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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUI FATEB CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LUÍS RICARDO MARIANO Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de projetos em organizações do setor sucroalcooleiro Birigui SP Novembro 2011

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUI – FATEB

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

LUÍS RICARDO MARIANO

Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de

projetos em organizações do setor sucroalcooleiro

Birigui – SP Novembro – 2011

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LUÍS RICARDO MARIANO

Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de

projetos em organizações do setor sucroalcooleiro

Monografia de conclusão de curso apresentada a Faculdade de Ciência e Tecnologia de Birigui – FATEB, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração de Empresas. Orientador: Prof.º André Gustavo Alves da Silva

Birigui – SP Novembro – 2011

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Ciências e

Tecnologia de Birigui.

Mariano, Luís Ricardo M286a Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de projetos em organizações do setor sucroalcooleiro / Luís Ricardo Mariano. Birigui-SP, 2011. 51 fl.: il. Monografia de conclusão de curso apresentada a

Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: André Gustavo Alves da Silva.

1. Cadeia de produção agroindustrial. 2. Gerenciamento de projetos. 3. Projetos de capital. 4. Setor sucroalcooleiro. II. T.

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DEDICATÓRIA

Vânia, minha esposa, Maria Luísa, minha filha, com amor, admiração e gratidão por

sua compreensão, carinho, presença e incansável apoio ao longo do período de

elaboração deste trabalho. Maria Araujo, minha avó, a quem com muito amor e

carinho me preparou para vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos supriu e nos deu forças durante esses

anos de esforços, trabalho, alegria e tristezas;

A meu orientador Professor André Gustavo Alves pelas valiosas contribuições

técnicas em todas as etapas que envolveram o desenvolvimento deste trabalho, e

pelo incentivo constante;

Aos membros das bancas examinadoras pelas importantes contribuições.

Aos professores da faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui - FATEB que,

direta ou indiretamente, contribuíram para o êxito deste trabalho.

Á minha esposa, Vânia e minha filha Maria Luísa, pelo apoio incondicional.

Page 6: Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de projetos em organizações do setor sucroalcooleiro.pdf

“Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram

conquistadas do que parecia impossível.”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

MARIANO, Luís Ricardo. Aplicabilidade e benefícios da metodologia de

gerenciamento de projetos em usinas sucroalcooleiras. 2011. 49 f. Monografia

– Faculdade de Ciência e Tecnologia de Birigui – FATEB, Birigui, SP, 2011.

O presente trabalho buscou a partir da pesquisa bibliográfica e descritiva fazer uma análise da aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de projetos no planejamento e controle de projetos de capital em organizações do setor sucroalcooleiro. Verificou-se que este setor possui fatores que influenciam e afetam o desempenho de seu processo produtivo, e sob a ótica da cadeia de produção agroindustrial em função da variedade de produtos que derivam do processamento da cana-de-açúcar, possui uma malha de encadeamento produtivo bastante complexa. Por outro lado, as organizações deste estão inseridas em um contexto atual de forte crescimento com projeções para realização de projetos de capital. Neste contexto constatou a utilização do gerenciamento de projetos pelas organizações modernas como um fator critico de sucesso e de vantagens competitivas para o negócio. Palavras-chave: Cadeia de Produção Agroindustrial; Gerenciamento de Projetos; Projetos de Capital; Setor Sucroalcooleiro.

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ABSTRACT

MARIANO, Luís Ricardo. Applicability of the methodology and benefits of project management in sugarcane mills. 2011. 49 f. Monografia – Faculdade de Ciência e Tecnologia de Birigui – FATEB, Birigui, SP, 2011.

This sought has from the literature and make a descriptive analysis of the

applicability and benefits of project management methodology in planning and control

of capital projects in organizations of this sector. It was found that this sector has

factors that influence and affect the performance of its production process, and from

the perspective of agro-industrial production chain according to the variety of

products derived from the processing of cane sugar, has a mesh chain productive

rather complex. On the other hand, these organizations are included in a current

context of strong growth projections for the performance of capital projects. In this

context noted the use of project management by modern organizations as a critical

factor for success and competitive advantages for business.

Keywords: Agribusiness Supply Chain, Project Management, Capital Projects, Sugar and Alcohol Sector.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Mapa de produção .................................................................................... 14

Figura 2 - Fluxograma simplificado das operações industriais .................................. 16

Figura 3 - Produção brasileira de cana-de-açúcar .................................................... 18

Figura 4 - Diagrama da cadeia produtiva da indústria sucroalcooleira ...................... 22

Figura 5 - Modelo de categorias de projetos de Archibald ........................................ 26

Figura 6 - Ciclo de vida do investimento e do projeto ................................................ 29

Figura 7 - Visão global dos possíveis componentes de ............................................ 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Produção brasileira de cana-de-açúcar ................................................... 23

Quadro 2 - Vantagens de uma metodologia de gerenciamento de projetos ............. 35

Quadro 3 – Classificação das pesquisas .................................................................. 40

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 14

2.1 Definição do Problema .............................................................................. 36

2.2 Hipótese ...................................................................................................... 36

3 OBJETIVO ............................................................................................................ 37

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 37

3.2 Objetivo Específico .................................................................................... 37

4 METODOLOGIA ................................................................................................... 38

5 RESULTADOS ..................................................................................................... 41

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

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12

1 INTRODUÇÃO

A abertura de mercado, competitividade acirrada, clientes exigentes e

avanços tecnológicos, caracterizam um cenário ideal para a execução de

empreendimentos, onde tudo tem que acontecer em um prazo cada vez menor e

utilizando menos recursos financeiros.

Atualmente as organizações do setor sucroalcooleiro estão inseridas em um

contexto de forte crescimento e euforia por parte dos mercados, e nos próximos

anos o cenário é de expansão e crescimento, o sucesso comercial dos veículos

flexfuel e a demanda mundial pelos seus principais produtos, álcool e açúcar,

sinalizam um espaço para a realização de projetos de capital na ampliação e/ou

criação de novas unidades

Nesse contexto, gerenciar os projetos torna-se uma tarefa primordial na

administração moderna, que deve ser feita de tal maneira a fim de minimizar os

riscos e obter resultados positivos no gerenciamento de empreendimentos.

A idéia inicial deste trabalho foi analisar a metodologia de gerenciamento de

projetos dentro das organizações do setor sucroalcooleiro. Dessa forma seu objetivo

principal foi analisar a aplicabilidade da metodologia de gerenciamento de projetos

como ferramenta de planejamento e controle de projetos de capital para

organizações do setor sucroalcooleiro.

A fim de atingir o objetivo proposto, foram apresentados os principais

conceitos, sendo: setor sucroalcooleiro, cadeia de produção agroindustrial, projetos

de capital e metodologia de gerenciamento de projetos.

O setor sucroalcooleiro tem papel importante no conjunto das atividades

econômicas nacionais, que desde o seu descobrimento é uma das atividades

econômicas mais antigas do país. As organizações inseridas neste setor são

caracterizadas pela produção de fluxo contínuo. Destacando que a qualidade do

produto final poderá vir a ser comprometida por uma eventual ocorrência de

anomalia em qualquer etapa do processo produtivo.

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A cadeia de produção agroindustrial possui uma estrutura que é definida pela

lógica de encadeamento das operações que deve colocar-se sempre de jusante a

montante, pois esta lógica assume que o consumidor final é responsável por impor

as principais mudanças no sistema.

Os projetos de capital constituem projetos que abrangem a construção de

equipamentos e instalações para a produção de outros bens e serviços. São

projetos compostos por grandes somas de investimentos financeiros, buscando

satisfazer as expectativas empresariais e, por conseguinte atender a desempenho

financeiro esperado pelos stakeholders e acionistas, portanto, tem sido alvo de muita

atenção entre as empresas de grande porte.

A metodologia de gerenciamento de projetos inclui um conjunto de etapas a

serem seguidas para assegurar a aplicação correta dos métodos, técnicas e

ferramentas, desde que bem definida podem trazer vantagens para a organização,

como: melhoria na comunicação; aumento de eficiência e produtividade;

planejamento detalhado e controle apropriado; e padronização de processos e de

documentos.

O trabalho baseou-se em levantamento bibliográfico onde pôde-se obter

conhecimentos específicos sobre o tema, e através de pesquisa descritiva buscou-

se a descrição e análise de fatos atuais.

Desta maneira, os resultados apresentados mostram que as organizações

modernas estão descobrindo que a utilização do gerenciamento de projetos

proporciona vantagens competitivas ao negócio.

Portanto, a metodologia de gerenciamento de projetos pode ser vista como

uma estratégia para gerenciar projetos de maneira eficiente e eficaz tornando se um

fator crítico de sucesso para o alcance dos objetivos planejados.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Alves (2009), a produção sucroalcooleira tem papel importante no

conjunto das atividades econômicas nacionais, que desde o seu descobrimento é

uma das atividades econômicas mais antigas do país.

A produção de cana-de-açúcar se concentra nas regiões Centro-Sul e

Nordeste do Brasil. A Figura 1, na seção seguinte mostra um mapa indicando em

vermelho as áreas onde se concentram as plantações e usinas produtoras de

açúcar, etanol e bioeletricidade, segundo dados oficiais do IBGE et al. (20101 apud

UNICA, 2011).

Fonte: UNICA/IBGE/UNICAMP/CTC (2010) Elaborado: UNICA2

No início da década de 1990, o setor sucroalcooleiro é inserido em um

contexto de livre mercado, é marcado por profundas transformações e sofre menor

1 - IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, (2010). 2 - UNICA – União da Indústria de Cana-de-açúcar.

Figura 1 - Mapa de produção

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intervenção estatal. Diante disso, o preço do açúcar, do álcool anidro, da cana-de-

açúcar e por fim do álcool hidratado, deixaram de ser controlados. Essas

transformações mudaram o modelo de produção e a forma de comercializar os

produtos e determinaram às organizações a necessidade de depender mais de sua

eficiência administrativa e econômica, perante a concorrência acirrada de colocar

seus principais produtos, o açúcar e o álcool em mercados competitivos (ALVES,

2002).

De acordo com o SEBRAE (2008, p.14), “existem três tipos de unidades

processadoras da cana-de-açúcar: as usinas que só produzem açúcar; as usinas

com destilaria, que produzem tanto açúcar como álcool; e as destilarias autônomas

que só produzem álcool.

Segundo Bressan Filho (2010), a sazonalidade da produção da matéria-

prima, constitui em uma característica intrínseca que influencia diretamente o setor

sucroalcooleiro por ser uma atividade agroindustrial. A produção sazonal desagrega

o período da colheita, que ao longo no ano-safra se concentra em alguns meses,

das necessidades de consumo que se estendem por todos os meses do ano. Tais

fatores requerem a pratica de formar estoques no período da colheita para

regularizar a oferta, principalmente durante a entressafra quando não há produção.

Segundo Sordan e Lima Júnior (2006), as organizações inseridas neste

setor são caracterizadas pela produção de fluxo contínuo. Destacando que a

qualidade do produto final poderá vir a ser comprometida por uma eventual

ocorrência de anomalia em qualquer etapa do processo produtivo. Os principais

processos para a realização do produto são: recepção da matéria-prima, extração do

caldo, tratamento do caldo, fabricação do açúcar e fabricação do álcool. Para apoiar

essas operações destacam-se principalmente os processos de geração e

distribuição de vapor, gestão da qualidade, gestão de pessoas, logística e

suprimentos etc.

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Marques (2009, p.35-37), para maior entendimento, propõe no fluxograma

apresentado da Figura 2 abaixo, um modelo simplificado do processamento

industrial da cana-de-açúcar para a produção de açúcar e álcool, subdivididos em

cinco grupos de operações.

O primeiro grupo de operações refere-se aos processos de recepção da

cana, preparo da cana, extração do caldo, tratamento do caldo e evaporação,

constituindo à etapa inicial de medição e limpeza da cana, transformação da cana

em caldo e bagaço, seguido pelo tratamento do caldo e evaporação destinados aos

processos de fabricação de açúcar e álcool (Idem).

Fonte: Marques (2009).

O segundo grupo de operações é responsável pela produção dos insumos

essenciais ao processamento da cana: água, vapor e eletricidade. Com a captação e

tratamento a água é transformada em vapor pela combustão do bagaço e esse

vapor é convertido em eletricidade em um conjunto de turbina de vapor e gerador de

eletricidade. Refere-se aos processos de estação de tratamento de água, geração

de vapor e geração de eletricidade, os dois primeiros são empregadas em um

circuito de realimentação que são devolvidos as operações de tratamento de água e

vapor, após serem utilizados no processamento da cana (Idem).

Figura 2 - Fluxograma simplificado das operações industriais

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O terceiro grupo de operações fornece materiais e serviços as demais

operações industriais. Refere-se as atividades de laboratórios, responsável pela

medicação de qualidade de matéria-prima e eficiência de processos; e as atividades

de oficinas e auxiliares responsáveis pelas atividades de manutenção de

equipamentos e suprimentos de materiais e os serviços de mão-de-obra para os

demais processos produtivos da usina (MARQUES, 2009. p.35-37).

O quarto grupo de operação refere-se a etapa especifica de produção de

açúcar e acrescenta como resultado de sua produção o mel residual que consiste

em subproduto rico em concentração de açúcares que não foram recuperados na

forma de cristais de açúcar, destacando que é uma segunda fonte de matéria-prima

no processo de fabricação de álcool nas usinas produtoras de açúcar e álcool. E o

último grupo de operações refere-se à fabricação de álcool que utiliza tanto o mel

residual como também o caldo concentrado a partir do processo do tratamento do

caldo, e que constitui em dois processos fundamentais: a fermentação que

transforma açucares redutores em álcool, e a destilação que separa a mistura de

álcool e água gerada no processo anterior (Idem).

Segundo Yamada et al. (1998), o desempenho das etapas do processo

produtivo em usinas sucroalcooleiras são influenciados direta ou indiretamente por

importantes fatores, que impactam em seus resultados, como por exemplo: “[...] a

produtividade, que mede a relação entre a quantidade do produto final obtido e a

quantidade de matéria-prima processada, e a eficiência de moagem, que mede a

relação entre o tempo efetivo de operação e o tempo total estimado para a

produção.” A Figura 3 na seção seguinte, exemplifica, a interação das etapas de

produção agrícola e industrial ilustradas nas regiões pontilhadas, e os componentes

externos a estas regiões abrangem os fatores que afetam o desempenho do

processo produtivo:

Teor de sacarose: define a quantidade de açúcar obtida em uma

quantidade especifica de cana. Depende dos fatores de insolação e

umidade na região de plantio, do volume das chuvas, qualidade da

cana, da quantidade de corte, e da qualidade do solo etc.

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Legislação: áreas de plantio com permissão para queimadas, mão-de-

obra disponível nas áreas de colheita manual.

Topografia: colheita mecanizada adapta-se bem aos terrenos planos,

porém sua aplicação é inviável para terrenos inclinados ou

acidentados, sendo mais comum nestes casos a colheita manual.

F

Fonte: Yamada et al. (1998, p.3)

Logística: planejamento em conjunto do plantio, corte e transporte da

cana, afim de oferecer um fluxo constante de entrega de cana ao

setor industrial, disponibilidade de caminhões e máquinas agrícolas,

área com colheita mecanizada, mão-de-obra disponível nas áreas de

colheita manual, raio do local de corte até a usina e seqüência de

colheita.

Chuvas: interrupções do processo produtivo devido as chuvas que

inviabiliza a movimentação de máquinas na lavoura, o transporte e

fornecimento de cana.

Figura 3 - Produção brasileira de cana-de-açúcar

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Capacidade de produção industrial: aumento da probabilidade de

falhas em equipamentos agrícolas e industriais, quando troca-se a

margem de segurança destes por uma maior taxa de aproveitamento

do potencial instalado na busca por acréscimos na produção. Requer

maior atuação dos setores de operação e manutenção.

Operação e manutenção de equipamentos: desgaste excessivo dos

operadores e também dos equipamentos devido períodos elevados

de safra, o que aumenta a probabilidade de falhas, nível de

qualificação de mão-de-obra, política de revisões de equipamentos, e

ferramentas disponíveis.

Oliveira (2011) destaca que a determinação de gargalos tecnológicos e não-

tecnológicos, que possam orientar na formulação de projetos e programas de gestão

tem sido a principal motivação de estudos das cadeias produtivas.

Segundo Batalha (1995), convém esclarecer que sistema agroindustrial,

complexo agroindustrial e cadeia de produção agroindustrial não são sinônimos, e

propõe que o sistema agroindustrial é constituído por complexos agroindustriais, e

estes são formados por cadeias de produção agroindustriais.

Segundo SEBRAE (2008), a cadeia de produção é conceituada pela

interação seqüenciada de atividades e segmentos produtivos que convergem para a

produção de bens e serviços, respondendo pelo o fornecimento de insumos, o

processamento, a distribuição e comercialização, e conduzindo o relacionamento do

sistema produtivo com o mercado consumidor.

Para Morgan (19883 apud CAMARGO, 2005) a cadeia de produção é

definida a partir de três séries de elementos: o primeiro refere-se a uma seqüência

de operações de transformação desagregadas, com a capacidade de se ligar e

separar entre si por um encadeamento técnico; o segundo constitui no processo de

transformação determinado por um conjunto de relações comerciais e financeiras, e

que gera um fluxo de troca, localizados a montante e a jusante, entre fornecedores e

3 - MORGAN, Yves. Fondements d’économie industrielle. Paris: Ed. Economica, 1988.

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clientes; e o terceiro, refere-se as ações econômicas responsáveis por dirigir a

valoração dos meios de produção e garantir a articulação das operações.

O SEBRAE (2008) acrescenta que o ambiente de negócio é constituído por

um conjunto mais amplo de elementos vinculados a toda cadeia de produção

formada por: “parâmetros de regulação, mão-de-obra qualificada, oferta de

tecnologia e os mecanismos de financiamento da atividade econômica, além da

oferta de infra-estrutura e logística.”

Segundo Pontes (2010), tanto para os processos internos à empresa quanto

para as interligações organizacionais, destaca a importância da integração da cadeia

produtiva para adequar as respostas da empresa aos relacionamentos, à montante

com o fornecedor, e a jusante com o cliente. E, acrescenta a necessidade de

competência quanto a alguns quesitos: “tempo (agilização dos processos físicos);

confiabilidade (obediência a prazos); e flexibilidade (rapidez em mudanças quando

necessárias).”

Segundo Simioni et al. (2007), na cadeia de produção o enfoque sistêmico

está relacionado ao conjunto de agentes e processos interligados que atuam para

fornecer produto aos consumidores finais, estabelecendo um sistema denominado

negócio agrícola, que pode ser subdivido em subsistemas.

Batalha (1995) destaca duas características importantes na definição de

uma cadeia de produção agroindustrial: a primeira refere-se ao espaço de análise

que ela delimita a análise microeconômica e a análise macroeconômica; e a

segunda refere-se a idéia de ser considerada como um sistema aberto, devido as

influências externas e a interação constante da empresa com o meio ambiente em

que está inserida, como forma de assegurar o seu sucesso frente a concorrência.

Segundo Oliveira (2011), a estrutura de uma cadeia de produção

agroindustrial, é definida pela lógica de encadeamento das operações que deve

colocar-se sempre de jusante a montante, pois esta lógica assume que o

consumidor final é responsável por impor as principais mudanças no sistema.

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Neves e Conejero (2007), afirmam que o sistema agroindustrial da cana-de-

açúcar é complexo:

“[...] as usinas produtoras dependem de fornecedores de cana e de bens de capital. Os produtos, álcool, açúcar e energia, são distribuídos para distribuidores de combustíveis, distribuidores de energia elétrica, industria de alimentos, atacado e varejo, e tradings exportadoras. Os subprodutos são destinados às indústrias, atacado e varejo, como indústria de suco de laranja e ração animal. Hoje, as usinas utilizam os resíduos, como vinhaça e vinhoto, como biofertilizantes.”

Segundo SEBRAE (2008), a cadeia de produção sucroalcooleira em função

da variedade de produtos que derivam do processamento da cana-de-açúcar, possui

uma malha de encadeamento produtivo bastante complexa, suas atividades

articuladas pode ser dividida em três blocos: a cadeia principal, responsável pelo

processo de produção de vários produtos da cana-de-açúcar (açúcar, álcool,

cachaça, rapadura, mel de engenho) e seus subprodutos; a cadeia a montante,

fornece os insumos e matérias-primas, máquinas e equipamentos, para a cadeia

principal; e a cadeia a jusante, que é responsável pelas atividades de promoção da

comercialização e da distribuição para o mercado consumidor, e pelas as atividades

que geram insumos para outras cadeias de produção (energia, fármacos, alimentos

etc).

Deste modo, devido ao seu sistema complexo, sua abordagem parte do

princípio de que “o desempenho de cada atividade produtiva depende de suas

integrações – para frente e para trás, numa relação sistêmica de encadeamento

(INTG/SEBRAE, 2000).”

A Figura 4 mostra a interação lógica de funcionamento da cadeia de

produção sucroalcooleira. A seqüência básica de atividades tem inicio na cadeia

principal com a colheita e a moagem da cana-de-açúcar, de onde saem a

concentração do caldo e o bagaço, que passa a ser utilizado na cadeia a jusante. A

concentração do caldo gera quatro produtos diferentes na cadeia principal: açúcar

com tipos diferentes de beneficiamento; mel e rapadura, ambos com forte presença

de micro e pequena empresa; e melaço, que carrega a produção de álcool e

aguardente. A produção de açúcar e álcool se destacam no que se refere a valor de

produção e impacto, na cadeia a montante e a jusante (SEBRAE, 2008).

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Fonte: SEBRAE/Pernambuco (2008, p.13). Cadernos setoriais do projeto

observatório empresarial.

Segundo Alves (2009), os altos níveis de produtividade nas duas pontas da

cadeia produtiva fazem com que o setor sucroalcooleiro brasileiro seja reconhecido

mundialmente, e destaca os principais fatores na busca por produtividade:

“Do cultivo e colheita da cana até o beneficiamento do açúcar e do álcool existe uma competição acirrada na busca da produtividade; na conquista e na sustentação de novos mercados e no cumprimento dos novos objetivos organizacionais (lucratividade, rentabilidade, responsabilidade social, entre outros).”

Alves (2002) destaca a importância do setor sucroalcooleiro brasileiro, tanto

no contexto doméstico como internacional, que por produzir em escala industrial

tanto açúcar como álcool se diferencia dos demais países.

Um panorama atual do setor pode ser entendido a partir dos dados

apresentados no quadro 1, na seção abaixo, onde se tem a evolução da produção

Figura 4 - Diagrama da cadeia produtiva da indústria sucroalcooleira

Page 23: Aplicabilidade e benefícios da metodologia de gerenciamento de projetos em organizações do setor sucroalcooleiro.pdf

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de cana-de-açúcar, açúcar e etanol, no Brasil, segundo a União dos Produtores de

Bioenergia (2011), na safra 2010/2011 foram produzidas 624.501.165 milhões de

toneladas de cana que resultaram em um total de 38.069.510 milhões de toneladas

de açúcar e 27.604.120 milhões de m³ de álcool. Observa-se que em relação a

produção de açúcar o quadro mostra apenas a produção de açúcar de um modo

geral, não abrindo nos tipos básicos. Enquanto que, na produção de etanol é

apresentada a produção nos tipos hidratado e anidro.

Quadro 1 - Produção brasileira de cana-de-açúcar

Fonte: MAPA4, (2011)

Elaboração: UDOP5

(*) Posição em 01/10/2011

Pode-se observar no quadro 1 acima que a produção de cana-de-açúcar

teve uma evolução de 145% da safra 2000/2001 para a safra 2010/2011, evoluindo

de 254.921.721 milhões de toneladas para 624.501.165 milhões de toneladas no

período. Em relação a produção de açúcar, no mesmo período cresceu 138% indo

de 16.020.340 milhões de toneladas para 38.069.510 milhões de toneladas, e a

produção de etanol teve um aumento muito superior de 162% comparado a

produção de açúcar no mesmo período, saindo de uma produção de 10.517.535

milhões de metros cúbicos para 27.604.120 milhões de metros cúbicos (UDOP,

2011).

4 - MAPA – Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento 5 - UDOP – União dos Produtores de Bioenergia

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De acordo com a CNA6 (2006), o setor sucroalcooleiro será marcado por

uma forte expansão nos próximos anos, no qual são atribuídos três fatores

largamente independentes, mas que atualmente estão ocorrendo simultaneamente:

o primeiro refere-se ao crescimento do mercado interno com o sucesso comercial

dos veículos flexfuel; o segundo, a crescente demanda mundial do álcool, como

decorrência de suas qualidades ambientais, e por ser produzido a partir de

biomassa, matéria-prima renovável; e o terceiro, pela exportação crescente, pela

competitividade brasileira e pela redução dos subsídios a exportação de açúcar na

União Européia (UE).

Alves (2009) acrescenta que o aumento das exportações de açúcar para

países asiáticos, a competitividade do açúcar brasileiro e a diferença de

produtividade da cana em relação à beterraba na produção de açúcar, sinalizam um

grande espaço para a ampliação de usinas processadoras.

Segundo a UDOP (2011), a fim de aumentar a capacidade instalada de

produção de álcool via cana-de-açúcar, até 2012 estão em curso no Brasil vários

projetos com investimentos na área industrial e agrícola na ordem de US$ 33

bilhões, sendo US$ 23 bilhões e US$ 10 bilhões respectivamente.

Os projetos são elementos fundamentais para o alcance dos objetivos

estratégicos das organizações, neste sentido, gerenciar projetos de maneira

eficiente e eficaz é fator crítico de sucesso para o alcance dos objetivos planejados

(MATESCO, 2011).

De acordo com Vargas (2009), os projetos possuem as seguintes

características: temporalidade, individualidade do produto ou serviço a ser

desenvolvidas pelo projeto, a complexidade e a incerteza. A temporalidade refere-se

à característica de que um projeto apresenta início e fim, e um evento de duração

finita explicitado em seu objetivo. A individualidade do produto a ser produzido

refere-se a característica de realizar um evento novo. Tendo em vistas essas duas

principais características podem-se destacar as demais como sendo:

6 - CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, 2006

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25

Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro dos parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.

Limmer (2008) define projeto como uma entidade complexa, constituída de

um conjunto de atividades inter-relacionadas que conduzem a um objetivo proposto,

atendendo condições estabelecidas de prazo, custo qualidade e risco. E acrescenta

que para alcançar tais objetivos é preciso desenvolver esforços no sentido de:

a) estruturar uma equipe para coordenar as atividades;

b) estabelecer um plano de implementação do projeto;

c) definir responsabilidades;

d) criar um sistema de informações;

e) criar um mecanismo de controle e de avaliação do andamento do

projeto;

f) criar um mecanismo de tomada de decisão;

g) cadastrar o que foi executado, visando à formação de um banco de

dados.

Segundo Clemente et al. (1998), o projeto constitui a idéia de realizar algo,

no futuro, afim de atender necessidades ou aproveitar oportunidades, e envolve um

complexo elenco de fatores que influenciam os responsáveis pela tomada de

decisão na seleção dos objetivos e dos métodos.

Archibald e Prado (2007) destaca o uso de categorias para entender o real

significado de gerenciamento de projetos e suas particularidades em diferentes

cenários, a figura 5 na seção seguinte mostra o modelo de categoria de projetos,

desenvolvida por Archibald e utilizada pelos autores na Pesquisa de Maturidade em

Gerenciamento de Projetos no Brasil em 2006, realizada em organizações de vinte

sete segmentos, com o objetivo de avaliar a maturidade setorial nas organizações

onde projetos são executados.

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Fonte: Archibald (2004). Elaboração: MPCM7 – Maturidade Brasil

7 - Maturity by Project Category Model

Figura 5 - Modelo de categorias de projetos de Archibald

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Segundo Bertoglio e Brasaga (2008), diariamente entre outras atividades, os

administradores das empresas precisam lidar com questões que envolvem a

captação de recursos para a implantação de projetos de bens de capital. Estes

projetos são de suma importância para que as organizações possam se desenvolver

e sobreviver frente às pressões da concorrência para acompanhar as novas

tendências e expectativas de seus clientes. Nesse cenário, as decisões ligadas aos

investimentos e fontes de recursos para implantação de projetos de bens de capital,

apontarão os principais riscos envolvidos, além de sinalizar como principal fator ao

sucesso da empresa.

Segundo Borges e Dalcol (2002), uma indústria de processo é caracterizada

por agregar valor aos materiais, pelo meio de mistura, separação, conformação ou

reações químicas. Possui processamento do tipo contínuo e de batelada (lotes), e

demandam rigoroso controle do processo e alto investimento de capital.

Segundo Rebelato et al. (2011), a indústria sucroalcooleira emprega

exclusivamente o processo contínuo. Portanto, sendo caracterizada como uma

indústria de processo e no que se refere a projeto de capital, vale-se destacar a

definição de Scott-Young e Samson (20048 apud PRADO 2011):

“[...] projetos de capital em indústria de processos envolvem a construção/expansão de plantas e/ou instalação de equipamentos, tanto para produzir um novo produto como para manter ou ampliar a capacidade de operação”.

Na concepção do IPA (20049, apud ALMEIDA, 2008), projeto de bens de

capital, constituem projetos que abrangem a construção de equipamentos e

instalações para a produção de outros bens e serviços.

Segundo Moraes (2010), na maioria das vezes por estarem voltados a

setores industriais os projetos de bens de capital possuem características de

complexidade maiores com relação aos demais tipos de projetos, pois quando são

8 - SCOTT-YOUNG, C.; SAMSON, D., Project Success and Project Team Human Resource Management. In: PMI INTERNATIONAL RESEARCH CONFERENCE, 2004. Proceeding. London (UK). 9 - IPA – INDEPENDENT PROJECT ANAYSIS. Research and metrics measuring capital projects best practices, 2004.

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observadas as fases iniciais de planejamento possibilita o aprendizado de muitas

lições, já que são desenvolvidas as estratégias e estudos de viabilidade, a

oportunidade do negócio, a especificação preliminar dos custos e do CAPEX

(Capital Expenditure), a análise dos riscos e a análise preliminar das opções de

engenharia.

Por gerar produtos diferenciados, o projeto de bens de capital, exige cuidado

especial com relação aos aspectos de segurança, meio ambiente, saúde, além dos

aspectos tributários e de responsabilidade social (ALMEIDA, 2008).

Segundo Monteiro e Freitas Junior (2010), com o passar dos anos, a escolha

de melhor oportunidade de investimento de capital sempre gera dificuldades para os

responsáveis pela tomada de decisão em escolher o melhor projeto, pois as opções

de investimentos são diferentes ao longo do tempo impossibilitando sua

comparação.

Segundo Woiler e Mathias (1996), um projeto de investimento constitui como

um conjunto de estudos para a tomada de decisão:

Projeto de investimento é definido como um conjunto de informações interna e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se (e eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento.

Segundo Souza (2003), o processo de desenvolvimento e análise de

projetos de bens de capital é composto pelas seguintes fases: construção do fluxo

de caixa, determinação do custo de oportunidade do capital, cálculo da viabilidade

econômico-financeira, decisão de aceitação ou rejeição do investimento, e inserção

no orçamento de capital.

Ishikua (200810 apud PRADO, 2011), acrescenta que um investimento

envolvendo um projeto de construção e montagem, possui um ciclo de vida,

conforme mostra a figura 4 que consiste: “na escolha do investimento que deve ser

correta (fazer a coisa certa: eficácia) e a implementação (ou execução) do projeto

deve ser correta (fazer correta a coisa: eficiência).”

10 - ISHIKURA, M. How Behavioral Models Relate to the Performances on EPC, In: SPECIAL EDEN DOCTORAL SEMINAR – The Nine School of Project Management, 2008. ESC-Lille. Proceedings. Lille (France).

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29

Fonte: Ishikura (2008 apud PRADO, 2011)

De acordo com o IPA (200411 apud ALMEIDA, 2008), o ciclo de vida de um

projeto de bens de capital varia de 1 ano a 5 anos aproximadamente com

investimentos que vão de US$ 5 milhões a mais de US$ 1 bilhão de dólares.

Segundo Almeida et al. (2006), na elaboração de um projeto de

investimento, a definição da demanda, a definição da oferta e a determinação de

qual é o preço de equilíbrio de mercado constituem as decisões mais importantes a

serem tomadas na escolha dos objetivos e métodos a serem adotados. Os dados

levantados suportam todas as etapas posteriores do projeto.

Segundo Moraes (2010), projetos de bens de capital, são projetos

compostos por grandes somas de investimentos financeiros, buscando satisfazer as

expectativas empresariais e, por conseguinte atender a desempenho financeiro

esperado pelos stakeholders e acionistas, portanto, tem sido alvo de muita atenção

entre as empresas de grande porte.

Prado (2011), acrescenta que o retorno somente ocorre após um razoável

período de tempo, devido as imensas quantias de dinheiro e prazos longos

envolvidos.

Na concepção de Almeida (2008), os projetos de bens de capital possuem

características relevantes e distintas com relação a outros tipos de projetos, pois 11 - IPA – INDEPENDENT PROJECT ANAYSIS. Research and metrics measuring capital projects best practices, 2004.

Figura 6 - Ciclo de vida do investimento e do projeto

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30

normalmente para sua execução é necessário à capitalização de enormes

quantidades de dinheiro.

Kerzner (200412, apud ALMEIDA, 2008), afirma que sem um planejamento e

controle adequado que contemple boas estimativas de investimentos e um eficiente

controle custos e de prazos, os projetos de bens de capital podem levar as

empresas a terem grandes problemas de fluxo de caixa e cumprimento de contratos.

E destaca que a etapa de aquisição de bens e serviços constitui um processo de alto

grau de criticidade para concretização dos objetivos da empresa. Por outro lado,

acrescenta que execução de projetos de bens de capital demanda um

gerenciamento de projetos adequado, gerando oportunidade para que as empresas

adquiram maturidade em gerenciamento de projetos.

Segundo Prado (2011), um projeto de investimento visa assegurar que todos

os recursos físicos sejam construídos/instalados, e que após a partida, a unidade

opere normalmente. As atividades de Engenharia, Aquisições e Construção e

Montagem, envolvem a maior quantidade de trabalho e dinheiro, porém para o

sucesso do negócio, há outras atividades de igual importância, tais como seleção e

contratação de pessoal, informática, logística, etc., conforme mostrado na figura 6 na

seção seguinte.

Fonte: Prado, (2011).

12 - KERZNER, H. Advanced Project mangement: best practices on implementation. 2ª Edição. Jonh Wiley & Sons, 2004.

Figura 7 - Visão global dos possíveis componentes de

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31

Moraes (2010) acrescenta que os projetos de bens de capital demandam

decisões estratégicas tomadas pela alta administração das empresas, destacando a

importância de haver um alinhamento entre os objetivos do projeto e o plano de

negócios.

Para Moura Junior (2010), o fator crítico de sucesso de qualquer

organização está ligado à qualidade de seus projetos, pois estes resultam nas

entregas de: produtos novos ou modificados, serviços, ambientes, processos e

empresas, além de consolidar as estratégias e difundi-las pela empresa diminuindo

a distância entre a visão da empresa e seus projetos.

No ambiente organizacional a definição de Gerenciamento consiste em uma

técnica que visa atender os objetivos internos e externos das empresas,

possibilitando medir e melhorar os resultados através da comparação com as metas

e com os concorrentes, e atender as expectativas dos investidores, acionistas e

clientes. Atualmente há vários tipos de gerenciamento praticados nas empresas,

porém o Gerenciamento de Projetos destaca-se como prática cada vez mais

adotada independentemente do segmento e tamanho das empresas (OLIVEIRA,

2003).

Segundo Noro (2006), o gerenciamento de projetos tem se destacado

notoriamente dentro dos modelos de administração e tem-se tornado determinante

para fornecer excelência na realização de projetos.

Segundo Borbo (2008), as organizações modernas estão descobrindo que a

utilização do gerenciamento de projetos proporciona muitas vantagens, e destaca a

importância de técnicas e profissionais competentes para a condução do projeto e

tomada de decisão para atender as demandas de clientes esclarecidos,

cronogramas apertados e recursos limitados.

No contexto da evolução do gerenciamento de projetos, verifica-se que os

fatores principais que contribuíram para a aderência a suas práticas estão

relacionados com a complexidade dos empreendimentos das empresas, a

necessidade de um sistema de gestão para planejamento e controle de projetos e,

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32

por conseguinte, pela competitividade e influência das mudanças externas no

ambiente empresarial (KERZNER, 2006).

De acordo com o Guia PMBOK (2008), o gerenciamento de projetos consiste

na aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades

do projeto a fim de atender seus requisitos. Abrange a criação de um equilíbrio as

demandas de escopo, tempo, custo, qualidade, além de um bom relacionamento

com o cliente. O sucesso no gerenciamento de um projeto está pautado nos

seguintes objetivos: cumprimento do prazo e do custo orçado, padrão de

desempenho adequado, homologação pelo cliente, controle das mudanças de

escopo e alinhamento com a cultura da organização.

Para Kerzner (2006), a definição de gerenciamento de projetos constitui a

planejamento, a programação e o controle de um conjunto de atividades associadas

visando alcançar seus objetivos com sucesso, para beneficio das partes

interessadas do projeto.

Segundo Moura Junior (2010), no gerenciamento de projetos deve haver

uma adaptação as diferentes necessidades e expectativas das partes interessadas e

um equilíbrio das suas demandas conflitantes: escopo, qualidade, prazo, orçamento,

recursos e riscos.

O gerenciamento de projetos tornou-se um processo de negócio de

importância critica exigindo que os gerentes de projetos e os membros da equipe

desenvolvam uma visão holística da organização (NORO, 2006).

Segundo Lima (2009), a definição de metodologia consiste no estudo dos

métodos para as etapas a serem adotadas em um determinado processo e, por

conseguinte, tornando-se vitais para o desenvolvimento dos projetos, desde que

implementados conforme as necessidades da empresa e do projeto. Isso demonstra

que com base em estudos, históricos e conhecimento operacional, um modelo visa

estabelecer melhores práticas para serem aplicadas para um fim específico, porém

nem sempre podem ser a melhor opção onde cada um deve determinar qual deve

ser aplicada ou não.

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33

Segundo Kerzner (2006), as metodologias que possam conter a maioria dos

projetos de uma empresa devem ser flexíveis e capazes de suportar a cultura e as

metas instituídas pela a administração.

O sucesso em um projeto pode ser obtido com a indicação de que a

empresa tem organização, planejamento, metas e prazos definidos. Mas as

empresas precisam compreender a importância de uma metodologia-padrão para

que possam usufruir dos benefícios proporcionados e gerar vantagem competitiva

ao negócio (LIMA, 2009)

Segundo Ventura Junior (2010), para que as empresas possam aumentar a

aplicação e a padronização de metodologias de gerenciamento de projetos é preciso

adequar as melhores praticas à realidade das empresas.

De acordo com Prado (2006), uma metodologia de gerenciamento de

projetos inclui um conjunto de etapas a serem seguidas para assegurar a aplicação

correta dos métodos, técnicas e ferramentas.

De acordo com Santiago et al. (2008), a diminuição das incertezas de um

projeto é verificada a partir da implementação adequada de uma metodologia que

assegure o planejamento do projeto de forma estruturada, tendo como resultado o

atendimento às expectativas referente a prazo, custo e qualidade desejada, a

minimização dos riscos e, por conseguinte, aumento da competitividade das

empresas.

De acordo com Moraes (2010), é crescente no ambiente acadêmico e

empresarial a aplicação de diversas metodologias de gerenciamento de projetos

para o desenvolvimento de projetos de capital buscando atingir escopo, prazo, custo

e qualidade para conseguir um maior retorno financeiro para seus stakeholders.

Santiago et al. (2008), apresenta duas abordagens de metodologia de

gerenciamento de projetos: a primeira é a metodologia FEL (Front End Loanding),

Prado (200413 apud SANTIAGO, 2008. p.4) define como sendo um conjunto de

13 - PRADO, D. Gerenciamento de programas e projetos nas organizações. BH: Ed.Nova Lima, 2004. p.60-65.

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34

métodos, técnicas e ferramentas para se alcançar um objetivo, apontando o que e

como deve ser feito a cada etapa. A segunda refere-se a um padrão, denominado

PMBOK (Project Management Body of Knowledge) que consiste no guia que define

as diretrizes, os principais conceitos e técnicas para gerenciamento de projetos

baseada nas melhores práticas desta área de conhecimento.

Segundo Silva et al. (2010), FEL (Front End Loanding) é um processo

destinado a explanar os objetivos empresariais e otimizar o nivelamento estratégico

entre o empreendimento a ser implementado com estes objetivos, buscando

maximizar a produtividade através da eliminação de investimentos em projetos que

não agregam valor e estão em desacordo com a estratégia do negócio.

Para Corrêa (2008), o Guia PMBOK (Project Management Body of

Knowledge), busca abordar os aspectos mais importantes no gerenciamento de

projetos. Este guia consiste em um padrão que visa identificar os processos, áreas

de conhecimento, técnicas e ferramentas que visam garantir a assertividade na

implementação de projetos.

No padrão PMBOK os requisitos ligados ao escopo, tempo, custo e

qualidade do projeto podem ser atendidos, porém um outro objetivo importante é

conseguir a efetividade na definição, desenvolvimento e seleção dos projetos, é o

que estabelece a metodologia FEL (SANTIAGO et al., 2008).

Para Lima (2009), os benefícios de uma metodologia-padrão podem ser

classificados em: benefício de curto e benefício de longo prazo. Os benefícios de

curto prazo correspondem a diminuição do tempo de ciclo e dos custos;

planejamento realista com grandes possibilidades de cumprir o cronograma; melhor

comunicação e conhecimento adquirido. Já os de longo prazo têm como foco os

fatores críticos de sucesso e a satisfação dos clientes, e incluem: maior rapidez na

entrega; redução global dos riscos; aumento da confiança e satisfação do cliente e

comparação de desempenho.

Segundo Matesco (2011), são inúmeras as vantagens que uma metodologia

de gerenciamento de projetos bem definida pode trazer para a organização. O

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35

quadro 1 abaixo mostra as principais vantagens de uma metodologia de

gerenciamento de projetos:

Quadro 2 - Vantagens de uma metodologia de gerenciamento de projetos

Vantagens Descrição

Melhoria na Comunicação

A padronização de processos, documentações, instrumentos e

ferramentas irá melhorar a comunicação intra-projeto, inter-

projetos e intra-departamental.

Aumento de Eficiência e

Produtividade

Com a condução de projetos utilizando-se uma boa metodologia,

baseada em princípios, técnicas, ferramentas e habilidades, os

gerentes de projetos poderão aumentar a efetividade da gestão,

alcançando melhores resultados. Da mesma forma a equipe

poderá ser motivada, liderada e controlada para garantia de maior

produtividade.

Planejamento detalhado e

controle apropriado

Permitirão tomadas de decisões mais rápidas e acertadas,

baseadas em informações e indicadores gerados pelo controle do

projeto. Propiciará uma redução nos riscos de falha no projeto e

ganho em sua qualidade.

Padronização de processos

e de documentação

Utilizando processos conhecidos e padronizados o projeto

possuirá registros históricos, lições aprendidas e documentações

apropriadas, o que permitirá uma gestão do conhecimento dos

projetos da organização.

Fonte: Matesco (2011).

Boyadjian (2007) destaca a necessidade de promover ligações de trabalho

entre as áreas operacional, gerencial e estratégica, a fim de melhorar o controle

gerencial do projeto, cabendo à equipe gerencial e técnica o papel de desenvolver

serviços técnicos e administrativos adequados com as operações em andamento e

ciclo de vida do projeto.

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36

2.1 Definição do Problema

Qual é a aplicabilidade e os benefícios da metodologia de gerenciamento de

projetos e como as empresas a aplicam na realização de seus projetos de capital?

2.2 Hipótese

O uso de ferramentas e técnicas de gerenciamento de projetos auxiliam para

que os projetos sejam executados conforme foram planejados, pois esta

metodologia alinhada com a estratégia da empresa, proporciona às organizações do

setor sucroalcooleiro aplicar seus recursos de maneira inteligente e eficaz,

contribuindo para: realizar com maior precisão os processos de tomada de decisão;

adquirir maior profissionalismos e integração dos processos de trabalho; aumentar a

assertividade no planejamento, execução e controle de seus empreendimentos;

auxiliar na avaliação e prevenção de riscos e, por conseguinte, agregar valor ao

negócio.

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37

3 OBJETIVO

3.1 Objetivo Geral

Analisar a aplicabilidade da metodologia de gerenciamento de projetos como

ferramenta de planejamento e controle de projetos de capital para organizações do

setor sucroalcooleiro.

3.2 Objetivo Específico

Caracterizar as organizações do setor sucroalcooleiro e suas

particularidades sob a ótica cadeia de produção agroindustrial;

Estabelecer o referencial teórico sobre o gerenciamento de projetos

sua aplicabilidade e benefícios para as empresas;

Verificar como a metodologia de gerenciamento de projetos pode

contribuir para o sucesso de projetos de capital de organizações do

setor sucroalcooleiro.

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38

4 METODOLOGIA

Este capítulo tem como propósito situar o presente trabalho do ponto de

vista metodológico, descrevendo os diferentes métodos e tipos de pesquisas citados

na literatura e as justificativas para a abordagem, os procedimentos e as técnicas

adotadas.

Para atingir o objetivo geral definido e responder o problema de pesquisa

pré-estabelecido, o capítulo referente à revisão de literatura estabelece um indicador

conceitual a partir de uma pesquisa bibliográfica com base em livros, artigos

científicos e outros periódicos a respeito do tema. A fim de ampliar a análise utilizou-

se também a pesquisa descritiva com propósito de descrever a aplicação o

problema de pesquisa dentro das organziações.

Goode e Hatt (196014 apud CASTRO, 2006. p.96) definiu que a Ciência

determina a forma de entender o universo empírico:

A Ciência é um método de abordagem do mundo empírico todo, isto é, o mundo que é susceptível de ser experimentado pelo homem e o único propósito da ciência é o de compreender o mundo empírico no qual o homem vive. Os conhecimentos obtidos, porém, não são definitivos e a ciência está sempre avançando em suas descobertas.

Segundo Gil (1991), para obter o entendimento do universo empírico, o

homem pode realizar pesquisas.

“Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no

raciocínio lógico, que tem como objetivo encontrar soluções para problemas

propostos, mediante a utilização de métodos científicos (ANDRADE, 1999. p.103).”

Lakatos e Marconi (200315 apud CASTRO, 2006. p.96) destaca que o

processo investigatório científico inclui a reunião de conhecimentos prévios e de

uma metodologia adequada que deve começar pela correta definição do tipo de

pesquisa a ser utilizada.

14 - GOODE, William J.; HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. SP: Ed. Companhia Editora Nacional, 1960. 15 - LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. SP: Ed. Atlas, 2003.

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39

As pesquisas podem ser classificadas: segundo Silva e Menezes (2001,

p.20), quanto à sua natureza em básica e aplicada; de acordo com Beuren e Raupp

(2006, p.79), quanto à sua forma de abordagem do problema em, quantitativa e

qualitativa; e conforme Gil (2002, p.41) quanto aos seus objetivos em exploratória,

descritiva e explicativa; e aos seus procedimentos em pesquisa bibliográfica,

documental, experimental, ex-post facto (a partir do fato passado), estudo de coorte,

levantamento, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa

participante.

Deste modo, esta pesquisa quanto à sua natureza, se classifica em pesquisa

aplicada. Segundo Silva e Menezes (2001, p.20) a pesquisa aplicada, tem como

propósito promover conhecimentos para a aplicação prática conduzidos à solução

de problemas específicos. Compreende verdades e interesses locais.

Considerando à sua forma de abordagem do problema, esta pesquisa,

adota, à pesquisa qualitativa. De acordo com Richardson (1999, p.80), o emprego da

pesquisa qualitativa busca delinear a complexidade de um problema, avaliar a

interação de algumas variáveis, entender e qualificar processos dinâmicos vividos

por grupos sociais. Portanto, este conceito reforça a caracterização deste trabalho

quanto à abordagem do problema em uma pesquisa qualitativa, já que não busca a

medição do fenômeno e sim a sua compreensão.

Com base nos seus objetivos, esta pesquisa, adota a pesquisa exploratória.

Conforme, Gil (2002, p.41), a pesquisa exploratória, oferece maior familiaridade com

o problema, a fim de evidenciá-lo ou a construir hipóteses. Destaca ainda que a

pesquisa exploratória é bastante flexível, geralmente adota a forma de uma pesquisa

bibliográfica ou de um estudo de caso.

Adota-se, ainda, a pesquisa descritiva, que segundo Cervo e Bervian (1983,

p.55), tem como objetivo observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou

fenômenos sem manipulá-los. Gil, (2002, p.42) acrescenta que o principal objetivo

da pesquisa descritiva, consiste em descrever as características de determinado

fenômeno.

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40

E quanto aos seus procedimentos técnicos, esta pesquisa, adota a pesquisa

bibliográfica, que segundo Gil (2002, p.44-5), é desenvolvida com base no

levantamento de todo o conteúdo bibliográfico publicado sobre o tema de estudo,

desde livros, artigos científicos e outros periódicos.

Neste sentido, no presente trabalho a pesquisa bibliográfica examina a

literatura relevante da área para construir uma revisão de literatura e estabelecer um

indicador conceitual; a pesquisa exploratória possibilitou identificar vários aspectos

relativo ao fenômeno estudado; e a pesquisa descritiva permitiu descrever as

características e aplicação do fenômeno para as empresas, a fim de atingir o

objetivo proposto (GIL, 2002. p.41-42).

O quadro 1, abaixo apresenta de forma simplificada os tipos de pesquisas

quanto ao seu critério de classificação, utilizadas neste trabalho:

Quadro 3 – Classificação das pesquisas

Fonte: Elaborado pelo autor

Critério de Classificação Tipo de Classificação

Quanto à sua natureza Pesquisa Aplicada

Quanto à sua forma de abordagem do problema Pesquisa Qualitativa

Quanto aos seus objetivos

Pesquisa Exploratória

Pesquisa Descritiva

Quanto aos seus procedimentos Pesquisa Bibliográfica

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5 RESULTADOS

Por meio da pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva, foi possível

verificar que o gerenciamento de projetos destaca-se: como fator determinante para

fornecer excelência na realização de projetos; por ser uma prática cada vez mais

adotada pelas empresas independentemente de seu segmento e tamanho; e

principalmente pela competitividade e influências das mudanças externas no

ambiente organizacional.

No seu contexto histórico, verificou-se que o setor sucroalcooleiro brasileiro,

no início da década de 1990 sofre menor intervenção estatal e é marcado por

profundas transformações que mudaram seu modelo de produção e a forma de

comercializar seus produtos, determinando às organizações a necessidade de

depender mais de sua eficiência administrativa e econômica frente a concorrência

acirrada de colocar seus produtos em mercados competitivos.

Atualmente, o setor se destaca, tanto no contexto doméstico como

internacional, por produzir em escala industrial tanto açúcar como álcool, se

diferenciando dos demais países. Observou-se ainda, que nos próximos anos, o

setor será marcado por uma forte expansão com o crescimento do mercado interno

devido o sucesso comercial dos veículos flexfuel, a demanda mundial do álcool, e

pela exportação crescente de açúcar, sinalizando um grande espaço para a

ampliação de usinas processadoras.

As organizações deste setor são caracterizadas pela a produção de fluxo

contínuo, pois o desempenho do seu processo produtivo é influenciado direta ou

indiretamente por fatores e variáveis que afetam o comportamento destes nas

etapas do processo: teor de sacarose, legislação, topografia, logística, chuvas,

capacidade de produção industrial, e operação e manutenção de equipamentos

Através dos objetivos propostos verificou-se que a cadeia de produção

agroindustrial, possui uma interação seqüenciada de atividades e segmentos

produtivos que convergem para a produção de bens e serviços, respondendo pelo o

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42

fornecimento de insumos, o processamento, a distribuição e comercialização, e

conduzindo o relacionamento do sistema produtivo com o mercado consumidor.

Neste sentido, sob a ótica da cadeia de produção agroindustrial, verificou-se

que a cadeia de produção sucroalcooleira em função da variedade de produtos que

derivam do processamento da cana-de-açúcar, possui uma malha de encadeamento

produtivo bastante complexa.

Dessa forma é possível observar que suas atividades articuladas podem ser

divididas em três blocos: a cadeia principal, a cadeia a montante que fornece os

insumos e matérias-primas, máquinas e equipamentos, para a cadeia principal; e a

cadeia a jusante, que é responsável pelas atividades de promoção da

comercialização e da distribuição para o mercado consumidor.

No alcance dos objetivos estratégicos das organizações, os projetos são

elementos fundamentais no desenvolvimento e sobrevivência frente às pressões da

concorrência para acompanhar as novas tendências e expectativas de seus clientes.

As organizações modernas estão descobrindo que a utilização do

gerenciamento de projetos proporciona muitas vantagens, e destaca a importância

de técnicas e profissionais competentes para a condução do projeto e tomada de

decisão para atender as demandas de clientes esclarecidos, cronogramas apertados

e recursos limitados.

De forma complementar, verificou-se que os principais fatores que

contribuíram para a aderência das práticas de gerenciamento de projetos, estão

relacionados com a complexidade dos empreendimentos das empresas.

Contudo constatou-se que para uma empresa obter sucesso em um projeto,

elas precisam compreender a importância de uma metodologia-padrão para que

possam usufruir dos benefícios proporcionados e gerar vantagem competitiva ao

negócio. E verificou-se também que a implementação adequada de uma

metodologia que seja flexível e capaz de suportar a cultura e as metas estabelecidas

pela a administração, que assegure o planejamento do projeto de forma estruturada,

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43

tendo como resultado o atendimento às expectativas referente a prazo, custo e

qualidade desejada, diminui as incertezas do projeto, minimiza os riscos e aumenta

a competitividade das empresas.

Por se caracterizar como uma indústria de processo contínuo as organizações

do setor sucroalcooleiro realizam projetos de capital, tanto para produzir um novo

produto como para manter ou ampliar a capacidade de operação a

construção/expansão de plantas e/ou instalação de equipamentos.

Neste sentido constatou-se que atualmente as organizações do setor

sucroalcooleiro estão inseridas em um contexto de forte crescimento e euforia por

parte dos mercados, e nos próximos anos o cenário é de expansão e crescimento, o

sucesso comercial dos veículos flexfuel e a demanda mundial pelos seus principais

produtos, álcool e açúcar, sinalizam um espaço para a realização de projetos de

capital na ampliação e/ou criação de novas unidades.

Portanto, sem um planejamento e controle adequados, os projetos de capital

podem levar as organizações do setor sucroalcooleiro a terem grandes problemas

de fluxo de caixa e cumprimento de contratos. Nesse sentido a metodologia de

gerenciamento de projetos contribui na construção do fluxo de caixa, determinação

do custo de oportunidade do capital, cálculo da viabilidade econômico-financeira,

decisão de aceitação ou rejeição do investimento, e inserção no orçamento de

capital; e principalmente na melhoria da comunicação, no aumento de eficiência e

produtividade, no planejamento detalhado e controle apropriado, e padronização de

processos e de documentos, além de aumentar sua competitividade empresarial e

adquirir maturidade na gestão de projetos de capital

.

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44

6 CONCLUSÃO

O trabalho apresentado buscou realizar uma análise da aplicabilidade da

metodologia de gerenciamento de projetos como ferramenta de planejamento e

controle de projetos de capital para organizações do setor sucroalcooleiro.

A cadeia de produção sucroalcooleira possui uma malha de encadeamento

produtivo bastante complexa, onde o desempenho do seu processo produtivo direta

ou indiretamente é influenciado por fatores como a sazonalidade, teor de sacarose,

legislação, topografia, logística, chuvas, capacidade de produção industrial, e

operação e manutenção de equipamentos.

Por ser uma indústria de processo, as organizações do setor sucroalcooleiro

devido à necessidade de construção/expansão de plantas ou instalação de

equipamentos realizam projetos de capital.

Os projetos de capital constituem projetos que abrangem a construção de

equipamentos e instalações para a produção de outros bens e serviços.

O gerenciamento de projetos se destaca como pratica cada vez mais adotada

pelas empresas a fim de atender seus objetivos internos e externos, e as

expectativas dos investidores, acionistas e clientes.

Através deste trabalho foi possível demonstrar a aplicabilidade e os benefícios

da metodologia de gerenciamento de projetos nas empresas, pois esta permite

assegurar a aplicação correta dos métodos, técnicas e ferramentas para atingir os

objetivos planejados. Por outro lado, faz-se necessário que a metodologia seja

flexível e capaz de suportar a cultura e as metas estabelecidas pela a administração,

e de forma complementar as empresas precisam compreender a importância desta

metodologia e assim usufruir dos benefícios proporcionados e gerar vantagem

competitiva ao negócio.

As organizações do setor sucroalcooleiro, atualmente estão inseridas em um

contexto de forte crescimento e euforia por parte dos mercados, e nos próximos

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anos o cenário é de expansão e crescimento, sinalizando um espaço para a

realização de projetos de capital na ampliação e/ou criação de novas unidades.

Contudo, neste contexto pode-se concluir que sem um planejamento e

controle adequados, os projetos de capital podem levar as empresas a terem

grandes problemas de fluxo de caixa e cumprimento de contratos. Para tanto, surge

uma grande oportunidade para as organizações sucroalcooleiras aplicarem a

metodologia de gerenciamento de projetos, aumentando sua competitividade

empresarial e adquirindo maturidade na gestão de projetos de capital.

A partir daí, conclui-se que a metodologia de gerenciamento de projetos,

seja uma ferramenta estratégica de planejamento e controle, para o alcance dos

objetivos estratégicos das organizações, neste sentido, gerenciar projetos de

maneira eficiente e eficaz é fator crítico de sucesso para o alcance dos objetivos

planejados.

Desta maneira, os resultados apresentados mostram que a metodologia de

gerenciamento de projetos é um fator de competitividade, pois podem trazer

diversas vantagens para organizações do setor sucroalcooleiro, como a melhoria na

comunicação, aumento de eficiência e produtividade, planejamento detalhado e

controle apropriado, e padronização de processos e de documentos.

Pela presente monografia verificou-se que a hipótese apresentada é

verdadeira, constatando-se assim de extrema importância para as organizações do

setor sucroalcooleiro na realização de projetos de capital, a aplicabilidade gera

benefícios, entre os quais apontam-se: aumento da assertividade no planejamento,

execução e controle dos empreendimentos, avaliação e prevenção de riscos, maior

precisão nos processos de tomada de decisão; maior profissionalismos e integração

dos processos de trabalho.

Como sugestão de trabalho futuro propõe uma analise quantitativa e um

estudo de caso para verificar o nível de utilização da metodologia de gerenciamento

de projetos bem como o nível de maturidade de gerenciamento de projetos nestas

empresas.

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