito de entender a realidade escrava no Brasil e no Maranhão da segunda metade do século XIX, apoiamos nossas pesquisas nos trabalhos de Régia Agostinho da Silva (2014), Lilia Moritz Schwarz (1987), com seu trabalho “Retrato em branco e negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XXI.”, dentre outros. Através das análises, pode-se perceber que grande parte das informações e representações dos escravos nos anúncios, vem de narrativas dos seus senhores, entretanto apontam para tipos de serviços exercidos pelos escravos, possibilidades de fuga, caracterizações físicas dos escravos e outras peculiaridades do período. Palavras-chave: História; Escravidão; Anúncios; Fugas.

16 - MARCAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA NO SÉCULO XIX: FASE

INICIAL DO DESENVOLVIMENTO URBANO.

Mirely da Silva Ribeiro Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Fábio Conceição Leite

Graduando em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Prof. Ms. José Lins Duarte – Orientador (UFPI) Objetivamos analisar a implementação de determinadas melhorias públicas iniciadas no século XIX em algumas cidades brasileiras, destacando a capital do Império. Essas mudanças se davam, por conta do crescimento das urbes, que geravam certas necessidades como saneamento básico, água encanada, iluminação e transporte. Parte dessa estruturação decorria do acréscimo significativo nos processos de importação e exportação, que o país vivenciava, fortalecendo a ruptura com o período colonial, mesmo ainda havendo resquícios de continuidades. Diante disso, parcela da sociedade

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cobrava melhores condições de vida, perante a precariedade estrutural que as cidades apresentavam. Certos benefícios, já existiam na Europa e serviam de inspiração para as cidades brasileiras no processo de urbanização. As elites cobravam condições de progresso e civilização, visando interesses próprios. Usavam o termo da necessidade de civilizar, mas, aplicando um processo elitista e excludente, no qual as classes populares ficariam as margens. Inicialmente uma pesquisa bibliográfica analisando trabalhos produzidos por Emília Viotti da Costa, José Murilo de Carvalho, Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves, Humberto Fernandes Machado e Hebe Castro. Esses autores abordam o tema dentro de contornos que abrangem aspectos sociais e econômicos, os quais atendem a intenção de nossa proposta. Palavras-chave: Cidades brasileiras; Urbanização; Civilização; Progresso; Século XIX. 17 - PRIMEIRA REPÚBLICA E SUA NECESSIDADE DE AUTO-

AFIRMAÇÃO: UMA ANALISE SOBRE “OS SERTÕES” DE EUCLIDES DA

CUNHA.

Kátia de Araújo Silva Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Laura Jennifer Sousa

Graduanda em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Prof. Ms. José Lins Duarte – Orientador (UFPI) O presente trabalho tem por objetivo analisar através da Guerra de Canudos ocorrida no final do século XIX, a necessidade de autoafirmação da República como algo novo e grandioso, que vai à contramão do período monárquico, o qual era visto dentro do novo regime como algo atrasado. Nesse sentido, esperava-se que este trouxesse melhorias e progresso, no entanto, não acarretou mudanças efetivas na vida de considerável parcela população, principalmente dos menos abastados, pois os velhos problemas sociais do Império continuavam presentes na sociedade. Nesse contexto, o líder religioso conhecido como Antônio Conselheiro, começou a discursar, utilizando-se da devoção dos sertanejos, contra a República, pregando por justiça social, contra os impostos e não aceitação desse regime. Essa postura era muito atraente para o povo da região, de tal modo que Canudos mesmo sendo um povoado pequeno no interior da Bahia, tornou-se uma ameaça ao governo, pois sua linguagem era muito perigosa frente a uma nova política em vias de se constituir e que desejava mostrar firmeza, não permitindo que levantes como os vários ocorridos no período imperial, fosse incentivado. Por fim, o Estado venceu as resistências dos sertanejos, após algumas tentativas, destruindo totalmente a comunidade. Inicialmente, uma pesquisa analisando os trabalhados produzidos por Euclides da Cunha, Jorge Ferreira, Rui Facó, Manoel Benicio e Emília Viotti. Palavras-chave: República; Antônio Conselheiro; Canudos; Século XIX.

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ST 04 – HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL: PERCURSOS

HISTORIOGRÁFICOS.

Coordenador

Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – UFPI/CSHNB

01 - DIÁLOGOS INTERCULTURAIS ENTRE GREGOS E EGÍPCIOS SOB A

ÓTICA DE HERÓDOTO.

Maria Rosimeire de Sá Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – Orientador (UFPI)

No presente trabalho, analisaremos a trajetória historiográfica de Heródoto, abordando a relação entre helênicos e egípcios no processo de constituição das divindades gregas, no qual destacaremos os povos egípcios como influência para a construção da identidade cultural e religiosa dos gregos. Como meio de investigação desse estudo, utilizaremos a obra Histórias como fonte de documento na metodologia do trabalho apresentado. Objetivamos, nesse estudo, destacar os contatos culturais que proporcionaram a aproximação de helênicos e egípcios na adoção das divindades, que são cultuadas e reverenciadas como o baluarte das cidades. A finalidade desse trabalho, tem como meta realizar um estudo em que o leitor entenda o diálogo intercultural que Heródoto promove, no sentido de apresentar vínculos no campo da religião e cultura entre helenos e egípcios. Palavras-chave: Heródoto; Divindades; Deuses; Narrativa Histórica.

02 - A CONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO CRISTÃO: DISCUSSÕES

HISTORIOGRÁFICAS SOBRE O BISPO EUSÉBIO DE CESÁREA (265-339) E O

IMPERADOR CONSTANTINO I (272-337).

Déborah de Carvalho Coelho Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected]

Investigamos no presente trabalho como as relações de poder entre política e religião contribuiu para a construção do império cristão e a definição de um tipo de cristianismo. Tendo em vista, que o Bispo Eusébio de Cesaréia estabeleceu uma relação de proximidade com Imperador Constantino I para projetar o fortalecimento do cristianismo no Império Romano. Para este estudo, analisaremos o discurso da obra a História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia e os escritos historiográficos no Brasil, sobretudo dissertações e teses que objetivaram o Imperador Constantino I e o Bispo Eusébio de Cesaréia no século IV como “Eusébio de Cesaréia e a defesa do patrimônio imobiliário cristão (século IV d. C.)” de Eliton Silva, “A atuação publica dos bispos no principado de Constantino: as transformações ocorridas no império e na igreja no inicio do século IV através dos textos de Eusébio de Cesaréia” de Robson Torre e o “O

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Império Romano e o Reino dos Céus: A construção da imagem sagrada do imperador em “De laudibus constantini”, de Eusébio de Cesaréia (séc. IV d.C.) de Miguel Marvilla. Buscaremos mostrar a relevância de Eusébio de Cesaréia e de Constantino no processo de constituição do império cristão e da afirmação do cristianismo niceno no Império Romano. Palavras-chave: Império cristão; Cristianismo niceno; Eusébio de Cesaréia; Constantino I; Historiografia. 03 - REPRESENTAÇÕES SOBRE A MULHER ESPARTANA SOB A ÓTICA DE

XENOFONTE (430 – 355 a.C.) E PLUTARCO (120-46 a.C.).

Nádia da Conceição Bezerra Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – Orientador (UFPI)

Através deste trabalho objetiva-se compreender as representações sobre a mulher espartana na perspectiva do grego Xenofonte e do romano Plutarco e entender a função social da mulher em Esparta. No que tange a mulher espartana, parece-nos complicado estabelecer uma relação de liberdade ou de submissão, parte dessa indecisão pode ser atribuída ao fato de não se possuir relatos femininos a respeito de si, as informações que temos acesso são restritas por pensamentos masculinos. “É preciso ressaltar que as imagens produzidas também são oriundas do pensamento masculino, pois o homem seleciona o tema de sua arte conforme os valores sociais aceitos”. (SILVA, 2005, p.13). Para obter os resultados será feita uma análise das obras “Á vida de Licurgo” presente no livro Vidas Paralelas de Plutarco e a “Constituição dos Lacedemônios” de Xenofonte, através da pesquisa explicativa. O estudo desse trabalho será fundamentado em ideias de teóricos e para isso serão utilizadas fontes secundárias como trabalhos acadêmicos, artigos e livros. O que pode-se afirmar é que a mulher espartana se destacou em seu tempo, equiparando-se em certo modo a mulher contemporânea, indo totalmente contra as perspectivas da época uma vez que às mulheres eram geralmente negadas a cidadania, a educação e o direito à propriedade. A partir da observação da mulher espartana é possível perceber que elas eram equiparadas aos homens. Palavras-Chave: Mulher espartana; Educação; Liberdade.

04 - ENTRE A FÉ E A ESPADA: UM ESTUDO SOBRE AS IMPLICAÇÕES

POLÍTICAS PRESENTES NO MODELO DE CRISTÃO PERFEITO ASSOCIADO

AO CAVALEIRO MEDIEVAL N’O LIVRO DA ORDEM DE CAVALARIA DE

RAMON LLULL (1279-1283).

Emerson Evandro da Silva Graduando em História (CSHNB – UFPI)

E-mail: [email protected]

O presente trabalho possui como mote investigar as relações de poder na sociedade medieval do Ocidente e, mais especificamente, na Península Ibérica do século XIII, por meio da análise de um importante agente social do período, o cavaleiro, em suas relações com o universo religioso e as configurações políticas em que estavam

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enredados na época. Para tal, utilizaremos como fonte histórica O Livro da Ordem de Cavalaria (1279-1283), do filósofo catalão Ramon Llull, obra na qual a figura do cavaleiro aparece como um modelo de conduta a ser seguido, por agir em conformidade com os preceitos cristãos, incorporando o que poderíamos chamar de modelo de cristão perfeito. Além disso, a obra mostra-se uma fonte privilegiada de informações acerca desses sujeitos no que concerne à sua relação com a Igreja e com os indivíduos que ocupam os espaços de poder, o que nos permite identificar as marcas de distinção social entre cavaleiros, senhores feudais e clérigos, e questionarmos a função social exercida por ele no período em análise, bem como as implicações políticas resultantes dessas relações, objetivo central do trabalho. Assim sendo, esta produção utiliza como referencial teórico e segue os pressupostos teórico-metodológicos de historiadores medievalistas de renome como Jacques Le Goff e George Duby, em obras como Raízes da Sociedade Medieval e A Sociedade Cavaleiresca, dentre outras, por serem uma valiosa fonte de informações e contribuições em torno dessa temática. Palavras-chave: Cavalaria; Cristão perfeito; Implicações políticas; Ramon Llull.

05 - HISTORIOGRAFIA SOBRE JESUS: O JESUS HISTÓRICO E O CRISTO DA

FÉ.

Ramonn Gonçalves de Moura Graduando em História (CSHNB – UFPI – PIBID - LABHAM)

Email: [email protected] Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – Orientador (UFPI)

O presente trabalho pretende fornecer um panorama acerca do desenvolvimento das pesquisas em torno do Jesus Histórico, no contexto intelectual, desde seu surgimento no século XVIII, com as chamadas biografias de Jesus, aos dias atuais, onde existe um aparato metodológico interdisciplinar para estudar o personagem do Jesus Histórico. Ademais, falarei sobre as intencionalidades que influenciaram os estudiosos a analisar as fontes que se reportam a Jesus. Para isso, será realizado um estudo bibliográfico dessas pesquisas, nos quais os autores André Leonardo Chevitarese (2016) e John Dominic Crossan (2016) nos serão imprescindíveis. O cristianismo, chamado na teologia ortodoxa e no senso comum, compreende a maior religião do mundo nos dias hodiernos, sendo engendrada a sua estrutura de pensamento em torno de Jesus Cristo, no entanto, essa estrutura se ramifica em diversas concepções, defendidas por Igrejas diferentes. Dessa maneira, essa religião se fragmenta nos chamados cristianismos. Muitas dessas Instituições forjam suas marcas de alteridade em suas teologias, no intuito de se legitimarem como portadoras das verdades sobre os ensinos do Cristo. Em um país como o nosso de predominância cristã a maioria das pessoas não sabe distinguir a diferença entre o Jesus Histórico e o Jesus Cristo. Devido à consolidação do campo historiográfico do Jesus Histórico, no século XX, esse debate toma novas formas e avança no seu campo do conhecimento, principalmente por conta da interdisciplinaridade no estudo das fontes antigas, que por sua vez são muito variadas, pois existem fontes judaicas, gregas, egípcias, babilônicas, entre outras, que tratam do Jesus Histórico. Anteriormente essas fontes eram utilizadas pelos teólogos apenas para justificar a cosmovisão teológica defendida. Em suma, consoante os avanços da historiografia sobre Jesus, essas fontes são problematizadas sob um forte rigor metodológico da linguística, história, antropologia e filosofia. Palavras-chave: Historiografia; Jesus Histórico; Interdisciplinaridade.

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06 - MULHERES EGÍPCIAS: DIÁLOGOS SOBRE TEMÁTICAS FEMINISTAS

PARA A COMPREENSAO DO SUJEITO FEMININO NO MUNDO ANTIGO.

Germana da Silva Holanda Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior – Orientador (UFPI)

A discussão que pretendemos explanar trata-se de analisar as contribuições dos estudos de gênero para compreender as abordagens dos sujeitos femininos, sobretudo da mulher egípcia na XIX dinastia, através da pesquisa de obras que problematizaram fontes literárias, que descreviam traços do comportamento feminino. Como objetivo, apresenta-se a proposta de apresentar olhares masculinizados sobre a mulher bem como problematizar o ideal de mulher apresentado na literatura egípcia, como metodologia utiliza-se de abordagens teóricas e análises de textos no intuito de se pretender da voz aos sujeitos femininos descendentes de antigas civilizações. Os estudos de Gregory Balthazar, Haydee Oliveira, Thais Rocha e Margaret Bakos foram essenciais para se pensar numa ideia de protagonismo do sujeito feminino presente nas literaturas do Reino Novo no Egito. Portanto, argumentamos que os discursos, produzidos sobre as mulheres, repercutiram na construção de identitária do sujeito feminino na antiguidade, regularmente associado a noções patriarcais e de subalternidade sustentamos, resultados parciais, que a construção do sujeito feminino, e sua marginalização histórica, estava pautada no interior das relações de poder, estabelecida no seio das categorias dominantes. Palavras-chave: Mulheres egípcias; Estudos de gênero; Identidade. 07 - A EXEGESE DE BASÍLIO DE CESAREIA SOBRE O GÊNESIS NO

HEXAEMERON: O CRISTIANISMO COMO REDUTO DE MOVIMENTOS

FILOSÓFICOS TARDO-ANTIGOS.

Jonnildo Vilomar Mateus Viana Graduando em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected]

Com a finalidade de entender as configurações filosófico-teológicas do cristianismo tardo-antigo, nossas investigações terão como objetivo analisar o hexaemeron, conjunto de nove homilias que dissertam acerca dos seis dias da criação relatados na narrativa cosmogônica do gênesis. O hexaemeron fonte que é objeto chave de nossas investigações, em tese, é um conjunto de exegeses onde o bispo capadócio desenvolveu estudos de natureza filosóficas, teológicas e cosmológicas acerca da narrativa cosmogônica contida na literatura do Gênesis. Isso posto a historiografia anglo americana nos informa que o bispo e teólogo capadócio era oriundo de família abastada, nascendo por volta do ano de 330 d.C. em sua cidade natal Cesárea. Posteriormente a isto, o capadócio recebeu formação filosófica nas cidades de Atenas e Alexandria, locais onde o teólogo obtivera contato com as correntes filosóficas que o influenciaram na composição de suas epístolas e homilias. Nesse sentido, a obra torna-se indispensável para a compreensão dos usos e desusos de ideias oriundas de diferentes escolas filosóficas tardo-antigas como estoicismo e neoplatonismo na composição de uma

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ontologia de mundo cristã que não só singularizou o bispo Basílio no âmbito da literatura cristã, mas também no cenário político principalmente frente aos seus embates com os demais grupos sociais de sua época, entre os quais se destacam os Gnósticos e Maniqueus. Por consequência disso a questão-chave consiste em entender até que ponto o bispo capadócio apropriou-se de conhecimentos provenientes de escolas filosóficas como as estoicas, neoplatônicas, pitagóricas, gnósticas e maniqueístas para fundamentar a interpretação do Gênesis.

ST 05 - GÊNERO, MEMÓRIA E SUBJETIVIDADES.

Coordenadoras

Profa. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha – UFPI/CSHNB

Profa. Ma. Rannyelle Rocha Teixeira – UFPI/PARFOR

01 - AS MULHERES NO ALVORECER DA REPÚBLICA: OS DIREITOS

FEMININOS NESSA NOVA ORDEM (1889-1930).

Ana Carolina da Conceição Silva Graduanda em História (CESC-UEMA)

Email: [email protected] João Victo Cantanhede de Oliveira

Graduando em História (CESC-UEMA) Email: [email protected]

Prof. Me. Wendell Emmanuel Brito - Orientador (CESC-UEMA) O presente artigo apresenta uma discussão acerca da condição feminina no cenário brasileiro durante o período de transição entre colônia ao império, e posteriormente a instituição do regime republicano no final do oitocentismo. Em relação a metodologia o presente trabalho se desenvolveu a partir de pesquisas em artigos, teses, dissertações e livros. Para pensar tais questões, utilizamos como luz teórica: Carvalho (1990); Oliveira (2017); Silvano (2014) e Sturzenegger (2018). Ressalva-se que a fonte utilizada foi o célebre livro: Breve história do feminismo no Brasil, Telles (1999). Em suma, procuraremos demonstrar como se deu o progresso de condição feminina à época trabalhada, bem como os desafios e perspectivas angariados por mulheres frente à sociedade patriarcal vigente. Em relação aos resultados é perceptível e enfático às figuras femininas relevantes para os direitos e conquistas adquiridos ao longo da História, e representadas na atual sociedade brasileira. Palavras-chave: História; Mulher; Primeira República; Direitos.

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02 - NOVAS CONFIGURAÇÕES DO FEMININO NA NARRATIVA DE

CATARINA MELONI SOBRE OS ANOS 60.

Profa. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha (UFPI) Email: [email protected]

O objetivo deste trabalho é analisar o relato de Catarina Meloni sobre as transformações sociais e culturais em relação à vida feminina no final da década de 1960, a partir de sua experiência como estudante universitária e militante do movimento estudantil. Para tanto, será utilizada como fonte, a obra de caráter memorialista, 1968: tempo de escolhas, que foi publicada em 2009. A análise levará em conta o deslocamento das fronteiras de gênero através da atuação feminina em novos espaços sociais e políticos. A narrativa de Catarina Meloni valoriza o protagonismo feminino em contraposição ao patriarcado, representado, por exemplo, pela autoridade paterna e por um namorado da estudante. As escolhas relatadas por Catarina Meloni enfatizam rupturas em relação à geração de sua mãe, mas também um processo de subjetivação pessoal, diante uma conjuntura social e política, marcada pela crítica às desigualdades sociais e pela ditadura militar. Para essa análise faz-se pertinente recorrer à reflexão sobre patriarcado desenvolvida por Heleieth Saffioti; e a discussão sobre memória desenvolvida por Michel Pollack, compreendendo-se que os relatos memorialistas consistem em uma seleção em relação aos acontecimentos do passado e uma forma de gestão da memória. Palavras-chave: Memória; Mulheres; Movimento Estudantil Universitário. 03 - ENTRE SANTAS E PECADORAS: AS REPRESENTAÇÕES MISÓGINAS DA

MULHER DURANTE A ÉPOCA MODERNA.

Luana Moura Santos Graduanda em História (CSHNB-UFPI) Email: [email protected]

Maria Manuela de Sousa Rocha Graduanda em História (CSHNB-UFPI) Email: [email protected]

Prof. Dr. Alexandre Rodrigues de Souza – Orientador (UFPI) O presente trabalho tem como objetivo compreender a dualidade na representação da mulher, durante o período moderno, analisando o incentivo da igreja em reforçar e impor um ideal de conduta moral às figuras femininas. Além disso, busca compreender também a perspectiva das mulheres que não se adequavam a esse ideal proposto, mostrando como práticas sociais como a bruxaria e feitiçaria vem sendo explicadas a partir da noção de resistência. Não seguindo a norma imposta pela sociedade, acabaram por fomentar ainda mais o suposto desregramento ao realizarem práticas sociais perseguidas por instituições da igreja como, por exemplo, a Inquisição. Dessa maneira, buscamos utilizar na elaboração do trabalho a análise de diversas obras bibliográficas. Pretendemos investigar os dois tipos de mulheres aparentemente distintas, uma vez que essa dualidade penetrou a mentalidade popular. Nesse sentido, entendemos que tanto as mulheres “santas” como as “pecadoras” são criações de variados discursos, dentre eles o misógino. Palavras-chave: Mulher; Misoginia; Época Moderna.

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04 - PROFISSIONAIS DO SEXO: DESAFIOS NO RECONHECIMENTO DOS

DIREITOS TRABALHISTAS E DA VIVÊNCIA SOCIAL.

Mayra Moura de Oliveira Graduanda (Faculdade R. Sá)

Email: [email protected] Wellen dos Santos Silva

Graduanda (Faculdade R. Sá) Email: [email protected]

O presente estudo tem por objetivo analisar a luta por direitos dos profissionais do sexo, discorrendo sobre as principais necessidades desses profissionais no reconhecimento de seus direitos enquanto categoria profissional, por fim discorrendo limites colocados tanto no mercado profissional como na vivência social. A realização desse trabalho se deu através de pesquisa bibliográfica, com busca por artigos em internet, com visitas a sites. Com a finalidade de fazer uma apreensão do enfrentamento dessa categoria pelos seus direitos enquanto profissionais que exercem função comercial e enquanto pessoas portadoras de direitos sociais. Palavras-chave: Profissionais do Sexo; Mercado de Trabalho; Direitos trabalhistas;

Vida em Sociedade.

05 - DESCOLONIZANDO O GÊNERO: POR UM FEMINISMO DE

RESISTÊNCIA.

Katia Daniela Gomes Honorato Graduanda em História (CSHNB-UFPI – Residência Pedagógica)

Email: [email protected] Profa. Dra. Érica Lopo de Araujo – Orientadora (UFPI)

Essa pesquisa se debruça acerca das contribuições da teorização decolonial propostas por Maria Lugones em sua análise sobre a colonialidade de gênero na América Latina. Trata-se de uma discussão fundamental para se pensar o contexto de países Latino Americanos, incluindo o Brasil, no que tange argumentações centradas na interseccionalidade de gênero, raça, classe e redimensionamento da construção de “diferenças” e do “outro”. A metodologia utilizada neste trabalho baseia-se na pesquisa bibliográfica e na revisão de literaturas, partindo da perspectiva teórico-metodológica orientada por autores como Edgar Lander (2005), em seus estudos sobre o colonialismo; Aníbal Quijano (2005), quando este pensa o conceito de colonialidade e Lugones (2004), que discute a respeito da colonialidade de gênero. Esses referenciais foram e são necessários para desconstruir conceitos, formular outras visões em que se destaque a importância de conceituar o gênero como uma das formas de opressão colonial e se questione os padrões eurocêntricos fortemente inseridos na historiografia nacional e Latino Americana. Palavras-chave: Colonialidade; Gênero Decolonial; América Latina.

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06 - CORPOS FRAGMENTADOS: A REPRESENTAÇÃO DO CORPO DA

MULHER INDÍGENA NOS CADERNOS COLONAIS.

Profa. Ma. Rannyelle Rocha Teixeira (UFPI – PAFOR - NEABI) Email: [email protected]

O presente trabalho tem como objetivo analisar as imagens e os textos sobre como os corpos femininos das mulheres angolanas estão sendo representados no periódico lusitano, Cadernos Coloniais, durante o período do Salazarista, o Estado Novo e como a construção discursiva do corpo está intimamente relacionada as manobras e estratégias de poder em prol do projeto colonialista português. Os Cadernos Coloniais são uma coleção com setenta livros publicados pelas Edições Cosmos entre os anos de 1920 e 1960, mas com especial relevância entre os anos de 1935 e 1941, com temas que versam sobre as colônias portuguesas e os nativos das colônias. Desta coleção serão selecionados todos os cadernos que foram publicados sobre Angola, cujo os artigos e imagens servirão como peças de análise acerca do que se procura retratar e divulgar sobre as colônias portuguesas. Sob o ponto de vista metodológico, pretende-se, fazer a seleção dos textos que contenham as informações sobre os povos angolanos no que tange as mulheres angolanas que são evidenciados nos artigos, principalmente, os de autoria da portuguesa Maria Archer. Em seguida, pretende-se realizar as análises dos conteúdos com vista a responder de forma tão cabal quanto possível às questões do trabalho que foram levantadas. A recolha do material pré-selecionado conforme as temáticas e as linhas de argumentação escolhidas permitirá uma nova seleção levando em conta critérios como “representatividade” – imagens e textos que abarcassem uma razoável variedade de estratos sociais e lugares de fala dessas mulheres. A escolha dos Cadernos Coloniais para a pesquisa é rica em conteúdo, em suma, pelo período em que é analisada e pelo discurso presente na revista, pois não tinha um viés científico, mas sim de propaganda. Despertando na pesquisa histórica não apenas a curiosidade, mas também a necessidade de se explorar o máximo possível as análises existentes pelo contato entre Portugal e África que está contido na revista. Dentro desse contexto as contribuições de Foucault (2014), Gaskel (1992), Certeau (2008), Mauad (1996), Valentin Alexandre (1993), Matos (2006), Bourdieu (2008) nos ajuda a perceber como esses discursos ocupam os espaços e (re) modelam toda uma sociedade e identidade de um povo. Nas imagens e nos discursos o corpo feminino tem um papel primordial na elaboração da identidade social do indivíduo. É através do corpo que o sujeito tem contato com o mundo e por ele é afetado. O indivíduo ao ocupar um lugar no espaço social possui uma compreensão desse mundo, porque desde sua gênese foi exposto as suas influências. Nesse sentido, é subordinado e moldado pelas condições materiais e culturais de existência. O corpo posto no espaço social está sujeito a um processo de socialização, cujo produto é a própria individualização, a singularidade do “eu”, sendo forjada nas e pelas relações sociais. Sendo assim, é importante percebermos o papel assumido pelo periódico ao ser interlocutor de um discurso no momento de análise e como as ações paternalistas coloniais impuseram toda uma postura de aculturação. As imagens e os discursos sobre a representação do corpo da mulher indígena emergem a intenção de “lusitanizar” as sociedades tradicionais (pela destruição das suas seculares instituições) e inculcar valores ocidentais, concretamente a cultura portuguesa, da língua aos códigos éticos- morais. Os Cadernos Coloniais assim como os demais periódicos portugueses possuem um olhar estadonovista, por meio da sua produção de conhecimento, passa a expor suas colônias portuguesas, influenciando o exotismo e alteridade dos povos autóctones. A obra do colonizador possibilita a esse novo

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“português”, através da assimilação de um padrão civilizacional e cultural que Portugal lhe conferiu, deixar de lado seu “primitivismo” e, assim, sair da “barbárie” na qual estava inserido. Efetivamente, a análise que se faz do Outro, no caso o colonizado, teria que ser representada de forma que reunisse as razões que justificassem a missão portuguesa em suas colônias, tendo em conta a fonte histórica utilizada. Desse modo, tais representações deveriam, portanto, beneficiar o colonizador português, em detrimento dos que não eram capazes de se governar. Na verdade, esse ato de civilizar exercido pelo colonizador não era visto como proveito para elevar seu próprio ego, mas sim para garantir que, ao civilizar, o colonizador era responsável em apresentar e oferecer um mundo melhor ao colonizado. A relação superioridade versus inferioridade de um determinado povo em relação a outro coloca-se em evidência no momento em que determinados indivíduos se julguem superiores e com o direito de dominar os que concebem como atrasados na escala civilizacional. No caso do corpo feminino esse olhar colonialista pode ser considerado como um elemento que condiz dentro de uma estrutura social o lugar condicionado para essas mulheres. Seus corpos, suas vestimentas, seus adornos são pontos crucias de análise para quem os estuda. Dessa maneira, é preciso compreender a todos e todas como agentes de sua própria história. Nessa perspectiva, apostamos que, ao se avançar em tais reflexões e produções acadêmicas é condição necessária para se quebrar paradigmas que possam emergir em novos olhares de mudanças que venham a atingir pessoas mais simples as mais letradas. Palavras-chaves: Colonialismo; Representação feminina; História da África; Relações de poder; Imagens; Discursos. 07 - SER MÃE NÃO É UM ESTADO CIVIL: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES

DE SANTA CRUZ DO PIAUÍ COM A MATERNIDADE, CASAMENTO E

SEPARAÇÃO (1975 – 2001).

Wandisléia Lindalva da Silva Graduanda em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] Esse trabalho pretende analisar a experiência de mulheres no século XX, e início do século XXI na cidade interiorana de Santa Cruz do Piauí com a maternidade solo. Nosso objetivo é investigar as adversidades que durante a maternidade solo, foram encontradas por essas mulheres que serão entrevistadas. Dessa forma, esse estudo será realizado através de fontes orais, que será a metodologia utilizada nesse referido trabalho. Para organizar e analisar as fontes, serão utilizados os teóricos Alessandro Portelli (1997), Joana Maria Pedro (2005), Mary Del Priore (2009), Vânia Teresa Reis (2004), entre outros. Essa pesquisa busca também levantar a discussão sobre o casamento e a separação sob a ótica das entrevistadas, para compreender como no período estudado vivenciaram a realidade de ser mãe solo, considerando que havia em grande medida a presença de um sistema social que enquadra a mulher como um indivíduo secundário na sociedade. Palavras-chave: Maternidade solo; Mulheres; Preconceitos; Patriarcalismo.

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08 - TRAVESTIS E TRANSEXUAIS EM LAMPIÃO DA ESQUINA (1978-1985):

OLHARES SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

Marcelo Victor Luz Soares Graduando em História (CSHNB-UFPI)

Email: [email protected] O presente trabalho é fruto de análise do periódico Lampião da esquina, primeira edição em abril de 1978, se enquadrava em caráter alternativo, com publicações destinadas ao público LGBTQ+, serviu de resistência aos anos da ditadura militar brasileira (1964-1985). Esse serviu como meio de comunicação direcionado ao público homossexual, tomando como pautas: sexualidade, repressão e afeto. Através do periódico será analisado os conteúdos ligados à sexualidade de travestis e transexuais, ao evidenciar resistência e dificuldade enfrentada diante ações violentas e criminosas do regime militar autoritário, e a forma como o próprio periódico tratava/compreendia as questões envolvendo travestis e transexuais os quais muitas vezes eram tratados com estereótipos e representações preconceituosas. Ao analisar esse grupo representado socialmente ou pelas páginas desse periódico pode-se perceber que esse ideal de exclusão, preconceito e violência está ligado as ideias de diferença a heteronormatividade e aos padrões sociais onde pessoas transexuais e travestis eram colocadas em um patamar de inferioridade acerca dos demais, para isso usaremos como apoio teórico e bibliográfico Luiz Mott (1999), Guacira Lopes Louro (1997; 2004), Roger Chartier (1990) e Judith Butler (2002). Palavras-chave: Lampião da Esquina; Homossexualidade; Representação. 09 - A CONSTRUÇÃO DE PADRÃO DO CORPO FEMININO NO SÉCULO

XXI.

Juciane de Sousa Silva Graduanda em História (UESPI - PIBIC)

Email: [email protected] Profa. Ma. Laura Lenne Lima Brandão – Orientadora (UESPI)

Em cada época a sociedade estabelece padrões corporais de acordo com o contexto vigente, definindo o que é belo, saudável e poderoso. Ao passar por diversos padrões, a realidade atual do século XXI define como um dos seus padrões a construção do corpo fitness, malhado e com formas definidas, na qual as pessoas fazem o possível e o impossível para alcançá-lo colocando muitas vezes a sua saúde ou até mesmo a vida em risco, com o uso de produtos não recomendados pelos médicos, realização de cirurgias plásticas de forma inadequada além de problemas psicológicos ao não conseguirem alcançarem e manterem o padrão ideal. Sendo o objetivo geral analisar a construção de um padrão do corpo no século XXI através da revista Vogue e quais seus impactos na vida da mulher e os específicos, analisar a representação do corpo feminino na revista Vogue nos anos 2018-2019; investigar os discursos que direcionam para a construção do corpo fitness. Como fontes históricas serão utilizadas as edições da revista Vogue de junho de 2018 a junho de 2019, jornais como o Globo, Folha São Paulo, o Dia. Como base teórica do presente trabalho serão utilizados livros, teses e artigos. Dentre eles os livros da historiadora Denise Bernuzzi de Sant’Anna, História da beleza no Brasil, outro

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da Cristiane Portela, doutora em comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, Mulher na Mídia: a construção da identidade feminina na Revista Veja. Palavras chaves: Corpo; Imprensa; Mulher; Padrão.

ST 06 - HISTÓRIA, CIDADES E SUBJETIVIDADES.

Coordenadores

Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – UFPI/CSHNB

Profa. Camila Carvalho Moura Fé – UFPI/PPGHB

01 - INFINITA HIGHWAY: REPRESENTAÇÕES VISÍVEIS, SENSÍVEIS E

IMAGINÁRIAS DE METRÓPOLES BRASILEIRAS, NO ROCK NACIONAL DOS

ANOS 1980 E 1990.

Iasmim Ibiapino Alves Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBIC)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

Envolto nos anos 1980 e 1990, o rock brasileiro, mesmo não sendo preferência nacional, fez bastante sucesso, com isso, transformava a sociedade de todas as idades e regiões brasileiras. Toda esta projeção nacional, esse gênero musical contribuía para o maior consumo de produtos derivados do rock, dentre outros motivos, pelo fato de existir uma identificação com os temas abordados nas letras das músicas e na atitude dos artistas. Com base no exposto, esse estudo investiga a banda de rock Engenheiros do Hawaii, que teve projeção nacional, nos anos 1980 e 1990, levando em conta o contexto em que esta estava inserida dentro do processo de urbanização das cidades brasileiras e, como ela representava especificamente a cidade de Porto Alegre, em suas letras. A pesquisa se baseou em variadas fontes, tais como capas e encartes de discos (LP’s e CD’s), letras de músicas, críticas musicais e entrevistas. A análise teórica seguiu as reflexões de Ana Fani Alessandri Carlos (2007), Ítalo Calvino (1990), Marc Augé (2012), Michel de Certeau (2008) e Walter Benjamin (1989). Além da leitura da biografia de Alexandre Lucchese (2016), para evidenciar, como os fãs percebem a banda além de sua construção física. Por fim, evidenciamos que o avançar da modernidade causa estranhamento aos cidadãos e o rock ajudava a superar este desconforto, como também, auxiliava na construção da identidade cultural e social dos jovens brasileiros. Palavras-chave: História e Cidade. Viver urbano. Porto Alegre. Engenheiros do Hawaii. Juventude.

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02 - “CLASSES PERIGOSAS”: DA POLÍTICA DE EMBRANQUECIMENTO

NACIONAL À FORMAÇÃO DOS CORTIÇOS NO SÉCULO XIX.

Ana Caroline da Silva Magalhães Graduanda em História (UEMA)

Email: [email protected] Jesus Hellen Leal Conceição

Graduanda em História (UEMA) Email: [email protected]

Prof. Me. Wendell Emmanuel Brito - Orientador (UEMA) Este trabalho enfoca um estudo sobre o Regime Republicano, que busca apresentar uma análise de como se deu a política de embranquecimento a partir da criação e fechamento dos cortiços nos centros urbanos do Rio de Janeiro no século XIX. Para tais questões, o presente trabalho se desenvolveu a partir de alguns dos conceitos definidos nos trabalhos de Carvalho (1987); Ferreira (1888) e Chalhoub (1996). Ressalva-se como fonte de pesquisa o “Jornal do Comércio” (1888). Ademais, analisaremos de forma sucinta os ângulos dessa pesquisa, podendo perceber, que o republicanismo e o abolicionismo foram movimentos políticos e sociais que contribuíram para a formação da nação brasileira. Em relação aos resultados, buscou-se apresentar a importância de se estudar o discurso modernista na capital do Rio de Janeiro, enfocando assim na política de embranquecimento nacional e consequentemente na reconstrução do perfil habitacional da população brasileira. Palavras-chave: História. Embranquecimento. Reconstrução. Cortiços. 03 - IMAGINÁRIOS E PERCEPÇÕES URBANAS: OS ESPAÇOS DE

SOCIABILIDADES PICOENSES, DAS DÉCADAS DE 1980 E 1990, SOB A ÓTICA

FEMININA.

Amanda Sousa Rodrigues Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

No presente trabalho, analisaremos as representações sensíveis sobre os espaços de sociabilidades femininas na cidade de Picos-PI, nas décadas de 1980 e 1990. Como meio de investigação nesse estudo, utilizaremos livros e fotografias como fontes, e as historiadoras Priscila de Mourão Ribeiro (2014), Karla Ingrid Pinheiro de Oliveira (2014) e Maria de Fátima de Moura Santana (2018) como embasamento teórico, para identificar os ambientes de sociabilidades, no qual existia restrições em relação a participação das mulheres, observando os espaços com frequentação predominantemente feminina, caracterizando as práticas cotidianas que foram desenvolvidas nesses lugares frequentados por mulheres. A finalidade desse estudo é conhecer o universo das representações urbanas, a partir das percepções femininas, expressadas por meio de uma memória gustativa, auditiva, olfativa e imaginaria, bem como o processo de urbanização na cidade de Picos no referido período proposto. Palavras-chave: Picos; Espaços de Sociabilidades; Mulheres.

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04 - ACORDES URBANOS: REPRESENTAÇÕES VÍSIVEIS, SENSÍVEIS E

IMGINÁRIAS DE METRÓPOLES BRASILEIRAS NAS CANÇÕES DA BANDA

LEGIÃO URBANA NOS ANOS 1980 E 1990.

Luma Oliveira Pereira Graduanda em História (CSHNB – UFPI - ICV)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

O artigo discute as representações visíveis, sensíveis e imaginárias de metrópoles brasileiras nas canções da banda Legião Urbana nos anos 1980 e 1990, principalmente as relações que apontam as cidades como virtude, viciosa e para além do bem e do mal, e como o ser citadino se relaciona com essas distintas maneiras de conceber a cidade, dando destaque para as metrópoles, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O estudo faz uso de fontes escritas (letras de músicas, e matérias de jornais), fonográficas (as músicas da banda Legião Urbana) e audiovisuais. A reflexão teórica para o auxílio das análises das fontes partiu das contribuições do autor Carl E. Schorske (1989). A pesquisa buscou evidenciar as relações que estavam ocorrendo naquele determinado período, envolvendo principalmente o ser citadino na urbe, tensões essas que afirmavam a sua vivência a partir da virtude, do vicioso e para além do bem e do mal. Palavras-chave: Metrópole brasileira. Legião Urbana. História e Música. 05 - CARTOGRAFIAS AUDITIVAS: SONORIDADES URBANAS DA CIDADE

DE PICOS-PI, NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990.

Ana Ester de Matos Silva Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBID - ICV)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

A pesquisa tem por objetivo analisar as representações urbanas da cidade de Picos-PI, a partir das percepções sensoriais, expressadas por meio de uma memória auditiva e imaginária, nas décadas de 1980 e 1990. Sobre a metodologia, está sendo feito a revisão bibliográfica sobre os estudos que investigam história e sonoridades, história e percepções auditivas, assim como a análise das fontes. Inspirados na nova história cultural, e em estudos sobre sensibilidades e sociabilidades citamos a obra de Sandra Jatahy Pesavento (1999; 2001; 2007) e do Cleber Oliveira Santana (2011). Ainda como embasamento teórico, podemos apontar o texto de Hermano Carvalho Medeiros (2014) sobre os espaços de prática musical nos anos 1980 na cidade de Teresina; e a tese de doutorado de Raimundo Nonato Lima dos Santos (2016), sobre os espaços culturais de sociabilidades na capital do Piauí. As fontes a serem utilizadas são depoimentos de moradores da cidade, imagens, registros literários, jornais, Código de Postura Municipal, Boletins de Ocorrência Policial, mapas, cartazes e filipetas de festas, músicas (letra e melodia), capas e encartes de LP’s e CD’s, revistas, filmes (ficção e documentários), programas de TV, e censos do IBGE (1980, 1990 e 2000). Palavras-chave: Cidade. Sonoridades. Sensibilidades.

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06 - MEMÓRIA DE SOCIABILIDADES DA PRAÇA JOAQUIM BEZERRA EM

MONSENHOR HIPÓLITO-PI.

Francisca Lucivânia de Oliveira Teixeira Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Luana de Sousa Otonio

Graduanda em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

A cidade é um espaço que atrai os homens e onde os mesmos desenvolvem suas histórias, as cidades têm seus espaços significativos e que acabam por se tornarem mais frequentados e significativos para seus habitantes. Dessa forma, o estudo tem como objetivos apresentar a importância da Praça Joaquim Bezerra em Monsenhor Hipólito como espaço de sociabilidades nas décadas de 1980 e 1990, destacando o conceito de cidades e observar as sociabilidades na praça Joaquim Bezerra nos dias atuais. O estudo foi construído através da História Oral, sendo que a mesma possibilita adentrar em contato com a memória de um determinado individuo ou grupo social, onde através dos relatos de pessoas que vivenciaram as décadas de 80 e 90 em Monsenhor Hipólito pode-se constatar que a Praça Joaquim Bezerra era principal ponto de encontro de amigos e namorados na cidade de Monsenhor Hipólito e que atualmente a mesma ainda mantém seu propósito de proporcionar vivências entre as pessoas, mas sua movimentação diminuiu bastante. Palavras-chave: Cidades. Praça Joaquim Bezerra. Sociabilidades. 07 - SABORES E ODORES URBANOS: REPRESENTAÇÕES DO VIVER

CITADINO EM PICOS-PI, NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990.

Jessilane De Sousa Pereira Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBIC)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

O presente estudo irá buscar relacionar e discutir as ideias dos autores Alan Corbin, Sandra Jatahy Pesavento, Sônia Freitas e Michael Pollak, entre outros, para desenvolver a temática “Sabores e odores urbanos: representações sensíveis do viver citadino em Picos-PI, nas décadas de 1980 e 1990.” Pautado inicialmente pelos autores supracitados e pelos sentidos humanos paladar e olfato, buscaremos discutir acerca da cidade de Picos- PI, os sabores e odores que acabam por caracterizar a cidade e torná-la única, bem como adentraremos no imaginário popular por meio da memória social acerca da cidade de Picos. Buscando dessa forma através da memória e da história oral fazer um levantamento de como as pessoas concebiam a cidade no nosso espaço temporal que é a década de 1980 e 1990 bem como conhecer quais eram os espaços de sociabilidades da “capital do mel”. Buscando cada vez mais aprofundar-se na discussão da temática exposta, também é pretensão desse trabalho falar sobre as representações sensíveis em torno da Cidade de Picos-PI. Palavras-chave: Cidade. Sensibilidades. Sociabilidades. Representações.

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08 - O METAL SEMPRE É UM GRITO CONTRA ALGO: SOCIABILIDADES E

SENSIBILIDADES ATRAVÉS DO ROCK EM TERESINA NAS DÉCADAS DE

1980 E 1990.

Tatiane Carvalho da Silva Graduanda em História (CSHNB – UFPI – Residência Pedagógica - ICV)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

Este trabalho tem por finalidade apresentar as sociabilidades e sensibilidades que se formaram na cidade de Teresina-PI nas décadas de 1980 e 1990 por meio do estilo musical rock e os espaços que passara a se desenvolver na capital piauiense, e identificar a partir de suas ações e de suas músicas aspectos urbanos. O trabalho se embasa em documentários, jornais, fotos, nas letras das músicas, além de diversos trabalhos que norteiam a produção dessa pesquisa, assim com autores como Raimundo Santos (2016), Paulo Chocan (1989) Sandra Pesavento (2017) e muitos outros estudiosos. Assim é importante lançar o olhar para a cidade a partir de uma ótica menos concreta e tentar perceber que a cidade também se constrói de atitudes e sensibilidades. Palavras-chave: Teresina. Espaço urbano. Rock. Sociabilidades. 09 - UM OLHAR FEMININO SOBRE O URBANO: práticas de espaços na cidade

de Picos, na década de 1980.

Nayara Gonçalves de Sousa Graduanda em História (CSHNB – UFPI – Residência Pedagógica)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

O presente trabalho aborda a cidade de Picos e seus múltiplos espaços, na década de 1980. O foco nesta temática fundamentou-se na perspectiva de analisar as representações urbanas a partir das percepções femininas, expressadas por meio de uma memória auditiva, gustativa, olfativa e imaginária. A pesquisa foi construída com base em depoimentos orais, poesias, imagens, mapas da cidade, censo demográfico, jornais e código municipal de postura. As discussões presentes no trabalho contaram com o referencial teórico de Raquel Rolnik (1995), Ana Fani Alessandri Carlos (2007), Michel de Certeau (2008), Sandra Jatahy Pesavento (2007), Roberto Lobato Correa (2000), Carl Emil Schorske e Marc Augé (2012) e Ítalo Calvino (1990) para as questões de cidade; Ecléa Bosi (2003), Stella Brescianni (2004), Michael Pollak (1989), Jacques Le Goff (1990) para as questões de memória; Sônia Freitas (2006), José Carlos Sebe Bom Meihy (1996) e Verena Alberti (2004) para as compreensões acerca da História Oral; Joan Wallach Scoot (1995), Michelle Perrot (2007) e Guacira Lopes Louro (2013) para as questões de gênero; Alain Corbin (1987) e Armando Silva (2011) para as questões dos sentidos e Roger Chartier (1990) para as questões de práticas de representações. Os resultados evidenciaram a importância de respaldar a cidade de Picos e seus espaços, nos anos 1980, destacando sua relevância para a construção de memórias. Palavras-chave: Picos. Espaços Urbanos. Gênero. Sentidos.

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10 - POLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER: PRÁTICAS SOCIAIS DURANTE AS

ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA CIDADE DE ALAGOINHA DO PIAUÍ – PI, EM 2008.

Ana Geórgia Bezerra Graduanda em História (CSHNB – UFPI – Residência Pedagógica)

Email: [email protected] Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos – Orientador (UFPI)

O presente trabalho tem por objetivo analisar as relações de poder existentes no município de Alagoinha do Piauí – PI, através de práticas e representações atribuídas ao voto e a participação política da população nas eleições municipais da referida cidade, no ano de 2008. Com isso, será averiguado os acontecimentos ocorridos durante o período eleitoral, se houve mudanças sociais e econômicas, se a dinâmica da cidade sofre algum tipo de modificação, quais são os principais líderes políticos e como os mesmos e a população agem durante o processo eleitoral. Para isso utilizaremos como fontes, depoimentos orais, fotos, vídeos, dados do IBGE e o site oficial do município. Serão feitas leituras aprofundadas acerca da história do município em estudo. Partindo dessa concepção nos debruçaremos em teorias sobre história política, história oral, cidades e relações de poder, tendo como aporte teórico René Rémond, Michel de Certeau, Pierre Bourdieu, Jorge Eduardo Aceves Lozano, Eclea bosi, Michel Foucault e Ana Fani Alessandri Carlos. Palavras-chave: Política. Relações de poder. Eleições. 11 - FÁBRICA DE LATICÍNIOS EM CAMPINAS DO PIAUÍ: O ESPAÇO

URBANO COMO GUIA CONDUTOR NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA (1897-

1945).

Camila Carvalho Moura Fé Mestranda em História do Brasil (UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Francisco Alcides do Nascimento – Orientador (UFPI)

Este trabalho tem como proposta fazer uma análise da fábrica de laticínios na cidade de Campinas do Piauí como elemento fundamental no espaço urbano que serve como guia condutor na construção da memória da urbe, partindo da trajetória do sujeito que idealizou o projeto agroindustrial para o Piauí, o engenheiro Antônio José de Sampaio, para situar à problemática central, que é a organização social da memória em torno da indústria. Desse modo, os relatos orais de sujeitos que herdaram essa memória servirá como principal fonte nesse trabalho, dentro de um recorte temporal que vai de 1897 a 1945.Para além das fontes orais, também foi utilizado fontes imagéticas do prédio a fim de perceber como a cidade é representada para o caminhante, e vendo de que maneira a fábrica consegue estabelecer sentimento de indetidade e afetividade no espaço urbano. O aporte teórico desse trabalho foi guiado por autores que versam sobre a temática da memória e de cidades, como Sandra Jatahy Pesavento, Michel de Certeau, Michel Pollak e Maurice Halbwachs. Palavras-chave: Campinas-PI. Memória; Cidade. História Oral.

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12 - CARTOGRAFIAS DO PRAZER: FORMAS DE LAZER E SOCIABILIDADES

EM TERESINA-PI (DÉCADAS DE 1980 E 1990).

Prof. Dr. Raimundo Nonato Lima dos Santos (UFPI) Email: [email protected]

O texto analisa as diferentes formas de lazer e sociabilidades realizadas na cidade de Teresina-PI, nas décadas de 1980 e 1990. Faz uso de poesias, crônicas, relatos orais e imagens para narrar histórias dos divertimentos urbanos da capital do Piauí. As reflexões teóricas se articulam com os estudos de Michel de Certeau (2008), Sandra Pesavento (2007), Ana Fani Carlos (2007) e Phelippe Dubois (1993), entre outros. O texto apontou diferentes lazeres e sociabilidades urbanas em escolas, ruas, clubes recreativos, bares, rios e residências. Palavras-chave: Lazer. Sociabilidades. História e Cidade. História e memória. Teresina. ST 08 - IMPÉRIOS IBÉRICOS COLONIAIS: SOCIEDADE, PODER E

CULTURA NO ULTRAMAR (XVI-XIX).

Coordenadores

Prof. Dr. Rafael Ale Rocha – UEA

Prof. Dr. Thiago Groh – UFT

01 - PERNAMBUCO PEDE SOCORRO: A CHEGADA DA ARMADA DO

GENERAL SIGISMUND VAN SCHKOPPE. (1640-1654).

Sanna Maria Rodrigues Soares Nogueira Graduanda em História (CSHNB – UFPI – ICV - NUPEDOCH)

Email: [email protected] Profa. Dra. Érica Lôpo de Araújo – Orientadora (UFPI)

Nessa comunicação será apresentado um mapeamento da correspondência trocada entre a Capitania de Pernambuco e o reino de Portugal acerca da guerra da restauração pernambucana. Esse estudo tem início no ano de 1640, quando chega ao fim a União Ibérica e se estende até 1654, ano da expulsão dos holandeses do nordeste. O foco dessa análise se centrará na chegada da armada do general Sigismund Van Schkoppe, no ano de 1646, à capitania de Pernambuco, tendo como objetivo analisar a assistência prestada pelo Reino àquela capitania, em razão da grande recorrência de pedidos de ajuda por ela enviados. As fontes utilizadas para a elaboração dessa pesquisa consistem na documentação manuscrita do Arquivo Histórico Ultramarino, digitalizada pelo projeto Resgate nos fundos: Luísa da Fonseca e avulsos Pernambuco. O referencial teórico é

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focado principalmente nos escritos de Evaldo Cabral de Melo, João Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa. Palavras-chave: Correspondência. Capitania de Pernambuco. Reino de Portugal. Armada. General Sigismund Van Schkoppe. 02 - TROCA DE CORRESPONDÊNCIA NA CAPITANIA DE PERNAMBUCO:

NOS LIMITES DO PODER (1654-1668).

Leonora da Conceição Silva Graduanda em História (CSHNB – UFPI – ICV - NUPEDOCH)

Email: [email protected] Profa. Dra. Érica Lôpo de Araújo – Orientadora (UFPI)

A presente pesquisa tem como objetivo realizar um mapeamento da correspondência trocada entre a capitania de Pernambuco e o reino de Portugal, no período imediatamente após a guerra da restauração Pernambucana. Busca-se identificar a eficácia do discurso de “lealdade” dos vassalos, tão presente nos pedidos de mercês enviados ao rei, bem como perceber se o Conselho Ultramarino, fundado em 1642, priorizava responder alguma tipologia de carta em detrimento de outra. Como metodologia será realizada uma análise comparativa da documentação manuscrita do Arquivo Histórico Ultramarino, digitalizada pelo projeto Resgate, nos fundos Luísa da Fonseca e avulsos Pernambuco, desde a expulsão dos holandeses, em 1654, até o ano de 1668, quando chega ao fim a guerra da Restauração portuguesa. Dentre as principais referências bibliográficas utilizadas, destacam-se obras dos historiadores Evaldo Cabral de Melo, João Fragoso, Maria de Fátima Gouvêa, Maria Fernanda Baptista Bicalho e Fernanda Olival. Palavras-chave: Capitania de Pernambuco. Correspondência. Conselho Ultramarino. Reino de Portugal.

03 - “GENTIO HOSTIL E BÁRBARO”: AS REPRESENTAÇÕES DO NATIVO

NA CAPITANIA DO PIAUÍ SETECENTISTA AOS OLHOS DA ESCRITA

ADMINISTRATIVA. (1720-1740).

Zaynna Mendonça Oliveira Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBEX)

Email: [email protected] Prof. Dr. Rafael Ricarte da Silva – Orientador (UFPI)

Esta pesquisa analisa como o nativo da Vila da Mocha – Capitania do Piauí, é representado mediante o discurso da elite colonial da região durante as décadas de 1720 a 1740. Por meio dos documentos do Arquivo Histórico Ultramarino referentes ao Piauí setecentista, o trabalho tem como objetivo perceber como esse discurso buscava descaracterizar os indígenas, com a intenção de justificar ações efetivas de combate aos gentios e implementação da administração portuguesa no espaço em conquista mediante a Guerra Justa. Para tanto, o corpus documental da pesquisa é formado por autores que versam acerca dessa dinâmica colonial como Vanice Siqueira de Melo (2017), Joselina

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Lima Pereira Rodrigues (1988), João Renôr F. de Carvalho (2008), Rafael Chambouleyron (2013), Pedro Putoni (2002), Jóina Freitas (2004) e entre outros, que servirão de referencial para as compreensões sobre o período em análise. Palavras-chave: Nativo. Piauí Colonial. Conselho Ultramarino. Discurso. História Indígena. 04 - DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES: O OLHAR VIEIRIANO SOBRE AS

POPULAÇÕES NATIVAS DO MARANHÃO NO SEISCENTOS (1653-1662).

Bruna Kaise Leal Rodrigues Graduanda em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Profa. Dra. Érica Lôpo de Araújo – Orientadora (UFPI)

O presente trabalho aborda as representações produzidas acerca das sociedades nativas do Maranhão pelo Padre Antônio Vieira quando de sua visita aquele Estado nos idos da década de 50 do século XVII. Tendo por base um de seus muitos escritos, o Sermão do Espírito Santo (1657), busca-se evidenciar, através de uma análise crítica, as percepções do missionário a respeito das populações autóctones, assim como suas visões acerca das práticas religiosas do Estado do Maranhão. A proposta é refletir sobre as representações desenvolvidas por Vieira, assim como evidenciar o modo como tais sociedades atuaram frente ao processo de evangelização. Por meio dessa análise, tornar-se-á possível perceber as formas de reinvenção da Companhia, e os modos utilizados pela mesma na catequização do nativo. Para o desenvolvimento do trabalho, contaremos com o suporte bibliográfico dos autores: João Lúcio de Azevedo, Rafael Chamboleyron, Vanice Siqueira, Rafael Ale Rocha e Eni. R. Orlandi, esta última, a partir de uma perspectiva teórica acerca da análise do discurso. A metodologia utilizada propõe uma análise crítica das fontes, sem desconsiderar o contexto histórico em que Vieira estava inserido, e a forma como ele refletia em seus escritos o ideal de sua época. Palavras-chave: Século XVII. Discursos. Representação.

05 - DIÁLOGOS DE GUERRA: A COMUNICAÇÃO TROCADA ENTRE O

GOVERNO GERAL, PERNAMBUCO E A COROA PORTUGUESA NOS ANOS DE

1630-1640.

Andressa Leal Barroso Graduanda em História (CSHNB – UFPI - ICV)

Email: [email protected] Profa. Dra. Érica Lôpo de Araújo – Orientadora (UFPI)

Decorridos trezentos e sessenta e cinco anos do fim da invasão holandesa na região nordeste do Brasil, o episódio permanece vivo na memória, arquitetura e imaginário da população. A fim de contribuir para uma melhor compreensão da longínqua guerra travada entre batavos e luso-brasileiros, o presente estudo tem como proposta analisar a comunicação estabelecida entre os territórios da Bahia, então capital do Estado do Brasil, Pernambuco, capitania invadida e a Coroa portuguesa. A pesquisa se inicia no

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ano de 1630, ano de invasão dos holandeses, se estende pelos anos iniciais de domínio e conquista do território até 1640, quando chega ao fim a União das Coroas Ibéricas. Será utilizada como metodologia de pesquisa a análise de cartas enviadas a “El Rei” e trocadas entre o governo-geral e a capitania de Pernambuco reunidas no Arquivo Histórico Ultramarino e disponibilizadas pelo projeto resgate nos fundos documentais Luísa da Fonseca e Avulsos Pernambuco, combinada com a leitura de fontes bibliográficas escritas por Evaldo Cabral de Mello, Guida Marques, Pedro Cardim, entre outros. Palavras-chave: Governo-geral da Bahia. Capitania de Pernambuco. Reino de Portugal. Holandeses. 06 - PELA NATURAL SIMPLICIDADE MINHA, COMO ÍNDIA E PELA

MINHA MALDADE RÚSTICA: NUANCES DA INCONSTÂNCIA SELVAGEM

NA CAPITÂNIA DE SÃO JOSÉ DO PIAUÍ, EM 1758.

Rosamaria de Sousa Fé Barbosa Graduada em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Neste artigo revisitamos o debate acerca da condição indígena escravizada tomando como espaço a Capitania de São José do Piauí, da segunda metade do século XVIII. Desse modo e a partir de um estudo micro histórico de uma confissão inquisitorial de Custódia de Abreu, da nação Gueguê, acusada de práticas heréticas ao renunciar a fé católica após cópula com uma entidade espiritual de nome Tundá. Assim, nos debruçaremos em tal documento tendo em cheque as maneiras pelas quais, esta, em condição de interrogada pelo padre Manoel da Silva, utiliza-se da sua origem indígena e dos preconceitos concebidos sobre a mesma, para recorrer a ideia de inocência dos seus atos, por conseguinte o perdão dos mesmos, a fim de ludibriar possíveis castigos pós ato confessional. Para compor os referenciais teórico-metodológicos, usaremos como base os autores Hector Bruit, Carlo Ginzburg, Ronaldo Vainfas, Ronald Raminelli e Eduardo Viveiros de Castro. Palavras-chave: Religiosidade. Indígena. Piauí. 07 - VIAGENS, VIAJANTES E NATUREZA NO ATLÂNTICO EQUATORIAL

DO SÉCULO XVIII.

Matheus Bonfim Soares Graduando em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Mairton Celestino da Silva – Orientador (UFPI)

Desde o final do século XVI, portugueses e espanhóis manifestavam intenso desejo em conhecer as riquezas naturais e humanas daquilo que viria a ser, após a expulsão dos franceses, o Estado do Maranhão. Inventariar plantas e animais, percorrer rios e abrir caminhos em busca de índios eram formas de conquistas que saciavam o interesse do europeu ávido por conhecimentos mais aprofundados a respeito do Novo Mundo. O olhar de fora, sensível aos elementos do mundo natural, aos hábitos e costumes dos

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nativos, buscaram, ao longo desse período, não só descrever os “costumes dessas gentes”, como também cartografar (mapas, pinturas, xilogravuras) aqueles espaços administrativos. Essa sensibilidade, cujo alcance visava colocar no mundo do papel as maravilhas do Novo Mundo, foram produzidas pelos mais diversos agentes coloniais, sejam eles emissários da Coroa, cronistas, filósofos e jesuítas tinham, portanto, a dupla função: conhecer o território e produzir um diagnóstico do potencial exploratório dos reinos animal, vegetal e mineral. Será por meio desta produção, voltada exclusivamente ao Estado do Maranhão que o presente projeto se estrutura, de modo a pensar história, natureza e difusão do conhecimento em sociedades coloniais ainda pouco explorada pela historiografia nacional. Palavras-chave: História Natural. Viajantes. Paisagens. Arte. Estado do Maranhão. 08 - A MULHER INDÍGENA: CULTURA E SOCIEDADE NO PERÍODO

COLONIAL.

Bruna de Jesus Costa Graduanda em História (CSHNB – UFPI - PIBID)

Email: [email protected] Prof. Dr. Alexandre Rodrigues Sousa – Orientador (UFPI)

Esta proposta de apresentação tem como objetivo investigar de uma forma mais profunda o papel feminino nos grupos étnicos do Brasil. Embora estudemos a cultura indígena de variadas formas, as mulheres ainda foram pouco exploradas pela historiografia. O trabalho busca analisar o papel da mulher nas questões políticas e econômicas que envolveram o contato da mulher nativa com os europeus, durante os primeiros séculos de colonização, e seu papel dentro da sociedade através da análise de textos e cronistas do período colonial, investigando o papel da mulher a partir da dinâmica nativa. algumas mulheres indígenas , por exemplo, auxiliaram na colonização, casando com os colonos e intercedendo por eles dentro de seu meio social para eles não serem mortos pelos outros índios, e isso contribuiu de certa forma para que o a formação do Brasil hoje. Questões que não são muito comentadas, mas que valem a pena serem analisadas. 09 - A EXPANSÃO DOS DOMÍNIOS PORTUGUESES: AÇÕES POLÍTICO-

ADMINISTRATIVAS PARA ALÉM DO ULTRAMAR.

Ariani de Oliveira Lima Mestranda em História Social (UFMA)

Email: [email protected]

Desde o início da “empreitada colonizadora”, a legislação ultramarina era um dos meios pelos quais os países europeus se orientavam em meio ao processo de obtenção dos seus objetivos, assim também como justificativa para suas ações e reafirmação do seu poder para com as colônias. Desta forma o sistema colonial, utilizado por estes, pode ser entendido como um mecanismo de relações políticas, que têm como base e sustentação as relações de poder. Assim sendo, o presente trabalho tem o objetivo de desenvolver um estudo historiográfico sobre as relações de poder e o funcionamento e ampliação das formas jurídicas no universo lusitano. A fim de entender através do alargamento das

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fronteiras iniciado pelos países europeus, o qual não ocorrera de maneira isolada do restante do mundo, acontecendo simultaneamente no outro lado do hemisfério, nos países da África e Ásia entre os séculos XV e XVII, como as ações jurídico-político e administrativas portuguesas foram sendo incorporadas nos novos domínios. Palavras-chave: Legislação ultramarina. Relações de poder. Jurídico-político. Administração portuguesa. 10 - ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA: POSSIBILIDADES E ABORDAGENS

DIDÁTICAS

Antônia Natália de Sousa Arrais Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBEX - PIBID)

Email: [email protected] Ronaldo Gonçalves Alexandrino

Graduando em História (CSHNB – UFPI) Email: [email protected]

Profa. Ma. Ana Paula Cantelli Castro – Orientadora (UFPI)

O ensino da História indígena tornou-se obrigatório por meio da Lei n. 11.645/08 no currículo de educação básica em todo o país. Entretanto, sabe-se que, na realidade, a prática docente do ensino de história indígena é controversa, uma vez que há uma disparidade entre o que é proposto na legislação e a prática. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo elucidar as possibilidades de discussão a respeito do ensino de história indígena tendo como elemento norteador a análise do livro didático. Para isso buscamos refletir a trajetória de resistência indígena no período colonial para além da mestiçagem. Como aporte teórico utilizamos Maria Regina Almeida Celestino, 2000. João Pacheco de Oliveira, 2015. Ana Stela de Negreiros Oliveira, 2007. A partir da análise teórica, podemos perceber as discussões destacando que os estudos sobre os indígenas privilegiavam somente os do litoral, ficando os do sertão poucas informações. E que o conhecimento que se tem desses povos vem sob o olhar distorcido, de religiosos, viajantes e cronistas. Ressaltam também que na história do Brasil predominou a visão do indígena como vítima do sistema colonial, além de percepções de serem grupos portadoras de culturas exóticas, condenadas ao desaparecimento, justificativa para serem estudadas. Percebe-se que tais noções são amplamente reproduzidas nos livros didáticos analisados. Palavras-chave: Ensino de História. História Indígena. Livro Didático.

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11 - OS ÍNDIOS NOS RÓIS DAS DESOBRIGAS ECLESIÁSTICAS DA IGREJA

DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA NO PIAUÍ SETECENTISTA (1762-1771):

UM ESTUDO SOBRE A PRESENÇA INDÍGENA NOS ESPAÇOS COLONIAIS.

Alessandra Matos de Carvalho Graduada em História (CSHNB – UFPI)

Email: [email protected]

Esta comunicação tem como objetivo demonstrar como os róis das desobrigas eclesiásticas foram utilizados por João Pereira Caldas na produção do primeiro recenseamento demográfico após a implantação efetiva da capitania de São José do Piauí em 1758 e a sua separação da Jurisdição da Capitania do Grão-Pará e Maranhão. Para tanto, busca-se discutir como os dados coletados de um desses róis produzido pelo Vigário Jose Dionísio de Aguiar possibilitou realizar um levantamento quantitativo dos índios inseridos nas fazendas e sítios que constituíam o entorno da cidade de Oeiras – sede administrativa. Estabelecendo uma análise de forma comparativa do rol com o resumo demográfico produzido pelo governador e com os registros de batismos (1766 a 1771), vislumbra-se a presença indígena nos diferentes espaços coloniais, e não somente nos aldeamentos. No que tange às formas de inserção, a discussão se encaminha para diferentes possibilidades que envolvem a aplicabilidade da política indigenista direcionada aos indios. Nesse processo, diversas situações de violências foram empregadas, culminando por vezes na total ruptura do convivio de diversos índios com seus grupos, sendo possivel identificar que as fazendas e sitios se tornaram locais, que em meio a condições impostas, muitos indígenas passaram por processos de ressocialização reconstruindo suas vidas nesses espaços coloniais. Palavras-chave: Róis de desobrigas. Índios. Batismos. Espaços coloniais. 12 - COLONOS, ÍNDIOS E NEGROS NAS FRONTEIRAS COLONIAIS DO

CABO NORTE (1700-1750).

Prof. Dr. Rafael Ale Rocha – UEA Email: [email protected]

Apoio financeiro da UEA e do CNPq Com o presente artigo, pretendemos analisar o território chamado de Cabo Norte (Amapá), durante a primeira metade do século XVIII, enquanto espaço que agregava diversificados indivíduos ou grupos sociais (índios, negros, mestiços, colonos franceses e portugueses, autoridades, missionários) e interesses imperiais – especialmente os das coroas de Portugal e França. Dentre outros documentos, o estudo analisará as correspondências trocadas entre os governadores do Estado do Maranhão e Grão-Pará e Caiena e entre os primeiros e a Coroa portuguesa (através do Conselho Ultramarino). Observaremos que os grupos mencionados condicionavam a situação fronteiriça – e por tal eram condicionados – para satisfazer os respectivos interesses e elaborar suas políticas de atuação. Da mesma forma, enquanto objeto especial de nossa atenção, o faziam os variados grupos indígenas que ali habitavam, especialmente, os aruãs. Palavras-chaves: Amazônia Colonial. Fronteiras Coloniais. Cabo Norte. Políticas Indígenas.

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ST 09 - HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL: MEMÓRIAS, SABERES E

FAZERES.

Coordenador

Prof. Me. Adson Rodrigo Silva Pinheiro – SECULTFOR

01 - REPRESENTAÇÕES DO MUSEU OZILDO ALBANO: EXPOSIÇÃO “PICOS

MOSAICO DE TRADIÇÕES” SUAS PRÁTICAS E APROPRIAÇÕES.

Nádia da Conceição Bezerra Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBEX)

Email: [email protected] Maria Edwirges de Jesus Sá

Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBEX) Email: [email protected]

Geilsa de Sousa Luz Graduanda em História (CSHNB – UFPI – PIBEX - PIBID)

Email: [email protected] Profa. Ma. Ana Paula Cantelli Castro – Coordenadora do PIBEX (UFPI)

Este artigo tem por objetivo analisar as representações e apropriações dos visitantes feitas no Museu Ozildo Albano, tendo como prisma a exposição “Picos mosaico de tradições”. Com isso, salientaremos acerca das experiências vivenciadas – por nós – discentes da UFPI, e participantes do PIBEX, a partir das visitas no âmbito do Museu por meio do projeto de extensão Educação Museal. A metodologia utilizada foi a análise dessas experiências, através das monitorias que fizemos no decorrer da exposição. Nessa perspectiva, tais observações são frutos das nossas percepções acerca das apropriações dos visitantes. Assim, pretendemos ressaltar acerca das experiências que nós vivenciamos, haja vista fazemos uma discussão sobre consciência histórica para tal tarefa utilizaremos como suporte Luís Fernando Cerri e para ressaltar acerca da memória social fizemos uso de Peter Burke e para pensamos como os visitantes assimilam representações diferentes das fotografias expostas, atemo-nos a Roger Chartier. Assim, as fontes utilizadas na exposição são fotografias que estão organizadas por partes e são apresentadas pelos curadores. Para tanto, é preciso ainda, buscar ações quanto à valorização do museu, apoio a mais políticas educativas sobre a preservação são um caminho a se pensar mais possibilidades de projetos voltados ao local para a conscientização da população acerca do cuidado em relação ao patrimônio histórico. Palavras-chave: Museu. Consciência histórica. Exposição.

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02 - EDUCAÇÃO MUSEAL: NOVAS PRÁTICAS EDUCATICAS ATRAVÉS DO

PROJETO EXTENCIONISTA “EDUCAÇAO PATRIMONIAL E ENSINO DE

HISTÓRIA” NO MUSEU OZILDO ALBANO.

Lucas Moreira Gomes Dias Graduando em História (CSHNB – UFPI – PIBEX)

Email: [email protected] Profa. Ma. Ana Paula Cantelli Castro – Coordenadora do PIBEX (UFPI)

O objetivo do presente artigo é levantar um debate sobre as novas perspectivas das práticas museais, em torno da dinâmica de sua visitação para um aprendizado complementar da grade do ensino escolar, procurando criar uma conexão entre o ensino de história e as práticas museais, tornando o museu tanto um espaço de ensino como uma alternativa de lazer. Sendo integrante de um grupo de extensão da UFPI, como Bolsista PIBEX, temos como meta implementar as práticas do cotidiano acadêmico no espaço do museu Ozildo Albano, tornando-o assim um local ativo na sociedade, com um enfoque no conceito pedagógico do espaço do museu. Para o embasamento teórico utilizamos do artigo Átila Tolentino para pensar acerca do que não se aplica na prática museal, e da monografia de Erlana Gomes Pereira onde ela contribui para o diálogo entre o ensino da história dentro do espaço museal. Palavras-chave: Educação. Museu. História.

03 - UM QUASE ETERNO REENCONTRO: AILTON KRENAK E A

ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE (1987-1988).

Rômulo Rossy Leal Carvalho Graduando em História (CSHNB – UFPI – Residência Pedagógica)

Email: [email protected]

O artigo depreende uma análise acerca do transcurso da participação de nativos no processo da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988) – em especial Ailton Krenak, da tribo Krenak. Para o desenvolvimento deste trabalho, tratamos os sujeitos que ora mencionaremos, os nativos, enquanto grupos étnicos inseridos na história, inserção possibilitada por discussões engendradas, em grande medida, pela etnohistória, com adjunção da etnogênese. Observamos, desse modo, como foram construídos os discursos em torno da participação de nativos no período a que nos referimos, e como a categoria indígena, que faz parte de uma diversidade de povos, foi apresentada ao público mediante as diretrizes de uma nova constituição para o país através da primeira edição do Jornal da Constituinte (1987). Como suporte teórico, dialogamos com os pesquisadores Maria Regina Celestino de Almeida (2010), Cristina Pompa (2001), Tania Regina de Luca (2008), Miguel Alberto Bartolomé (2006) e Beatriz Perrone-Moisés (1992). Nossas percepções outorgaram com que vislumbrássemos uma participação à qual são dedicadas poucas palavras na primeira edição do periódico da Constituinte, mesmo considerando-se que era necessário envolver “toda a população brasileira” no processo, e desde as primícias das discussões da Assembleia retratadas no periódico, além de toda uma dinâmica “necessária”, por parte de Ailton Krenak, em participar efetivamente da elaboração da sétima Carta Magna da República Federativa do Brasil. Palavras-chave: História. Nativos. Ailton Krenak. Assembleia Nacional Constituinte. 1987.

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04 - REPRESENTAÇÕES CULTURAIS E IDENTITÁRIAS: PINTURA E

ADORNOS CORPORAIS DO GRUPO INDÍGENA PITAGUARY-CE.

Erilene de Sousa Martins Graduanda em História (CSHNB – UFPI – Residência Pedagógica - PIBEX)

Email: [email protected] O presente trabalho procura analisar os significados que as pinturas e os adornos corporais possuem para a sociedade indígena Pitaguary, localizada no estado do Ceará. O enfoque nesta temática fundamenta-se, também, na desconstrução do pensamento ocidental de que todas as culturas indígenas são iguais, já que todos os grupos étnicos possuem suas singularidades. A pesquisa tem como corpus documental depoimentos orais e fotografias. As discussões presentes no trabalho contam com o referencial teórico de Alessandro Portelli (1997), José Carlos Sebe Bom Meihy (1996), Clifford Geertz (1999), Roy Wagner (2010), Desirée Paschoal de Melo e Venise Paschoal de Melo (2015), Tzvetan Todorov (1993), Lux Vidal e Regina A. Polo Muller (1986). Os resultados, ainda que parciais, evidenciam a importância das pinturas corporais e seus significados para a construção da identidade da etnia Pitaguary. Palavras-chave: Pitaguary. Identidade. Cultura. Pinturas corporais.

05 - PATRIMÔNIO CULTURAL, EDUCAÇÃO E DESIGN: POSSIBILIDADES

DE PENSAR A CIDADE EM JOGOS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL (2016).

Prof. Me. Adson Rodrigo Silva Pinheiro

Email: [email protected]

O presente trabalho visa problematizar o uso de jogos e ferramentas digitais em atividades de educação patrimonial com o objetivo de difundir o conhecimento histórico construído em torno dos bens culturais, com ênfase nos bens tombados em nível municipal, pensando uma ação educativa que relacione patrimônio cultural e ensino. A proposta de jogo dessa pesquisa foi desenvolvida por meio da parceria da Coordenadoria de Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor e o curso de Design da Universidade Federal do Ceará. Ao longo do desenvolvimento da ferramenta, foram problematizadas as escolhas dos bens, a construção dos personagens e grupos sociais envolvidos, bem como a seleção de narrativas nos espaços onde o jogo acontece. Nesta pesquisa a proposta de jogo foi desenvolvida através de um protótipo de jogo a partir do levantamento histórico em arquivos da Secretaria referida e em outros arquivos públicos. A partir dela, foram pensados e desenvolvidos os personagens relacionados à urbe, aos bens tombados enfatizados, às histórias dos lugares e às características arquitetônicas dos edifícios de relevância. Por meio do desenvolvimento desse jogo, foi possível pensar estratégias lúdicas para aproximar a população com as memórias construídas em torno dos bens culturais, possibilitando pensar estratégias de educação patrimonial que apontem caminhos para valorizar as narrativas da cidade e reconhecer a importância de se pensar à cidadania a partir da preservação do patrimônio cultural do seu município. Palavras-chave: Educação Patrimonial. Jogos virtuais. Fortaleza.

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ST 10 - HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: TEMAS, FONTES E

HISTORIOGRAFIA.

Coordenadores

Prof. Dr. Agostinho Júnior Holanda Coe – UFPI

Prof. Me. Felipe Cunha Lopes – UESPI

01 - AS DOENÇAS E SUA HISTÓRIA: O COTIDIANO DA SANTA CASA DA

MISERICÓRDIA DE PARNAÍBA NO INÍCIO DO SÉCULO XX.

Emanuela Araujo Coutinho Graduanda em História (CSHNB – UFPI – ICV – PIBID)

Email: [email protected] Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

Objetivos: Considerar os resultados preliminares obtidos através do estudo da documentação da Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba onde foram encontrados registros das internações dos pacientes, sobretudo da década de 1930. Metodologia: Foram feitas leituras e discussões das fontes principais e bibliografias auxiliares. Embasamento teórico: Para o desempenho da nossa pesquisa buscamos fundamentação em autores que contribuem para o tema da pesquisa. Como Isabel Sá (1998) e Maria Marta Lobo de Araújo (2000) que mostram como essas instituições surgiram no sentido de caridade cristã. Aleisa (2016) ao tratar da Santa Casa de Parnaíba relata que para ser membro do corpo da instituição devia-se “gozar do conceito público”, ou seja, além de caridade existia uma espécie de filantropia. Sidney Chalhoub (1996) que nos dá base para pensar as consequências do discurso higienista no período. Fontes: Registros de internações de pacientes da Santa Casa de Parnaíba na década de 1930. Resultados: Conseguimos observar que o fato de Parnaíba receber diversas embarcações por ser uma cidade portuária, favoreceu o aparecimento de diversas doenças infectocontagiosas. Foi notado que questão dos escravos recém-libertos colocados às margens da sociedade no inicio da República pelo medo que transmitissem doenças fez sentido quando encontramos nos registros muitos pacientes que se intitulavam como “morenos” e que acreditamos serem reminiscências da escravidão na região. Esses sujeitos aparecem como principais acometidos pelo surto de sífilis que ocorreu na região. Palavras-chave: Misericórdia. Doenças. Salubridade.

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02 - “DOR E ENLEVO”: DISCUSSÕES SOBRE MOVIMENTO

ANTIMANICOMIAL E DESISTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA ATRAVÉS

DA ANÁLISE DE PINTURAS FEITAS POR INTERNOS DO SANATÓRIO

MEDUNA EM TERESINA – PI.

Tarcísio Neslen Evêncio Sousa Luz Graduando em História (CSHNB – UFPI – PIBID)

Email: [email protected] O presente trabalho consiste em analisar as discussões envolvendo a reforma psiquiátrica e as novas formas de entender a Saúde Mental a partir das pautas do movimento antimanicomial e da desinstitucionalização da loucura, levando em conta principalmente o contexto em que o saber médico-psiquiátrico foi sendo constituído no contexto piauiense. Além disso, iremos dialogar todas essas discussões com pinturas feitas por internos do antigo Sanatório Meduna, de Teresina. A partir dessa análise busca-se compreender como a elaboração do saber psiquiátrico tende a influenciar a forma como certos indivíduos com comportamentos considerados “fora do padrão” foram historicamente coagidos e enquadrados como ‘desviantes’, sendo associados à doença mental e relegados a um lugar institucionalmente encarregado de ocultar e trancafiar esses indivíduos (os manicômios). Com base nessa discussão e nas análises das pinturas, pretende-se também investigar a seguinte questão: a partir de que momento a arte passa a ser uma manifestação válida para os sujeitos considerados loucos? Para além das pinturas, pretende-se usar como fonte os documentos (fichas catalográficas e prontuários) do antigo Sanatório Meduna, que estão guardados no NUPEDOCH (Núcleo de Pesquisa em Documentação Histórica). As análises desses documentos possibilitam o entendimento mais amplo do funcionamento da estrutura manicomial. Como aporte teórico serão utilizados, principalmente, teorias de João Paulo Macedo, Sueli Gouveia Engel, Edmar Oliveira e Yonissa Wadi. A partir das discussões teóricas feitas e da análise das fontes disponíveis podemos perceber que a ideia de loucura, nesses casos, está muito associada a ideia de pobreza, insubordinação e subversão da ordem vigente. Palavras-chave: Desinstitucionalização. Loucura. Arte.

03 - A MARGINALIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE CURA E O DISCURSO

MÉDICO OFICIAL.

Gabriel Cavalcante de Sousa Graduando em História (CSHNB – UFPI – PIBID)

Email: [email protected] Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

Diante da problematização referente a marginalização de práticas de curas ditas não oficiais, o seguinte artigo tem como objetivo evidenciar as experiências obtidas durante todo o processo de pesquisa referente aos estudos dos desdobramentos equivalentes a história da saúde. Uma das premissas norteadoras desta pesquisa diz respeito a tentativa de identificação referente as mais diversas perspectivas pelas quais os agentes da medicina dita oficial, encaravam outras maneiras ou práticas de curar durante o fim do

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século XIX e início do século XX. Desta forma baseados na análise da extensa bibliografia disponibilizada pelo orientador, além de artigos e monografias e algumas fontes referentes a arquivos, relatórios, periódicos e revistas medicas, serão de grande relevância para realização do respectivo trabalho. Para o pleno desenvolvimento das discussões utilizaremos alguns autores como referenciais teóricos, entre eles utilizaremos, Lycurgo de Castro Santos Filho, Roy Porter, Márcia Moises Ribeiro, Gabriela dos Reis Sampaio, além de François Laplantine e Michel Foucault. A vertente histórica relacionada ao ramo da história da saúde e da doença nos possibilita a reflexão sobre algumas premissas que sustentam a falsa noção de que apenas aqueles indivíduos legitimados pela ciência poderiam ser agentes exclusivos para atuarem em prol da saúde, ignorando e menosprezando desta maneira, outras possibilidades relacionadas a arte de curar, como crendices, benzedeiros, curandeiros e entre outros. Palavras-chave: Marginalização. Práticas de cura. Cientificismo. Médicos.

04 - UMA REFLEXÃO SOBRE O SURGIMENTO DO HOSPITAL NO

CONTEXTO EUROPEU, A FORMAÇÃO DA MEDICINA BRASILEIRA E A

IMPORTÂNCIA DO HOSPITAL COLÔNIA DO CARPINA PARA SOCIEDADE

PIAUIENSE DO INÍCIO DO SÉCULO XX.

José Jhonys Ferreira Graduando em História (CSHNB – UFPI – ICV – PIBID)

Email: [email protected] Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

Através de uma pesquisa exploratória em livros dentro do campo da “história da saúde e das doenças”, um dos principais objetivos deste trabalho é discutir de forma resumida o surgimento e desenvolvimento do hospital enquanto ambiente específico de atuação do médico: no contexto Europeu, como também a formação da medicina brasileira e a origem das primeiras instituições médicas no Brasil. Assim foi possível perceber que o nosocômio surge como instituição propriamente associada ao trabalho do médico a partir do século XVIII. Além disso, a partir de alguns prontuários médicos, objetivando uma reflexão sobre a importância do Hospital Colônia do Carpina, discorremos acerca dos entendimentos envoltos da fundação do mesmo na primeira metade do século XX, onde ficou perceptível que essa instituição foi vista de duas formas: para os pacientes muitas das vezes como uma espécie de “salvação”, já para um grupo dominante da cidade foi entendida como uma estratégia responsável por assegurar o desenvolvimento e o progresso de sociedade parnaibana. Palavras-chave: Hospitais. Piauí. Doenças. Hanseníase.

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05 - SANATORIO MEDUNA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A ALIENAÇÃO

MENTAL NO PIAUÍ NO PERÍODO DE 1990 A 2000.

Emanuela Andrade Cavalcante Graduanda em História (CSHNB – UFPI – ICV)

Email: [email protected] Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

Pensando acerca de como os pacientes psiquiátricos foram tratados no Brasil, este trabalho tem como interesse, averiguar uma realidade mais próxima da história da loucura na cidade de Teresina PI em dois momentos. No primeiro momento uma revisão bibliográfica acerca da história da loucura e como a mesma foi tratada ao longo do tempo faz uma discussão a respeito do Sanatório Meduna em Teresina-Piauí e para tanto traz uma discussão histórica sobre a loucura e as causas, motivações dado aqueles com transtornos mentais. No segundo momento um levantamento de dados estatísticos fazendo uma relação entre os motivos das internações e a pobreza, uma análise mais cuidadosa. Tendo como objeto de estudo os prontuários dos pacientes do Sanatório Meduna em Teresina-Piauí no período de 1990 a 2000, que encandeou a uma busca por fontes e levantamentos preliminares de dados estatísticos acerca do assunto, resultando no contato de 150 prontuários, que passaram a ser analisados, havendo destaque e maior interesse por alguns, destacando a relação entre loucura e pobreza e como os pacientes estavam vinculados aos extratos sociais menos privilegiados. A pesquisa encontra-se em fase de andamento, mas apresenta frutos dos primeiros passos de uma pratica que irá se fomentar com o tempo e que culminará na construção de um trabalho de conclusão de curso, pois é necessário um maior conhecimento do material, onde se faz mostra importante a digitalização de muitos documentos que se encontram no NUPEDOCH Picos PI, permitindo um estudo mais profundo, haja vista, apenas termos prontuários que não permitem sua total compreensão, que deixam a desejar quando o que se busca é uma pesquisa mais profunda. O estudo aqui apresentado trouxe uma contextualização acerca da história da psiquiatria no Brasil e consequentemente um olhar em torno da loucura e da maneira como foram tratados os tidos como loucos, pessoas com transtornos mentais ao longo do tempo, podendo perceber que se trata de uma história de violência e sofrimento em uma questão social. Palavras-chave: Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica. Loucura. Pobreza.

06 - OS ARQUIVOS DO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO MEDUNA: A

COMPREENSÃO DA LOUCURA FEMININA EM TERESINA NA DÉCADA DE

1950.

Raquel Angelita Dos Santos Graduanda em História (CSHNB – UFPI – NUPEDOCH)

Email: [email protected] Thaís Aparecida Queiroz Do Nascimento

Graduanda em História (CSHNB – UFPI – NUPEDOCH - PIBID) Email: [email protected]

Prof. Dr. Agostinho Junior Holanda Coe – Orientador (UFPI)

O objetivo desse trabalho é fazer um levantamento inicial dos registros das internações femininas nos primeiros anos do sanatório Meduna, localizado em Teresina-PI. A

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metodologia corresponde à realização de um estudo analítico e comparativo desses documentos, tendo como fontes principais as fichas e prontuários que estão catalogados no núcleo de pesquisa e documentação em História (NUPEDOCH), e os livros de diagnósticos do sanatório. O embasamento teórico envolve o uso de vários trabalhos a respeito dessa temática, dentre eles destaca-se o trabalho de dissertação do historiador Douglas Dantas, cujo trabalho é o primeiro levantamento dos documentos do sanatório Meduna, e também o Psiquiatra Edmar Oliveira que escreve o livro “A incrível história de Von Meduna e a filha do Sol do Equador”. Os resultados iniciais e parciais das fichas catalogadas até então são de 350 mulheres, sendo um total quantitativo de 103 mulheres brancas e 247 morenas (nenhuma registrada na cor negra), todas com sintomáticas semelhantes como desorientação, desnutrição, insônia, distúrbios afetivos e etc. São os cruzamentos desses fatores que nos interessa para que a princípio possamos traçar um perfil dessas pacientes, e mais posteriormente fazer um estudo de casos traçando esses dados e buscando compreender quais os motivos que levaram a internações dessas mulheres, se foi realmente por algum distúrbio mental ou por não se enquadrarem nos padrões de comportamento estabelecidos na sociedade da época. Palavras-chave: Loucura. Mulheres. Meduna. Prontuários.

07 - AS RELAÇÕES ENTRE LOUCURA E GÊNERO NO HOSPITAL

PSIQUIÁTRICO AREOLINO DE ABREU: PERFIS SOCIAIS, DIAGNÓSTICOS E

TRATAMENTOS DOS INTERNOS (1956-1958).

Talia Silva do Carmo Graduanda em História (UESPI) Email: [email protected]

Prof. Me. Felipe da Cunha Lopes – Orientador (UESPI)

A presente pesquisa tem como objetivo geral mapear os dados referentes ao processo de construção de diagnósticos e tratamentos oferecidos aos indivíduos internos no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu na cidade de Teresina entre os anos de 1956 e 1958 e a forma como estas questões se relacionam com as diferenças de gênero. Pretendemos observar, através da análise dos prontuários médicos, como a produção de regras narrativas, as concepções de loucura, as formas de tratamento que dão contornos às doenças mentais e os diferentes modelos de saúde mental se entrecruzam com as questões relativas à construção do gênero feminino. Optamos por este recorte temporal devido ao fato de que ao longo deste período, a assistência psiquiátrica pública do Brasil esteve em franca expansão e foi alvo de grande investimento. É nesse período que o Serviço Nacional de Doenças Mentais - (SNDM), criado em 1941, conseguiu efetivar uma política de assistência que de fato desse maior intensificação às ações do governo em todo território nacional. Nosso trabalho será dividido em três etapas que ocorrerão de forma paralela e terão objetivos complementares. A primeira delas será dedicada ao mapeamento dos prontuários produzidos no recorte temporal desta pesquisa. Para atingir este objetivo, recorreremos aos livros de entrada e saída dos pacientes para verificarmos aqueles que se encaixam no recorte temporal de nosso estudo. Na sequência, procederemos à digitalização do material. Por fim, o material digitalizado será catalogado e será criado um banco de dados com as informações contidas nas fontes. Serão utilizados como critérios para a produção de dados as seguintes informações: 1) Gênero, raça, idade, estado civil, classe social, atividade profissional e

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origem geográfica dos pacientes; 2) Tempo de internação, diagnósticos, índice de mortalidade e causa mortis dos internos; 3) Autoria dos prontuários analisados: nome e função. Este trabalho é de grande valor institucional pelo fato de ter-se uma acentuada carência de produções acadêmicas no Estado do Piauí sobre o tema que está sendo proposto. Além disso, ele nos possibilita enxergar indivíduos que, de outras formas, não poderiam ser observados com tal riqueza de informações. Palavras-chave: História da Psiquiatria. Gênero. Diagnósticos. Tratamento. Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu.

08 - AS CONCEPÇÕES DE LOUCURA RELATIVAS AO GÊNERO FEMININO:

DIAGNÓSTICO, TRATAMENTOS E PERFIS SOCIAIS (1966-1970).

Maria Graziele Nascimento de Sousa Graduanda em História (UESPI)

Email: [email protected] A presente pesquisa tem por objetivo principal mapear os dados referentes ao processo de construção de diagnósticos e tratamentos oferecidos aos indivíduos na Colônia de Psicopatas Areolino de Abreu na cidade de Teresina entre os anos de 1966 e 1970 e forma como estas questões se relacionavam com as diferenças de gênero. Pretendendo observar, através da análise dos prontuários médicos da Colônia, como a produção de regras narrativas, as concepções de loucura, as formas de tratamento que dão contornos as doenças mentais e os diferentes modelos de saúde mental se encruzam com as questões relativas a construção do gênero feminino. A escolha deste recorte temporal tem como justificativa o fato de que neste período que privilegiaram serviços de cunho privado, o que de certa forma fortaleceu a “indústria da loucura”. Havia uma dicotomia entre a psiquiatria pública (grandes hospitais) e a psiquiatria ofertada pela previdência, expressada nas casas de saúdes e nas clinicas particulares, sendo estas credenciadas pelo INPS. No que diz respeito ao contexto piauiense, este fenômeno pode ser observado com a fundação do sanatório Meduna na cidade de Teresina, ainda nos primeiros anos da década de 1950. Nosso trabalho será dividido em três etapas que ocorrerão de forma paralela e terão objetivos complementares. A primeira delas será dedicada no mapeamento dos prontuários produzidos no recorte temporal desta pesquisa. Para atingir este objetivo recorreremos aos livros de entrada e saída de pacientes para verificarmos aqueles que se encaixam no recorte temporal da nossa pesquisa. Na sequencia procederemos á digitalização do material. Por fim, o material digitalizado será catalogado e será criado um banco de dados com as informações contidas nas fontes. Serão utilizados como critérios para a produção de dados as seguintes informações: 1) Gênero, raça, idade, estado civil, classe social, atividade profissional e origem geográfica dos pacientes; 2) Tempo de manutenção, diagnósticos, índice de mortalidade e a causa mortis dos internos; 3) Autoria dos prontuários analisados: nome e função. Este trabalho é de grande valor institucional, pelo o fato de ter-se uma ausência de produções acadêmicas no estado do Piauí sobre o tema sendo proposto, além disso, ele nos possibilita enxergar indivíduos que de outras formas não poderiam ser observados com tal riqueza de informações. Palavras-chave: Feminino. Areolino de Abreu. Psiquiatria. Loucura. Diagnósticos.

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09 - AS PROPAGANDAS DE MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO AOS

DOENTES VENÉREOS EM PERIÓDICOS (TERESINA 1930 E 1940).

Ana Karoline de Freitas Nery Mestranda em História do Brasil (UFPI)

Email: [email protected] Profa. Dra. Elizangela Barbosa Cardoso – Orientadora (UFPI)

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da construção de representações de cuidado com as doenças venéreas em Teresina a partir da propaganda de remédios, presentes em periódicos que circulavam durante as décadas de 1930 e 1940, fazendo também uma relação das propagandas de medicamentos com a discussão de corpos saudáveis presentes no ideário de governo da época estudada. Foi a partir do final do século XIX, que as doenças venéreas passaram a se constituir como preocupação dos médicos, mas foi nas primeiras décadas do século XX, sobretudo durante o período dessa pesquisa, que o enfrentamento dessas enfermidades ganhou estatuto de política pública, inclusive no estado do Piauí. Nesse cenário, a parceria entre médicos e poderes públicos locais se dava na realização de algumas práticas com o objetivo de combater as doenças venéreas a partir da profilaxia, em que o Estado organizou uma estrutura de tratamento para os doentes venéreos que se relacionou à medicina curativa. Dessa forma, eram realizadas propagandas em jornais de circulação local, com o intuito de alertar para as implicações das doenças na vida das pessoas. A tentativa de inserção da indústria farmacêutica presentes nessas propagandas disputavam com as práticas de cura tradicionais que ainda eram muito presentes durante essa época e remédios como Elixir de Nogueira, Elixir 914, Lactargyl e tantos outros apresentam-se recorrentes nas páginas do Jornal. A metodologia utilizada envolveu a análise de periódicos e leituras bibliográficas. A partir do estudo das propagandas de remédios pode-se ter uma formulação dos discursos presentes na época para o tratamento do corpo doente a partir de práticas curativas aliadas aos discursos médicos, indústria farmacêutica e a influência que a propaganda tinha ao tentar convencer a população da cura do mal venéreo. Palavras-chave: Propagandas. Remédios. Jornal. Doenças venéreas. Teresina. 10 - HOSPITAL DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PARNAÍBA:

DOENÇAS E TERAPÊUTICAS REALIZADAS ENTRE 1914 A 1928.

Aleisa de Sousa Carvalho Rocha Mestranda em História do Brasil (UFPI)

Email: [email protected] Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro – Orientador (UFPI)

Este trabalho tem como objetivo analisar como a Santa Casa de Misericórdia da cidade de Parnaíba, no estado do Piauí, cumpriu no início do século XX serviços indispensáveis no tratamento de corpos acometidos por doenças. O recorte vai de 1914 a 1928 período que antecede e sucede a primeira crise da Santa Casa, resultando no seu fechamento em 1916 e metade do ano de 1917. Busca-se perceber como se dava a atuação da Instituição antes e depois da crise, quais as doenças, quem era o público atendido na Santa Casa e as terapêuticas realizadas para o tratamento dos doentes. Observamos que no presente recorte, a Santa Casa de Parnaíba, especificamente o seu hospital, era a única Instituição voltada para a assistência da população de Parnaíba e

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atendia pessoas de várias outras regiões, como Ceará, Maranhão e Pernambuco. Dentre as doenças que mais acometia o público atendido na Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba destacam-se o impaludismo, úlcera, sífilis e gripe. A metodologia utilizada envolveu a análise de Atas de entradas e saídas dos pacientes, os Receituários e as Atas das sessões da mesa administrativa. Além disso, algumas leituras bibliográficas auxiliaram na fundamentação teórico-metodológica, destacamos os seguintes autores: Gisele Sanglard (2006), Foucault (2015), Cobin, Courtine, Vigarello (2013) Giogio Agamben (2009). Palavras-chave: Santa Casa de Misericórdia. Hospital. Doenças. Terapêuticas.