apostila - geografia biblica
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Etimologicamente, a palavra geografia vem de dois vocábulos gregos: geo, terra e graphein, descrever.Por conseguinte, Geografia é a ciência que tem por objeto a descrição sistemática e ordenada da superfície da Terra. Detém-se ela no estudo dos seus acidentes físicos, solos, vegetações e climas. A Geografia detém-se ainda na pesquisa do estudo das relações entre o meio natural e os diversos grupamentos humanos.Parte da Geografia Geral tem a Geografia Bíblica, por objetivo, o conhecimento das diferentes áreas da Terra relacionadas com as Sagradas Escrituras. Descrevendo e delimitando os relatos sagrados, dá-lhes mais consistência e autenticidade, auxiliando-nos na interpretação e compreensão dos fatos bíblicos.A Geografia Bíblica, definida por J. Mackee Adams como o “painel bíblico em que o Reino de Deus teve o seu início e onde experimentou seus triunfos”, é indispensável a todos os estudiosos da Bíblia.TRANSCRIPT
INSTITUTO BÍBLICO EVANGÉLICO SEMEADORESDisciplina: GEOGRAFIA BÍBLICAProfessor: Pr. Kalley Gean Costa Brito
GEOGRAFIA BÍBLICA
Sobradinho-DF – 2007
SUMÁRIO
Instituto Bíblico Evangélico Semeadores – IBES – Curso Intermediário de Teologia – Geografia e Arqueologia Bíblica 1/46
I - Introdução
1.1 – Conceitos – Geografia e Geografia Bíblica
1.2 – A importância da geografia bíblica
II – O mundo antigo
2.1 – Limites
III – Geografia Física da Terra Santa
3.1 – Os nomes da Palestina
3.2 – Localização
3.3 – Limites
3.4 – Relevo de Israel
3.4.1 – Planícies
3.4.2 – Os Vales
3.4.3 – Os planaltos
3.4.4 – Os montes
3.4.5 – Os desertos
3.5 – Hidrografia de Israel
3.5.1 – Mares
3.5.2 – Lagos
3.5.3 – Rios
3.6 – Clima
3.7 - Vegetação
3.8 – Fauna
3.9 - Flora
IV – Principais cidades
I - INTRODUÇÃO
Instituto Bíblico Evangélico Semeadores – IBES – Curso Intermediário de Teologia – Geografia e Arqueologia Bíblica 2/46
1.1 - Conceitos – Geografia e Geografia Bíblica
Etimologicamente, a palavra geografia vem de dois vocábulos gregos: geo, terra
e graphein, descrever.
Por conseguinte, Geografia é a ciência que tem por objeto a descrição
sistemática e ordenada da superfície da Terra. Detém-se ela no estudo dos seus
acidentes físicos, solos, vegetações e climas. A Geografia detém-se ainda na
pesquisa do estudo das relações entre o meio natural e os diversos
grupamentos humanos.
Parte da Geografia Geral tem a Geografia Bíblica, por objetivo, o conhecimento
das diferentes áreas da Terra relacionadas com as Sagradas Escrituras.
Descrevendo e delimitando os relatos sagrados, dá-lhes mais consistência e
autenticidade, auxiliando-nos na interpretação e compreensão dos fatos bíblicos.
A Geografia Bíblica, definida por J. Mackee Adams como o “painel bíblico em
que o Reino de Deus teve o seu início e onde experimentou seus triunfos”, é
indispensável a todos os estudiosos da Bíblia.
1.2 – A Importância da Geografia Bíblica
A importância do estudo da Geografia Bíblica está no auxílio que ele nos
oferece na apreciação, compreensão e interpretação dos fatos bíblicos, pois
trata-se do cenário terreno e humano da revelação divina, ou como já vimos, “o
painel bíblico em que o Reino de Deus na terra teve o seu início e onde
experimentou seus triunfos” – J. Mackee Adams.
Localizando, fixando e documentando os relatos sagrados, a Geografia Bíblica
completa as informações, dando-lhes mais consistência e autenticidade, bem
como novo relevo e perspectiva mais viva.
Dizem que Henan, “depois de suas duras críticas aos evangelhos, resolveu
estudar os acontecimentos neles descritos nos locais onde eles se
desenrolaram. Afinal, entre confundido e comovido, não pôde dizer menos que
chamar a Palestina de” o quinto Evangelho “. Daí a razão pela qual dizemos que
o estudo da Geografia Bíblica é imprescindível para todo e qualquer estudante
sério das Sagradas Escrituras, pois” com esse auxílio os acontecimentos
históricos tornam-se mais vívidos, as profecias mais expressivas, e as alusões
da poesia bíblica mais inteligíveis “.
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Certamente a fonte principal do estudo da Geografia Bíblica está na própria
Bíblia, de vez que é ela que nos fornece nomes de lugares, de acidentes físicos,
de povos, e de circunstâncias e acontecimentos com eles relacionados. Outra
fonte é a História, tanto a que chamamos sagrada como a profana. E a terceira é
a Arqueologia. Com os dados que estas fontes nos oferecem, e com o auxílio
indispensável de mapas das respectivas áreas, é possível um estudo proveitoso
e adequado da Geografia Bíblica.
II – O MUNDO ANTIGO
O mundo antigo, ou mundo bíblico, compreende todos os povos antigos
mencionados na Bíblia que habitavam a área banhada pelo Mediterrâneo
(Grande Mar) e aquelas que ficam entre este, o Mar Negro (Euxino), Mar Cáspio
(também chamado Mar Setentrional), Golfo Pérsico (ou Mar Meridional) e Mar
Vermelho (denominado pelos romanos Mar Eritreu).
Considerando que o relato bíblico de ambos os Testamentos abrange a área
desde Espanha, o ponto mais ocidental do programa de atividades missionárias
do apóstolo Paulo, até Pérsia país mais oriental com que esteve relacionado o
povo de Israel, e desse Ponto, província mais setentrional da Ásia Menor, ao sul
do Mar Negro, cujo povo esteve representado em Jerusalém no dia de
Pentecostes (Atos 2.9), até o extremo sul da Arábia onde, provavelmente, ficava
a lendária terra de Ofir, tantas vezes mencionada na Bíblia, podemos dizer que
as expressões “o mundo antigo” e o “mundo bíblico” são praticamente
sinônimas.
2.1 – Limites
Em termos gerais pode-se delimitar a área do mundo antigo da seguinte
maneira:
Norte – uma linha reta que começa na Espanha, passa pelo norte da Itália e Mar
Negro e vai até o Mar Cáspio.
Leste – uma linha reta que parte do Mar Cáspio, e passando pelo Golfo Pérsico
vai até o Mar Arábico.
Sul – uma linha reta que, partindo do Mar Arábico, vai na direção oeste,
passando pela Etiópia e terminando no deserto da Líbia, no continente africano.
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Oeste – uma linha reta que parte do sul do deserto da Líbia e termina na
Espanha, abrangendo o Egito e as regiões do norte da África.
Em termos mais específicos diríamos que a referida área fica situada entre
longitude 5° Oeste e 55° Leste, e entre 10° e 45° latitude Norte.
III – GEOGRAFÍA FÍSICA DA TERRA SANTA
3.1 – Os Nomes da Palestina
Tanto na história sagrada, quanto na secular, a Terra de Israel recebeu várias
designações. Cada nome por ela recebido encerra um drama testemunhado e
vivido pelo povo de Deus. De uma forma ou de outra, é a Terra de Promissões.
3.1.1 - Canaã
Após a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre
de Babel, os descendentes de Canaã, filho de Cam e neto de Noé, fixaram-
se nas terras que seriam entregues a Abraão. Isso ocorreu há mais de três
mil e quinhentos anos antes de Cristo. Nessas paragens, notórias por sua
fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplicaram-se e forjaram
uma vigorosa civilização.
A partir daí, aquelas terras passaram a ser conhecidas como Canaã; esta é
a mais antiga designação do território israelita. No hebraico, Canaã
significa: “habitante de terras baixas”. Conclui-se que os cananeus muito
apreciavam as planícies.
Os descendentes de Canaã chegaram a dominar grandes áreas que iam
do Mediterrâneo ao Jordão.
Com o transcorrer dos séculos, Canaã passou a ter uma conotação
poética. Esse nome lembra aos judeus “... uma terra boa e ampla, terra que
mana leite e mel” (Ex 3.8).
3.1.2 - Terra dos Amorreus
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O território que Deus entregara aos judeus era conhecido também como
Terra dos Amorreus. A nomenclatura é encontrada tanto no Antigo
Testamento como nos escritos profanos. É um dos mais antigos nomes da
Terra Santa (Gn 48.22).
3.1.3 - Terra dos Hebreus
De conformidade com a árvore genealógica de Sem, os israelitas são
descendentes de Héber. O território judaico, por esse motivo, era
conhecido como a Terra dos Hebreus. Nesses rincões, os santos patriarcas
lançaram os fundamentos da fé no Único e Verdadeiro Deus.
A palavra hebreu, segundo alguns exegetas, pode significar “o que vem do
outro lado, ou do além”. Trata-se de uma referência à peregrinação
abraâmica de Ur dos Caldeus, passando por Padã Harã, até Canaã.
3.1.4 - Terra de Israel
Sob o comando de Josué, os israelitas tomaram Canaã, no século XV a.C.
A partir de então, passaram os territórios cananeus a serem designados
como Terra de Israel. Não há nomenclatura tão apropriada como esta;
encerra as promessas feitas por Deus a Abraão.
Este é o nome mais comum da Terra Santa. Encontramo-lo freqüentemente
no Antigo Testamento. Constitui-se ainda num perpétuo memorial; lembra-
nos ser esse território propriedade eterna e inalienável dos filhos de
Abraão. Quer os gentios admitam quer não, a terra que mana leite e mel
pertence à progênie abraâmica.
Após o cisma israelita, a nomenclatura passou a designar apenas as terras
ocupadas pelas tribos do Norte, comandadas pelo idólatra Jeroboão.
Devido aos exílios e dispersões dos judeus, recebe o seu território as mais
vexatórias alcunhas. Todavia, com a criação do moderno Estado de Israel,
todo o escárnio que pesava sobre os descendentes de Jacó começou a ser
tirado. Hoje, quando viajamos àquelas sagradas paragens, dizemos
embevecidos: “Vou à Terra de Israel”. Israel é o nome da terra.
3.1.5 - Terra de Judá
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Depois de haver derrotado os cananeus, pôs-se Josué a dividir a Terra da
Promessa. À tribo de Judá, destinou ele uma herança no Sul de Canaã.
Esta região ficaria conhecida como a Terra de Judá.
Depois do cisma israelita, ocorrido em 931 a.C., a designação passou a
incluir também as terras habitadas pela tribo de Benjamim.
Terminado o cativeiro babilônico, em 538 a.C., o povo de Judá retorna à
sua herança, sob o comando de Zorobabel. Inspirados pela eficaz liderança
de Neemias, pela erudição de Esdras, pelo zelo do sumo sacerdote Josué
e pelo fervor dos profetas Ageu e Zacarias, os judeus reorganizam-se
nacionalmente nessas terras. A partir daí, as possessões abraâmicas, de
um modo geral, passaram a ser conhecidas como Terra de Judá, e, seus
habitantes, posto que oriundos de todas as tribos, começaram a ser
chamados de judeus.
3.1.6 - Terra Prometida
No século XX a.C., prometera Deus a Abraão: “Sai-te da tua terra, e da tua
parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei
uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu
serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era
Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã” (Gn 12.1.4).
Tendo em vista os termos desta tão sublimada aliança, o território que
haveria de ser entregue a Israel ficou conhecido como a Terra Prometida.
Poético e trágico, evoca esse nome as mais elevadas recordações na alma
hebréia. Em virtude desse chão de promissões, os israelitas vêm
suspirando e chorando.
3.1.7 - Terra Santa
Zacarias, um dos mais escatológicos profetas do Antigo Testamento,
vaticinou: “Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião, porque eis que venho, e
habitarei no meio de ti, diz o Senhor. E naquele dia, muitas nações se
ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo: e habitarei no meio de ti, e
saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti. Então o Senhor
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possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá
Jerusalém” (Zc 2.10-12).
Não obstante as guerras e apesar de todos os embates políticos e sociais,
Israel é conhecido como a Terra Santa. Os judeus veneram-na como o solo
de seus antepassados e o chão de sua milenar esperança. Têm-na os
cristãos como o berço do Salvador e o regaço da regeneração da raça
humana. Para os árabes, trata-se de um campo etéreo e permeado de
interrogações.
Milhares de caravanas judaicas, cristãs e árabes rumam à Terra Santa.
Nenhum outro país é tão místico quanto Israel! Visitá-lo constitui-se o
sonho de milhões de peregrinas almas.
3.1.8 - Palestina
O referido nome é proveniente da palavra “Filístia” que designava a faixa
de terra localizada no Sudeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo. Os
filisteus eram ferrenhos adversários dos hebreus e causaram muitas
dificuldades a Saul e a Davi.
No período neotestamentário, o historiador Flávio Josefo cognominou todo
o território israelita de Palestina. E assim foi até a fundação do Estado de
Israel em 12 de maio de 1948. Atualmente, este é o nome pelo qual são
conhecidos os territórios governados pela autoridade palestina.
3.2 – Localização
Israel está localizado no continente asiático a 30° de latitude Norte. Em toda a
sua extensão ocidental, é banhado pelo Mar Ocidental. Tendo em vista o seu
posicionamento estratégico, constituiu-se, segundo Oswaldo Ronis, “num centro
de gravidade para o mundo e as civilizações da antiguidade”.
Acrescenta Ronis: “Do ponto de vista comercial, ficava na rota obrigatória do
tráfego entre o Oriente e o Ocidente, bem como entre o Norte e o Sul; e, do
ponto de vista político, igualmente passagem inevitável dos exércitos
conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se
interessavam por sua conquista e fortificação. Daí as devastações sofridas pela
Palestina em repetidas ocasiões a sua história”.
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3.3 – Limites
Nos tempos bíblicos, Israel limitava-se ao norte com a Síria e a Fenícia. A leste,
com partes da Síria e o deserto arábico. Ao sul, com a Arábia. A oeste, com o
Mar Mediterrâneo.
Tais limites, entretanto, variavam de acordo com as tendências políticas e os
movimentos militares de cada época. Constantemente, os israelitas tinham o seu
território alargado ou diminuído. No tempo de Salomão, as fronteiras de Israel
dilataram-se consideravelmente; iam do Rio do Egito ao Eufrates. Depois da
morte deste grande rei, contudo, as possessões hebraicas foram diminuindo até
serem absorvidas pelos grandes impérios.
O moderno Estado de Israel limita-se ao norte com o Líbano; a nordeste com a
Síria; a leste e a sudeste com a Jordânia; a sudoeste com o Egito. A oeste é
banhado pelo Mar Mediterrâneo. Na fronteira com a Jordânia, fica o Mar Morto.
Israel tem uma área de 20.700km².
3.4 – Relevo de Israel
3.4.1 – As Planícies
Planície é uma grande porção de terra, mais ou menos plana, de origem
sedimentar, geralmente de baixa altitude. Via de regra, os processos de
acumulação, numa planície, superam os de destruição.
Planície do Acre – localizada no extremo noroeste da costa israelense, a
planície do Acre estende-se até ao Monte Carmelo. A região, cujo nome em
hebraico é Akko, e significa “areia quente”, compreende uma faixa de terra
que cerceia as montanhas entre a Galiléia, o Mediterrâneo, o Sul de Tio até
a Planície de Sarom. Trata-se de um solo muito fértil, com exceção da
parte praiana, onde as areias são demasiadamente quentes.
Quando da divisão de Canaã, a planície do Acre coube por sorte à tribo de
Aser (Js 19.25-28).
Planície de Dotã – localizada na 20Km ao norte de Samaria, a planície de
Dotã prolonga-se entre as serras meridionais desde o sudoeste de
Esdrelom. Nesta planície, achavam-se os irmãos de José, quando o
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venderam aos midianitas (Gn 37.17). Foi ainda em Dotã que se encontrava
Eliseu quando os sírios vieram prendê-lo (2 Rs 6.13).
Planície de Moabe – alta e acidentada, a Planície de Moabe estende-se
desde as montanhas que dominam o Mar Morto ao ocidente até à Arábia
ao oriente. Ao sul, vai desde a abertura do Arnom até Edom.
Por esta região, foram os israelitas expressamente proibidos de entrar,
vendo-se por isso obrigados a transitar pelo deserto de mesmo nome ao
oriente (Dt 2.8,9).
Planície de Sarom – Sarom não é propriamente um nome semítico. O seu
significado evoca poesias e idílios: Zona de Bosques ou Bosques de
Terebintos. A planície de Sarom localiza-se entre o Sul do monte Carmelo
e Jope. Com uma extensão de 85Km, sua largura varia entre 15 a 22Km.
Na antiguidade, a região era conhecidíssima em virtude de seus bosques
traiçoeiros e pântanos palúdicos. O seu solo, entretanto, era coberto de
lírios e flores exóticas. Os pântanos e charcos de Sarom foram drenados
no século XX pelo governo israelense. Atualmente, constitui-se a área num
dos mais ricos distritos agrícolas do Estado de Israel. Seus laranjais são
afamados em todo o mundo. Nessa planície, são encontradas quatro flores
vermelhas de grande beleza: anêmona, botão-de-ouro, tulipa e papoula.
Planície da Filístia – situada entre Jope e Gaza, no sudoeste de Israel, a
Planície da Filístia tem 75km de comprimento e 25km de largura. Nessa
faixa de terra, habitavam as aguerridos filisteus, inimigos mortais do povo
israelita. A região era abundante em cereais e frutas. Localizavam-se,
nessa planície, as cinco principais cidades filistéias: Gaza, Ascalom,
Asdode, Gate e Ecrom.
Planície de Sefelá – situada entre a Filístia e as montanhas da Judéia, a
Planície de Sefelá é caracterizada por uma série de baixas colinas. A
fertilidade de seu solo é proverbial; são ainda abundantes os seus trigais,
vinhedos e oliveiras. O significado hebraico de Sefelá – terras baixas ou
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mais baixas – realça a topografia da planície. Sefelá foi o lar de Abraão e
Isaque por longos anos.
Planície do Armagedom – esta planície é conhecida também por Jezreel
ou Esdraelom. O Armagedom encontra-se na confluência de três vales, dos
quais o mais importante é Jezreel. Localizada entre os montes da Galiléia e
os de Samaria, a planície (a maior de Israel) é insuperável por sua
formosura. Suavemente, alarga-se em direção do Carmelo até repousar
nos montes Líbanos.
A planície do Armagedom é uma das áreas mais estratégicas de Israel.
Constitui-se ela uma via de comunicação natural entre a cidade de
Damasco e o Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos, serviu de palco a
renhidos combates. A planície é atravessada longitudinalmente, de leste a
oeste, pelo rio Kishon que desemboca no Mediterrâneo. O Armagedom
está ligado a um grande evento escatológico.
3.4.2 – Os Vales
Vale é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras
superfícies. A palavra é bastante comum no Antigo Testamento.
Encontramo-la 188 vezes na escrituras hebraicas. No Novo Testamento,
contudo, é mencionada apenas uma vez. Lendo as Sagradas Escrituras,
concluímos serem os vales mui importantes para Israel.
Vale do Jordão – é o maior vale da Terra Santa. Começa no sopé do
Monte Hermom, no extremo norte, e vai até ao mar Morto, no extremo sul,
recontando longitudinalmente o território israelita. Esse vale,
importantíssimo cenário na história do povo de Israel, é na verdade uma
grande fenda geológica.
Iniciando-se com uma largura de 100m, vai alargando-se até chegar a três
quilômetros nas imediações do Mar da Galiléia; e quando chega nos limites
do Mar Morto, alcança o seu ponto máximo: 15km. A partir daí, começa a
estreitar-se novamente.
Através desse vale, corre o rio que lhe empresta o nome: o Jordão, onde foi
o Senhor Jesus batizado. É o vale mais profundo da Terra: encontra-se a
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426m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo. Do Hermom, onde nasce, até
ao Mar Morto, onde termina, tem o Vale do Jordão uma extensão de 215km
de extensão.
Vale de Jezreel – não há que se confundir o Vale de Jezreel com a
planície de mesmo nome. A confusão existe em decorrência da inexatidão
de alguns geógrafos bíblicos. O Vale de Jezreel começa nas nascentes do
ribeiro de Jalud e termina no Vale do Jordão, nas cercanias de Bete-Seã.
Nos limites deste vale, localiza-se a moderna cidade de Zerim.
Vale do Acor – este vale, centralizado no Wadi Qumram, acha-se a 16km
de Jericó, e tem uma extensão de aproximadamente 7,5km. Em Acor, foi
Acã apedrejado em conseqüência de sua cobiça. Eis porque o nome deste
vale, em hebraico, significa perturbação, problema.
Vale da Bênção – localizado no território de Judá, o Vale da Bênção situa-
se entre Jerusalém e Hebrom, distante 7,5km a oeste de Tecoa e 11km de
Belém. Foi neste vale que o bom rei Josafá venceu uma coligação formada
por Amom, Moabe e Edom (2 Cr 20.26). Este vale é conhecido também
como Beraca que, em hebraico, significa “bênção”.
Vale do Cedrom – Em Joel 3.2-12, o Cedom é identificado como o Vale de
Josafá. Como Josafá em hebraico significa “Deus julgou”, Cedom é visto,
profeticamente, como o Vale do Juízo Final. É aí que o Senhor reunirá
todas as nações a fim de julgá-las quanto ao trato que dispensaram a
Israel.
Vale de Hinom – localiza-se no sul de Jerusalém junto à porta do Oleiro (Jr
19.2). Nos tempos bíblicos, o Vale do Hinom servia como fronteira às tribos
de Judá e Benjamim. Infere-se ter sido Hinom o antigo proprietário deste
vale, que corre de norte para sul a oeste de Jerusalém.
No Vale de Hinom, o rei Davi derrotou os filisteus duas vezes (2 Sm 5.17-
25 e 1 Cr 11; 14.9-16). Mais tarde, a região, que compreende uma área de
2,5km, serviria de palco ao sacrifício de crianças ao deus Moloque (1 Rs
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11.7; 2 Rs 16.3). Finalmente, no Hinom seria reservado para o
armazenamento e incineração do lixo da cidade. Como estava sempre a
arder, os judeus passaram a ver nele uma perfeita figura do castigo eterno.
Vale do Aijalom – foi palco de um dos maiores milagres já presenciados
por qualquer ser humano. Nesta região, deteve-se o sol a uma ordem de
Josué, dando condições estratégicas aos israelitas de infligirem fragorosa
derrota aos amorreus (Js 10.12-15). Aijalom localiza-se nas imediações de
Sefelá, a 24km a noroeste de Jerusalém. Com 18km de comprimento e
9km de largura, o vale abrigou, no ano 70 de nossa era, as tropas do
general Tito. Daqui, os romanos saíram a destruir Jerusalém e o Santo
Templo.
Vale do Escol – uma região fértil e abundante em vinhedos. Assim é o
Vale de Escol, cujo nome em hebraico significa “cacho”, está localizado nas
proximidades de Hebrom. Ainda hoje Escol é assinalado pela fertilidade.
Não é raro encontrar aqui cachos de uvas semelhantes àqueles que os
espias levaram a Moisés (Nm 13.22-24).
Vale de Hebrom ou Manre – durante suas constantes e árduas
peregrinações, Abraão veio a fixar-se, certa feita, no Vale de Hebrom, onde
ficava um lugar mui promissor: Manre. Teve aí o nosso pai na fé ricas
experiências: construiu um altar ao Senhor e dEle recebeu a promessa de
que, não obstante a avançada idade, ainda teria um filho (Gn 18.1-15).
O VALE DE Hebrom também serviu de sepulcro à família patriarcal. Na
sepultura de Macpela, repousam os ossos de Sara, Abraão, Isaque, Lia e
Jacó. Os doze patriarcas, segundo Flávio Josefo, aí também repousam.
Localizado a 35km ao sul de Jerusalém, o Vale de Hebrom está a quase
1000m acima do nível do Mediterrâneo. O seu nome primitivo era Quiriate
Arba (Gn 23.2). Com os seus 30km de comprimento, guarda muitos
resquícios da era patriarcal como o famoso Terebinto de Moré. Hebrom
ainda é conhecido por este nome, e encontra-se sob a tutela da autoridade
palestina.
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Vale de Sidim – no Vale de Sidim, localizado na extremidade meridional do
Mar Morto, ficavam a impenitentes Sodoma e Gomorra. Atualmente, o Vale
de Sidim mostra-se aridificado e quase sem vida. Nos dias de Ló, contudo,
parecia o próprio Éden.
Vale do Soreque - era a terra natal de Dalila (Jz 16.4). Distante de
Jerusalém 21km, por este vale passava uma importante via de ligação
entre a Cidade Santa e o Mediterrâneo. Atualmente, o trajeto compreende
uma estrada de ferro. Soreque separava as tribos de Judá e de Dã. Nessa
região, o Espírito do Senhor impelia Sansão, de quando em quando, a lutar
contra os filisteus.
Vale do Elá – conhecido também como o Vale de Terebintos, Elá fica a
sudoeste de Jerusalém entre Azeca e Socó. A região foi testemunha de
encarniçadas batalhas entre Israel e a Filística (1 Sm 17.2-19 e 21.9). Foi
no Vale de Elá que Davi matou o soberbo Golias. A história jamais será
esquecida. O vale, todavia, quase nunca é lembrado.
Vale de Siquém – O Poço de Jacó fica em Siquém. Com seus 12km de
comprimento, este vale, localizado entre os montes Gerizim e Ebal, bem no
centro de Israel, explode em exuberâncias. Suas muitas nascentes fazem-
no uma perfeita imagem dos mananciais da eternidade.
Siquém foi o primeiro lar do patriarca Abraão. Neste lugar, cujo nome em
hebraico significa ombro, Jacó armou a sua tenda ao voltar de Harã. Aqui
foi sua filha, Diná, deflorada por um imprudente e impulsivo príncipe. Por
causa disso, os irmãos da jovem, Simeão e Levi, passaram a cidade ao fio
da espada. Neste solo, repousa os ossos de José.
3.4.3 – Os Planaltos
Dois são os planaltos gerais da Palestina: o Planalto Central, que é como a
continuação dos montes Líbanos e corre pelo centro do país na direção
norte-sul; e o Planalto Oriental, que pode ser considerado como
continuação do Ante-Líbano, correndo na mesma direção do anterior. A
altitude de ambos varia entre 650 a 1300m.
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Planalto Central – divide-se em três secções – Planalto de Naftali, que é a
região da Galiléia ao norte; Planalto de Efraim, a região de Samaria, ao
centro; e Planalto de Judá, ao sul, entre Betel e Hebrom.
Planalto Oriental – que fica ao oriente do Jordão, também subdivide-se
em três partes distintas – Planalto de Basan, ou Auran, desde o sul do
monte Hermom até o vale por onde corre o rio Yarmuque. É a região mais
fértil para o plantio de trigo e pastagens de gado; Planalto de Gileade, entre
Yarmuque e Hesbon, cortado pelo rio Jaboque; também região de grande
fertilidade; e Planalto de Moabe, ao leste da última parte do curso do
Jordão e Mar Morto até o rio Arnon. Esta já é região mais rochosa
entrecortada de prados de exuberantes pastagens.
3.4.4 – Os Montes
A palavra monte vem do vocábulo latino monte e do grego oros, e tem o
seguinte significado: “Elevação notável de terreno acima do solo que a
cerca; serra”.
John Davis assim o define: “Elevação natural da terra. A parte da geografia
que se dedica a cuidar dos montes é a orografia – oros, montes + graphein,
descrição. Orografia, portanto, é a ciência que se dedica a descrever
cientificamente os montes.
O Pastor Enéas Tognini, um dos primeiros geógrafos bíblicos do Brasil,
assim se refere à importância da orografia israelita:
“Israel passou 400 anos no Baixo Egito, cujas terras são planas, onde não
chove, pois confina com o medonho deserto do Saara. Esse povo passaria,
sob o comando de Moisés, para Canaã, terra de montes e vales, e onde a
chuva é abundante no inverno. Os montes exerceram poderosa influência
no povo que cantou em sua poesia ou prosa os cumes e as elevações. A
importância dos montes da Bíblia é muito grande. As tábuas da Lei foram
dadas por Deus a Moisés num monte; Arão morreu num monte; também
Moisés; a bênção e a maldição foram proclamadas em montes; João
Batista nasceu nas montanhas; Jesus nasceu na região montanhosa da
Judéia; sua grande batalha com o diabo foi num monte; num monte foi o
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seu maior sermão; transfigurou-se num monte; agonizou num monte; foi
crucificado num monte; e sepultado e ressurecto num monte, e, ainda,
ascendeu ao céu de um monte, e mais: voltará, colocando seus pés no
monte das Oliveiras”.
a) Montes de Judá – localizando-se al sul de Efraim, os montes de Judá
constituem-se numa série de elevações entre as quais há herbosos
vales, e por onde correm riachos que deságuam no Mar Morto e no
Mediterrâneo. Eis os mais notórios montes de Judá:
Monte Sião – ergue-se altivo e soberano. Localizado na parte leste de
Jerusalém, eleva-se a 800m em relação ao Mediterrâneo. É a mais alta
montanha da Cidade Santa. Constituía-se ainda o Monte Sião, em
virtude de sua localização privilegiada, numa fortaleza natural onde
refugiavam-se os moradores de Jerusalém em tempos de calamidade.
Em Sião, encontra-se a sepultura do rei Davi.
Monte Moriá – Moriá é sinônimo de abnegação, renúncia e sacrifício.
Neste monte, o patriarca Abraão foi submetido à maior prova de sua
vida. Localizado a leste de Sião, o Moriá tem uma altitude média de
800m ao nível do Mediterrâneo. De forma alongada, sua parte mais
baixa era conhecida como Ofel.
O que significa Moriá? Em hebraico significa temor.
Monte das Oliveiras – situa-se no setor oriental de Jerusalém. Esse
monte, denominado “Mons Viri Galialei”, compõe uma cordilheira sem
muita expressão, com aproximadamente 3km de comprimento. Na parte
ocidental do Monte das Oliveiras, fica o Jardim do Getsêmani. Nos dias
do Antigo Testamento, a sagrada elevação era coberta de oliveiras,
vinhedos, figueiras e uma séria de outras árvores frutíferas e
ornamentais.
Monte da Tentação – distante 20km a leste de Jerusalém, o monte fica
a quase 1000m acima do nível do mar. Sua altura, contudo, não
ultrapassa a 300m, por encontrar-se no profundo Vale do Jordão.
Caracterizado por ingrata aridez, possui inúmeras cavernas, onde os
monges refugiam-se até hoje para meditar.
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b) Montes de Efraim – a região montanhosa de Efraim abrange a área
ocupada pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma
parcela dos benjamitas. Compreendida do planalto central, recebe a
área ainda este nomes: Monte de Naftali, Monte de Israel e Monte de
Samaria. Eis os mais importantes montes de Efraim: Ebal e Gerizim.
Sobre estes montes, eram pronunciadas as maldições e as bênçãos
sobre os filhos de Israel. Ambas as elevações formam um perfeito
anfiteatro.
Monte Ebal – situado a 52km ao norte de Jerusalém e 10km ao
sudoeste de Samaria, o Ebal possui um solo aridificado e pontilhado de
escarpas. Tem 300m de altura e fica a mais de 1000m acima do Mar
Mediterrâneo. Nesse monte, foram erguidas as pedras que serviriam de
memorial à entrada de Israel em Canaã (Js 8.30-32).
Monte Gerizim – ao contrário do Ebal, é recoberto por reconfortante
vegetação. Sua altura é de 230m em relação ao Mediterrâneo, está
situado a 940m de altitude. Nesse monte, foram abertas muitas
cisternas para captar as águas da chuva.
c) Montes de Naftali – a designação abarca todo o conjunto montanhoso
do Norte de Israel. Quando da conquista de Canaã, o território foi
destinado às tribos de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali. Os naftalistas
ficaram com uma área mais extensa. Por causa disso, todas essas
terras passaram a ser Naftali. Os quatro mais importantes montes dessa
região são:
Monte Carmelo – um dos mais renhidos combates entre a fé e a
idolatria foi travado no Carmelo (1 Rs 18). O Carmelo não é
propriamente um monte. É apenas uma parte de uma cordilheira de
30km de comprimento. Sua largura oscila entre 5 e 13km a começar do
Mediterrâneo em direção ao sudeste de Israel. O ponto mais elevado do
monte não atinge 600m.
Monte Tabor – localizado também na Galiléia, o Tabor tem 320m de
altura. Trata-se de um monte solitário, plantado na luxuriante
Esdraelom. Visto do sul, lembra-nos um semicírculo. Dista a apenas
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10km de Nazaré e a 16km do mar da Galiléia. Encontra-se a 615m
acima do nível do Mar Mediterrâneo. De seu cume avistam-se
magníficas paisagens. O Tabor é muito importante no Antigo
Testamento. Em suas cercanias, os exércitos de Baraque combateram
as forças de Sísera. Aí Gideão colocaria em fuga os batalhões dos
midianitas.
Monte Gilboa – com 13km de comprimento e uma largura que varia
entre 5 a 8km, o Monte Gilboa está situado no sudeste de Jezreel. No
Monte Gilboa, cujo nome significa fonte borbulhante em hebraico,
morreram o rei Saul e seu filho Jônatas, quando combatiam os filisteus.
Monte Hatim – localizado nas proximidades do Mar da Galiléia, o
Monte Hatim compõe os chamados Cornos de Hatim. Sua altitude não
ultrapassa os 180m. É um lugar bastante aprazível. De seu topo, pode-
se avistar o mar da Galiléia. Seus dois picos principais têm a aparência
de chifres. Acredita-se ter sido esse o monte do qual Cristo pronunciou
o Sermão da Montanha. O Hatim é conhecido também como o Monte
das Bem-Aventuranças.
d) Montes Transjordanianos
Os Montes Transjordanianos são conhecidos também como Montes do
Planalto. Eis as suas principais elevações:
Monte de Gileade – trata-se de um conjunto montanhoso. Vai do sul do
Rio Yarmuque ao Mar Morto. O Gileade é dividido pelo Ribeiro de
Jaboque, onde Jacó lutou com o Anjo do Senhor. Essa foi a primeira
região conquistada pelos israelitas; sua posse coube à tribo de Gade. O
profeta Elias é originário de Gileade. No tempo de Jesus, o território era
conhecido como Peréia. O nome dessa localidade surgiu em virtude do
encontro entre Jacó e Labão. O primeiro designou-a como Jegar-
Saaduta. E o segundo, Galeed. Ambas as nomenclaturas significam
montão do testemunho. A região era famosa por sua fertilidade. De seu
solo, explodiam o trigo, a cevada, a oliveira e os mais diversificados
legumes. O seu bálsamo era procuradíssimo. Nos tempos bíblicos, era
este um provérbio mui comum: “Por acaso não há bálsamo em
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Gileade?” Hoje, o território está em poder da Jordânia. Para os judeus
ortodoxos, entretanto, Gileade é a eterna possessão dos filhos de Israel.
Monte de Basam – Basam é um dilatado e fertilíssimo conjunto de
montanhas. Ao norte, limita-se com o monte Hermom. Ao leste, com a
região desértica da Síria e da Arábia. A oeste, com o Jordão e o Mar da
Galiléia. E ao sul, com o Vale do Yarmuque. Em virtude de sua
fertilidade, as terras do Basam são, ainda hoje, pródigos celeiros para a
Síria e Israel. A região achava-se coberta de cedros e carvalhos nos
tempos bíblicos. E incontáveis rebanhos pasciam em suas vicejantes
pastagens.
Monte Pisga – de cima deste monte, contemplou Moisés a Terra
Prometida: “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte
Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o Senhor
mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã. Assim morreu ali
Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do
Senhor” (Dt 34.1,6). O Pisga está localizado na planície de Moabe.
Dista 15km a leste da foz do Rio Jordão. Moisés vislumbrou o solo da
promissão de uma altura de 800m. O monte é conhecido também como
Nebo. Alguns autores, contudo, dizem haver na região dois montes: o
Pisga e o Nebo.
Monte Peor – o monte Peor está localizado nas imediações do Nebo.
Em hebraico, “Peor” significa abertura. Nesse monte era adorado um
imoral e abominável ídolo. Do Peor, tentou Balaão amaldiçoar os filhos
de Israel.
d) Monte Hermom – Hermom significa mui provavelmente “sagrado” ou
“proibido”. Este monte domina toda a Terra Santa. Sua coroa de neve
pode ser vista a milhares de quilômetros. Era no Hermom que ficava o
santuário-mor de Baal. Por isso Israel via-o com muitas reservas,
apesar de ser mencionado poeticamente por Davi: “Como o orvalho do
Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor
ordenou a bênção, a vida para sempre” (Sl 133.3). Segundo a tradição,
foi no Monte Hermom que o Senhor Jesus transfigurou-se diante de
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seus discípulos. Seu orvalho é de tal forma abundante que as tendas
levantadas ao seu redor parecem ter estado sob forte chuva. O monte é
conhecido ainda por dois outros nomes: Siriom, em fenício, e Senir, na
antiga língua dos amorreus. Ambas as palavras significam “esplendor,
majestade, beleza”.
Sobre o mais alto dos três cimos do Monte Hermom jazem os restos de
um templo de Baal que, provavelmente, foi destruído pelos israelitas em
obediência a ordem divina: “Destruireis por completo todos os lugares,
onde as nações... serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas”
(Dt 12.2). Do cimo do Hermom, os sacerdotes de Baal obtinham uma
perfeita vista do curso do Sol. E ao Sol dirigiam as suas adorações.
e) Monte Sinai – O Sinai é, na verdade, uma península montanhosa,
localizada entre os golfos de Suez e Ácaba. Nessa região, Deus
apareceu a Moisés e o comissionou a libertar Israel do jugo faraônico.
Conhecido também como Horebe, o Monte Sinai serviu de refúgio a
Elias. A palavra Sinai tem duas significações possíveis: sarça ardente e
fendido. Nas Sagradas Escrituras, recebe o monte três diferentes
designações: Sinai, Horebe e Monte de Deus.
O Monte Sinai tem uma forma triangular. Seus vértices superiores
repousam em dois continentes: África e Ásia. Apesar de aridificado, o
território tem os seus encantos particulares. Os montes erguem-se
soberanos e altivos. As areias, queimadas pelo sol, mostram-se
multicoloridas. O Sinai foi conquistado por Israel na Guerra dos Seis
Dias, em 1967. Devido às conversações de paz de Camp David, Nos
Estados Unidos, a região voltou à soberania egípcia.
3.4.5 – Os Desertos
A palavra deserto é originária do vocábulo latino desertu e significa, entre
outras coisas, “lugar desabitado, despovoado e ermo”. Segundo Aurélio, é
uma “região natural caracterizada por terreno arenoso e seca quase
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absoluta, e que apresenta, por isso, pobreza de vegetação e fraca
densidade populacional”.
Nas Sagradas Escrituras, os vocábulos traduzidos como “deserto” incluem
não somente as dunas, mas designam igualmente as terras plainas, as
estepes e as áreas apropriadas à criação de gado.
O vocábulo “deserto” pode ser encontrado 36 vezes como adjetivo e 284
como substantivo no Antigo Testamento. Já no Novo Testamento, a mesma
palavra aparece 12 vezes como adjetivo e 36 como substantivo.
A palavra hebraica mais traduzida como deserto é “midbar”. Ela tem vários
significados: região plana e apropriada à criação de gado; área meio fértil e
meio árida; e deserto propriamente dito. Eis mais alguns termos hebraicos
traduzidos como deserto: ”yesimon” – território desértico; “orbáh” – aridez,
desolação, ruína (castigo divino); “tohu” – vazio; “siyyah” – terra árida.
Os principais desertos mencionados nas Sagradas Escrituras localizam-se
no Sul e no Oriente de Israel. Agrupam-se os primeiros na Península do
Sinai. Os demais encontram-se nas outras regiões do país.
a) Deserto do Sinai – os filhos de Israel caminharam pelo Sinai durante
quarenta anos. Nesse período, aprenderam a conviver com as agruras
do deserto. Não obstante a aridez daquele solo, nada lhes faltou.
Supriu-lhes o Senhor todas as necessidades. Durante o dia, eram
amparados pela coluna de nuvem; durante a noite, acompanhava-os a
coluna de fogo. Foi no Sinai que Deus entregou as tábuas da Lei a
Moisés. O Sinai recebe, ainda, estes nomes: Sur, Parã, Cades, Zim e
Berseba. A península do Sinai localiza-se na faixa árida que cruza o
norte da África e o sudoeste da Ásia, ocupando uma área triangular de
61.000km² em pleno território egípcio. Situa-se entre o golfo e o canal
de Suez, a oeste; e o golfo de Acaba e o deserto de Neguev, a leste. Ao
norte, faz fronteira com o Mar Mediterrâneo e ao sul, com o Mar
Vermelho.
b) Deserto da Judéia – As áreas localizadas desde o Leste dos Montes de
Judá até ao Rio Jordão e ao Mar Morto formam o deserto da Judéia.
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Subdivide-se este em vários desertos sem importância: Maon, Zife e En-
Gedi. Nessas paragens, perambulou Davi, perseguido pelo rei Saul. Eis
mais alguns desertos de Judá: Tecoa e Jeruel. Nesse território, o rei
Josafá obteve estrondosa vitória sobre as forças moabitas e amonitas.
Foi aqui que o profeta Amós exerceu o seu ministério e João Batista
clamou contra seus contemporâneos.
c) Desertos de Jericó, Bete-Áven e Gabaom – o deserto de Jericó
localiza-se no território benjamita. A região forma um longo desfiladeiro
de aproximadamente 15km que desce de Jerusalém a Jericó. Nessa
área, há muitas cavernas, onde se escondiam os malfeitores. A região
serviu de cenário para a Parábola do Bom Samaritano narrada por
Jesus Cristo. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de
Jericó. Em Gabaom obteve Josué irretocável vitória sobre os primitivos
habitantes de Canaã.
3.5 – Hidrografia de Israel
Etimologicamente, a palavra hidrografia é formada por dois vocábulos gregos:
“hidro” – água; e “graphein” – descrever. A hidrografia, portanto, é a ciência que
estuda todos os corpos de água que há na superfície do globo. São objetos de
seu estudo os oceanos, mares, rios, lagos e geleiras. Ela detém-se, ainda, nas
propriedades físicas e químicas das águas. A hidrografia encarrega-se, também,
de elaborar cartas referentes às bacias fluviais, leitos de rios e lagos e fundos de
mares e oceanos.
A hidrografia da Palestina pode ser dividida em três partes, a saber: Mares,
Lagos e Rios.
3.5.1 – Mares
A hidrografia de Israel é composta por três mares: Mediterrâneo, Morto e
da Galiléia. Entre os hebreus, o “mar” compreendia qualquer grande massa
de água. Eles o consideravam criação do Senhor (Sl 24.1,2). No Dicionário
de Geografia Melhoramentos, temos esta definição: “parte dos oceanos
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que se caracteriza pela forma particular de suas costas, pelo tamanho e
modelo do relevo”. No Aurélio, é definido como “a massa de águas
salgadas do globo terrestre; cada uma das porções em que está dividido o
oceano; e, grande massa de água salgada situada no interior dum
continente”.
a) Mar Mediterrâneo – também conhecido na Bíblia como “O Mar Grande”
e “Mar Ocidental” Este mar banha toda a costa ocidental da Palestina.
Por este mar foram levados os famosos cedros do Líbano para Jope,
destinados à construção do templo de Salomão em Jerusalém. Neste
mar foi lançado o profeta Jonas quando fugia da missão recebida. Por
suas águas navegou o apóstolo Paulo mais de uma vez em suas
viagens missionárias. Neste mar ficam as ilhas referidas na Bíblia, das
quais destacamos Chipre, Creta e Malta.
b) Mar Morto – também conhecido pelos nomes de “Mar Salgado”, “Mar
Ocidental”, “Mar de Ló”, “Alfaltite (Josefo)”, Mar do Arabá “e” Mar da
Planície “(Dt 3.17, Jl 2.20, 2 Rs 14.25). Fica na foz do rio Jordão, entre
os montes de Judá e os montes de Moabe, na mais profunda depressão
do globo. Encontra-se a mais de 400m abaixo do nível do Mediterrâneo.
Com 80km de comprimento por 17km de largura, o Mar do Sal ocupa
uma área de 1020km².
c) Mar da Galiléia – também conhecido pelos nomes de Mar de Quinerete
(Nm 34.11), Mar de Tiberíades (Jo 21.1 e Lago de Genezaré (Lc 5.1).
Na verdade trata-se de um lago de água doce, formado pelo rio Jordão,
mas devido às suas dimensões avantajadas e temporais violentos que
freqüentemente o agitam, as populações adjacentes o têm chamado de
mar. É o segundo lago equilibrador das águas do Jordão, sendo o
primeiro e de Meron que fica 20km ao norte. Mede aproximadamente
24km de comprimento por 14km de largura, tendo seu nível 225m
abaixo do nível do Mediterrâneo e profundidade média de 50m. Suas
águas são claras e muito piscosas. As suas margens ao lado oriental
são montanhosas, enquanto ao lado ocidental e na direção noroeste
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estendem-se planícies férteis com cidades importantes, como
Cafarnaum, Corazim, Magdala, Genezaré, Betsaida, Tiberíades e
outras. O clima da região, especialmente ao norte, é muito agradável,
propício à lavoura e pecuária. As cidades das margens do Mar da
Galiléia e as próprias praias e águas deste, foram palco de
acontecimentos importantes do ministério terreno de Jesus, operando
milagres, apaziguando a tempestade, andando sobre o mar,
alimentando milhares com a multiplicação de pães, pronunciando
preciosos ensinamentos (Sermão do Monte) e aparecendo aos
discípulos após a ressurreição.
d) Outros Mares
Mar Adriático – tomou emprestado o seu nome da antiga cidade
romana de Ádria, localizada na região italiana do Vêneto. No Novo
Testamento, a sua denominação era aplicada indistintamente a todo o
mar aberto entre a Grécia e a Silícia. Localizado entre a península
italiana e a balcânica, o Adriático é um dos pequenos mares que
formam o Mediterrâneo. Abrange uma área de aproximadamente
130.000km², com extensão de 800km e largura média de 180km.
Caracteriza-se o Adriático pelo baixo nível de salinidade, sobretudo ao
norte, onde recebem os rios Adigio, Pó e outros.
Mar Cáspio – assim chamado devido aos antigos habitantes da região
(os caspis), ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico. Possui uma
rica bacia petrolífera, uma estratégica via de comunicação entre os
países que o cercam e uma abundante fauna ictiológica, aumentando
consideravelmente sua importância econômica. Ocupando uma
superfície de 371.000km², estende-se no sentido norte-sul por 1.220km,
e de leste para oeste, apresenta uma largura média de 320km.
Mar Negro – ou Ponto Euxino, como era conhecido, importante canal
de comunicação entre a Europa Oriental e o Mediterrâneo, o Mar Negro
estende-se, em forma ovalada, por 461.000km². Sua largura chega a
1.200km. Embora não seja citado nas Escrituras Sagradas, o Mar Negro
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aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade com as
terras que serviram de cenário à História Sagrada.
3.5.2 – Lagos
Encontramos apenas um lago na Terra Santa. Trata-se do Lago de Merom.
A palavra lago vem do latim “lacus” e significa reservatório de água. O
termo latino, contudo, é oriundo deste vocábulo grego: “Lakkos” – fosso,
poço. Geograficamente, os lagos são constituídos de grandes massas de
água concentradas em depressões topográficas, cercadas de terra por
todos os lados.
Lago Merom – é conhecido também como águas de Merom, conforme
registra o livro de Josué: “Todos estes reis se ajuntaram, e vieram e se
acamparam junto à águas de Merom, para pelejarem contra Israel” (Js
11.5-7). Formado pelas águas do Jordão, o Lago de Merom tem 10km de
comprimento por 6km de largura. Acha-se a 2m acima do Mediterrâneo.
Sua profundidade varia entre 3 e 4m. Hoje, o lago já não possui a sua
antiga forma por ter sido adaptado pela engenharia israelense às
necessidades do país. Merom fica a 20km do Mar da Galiléia.
3.5.3 – Rios
O Dicionário Aurélio define o que é um rio como “curso de água natural, de
extensão mais ou menos considerável, que se desloca de um nível mais
alto para outro mais baixo, aumentando progressivamente o seu volume
até desaguar no mar, num lago, ou noutro rio, e cujas características
dependem do relevo, do regime de águas, etc.” O hebraico possui diversos
vocábulos usados para descrever um rio. Nahal significa, um wadi ou vale
dotado de uma corrente de água; no verão, transforma-se num leito seco
ou ravina, ainda que no inverno seja uma correnteza copiosa. O segundo
termo, “nãhãr”, é a palavra regular com o sentido de “rio” na língua
hebraica.
Os rios palentínicos são distribuídos em duas bacias hidrográficas:
a) Bacia do Mediterrâneo - é composta pelos seguintes rios: Belus,
Quisom, Caná, Gaás, Serec e Besor.
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Rio Belus - segundo se crê, trata-se de Sior Libnate referido em Josué
19.26. Corre ao sudoeste dos termos de Asser na direção do
Mediterrâneo despejando as suas águas na baía de Acre, pouco ao sul
da cidade de Aco (mais tarde denominada Ptolemaide e Acre). É
torrente que se manifesta somente na época das chuvas,
permanecendo seco o seu leito por quase dois terços do ano. É um dos
chamados “wadis” que são abundantes na Palestina.
Quisom – (ou Kishon) – este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo e o
segundo da Palestina. Nascendo das pequenas correntes de Gilboa e
Tabor, montes da Galiléia, e recolhendo outras águas da planície de
Esdraelom, corre na direção noroeste ao largo do monte Carmelo até
desaguar no Mediterrâneo, na parte sul da baía de Acre. As suas águas
são impetuosas e perigosas durante o inverno, ao passo que no verão
são escassas. Foi junto deste rio que Baraque derrotou Sísera, sendo
os cadáveres dos seus soldados arrastados pela corrente do mesmo (Jz
5.21), e Elias matou os profetas de Baal depois do célebre desafio no
Monte Carmelo (1 Rs 18.40).
Caná – outro “wadi” ou torrente dos meses de chuvas, que nasce perto
de Siquém e, atravessando a planície de Saron, verte no Mediterrâneo
7km ao norte de Jope. É mencionado em Josué 16.8 e 17.9 como limite
entre as terras de Manassés e Efraim.
Gaás – é outro ribeiro, “wadi”, que atravessa a região de Saron na
direção leste-oeste e deságua no mediterrâneo perto de Jope. O seu
nome provavelmente deve-se a um monte, não identificado, perto do
qual foi sepultado o grande líder Josué (Js 24.30), quanto às referências
bíblicas ao ribeiro encontramos em 2 Sm 23.30 e 1 Cr 11.32.
Sorac - nascendo nas montanhas de Judá, a sudoeste de Jerusalém,
este “wadi”, seguindo a direção noroeste, despeja suas águas no
Mediterrâneo entre Jope e Ascalom, ao norte da Filístia. Os flancos
suaves do vale que ele percorre, por sinal largo e fértil, são famosos
pelos vinhedos de uma espécie de uva Síria muito apreciada. Segundo
Juizes 14.1-5 e 16.4, nas proximidades deste rio ficava Timná, cidade
de Dalila, mulher filistéia, que cavou a ruína de Sansão.
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Besor – este é o mais volumoso de todos os “wadis” que desembocam
no Mediterrâneo. Nasce no sul das montanhas de Judá, passa ao largo
de Berseba pelo lado sul desta cidade e lança-se no mar a uns 8km ao
sul da cidade de Gaza. Seu nome moderno é wadi Sheriah. É
mencionado nas Escrituras em 1 Samuel 30.1-25, no episódio da
libertação dos habitantes de Ziclague das mãos dos amalequitas, por
Davi e seus seiscentos homens, dos quais duzentos haviam ficado junto
de Besor, cansados, para guardar a bagagem.
b) Bacia do Jordão
A bacia do Jordão é formada pelos seguintes rios: Jordão, Querite,
Cedrom, Iarmuque, Jaboque e Arnom.
Jordão – e o rio principal da Palestina e corre na direção norte-sul,
assim dividindo o país em duas partes distintas – Canaã propriamente
dita e Transjordânia. Seu nome significa “declive” ou “o que desce”. O
Jordão origina-se da confluência de quatro pequenos rios, a 11km ao
norte do Lago de Meron, cujas cabeceiras – menos as do primeiro –
encontram-se nos flancos ocidental e meridional do monte Hermon. São
eles: Bareithit, o mais ocidental e cujas fontes não se alimentam das
torrentes do Hermon. Hasbani, o mais longo com cerca de 40km de
extensão, tem sua nascente na encosta ocidental do Hermon a 520m de
altitude. Ledan o mais volumoso porque origina-se de muitas fontes nas
proximidades da antiga cidade de Dã, no sopé meridional do Hermon, e
cujo leito pode ser considerado como o começo do vale do Jordão, por
ser o braço central das nascentes do grande rio. Banias, a mais oriental
das quatro nascentes do Jordão, a mais curta – de apenas 8km, porém
a mais bela, que jorra de uma imensa gruta na encosta meridional do
Hermon, pouco ao norte da antiga cidade de Cesaréia de Filipe, da qual
hoje resta apenas uma pequena aldeia cujo nome moderno é Banias.
Costuma-se dividir o curso do Jordão em três trechos para um estudo
mais detalhado:
- Primeiro Trecho, ou seja, a região das nascentes, é a que acabamos
de descrever nos seus aspectos mais setentrionais e que vai até o Lago
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de Meron. Depois da junção das quatro nascentes o Jordão atravessa
uma planície pantanosa numa extensão de 11km e entra no Lago de
Meron. Neste trecho a sua largura varia muito e a profundidade vai de 3
a 4m;
- Segundo Trecho, também chamado o Jordão Superior, compreende o
rio entre o Lago de Meron e o Mar da Galiléia, extensão esta cerca de
20km. É um trecho quase reto, com um declive de 225m, o que torna as
suas águas impetuosas e provoca um enorme trabalho de erosão. A
força da impetuosidade das águas do Jordão neste trecho é tanta que
quase 20km Mar da Galiléia a dentro ainda se percebe a sua
correnteza. Neste trecho o terreno é rochoso, de vegetação média, e a
largura do rio varia entre 8 e 15m;
- Terceiro Trecho, estende-se do Mar da Galiléia ao Mar Morto numa
distância de 117km em linha reta e cerca de 340km pelo leito sinuoso
do rio, tendo uma largura que varia entre 25 e 35m, e 1 a 4m de
profundidade. Este trecho sofre um declive de 200m pelo qual o rio
desce precipitadamente, formando numerosos meandros e cascatas e
alargando o vale até 15km, como ocorre na altura de Jericó. Este vale é
limitado quase em toda a sua extensão por verdadeiras muralhas de
rocha calcárea, o que torna muito difícil a travessia do mesmo. Até ao
tempo dos romanos não havia pontes sobre o Jordão. De modo que a
travessia do mesmo era feita em certos lugares de margens mais rasas
e águas menos profundas, chamados vaus. Um desses vaus ficava
defronte de Jericó, outro perto da desembocadura do rio Jaboque, e o
terceiro nas proximidades de Sucot.
O rio Jordão, sob todos os pontos de vista – como geográfico, histórico,
político, econômico e religioso – é o rio mais importante do mundo
antigo. Está ligado à Revelação desde os dias de Abraão até os dias de
Jesus. Nas suas margens ocorreram numerosos e importantes
acontecimentos, como a separação das águas para o povo de Israel
entrar na Terra de Canaã, sob o comando de Josué (Js 3.9-17); a
permissão dada por Moisés às tribos de Rúben e Gade para ficarem na
Transjordânia (Nm 32.1-32); a história de Gideão, bem como a de Jefté
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(Jz 7, 8, 10 e 11), as lutas políticas de Davi (2 Sm 17.24 e 19.18); a
travessia, em seco, dos profetas Elias e Elizeu (2 Rs 2.6-014); a cura de
Naamã, general sírio, que fora acometido de lepra (2 Rs 5.1-14); a
recuperação do machado de um “seminarista” (2 Rs 6.1-7); a anexação
dos territórios dos gaditas, rebuenitas e manassitas (Transjordânia) à
Síria pelo seu rei Hazael (2 Rs 10.32,33); o ministério de João Batista e
batismo de Jesus (Mc 1.5,9).
Querite – verdadeiramente não se trata de um rio perene, e sim de um
“wadi”, torrente das épocas de chuvas, que desce dos montes de Efraim
e desemboca no Jordão, pela margem ocidental, pouco ao norte de
Jericó, depois de percorrer uma região agreste, povoada de corvos e
águias. Em alguma gruta nas margens deste ribeiro escondeu-se o
profeta Elias, por ordem do Senhor, onde foi sustentado pelos corvos
que lhe levavam pão e carne todos os dias pela manhã e à tarde (1 Rs
17.1-7).
Cedron – também este não é um rio perene, porém nas épocas de
chuvas torna-se uma torrente impetuosa. Nasce a dois quilômetros a
noroeste de Jerusalém e, correndo na direção sudeste, passa ao lado
leste da Cidade Santa pelo vale de Josafá – que separa esta do Monte
das Oliveiras – e prossegue rumo sudeste até o Mar Morto, numa
distância de cerca de 40km, por um leito profundo e sinuoso. Os
principais fatos bíblicos relacionados com o ribeiro de Cedron são: a
fuga de Davi por causa da revolta de Absalão, seu filho (2 Sm 15.23) e
a travessia de Jesus para o jardim de Getsêmani na noite de sua agonia
(Jo 18.1).
Iarmuque – este é o principal afluente oriental do Jordão, embora não
esteja mencionado na Bíblia. É formado por três braços, dos quais o
mais setentrional recebe águas abundantes das vertentes orientais e
meridionais do monte Hermon e desemboca no Jordão, ao sul do Mar
da Galiléia.
Jaboque – é outro tributário oriental do Jordão. Nasce ao sul do monte
Gileade, corre para leste depois para norte e noroeste, descrevendo
uma verdadeira simi-elipse, até desaguar no Jordão, mais ou menos no
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meio do curso deste entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto, depois de
ter percorrido cerca de 130km. É célebre na história bíblica pela luta de
Jacó com o anjo do Senhor, ocasião em que o nome deste foi mudado
para Israel (Gn 32.22-32).
Arnon – nasce nas montanhas de Moabe, ao leste do Mar Morto,
despejando neste as suas águas. Este rio primeiramente separava os
Moabitas dos Amorreus e depois os Moabitas do território da tribo de
Ruben, ficando como limite meridional permanente dos territórios
israelitas da Transjordânia. Os profetas Isaias e Jeremias pronunciaram
condenações contra Moabe referindo-se a Arnon (Is 16.2; Jr 48.20). O
missionário alemão F.A. Klein, em 1868, achou a célebre Pedra Moabita
nas ruínas da cidade de Diobon que fica a 5km ao norte de Arnon. Esta
pedra contém uma inscrição feita pelo rei moabita Mesa em 850 a.C.,
em hebraico-fenício, que confirma a passagem bíblica de (2 Rs 3.4-27).
3.6 – Clima
Israel localiza-se na faixa subtropical. Explica-se, portanto, a variedade de seu
clima. Genericamente, contudo, apenas duas estações sobressaem na Terra
Santa; a chuvosa e a seca. Ambas são acompanhadas, respectivamente, de
muito frio e calor.
Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. Na Cidade Santa, durante
o inverno, a temperatura chega a seis graus negativos com nevadas e geadas
freqüentes. No verão, os termômetros oscilam entre 14º e 29°.
Localizando-se ao ocidente do Mar Mediterrâneo, Israel conta com o refrigério
de brisas constantes, principalmente à noite. Durante o inverno, a temperatura
baixa para menos de 14° em Gaza e Jafa. No pico do verão, os termômetros
chegam a registrar 34°. Em algumas localidades situadas mais ao norte, o
inverno torna-se insuportável.
Nos desertos de Israel, as temperaturas oscilam, no verão, entre 43°, 47°e 50°.
Nessa classificação, acha-se incluído o Vale do Jordão.
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As correntes de ventos que varrem o Oriente Médio encarregam-se da formação
do clima da Terra Santa: as úmidas, do Mar Mediterrâneo; as frias, dos montes
do Norte; e as quentes, das regiões desérticas.
Os hebreus classificavam os ventos:
- Safon, portador de geadas;
- Quadim, propício à vegetação;
- do Oeste, encarrega-se das chuvas;
- Darom, mensageiro do calor.
- Sirô, proveniente da Arábia.
De algumas passagens bíblicas, infere-se que, no Oriente Médio, havia somente
duas estações: inverno e verão (Js 18.6).
Ao contrário do Egito, as chuvas em Israel são abundantes. As primeiras chuvas
começam em outubro e traduzem-se em fortes aguaceiros, principalmente no
litoral. Nas montanhas, as precipitações são fracas e finas.
No deserto de Israel as chuvas são raríssimas. Alguns estudiosos, porém,
acreditam que, no tempo de Herodes, o Grande, as chuvas não eram tão
escassas nas regiões desérticas. Isto porque, ele construiu uma fortaleza em
Massada com grandes cisternas, para captar a água proveniente das chuvas.
Eis a média das precipitações pluviais em Israel como um todo: 1090mm por
ano. O orvalho continua a cair na Terra Santa.
3.7 – Vegetação
A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto,
indo em direção à costa e às montanhas, podem ser encontrados mato no
deserto, estepes com arbustos e capim, pradarias, floresta de transição e
florestas em níveis mais altos.
Hoje em dia, a maior parte das florestas do Antigo Testamento já desapareceu,
pois as regiões foram desmatadas ao longo dos tempos. Onde cresciam
árvores, agora existem campos semeados ou simplesmente arbustos
espinhentos. Somente nos últimos 50 anos começaram a reverter o processo de
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desflorestamento, salvando certo número dos famosos cedros do Líbano e de
algumas florestas de montanha no norte.
3.8 – Fauna
As Sagradas Escrituras mencionam quase 130 nomes de animais selvagens e
domésticos.
3.8.1 - Animais
Os animais encontrados com mais freqüência nos tempos bíblicos:
a) Arganases – animais tímidos e pequenos, do tamanho de um coelho,
com graciosas orelhas e sem cauda. Vivem em colônias em regiões
rochosas (Pv 30.26).
b) Bois e Vacas – já muito antes da chegada de Abraão a Canaã,
criavam-se rebanhos de bois e vacas para a produção de carne, leite e
couro. Os bois puxavam o arado do agricultor e sua debulhadeira, para
debulhar o trigo. Esses fortes animais eram atrelados a carroças e
carretas. Os bois eram mortos para os sacrifícios do tabernáculo e do
templo. A riqueza de um homem era medida pelo número de bois e
ovelhas que possuía. Basã, a leste do Jordão, era famosa pelos seus
rebanhos (Gn 1.24; 13.2; Lv 1.2).
c) Camelos – O camelo é capaz de andar vários dias sem beber água. Em
viagens normais, transporta carga de cerca de 180kg, além do
cavaleiro. A Bíblia o menciona na história de Abraão, Jacó e Jó. Aos
israelitas era proibido comer sua carne (Gn 12.16; 30.43; Jó 1.3).
d) Cervos e Gazelas – Esses animais foram, para os escritores bíblicos, a
imagem da rapidez e da delicadeza. O gamo, a corça, a gazela e a
cabra-montês, cuja cor de areia os torna difíceis de ser percebidos,
constituíam importante fonte de carne (Dt 12.15; Ct 2.8,9).
e) Jumentos e Mulas – o jumento é o herói da história de Balaão. Os
jumentos perdidos levaram Saul ao encontro decisivo com Samuel.
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Finalmente, Jesus montou em um jumentinho para entrar em Jerusalém
(Nm 22; 1 Sm 9.10; Zc 9.9; Mt 21.1-11).
f) Leopardos – Isaías e Jeremias mencionam o leopardo, bem conhecido
em Israel nos tempos bíblicos, sua pele amarelada com manchas pretas
ajuda-o a aproximar-se da vítima sem ser visto, até mesmo em áreas
abertas (Is 11.6; Jr 13.23).
g) Leões – os leões viviam nas densas matas do vale do Jordão,
constituindo um perigo para rebanhos e homens. A força e a coragem
dos leões fizeram deles um símbolo de poder, tanto que o próprio Cristo
é chamado de “leão da tribo de Judá” (1 Sm 17.34-36; Dn 6.16-24; Ap
5.5).
h) Lobos – predadores ferozes e perigosos, geralmente se alimentam de
animais menores, mas também atacam e matam cervos, ovelhas e até
bovinos. A Bíblia chama de “lobos” os chefes cruéis e maus. Jesus
descreveu seus seguidores como “cordeiros no meio de lobos” (Is
65.25; Mt 7.15; Lc 10.3; At 20.29).
i) Ovelhas e Cabras – com a pele das cabras confeccionavam os odres
padrão de água. A lã preta de cabra servia para tecer os fortes tecidos
das tendas. A lã das ovelhas era tecida para túnicas e roupas quentes.
Ovelhas e cabritos eram mortos nos sacrifícios do tabernáculo e do
templo. Freqüentemente, os pastores criavam rebanhos mistos de
ovelhas e cabras, protegiam-nos contra animais selvagens e os
levavam a pastos verdes e fontes de águas (Gn 27.9; Ex 26.7; Lv 1.10;
1 Sm 16.11; Mt 25.32; Jo 10.1-12).
j) Raposas e Chacais – a raposa, caçadora solitária, gosta de frutas e
freqüentemente danifica as vinhas baixas. Os chacais andam em
grupos noturnos à procura de carniça e resíduos. As raposas da história
de Sansão provavelmente eram chacais (Jz 15.4).
k) Ursos Pardos – os ursos comem de tudo: frutas, raízes, ovos, colméias
de abelhas e formigas. Mas quando estão famintos podem atacar
rebanhos de ovelhas. Davi, quando pastor, teve de defendeu seu
rebanho contra eles. A Bíblia também conta como dois ursos atacaram
um grupo de pessoas que zombavam do profeta Eliseu. O urso marrom
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sírio ainda vive no Oriente Médio, mas não em Israel (1 Sm 17.34-36; 2
Sm 17.8; 2 Rs 2.24).
3.8.2 – Aves
a) Águias e Abutres – Isaías e os salmistas falam da força e do vigor da
águia. Ela também era o emblema das legiões romanas.
Provavelmente, Mateus tinha isso em mente quando falou das águias
que esperavam a queda de Jerusalém (Is 40.31; Sl 103.5; Mt 24.28).
b) Cegonhas – Alimentam-se principalmente de pequenos animais como
serpentes, peixes, ratinhos, minhocas e insetos (Jr 8.7).
c) Codornizes – forneceram carne aos israelitas durante o êxodo, quando
da saída do Egito. Duas vezes por ano bandos de codornizes
atravessam essa região, migrando para o norte, no verão, e para o sul,
no inverno. Cansadas pela longa distância, voam baixo, podendo ser
facilmente capturadas (Ex 16.11-21; Nm 11.31-25).
d) Corujas - são predadoras noturnas. Durante a caça, voam
silenciosamente e se precipitam subitamente sobre pequenos animais,
que são devorados. A Bíblia descreve a coruja como o habitante de
lugares desolados e em ruína (Lv 11.16; Is 34.11).
e) Corvos – após o dilúvio, Noé soltou um corvo para ver se a terra já
estava seca. Em época de fome, os corvos alimentaram Elias (Gn 8.7; 1
Rs 17.4).
f) Grous – grande ave cinzenta, com asas de 2,5m de envergadura,
alimenta-se principalmente de sementes e folhas.
g) Pardais – muitas vezes, o termo é usado para significar qualquer
pássaro pequeno comestível, mas algumas passagens referem-se
especificamente ao pardal. Jesus usou o pardal para mostrar o quanto
Deus ama suas criaturas. Se o Senhor Deus cuida até dos pardais mais
pequenos, quanto mais cuidará das pessoas (Mt 10.29-31; Lc 12.6,7).
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h) Pavões – foram importados por Israel no tempo de Salomão e criados
como aves ornamentais, condizentes com o esplendor do palácio real (1
Rs 10.22).
i) Perdizes – o termo inclui três espécies: a perdiz das rochas, a perdiz do
deserto e a perdiz preta. Todas eram caçadas, pois sua carne e ovos
eram um prato apreciado. A perdiz das rochas esconde-se tão bem que
é mais fácil ouvi-la do que vê-la (1 Sm 26.20; Jr 17.11).
j) Pombas e Rolas – são as aves mais comuns e importantes da Bíblia.
Várias espécies são nativas em Israel e outras aparecem como
migratórias no inverno. Os pobres, que não podiam sacrificar ovelhas ou
cabras, ofereciam duas rolas, que podiam ser compradas nos átrios do
templo. Foi uma pomba que trouxe a Noé o primeiro ramo verde depois
do dilúvio. José e Maria, que eram pobres, ofereceram duas rolas, ou
dois pombinhos, no templo, quando da apresentação de Jesus. Ao ser
batizado, o Espírito Santo pousou sobre Jesus em forma de pomba.
Jesus expulsou os vendedores de pombas do templo (Gn 8. 8-12; Sl
55.7; Mt 3.16; 21.12; Lc 2..24).
3.9 – Flora
A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto,
indo em direção à costa e às montanhas, podem ser encontrados mato no
deserto, estepes com arbustos e capim, pradarias, floresta de transição e
florestas em níveis mais altos.
a) Abeto e Pinheiro – a madeira dessas árvores sempre verdes, que cresciam
nas montanhas e colinas, foi utilizada na construção do templo, em convés
de navios e na fabricação de instrumentos musicais (Ez 27.5).
b) Acácia – madeira da qual foi feita a arca da aliança para o tabernáculo. É
uma das poucas árvores que crescem no deserto do Sinai (Ex 25.10).
c) Amendoeira – foi a primeira árvore frutífera a florescer em Israel. O seu
fruto, além de alimento apreciado, fornecia óleo. A referência mais conhecida
é a da vara de amendoeira de Arão que floresceu e produziu frutos no
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espaço de uma noite. Ainda há a referência à vocação de Jeremias e à visão
da amendoeira (Nm 17.8; Jr 1.11).
d) Canela – óleo destilado da casca da árvore homônima e usado para
condimentar alimentos e vinho (Ct 4.14; 8.2).
e) Cardos, Espinhos e Cizânias – cardos silvestres e espinhos são
abundantes em terras áridas com Israel. Mais de 120 espécies, algumas das
quais com mais de dois metros de altura. Espinhos como são representados
aqui, foram usados para fazer a coroa de escárnio de Jesus durante seu
processo. A cizânia da parábola do trigo e das ervas daninhas é o joio que no
início se assemelha exatamente ao trigo (Gn 3.18; Mt 13.7; 24-30; Mc 15.17).
f) Carvalho - Absalão ficou preso nos galhos de um carvalho quando fugia do
rei Davi. Isaías utilizou a figura do carvalho para simbolizar a justiça, a
santidade e a perpetuidade do povo de Deus (2 Sm 18.9,10; 1 Rs 13.14; Is
2.13; 6.13; 61.3).
g) Cedro – árvore bela e gigantesca do Líbano que outrora crescia em grandes
florestas. No tempo de Salomão, o rei Hirão de Tipo exportava cedros em
grande quantidade. Podia ser esculpida e decorada, tendo servido para
revestir o templo e o palácio de Salomão (1 Rs 6.10; 7.12; Ez 27.5).
h) Cevada, Trigo, Painço, Espelta – constituíam boa parte da alimentação do
Israel antigo. O trigo fornecia a farinha e o pão, sendo usado para o pão
oferecido pelos sacerdotes a Deus. A cevada, que amadurece antes do trigo
e, por isso, colhida no começo do verão, era o alimento dos camponeses
mais pobres. A espelta é um tipo pobre de trigo, e o painço, que se parece
com o centeio, fornece o pior pão. Ezequiel menciona-o como alimento
apropriado em tempo de carestia (Ex 9.31, 32; Ez 4.9).
i) Cominho e Aneto – as sementes do cominho eram utilizadas para temperar
a carne e também como remédio para os olhos. Os fariseus ofereciam a
Deus um décimo de tudo, até dos temperos – menta, cominho, aneto – mas,
segundo Jesus, descuidavam-se do essencial: honestidade, justiça,
misericórdia (Is 28.25-27; Mt 23.23).
j) Favas e Lentilhas – a fava pode ser cozida como verdura ou seca e
reduzida à farinha. A lentilha cresce em pequenas vagens chatas,
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semelhantes às das ervilhas, é de cor avermelhada e geralmente usada em
sopas ou cozidas (como o prato preparado por Jacó para Esaú), mas
também pode ser seca e reduzida à farinha (Gn 25.34; 2 Sm 17.28; Ez 4.9).
k) Fel e Absinto - o fel é talvez o suco da papoula do ópio (Sl 69.21; Mt 27.34).
O absinto tem gosto amargo e é usado na Bíblia como símbolo da dor e da
amargura (Ap 8.11).
l) Figueira e Sicômoro – o figo era um fruto importante nos tempos bíblicos. O
pastor e profeta Amós cultivava sicômoros. A árvore na qual Zaqueu subiu
para ver a Jesus era uma espécie de figueira, um sicômoro (Am 7.14; Lc
19.4; Lc 13.6-9).
m) Hissopo – na cruz apresentaram a Jesus uma esponja embebida em vinagre
e colocada num maço de hissopo. No Antigo Testamento, o hissopo era
usado para aspergir o sangue dos sacrifícios e na vigília da Páscoa (Ex
12.21, 22; Jó 19.29).
n) Incenso – resina que se obtém descascando o tronco da árvore homônima e
perfurando-o. Exala um perfume suave quando aquecido ou queimado. Foi
um dos presentes oferecidos a Jesus pelos reis magos (Ex 30.34-38; Lv 2.1,
15, 16; Mt 2.11).
o) Linho – As roupas de linho são feitas de uma planta de flores azuis, que
atinge cerca de 45 cm de altura. O linho também era usado para as velas dos
barcos. No Egito e em Israel, seria para envolver cadáveres e para
confecção de roupas finas (Ex 26.1; Js 2.6; Pv 31.13; Ez 27.7; Mt 15.46; Jo
19.40).
p) Lírio do campo – quando Jesus falou dos lírios do campo talvez estivesse
pensando nas flores em geral, e não apenas em uma espécie em particular.
Na primavera, as encostas das colinas da Galiléia cobrem-se de flores de
cores vivas e variadas: anêmonas, açafrão, papoulas, narcisos e crisântemos
amarelos (Ct 5.13; 6.2,3; Mt 6.28).
q) Mamoneira – talvez tenha sido a planta que cresceu rapidamente para
abrigar Jonas do sol causticante. Era um arbusto que se caracterizava pelo
rápido crescimento (Jn 4.6).
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r) Mirra – era usada como condimento, remédio e para a obtenção do óleo
santo do tabernáculo e do templo. Os magos trouxeram-na como presente a
Jesus. Quando da crucificação, fora oferecida ao Salvador, como analgésico,
misturada a uma bebida. José e Nicodemos embalsamaram o corpo de
Jesus com mirra e aloés (Ex 30.23,24; Mt 2.11; Mc 15.23; Jo 19.39,40).
s) Mostarda - planta geralmente tem 120cm de altura, mas pode chegar até
460 cm. Jesus disse que o reino de Deus é semelhante a um minúsculo grão
de mostarda, que se desenvolve e se transforma numa árvore.
Provavelmente, referia-se à mostarda preta, cujas sementes eram cultivadas
para a obtenção de óleo e como tempero (Mt 13.31,32).
t) Nardo – desta planta, que cresce na Índia, extrai-se um ungüento de
perfume suave. Era importado por Israel em jarras de alabastro seladas para
conservar o perfume. Foi este o precioso presente derramado por Maria em
Jesus (Ct 4.14; Mc 14.3; Jo 12.3).
u) Oliveira – uma das maiores culturas do antigo Israel. A maior parte era
levada em cestos às prensas, de onde extraía-se seu azeite. O azeite de
oliveira era utilizado pela culinária, como combustível para as lamparinas e
como loção emoliente para a pele. No antigo Israel também era utilizado para
ungir reis e sacerdotes, simbolizando a escolha e a separação para uma
missão especial. Foi uma das árvores mencionadas no apólogo de Jotão. A
oliveira pode viver centenas de anos. Sua madeira pode ser esculpida e
polida, servindo em obras ornamentais como no templo de Salomão (Dt
24.20; Jz 9.8; 1 Sm 10.1; 1 Rs 17.12-16).
v) Palmeira (tamareira) – em Israel, a palmeira tornou-se símbolo nacional de
vitória. Nos Salmos, o justo é comparado a uma palmeira. O povo agitou
suas folhas quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém.
w) Papiro – planta da família das ciperáceas, que crescia em terrenos
alagadiços do Delta do Nilo (e ainda cresce ao norte de Israel), da qual se
fazia o papel do mundo antigo. Grande parte dos originais da Bíblia foi escrita
sobre papiros. Também eram usados para fabricar embarcações e cestos
(como aquele em que Moisés foi colocado), cordas e sandálias.
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x) Romãzeira – a sua figura era bordada em torno da orla da veste do sumo
sacerdote e esculpida nas pilastras do templo de Salomão (Ex 28.33; 1 Rs
7.20).
y) Rosa – provavelmente, refere-se ao narciso (Is 35.1) ou à tulipa das
montanhas (Ct 2.1).
z) Salgueiro e Álamo – os salgueiros são arbustos ou árvores baixas. O álamo
branco cresce rapidamente e faz muita sombra. Os salgueiros da Babilônia,
ao lodo dos quais os exilados faziam suas lamentações, eram provavelmente
um tipo de álamo. Jacó descascou ramos de álamo para enganar Labão (Gn
30.27; Sl 137.2).
aa)Videira – os exploradores de Moisés trouxeram enormes cachos de uva
como sinal de fertilidade da terra da promessa. O vinho novo era colocado
em odres novos ou em recipientes de cerâmica, onde fermentava. A videira
era um emblema nacional de Israel, símbolo de paz e prosperidade. Jesus
usou-a em cinco de suas parábolas e descreveu-se a si mesmo como
verdadeira videira, da qual dependem os ramos – seus seguidores (Nm
13.20-24; Mt 9.17; 20.1-6. Jo 15.1).
IV – PRINCIPAIS CIDADES
4.1 – Belém
Belém significa “Casa do Pão”. Jacó chega até esse local e ali Raquel dá à luza
seu último filho, Benjamim, e morre de parto. Uma tradição relativamente antiga
situa o túmulo de Raquel em Belém e a ele se refere Gênesis 35.19. A história
de Rute, no Antigo Testamento, também se desenrolou em Belém. É a cidade
de Davi. O profeta Miquéias recordou a vocação messiânica de Belém (Mq 5.2).
Na época em que Jesus nasceu, era uma pequena cidade da Montanha de
Judá, situada a cerca de 8km ao sul de Jerusalém, no caminho de Hebrom.
4.2 – Berseba
Nessa cidade, Abraão fez aliança com Abimeleque. Nesse mesmo lugar, Isaque
recebeu a promessa de Deus (Gn 26.23,24). Jacó passou por ali, a caminho do
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Egito (Gn 46.1-3). Na época dos juízes, o território ocupado tinha seus limites:
de Dã a Berseba, expressão muitas vezes encontrada no Antigo Testamento
para designar a terra de Israel. Berseba conservou sua tradição de hospitalidade
aos viajantes do oriente ao ocidente, e vice-versa.
4.3 – Betânia
Betânia pode significar “Casa do pobre” ou “Casa de graça”. Existem duas
cidades com o mesmo nome. Uma Betânia, para lá do Jordão, tem localização
incerta e dista de Jerusalém cerca de 30km. Desde cedo, foi venerada como o
local em que Jesus foi batizado e construiu-se ali uma capelinha. No Antigo
Testamento, naquele local Josué atravessou o Jordão com o povo de Israel. Foi
lá também, que Elias subiu ao céu. A outra Betânia fica próxima de Jerusalém,
do outro lado do Monte das Oliveiras. No tempo de Jesus, morava ali seu amigo
Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Era um lugar de refúgio do Mestre (Mt
21.17). Foi ali que ocorreu o milagre da ressurreição de Lázaro, onde também
uma mulher ungiu Jesus com ungüento precioso (Mc 14.3-9).
4.4 – Betel
Betel é a união de beit – “a casa”, e Elohim – “Deus”. Significa, portanto, “casa
de Deus”. De Betel, Abraão peregrinou ao Neguebe e ao Egito. Voltou a Betel,
de onde se separou do sobrinho Ló, que desceu para o vale do Jordão. Ali Jacó
teve a experiência com a epifania de Deus e o chamou de Betel (Gn 28.16-19).
Quando o reino de Israel foi dividido em Norte e Sul, foram construídos dois
templos: um em Dã e outro em Betel. Em Betel, era adorado um deus em forma
de touro, lembrando o episódio do bezerro de ouro no deserto.
4.5 – Cafarnaum
Situada à margem norte-ocidental do lago de Genesaré, num terreno pouco
mais árido, era uma pequena cidade, no tempo de Jesus, dedicada à pesca e,
até certo ponto, importante por estar situada numa zona fronteiriça junto ao
caminho que, a partir da tetrarquia da Galiléia, se dirigia para os territórios da
tetrarquia de Filipe. De fato, havia ali serviços de alfândega (Mt 9.9) e uma
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guarnição militar (Mt 8.5-13). Os apóstolos Pedro e André eram dessa cidade.
Ali, Jesus curou numerosos doentes (Mc 1.21-34; 2.1-12), inclusive a sogra de
Pedro, o criado do centurião e o paralítico, no episódio em que abriram o telhado
para descê-lo até o lugar em que se encontrava Jesus. Nessa cidade, Jesus
pagou o imposto (Mt 17.24-27). Entretanto, havia incredulidade no povo, tanto
que Jesus proferiu palavras duras sobre a cidade (Mt 11.23).
4.6 – Cesaréia
Havia duas cidades com este nome: Cesaréia do Mar e Cesaréia de Filipe. Filipe
mandou construir a cidade na época do nascimento de Jesus e escolheu o lugar
por sua beleza e frescura, na base da montanha de Hermom. Em Cesaréia de
Filipe aconteceu a confissão de Pedro (Mt 16.13-20). Foi ali que a identidade de
Jesus e a natureza de sua missão foram reveladas pela primeira vez, com
clareza e precisão. A Cesaréia marítima é mais citada na Bíblia, pois era um
porto da costa mediterrânea, a cinqüenta quilômetros ao norte da atual Tel Aviv,
sendo construída por Herodes, o Grande. Ali, Pedro encontrou-se com Cornélio
e lhe pregou as boas novas de salvação (At 10.1-8).
4.7 – Dotã
Hoje, Telll Dotán, a 8km de Yenin. José passou por ali à procura dos irmãos.
Dali foi levado para o Egito pela caravana de mercadores midianitas (Gn 37.17-
28).
4.8 – Emaús
Sua localização é incerta. Lucas coloca a cidade a 11km de Jerusalém. Parece
que era a atual Amwas, pois dela testemunham Jerônimo e Orígenes, que
viveram na Palestina. Os dois discípulos que conversaram no caminho com
Jesus já ressurecto eram de Emaús (Lc 24.21).
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4.9 – Hebrom
Aparece com o nome de Quiriate-Arba no tempo dos patriarcas, que iam
freqüentemente à cidade para o comércio ou para o abastecimento. Abraão
acampou-se perto desse importante lugar na Montanha de Judá, que ainda hoje
conserva esse nome e adquiriu uma gruta, a de Macpela, onde foram sepultados
os seus próprios ossos e os de Sara (Gn 23.2-9). Ali também estava o carvalhal
de Manre. Jacó residiu em Hebrom, de onde partiu José à procura de seus
irmãos. Foi em Hebrom que Jacó foi sepultado, com seus pais, mas parece
haver outra tradição a esse respeito (Gn 50.5-14). Hebrom foi dada a Calebe, na
conquista da terra pelos israelitas. Nessa cidade, Davi é aclamado rei (2 Sm 5.1-
5).
4.10 – Jericó
A cidade, situada no oásis do mesmo nome, sobre uma colina (Tell es-Sultan),
não era, na época, mais do que um pequeno povoado, facilmente conquistado.
Destruída pelos israelitas, já era a terceira cidade construída pelos hicsos, em
1600 a.C. Aproximadamente em 1400 a.C., os israelitas a destruíram (Js 6.1-
21). As muralhas eram construídas de tijolos secos ao sol e formadas por duas
linhas paralelas, separadas por 5m; a de dentro tinha 4m de largura e a de fora,
2,5m; a altura era de 10m.
Outra Jericó foi construída por volta do ano 700 a.C. (1 Rs 16.34). Perto dela,
Elias foi elevado ao céu (2 Rs 2.4-11). Ao tempo de Jesus, Jericó é várias vezes
citada nos evangelhos. João, o Batista, escolheu esse local para realizar seus
batismos de arrependimento. Bartimeu foi curado da cegueira e Zaqueu recebeu
a Jesus em sua casa (Lc 19.1-10). Ficava a 30km de Jerusalém, pela via
romana, e possuía certa importância, patrimônio do soberano. O caminho entre
Jericó e Jerusalém era difícil e com muitos perigos, pelo fato de se ter de descer
em seu percurso de 1000m de altitude e atravessar o deserto.
4.11 – Jerusalém
Encontra-se na montanha de Judá, a uma altitude de 760m. Nos tempos
bíblicos, estava cercada por dois vales profundos: o de Cedrom e o de Hinnom.
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A leste de Cedrom encontra-se o Monte das Oliveiras (815m). Antes de ser
conquistada por Davi, Jerusalém era ocupada pelos jebuseus (997 a.C.).
Na época da volta do exílio, a cidade teve seus muros restaurados sob a
liderança de Neemias e era menor do que a do tempo dos reis (Ne 3.1-32). Em
63 a.C., a cidade foi tomada por Pompeu, general romano. Herodes, o Grande,
transformou a cidade, sendo sua obra mais importante a reconstrução do
templo, o qual ergueu uma nova plataforma ou esplanada, sustentada por
muros, como o chamado “Muro das Lamentações”. Suas dimensões eram
maiores do que o templo anterior. Herodes também construiu a Torre Antônia,
sobre uma elevação, onde ficava a antiga fortaleza de Báris. Nos evangelhos, é
mencionada ainda a piscina de Betesda (Jo 5.2-4), junto da igreja de Santa Ana,
a leste da Torre Antônia, fora dos muros da cidade. É uma piscina dupla, com
cinco pórticos, quatro circundando-a de cada lado e outro no centro, separando
ambas as seções. Junto dela havia uma espécie de balneário, cujos restos
foram conservados. Na encosta oeste do Monte das Oliveiras, do outro lado de
Cedrom, fica o Jardim do Getsêmani.
As tropas romanas de Tito cercaram Jerusalém no ano 70, conquistaram a Torre
Antônia, penetraram no templo, destruindo-º Dominaram a cidade alta e
Jerusalém foi arrasada. Na época de Adriano (131 – 135), a cidade foi
totalmente transformada, recebendo o nome de Aelia Capitolina, em honra ao
nome de família do imperador.
4.12 – Jope
Hoje Yaffo, um bairro ao sul de Tel Aviv. Na época de Jesus, era um porto
tradicional sem muita importância. Ali morava Tabita (Dorcas), ressuscitada por
Pedro (At 9.36-43), que ficou morando na cidade por algum tempo, quando o
centurião Cornélio mandou chamá-lo (At 10.5).
4.13 – Laquis
Foi uma antiga fortaleza que desafiou até os exércitos de Senaqueribe, da
Assíria. Laquis era, como Jericó, resultado de diversas edificações, umas sobre
as outras. É a moderna Tel Duweir, situada a 35km de Gaza, num planalto a
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42m acima do vale. O rei de Laquis uniu-se a outros quatro reis amorreus em
combate a Josué, que os venceu.
4.14 – Nazaré
Nos dias de Jesus, era apenas uma pequena aldeia sem importância, na baixa
Galiléia. Nazaré ficava próxima a diversas estradas comerciais importantes e,
por isso, vivia em contato com o mundo da época. Não é citada no Antigo
Testamento. Por isso, quando disseram a Natanael que Jesus era nazareno, ele
exclamou: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.45,46). Foi nessa
cidade que Jesus se ocultou durante trinta anos de sua vida, antes de
manifestar-se ao povo. Ali Jesus consagrou-se a Deus, aprendeu a Torah e
recebeu instruções preciosas de seus pais sobre Yahweh (Mt 2.23; Lc 2.39,40).
4.15 – Samaria
Foi a antiga capital de Israel, reino do Norte. As obras de sua construção
começaram em torno de 875 a.C., pelo rei Onri, e continuaram com o seu filho,
Acabe (1 Rs 16.24). Ali foi construído um templo a Baal, por Acabe, onde
ocorreram também o episódio da vinha de Nabote e as várias intervenções de
Elias (1 Rs 18). Os profetas Oséias e Amós vaticinaram contra o luxo e a
injustiça da cidade (Os 9.11-17; Am 3.9).
4.16 – Siquém
Seu nome significa “ombro” e fica a 65km ao norte de Jerusalém. Abraão a
encontrou ao percorrer os 50km de Siquém a Betel (Gn 12.6,7). Jacó comprou
um campo perto de Siquém (Gn 33.18-20). Josué convocou todas as tribos para
uma assembléia naquela localidade (Js 24.1). No tempo dos juízes, Siquém era
um centro de culto cananeu. Abimeleque proclamou-se rei em Siquém, mas o
povo logo se revoltou contra ele (Jz 9.1-6). Antes de ser construído o templo em
Jerusalém, Siquém era o centro religioso e político para a unidade do povo.
Depois da morte de Salomão, ali aconteceu uma assembléia que dividiu o reino
em dois: Israel e Judá. De Siquém, Jeroboão se fez coroar o primeiro rei do
reino do Norte (1 Rs 12).
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4.17 – Tiberíades
Foi fundada no ano 18 d.C., por Herodes Antipas, em honra do imperador
Tibério. Seu palácio, estádio, teatro e termas (suas águas são termais) foram
construídos no estilo grego. Havia, no local em que foi erguido, muitos túmulos
antigo, por isso os judeus não apoiaram a construção da cidade. Mesmo assim,
Herodes insistiu e conseguiu povoá-la com judeus não tão radicais e com
pessoas que viviam em busca de recompensas. No ano 70, a cidade participou
da revolta contra Roma, sendo poupada pelos romanos.
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