apostila filme e processamento radiografico

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Processamento e Filmes Radiológicos 1 Professor.: Ricardo Pereira e-mail.: [email protected] FILME RADIOGRAFICO Atualmente, a radiografia convencional pode ser considerada quase como um tipo de fotografia, já que utiliza um material sensível à luz para fazer o registro da imagem. Assim, a radiografia e a fotografia caminharam juntas desde o início do século 20. Isto inclui o início de tudo, com as placas fotográficas úmidas que foram substituídas pelas placas secas. Porém, no início da utilização da radiologia como meio de diagnóstico médico, o filme foi pouco utilizado, pois não era eficiente na captura da imagem radiográfica. Na realidade, o que mais se praticou durante os primeiros anos da radiologia médica foi a fluoroscopia visualização instantânea da anatomia humana. O filme radiográfico era apenas uma forma de preservar a imagem para que pudesse ser avaliada mais tarde, o próprio Roentgen via nas placas fotográficas secas um meio interessante para o registro das imagens mais significativas geradas com a radiação X durante o exame fluoroscópico. Em 1896, no entanto, as placas fotográficas secas que eram fabricadas não conseguiam absorver o feixe de raios X. Assim, qualquer imagem só era obtida a partir dc uma hora dc exposição à radiação. Apesar disso, a imagem possuía pouca densidade ótica e baixo contraste. Por isso, era comum na época a realização de uma fotografia da imagem radiográfica, já que o papel fotográfico possuía maior contraste. Assim, a imagem ficava invertida em termos de tons de cinza (os ossos eram negros e as partes moles, brancas). Mas o que deixava dúvida entre os radiografistas da época era o real efeito dos raios X sobre a emulsão fotográfica. Fosforescência da substância, ação direta dos raios X sobre a prata ou uma reação desconhecida? Durante muito tempo estas foram a dúvidas que cercaram os cientistas da época. Alguns chegaram a sugerir a utilização do Celulóide (marca registrada do composto de piroxilin com cânfora) por possuir maior fluorescência que a placa de vidro. Placa Fotográfica A primeira placa, ou ―chapa‖, feita especialmente para o propósito radiográfico foi provavelmente produzida por CarI Schleussner, um fabricante alemão de placas fotográficas, Estas placas foram feitas a pedido do próprio Roentgen, que solicitou uma quantidade maior de emulsão de brometo de prata. Estas placas logo se tornaram populares tanto nos Estados Unidos quanto na Europa pela sua grande densidade fotográfica. A primeira placa feita na América para uso radiográfico foi fabricada pela cooperação de dois pesquisadores: John Carbutt e Arthur Goodspeed, em fevereiro de 1896. O produto era conhecido como ―a placa de raios X de Roentgen‖ e possuía uma emulsão de prata mais grossa e concentrada do que os filmes convencionais. Este detalhe permitia a redução drástica do tempo de exposição. Uma radiografia de mão passou a ser realizada em 20 minutos,

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Page 1: Apostila Filme e Processamento Radiografico

Processamento e Filmes Radiológicos 1

Professor.: Ricardo Pereira e-mail.: [email protected]

FILME RADIOGRAFICO

Atualmente, a radiografia convencional pode ser considerada quase

como um tipo de fotografia, já que utiliza um material sensível à luz para fazer o

registro da imagem. Assim, a radiografia e a fotografia caminharam juntas

desde o início do século 20. Isto inclui o início de tudo, com as placas

fotográficas úmidas que foram substituídas pelas placas secas.

Porém, no início da utilização da radiologia como meio de diagnóstico

médico, o filme foi pouco utilizado, pois não era eficiente na captura da imagem

radiográfica. Na realidade, o que mais se praticou durante os primeiros anos da

radiologia médica foi a fluoroscopia — visualização instantânea da anatomia

humana. O filme radiográfico era apenas uma forma de preservar a imagem

para que pudesse ser avaliada mais tarde, o próprio Roentgen via nas placas

fotográficas secas um meio interessante para o registro das imagens mais

significativas geradas com a radiação X durante o exame fluoroscópico.

Em 1896, no entanto, as placas fotográficas secas que eram fabricadas

não conseguiam absorver o feixe de raios X. Assim, qualquer imagem só era

obtida a partir dc uma hora dc exposição à radiação. Apesar disso, a imagem

possuía pouca densidade ótica e baixo contraste. Por isso, era comum na

época a realização de uma fotografia da imagem radiográfica, já que o papel

fotográfico possuía maior contraste. Assim, a imagem ficava invertida em

termos de tons de cinza (os ossos eram negros e as partes moles, brancas).

Mas o que deixava dúvida entre os radiografistas da época era o real efeito dos

raios X sobre a emulsão fotográfica. Fosforescência da substância, ação direta

dos raios X sobre a prata ou uma reação desconhecida? Durante muito tempo

estas foram a dúvidas que cercaram os cientistas da época. Alguns chegaram

a sugerir a utilização do Celulóide (marca registrada do composto de piroxilin

com cânfora) por possuir maior fluorescência que a placa de vidro.

Placa Fotográfica

A primeira placa, ou ―chapa‖, feita especialmente para o propósito

radiográfico foi provavelmente produzida por CarI Schleussner, um fabricante

alemão de placas fotográficas, Estas placas foram feitas a pedido do próprio

Roentgen, que solicitou uma quantidade maior de emulsão de brometo de

prata. Estas placas logo se tornaram populares tanto nos Estados Unidos

quanto na Europa pela sua grande densidade fotográfica.

A primeira placa feita na América para uso radiográfico foi fabricada pela

cooperação de dois pesquisadores: John Carbutt e Arthur Goodspeed, em

fevereiro de 1896. O produto era conhecido como ―a placa de raios X de

Roentgen‖ e possuía uma emulsão de prata mais grossa e concentrada do que

os filmes convencionais. Este detalhe permitia a redução drástica do tempo de

exposição. Uma radiografia de mão passou a ser realizada em 20 minutos,

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Professor.: Ricardo Pereira e-mail.: [email protected]

contra mais de uma hora com os filmes fotográficos típicos. Passados alguns

meses, inovações técnicas nos equipamentos radiográficos, juntamente com a

melhoria das placas radiográficas, fez com que este tempo se reduzisse para

alguns poucos segundos.

Com um tempo entre 30 e 60 segundos, algumas anatomias

espessas do corpo podiam ser radiografadas. Porém, as emulsões e as placas

ainda eram consideradas muito ―lentas‖ (pouca sensibilidade).

Segundo o fabricante John Carbutt, as características que uma placa

radiográfica deveria ter eram ―uma sensibilidade média, um bom corpo de

emulsão, a capacidade de absorver os raios X, contudo, dando maior

detalhamento e perspectiva para os ossos‖. Uma grande quantidade de

experimentos foi realizada em cima de métodos concebíveis para o incremento

da velocidade das emulsões. As placas secas eram imersas, antes da

exposição, em soluções de cloreto de ferro ou nitrato de urânio, porém sem

resultados efetivos nas imagens. O aquecimento das placas ou sua imersão

em soluções de sais fluorescentes apenas resultaram na perda de

sensibilidade e produção de um véu (borramento), desqualificando as placas.

Na Inglaterra, Alan Archibald Campbell Swinton misturou tungstato de

cálcio (CaWO e fluorspar em pó na emulsão de prata, porém, só obteve uma

imagem muito mais granulada e sem melhoria na velocidade da placa

radiográfica. Já em 1896, aqueles que se aventuravam em trabalhar com os

raios X possuiam uma série de placas radiográficas, pois cada fabricante

reivindicava para si a emulsão com melhor sensibilidade. Alguns chegavam a

afirmar que se uma placa era pouco sensível à luz, então seria muito sensível à

radiação, e vice-versa, mesmo quando a convicção na época era a de que

emulsões rápidas (sensíveis) para luz, também seriam rápidas para os raios X.

Os tipos predominantes de emulsões recomendadas e utilizadas nos

primórdios da radiografia eram as ortocromáticas, úteis por causa da sua

sensibilidade a fluorescência verde-amarelada da tela de platino-cianureto de

bário; o colódio, uma emulsão úmida, que era pouco afetado pelos raios X;

misturas de emulsões gelatinosas de brometo de prata com pequenas

quantidades de cloreto ou iodeto de prata; e emulsões puras de cloreto de

prata, sem utilidade. O único consenso que havia na época era que a

espessura da emulsão, independente da cor que era sensível, deveria ser mais

grossa que a utilizada em fotografia e conter mais prata.

O maior problema no processamento do filme exposto era obter uma

adequada densidade ótica. As radiografias naquele tempo eram finas e com

pouco contraste. Para superar esta dificuldade e diminuir o tempo de

exposição, para tornar esta ―nova fotografia‖ de valor prático, placas e gelatinas

ou imescelulóides eram cobertos com várias emulsões. Esta técnica permitia

aumentar o nível de detalhamento e contraste da imagem em relação ao filme

placa de emulsão simples. Algumas placas e filmes eram manufaturados com

emulsão nos dois lados da base. Os raios passavam através da base e, no

verso dos filmes, afetavam a emulsão em ambos dos lados com a mesma

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intensidade dc forma que a imagem de um lado era ―reforçada‖ pela imagem do

outro lado. Assim, a densidade da imagem era dobrada e melhorava o valor

diagnóstico da radiografia. No tanto, com as placas, a absorção dos raios X

pelo vidro produzia uma densidade menor no lado oposto do tubo, se

comparada com a maior densidade do lado que recebia primeiro a radiação.

Apesar de todos os problemas, as placas de vidro eram muito populares.

A própria fragilidade do vidro dificultava o manejo, empacotamento e

transporte, além do seu peso. Uma placa de 14‖ x 17‖ ,56 cm x 43,1 8 cm)

pesava quase 1 Kg. Comparada com um filme atual de mesmo tamanho, cerca

de 43 gramas, houve uma redução de mais de 20 vezes. O preço das placas

também não era barato. (Uma placa com estas dimensões custava na época

US$ 1,00 mais de USS 100,00 nos dias de hoje), um bom terno masculino

custava US$ 7,00, um par de sapatos por US$3,00 e a carne era vendida a

US$ 0,33.

Os defeitos durante a manufatura das placas eram um problema crítico

porque afetavam diagnóstico médico. Durante um encontro da Sociedade

Americana dos Raios Roentgen, em 1902, e com Wolfram Fuchs, discursando

sobre o diagnóstico do cálculo renal, afirmou:

“Eu ainda não encontrei um fabricante de placas cujos produtos não

tenham qualquer defeito. Após o negativo ser processado, nós encontramos

manchas em todo lugar. As pedras mais difíceis de se localizar são as

menores. As grandes você as vê à distância. Pegue uma pedra muito pequena,

por exemplo, nesta radiografia. Você pode ver nitidamente o contorno do rim e

a sombra mais escura no centro, com muitas manchas mais escuras

espalhadas. Elas são visíveis até pelo paciente e isto não é bom. Eu

normalmente uso duas placas, uma em cima da outra, e exponho-as ao mesmo

tempo com o envelope envolta delas. Desta forma, embora as manchas

(artefatos) ainda irão aparecer na placa, mesmo assim as manchas não estão

no mesmo lugar em ambas as placas. Desse jeito, você pode superar as

dificuldades dos defeitos das placas. Eu já falei com fabricantes de placas

experientes sobre isto e eles reconhecem isto, eles tentam remediar o

problema, mas não conseguiram, pelos menos ainda, superá-lo.”

As placas fotográficas para radiologia inicialmente eram inseridas em

envelopes a prova de luz e seladas. No entanto, descobriu-se que as placas se

deterioravam pela interação entre os químicos do papel e da emulsão. Isto

levou ao desenvolvimento de envelopes duplos separados, com o operador

carregando a placa radiográfica de acordo com a necessidade, primeiro num

envelope preto e depois num envelope de cor laranja ou vermelha para

proteção.

Na realidade, a qualidade diagnóstica da maioria destas radiografias era

simplesmente confinada a descrição de aparências grosseiras. A presença do

borramento devido a radiação secundária e a granulariedade da imagem

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quando as telas intensificadoras eram utilizadas sempre desencorajaram o

registro fotográfico das imagens radiográficas. isto resultou na crescente

aceitação da fluoroscopia e influenciou muito no atraso da produção de

materiais fotográficos mais sensíveis. Já em 1901, como 3 milhões de placas

foram utilizadas para radiografias, porém, a produção de placas especialmente

manufaturadas para o radiodiagnóstico era limitada e cerca de 75% do volume

de radiografias foram realizadas com placas fotográficas comuns.

Filme radiográfico

Quando Roentgen escreveu seu artigo descrevendo a descoberta dos raios X,

já citou a utilização de placas ou filmes para o registro das imagens produzidas

pela radiação. No entanto, inicialmente o filme radiográfico foi muito pouco

utilizado. Em 1896, o ―Transparent Film - New Formula‖ da Eastman (Kodak)

com base celulósica ainda era fabricado e ocasionalmente utilizado na

radiografia. Na Inglaterra, outro fabricante de filmes radiográficos, San dell

Plate Company desenvolveu dois filmes cuja base era gelatinosa, ao invés de

usar celulóide. Eles eram feitos com duas camadas de emulsão, uma rápida e

outra de velocidade normal, que eram depositadas sobre vidro e depois

retiradas.

Os filmes eram fornecidos em pacotes de envelopes escuros, difíceis de

processar e muito lentos (sensibilidade) se comparado às placas rápidas.

Nem o filme à base de gelatina quanto o de celulóide eram aceitos por

causa de suas tendências em enrolar e riscar, porém tinham a vantagem de

serem finos e poderem ser utilizados com uma ou duas telas intensiticadoras,

com a conseqüente redução na exposição. Deve-se lembrar que os filmes não

quebravam como as placas de vidro.

Antes da 1ª Guerra Mundial, o vidro utilizado nas placas fotográficas era

obtido da Bélgica. O ataque alemão à marinha mercante Aliada e a invasão da

Bélgica logo cortaram esta fonte. A procura por vidro para os propósitos

fotográficos tornou-se um problema sério. A demanda por placas radiográficas

nos hospitais do Exército tornou-se tão grande que era impossível atendê-los.

Mesmo quando se conseguiam as placas, seu tamanho e fragilidade faziam-

nas de difícil transporte sem quebra. Com este cenário a frente, fez-se

necessário obter uma solução que utilizasse outra base para a emulsão em

substituição ao vidro.

A nova base deveria suportar a película de emulsão sem deformar e ser

flexíveis transparentes como o vidro. A única solução era adaptar a base de

nitrato celulósico utilizado na manufatura de filmes fotográficos.

Conseqüentemente, em 1914, a empresa Kodak lançou um filme radiográfico

de face simples com uma sensibilidade maior que qualquer outro filme ou placa

radiográfica até então disponível. Entre tanto, este filme não era ainda o ideal,

pois facilmente enrolava-se e era difícil de ser processado em bandejas.

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O uso de equipamentos radiográficos portáteis em campo durante a 1ª

Guerra Mundial demandou uma grande eficiência e velocidade dos filmes

radiográficos. Esta necessidade acelerou o trabalho de pesquisa de um filme

com emulsão em ambos os lados e de base transparente que tornasse

possível o uso da técnica de duas telas intensificadoras. Finalmente, em 1918,

o filme radiográfico ―Dupli-Tize‖ (dupla emulsão) da Kodak estava disponível. A

técnica da tela dupla usando filmes com dupla emulsão soltou um aumento

enorme na velocidade e tornou possível o uso do diafragma de Poner-Bucky no

controle da radiação espalhada. A melhoria na qualidade diagnóstica das

radiografias resultantes foi um fator insignificante no crescimento da radiologia

neste período. Os filmes radiográficos cobertos em ambos os lados de uma

base transparente transformou todas as outras formas de registro da imagem

radiográfica obsoletas da noite para o dia. Apesar disso, a introdução do filme

não era tarefa fácil, pois havia anos de preconceito a ser superado. Os

radiografistas estavam tão acostumados com as placas de vidro que levou

tempo para convencê-los que o filme oferecia algumas vantagens significativas.

Novos chassis e outros tipos de acessórios tiveram que ser inventados. A

prática corrente de processamento em bandejas era um empecilho a rápida

adoção dos filmes de dupla- face. Poucos laboratórios usavam tanques

profundos para o processamento vertical de placas e estavam habilitados a

mudar rapidamente logo que se tornassem disponíveis presilhas para os filmes.

Em 1923, um filme radiográfico mais rápido (sensível) foi desenvolvido.

Ele permitia a redução radical do tempo de exposição ou a diminuição da

tensão com conseqüente desgaste menor e fissuras nos tubos e demais

acessórios. A base deste filme, como seus predecessores, era o nitrato

celulósico. Contudo, o nitrato celulósico era uma base de filme que sempre

apresentava um grande risco de incêndio. Os próprios hospitais e laboratórios

reconheciam o perigo devido aos vários incêndios causados pelo manejo

descuidado e armazenagem incorreta dos filmes. Apesar de esforços intensos,

a pesquisa por um material menos inflamável foi infrutífera até 1906, quando foi

descoberto que o acetato celulósico poderia servir como base para ―filmes

seguros‖, especialmente para uso no cinema. O valor de se fabricar filmes

radiográficos a partir desta substância não foi considerado seriamente naquele

tempo devido ao uso universal das placas de vidro.

A produção real da base de acetato celulósico útil requeria muitos anos

de pesquisa e desenvolvimento. Problemas que tinham de ser solucionados

incluíam a eliminação de impurezas, redução da fragilidade, melhoria da

claridade e aumento da resistência. Grandes passos foram dados no processo

de recuperação dos subprodutos gerados pela reação química de produção do

acetato celulósico, o que permitiu que o preço se mantivesse baixo, Além

disso, a 1ª Guerra Mundial providenciou um grande incentivo para a produção

de acetato celulósico para usos além dos propósitos fotográficos. Este grande

consumo tornou possível o aumento acentuado do conhecimento em relação à

manufatura eficiente do acetato celulósico. Finalmente, um filme radiográfico

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em base segura de acetato celulósico foi produzido e vendido pela Kodak em

1924, No entanto, por que este novo filme ainda tinha tendências de enrugar-se

e mofar, além do preço maior, os filmes inflamáveis continuaram a ser

amplamente utilizados e acumulando-se em grandes quantidades nos hospitais

e clínicas radiológicas. Em 1929, um desastre ocorreu com o incêndio nos

filmes da Clínica Cleveland onde matou 124 vidas. Desde então, um filme de

acetato celulósico melhor ficou disponível e o uso da base de nitrato foi logo

descontinuado.

No inicio dos anos 30, foi introduzido o filme Dk2phax, que era

constituído de uma base translúcida com uma emulsão rápida que permitia a

visualização da radiografia frente a qualquer fonte luz. Até então, todos os

filmes radiográficos eram incolores. Em 1933, a Companhia Produtora de

Filmes DuPont adicionou tinta azul a sua base, o que melhorou a qualidade

diagnóstica de seus filmes. Esta prática, desde então, tornou-se padrão por

todos os fabricantes de filmes.

O primeiro filme para exposição direta de raios X (sem tela

intensificadora) foi vendido em 1936 pela Ansco, depois comprada pela Agfa.

Idealizado para ser utilizado em exposições sem telas fluorescentes, este filme

tinha velocidade, contraste e definição melhores que os filmes que utilizavam

telas e foi primeiramente designado para as radiografias de extremidades.

Quatro anos mais tarde, a Kodak introduziu os filmes radiográficos Blue Drand

que eram revestido com um novo tipo de emulsão que lhe conferia maior

velocidade e contraste e podia ser utilizado tanto para exposição direta quanto

com telas.

Em 1960, 10 anos após sua introdução na fotografia geral, o polietileno

teratalato foi introduzido pela DuPon como uma nova base para filmes de raios

X médico, comparado com os ésteres celulósicos, este novo material possui

maior rigidez, maior estabilidade dimensional, baixa absorção de água e

grande resistência a rasgos. A rigidez do polietileno teratalato melhora a

segurança no transporte em processadoras automáticas de rolo e a baixa

absorção de água simplifica a secagem das radiografias. Ainda na década de

60, as bases de poliéster substituíram os filmes de base celulósica para todos

os exames radiográficos comuns.

Estrutura do Filme

Ao analisarmos a estrutura de um filme radiográfico, notamos que este é

composto por uma emulsão fotográfica muito fina (aproximadamente 10 nm) e

uma base plástica transparente (poliéster ou cetato de celulose) que serve para

dar sustentação à emulsão. Esta emulsão está em suspensão em gelatina

fotográfica, o que permite uma melhor distribuição da mesma, não deixando

que ela se deposite na base plástica do filme. A gelatina também protege a

emulsão do contato humano enquanto a imagem não processada.

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Base

A base, ou suporte é o componente que dá sustentação ao material que

será sensibilizado e armazenará a imagem radiográfica. Possui uma espessura

em torno de 180 m. Deve ter algumas características físicas que se referem à

resistência mecânica para atuar como base para a emulsão, possuir boa

estabilidade dimensional (baixa dilatação), além de adequada absorção de

água, facilitando o processo de revelação.

Também é importante que a base seja transparente, pois a imagem é

visualizada pela relação de sombras que ficam configuradas a partir da

iluminação colocada por trás do filme. Um corante é adicionado à base, em tom

azulado, para diminuir o cansaço visual, além de melhorar a percepção dos

contrastes pelo olho humano.

Substrato

É o elemento de ligação entre a base e a gelatina. Uma vez que a base

é feita de poliéster ou celulóide, que são elementos muito lisos e

escorregadios, a gelatina não teria como aderir a estes materiais. Assim, é

colocado uma fina camada de uma substância que funciona como cola entre a

gelatina e a base.

Gelatina

É um composto químico que possui a função principal de manter os

grãos de haletos de prata em suas posições fixas e uniformemente distribuídas.

Outra característica é a de permitir a passagem de água e dos produtos da

revelação por entre os microcristais.

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Elemento sensível à radiação

Este é o elemento principal, pois é o que absorve a radiação e a converte

em imagem, constituída dc uma gama de tons escuros e claros que contêm

informação útil para diagnóstico. Os haletos de prata mais utilizado são os

brometos. Eles são depositados em forma de microristais (da ordem de 1 m

de diâmetro) sobre a base, misturados à gelatina que os mantém em suas

posições relativas. Aos microcristais de brometo de prata é adicionada uma

pequena quantidade de iodeto de prata (até 10%), o que serve para aumentar

a sensibilidade em relação ao uso de qualquer uma das duas substâncias

puras. A figura 3 ilustra a forma dos átomos dentro dos microcriscristais.

Os átomos de prata, bromo e iodo formam uma molécula a partir de

ligações atômicas entre si. A prata possui um elétron na sua última camada

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(O). O bromo e o iodo possuem 7 elétrons nas suas últimas camadas (N e O,

respectivamente). Porém, os átomos são mais estáveis se possuírem 8

elétrons na última camada. Então, a prata cede seu elétron para o bromo ou o

iodo, que se completam. Assim surgem, na molécula do haleto, íons positivos

(Ag+) e íons negativos (Br- ou I-). Como a estrutura cristalina dos haletos não é

rígida, estes íons negativos têm uma tendência a se localizarem na periferia da

molécula, forçando os íons de prata a se deslocarem para o centro. Por causa

disto, a superfície dos microcristais torna-se ligeiramente negativa.

Para que os fótons possam ser realmente capturados pelos haletos de

prata, é misturada uma impureza durante a confecção dos microcristais. Esta

impureza tem por função atrair os elétrons liberados do bromo e do iodo pela

incidência do fóton, dando início à formação da imagem.

Existem algumas teorias sobre como o fóton é capturado e como a

informação da radiação é transformada em imagem. A teoria de Gurney se

baseia na retirada dos elétrons da estrutura atômica dos cristais pelos fotons

incidentes e conseqüente absorção desses elétrons pelos íons livres de prata

no cristal. Esta teoria será melhor descrita no próximo ítem.

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Capa protetora

Trata-se de uma película que cobre a gelatina a fim de protegê-la contra a

abrasão ou o atrito causado pela manipulação do Técnico ou quando em

contato com os rolos da processadora automática, além de evitar o grudamento

entre as folhas dentro da caixa de filmes.

Corante anti-halo

Nos filmes de dupla camada de emulsão, é utilizado um corante especial

na base do filme para evitar o efeito halo. O efeito halo ocorre quando um fóton

de luz além de interagir com os haletos de prata na camada anterior do filme,

também interage com a camada posterior. Ou seja, há uma duplicação da

imagem. Com o corante misturado à base, após o fóton de luz interagir, ou não

com uma camada de emulsão do filme, este não atingirá a camada oposta,

pois o corante irá absorvê-lo.

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Processamento de Sensibilização

Como referido antes, o filme radiográfico possui microcristais que são

sensíveis à radiação X e principalmente á luz produzida pelo ècran, os micro

cristais desse elemento, colocados sobre a base do filme com ajuda da

gelatina, irão reagir à passagem da luz e transformar a imagem aérea, definida

anteriormente, em uma imagem gravada pontualmente em cada um dos

próprios cristais.

Este processo de sensibilização começa quando um fóton de luz oriundo

da tela intensificadora interage com a gelatina e com os microcristàis. Se fóton

de luz perder totalmente sua energia, então ocorrerá uma interação fotoelétrica.

Se apenas parte da energia do fóton for transferida para os átomos do filme,

então ocorrerá uma interação por efeito Compton. Tanto na interação

fotoelétrica quanto no efeito Compton, um elétron do átomo atingido é liberado,

e com muita energia. Geralmente, o átomo de bromo ou iodo, por possuírem

um elétron a mais, são os que ais facilmente liberam elétrons. Este elétron,

agora livre, poderá circular pelas moléculas dos haletos e então se ligar a

qualquer outro átomo. Porém, a inclusão da impureza tem justamente o

objetivo de atrair este elétron livre. Em sua trajetória, o elétron livre poderá

colidir com outros átomos e criar outros elétrons livres. Ao chegarem próximos

da impureza, os elétrons livres acabam criando uma região negativa dentro do

microcristal. O bromo ou iodo, que cedeu seu elétron extra, volta a ser um

átomo neutro. Como a ligação iônica que existia entre a prata e o bromo, ou

iodo, deixou de existir, este átomo, Br ou I, está livre para deixar a estrutura do

haleto dc prata e se misturar com a gelatina.

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Com a formação de uma região eletricamente negativa, os íons de prata,

Ag+ que estão livres pois perderam a ligação iônica com os íons de Br e I, são

atraídos para esta região. Ao chegarem nesta região, os tons Ag-+ se juntam

com os elétrons livres e voltam a ser prata neutra (Ag°), ou prata metálica.

Assim, há uma degradação do microcristal pela dissociação dos haletos de

prata. Esta degradação é tão maior quanto forem os elétrons livres que o

microcristal conseguir liberar, fruto dos fótons que interagiram. A intensidade da

degradação, maior ou menor, é que cria os diferentes níveis de cinza da

imagem, além de facilitar o processo de revelação.

Imagem Latente

Quando o feixe de radiação emerge do paciente e interage com os

elementos sensíveis presentes no filme ocorre um fenômeno físico que faz com

que a estrutura física dos microcristais de haletos de prata seja modificada,

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formando o que se conhece como IMACEM LATENTE. A visualização somente

será possível pelo processo de revelação, que fará com que aqueles

microcristais que foram sensibilizados sofram uma redução de maneira a se

transformarem em prata metálica enegrecida. É importante lembrar que a

imagem já está formada, porém não pode ser visualizada, por isso deve-se ter

cuidado na sua manipulá-la.

Apenas quando a prata for enegrecida, suspensa na gelatina, é que será

a imagem visível na radiografia e se supõe conter as informações acerca das

estruturas irradiadas.

Os filmes são vendidos em caixas de papelão com 100 folhas. O custo

varia de US$ 30,00 para os filmes de menor tamanho, até US 250,00 para os

maiores. No entanto, por dificuldade de manipulação durante a fabricação

(realizada totalmente no escuro), o fabricante pesa a caixa para ter certeza de

que ela contém o número certo de folhas. Por isso, é comum entre os

fabricantes, já que todos os filmes são igual, independente do tamanho, se

referir ao custo de fabricação por peso de filme radiográfico, ou por valor de

área, ao invés do valor unitário por folha ou por caixa.

Tamanhos de Filme

Por uma questão de facilidade de manuseio e confecção de telas

intensificadoras, chassis, porta - chassi, etc, o tamanho dos filmes radiográficos

foi padronizado. Atualmente, existem 10 tamanhos distintos de filmes, a saber:

13 cm x 18 cm 25 cm x 30 cm

15 cm x 30 cm 30 cm x 40 cm

15 cm x 40 cm 35 cm x 35 cm

18 cm x 24 cm 35 cm x 43 cm

20 cm x 25 cm

24 cm x 30 cm

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CLASSIFICALÇAO DOS FILMES RADIOGRAFICOS Quanto a sensibilidade aos Fótons

O filme radiográfico pode ser classificado quanto à sensibilidade a luz em não-cromatizados e cromatizados.

Não cromatizados filmes sensíveis ao azul. Cromatizados filmes ortocromatico = sensíveis ao verde;

Filmes pancromáticos = sua sensibilidade abrange todo o espectro de luz.

Quanto ao tamanho dos cristais fotossensíveis Filmes rápidos ou de alta velocidade (FAV)

Camada cristalina mais espessa ou maiores cristais; Requer metade do tempo de exposição do FMV; Radiografias com aspecto granuloso; Ideal para aparelho de baixa potencia < 60 mA.

Filmes de media velocidade (FMV)

De uso mais geral Excelentes resultados associados a écran de detalhe; Menor tempo de exposição do paciente.

Filmes de baixa velocidade (de detalhe)

Possuem camada cristalina muito fina, ou Pequeníssimos cristais de haletos de prata; Uso especializado – estruturas finas – Requer o dobro do tempo de exposição que FMV

CUIDADOS COM O FILME RADIOGRAFICO Devido a sensibilidade do filme radiográfico não exposto (virgem ) a fatores físicos, químicos e biológicos, alguns cuidados devem ser observados na armazenagem das caixas fechadas. As caixas devem ser armazenadas na vertical, em um local

―impermeável‖ ( blindado) a radiação; A umidade relativa do ar do local da armazenagem deve estar entre 30

e 50%; A temperatura do local de armazenagem não deve sofrer variações

bruscas e deve estar entre 10 e 21°C; As caixas não podem ter contato com nenhum tipo de liquido (água ou

substancias químicas).

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Processamento e Filmes Radiológicos 15

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A RESPOSTA DO FILME Sensitometria

É o estudo e a medição da resposta do filme quanto as mudanças nas condições de exposição e revelação que afetam a aparência de uma radiografia. A sensitometria permite traçar a curva característica que representa as características sensitometricas ( velocidade) de um filme. Densidade Fotográfica (óptica)

A densidade fotográfica é a medição do enegrecimento do filme. Em outras palavras, a área do filme de maior exposição á radiação ou luz terá um aspecto mais enegrecido ou de maior densidade, enquanto a área do filme de menor exposição a radiação ou luz apresentara um aspecto mais transparente ou acinzentado, ou ainda de menor densidade. Curva característica

È um gráfico que mostra uma escala de densidades resultante de uma serie de exposições de diferentes intensidades em um filme radiográfico. A curva característica pode ser usada para fornecer informações sobre sensibilidade relativa, velocidade do filme e sobre seus contrastes. Véu de base

É a densidade mínima de um filme radiográfico que não foi exposto a radiação ou a luz dos ecrans. O véu ou véu de base refere-se a densidade do suporte do filme mais a densidade das camadas de emulsão que não receberam nenhuma exposição intencional. TELA INTENSIFICADORA (ÉCRAN)

Introdução

Certas substâncias, se submetidas a algum estímulo externo (tais como: calor, ionização, reações químicas), podem converter a energia absorvida em radiação eletromagnética no intervalo da luz visível. Essa conversão de energia é chamada de Luminescência.

A luminescência é chamada Fluorescência quando a emissão de radiação ocorre num intervalo de tempo

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Processamento e Filmes Radiológicos 16

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de até 10-8 segundos; se esse fenômeno se der num tempo maior, tem o nome de Fosforescência. Algumas substâncias, como o tungstato de cálcio (CaWO4) e oxisulfato de gadolíneo (Gd2O2S), tornam-se fluorescentes à ação dos RX. A quantidade de luz emitida é proporcional à quantidade de RX absorvida e, portanto, proporcional à dose recebida.

Na radiologia convencional o receptor radiográfico consiste de um filme em contato com uma ou duas telas intensificadoras, já na mamografia o filme esta em contato com apenas uma tela intensificadora. As telas intensificadoras, os chamados écrans reforçadores, são acessórios usados em conjunto com os filmes radiográficos como um artifício para a melhoria do nível de sensibilização do filme, já que as películas usadas para registro de imagens radiográficas são muito pouco sensíveis aos raios X.

A vantagem do uso dos écrans é evidente pela grande redução da dose no paciente, a diminuição da desfocagem por movimento, quando em exposições muito longas e o aumento da vida útil do tubo, por causa da aplicação de cargas menores a ampola. Ecrans de Reforço São constituídos por uma substância química, o fósforo que tem a

propriedade de absorver fotons de alta energia (rx) e de os transformar e devolver como fotons de luz visível. Este processo é conhecido como Fluorescência

O ecran atua como um amplificador de imagem convertendo a imagem de radiação numa imagem composta por fotons de luz.

Fator de reforço de um ecran – traduz a relação que existe entre exposição à radiação sem ecrans, em relação à que é requerida com a utilização de ecrans para obter a mesma densidade na película.

ESTRUTURA DOS ECRANS DE REFORÇO. 1 → Base poliéster ou cartão

2→ Camada refletora

3→ Camada Ativa

4→ Camada protetora

1 → Base poliéster ou cartão

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2→ Camada refletora Constituída em dióxido de titânio Branca ou amarelada Reflete a luz da camada ativa quando o ecran é irradiado

3→ Camada Ativa Constituída por pequenos cristais de fósforo, suspensos numa

substancia gelatinosa 4→ Camada protetora Classes de Fósforo

Sulfureto de Zinco o Utilizado em radioscopia, emite uma luz amarela-esverdeada. o Atualmente é proibida a sua utilização

Tungstato de Cálcio o Emite fotons nas zonas violetas e azul do espectro, as

películas são bastante sensíveis a este comprimento de onda. Sulfato de Bário Flurocloreto de bário Terras raras

o Oxibrometo de lantânio o Oxisulforeto de Terras raras ( gandolinio e lantânio, itrio)

Características dos fósforos

Alto poder de absorção dos raios x Alto rendimento na conversão (rad x → rad luminosa) Espectro de emissão concordante com a sensibilidade espectral da

película Tolerância a uma variedade de condições ambientais – calor,

humidade Livre de fosforescência (luminescência) e de acumulação de

fluorescência Tipos de fósforos

Diferem nas suas características de absorção ao raios x Dois requisitos que o tornam altamente absorventes

o Número atómico elevado o Densidade física alta (massa por unidade de volume)

A densidade é importante para determinar a espessura do ecran Quantidade de fósforo Ao aumentar a espessura do ecran → a quantidade de fósforo aumenta

o seu poder de absorção e consequentemente a emissão de luz

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A partir de uma determinada espessura, a quantidade de luz emitida pelos cristais mais afastados da película é absorvido antes de alcançar a superfície do ecran

O ecran devera possuir uma espessura suficiente para que a luz emitida pelo fósforo seja toda aproveitada.

Fatores que afetam a emissão de luz do ecran Absorção dos raios x

o Tipo de fósforo o Quantidade de fósforo (espessura e densidade do aglomerado) o Qualidade do feixe de imagem de radiação o Combinação da película com um ou dois ecrans

Tamanho da partícula de fósforo Capas refletoras ou absorvente de luz Eficácia da conversão do ecran

Qualidade do feixe de imagem de radiação Tem influência na quantidade de energia absorvida pelo ecran. A qualidade do feixe de rx esta inerente ao poder de penetração do feixe

incidente sobre o receptor de imagem. o Kv o Filtração do feixe o Parte do corpo examinado o Uso de grade anti difusora

Tamanho da partícula de fósforo O tamanho dos cristais de fósforo tende a aumentar o brilho da luz emitida pelo ecran. Parâmetros dominantes na construção do ecran Espessura do ecran Número atómico dos elementos que constituem o fósforo Densidade do aglomerado

Capas refletoras ou absorventes da luz Capas refletoras – Aumentam a intensidade luminosa emitida pela

camada ativa (ecrans para exposição rápida) Capas absorventes – Diminui a emissão de luz emitida pela camada

ativa Combinação das películas com um ou dois ecrans A película monoemulsionada com um só ecran. Ex : mamografia A absorção de rx por partes dos ecrans aumenta com a utilização de

dois ecrans utilizados com película de dupla emulsão

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A fim de produzir um efeito de enegrecimento similar em ambos os lados da película, o ecran anterior (mais próximo da ampola de Rx) devera ser mais fino que o posterior

Eficácia da conversão do ecran Mediante a interacção de um só foton de Rx com uma partícula de

fósforo, podem gerar-se milhares de fotons de luz visível Traduz a relação entre a energia total de luz emitida pelo ecran e a

energia de radiação absorvida A eficácia desta conversão depende do tipo de fósforo

Classificação dos ecrans Classificam-se em três categoriasde acordo com a sua velocidade: Lentos – alta resolução Médios – universalmente de media velocidade Rápidos alta velocidade

Vantagens da utilização dos écrans de reforço: Diminuição de exposição à radiação (paciente e do pessoal). Tempos de exposição mais curtos; Diminuição do calor produzido dentro da ampola; Possibilidade de utilização de foco fino.

Cuidados com os ecrans Limpeza regular, para os libertar de material estranho (pó) Utilizar uma substância de limpeza adequada, antiestáticos Secagem ao ar após a limpeza Deverão estar bem secos antes de se introduzir as películas

Esquema básico de uma exposição com uso de ecran

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Chassis

Para execução de um exame radiográfico, é necessário que o filme radiográfico esteja dentro de um recipiente completamente vedado à entrada de luz. Esse recipiente pode ser um invólucro plástico flexível, como o utilizado nos exames radiográficos odontológicos, ou um chassi, também denominado cassete, comumente utilizado nos exames radiográficos médicos. Chassis – caixa hermética à luz, com

uma das faces articulares e de dimensões ligeiramente superiores às da película para a qual ele serve e que suporta igualmente os ecrans de reforço. Manter a película em contato intimo e uniforme com os ecrans de reforço

durante a exposição. Impedir a entrada de luz; Proteger os ecrans de reforço das agressões.

Tipos de Chassis: 1. Plano - em forma de livro, retangular: Face anterior: (a que fica virada para a ampola durante a exposição ao RX) que se domina ás vezes de fundo de caixa deve ser dum material permeável aos RX Face posterior: ou tampa que é impermeável à radiação secundária, mas é parcialmente permeável à radiação primária. Possui no seu interior uma almofada de feltro para se assegura um contato perfeito dos ecrans de reforço com a película.

Os chassis, com o fim de evitar a troca apresentam na face posterior uma cor e outra na face anterior. 2. Chassis curvos: tem a sua superfície anterior convexa. O seu propósito é manter uma relação estreitas entre o filme e a região anatômica a estudar (18X24). 3. Chassis flexíveis: é um simples envelope de material de plástico, dobrado num lado e fixado por molas. Composição do chassi O chassi é um recipiente rígido, com dois lados distintos: o anterior e o posterior. – Lado anterior do chassi

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• É o lado que fica voltado para o tubo de raios X durante a realização do exame radiográfico. É feito de material rígido, homogeneamente radiotransparente, como bakelite, magnésio ou alumínio, para minimizar a absorção do feixe de radiação e evitar o aparecimento de artefatos na radiografia. Possui duas faces, uma externa e outra interna. – Lado posterior do chassi • É feito de material rígido e é por onde o chassi é aberto e o filme radiográfico manuseado (carregamento e descarregamento do chassi). Possui duas faces: uma externa e outra interna. Face externa – É a face do lado posterior do chassi onde estão as presilhas, responsáveis pelo fechamento do chassi. Face interna – Geralmente encontra-se aderida a esta face uma fina folha de chumbo, responsável pela absorção da radiação secundária originada na parte posterior do chassi. Aderida a esta fina folha de chumbo, encontra-se uma camada de um material flexível (espuma), que tem por função permitir um contato perfeitamente homogêneo entre a emulsão fotográfica e o écran. CAMARA ESCURA

A câmara escura é onde se processa todo o tratamento radiofotografico

Uma boa câmara escura deve satisfazer as seguintes exigências: Deve poder tratar de forma satisfatoria, todas as películas que recebe

(tanto antes da exposição e depois da exposição). Deve proporcionar ótimos resultados fotográficos. Deve oferecer as melhores condições de trabalho possíveis.

Tipos de Camara escura

Dependendo do tipo de processamento, a câmara escura pode ser

basicamente de dois tipos:

Molhada: No processamento manual do filme radiográfico, que é realizado dentro da câmara escura.

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Seca: No processamento automático do filme radiográfico, que é realizado dentro da processadora.

A câmara escura ideal deve apresentar:

Espaço amplo, a prova de luz, bem ventilado e confortável, onde

devem estar dispostos os tanques para as soluções de processamento,

com água corrente, exaustor (para a renovação do ar) e climatizado (em

regiões frias com aquecimento e em locais muito quentes com ar

refrigerado)

Conter uma mesa de trabalho sempre limpa e organizada para a

manipulação de filmes.

Equipamentos necessários da câmara escura

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Mesa manipuladora- Onde se vai remover filmes das embalagens,

colocar ou remover filmes dos chassis, colocar os filmes nas colgaduras;

Colgaduras- dispositivo utilizado para fixar o filme a fim de submetê-

lo ao processamento manual;

Termômetros- Utilizado para a mensuração da temperatura das

soluções processadoras como intuito da realização do processamento

manual temperatura/tempo;

Cronômetro- Acessório utilizado para controlar o tempo de imersão

do filme nas soluções processadoras durante o processamento manual;

Estufa de secagem de radiografias;

Varal de secagem de radiografias;

Bastões para manipulação de soluções processadoras;

Exaustor- Uma vez que não é indicado janelas nas câmaras escuras,

deve-se ter um exaustor para a renovação do ar;

Dispensadores de chassis- Devem possuir abertura para a câmara

escura e para a câmara clara, bem como um dispositivo que permita a

abertura apenas de uma das portas a fim de se evitar a exposição

acidental à luz branca proveniente da câmara clara;

Tanques de processamento;

Lanterna de segurança (filtro + lâmpada de pequena voltagem);

Tanques de Processamento

Devem possuir tamanho adequado ao tipo de filme a ser processado,

possuir tampa que deverá estar sempre fechada quando os tanques não

estiverem sendo utilizados para o processamento. No tanque, a água sempre é

renovada pela entrada por um orifício na porção inferior do compartimento e

pela saída por um outro orifício na porção superior.

É preconizado que nos tanques de processamento o revelador seja

colocado sempre à esquerda e o fixador à direita. Isso evita acidentes durante

o processamento, principalmente em locais onde mais de uma pessoa utiliza o

mesmo tanque ou caixa de processamento, já que as soluções processadoras

estão sempre nessa posição não havendo, portanto, o risco da introdução

acidental da radiografia no líquido errado.

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Iluminação da câmara escura

A iluminação do ambiente da câmara escura ser de dois tipos:

Luz branca comum (teto): Tem a função de fazer a iluminação

geral, NÃO PODEM estar acesas no momento do processamento radiográfico

e o seu interruptor deve estar em uma posição tal que não seja ligado

acidentalmente.

Lanterna de segurança

Os filmes são extremamente sensíveis à luz comum (de cor verde e

azul), mas tem menor sensibilidade à luz vermelha ou amarela. Dessa forma, é

utilizada a lanterna de segurança, uma iluminação de baixa intensidade que

não afeta rapidamente os filmes abertos e permite que o indivíduo enxergue o

bastante para trabalhar na área, sem causar velamento (escurecimento) da

radiografia. Porém, deve-se ressaltar que o tempo de trabalho não é ilimitado

pois, apesar de pouco, os filmes ainda são sensíveis a esse tipo de luz e uma

exposição prolongada ou incorreta poderá acarretar na perda dos filmes

processados.

Essas lanternas podem ser de teto ou de parede e são equipadas com

um filtro recoberto de gelatina, que apresenta cor e densidade recomendada

pelo fabricante do filme. No seu interior deve ter uma lâmpada incandescente

com, no máximo, 15 watts de potência, a uma distância de, no mínimo, 1.20 m

do local de trabalho.

Na suspeita de que o filtro de segurança esteja inadequado, pode ser

feito o seguinte teste:

1. Sobre a mesa de trabalho é aberto um filme sem exposição apenas até a

metade;

2. A outra metade permanece protegida com o próprio papel da embalagem

do filme;

3. O filme deve ficar de 3 a 5 minutos na câmara escura exposto apenas à luz

de segurança;

4. Finalmente o filme deverá ser processado normalmente no escuro total.

Caso a porção desprotegida do filme apresentar certo grau de

velamento, de cor cinza claro, quando comparada a parte que ficou protegida

pelo papel, é sinal de que a luz de segurança está inadequada.

Outro procedimento que pode ser realizado para verificação do aspecto

de vazamento de luz em sua câmara escura pode ser realizado da seguinte

maneira: Ao fechar a porta, espere por algum tempo, até seu olho se adaptar

ao novo ambiente, a fim de que se possa detectar qualquer vazamento

indesejado de luz, tomando as devidas providências para vedá-lo.

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Processamento e Filmes Radiológicos 25

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Controle de qualidade

As radiografias depois de processadas devem sempre passar por um

controle de qualidade para verificar se apresentam características ideais de

interpretação: ótima densidade, contraste e definição.

Radiografia de Referência: radiografia executada com o máximo de rigor

quanto a técnica e ao processamento, apresentando características ideais de

densidade e contraste. Esta radiografia deve permanecer no negatoscópio e

toda nova radiografia processada deve ser comparada com ela. Isso garante

que as radiografias sempre preencham os requisitos de qualidade.

OPERAÇÕES REALIZADAS NA CAMARA ESCURA

- Colocação dos filmes virgens nos chassis;

- Envio dos chassis carregados para a sala de exposição;

- Recebimento dos chassis com os filmes expostos;

- Retirada dos filmes com a imagem latente dos chassis;

- Identificação dos filmes;

- Inserção dos filmes na processadora;

- Revelação e fixação;

- Manutenção dos chassis;

- Limpeza dos ecrans;

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMARA ESCURA

- Localizar o mais distante possível de fontes de radiação dispersa;

- Paredes revestidas com material adequado;

- Piso revestido por cerâmica;

- Moveis dispostos de modo a facilitar o transito dos operadores;

- Possuir uma bancada ou mesa para manuseio dos filmes e limpeza

chassi/ecram;

- Deve ser provida de iluminação de segurança;

- deve ser inspecionada quanto ao vazamento de luz;

CUIDADOS COM A CAMARA ESCURA

- Efetuar a limpeza diária com pano úmido (paredes e piso);

- Não manter roupas penduradas dentro da câmara escura, não comer,

fumar ou beber no local;

- Manter as mãos limpas ao manusear os filmes, unhas curtas e sem

esmalte;

- Instalar um limpador ou filtro de ar quando não existentes;

- Instalar termôhigometro a fim de controlar a temperatura (10° e 21°C) e

a umidade relativa do ar ( 30-50%)

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- Instalar luz de segurança, com verificação periódica do filtro da

lâmpada;

CAMARA CLARA

- Pia para a lavagem das mãos, rolos da processadora, entre outros;

- Negatoscopio;

- Recipientes com os químicos;

- Parte da processadora automática de onde saem os filmes revelados;

Tratamento Fotográfico das Películas

É o conjunto de operações do qual resulta a transformação da imagem

latente em visível, e pode ser:

REVELAÇÃO MANUAL

REVELAÇÃO AUTOMÁTICA

Processo de Revelação

1. Revelação

2. Lavagem intermédia ( banho de parada) – Rev. manual

3. Fixação

4. Lavagem

5. Secagem

Revelação

-Transformação de uma imagem latente numa imagem visível, mas não

permanente;

-Esta transformação ocorre pela ação de um soluto químico, o revelador.

Revelador: O revelador é uma solução química que transforma a Imagem

Latente no filme em uma imagem visível composta de diminutos de massas de

prata metálica. É composto de:

Solventes

Agentes Redutores ou Reveladores

Agentes Protetores

Agentes Ativadores

Agentes Retardadores

Solventes

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O Solvente básico em um revelador é a água que dissolve e ioniza as

substâncias químicas do revelador. A água também faz com que a gelatina da

emulsão do filme se dilate de maneira que os agentes de revelação dissolvidos

possam se inflamar pra atingir os cristais de haleto de prata

Agentes Redutores ou Reveladores

-É um composto químico capaz de converter os cristais de halogéneo de prata

(prata iônica) em prata metálica;

-Agentes:

-Hidroquinona

-Feridom (Fenidona)

-Possuem uma grande afinidade com o O2, perdendo a sua capacidade

reveladora;

Agentes Ativadores ou Aceleradores

-Aumentam a atividade da reação química;

-São substancias alcalinas (pH elevado acelera a reação);

-carbonato de Na ou K (revelador normal)

-hidróxido de Na ou K (revelador rápido)

-Destina-se a facilitar a atuação dos redutores;

Agentes retardadores

-Desaceleram a revelação, permitindo a homogeneidade da revelação em toda

a película.

-Protegem os grãos de AgBr não expostos, reduzindo o velado;

-Agentes:

-Iodeto de K

-Brometo de K

Agentes Protetores

-Função antioxidante;

-Têm grande afinidade com o O2, competindo com os agentes redutores;

-Ajudam a manter a atividade do revelador;

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-Agente:

-Sulfato de Na ou K

Fixação

-É a transformação de uma imagem visível numa imagem permanente;

-A sua função é retirar todos os sais de prata não revelados (não expostos);

A fixação é feita em 3 Etapas:

1- Neutralizar – neutralizar os restos do revelador

2- Clarear – transformação do AgBr num componente invisível

3-Fixação – remoção dos cristais de AgBr que se encontravam na

película

Fixador: O fixador interrompe o processo de revelação e retira todos os

haletos de prata que não foram expostos à radiação. Dentre outras funções do

fixador ele volta a endurecer a emulsão. Para se completar a revelação é

necessário eliminar os cristais não revelados do filme revelado antes da

lavagem, desta forma o filme não ira descolorir ou escurecer com o tempo ou

pela exposição da luz. Além disso, as coberturas de gelatinas devem ser

endurecida de maneira que o filme resista a arranhões e possa ser secado com

ar quente. Estes processos são conhecidos como Fixação. O fixador é

composto por:

Solvente

Agente fixador

Agente preservador

Agente endurecedor

Agente ativador

Solvente

O solvente à base de água dissolve os outros ingredientes, difunde-se

na emulsão carregando consigo o agente clareador, e dissolve os compostos

de Tiossulfato de prata, desta forma ajudando a elimina-los do filme.

Agente Fixador

- Dissolve e elimina os grãos de halogéno de prata não expostos;

-Confere à película um aspecto transparente e duradouro;

- Agentes:

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- Tiossulfato de sódio ou enxofre

Agente Preservador

-Preserva as características do fixador evitando a sua decomposição;

-Agentes:

-Sulfato de Na

Agente Endurecedor

-Sais de alumínio;

-Evita que a emulsão retenha demasiada água;

-Protege a emulsão das agressões;

-Encurta o tempo de secagem;

Agente Ativador

-Acelera a ação dos outros químicos;

-Neutraliza restos de revelador que a emulsão possa conter;

-Agente:

-Ácido acético

FATORES QUE AFETAM O GRAU DE REVELAÇÃO

Existem fatores de processamento que afetam diretamente a revelação.

São eles:

Tempo

Temperatura

Agitação

Interrupção do processo de revelação

Tempo

É recomendado pelo fabricante que se siga religiosamente tempo de

preparo da mistura e de imersão do filme. Para que os químicos fiquem prontos

adequadamente deve ter um tempo de preparo e de mistura para que não haja

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nenhum tio de aglutinação nos filmes ou manchas. O temo da imersão a

solução diluída produzirá contraste máximo, por esse deve-se controlar

cuidadosamente o tempo de imersão.

Temperatura

Quanto mais baixa mais lentamente atuarão as substâncias reveladoras,

se superior a 28ºC em processamento manual ou 37ºC em processamento

automático amolecem acentuadamente a gelatina, fazendo com que a emulsão

possa se deteriorar com facilidade. Os agentes de revelações automáticas,

contém agentes endurecedores de gelatinas na película. No processo manual a

temperatura varia entre 13ºC à 27ºC.

Agitação

A gelatina é algo semelhante a uma esponja que se embebe do agente

revelador, se o filme não for agitado os agentes reveladores se esgotam

rapidamente. A agitação é fundamental, pois o Brometo que se origina como

subproduto é um retardador de revelação. Deve-se procurar uma agitação

uniforme durante toda a operação, sendo contínua, pode se reduzir o tempo de

revelação em aproximadamente 20%, na processadora automática é produzida

a ação rotatória dos roletes dos transportes, por bombas de recirculação e pela

passagem mecânica da película através do revelador.

Interrupção do processo de revelação

Podemos utilizar dois métodos para interrupção:

1- Utilização de uma solução de Paragem, na qual seria imersa a película

revelada.

2- Proceder uma operação de lavagem uniforme, pois se houver

permanência de agentes reveladores ativos na emulsão e se for imersa

no fixador, poderá transformar a prata que se formou em uma espuma

de prata coloidial ou véu dicróico.

REVELAÇÃO MANUAL

Processamento Manual de Filmes

O processamento visa transformar a imagem latente invisível, formada

durante o processo de exposição do filme, em imagem visível de prata

metálica, de forma que esta imagem seja a mais representativa possível das

estruturas da região do corpo humano radiografado.

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Processamento e Filmes Radiológicos 31

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O processo manual é composto, basicamente, de cinco etapas:

Revelação

Banho interruptor

Fixação

Lavagem

Secagem

MISTURA DAS SOLUÇÕES

VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA

Temperatura Tempo

18°C 4 min.

20°C 3 min.

21°C 2 min.

24°C 0,5 min.

• Uniformização da temperatura por todo

volume;

• Usar diferentes bastões de misturas para

revelador e fixador;

• Realizar movimentos suaves, evitando o

menor contato possível da solução

reveladora com o ar;

• Empregar termômetro de precisão;

• Lavar o termômetro;

• Ajustar a temperatura da solução

conforme resolução;

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Processamento e Filmes Radiológicos 32

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COLOCAR O FILME NA COLGADURA

AJUSTAR O CRONOMETRO

MERGULHAR O FILME NO REVELADOR

AGITAR O FILME

• Mergulhe o filme completamente de modo uniforme na vertical;

• Não faça pausas para evitar estrias; • Acione o cronômetro; • Golpeie levemente a colgadura contra a

parede do tanque para retirar bolhas de ar da parede do filme

• Caso necessário ou recomendado; • Alternativamente, pode ser retirado e

mergulhado novamente a cada 30s; • Intensifica o contato do revelador com o

filme e a retirada de produtos da reação da superfície do filme;

• Pode haver redução do tempo em 20%

• Ajuste para o período de revelação

recomendado;

• Tempo varia conforme a temperatura da

solução, sendo ideal 21°C por 1,5 min.

Para o revelador novo;

• Evitar temperaturas < 13°C e > 27°C;

• Fixar o filme adequadamente nos

grampos;

• Usar o tamanho adequado para o filme;

• Fixar primeiro nas pontas inferiores;

• Evitar contado excessivo dos dedos no

filme;

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Processamento e Filmes Radiológicos 33

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RETIRAR O FILME DO TANQUE REVELADOR

ENXAGUAR BEM

FIXAR ADEQUADAMENTE

LAVAR BEM

• Levante rapidamente a colgadura, assim que, o cronômetro soar;

• Retirar de forma que a solução escorra do

filme de volta para o tanque de revelação, inclinando a colgadura;

• Colocar o filme em banho de enxágue com água limpa se possível corrente, agitando continuamente por 30s;

• Retirar do banho e deixar escorrer bem;

• Mergulhe e agite a colgadura vigorosamente no começo;

• Verifique o tempo correto nas instruções do

fabricante; • Geralmente o tempo é 2 vezes maior que o

tempo de clareamento +- 3 min; Até quando sua aparência leitosa desaparecer.

• Colocar o filme num tanque de água corrente ( fluxo de 8 trocas completas por hora);

• Manter um bom espaço entre as colgaduras (

água deve fluir sob o seus topos); • Deixar por tempo entre 15 e 30 min.

Dependendo do tipo de filme;

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ENXAGUE FINAL

SECAGEM

REVELAÇÃO AUTOMATICA

A demanda por radiografias fez com que os radiologistas e os

departamentos de radiologia fossem desafiados a se tornarem cada vez mais

eficientes no uso de instalações disponíveis para produzir radiografias ideais. A

revelação automática de filme de Raios-X tem se tornado um grande fator no

manuseio com sucesso, deste crescente volume de trabalho. A automatização

da revelação é possível graças à combinação de três elementos:

Processadoras; Substâncias químicas especiais; Filmes compatíveis.

Trabalhando em conjunto, estes elementos oferecem um meio rápido de

produzir radiografias adequadamente reveladas.

A essência da revelação automática é a interação controlada do filme,

substâncias químicas e processadoras. Para revelar, fixar, lavar e secar uma

radiografia no curto tempo disponível no processo automático, requer vários

fatores, entre eles substâncias químicas especialmente formuladas e rígido

controle das temperaturas da solução, agitação e reforço. As características do

filme devem naturalmente ser compatíveis com as condições de revelação com

o diminuído tempo de revelação e com o sistema de transporte mecânico.

• Tanque com agente umedecedor que acelera a secagem e evita as marcas d’água ( álcool);

• Deixar por 30 segundos; • Deixar escorrer por vários segundos

• Secar em área livre de poeira à temperatura ambiente ou em cabine apropriada;

• Manter os filmes bem separados um do outro; • Depois de secos, remover das colgaduras e

cortar as pontas para remover as marcas dos grampos;

• Colocar nos envelopes identificados;

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Processamento e Filmes Radiológicos 35

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Processadoras automáticas

O processamento de maneira geral é idêntico, com variações nos

tempos seco a seco, de acordo com o tempo há variações de fluxo e

temperaturas, é composta de três tanques e um secador, motor condutor,

conjuntos de racks, termostatos de controle de temperatura de circulação, de

fluxo, de tempo de processamento, etc. A instalação é feita com o corpo no

lado de dentro da Câmara Escura (CE) executando algumas ―corpo fora da

Câmara Escura‖. Na parte de dentro da câmara escura, esta localizada a

gaveta onde são colocados os filmes para os processamentos, em seguida os

filmes são impulsionados pelos roletes dos racks, que são movimentados por

um motor central, e são colocados nos tanques que se movimentam em

tempos controlados puxando os filmes de seco a seco, revelando, fixando,

lavando e secando, o que demora em média de 45, 90, 150 a 180 segundos.

Sistemas dos processos automáticos

As processadoras automáticas incorporam vários sistemas, os quais

transportam, revelam e secam o filme, alem de reforçar e recircular as soluções

de revelação.

Sistema mecânico

Composto por vários sistemas:

Sistema de transporte

Sistema de água

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Processamento e Filmes Radiológicos 36

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Sistema de recirculação

Sistema de renovação

Sistema de secagem

Sistema de Transporte:

Composto por pares de rolos, acionados por um motor de velocidade

constante;

A velocidade de transporte é coordenada com a temperatura e as

concentrações dos químicos;

Conduz a película através das várias secções;

Funções:

- Transportar a película;

- Agitar os banhos;

- Ação espremedora;

Sistema de água:

Funções:

Lavagem das películas;

Manutenção dos banhos e temperatura constante;

Deve possuir:

- Filtros;

- Regulador de fluxo;

- Termóstato;

Sistema de recirculação:

Sistema de bombas e tubagens que permitem vários líquidos de

tratamento fotográfico circular dentro da máquina.

Funções:

Circulação dos líquidos dentro da máquina;

Manutenção da temperatura constante;

Função agitadora;

Sistema de Renovação ou Reforço

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Processamento e Filmes Radiológicos 37

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Compete-lhe renovar, reforçar os banhos dentro da maquina;

Funções:

Reposição dos níveis de líquidos nos vários compartimentos da

máquina;

Repor a atividade química da solução;

Objetivos de um bom Processamento

Alcançar as características sensitométricas desejadas na imagem

processada:

Velocidade

Contraste

Veú

Apresentar uma radiografia livre de artefatos dentro da escala de

densidades ópticas requeridas para a interpretação da mesma.

Um bom processamento deve levar em conta:

Tempo de ciclo de processamento

Químicos apropriados

Taxas de reforço

Temperaturas adequadas

Manutenção da máquina

Controlo de qualidade

Ciclo de processamento

É o tempo q decorre entre o momento que a película entra na máquina

de revelação e o momento em que sai da mesma.

Tempo do ciclo de processamento:

- 45-210 segundos

- 90 seg. (standard)

Químicos

- Devem ser utilizados os químicos recomendados pelos fabricantes;

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- Os concentrados químicos podem variar de acordo com os vários

fabricantes;

- Procedimento correto na diluição dos químicos;

- Taxas de reforço. Um reforço apropriado proporciona resultados

sensiotometricos estáveis;

- Esta taxa é calculada em função do volume de películas processadas e

da sua área de superfície

Controle de Qualidade da máquina

- Temperatura do revelador

- Índice de velocidade

- Índice de contraste

- Velado base

Manutenção das processadoras

Alguns dos procedimentos padrões de manutenção para a adequada

operação da processadora são os seguintes:

Freqüente verificação dos níveis de solução, proporção de reforço,

temperaturas fornecimento de água e recirculação da solução.

Limpeza dos tanques, dos bastidores de revelação, passadores, filtros e

tubos de ar do secador. Os depósitos químicos devem ser removidos

dos rolos.

As soluções de limpezas dos sistemas devem ser utilizadas de acordo

com as instruções do fabricante, se houver propagação biológica ela

deve ser removida de acordo com as recomendações.

Deve-se utilizar bandejas de escorrimento e protetores contra respingos

ao se remover ou instalar os bastidores.

Trocar os filtros nos sistemas de circulação e nos condutores de água.

Ao iniciar o trabalho do dia, sugere-se colocar algumas folhas de filme

de limpeza na processadora. Este procedimento ajuda a remover os

precipitados, sujeiras e outras substâncias que podem ter sido depositadas

nos rolos. Existem filmes de limpezas para os rolos de transporte fabricados

com esta finalidade.

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ESQUEMA DE UMA PROCESSADORA AUTOMATICA

Principais problemas que podem ocorrer no processamento de

filmes radiográficos

Radiografia sub-revelada (pouco revelada)

Uma radiografia com uma revelação deficiente pode apresentar

uma redução do contraste, observada através das partes negras do filme

que ficam semitransparentes (cinza-negro).

Pode ocorrer quando:

A solução química do revelador está oxidada ou saturada;

A temperatura da solução química do revelador está baixa;

A solução química do revelador está diluída;

Em processadoras com velocidade variável, ocorre a perda da relação temperatura/velocidade; ou,

Ocorre redução do tempo de revelação, quer seja por redução no volume de solução química no tanque de processamento

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automático, ou por redução do tempo de revelação no processamento manual.

Radiografia super-revelada

Uma radiografia super-revelada apresenta um aumento do véu de

base, ou seja, as partes brancas do filme ficam veladas (acinzentadas).

Pode ocorrer quando:

A temperatura da solução química do revelador está alta;

A solução química do revelado r está concentrada;

Em processadoras com velocidade variável, ocorre a perda da

relação temperatura/velocidade; ou

Ocorre aumento do tempo de revelação no processamento

manual.

Aumento do véu de base

O aumento do véu de base, em uma radiografia, é observado

através da falta de contraste, ou seja, as partes brancas do filme ficam

acinzentadas.

Pode ocorrer quando:

A temperatura da solução química do revelador está alta;

A solução química do revelado r está concentrada;

Ocorre aumento do tempo de revelação no processamento

manual;

A solução química do revelado r está contaminada;

Ocorre exposição do filme à radiação;

Ocorre exposição excessiva do filme à iluminação de segurança;

ou, a iluminação de segurança é inadequada.

Radiografia subfixada (pouco fixada)

Uma radiografia com uma fixação deficiente pode apresentar uma

transparência insuficiente, ou seja, as partes transparentes apresentam-

se leitosas (esbranquiçadas). Pode, também, mudar de cor em pouco

tempo, ficando marrom.

Em ambos os tipos de processamento, o filme radiográfico demora

a secar, sendo que no processamento automático pode ser observado

que o filme sai úmido da processadora.

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Pode ocorrer quando:

A solução do fixado r está saturada;

A solução química está diluída; ou

Ocorre redução do tempo de fixação, quer seja por redução do

volume de solução química no tanque de processamento

automático, ou por redução do tempo de fixação no

processamento manual.

Radiografia arranhada

Ocorre por falta de alinhamento ou corrosão das guias nas

processadoras automáticas, ou por falta de cuidado no manuseio das colgaduras durante o processamento manual.

Radiografia com Impurezas

Pode ocorrer devido a presença de impurezas (lodo, sujeira), no tanque

de lavagem.

Radiografia mal lavada

Pode ocorrer devido à deficiência ou mesmo falta de lavagem da

radiografia. A radiografia apresenta um odor característico.

RUIDO RADIOGRAFICO

São irregularidades no enegrecimento do filme radiográfico

Mosqueado radiográfico

Confere aspecto granulado à radiografia, que pode ser em função

da composição do écran, da granulação do filme radiográfico, ou também

do resultado da interação do feixe de radiação com o objeto (ruído

quântico).

Artefatos

São variações de densidade indesejáveis apresentadas sob a forma

de manchas na radiografia.

Principais causas de aparecimento de artefatos na radiografia

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Manuseio com mãos úmidas = Provoca o aparecimento de artefatos de tom claro no filme radiográfico, conhecidos como ―digitais‖. Pressão e deformação físicas do filme radiográfico = Provocam o aparecimento de artefatos de tom escuro no filme radiográfico. Os mais comuns são ―unhas‖ e dobras. Exposição prolongada à luz de segurança na câmara escura = A exposição de um filme radiográfico exposto (não virgem) por mais de 3 segundos à luz de segurança na câmara escura acarretara um velamento gradual do filme ( aumento do véu de base ) com conseqüente redução do contrasta da imagem. Fricção do filme radiográfico exposto ou virgem = Determina o aparecimento de artefatos de tom escuro devido a eletricidade estática. Deve ser retirado da caixa, ou do chassi, com cuidado, lentamente e pelas bordas. Contato do filme radiográfico com líquidos = O filme radiográfico deve ser manuseado em local seco, longe de qualquer tipo de liquido ( água ou produtos químicos). Validade do filme radiográfico = Uma caixa de filme radiográfico deve ser consumida totalmente dento do prazo de validade, e o mais breve possível. Após sua abertura, uma caixa aberta por um longo período, mesmo nas condições ideais de temperatura e umidade relativa do ar, pode acarretar um velamento difuso do filme radiográfico ( aumento do véu de base) e o aparecimento de artefatos der tom escuro causados pela presença de fungos (mofo) na gelatina do filme. Falta de conservação dos chassis e écrans = Um écran danificado ou sujo, ou mesmo restos de contraste sobre o chassi determinam o aparecimento de artefatos na radiografia. Falta de conservação dos equipamentos = Restos de contraste na mesa de exame. Paciente com vestimenta inadequada para a realização do exame = A presença de adornos (grampos, cordões) e botões produzem a formação de artefatos na imagem projetada.

PREPARO DAS SOLUÇÕES

É uma das etapas mais importantes na revelação, é o correto preparo

das soluções de acordo com as instruções do fabricante dos produtos que

garante a sua qualidade. Para obter os melhores resultados devem-se

proceder rigorosamente ao que a bula do fabricante recomenda e utilizar

sempre todos os produtos da mesma marca.

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Precauções gerais quando do preparo dos químicos:

Lavar completamente os tanques, tampos e os reservatórios da processadora.

Não espirrar uma solução na outra, principalmente fixador no revelador, pois pode contaminar os químicos.

Usar sempre o protetor contra respingos, que acompanha cada equipamento.

Usar recipientes para a mistura e armazenamento, feitos de materiais não corrosivos.

Não usar outros tipos de recipientes que tenham sido soldados.

Manter os tanques sempre fechados, evitando sujeiras, evaporação dos químicos e uma rápida oxidação, esta proporcionada pelo contato com o ar.

Use sempre espátulas ou mergulhadores separados para agitar as soluções quando da diluição dos químicos.

Tomem cuidados ao usar termômetros de mercúrio para aferir a temperatura das soluções, porque este se quebrar o mercúrio representa perigo por causa da toxidade e pode produzir um alto nível de véu no filme.

Por último, ajuste a temperatura da água na qual serão dissolvidas as substâncias químicas de acordo com a recomendação na bula do produto.

PREPARO DE QUÍMICOS PARA PROCESSAMENTO

PREPARO PARA 38 OU 76 LITROS PARA FIXADOR E REVELADOR

1. Confirmar o volume da reserva (deve ser de 5 a 15 litros).

2. Acrescentar 25 litros de água, caso esteja preparando 38 litros de solução, ou 50 litros de água quando estiver preparando 76 litros de solução.

3. Sob agitação acrescentar o conteúdo da parte A do Fixador ou Revelador.

4. Sob agitação, acrescentar o conteúdo da parte B do Fixador ou Revelador.

5. Se estiver preparando solução reveladora, sob agitação acrescentar a parte C do Revelador.

6. Acrescente água, sob agitação, até o volume total atingir 38 ou 76 litros mais a reserva inicial.

7. Agite a solução final por 5 minutos.

8. Utilize um agitador em PVC para o preparo de cada químico.

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IMPORTANTE:

1. Ao adicionar as soluções nos tanques, tenha o cuidado de não produzir bolhas de ar que reagirão com a solução – Oxidação.

2. Observe as imagens que demonstram a forma correta para adicionar as soluções e como agitar a solução preparada.

Tenha sempre dois agitadores separados para cada químico, mesmo que eles sejam lavados após o preparo.

O agitador indicado pode ser confeccionado facilmente pelo próprio técnico.

PROCEDIMENTO DE ROTINA PARA USO DA PROCESSADORA

Ao termino do expediente 1 – Desligar a processadora; 2 – Fechar o registro de água que abastece a processadora; 3 – Deslocar o dreno de água; 4 – Retirar os rolos e lava-los cuidadosamente; 5 – Colocar os rolos em local seguro e cobri-los (evitar pó); 6 – Deslocar a tampa da processadora e mantê-la parcialmente aberta após o termino do expediente; 7 – Fechar qualquer janela próxima à processadora. Ao iniciar o expediente 1 – Colocar na posição correta o dreno de água; 2 – Ligar a água; 3 – Colocar os rolos ( cuidadosamente); 4 – fechar a tampa da processadora; 5 – Ligar a processadora; 6 – Limpar a bandeja com pano ―ligeiramente‖ úmido e depois seco ( que não

solte fiapos);

7 – Passar de 4 a 5 filmes grandes para assentar os rolos

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REVELAÇÃO DIGITAL

Lazer

Atualmente em aparelhos de Tomografia Computadorizada e

Ressonância Magnética, usam filmes especiais tipo CT, Scanner, Vídeo

Imagem, Medicina Nuclear, todos estes de processos rápidos e monobloco,

alem de serem utilizados sem Ècrans Fluorescentes. O microcomputador da

câmara sincroniza todo o processo, que é semelhante à formação da imagem

na tela de um monitor de TV. A câmara recebe imagens de vários postos de

trabalho na forma de sinal, transfere para o filme e lança este filme a uma

gaveta receptora ou em uma processadora que esteja acoplada.

Os filmes usados são sensíveis a infravermelho e são armazenados na câmara

em uma gaveta para sua segurança.

Lazer Dryview

Conhecido também com Dry, este equipamento dispensa os Ècrans

utilizados nos Chassis, além de possuir uma processadora que nos permite

visualizar a área anatômica do paciente ao qual foi exposta. Sua processadora

pode estar em rede, ou seja, não é necessário documentarmos a radiografia,

pois a mesma já esta a disposição do Médico, em sua sala, ele sim é quem

decidirá se será necessário ou não a documentação da radiografia. A

processadora também nos permite ajustes de até 20% de contraste ou latitude

antes de enviar a radiografia via rede para o médico. Seu filme é sensível à

Luz. É revelado a Lazer e a Alta Temperatura. As documentadoras

(reveladoras), possuem uma gaveta na qual encaixamos o chassi para que a

película de Fósforo seja retirada e processada, para documentarmos a

informação contida nela.

A própria documentadora re-carrega o chassi, para que o mesmo seja utilizado

novamente em uma nova radiografia. Suas imagens são muito bem definidas, o

que nos fornecem melhores detalhes das áreas solicitadas. Há também

possibilidades de arquivamento de exames realizados em CD’S, isso se não

houver a necessidade da documentação, ou enquanto o paciente aguarda o

laudo médico. Com este equipamento o tempo é diminuído consideravelmente,

e a sua margem de erro é de apenas 0,01%, pelo fato de ser digital e nos

permitir ajustes se necessários.

Revelação digital por temperatura

São filmes não sensíveis à Luz, onde a processadora só impressiona os

filmes do tipo Dry Pix DIAT, e não necessita de Câmara Escura. Sendo

totalmente térmica não necessita de químicos no processo de revelação, pois

nos filmes não há Haleto de Prata e sim Sais Inorgânicos. Ao disparar o Raios-

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X, aparece a imagem da área radiografada em um monitor o que também nos

permite um reajuste de cerca de 20% na imagem, do contrário do convencional

ela permite a visualização e o reajuste do exame e em seguida se necessário a

documentação do mesmo. As processadoras possuem monitores para

visualização do paciente, seus sistemas de terminais podem ser interligados

entre técnicos e médicos.

Processo de Imagem

Após a exposição do paciente, leva-se o chassi digital até a

processadora (gaveta) a qual retira as informações contidas no mesmo. Seu

chassi possui uma película de Fósforo não sensível à Luz que grava e

armazena a informação após a irradiação até que seja documentada. Na

revelação digital a perda do filme é de 0,01%, onde são utilizados os filmes

DIAT (Temperatura) e DIAL (Lazer/Temperatura). Nas processadoras

convencionais a revelação acontece na seguinte seqüência:

1 – Sensibilizamos o filme;

2 – Documentação;

3 – Verificação.

Já com o sistema digital, acontece da seguinte forma:

1 – Sensibilizamos o filme

2 – Verificamos; Analisamos

3 – Documentamos, se houver necessidade.

O custo para implantação do sistema digital ainda é muito alto, mas o

seu retorno é certo, o que esta levando grandes centros já optarem por este

novo método de trabalho.