apostila amostragem da vegetação (1)
DESCRIPTION
Apostila Amostragem Da VegetaçãoTRANSCRIPT
-
MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
Departamento de Engenharia Florestal / Disciplina: Ecologia Florestal
Professor Responsvel pela Disciplina:
Israel Marinho Pereira
Discente:
Josiane Silva Bruzinga
AMOSTRAGEM DA VEGETAO - Conceitos bsicos -
Diamantina, maio de 2011. www.ufvjm.edu.br
-
2
1
Amostragem da Vegetao
As informaes obtidas com o levantamento da vegetao podem ser feitas
atravs de amostragem da populao ou pela enumerao total (censo) das rvores. Os
tipos de amostragem se referem forma como as unidades amostrais so dispostas na
rea e est diretamente relacionada com as estatsticas que sero usadas para fazer as
inferncias sobre a populao. Tais tipos podem ser probabilsticos ou no
probabilsticos. No que se refere ao mtodo de amostragem, ou seja, s dimenses das
unidades amostrais, estas podem ser de rea fixa, rea varivel, por ponto ou pelo
mtodo das distncias. As de rea fixa podem variar ainda no tamanho e na forma
(quadrada, retangular, circular, etc.).
O sucesso do levantamento est intrinsecamente ligado ao planejamento do
trabalho. Onde se insere os procedimentos e esforos dispensados seleo de rea para
realizao do levantamento. nesta etapa, que ser definido o tamanho e dimenses do
universo amostral e a delimitao dos estratos (quantos o pesquisador julgar que
existam) da rea. O que fundamental para a definio do tipo de amostragem que ser
aplicado na rea.
Os dados do levantamento so coletados nas unidades amostrais delimitadas em
campo (no caso de parcela fixa), e as variveis de interesse da populao so medidas
(dentro das unidades amostrais), s deve ser realizada aps completa definio de todas
as etapas do planejamento. Que inclui a definio do tipo e mtodo de amostragem, a
seleo da rea (que inclui a confeco do mapa base da rea pra lanamento das
parcelas) e a definio do critrio de incluso, ou seja, a partir de qual tamanho os
indivduos sero includos na amostra.
1.1 Seleo de rea
A seleo de rea em levantamentos da vegetao, leva em considerao dois
aspectos: primeiro a definio da fisionomia(s) ou rea a ser estudada, e, segundo a
delimitao fsica do fragmento em campo. A definio da fisionomia ou rea
-
3
peculiar a cada tipo de estudo e est relacionado com os objetivos do mesmo. Esse
aspecto ser apresentado de forma terica, nos nove pargrafos que se seguem.
A definio da fisionomia a ser estuda deve ser preliminar ao incio da execuo
da parte de campo do estudo. E as primeiras visitas em campo, devem ter por objetivo
classificar tais fisionomias. A definio da fisionomia a ser estudada presume,
obviamente, que o pesquisador saiba classificar tal vegetao em campo, o que requer
conhecimentos dendrolgicos e botnicos do mesmo.
Essa classificao pode ser feita com ajuda de chaves de classificao de
fisionomias. Cita-se aqui a classificao de Veloso, aceita pelo IBGE como
classificao da vegetao brasileira adaptada a um sistema universal (Veloso et al.,
1991). Dependendo do Bioma que se est trabalhando, tem-se chaves de classificao
especficas, como a classificao de Ribeiro e Walter para o bioma Cerrado (RIBEIRO
e WALTER, 2008). Alm de classificaes mais antigas e no menos corretas como de
Martius; Classificao de Gonzaga de Campos; Classificao de Alberto J. Sampaio;
Classificao de Lindalvo Bezerra dos Santos; Classificao de Aroldo de Azevedo
Classificao de Edgar Kuhlmamn; Classificao de Andrade-Lima e Veloso;
Classificao do Projeto RADAM; Classificao de Rizzini; e Classificao de George
Eiten. Informaes j existentes sobre botnica, geologia, clima e solos da rea tambm
podem auxiliar na classificao da vegetao.
A caracterizao da vegetao de uma determinada rea (etapa essencial para
seleo da rea) pode ser obtida ainda, atravs de variveis qualitativas e quantitativas.
Enquanto para as variveis qualitativas, a escolha das reas pode ocorrer de forma
subjetiva, as quantitativas exigem que a representatividade das reas a serem estudadas
seja demonstrada objetivamente (Batista, 1998). Esse autor salienta ainda que o objetivo
de qualquer levantamento de recursos naturais obter informaes que possam ser
utilizadas nas tomadas de decises, ou seja, para que as decises sejam apropriadas, as
informaes obtidas devem ser confiveis. O que est intimamente relacionado com o
sucesso da seleo da rea.
A classificao revela tipos de comunidades ou tipos de populaes
componentes. Uma classificao pode ser obtida ainda, de forma manual pelo rearranjo
de linhas e colunas de uma tabela de vegetao, como em Braun-Blanquet (1964), ou
automaticamente atravs de mtodos numricos.
Conforme Mller-Dombois & Ellenberg, (1974), essa fase do levantamento pode
ser tambm, bastante subjetiva, onde os pontos de vista diferem principalmente no que
-
4
diz respeito ao grau de uma cobertura de segmentao que pode-se usar. Quando o
objetivo descrever a vegetao atravs da classificao, tendo em vista o
estabelecimento de relaes ambientais significativas para as unidades de vegetao e,
em seguida, a busca casual para explicaes de semelhantes entre assemblias de
plantas, uma maior nfase recai sobre a familiarizao antes de se fazer a amostragem
(MLLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974). Ou seja, requer o repetido e detalhado
reconhecimento. Quanto melhor o conhecimento inicial da rea como um todo a partir
do reconhecimento, melhor poder ser a subseqente amostragem.
Contudo, a floresta uma estrutura complexa que pode ser medida por diversos
parmetros, tendo-se, assim, muitas alternativas a serem utilizadas para sua descrio e
classificao (Maquin & Matos, 1967), visto que, conforme, a vegetao no varia
somente com a composio florstica, mas com a riqueza de espcies, produtividade
(estrutura) e grau de predominncia de cada espcie.
O segundo aspecto da seleo de rea delimitao fsica do fragmento em
campo, o foco deste tpico da reviso e ser mostrado aqui de forma prtica. Ou seja,
os passos que se devem seguir para delimitar uma rea em campo, conforme objetivo do
estudo. Ressaltando que os dois aspectos, constituem uma das fases mais importantes no
processo de levantamento da vegetao. Visto que, definido a(s) fisionomia(s) a ser
estudada(s), o esperado que a rea delimitada em campo para o levantamento
realmente contenha tais fisionomias.
1.2 Tipos de amostragem
Ao estudar a fisionomia de um ambiente muito claro que a determinao de
toda a variao das espcies na comunidade s ser alcanada quando a amostragem
representar toda a rea (censo). Entretanto, em virtude das limitaes de recursos
financeiros, tempo, mo-de-obra, acesso e tamanho das florestas, impraticvel
inventariar 100% da rea das florestas. Assim, h a necessidade da realizao da
amostragem, com o objetivo de obter estimativas precisas e eficientes de diferentes
parmetros populacionais de interesse. Ento, o problema bsico de qualquer
procedimento de amostragem a obteno de estimativas fidedignas de alguma
caracterstica da populao de interesse, tomando como base somente parte dessa
populao (THOMPSON e SEBER, 1996). Antes de aprofundar no tema, alguns
conceitos se fazem necessrios:
-
5
Populao - um universo dentro do senso estatstico que contempla duas
pressuposies bsicas: os indivduos de uma populao so de mesma natureza e
diferem entre si, de acordo com uma feio, atributo tpico ou caracterstica,
denominada varivel (LOETSCH E HALLER, 1964). Segundo Soares (2006), em
termos florestais, a primeira condio pode ser facilmente exemplificada ao se definir o
tipo da floresta a ser inventariada. Par a segunda condio, como a floresta composta
por um conjunto de rvores, estas possuem caractersticas, as quais so contempladas
pelo inventrio propriamente dito, por exemplo: dimetro altura do peito, altura,
volume, etc.
Amostra trata-se de uma poro da dada populao que examinada,
permitindo, a partir da, que se faam inferncias sobre a populao em questo
(SHIVER E BORGES, 1996).
Unidades de amostra consistem nas unidades em que sero realizadas as
avaliaes quantitativas e qualitativas sobre as feies de uma populao (SOARES,
2006). Conforme Loetsch e Haller (1964), em se tratando de inventrios florestais,
existem populaes que so marcadamente heterogenias em sua composio e, por isso,
o processo de seleo das unidades de amostra se torna atividade de suma importncia
no processo como um todo.
Estimadores nada mais so do que frmulas matemticas usadas no intuito de
condensar as informaes obtidas atravs da amostragem, em um nico nmero, a
estimativa (SANTOS, 1992). Essa definio extremamente importante, pois para cada
tipo de amostragem, que ser visto adiante, existe uma estatstica especfica a ser usada.
Ou seja, o estimador a ser usado nos clculos de inferncia, est estritamente
relacionado escolha do tipo de amostragem a ser usado.
Preciso define o poder de um estimador, ou seja, o quo prximo o estimador
consegue estar do verdadeiro valor de um parmetro de uma populao. A preciso de
uma estimativa depende, dentre outros fatores, da variabilidade da populao, do
tamanho da amostra e do delineamento de amostragem empregado no inventrio
florestal (SOARES, 2006). E a exatido, outro conceito importante, refere-se ao grau de
aproximao de uma estimativa em relao ao parmetro da populao.
Erro de amostragem refere-se ao erro que se incorre por avaliar apenas parte da
populao. Segundo Shiver e Borges (1996), trs fatores aumentam a probabilidade de
ocorrncia do erro de amostragem: o tamanho da amostra dentro de uma populao e o
mtodo de seleo das unidades de amostra. E erros de no-amostragem, so aqueles
-
6
que no so advindos do processo de amostragem. Segundo Husch (1993), os erros de
no amostragem podem contribuir significativamente para o erro da estimativa de um
inventrio, podendo ser, inclusive, maior que o erro de amostragem. Todos os
inventrios esto sujeitos a erros de amostragem e de no-amostragem. Juntos, eles
perfazem o erro total da estimativa. O erro total e a diferena entre a estimativa de uma
amostra e o valor verdadeiro da populao. Se no existirem erros de no-amostragem,
o erro total equivalente ao erro de amostragem (SOARES, 2006).
As formas para selecionar uma amostra podem ser agrupadas em duas grandes
categorias: amostras casuais, que so as probabilsticas ou aleatrias e amostras no
casuais, que so as no probabilsticas ou no aleatrias. Essas duas grandes formas
se ramificam em alguns tipos especficos de amostragem. Na amostragem
probabilstica, a probabilidade de seleo de qualquer unidade de amostra conhecida.
Esta probabilidade maior que zero e pode ser a mesma para todas as unidades, em
todos os momentos da seleo da unidade, ou pode variar com o progresso da
amostragem. Segundo Soares (2006), na amostragem no probabilstica, as unidades
que constituem a amostra no so selecionadas pelas leis da chance, mas pelo
julgamento pessoal ou sistematicamente.
Alguns exemplos de amostragem probabilstica so:
a) Amostragem com igual probabilidade de seleo das unidades de amostra:
- Amostragem casual simples;
- Amostragem casual estratificada;
- Amostragem multiestgio e
- Amostragem multifsica
b) Amostragem com probabilidade varivel:
- Amostragem por listagem
- Amostragem com probabilidade proporcional predio 3P
- Amostragem proporcional ao tamanho PPS
- Amostragem por ponto, com ngulo de contagem horizontal
- Amostragem por ponto, com ngulo de contagem vertical
- Amostragem em linhas, com ngulo de contagem horizontal
- Amostragem em linhas, com ngulo de contagem horizontal
- Amostragem por quadrantes
- Amostragem pelo mtodo das seis rvores
-
7
- Amostragem por conglomerados
- Amostragem de Bernoulli
E como exemplos de amostragem no probabilstica tm-se:
- Amostragem seletiva
- Amostragem sistemtica
- Amostragem sistemtica com mltiplos incios aleatrios
- Amostragem por convenincia
- Amostragem por quotas
Nas amostragens probabilsticas, possvel demonstrar a representatividade da
amostra assim como calcular estatisticamente o grau de confiana com o qual as
concluses tiradas da amostra se aplicam ao universo amostral (SANTOS, 1992).
1.2.1 Amostragem casual simples
A amostragem casual simples o mtodo bsico de seleo probabilstica onde,
na seleo de uma amostra composta de n unidades de amostra, todas as possveis
combinaes das n unidades, teriam as mesmas chances de serem selecionadas.
Segundo Campos e Leite (2006) os outros mtodos de amostragem so modificaes
deste, elaborados coma finalidade de se conseguir maio economia ou preciso.
A amostragem casual simples requer que todas as combinaes possveis de (n)
unidades amostrais da populao tenham igual chance de participar d amostra. A
seleo de cada unidade amostral deve ser livre de qualquer escolha e totalmente
independente da seleo das demais unidades da amostra (NETTO e BRENA, 1997).
Na amostragem casual simples, a rea tratada como sendo uma populao
nica. Se forem usadas unidades amostrais de rea fixa, a rea considerada como
sendo composta daquelas unidades espaciais, cujo total representado por (N). neste
caso, alocando-se previamente uma estrutura de (N) unidades na populao, das quais
(n) unidades sero amostradas, o nmero de combinaes possveis de (n) unidades
amostrais na populao segundo Netto e Brena (1997) dado por:
-
8
E quando a unidade for constituda por um ponto amostral, o nmero total de unidades
da populao (N) considerado infinito.
Sendo N o nmero de elementos da populao e n o nmero de elementos da
amostra, cada elemento da populao tem probabilidade n/N de pertencer amostra. A
essa relao n/N denomina-se frao de amostragem. Por outro lado, sendo a
amostragem feita sem reposio, a suposio que fazemos em geral, que existem (n)
possveis amostras, todas igualmente provveis (NETO, 1977). Na prtica, a
amostragem simples ao acaso pode ser realizada numerando-se a populao de 1a N,
sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatrio qualquer n nmeros dessa
seqncia, os quais correspondero aos elementos sorteados para a amostra.
Em um inventrio florestal, a amostragem casual sem restrio produz uma
estimativa no tendenciosa da mdia da populao e fornece informaes necessrias
para avaliar o erro de amostragem, porm segundo Soares (2006), apresenta as seguintes
desvantagens: (a) exigncia de se idealizar um sistema de seleo casual de parcelas ou
pontos de amostragem, (b) dificuldades de se locar no campo, com posicionamentos
dispersos, as unidades de amostra selecionadas, (c) o tempo gasto de caminhamento
entre as unidades de amostra, torna-se dispendioso e improdutivo e (d) a possibilidade
de uma distribuio desuniforme das unidades de amostra, resultando numa amostragem
irregular e, possivelmente, no representativa da populao.
As unidades de amostra podem ser selecionadas com ou sem reposio. Em uma
seleo com reposio, cada unidade aparece na amostra, repetidas vezes, tantas quantas
ela for selecionada, e a populao, neste caso, pode ser considerada infinita. Na
amostragem sem reposio, uma unidade aparecer na amostra somente uma nica vez.
Para grandes populaes finitas, os clculos das mdias e erros padres podem ser feitos
como se procede para uma populao infinita, desde que o fator de correo, 1- n/N, se
aproxime da unidade (CAMPOS e LEITE, 2006).
Os principais parmetros e estimativas obtidos atravs da amostragem aleatria
simples so: mdia aritmtica, varincia, desvio padro, varincia da mdia, erro
padro, coeficiente de variao varincia da mdia relativa, erro de amostragem,
intervalo de confiana para mdia, total da populao, intervalo de confiana para o
total, estimativa mnima de confiana, estimativas por razes Santos (1992).
-
9
1.2.2 Amostragem casual estratificada
A intensidade de amostragem necessria para estimar os parmetros de uma
populao, com uma preciso previamente fixada, depende da variabilidade dessa
populao. Se a varincia for grande, a intensidade de amostragem ser grande, bem
como os custos de amostragem. Se a varincia for pequena, a intensidade de
amostragem ser reduzida e os custos de amostragem sero menores (NETTO E
BRENA, 1997).
Muitas vezes a populao se divide em sub-populaes ou estratos, sendo
razovel supor que, de estrato para estrato, a varivel de interesse apresente um
comportamento substancialmente diverso, tendo, entretanto, comportamento
razoavelmente homogneo dentro de cada estrato. Conforme Neto (1977), em tais casos,
se o sorteio dos elementos da amostra for realizado sem se levar em considerao a
existncia dos estratos, pode acontecer que os diversos estratos no sejam
convenientemente representados na amostra, a qual seria mais influenciada pelas
caractersticas da varivel nos estratos mais favorecidos pelo sorteio. Evidentemente, a
tendncia da ocorrncia de tal fato ser tanto maior quanto menor o tamanho da
amostra. Para evitar isso, pode-se adotar uma amostragem estratificada.
Na amostragem casual simples, no se pode garantir que todos os seguimentos
de uma populao sejam representados na amostra. J na amostragem estratificada tem-
se a possibilidade de extrair uma amostra que represente os diferentes segmentos de
uma populao, para qualquer varivel de interesse. Por essa razo, a estratificao
usada com frequncia em levantamentos realizados por amostragem (SUKHATME,
1954).
Segundo Neto (1977), comparativamente amostragem casual simples, a
amostragem casual estratificada oferece as seguintes vantagens: (a) proporciona
estimativas independentes e precisas da media e da varincia para cada estrato e (b)
considerando igual intensidade de amostragem, ela a mais eficiente e fornece
estimadores mais precisos dos parmetros da populao. Segundo Soares (2006), essa
segunda vantagem, s conseguida se for feita uma boa estratificao da populao,
de forma que a disperso entre as unidades de amostra dentro de cada estrato seja menor
que a disperso entre as unidades de amostra lanadas em toda a populao.
Segundo Soares (2006), a estratificao determinada pela subdiviso da
floresta em estratos com base em alguns critrios, como: caractersticas topogrficas,
-
10
tipos florestais, espcies, classe de densidade, altura, idade, classe de stio, etc. Ainda
segundo o autor, se possvel, a estratificao deve ser baseada na mesma caracterstica
que seria estimada pelo procedimento de amostragem.
De acordo com COCHRAN (1963), quando a estratificao corretamente
utilizada, quase sempre resulta em menor varincia para os valores e totais estimados,
que a obtida pela amostragem aleatria simples coma mesma intensidade de
amostragem. Porm, no verdico que qualquer amostra estratificada resulte em
varincia menos que uma aleatria simples com a mesma intensidade de amostragem.
Porm segundo Netto e Brena (1997), no verdico que qualquer amostra estratificada
resulte em varincia menos que uma aleatria simples.
Segundo Netto e Brena (1997), em inventrios florestais, as possibilidades de
estratificao so classificadas em cinco tipos principais:
a) Estratificao da varivel de interesse - Onde a separao dos estratos feita
em cima da homogeneizao da varivel de interesse dentro de cada estrato.
b) Estratificao administrativa Aplicada como objetivo de obter informaes
setorizadas por rea de interesse, ou simplesmente para a organizao do
trabalho.
c) Estratificao tipolgica Aplicada como objetivo de obter informaes
particulares para cada tipo florestal, que so perfeitamente caracterizados e
facilmente reconhecidos no campo. Segundo os autores, a estratificao
comumente utilizada nos inventrios de florestas nativas, especialmente as
tropicais. Na maioria das vezes a estratificao tipolgica coincide com a
estratificao da varivel de interesse.
d) Pr-estratificao a diviso da populao em estratos realizada antes da
coleta de dados. Desse modo, a amostragem estruturada para cada estrato
individualmente.
e) Ps-estratificao a diviso em estratos efetuada aps a coleta de dados.
Em geral, a ps-estratificao decorre da identificao da variabilidade da
populao durante os trabalhos de amostragem, ou aps anlise dos dados.
1.2.3 Amostragem sistemtica
A amostragem sistemtica situa-se entre os processos probabilsticos no
aleatrios, em que o critrio de probabilidade se estabelece atravs da aleatorizao da
-
11
primeira unidade amostral (NETTO E BRENA, 1997). Segundo Shiver e Bordes
(1996), a amostragem aleatria sistemtica uma variante da amostragem aleatria
simples que se usa quando os elementos da populao esto organizados de forma
seqencial.
Segundo Loetsch e Haller (1973), em um processo sistemtico, as unidades
amostrais so selecionadas a partir de um esquema rgido e preestabelecido de
sistematizao, com o propsito de cobrir a populao, em toda a sua extenso, e obter
um modelo sistemtico simples e uniforme.
A localizao das unidades amostrais , em geral, mais fcil em uma amostra
sistemtica do que em uma aleatria, uma vez que as unidades so distribudas segundo
a mesma orientao (NETTO E BRENA, 1997). Em decorrncia disso, o tempo gasto
em deslocamento para localizar as unidades amostrais menor e o custo de amostragem
reduzido. Em inventrio florestal, a amostragem sistemtica tem sido usada em todo o
mundo e, em muitos casos o processo de amostragem preferido (NETTO E BRENA,
1997).
A distribuio sistemtica das unidades amostrais pode ser feita com parcelas de
rea fixa, ou faixas e tambm parcelas de rea varivel, quando forem usados pontos de
amostragem ou linhas. Considerando que as unidades de uma mostra sistemtica so
fixadas atravs de um intervalo regular, haver um conjunto de amostras possveis na
populao.
Conforme Husch (1972), os inventrios florestais realizados atravs da
amostragem sistemtica apresentam as seguintes vantagens: (a) a sistematizao
proporciona boa estimativa da mdia e total, devido a distribuio uniforme da amostra;
(b) a amostra executada com maior rapidez e menor custo que a aleatria, desde que a
escolha das unidades amostrais seja mecnica e uniforme; (c) o deslocamento entre as
unidades mais fcil, resultando em menor tempo gasto e consequentemente menor
custo de amostragem e (d) o tamanho da populao no precisa ser conhecido uma vez
que cada unidade que ocorre dentro do intervalo de amostragem fixado, selecionada
seqencialmente, aps ser definida a unidade amostral.
1.2.4 Amostragem multiestgio (ex: dois estgios)
A amostragem multiestgio um tipo de desenho amostral, no qual dois ou mais
nveis de unidades so encaixados um no outro. Por exemplo: reas geogrficas
-
12
(unidades primrias), fisionomias (unidades secundrias), trechos da fisionomia (as
unidades tercirias). Em cada estgio, uma amostra das unidades correspondente
selecionada. Na primeira, uma amostra de unidades primrias marcada, em cada um
dos escolhidos, e uma amostra de unidades secundrias selecionada, e assim por
diante (SHIVER e BORDES, 1996). Todas as unidades finais (trechos de fisionomias),
selecionados na ltima etapa deste processo so ento mensurados. Ou seja, trata-se de
uma amostra dentro de outra(s) amostra(s). A amostragem multiestgio, geralmente
usada quando a rea abrangida muito extensa (SANTOS, 1992).
As razes para a adoo desse tipo de amostragem pode ser reduzir os custos,
por exemplo, ou reduzir o erro amostral. A amostragem multiestgio por vezes usada
quando nenhum quadro geral da amostra existe (ROESCH, 1989). Wiersma (1980)
chama esta amostragem de amostragem atravs de unidades intermedirias, em que as
unidades primrias esto contidas nas unidades intermedirias. Segundo Santos (1992),
um possvel problema com esse tipo de amostragem que uma unidade intermediria,
pode no ter suficiente nmero de unidades primrias, obrigando-nos a uma seleo
complementar.
Conforme Santos (1992), a diferena fundamental entre a amostragem casual
estratificada e a amostragem multiestgio, que, na estratificada a populao sempre a
mesma dividida em estratos; e na multiestgio, a populao stricto sensu vai sendo
reduzida proporo que amostramos de outras amostras at chegarmos s unidades
primrias. Esse afunilamento da populao tem duplo aspecto (a) as unidades primrias
sempre estiveram presentes em todos os estgios, o que teoricamente favorece maior
representatividade e (b) a generalizao ganha maior confiabilidade (SANTOS, 1992).
Conforme Husch (1982), a maior vantagem do processo a reduo dos custos
de amostragem resultante da concentrao do trabalho dentro das unidades primrias
amostradas. Outra vantagem importante a reduo dos erros no amostrais devido
superviso e controle mais efetivos dos trabalhos de campo, facilitados pela
concentrao das unidades amostrais em compartimentos menores. Conforme Freese
(1969) a amostragem em dois estgios pode proporcionar estimativas com a preciso
desejada a um custo menor que o correspondente a uma amostra aleatria simples.
-
13
1.2.5 Amostragem Preferencial
Este tipo de amostragem no representativo da populao. Ocorre quando os
elementos da amostra so escolhidos de forma subjetiva. Deste modo, o processo
amostral no garante que a amostra seja representativa, pelo que os resultados desta s
se aplicam a ela prpria convenincia (BATISTA, 1998). Pode ser usado com xito em
situaes nas quais seja mais importante captar padres gerais, identificar aspectos
tericos do que propriamente a objetividade cientfica. Contudo, o mtodo tem a
vantagem de ser rpido, barato e fcil (GHIGLIONE e MATALON, 1997).
1.3 Mtodos de Amostragem
Mtodo de amostragem, segundo Netto & Brena (1997), significa a abordagem
da populao referente a uma nica unidade amostral. Esta abordagem da populao
pode ser feita atravs dos mtodos de: rea Fixa ou rea Varivel.
Tradicionalmente, o mtodo de amostragem mais utilizado para inventariar
florestas eqineas e ineqineas o mtodo que se baseia na alocao de parcelas de
rea fixa. Este mtodo geralmente possui custo elevado e exige maior tempo para os
levantamentos, devido marcao e medio de um grande nmero de rvores. Assim
sendo, torna-se importante analisar diferentes mtodos de amostragem, visando reduzir
o tempo e o custo de execuo do inventrio, sem perda de preciso (FARIAS et al.,
2002).
A eficincia na amostragem de uma vegetao altamente dependente dos
mtodos empregados, uma vez que a intensidade da amostragem pode refletir nos
parmetros a serem estimados. Por isso, o mtodo de amostragem deve ser determinado
de acordo com a natureza dos organismos a serem investigados. Por exemplo, se o
desejvel estimar a riqueza de espcies em determinado ambiente heterogneo (como
a maioria das formaes florestais tropicais), prefervel usar um grande nmero de
unidades amostrais pequenas do que um pequeno nmero de unidades amostrais
grandes. O tamanho mnimo de uma unidade amostral deve ser aquele que reflita a
estrutura da comunidade, e a amostragem deve ser suficientemente grande para
representar adequadamente a diversidade da rea estudada. Para isso, as unidades
amostrais, devem conter as variaes naturais da fisionomia, reas mais fechadas, mais
-
14
abertas, de modo que a varincia entre parcelas seja minimizada (FELFILI &
REZENDE, 2003).
Para uma amostragem eficiente da comunidade, necessrio conhecer os
princpios bsicos de amostragem e os mtodos de amostragem a serem adotados, alm
de ter uma viso geral da estrutura da comunidade a ser estudada.
As Unidades amostrais so a frao mnima representativa de estudo, e estas
podem ter reas fixas ou variveis.
1.3.1 Mtodos de rea Fixa - Parcelas
Tem como fundamento a demarcao de unidades amostrais com forma e rea
fixa, que so definidas pelo tcnico, em funo da diversidade, e da densidade da
populao a ser estudada. Este mtodo consiste em medir todas as rvores acima de um
dimetro preestabelecido, contidas numa parcela de dimenses predeterminadas. O
tamanho das parcelas varia em funo da estrutura da vegetao. Para a parcela ser
representativa deve englobar as variaes florsticas e estruturais da vegetao. No
deve ser muito grande, de modo que dificulte a existncia de repetio e a orientao
dentro da mesma, nem muito pequena, de modo que no abranja a variao florstico-
estrutural da vegetao. A forma das parcelas pode ser basicamente, retangulares (maior
efeito de borda, mais alongadas, podem captar mais os efeitos dos gradientes, podem
facilitar a orientao dos trabalhadores nas parcelas), quadradas (maior rea interna
protegida do efeito de borda) ou circulares (para um mesmo permetro engloba maior
rea) (PP CerPan, 2005).
1.3.2 Mtodo de rea Varivel - Sem Parcelas
1.3.2.1 Ponto Quadrante
O mtodo de distncia mais comumente utilizado o de quadrantes (Curtis,
1950, apud Cottam & Curtis, 1956). Esse mtodo consiste no estabelecimento de
pontos, dentro da rea a ser estudada. Cada ponto dividido em quatro partes ou
quadrantes; Em cada quadrante, amostrado o indivduo mais prximo do centro do
crculo (Figura 1).
A distncia entre pontos quadrantes pode ser calculada pela frmula que
considera o espaamento entre plantas. A distncia entre pontos deve respeitar a
-
15
estrutura da comunidade, ou seja, para vegetao mais esparsa utilizar maior espao
entre pontos e vice-versa. A frmula original para distncias mnimas entre plantas
dada por determinado nmero aleatrio de passos, mas esta pode gerar estimativas
tendenciosas (SILVA-JNIOR, 1984).
O nmero de pontos a serem alocados depender da heterogeneidade e riqueza
florstica da rea estudada, podendo ser estimada a partir da curva espcie-ponto,
partindo-se de um estudo piloto.
um mtodo com limitaes para estudos de dinmica uma vez que s fornece
informaes sobre incrementos das rvores includas na amostragem e mortalidade no
permitindo verificar recrutamento e outros parmetros (PP CerPan, 2005).
Figura 1 - Esquema ilustrativo do mtodo dos quadrantes
Enquanto os mtodos que empregam parcelas fundamentam-se na demarcao
de uma rea fsica, este mtodo fundamenta-se na caracterizao da distncia entre
indivduos. Assim, em cada ponto amostral so avaliados os 4 indivduos (um em cada
quadrante) mais prximos do ponto amostral, bem como a distncia entre cada um deles
e o ponto amostral. A relao de rea (p. ex. nmero de indivduos por hectare, rea
basal por hectare, etc.) estabelecida a partir da distncia mdia entre indivduos e o
ponto amostral. Desta forma, a realizao do levantamento de campo fica bastante
simplificada, implicando em maior rapidez de execuo. O nmero de unidades
amostrais fica substancialmente aumentado (MANTOVANI et al., 2005).
Segundo Martins (1993), para estabelecer os quadrantes ao redor de cada ponto
de amostragem, pode ser usado uma cruz de madeira com o centro furado. O orifcio
central permite que a cruz de madeira fique apoiada sobre o cho da mata, passando
pela estaca. Orientam-se os quadrantes, de modo que um dos braos da cruz fique
perpendicular linha de picada. O levantamento deve ser realizado individualmente em
-
16
cada estrato pr-estabelecido, caracterizando-se as variveis de interesse dos 4
indivduos de cada unidade amostral.
Para a definio da suficincia amostral, considerando que a base do mtodo a
distncia de cada indivduo ao ponto central da unidade amostral, a avaliao do nmero
de amostras necessrias para adequao do processo amostral realizada a partir desta
varivel (MANTOVANI et al., 2005).
1.3.2.2 Mtodo de Bitterlich
Considerando os mtodos de amostragem alternativos, com o objetivo de reduzir
os custos dos inventrios florestais, sem, contudo, reduzir a sua preciso, tem-se o
mtodo idealizado por Bitterlich. Devido simplicidade do procedimento para obteno
dos dados, a aplicao desse mtodo pode ser de extrema utilidade, principalmente em
situaes em que se necessita de um diagnstico rpido do estoque de madeira entre
outras caractersticas de florestas ineqineas (FARIAS et al., 2002).
O Engenheiro Florestal austraco, Walter Bitterlich, idealizou esse mtodo para
obter estimativas da rea basal por hectare em povoamentos florestais sem medir os
dimetros das rvores e nem lanar parcelas de rea fixa. Para isso, ele inventou, a
principio, a barra de Bitterlich, composta por uma haste de 1 m de comprimento, tendo
um visor numa extremidade e na outra uma mira de 2 cm de largura. Mais tarde o
mtodo foi aperfeioado de maneira que ele fornecesse estimativas de volume por
hectare, alm de outros parmetros populacionais (SOARES, 2006).
O princpio ao qual Bitterlich chamou de prova de numerao angular baseia-
se no seguinte postulado: dando-se um giro de 360, as rvores que apresentarem DAP
superior ou igual a um ngulo conhecido e constante devem ser qualificadas. O nmero
de rvores qualificadas (n) multiplicado por uma constante (K), denominada fator de
rea basal, fornecida por um instrumento apropriado, fornece diretamente a rea basal
por hectare (B/ha) (SOARES, 2006).
Segundo Soares, (2006), para ilustrar esse postulado, tem-se a seguinte situao,
na qual em um ponto de amostragem, dando-se um giro de 360, apenas trs rvores
foram qualificadas por apresentar DAP superior ou igual ao ngulo de visada (n=3)
(Figura 3).
-
17
Figura 3 Ilustrao da visada de Bitterlich
1.3.2.3 Outros Mtodos
Indivduo mais prximo - o mtodo mais simples e envolve medio de pontos
casualizados do indivduo mais prximo para cada ponto ( medida a distncia do ponto
amostral ao indivduo mais prximo) (UFPB/CCA).
Vizinho mais prximo (pares casualizados) - O indivduo mais prximo do
ponto casualizado determinado e a distncia entre ele e seu vizinho mais prximo
medida (UFPB/CCA).
Pares casualizados - Este mtodo envolve, como antes, a locao do indivduo
mais prximo do ponto casualizado. Um ngulo de excluso de 1800 formado no
ponto casualizado por uma linha entrecortando o ponto que est a 900
da linha entre o
ponto e a rvore mais prxima. Este ngulo de excluso tendo sido determinado e
feita a medida para o indivduo mais prximo do primeiro, fora do ngulo de excluso
(UFPB/CCA).
Estes mtodos de amostragem em ponto tm as seguintes caractersticas:
a) So mais rpidos em relao aos diagramas e podem ser usados para
reconhecimento rpido;
b) podem ser operados por uma s pessoa com eficincia razovel;
c) so susceptveis a medidas estatsticas de variabilidade, embora no muito
comum para pares casualizados;
d) no so adaptados para camadas inferiores da rea florestal. Precisa
complementar com outro mtodo qualquer.
O mtodo de Bitterlich usado preferencialmente quando em trabalhos de
reconhecimento (mais informaes por homem-hora e anlise computacional rpida).
Os pares casualizados ou as modificaes so utilizados mais para estudos de
-
18
associao de espcies ou detalhes de espaamento em reas florestais (estrutura
florestal). A seqncia de preciso para os primeiros mtodos de amostragem em ponto
: mtodo de quadrantes, pares casualizados e indivduo mais prximo (UFPB/CCA).
Transeco - A transeco uma amostragem que se estende atravs de uma
rea ou vrias reas. mais usado freqentemente quando diferenas na vegetao so
aparentes e esto correlacionadas com um ou mais fatores que diferem entre dois
pontos. De um plano inundado do rio para terras superiores, existem mudanas nas
condies de umidade e, em tais locais, a transeco pode ser til para determinao de
classe de umidade requerida para espcies individuais. Tamanho de transeces, bem
como tamanho de parcelas, so determinados de acordo com as condies. Uma
transeco estendendo de uma comunidade pequena para outra, atravs da zona de
transio, necessitaria de poucos metros de extenso e, talvez, um metro ou menos de
largura (UFPB/CCA).
Quando parece desejvel mapear toda a transeco em detalhe aconselhvel
faz-lo por blocos. Valores para cada bloco podem ento ser convenientemente usados
como dados de parcelas, um recurso adicional de anlise e expresso dos resultados.
Uma variao de transeco o mtodo de amostrar uma unidade de rea a intervalos
regulares ao longo da linha. Tais registros tomados em vrias linhas constituem ajuda
no mapeamento de vrios tipos de vegetao que aparecem irregularmente sobre uma
rea extensiva.
Algumas vezes vantajoso usar a transeco em linha em que as espcies so
tabuladas assim que ocorrem na linha. O mtodo adaptvel para determinao de
cobertura, freqncia e abundncia numrica e outras caractersticas. Tem a vantagem
de ser rpido e dar informaes precisas se a vegetao tem fisionomia uniforme e
forma de crescimento completa. particularmente til em reas de vegetao arbustiva
densa, que poderia ser mais difcil uso de amostras com parcelas (UFPB/CCA).
Mtodo de Strand - este mtodo focaliza o critrio probabilstico de seleo dos
indivduos na unidade amostral com proporcionalidade ao dimetro, para o clculo da
rea basal e o nmero de rvores por hectare, e proporcional altura das rvores, para se
obter o volume por hectare. Sua abordagem feita em linhas dentro da floresta e em
pontos de estao como no caso de Bitterlich (NETTO & BRENA, 1993).
-
19
Mtodo de 6 rvores (Prodan) - mtodo em que se considera a medio de seis
rvores e a distncia ou raio da Sexta rvore como referncia da unidade amostral
(NETTO & BRENA, 1997).
Segundo Netto (1996), para efeito de minimizao de custos dos inventrios
contnuos, as unidades amostrais devem ser de pequeno tamanho para compensar o
aumento de sua intensidade distributiva dentro dos talhes. Sugere-se, nesse caso, a
utilizao de unidades cujo critrio probabilstico de seleo das arvores seja
proporcional a um tamanho especificado, como e caso da unidade de Strand ou a de
Prodan.
O mtodo de Prodan e vantajoso por vrios motivos, pois e pratico e de fcil
operacionalidade em campo, dado o tamanho da unidade, e possvel levantar varias
unidades em pouco tempo, sendo este o menor comparando com outros mtodos. Alem
disso, no ocorrem erros de demarcao de unidades amostrais e com uma rede de
pontos bem distribuda dentro do povoamento, pode-se conseguir uma viso mais
abrangente do mesmo (NETTO & BRENA, 1997).
Figura 8 Representao dos mtodos de amostragem
-
20
1.4 Consideraes finais
A qualidade das concluses que podem ser retiradas de um levantamento da
vegetao depender essencialmente do: tempo gasto no planejamento do trabalho; do
sucesso da escolha, seleo e delimitao da rea de estudo; da escolha do mtodo e tipo
de amostragem adequado para a tipologia da rea; da adequao da escolha do nvel de
incluso aos objetivos do trabalho e do esforo despendido coleta de dados.
Como se viu nessa reviso, quando a amostra no se verifica representativa da
rea que pretende-se estudar, as concluses que da retira, afastaro das que teria obtido
se tivesse a oportunidade de ter mensurado toda a populao. Onde se tem ento, uma
amostra enviesada, pois a generalizao no legtima.
Contudo, de acordo com Ghiglione e Matalon (1997), no existe qualquer
mtodo que assegure, em todos os casos, uma amostra absolutamente representativa.
V-se ento, a necessidade de se estar consciente do problema, permanecer atento a
estas dificuldades e buscar sempre usar mtodos adequados s particularidades do local
de estudo, respeitando o princpio estatstico de cada tipo de amostragem.
-
21
Referncias bibliogrficas
BATISTA, J. L. F. Levantamentos florestais: conceitos de amostragem aplicados ao
levantamento de florestas. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Departamento de Cincias Florestais, 1998. 45 p.
BRAUN-BLANQUET, J. 1964. Fitossociologia; bases para el estudio de las
comunidades vegetales. 3.ed., Blume, Madrid, 1979. 820 p.
CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensurao florestal perguntas e respostas. 2. ed. Viosa, 2006. 470 p.
COTTAM, G. & CURTIS, J. T. 1956. The use of distance measures in
phytosociological sampling. Ecology. v. 37, n. 3., p.: 451-460.
FARIAS, C. A. et al. 2002. Comparao de mtodos de amostragem para anlise
estrutural de florestas inequineas. Revista rvore, Viosa, v. 26, n. 5, p.: 541-548.
FREESE, F. Elementary forest sampling. U.S. Department of Agriculture, 1962. 91 p.
GHIGLIONE, R. & MATALON, B. O Inqurito: Teoria e Prtica. 3. ed. Celta, 1997.
HUSCH, B. et al. Forest mensuration. 2 ed. New York, The Ronald Press Company,
1972. 410 p.
HUSCH, B. et al. Forest mensuration. 2 ed. New York, John wiley & Sons, 1982. 402
p.
HUSCH, B. et al. Forest mensuration. 3. ed. Malabar - Krieger Publishing Company,
1993. 402 p.
MANTOVANI, A. - Ncleo de Pesquisas em Florestas Tropicais (NPFT) / Inventrio e
Manejo Florestal. Amostragem, caracterizao de estdios sucessionais na
vegetao Catarinense e manejo do Palmiteiro (Euterpe edulis) em regime de
rendimento sustentvel. Florianpolis, 2005.
MAQUIN, J.M; MATOS, G.F. 1967. Um enfoque fisionmico - estrutural para la
descripcion de la vegetacion. Turrialba, v. 17, n. 2., p. 197 - 207.
MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesfila. Campinas: Unicamp, 1993. 246
p.
NETO, P. L. C. Estatstica. Formas de Amostragem. Edgard Blcher. 1977. 264 p.
RIBEIRO, J.F.; WALTER, B.M.T. - Fitofisionomias do Cerrado. In: SANO, S.;
ALMEIDA, S. (Ed.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa-CPAC, 2008. p.
197-198.
-
22
ROESCH, F. E. J. et al. 1989. New compatible estimators for survivor growth and
ingrowt from remeasured horizontal point samples. Forest Science. v. 35. P.281-293.
SANTOS, A. E. 1992. Delineamentos de Metodologias Cientfica. Loyola, So Paulo,
Brasil, 1992. 174 p.
SHIVER, B. D.; BORDES, B. E. Sampling techniques for forest resource inventory.
1. ed. New York. John wiley & Sons, Inc., 1996. 356 p.
SILVA-JNIOR, M. C. Composio florstica, estrutura e parmetros
fitossociolgicos do cerrado e sua relao com o solo na Estao Florestal de
Experimentao de Paraopeba, MG. UFV, Viosa, 1984.
SOARES, C. P. B. et al. Dendrometria e inventrio florestal. Viosa, 2006.
SUKHATME, P. V. Sampling theory of surveys, with applications. Ames, Iowa,
Iowa State College Press, 1954. 491 p.
THOMPSON, S. K.; SEBER, G. A. F. Adaptive sampling. New York: John Wiley &
Sons, 1996. 265p.
VELOSO, H. P.; RANGEL, A. L. R.; LIMA, J. C. A. 1991. Classificao da
vegetao brasileira adaptada a um sistema universal. Ministrio da Economia,
Fazenda e Planejamento. Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(IBGE). Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais.
WHITTAKER, R. H. 1962. Classification of natural communities. Botan. Rev. v. 28, p.
1-239.