apostila nnr
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1 - INTRODUÇÃO
Setor de nutrição é um importante elo
da agroindústria:
- utiliza mais de 60% da produção de
milho.
- 35% do farelo de soja
- movimenta industria química para a
produção de insumos.
- polo de desenvolvimento tecnológico
na produção de carne, ovos e leite para
o consumo humano.
- “....De janeiro a junho de 2010, foram
produzidas mais de 30 milhões de
toneladas de rações, de acordo com
dados do Sindicato Nacional da
Indústria de Alimentação Animal
(Sindirações). O Sindirações prevê o
fechamento do ano com produção total
de 60,4 milhões de toneladas de ração
e 2,0 milhões de toneladas de sal
mineral.”
- A avicultura de corte, setor de maior
demanda de ração no país, fechou o
semestre com produção de 14 milhões
de toneladas
- A produção de ração para poedeiras
foi de 2,5 milhões de toneladas no
semestre
- Suinocultura: 7,6 milhões de
toneladas
- A bovinocultura de corte 1,2 milhões
de toneladas
- A produção de ração para
bovinocultura leiteira foi de 2,4 milhões
de toneladas
- Cães e gato: 1,1 milhões de toneladas
- 60 a 80% do custo da produção animal
é representado pela alimentação
- Segundo as projeções da FAO em
curto prazo será necessário um
aumento de 19% na produção de
carnes em relação à produção de 2006
para atender a demanda de consumo
mundial, principalmente de carne de
aves (23,1%)
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- Desafios crescentes do mercado
consumidor ditados pelos padrões
internacionais de segurança alimentar
com responsabilidade ambiental
NUTRIÇÃO ANIMAL
ALIMENTOS contem NUTRIENTES (em
maior ou menor escala) que, quando
combinado em proporções adequadas
para cada espécie, vão constituir uma
DIETA.
Manutenção da “vida” = depende:
Nutrientes = provenientes dos
alimentos = necessários para
manutenção dos processos corpóreos.
Períodos sem alimento – animal
consome reservas ou armazenamentos
corpóreos de energia.
Falta de alimento:
- Reservas são consumidas
- Posteriormente até tecidos são
consumidos (levando a
inanição/degeneração tecidual –
autodegradação do organismo).
Aspectos econômicos:
• Melhoramento genético
• Manejo Sanitário
• Nutrição
Controle da qualidade dentro da
produção animal:
• caraterísticas responsáveis pela
aceitação de um produto no
mercado.
Objetivo da nutrição:
A conversão de alimentos de menor
valor nutritivo em produtos nobres:
carne, leite e ovos.
PARA “DOMINAR BEM” A CIÊNCIA
NUTRICIONAL É NECESSÁRIO:
Conhecer a bioquímica dos nutrientes
Conhecer a fisiologia da espécie a qual
o estudo se destina, mais
especificamente a fisiologia digestiva
Conhecer o valor nutritivo de cada
alimento potencialmente utilizado
Conhecer as necessidades nutricionais
de cada espécie
Descobrir novos nutrientes.
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2 - SISTEMA DIGESTIVO DE ANIMAIS NÃO-RUMINANTES
Tabela 02: Comparação entre ruminantes e monogástricos
Monogástricos Ruminantes
Digestão
Enzimática
Carbohidratos
Monossacarídios
Proteínas » aminoácidos
Microbiana e Enzimática
Carbohidratos
Ácidos graxos voláteis
Proteína » NH3+C-C-C
Pesquisa Porte menor
Ciclo mais curto
Alimentos Competitivo com homem Aproveita resíduos não utilizados pelo homem
Desenvolvimento genético Alto, muito especializado
Bovino de leite: alto
Bovino de corte: médio
Caprinos/ovinos: médio a alto
Tecnologia Avançada, produção em nível empresarial
Muita improvisação, existem casos de pouca tecnologia
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DAS AVES
Fases: Captação, ingestão e deglutição Digestão Absorção Excreção dos restos alimentares O alimento ingerido pode passar
por todo o trato digestivo em 2 horas e meia
Todos os nutrientes completam a passagem em 12 horas
Frango é hiperfágico.
CAVIDADE ORAL
ausência de lábios e do palato mole
palato duro apresentar uma fenda longitudinal
Bico
Apanha os alimentos → frangos e galinhas → “forragear”
A deglutição na galinha é feita com a ajuda de um movimento de cabeça, jogando-a para frente, o que desloca o alimento para trás e, a partir daí, segue em direção ao papo por movimentos peristálticos
Ingestão de água → com a valva inferior do bico e em seguida “olha” para cima para que a água desça por gravidade .
“la gallina no bebe agua si no mira al cielo”
Língua
Auxilia, junto com osso hióide, a ave a engolir esse alimento enviando-o para o esôfago. Presença de poucas glândulas salivares na região da boca.
Glândulas salivares → lubrificar o alimento
Faringe → une a cavidade oral ao esôfago
Esôfago
– condução do alimento para o estômago.
– Tubo comprido (=pescoço) → não tem refluxo para a boca
– Saliva das aves → praticamente não tem enzima
Papo ou Englúvio
– bolsa de armazenamento de alimentos e é responsável pelo umedecimento e amaciamento dos alimentos.
Ação inicial da pepsina → digestão protéica
PROVENTRÍCULO OU ESTÔMAGO GLANDULAR
Início da digestão
Passagem muito breve do alimento
Secreção de enzimas digestivas (pepsina)
Secreção de HCl
• solubilização de minerais
Modificação do ciclo peristáltico:
- O alimento passa direto do papo para a moela
- retorna da moela para o proventrículo e papo
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- com a repleção do papo, o alimento volta a ter um fluxo normal para a moela
Refluxo → nova liberação do suco gástrico → irritação da parede do proventrículo e da moela.
MOELA, VENTRÍCULO OU ESTÔMAGO MUSCULAR
Início da digestão mecânica (juntamente com os sucos gástricos secretados no proventrículo)
Músculo altamente forte Revestido por epitélio resistente
Permite o uso de partículas mais duras (Areia e Calcário)
Efeito da mastigação Aumenta a superfície de
contato dos alimentos para ação enzimática sobre o quimo.
Têm função de moer, misturar e preparar os materiais alimentares para digestão.
Dois processos importantes:
início da digestão da proteína
dissolução dos minerais
Reflexo enterogástrico → liberação de enterogastrona
Membrana colínia.
INTESTINO DELGADO
- mesmas seções dos mamíferos, com mesmas funções
- Não secreta lactase
- pH 9
- Digestão e absorção dos nutrientes de maneira semelhante a dos mamíferos
Digestão no intestino delgado:
A digestão no intestino delgado é basicamente enzimática.
Quatro secreções estão pressentes neste local:
Suco duodenal: protege a mucosa duodenal contra o HCl proveniente do estômago
Bile: emulsifica os lipídeos, facilitando a ação da lipase, além de ativar a lipase pancreática
Suco pancreático: estimula a produção de secretina que por sua vez, estimula o pâncreas a produzir uma substância rica em íons bicarbonato
Suco entérico: produzido nas criptas de Lieberkühn, e tem como componentes as enzimas: sacarase, maltase, lactase - ausente nas aves.
Enzimas secretadas pelo pâncreas:
Amilase pancreática - Quebra polissacarídeos até açucares mais simples, Tripsinogênio - ativado inicialmente pela enteroquinase a tripsina (enzima proteolítica). A tripsina por sua vez continua ativando o tripsinogênio.Quimotripsinogênio - também ativado pela tripsina a quimotripsina. As duas últimas são classificadas como endopeptidases, atuando no meio da molécula protéica.Procarboxipeptidase - convertida a carboxipeptidase pela tripsina. É uma exopeptidase e ataca a molécula
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protéica nas extremidades, liberando um aminoácido terminal.Lipase pancreática - é ativada pelos sais biliares e tem como função romper a molécula lipídica. Os produtos finais da digestão dos triglicerídeos, pela lipase, são uma mistura de di e monoglicerídeos, mais ácidos graxos.
Outras enzimas (Lecitinase A e B, colesterol esterase, polinucleotidases, nlucleosidases e fosfatase).
INTESTINO DELGADO
Numa ave adulta tem cerca de 1,5m: da moela até o a região de bifurcação dos cecos.
Composto por 3 regiões: duodeno, jejuno e íleo.
INTESTINO DELGADO SUPERIOR (ALÇA DUODENAL)
Intestino inicia na região craniodorsal da moela
Presença do pâncreas
• Secreção de água e bicarbonato
• Secreção de enzimas:
• Lipases – glicerol e ác.graxos
• Proteases – peptídeos e aminoácidos
• Amilases – açúcares simples
Fígado – Vesícula biliar–Bile: Secreção do suco biliar:
- Neutraliza a ação ácida do HCl facilitando a ação enzimática.
- Fluido verde e alcalino que emulsifica os glóbulos de gordura (micelas) aumentando a área de superfície melhorando o contato com lípases.
INTESTINO DELGADO - DUODENO
Na 1ª semana de vida → intestino cresce 5 x mais que o resto do corpo.
Vilosidades intestinais: dobram de comprimento na segunda semana de vida.
Renovação celular → cicatrização e reparação.
INTESTINO DELGADO - JEJUNO
No duodeno e jejuno → digestão e absorção: Vitaminas, aminoácidos, minerais e de nutrientes que já sofreram ação das enzimas pancreáticas e doudenais → proteínas e carboidratos.
Presença do Divertículo de Meckel
Resquício do saco vitelino
• Redução gradual com a idade
• União entre a gema e intestino
• Nutre o pinto nos primeiros dias de vida
INTESTINO DELGADO - ÍLEO
Principal local de absorção de gorduras
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Processo final de digestão e absorção dos nutrientes ingeridos termina quando o bolo alimentar chega na junção íleo-ceco-reto
Termina na região de conexão com o Ceco.
INTESTINO GROSSO - CECO
Presença de Ceco funcional
o 2 bolsas que se enchem e esvaziam-se pelo mesmo orifício
o Têm função principal de digerir fibras Favorece a fermentação
microbiana de carboidratos não digeridos no ID (celulose e hemicelulose) e produção de Ac. Graxos Voláteis (AGV).
Uratos podem ser convertidos em aminoácidos e absorvidos.
Equilíbrio hídrico e iônico (sódio e potássio).
Síntese de vitaminas (B6 e K).
INTESTINO GROSSO - RETO
Excreção de fezes:
- Fezes retais: consistentes e cobertas por um material esbranquiçado → origem ID
- Ave defeca 12 a 16 vezes por dia- Fezes cecais: pastosas e cor e
odor típicos- Excretas 2 vezes por dia (início e
final do dia).
CLOACA
Câmara comum entre trato digestivo e reprodutivo e urinário
a cloaca recebe ductos deferentes (macho), oviduto (fêmea em postura), fezes, ureteres (que podem vir direto dos rins - galinha) ou a partir da bexiga (como na avestruz).
sobre a cloaca, localiza-se a bolsa cloacal (bursa de Fabrício), responsável pelos linfócitos B.
É o órgão copulador tanto para fêmeas como para machos.
3 – PARTICULARIDADES METABÓLICO – NUTRICIONAIS DOS CARBOIDRATOS, LIPÍDIOS E PROTEÍNAS
1. RETIRANDO ENERGIA DOS
ALIMENTOS
O mecanismo pelo qual os animais
retiram energia dos alimentos constitui
o fundamento da bioquímica.
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1.1. Os animais são constituídos de
células, sendo que a maioria contêm
organelas comuns: núcleo, retículo
endoplasmático, mitocôndrias,
lisossomas e outras organelas
subcelulares.
1.2. O núcleo contêm o DNA e, por isto,
dirige a síntese protéica, inclusive de
enzimas que vão efetuar as demais
reações
1.3. O retículo endoplasmático é o local
da síntese protéica.
1.4. As mitocôndrias são as usinas
fornecedoras de energia.
1.5. Os lisossomas podem ser
considerados lixeiras; contém enzimas
digestivas capazes de destruir os
componentes celulares que perderam
suas funções.
2. A célula animal é muito instável, do
ponto de vista termodinâmico, e uma
grande quantidade de energia é
necessária somente para mantê-la viva.
3. O movimento de nutrientes para
dentro, por dentro e para fora da célula
requer muita energia, por isso, a maior
parte dos alimentos consumidos pelo
animal é convertida em energia
destinada a manutenção dos tecidos já
existentes, ou seja, a própria vida.
ATP
Dentro da célula, o metabolismo é
organizado numa série de reações que
permitem a transferência ordenada da
energia dos nutrientes para os
processos que dela necessitam.
Esta transferência exige um reagente
comum que, na maioria dos sistemas
biológicos, é um componente rico em
energia denominado adenosina
trifosfato ou ATP.
A captação da energia dos nutrientes é,
a grosso modo, um processo inverso ao
da fotossíntese:
Fotossíntese = 6CO2 + 6H2O + energia
solar à C6H12O6 + 6O2
Metabolismo animal = C6H12O6 + 6O2
à 6CO2 + 6H2O + energia
Este processo é chamado de oxidação.
Ou seja, a transferência de elétrons de
algum substrato para o oxigênio libera
energia. Esta energia livre é
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parcialmente capturada pelo ATP e
passa a ser denominada energia
química.
Parte da energia livre não é capturada e
é perdida como calor.
Desta maneira, a energia contida nos
alimentos, torna-se disponível no
metabolismo animal sob duas formas:
Energia química: que é transferida para
a molécula de ATP;
Calor: que é a energia perdida, sendo
que parte deste calor é necessário para
manter a temperatura corporal.
O ATP formado será fonte de energia
para outras reações. Em geral, o
catabolismo produz ATP e o
anabolismo consome ATP.
Como funciona a transferência de
energia dos substratos para o ATP ?
A transferência de elétrons para o
oxigênio é seguida do acoplamento de
um átomo de fósforo na molécula do
ADP (adenosina difosfato), formando o
ATP (adenosina trifosfato). Este
processo é conhecido como
fosforilação oxidativa.
O oxigênio é indispensável no processo
de captação de energia. Uma
deprivação de oxigênio é quase que
imediatamente letal para a maioria das
células, porque a necessidade de ATP é
constante. Dentro de determinados
limites, a taxa de oxidação varia de
acordo com a demanda energética.
O ATP provê a energia para muitos
processo bioquímicos, tais como a
contração muscular, biosíntese de
proteínas, gorduras e ácidos nucléicos,
complexação de carboidratos; absorção
de nutrientes de forma ativa; etc.
▪ CARBOIDRATOS
Os carboidratos no organismo animal
são a fonte essencial de energia e o
material que dá origem à biossíntese de
gorduras e aminoácidos não-essenciais.
1. Metabolismo da glicose no
organismo animal
Glicose é o principal carboidrato (CHO)
circulante e está presente no sangue e
fluídos celulares, exercendo um papel
vital no metabolismo celular.
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Este metabolismo sofre variações nas
diferentes espécies animais:
- Não ruminantes: Os CHO são
degradados à glicose + açucares
simples e absorvidos pelo sangue portal
(atuação como estoque de glicogênio e
energia).
- Ruminantes: Os CHO sofrem
fermentação ruminal produzindo AGV
(Acético, propiônico e butírico -
70:20:10), importantes energicamente
(70 - 80%). Nestes animais, a absorção
de glicose é insuficiente, e como esta é
vital para alguns processos, a
gliconeogênese torna-se muito
importante.
- O mesmo ocorre com carnívoros, que
tem uma dieta constituída basicamente
de proteínas e gorduras.
2. Requisitos de Glicose
A concentração de glicose varia de 35-
110 mg/ml em todas as espécies de
mamíferos, sendo que ruminantes
apresentam baixas concentrações (40
a70 mg/ml) comparadas com
monogástricos.
Aves - a mais alta: 130 a 260mg/ml
A glicose não é essencial, pois pode ser
sintetizada, mas metabolicamente
pode ser chamada de essencial, pois é
necessária para o sistema nervoso,
músculo, síntese e reciclagem de
gordura, feto e glândula mamaria
(metabolismo de testículos,
espermatozóides e eritrócitos).
Requisitos de glicose são dependentes
do estado nutricional e fisiológico de
cada espécie:
Humanos è 70% da glicose liberada
pelo sangue é utilizada pelo sistema
nervoso oxidativamente (120g / dia)
(Jejum prolongado leva à uma
adaptação do organismo utilizando
corpos cetônicos (CC) e poupança de
glicose)
Ruminantes è longos períodos de
hipoglicemia sem efeitos deletérios
(carneiros toleram concentrações mais
baixas que 30mg/ml 6 horas ou mais,
sendo que não ruminantes entrariam
em coma.
Tamanho do cérebro è contribui para
os requisitos (Carneiro è 130g e 15 a
20% da glicose total é necessária para
10
manter o metabolismo nervoso,
enquanto que humanos è 1400g. e 70
a 80% da glicose total).
3. Destino da glicose corporal
Oxidação e destino da glicose no
organismo animal
A principal rota no metabolismo da
glicose, na maioria dos tecidos, começa
com a reação de fosforilação da glicose
para glicose-6-fosfato.
A partir da glicose-6-fosfato podem
surgir várias rotas metabólicas da
glicose.
- A glicose-6-fosfato pode formar o
glicogênio.
- Uma pequena quantidade de glicose-
6-fosfato entra continuamente em
outra rota, conhecida como ciclo das
pentoses
Esta via é fonte primária de ribose para
a síntese de ácidos nucléicos (RNA e
DNA)
- A maior rota para a glicose-6-fosfato,
entretanto, é conhecida por via
glicolítica:
• glicerol - formação de glicose,
em situações de hipoglicemia
• piruvato - pode seguir duas
rotas:
a. Permanecer no citoplasma e
transformar em lactato,
anaerobicamente.
Esta via é um “beco sem saída para a
glicose”
b. Entrar na mitocôndria e passar a
outra via metabólica, conhecida por
ciclo do ácido tricarboxílico, ciclo do
ácido cítrico ou ciclo de Krebs.
O ciclo de Krebs é o final comum das
vias metabólicas energéticas, não só de
carboidratos e gorduras, nas também
para aminoácidos utilizados para o
fornecimento de energia.
Há pequenos ramos metabólicos ao
longo do ciclo de Krebs que são
importantes nas interconversões - por
exemplo, formação de glicose a partir
de aminoácidos ou síntese de gordura a
partir de carboidratos.
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Estratégias metabólicas para obter
glicose:
• produção de glicose
(gliconeogênese)
• economizar glicose e impedir
que a mesma seja oxidada para
produção de energia nos
tecidos, além da transformação
em glicogênio ou em reservas
de gordura.
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Balanço energético
Um ciclo de Krebs completo fornece 12 ATP
uma glicose fornece 2 piruvatos, então 2x12 = 24 ATP
da glicose até ácido láctico são formados 8 ATP
na conversão de piruvato à acetil-CoA são formados 6 ATP
Então: uma glicose fornece, no total (24 + 8 + 6) = 38 ATP
Uma molécula de ATP fornece 8 kcal/ mole, logo, 38 x 8 = 304 ATP
Uma molécula de glicose fornece 686 Kcal/mole
Então 304 x 100/686 = 44% de eficiência da conversão de glicose em energia.
• Gliconeogênese através de
diferentes substratos.
• Quatro grupos são responsáveis
pela formação da glicose no
organismo animal: a)
propionato, b) glicerol, c)
aminoácidos e d) lactato e
piruvato
Propionato
Principal fonte de glicose em
ruminantesè 90% do propionato
absorvido é removido do sangue portal
pelo fígado. Nos monogástricos a
contribuição do propionato é pouca.
Já o acetato não pode ser transformado
em glicose - único caminho é via acetil-
CoA no ciclo de Krebs.
Glicerol
A lipólise libera glicerol que é removido
pelo fígado e rins
Os ácidos graxos podem ser
reutilizados para síntese de
triglicerídeos, mas o glicerol
obrigatoriamente vai ao fígado.
Além de formar glicose, o glicerol pode
ser utilizado no fígado para síntese de
triglicerídeos e oxidação.
Aminoácidos
Quase todos os aminoácidos são
glicogênicos (Exceções è Lisina,
Leucina e Taurina). Os esqueletos de
carbono dos mesmos formam a glicose
e o nitrogênio é metabolizado à uréia
(suínos) ou ácido úrico (aves) e
excretado na urina.
Lactato
Metabolismo anaeróbio da glicose è
ocorre em quase todos os tipos de
células.
Concentrações sangüínea aumentam
em períodos de exercício e baixa de
oxigênio.
Conversão à glicose no fígado e rins
(Ciclo de Cori)
Monogástricos em jejum è Ciclo de
Cori contribui com 10 a 15% da glicose
total produzida.
▪ LIPÍDIOS
• Os termos “lipídios e gorduras”
cobrem uma larga variação de
compostos orgânicos, não
sendo possível, desta forma,
formular uma definição simples
e abrangente. Este terminologia
designa um grupo heterogêneo
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de substâncias com duas
particularidades comuns:
• Insolúveis em água
• Solúveis em solventes orgânicos
Funções dos lipídeos:
Na célula, os lipídeos tem duas funções:
• Lipídios estruturais - parte
integral de células e estruturas
teciduais. Não podem ser
oxidados para o fornecimento
de energia, mesmo em
situações de extrema carência
energética, mas podem ser
utilizados para a produção de
outras substâncias.
• Lipídios de reserva - principal
estocagem de energia,
principalmente na forma de
triacilglicerol. Depósito de
energia como glicogênio é
limitado, sendo que como
gordura o organismo tem uma
capacidade virtualmente
ilimitada (homens adultos è >
1% da energia como glicogênio
e < 80% como gordura). Como
substâncias de reserva podem
ser mobilizados, transformados
em outras substâncias e
oxidados, fornecendo 9,45
kcal/g.
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No organismo, os lipídios
desempenham inúmeros papeis:
- Fornecem 2,25 vezes mais energia que
carboidratos e proteínas
- São fontes de ácidos graxos essenciais
(AG essenciais importantes no
crescimento, manutenção de estrutura
de membranas, síntese de
fosfolipídeos, produção de
prostoglandinas)
- Transporte e solubilização de
determinadas vitaminas
- Importante em espécies hibernantes e
/ ou migratórias como fonte energética
e de água.
- Igualmente importante para
mamíferos desérticos (graças a uma
relação estrutural muito ampla entre o
conteúdo de hidrogênio frente ao de
oxigênio, podem fornecer mais água no
catabolismo que seu próprio peso,
funcionando como reservatórios
metabólicos de água)
- Proteção renal e intestinal (depósitos
perirenal e omental)
Isolador contra perda de calor (Gordura
subcutânea, de fundamental
importância para mamíferos aquáticos)
- Propriedades impermeabilizantes
(aves aquáticas è secreções
glandulares)
- Ação antimicrobiana (pele de
mamíferos)
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- Propriedades antidisecantes (Cutícula
dos insetos)
- Flutuação (Peixes marinhos), por
modificações na densidade
Outras funções dietéticas:
• Por sua localização entre as
fibras musculares
(marmorização), tornam a carne
mais macia e palatável.
• Melhoram a aceitação de
algumas rações, normalmente
aquelas muito pulverulentas.
ÁCIDO GRAXO
Os ácidos graxos constituem a unidade
fundamental da maioria dos lipídios, e
são ácidos orgânicos com cadeias que
vão de 4 a 24 átomos de carbono. Sua
característica fundamental é possuir
uma função ácida, de natureza
carboxílica e hidrófila, e uma cadeia
parafínica, hidrófoba, que confere à
maioria dos lipídeos sua natureza
oleosa, insolúvel em água.
A cadeia hidrofoba pode ser saturada
(somente ligações simples entre
carbonos) ou insaturada (uma ou mais
ligações duplas entre os carbonos -
mono e poliinsaturada
respectivamente). Pode, ainda, ser
linear, cíclica ou ramificada, e de
número par ou ímpar de carbono.
Praticamente todos os ácidos graxos na
natureza possuem número par de
cadeia de carbono, sendo que os mais
abundantes são aqueles com 16 ou 18
carbonos. Os AG essenciais são
polinsaturados e os AG cíclicos são a
principal estrutura das prostoglandinas,
de alguns outros hormônios e da
vitamina D.
CH3
CH3
H
R
A B
C D12
3
45
6
7
8
9
10
1112
13
14 15
1617
18
19
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CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDEOS
Os lipídeos podem ser classificados
como lipídeos simples e lipídeos
complexos:
Lipídios simples
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- São ésteres de ácidos graxos com
certos álcoois, como o glicerol, o
colesterol e o cetílico. São constituídos
unicamente por C, H, O sendo que o
hidrogênio esta em maior quantidade
na molécula, quando comparado ao
oxigênio. Pertencem a este grupo:
Triglicerídeos - Constituídos de três
ácidos graxos e um glicerol (óleos,
gorduras, banhas, sebos, etc.)
Os esteres neutros, colesterol,
etc.
As ceras, o cetílico.
Os triglicerídeos podem ser
encontrados na natureza na forma
sólida, semi-sólida ou líquida, e seu
ponto de fusão esta relacionado com
tamanho da cadeia e grau de saturação
dos ácidos graxos:
• Quanto maior a cadeia parafínica dos
AG, maior será o ponto de fusão.
• Quanto maior o grau de saturação,
maior será o ponto de fusão
GRAU DE FUSÃO DE ALGUNS ÁCIDOS GRAXOS
ÁTOMOS DE CARBONO NOME COMUM PONTO DE FUSÃO OC
Ácidos graxos insaturados
12 Láurico 44,2
14 Mirístico 53,9
16 Palmítico 63,1
18 Esteárico 69,6
20 Araquídico 76,5
24 Linocérico 86,0
Ácidos graxos insaturados
16 (1 dupla ligação) Palmitoleico - 0,5
18 (1 dupla ligação) Óleico 13,4
18 (2 duplas ligações) Linoléico - 5,0
18 (3 duplas ligações) Linolênico - 11,0
20 (4 duplas ligações) Aracdônico - 49,5
Lipídios complexos
Incluem-se nesta categoria os
fosfolipídeos, os glicolipídeos, os
terpenóides e as lipoproteínas.
• Fosfolipídios: são importantes
componentes da parede celular;
essenciais para o transporte,
absorção e metabolismo de
ácidos graxos, do sódio e do
potássio; participantes da
coagulação sangüínea,
reservatórios de AG essenciais e
fosfatos.
• Glicolipídios: são responsáveis
por mudanças na polaridade da
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membrana, permitindo a
passagem de água e substâncias
hidrosolúveis.
• Terpenoides: carotenos,
carotenoides, vitamina A, etc.
• Lipoproteínas: são a forma de
transporte dos lipídeos na linfa
e plasma sangüíneo.
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)
Alguns autores consideram três os
ácidos graxos essenciais - linoleíco,
linolênico e araquidônico -, outros
fazem somente uma distinção prática:
Ácido graxo nutricionalmente essencial
è linoléico
Ácido graxo metabolicamente essencial
è araquidônico
Os ácido linoleíco e linolênico não
podem ser sintetizado no metabolismo,
mas o ácido araquidônico pode ser
sintetizado a partir do linóleico, desde
que exista quantidades suficientes
deste último nas dietas.
Todos os alimentos possuem
quantidades consideráveis de AGE,
particularmente o
linoleíco e linolênico. O araquidônico e
encontrado, em quantidades
significativas,
somente em gorduras animais.
Aparecimento de deficiências de AGE: -
ração sem antioxidantes, armazenadas
por mais
de 60 dias podem se rancificar,
destruindo todos os AGE e vitaminas D,
E e biotina.
Os AGE, particularmente o linolênico e
araquidônico participam da formação
das
prostoglandinas, são componentes dos
fosfolipídeos da membrana celular,
conferindo a esta última fluidez
suficiente para mudanças na
conformação da célula.
CURIOSIDADE: felinos não sintetizam o
araquidônico a partir do linoleíco,
dependendo exclusivamente do
fornecimento através da dieta.
Metabolismo dos lipídios
- O metabolismo dos lipídeos ocorre
principalmente nas células do tecido
adiposo e nas células hepáticas, sendo
o tecido. Adiposo o principal local.
20
- Este metabolismo e dominado pelo
ciclo dos lipídios. Este ciclo consiste em:
- Síntese e captação de ácido graxos
(AG) de cadeia longa.
- Esterificação de AG em triacilglicerois
- Lipólise (quebra de triacilglicerois)
- Liberação de AG da célula
- Síntese de ácidos graxos no tecido
adiposo e fígado
- Os animais podem depositar os
lipídeos dietéticos ou sintetizá-los de
CHO e AGV. O local de síntese varia
com as espécies, mas a maior parte se
dá no fígado e tecido adiposo (Em
ruminantes e suínos se dá quase que
exclusivamente no tecido adiposo. Nas
aves e no homem se dá principalmente
no fígado, e em ratos, camundongos e
coelhos ocorre nos dois locais).
21
4 – PARTICULARIDADES METABÓLICO – NUTRICIONAIS DAS PROTEÍNAS
• Proteínas são as macromoléculas
mais abundantes nas células vivas Þ
constituindo de 50 a 75% do de seu
peso seco.
• “Em todas as células e em todas as
partes das mesmas”.
• As proteínas têm distintos papeis
biológicos por serem instrumentos
moleculares através dos quais
expressa-se a informação genética.
• O termo proteína vem do grego
proteios, que significa primeiro ou mais
importante
• Um dos principais objetivos da
Nutrição Animal é a produção de
alimentos nobres, ricos em proteína de
alta qualidade.
FUNÇÕES
Estrutural (colágeno, elastina,
queratina, fibrina, etc.);
Contração e movimentação (actina e
miosina, etc.);
Fonte de nutrientes e de reserva
(ovoalbumina, caseína, etc…)
Transporte (hemoglobina,
lipoproteínas, etc.)
Enzimática (amilase, pepsina, lipase,
etc.)
Hormonais (insulina, ocitocina,
hormônio paratireóide, etc.)
Defesa (imunoglobulinas ou anticorpos,
fibrogênio, trombina, etc.)
22
Ligação peptídica = formação de
peptídeos
Proteínas = Polipeptídeos
COMPOSIÇÃO ELEMENTAR MÉDIA DAS
PROTEÍNAS
Proteínas são constituídas por um
conjunto de cerca de 20 aminoácidos,
unidos covalentemente em seqüências
características.
CARACTERÍSTICAS
23
Terminal Amino
Terminal carboxilico
Ligação
peptídica
CLASSIFICAÇÃO AMINOÁCIDOS
QUANTO À NATUREZA QUÍMICA DO GRUPO R
Aromáticos Fenilalanina, tirosina, triptofano
Básicos Lisina e histidina
Ramificados: Isoleucina, leucina e valina
Sulfurados: Metionina, cisteina e cistina
Outros Os demais não se enquadram na classificação presente
QUANTO À POLARIDADE DO GRUPO R
R não polar (Hidrófobo)
Alanina, Valina, leucina, isoleucina, prolina, fenilalanina, triptofano, metionina
R polar (sem carga) podem formar pontes de H
Glicina, Serina, treonina, cistina, tirosina, asparagina, glutanina
R positivo Lisina, Arginina, histidina (este último e o único aminoácido cujo próton dissocia em pH neutro, importante para a ação catalítica de algumas enzimas)
R negativo Ácido aspártico e ácido glutâmico (aminoácidos dicarboxílicos) e derivados (hidroxiprolina e hidroxilisina - presente no colágeno)
QUANTO AO DESTINO NO METABOLISMO ANIMAL
Gliconeogênicos (aminoácidos que podem transformar em glicose no ciclo de Krebs)
Arginina, metionina, cisteina, cistina, histidina, treonina, valina, alanina, aspártico, asparagina, glicina, serina (citrulina e hidroxiprolina)
Glicocetogênicos (podem transformar em glicose ou em corpos cetônicos)
Fenilalanina, tirosina, triptofano, isoleucina, lisina
Cetogênicos (só podem transformar em corpos cetônicos)
Leucina
24
AMINOÁCIDOS ABREVIAÇÃO (3 letras)
Alanina Ala
Arginina Arg
Asparagina Asn
Ácido aspártico Asp
Ácido Glutâmico Glu
Cisteina Cys
Glicina Gly
Glutamina Gln
Histidina His
Isoleucina He
Leucina Leu
Lisina Lys
Metionina Met
Fenilalanina Phe
Prolina Pro
Serina Ser
Tirosina Tyr
Treonina Thr
Triptofano Trp
Valina Val
25
AMINOÁCIDOS
• ESSENCIAIS – devem estar presentes
na dieta.
• NÃO-ESSENCIAIS – podem ser
produzidos pelo próprio metabolismo
do animal a partir de outros
aminoácidos absorvidos.
- 9 a 12 aminoácidos indispensáveis
para o organismo animal, dependendo
da espécie e estado fisiológico.
26
Classificação nutricional dos aminoácidos para aves e
suínos
Aminoácidos indispensáveis
(essenciais)
Sintetizados a partir de substratos limitados
Facilmente sintetizados (Não essenciais)
Arginina Alanina
Histidina Ácido aspártico
Isoleucina Asparagina
Leucina ácido glutâmico
Lisina Hidroxilisina Hidroxiprolina
Metionina Cisteina e cistina Glicina *
Fenilalanina Tirosina Serina*
Treonina Prolina**
Triptofano
Valina
27
AMINOÁCIDOS LIMITANTES
Todos os aminoácidos devem estar
presentes antes de iniciar a síntese
protéica. Quando esgota-se algum
aminoácido essencial ou não esteja
presente na dieta, em quantidades
adequadas, a síntese protéica é
interrompida e os demais aminoácidos
serão utilizados em outros processos
metabólicos Este aminoácido é
denominado aminoácido limitante.
Os aminoácidos mais limitantes para
suínos/aves em rações a base de milho
e farelo de soja são:
28
A eliminação de 1g N2 envolve perda de água:
UréiaÁcido Úrico
Amônia
300 – 500 mL
50 mL10 mL “
ε”
METABOLISMO DAS PROTEÍNAS
O animal tem capacidade muito
limitada de estocagem de aminoácidos
livres.
Os aminoácidos podem tomar estes
destinos:
- São utilizados para a síntese protéica
-São utilizados para síntese de
aminoácidos não essenciais, mediante
transaminação
- Servem como precursores de
compostos nitrogenados, como ácidos
nucléico, creatina, colina e tiroxina
- São utilizados para a síntese de glicose
(gliconeogênese)
- São convertidos a gorduras (cetona e
corpos cetônicos)
- São desaminados, com o esqueleto de
carbono sendo degradado a CO2, H2O
e energia, e o radical nitrogenado
transformado em uréia ou ácido úrico
CONCLUSÃO
O valor nutricional da proteína se
baseia, não em sua composição
química (C, H, O, N), mas na proporção
de aminoácidos nela contida.
5 – QUALIDADE DOS INGREDIENTES
29
“A aquisição de matérias-primas de
qualidade é de suma importância, por
isso ter padrões para a aquisição, fazer
uma boa amostragem na chegada,
avaliar os padrões no laboratório, e ter
um bom processo, será capaz de
preservar a qualidade das matérias
primas e conseguir traduzir fielmente a
fórmula da ração....“
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº4,
23/02/07
(revogou a IN 01 de 13/02/03)
Regulamento Técnico sobre as
condições higiênico-sanitárias e de
boas práticas de fabricação para
estabelecimentos fabricantes e
industrializadores de alimentos para
animais e o roteiro de inspeção.
Conforme a IN 4, de 23 de fevereiro de
2007, devem ser implantados POP
contemplando, no mínimo, os
seguintes itens:
Qualificação de fornecedores e
controle de matérias-primas e
de embalagens;
Limpeza/Higienização de
instalações, equipamentos e
utensílios;
Higiene e saúde do pessoal;
Potabilidade da água e
higienização de reservatório;
Prevenção de contaminação
cruzada;
Manutenção e calibração de
equipamentos e instrumentos;
Controle integrado de pragas;
Controle de resíduos e
efluentes;
Programa de rastreabilidade e
recolhimento
- margens de segurança menos
“generosas”
- redução da relação entre a real
exigência nutricional do animal e a sua
recomendação
“nutrição de precisão”
SUBPRODUTOS DE ABATEDOUROS
30
“Reciclagem Animal” na Nutrição
Animal
FARINHAS DE ORIGEM ANIMAL - FOA
São subprodutos de:
- Abatedouros
- Indústria do pescado
- Laticínios
Instrução Normativa no. 15 de 2003,
do MAPA, a qual baseia-se nos
princípios de Boas Práticas de
Fabricação (BPF) ® demandas de saúde
animal e de segurança alimentar.
FOA
Nutrientes básicos de uma ração
animal
Energia – Carboidratos e Gorduras
Proteínas – Vegetais e Animais
Minerais – Inorgânicos e Orgânicos
• Contém todos os nutrientes
• Rico em microminerais
• Boa Palatabilidade e textura
• Com ácidos graxos essenciais
• Produto não-purulento
• De fácil incorporação e distribuição
• Principal Vantagem: economia de
espaço na dieta.
• Fornece Proteína e Energia
• Reduz gordura adicionada
• Fontes minerais não contém outros
nutrientes
• Pellet com maior estabilidade
UTILIZAÇÃO DAS FOA EM DIETAS
- Nutricionistas utilizam-se de matrizes
nutricionais para formularem suas
dietas.
- Matriz nutricional
- Alto Coeficiente de Variação dos
nutrientes
- Adota-se maior margem de segurança
Níveis nutricionais em Dietas de frango
de corte
UTILIZAÇÃO DAS FOA EM DIETAS
31
* JÁ QUE AS FOA REDUZEM O CUSTO
DAS DIETAS, PORQUE OS
NUTRICIONISTAS NÃO TRABALHAM
COM INCLUSÕES MAIS ELEVADAS?
* Quais barreiras ao uso das FCOs
devem ser trabalhadas?
Barreiras ao Uso – Credibilidade
- Visão das fábicas/ clientes:
- Pouca padronização, sem controle de
qualidade
- Processamento de matéria-prima
inadequada
- Reprocesso / diluição de produtos
interditados
- Não uso de aditivos preservantes
- Granulometria desuniforme
- Diminuição no rendimento de
peletizadoras e extrusoras
- Redução no nível de Energia Líquida
- Desenvolvimento de análises rápidas
para o controle de qualidade:
- Análises microscópicas
- Análises de Acidez e Éber
- Análises de Peróxidos, Rancidez e
Saponificação
- Análises bromatológicas
Barreiras ao Uso – Nutricionais
• Teor nutricional inconstante
• Variação natural
• Temperatura de processamento
• Esterilização
• Desbalanceamento da dieta
• Inclusão mínima
Efeito da temperatura de cozimento
na digestibilidade de aminoácidos em
galos cecotomizados, 16 plantas de
32
processamento de farinhas de carne e
ossos bovinas e suínas:
Níveis crescentes de inclusão de FCO
em dietas de frangos de corte machos
de 8 a 21 dias de idade.
Peso inicial médio de 94g.
FCO de alta qualidade – 50%PB;
EMA 3.328; Lis dig 2,64, Dig Lis 92%;
M+C dig 1,10, Dig M+C 82%
SUBPRODUTOS DE ABATEDOUROS
- A indústria é composta por dois
segmentos diferenciados: os frigoríficos
e os coletadores
- Não são processados animais mortos
para reutilização como ingredientes
para rações, em nenhuma circunstância
- Os cadáveres devem ser incinerados
ou compostados, na dependência das
quantidades diárias existentes
ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
PROCESSAMENTO DOS SUBPRODUTOS
DO ABATE
COZIMENTO OU FRITURA EM
DIGESTORES
¯
DRENAGEM EM PENEIRA VIBRATÓRIA
OU ESTEIRA PERFURADA PARA
ESCORRER A GORDURA
¯
PRENSAGEM DO TORRESMO PARA
SEPARAR O RESTANTE DA GORDURA
DA PARTE PROTEICA
¯
MOAGEM PARA TRANSFORMAR EM
FARINHA PROTÉICA
¯
EMBALAGEM E DISTRIBUIÇÃO
1. Farinha de carne e ossos33
- Ossos e tecidos, após a desossa
completa da carcaça de bovinos,
picados, cozidos, prensados para
extração de gordura e moídos.
Farinha de carne e ossos mista (FCOM):
A partir de ossos e tecidos, após a
desossa completa da carcaça de
bovinos e/ou ovinos e/ou suínos;
moídos, cozidos.
Sua composição será avaliada conforme
a proporção de seus componentes, que
devem ser declaradas no rótulo como
farinha de carne e ossos mista.
Características gerais do produto:
- Não deve conter sangue, cascos,
unhas, chifres, pêlos, conteúdo
estomacal a não ser os obtidos
involuntariamente dentro dos
princípios de boas práticas de
fabricação.
- Não deve conter matérias
estranhas
- A % de PB é inversamente
proporcional ao % de Ca e P (Ý
PB ß Ca e P)
- Nutrientes fundamentais: 1º P,
2º PB, 3º ácidos graxos
- Fator limitante ao uso: teores
de Ca
- O cálcio não deve exceder a
2,5 vezes o nível de P.
- Inclusão nas rações: de 3 a
5,5%
2. Farinha de carne
É o produto oriundo do processamento
industrial de tecidos animais. É
resultante de:
- retalhos de carne
- vísceras sem conteúdo
- carcaças condenadas pela inspeção
Características gerais do produto:
- proteína de alto valor biológico
- contém todos os aminoácidos
essenciais
- antes da existência do farelo de soja,
era indispensável na composição das
rações
34
3. Farinha de ossos
Calcinada: É o produto obtido de ossos
após a moagem e calcinação.
Autoclavada: É o produto obtido de
ossos não decompostos e submetidos a
tratamento térmico em autoclave,
secagem e moagem.
- maior risco de transmissão de
encefalopatias por via do tecido
nervoso ® eliminação de farinhas de
ossos autoclavada.
Características gerais do produto:
- Matéria Mineral (máximo): 98%
- Fósforo (mínimo): 15%
- Relação cálcio/fósforo (máximo): 2,15
4. Farinha de sangue
“FLASH dried”
É o produto resultante do sangue
fresco e limpo, sem contaminantes a
não ser aqueles involuntários obtidos
dentro das boas praticas de abate.
A água é removida por processo
mecânico e/ou evaporada por cocção
até um estado semi-sólido e a umidade
restante é removida.
“SPRAY dried”
É o produto resultante do sangue
fresco e limpo, sem contaminantes a
não ser aqueles involuntários obtidos
dentro das boas praticas de abate.
A umidade é removida por evaporação
em baixa temperatura sob vácuo até
que tenha aproximadamente 30% de
sólidos.
Essa massa é então passada na forma
de spray em um equipamento com
corrente de ar quente para reduzir a
umidade.
Plasma sangüíneo
É o produto resultante da secagem do
plasma obtido após a centrifugação do
sangue.
Células Vermelhas (Hemáceas)
É o produto resultante da secagem das
hemáceas obtidas após a centrifugação
do sangue.
Características gerais do produto:
- Fornece proteína by pass para
ruminantes
- Rica em triptofano, lisina e treonina
- Limitante em isoleucina
35
- Usada em dietas de todas as fases
- Inclusão de 1 a 3% nas formulações
- Escurece muito a ração
Rica em Zn (30ppm) e Fe (2000ppm)
5. FARINHA DE PEIXE
Farinha integral de peixe
E o produto obtido de peixes inteiros
e/ou cortes de peixes de várias
espécies, não decomposto, com ou sem
extração de óleo, tendo sido seco e
moído.
Farinha residual de peixe
É o produto obtido de cortes e/ou
partes de peixes de várias espécies
(cabeças, rabo, pele, vísceras,
barbatanas,) não decomposto, com ou
sem extração de óleo, tendo sido seco
e moído.
Características gerais do produto:
- Bem processada e conservada é a
melhor fonte protéica de origem
animal
- Não deve conter mais do que 10% de
umidade
- O teor de NaCl deve ser indicado.
- Transmite gosto e cheiro a carne e
ovos
- Evitar o uso nas fases finais ® gosto
de peixe
- Inclusão máxima de 1 a 5%
- Rica em colina e B12
- É extremamente vulnerável à
oxidação
- Exigir uso de antioxidantes em doses
elevadas
- No Brasil, normalmente mistura-se
farinha de penas (até 20%)
- Não deve apresentar contaminação
com casca de ovo.
- Se decompõe com facilidade e rapidez
- Exigir inclusão de antisalmonelas e
antioxidantes- Inclusão nas rações de 1
`a 7%
36
- Ingrediente nobre: pode ser usado nas
rações pré-iniciais
FARINHA DE PENAS HIDROLISADAS
É o produto resultante da cocção, sob
pressão (hidrólise da queratina), de
penas limpas e não decompostas,
obtidas no abate de aves, sendo
permitida a participação de sangue
desde que a sua inclusão não altere
significativamente a sua composição
média
6. FARINHA DE VÍSCERAS DE AVES
É o produto resultante da cocção,
prensagem e moagem de vísceras de
aves, sendo permitida a inclusão de
cabeças e pés.
Características gerais do produto:
- Não deve conter penas, exceto
aquelas que podem ocorrer não
intencionalmente
- Não deve conter resíduos de
incubatório e de outras matérias
estranhas à sua composição.
- Produto de constituição basicamente
protéica e de baixa variabilidade
- Rico em cistina e pobre em lisina
- Cuidado com digestibilidade
- Não utilizar em rações iniciais
- Inclusão nas rações de 1 `a 6% (dietas
finais)
- Aminoácido lantionina ® parâmetro
de qualidade (contaminação)
FARINHA DE PENAS E VÍSCERAS DE
AVES
É o produto resultante das penas
limpas e não decompostas, hidrolisadas
sob pressão e misturadas com resíduos
do abate de aves cozidos e prensados
para extração do óleo e moídos
(vísceras, pescoço, pés).
É permitida a participação de carcaças
de aves abatidas e sangue desde que a
sua inclusão não altere
significativamente a composição
estipulada.
FARINHA DE RESÍDUOS DE
INCUBATÓRIO
É o produto resultante da cocção,
secagem e moagem da mistura de
cascas de ovos, ovos inférteis e não
eclodidos, pintos não viáveis e os
descartados, removida ou não a
gordura por prensagem.
37
10. FARINHA DE VÍSCERAS DE AVES
COM OSSOS
É o produto semelhante a farinha de
vísceras com a inclusão de ossos e
cartilagens obtidos como resíduos da
carne mecanicamente separada (CMS).
INCUBATÓRIO
É o produto semelhante a farinha de
vísceras com a inclusão de ossos e
cartilagens obtidos como resíduos da
carne mecanicamente separada (CMS)
e resíduos de incubatório (cascas de
ovos, ovos inférteis e não eclodidos,
pintos não viáveis e os descartados).
12. FARINHA DE OVOS DESIDRATADOS
Produto obtido após a remoção da
casca do ovo fresco de galinha,
filtragem, pasteurização, resfriamento
e desidratação por spray dried.
CONTROLE DE QUALIDADE PARA
PROTEÍNAS ANIMAIS
“La adulteración pude ser definida
como la adición deliberada e
intencional de sustancias extrañas y de
inferior calidad a un ingrediente puro,
se trata de una intención clara y
evidente de defraudar al cliente; las
más utilizadas son: agregar agua para
aumentar el peso del alimento, agregar
elementos de costo muy inferior como
son la cascarilla de arroz, el carbonato
de calcio, la tierra, la harina de plumas,
alimento en descomposición, con alto
grado de partículas extrañas.”
1. Proteína bruta
Dependendo das fontes protéicas os
valores situam-se entre 35 % (farinha
de carne e ossos) e 90 % (farinha de
sangue).
2. Umidade
É o resíduo de água remanescente após
o processamento e em geral situa-se
entre 4 e 6 %, mas não deve exceder a
10 %. Por outro lado, umidade muito
baixa pode significar supercozimento
ou superfritura.
3. Fibra bruta
Avaliação da presença de carboidratos
oriundos de conteúdo digestivo dos
animais. Seu conteúdo deve ser menor
do que 2% e, idealmente, 0%.
38
4. Gordura ou extrato etéreo
Está presente nas farinhas animais, em
geral entre 8 e 16%, sendo o resíuo
remanescente da extração de gordura
do torresmo.
5. Cinzas
É o resíduo obtido após a queima do
material que compões a farinha. Seu
conteúdo reflete a quantidade de ossos
presentes, sendo inversamente
proporcional ao teor protéico da
farinha.
6. Cálcio e Fósforo
Estão em relação fixa nas farinhas de
carne e ossos e que não pode exceder a
relação de 2,2 de Ca para 1 parte de P;
7. Digestibilidade
Em geral é medida in vivo como
digestibilidade aparente e que é a
quantidade do nutriente que ao passar
pelo sistema digestivo é absorvido. In
vitro: digestibilidade em pepsina na
concentração de 0,0002% (ou 0,02%)
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE
CONSERVAÇÃO
1. Salmonela
Não deve estar presente em amostras
de 25g. O processamento por calor
elimina a contaminação, mas pode
haver recontaminação.
2. Teste de putrefação.
O teste de Éber é indicativo para
putrefação, necessitando-se de outras
determinações conclusivas.
3. Aminas biogênicas
As proteínas animais e produtos
marinhos decompõem-se facilmente de
proteínas para aminas. O resíduo
dessas aminas biogênicas pode indicar
a decomposição da amostra.
4. Acidez (rancidez hidrolítica )
- A constatação da acidez de uma
farinha ocorre devido a presença de
AGL
- AGL são formados a partir da hidrólise
das gorduras da farinha ® rancidez
hidrolítica (bactérias lipolíticas)
- A acidez pode estar associada à
contaminação bacteriana das farinhas
39
- As farinhas podem apresentar valores
de 6 mg de NaOH/g de amostra, o ideal
é que a acidez das farinhas neutralize
no máximo 2 mg de NaOH/g de
amostra.
Índice de peróxidos (rancidez oxidativa
ou oxidação dos radicais livres )
A formação de peróxidos em farinhas
animais ocorre devido a oxidação das
ligações duplas dos ácidos graxos
presentes na gordura das farinhas.
A presença de peróxidos leva a
formação de mais radicais livres,
acetonas, aldeídos e álcoois.
O índice de peróxidos é dado em
mEq/1000 g de amostra e está indicado
para ser menor do que 10 em todas as
farinhas.
AVALIAÇÃO DA GRANULOMETRIA E
PRESENÇA DE MATERIAIS ESTRANHOS
1. Tamanho de partículas
É determinado em laboratório ou por
meio do Granulômetro (Embrapa,
2001) e indica se a moagem foi
adequada. Idealmente 98% deve passar
por uma peneira US no. 10 (1,91 mm ).
2. Microscopia
Pode revelar impurezas como pedras,
areia, vidro, metais plásticos. As
farinhas também não devem conter
cascos, chifres, penas, pêlos, couro e
raspa de couro.
ANÁLISES ESPECIAIS:
1. Identificação de proteínas de
plantas e de animais.
40
Procedimento desenvolvido de
espectrometria de massa para detecção
de mioglobina e hemoglobina e
também determina se a proteína é de
uma só espécie animal ou da mistura
de animais de diferentes espécies.
Qualidade sanitária das proteínas
animais - BSE
Possibilidade de veiculação do Prion de
encefalite espongiforme bovina (EEB ou
BSE) através de farinhas animais.
Aplicação da Instrução Normativa no.
15 de 30 de outubro de 2003:
Quanto ao local e construções,
processamento: não inclusão de
animais mortos, processamento a 133º
C, 3 bars e 20 min., não canibalismo,
etc.
embalagens, selos, documentação e
registro, POP's, higiene e manuais de
produção.
É importante obter farinhas animais de
produtores que tenham certificação de
qualidade, que contemplem a norma
estabelecida pelo Mapa.
41
42
43
44
45
46
47
LEITE DESIDRATADO E DERIVADOS DO
LEITE
- Leite desnatado em pó
- Obtido pela desidratação de leite
desnatado
- Rico em riboflavina
- Pobre em vitaminas lipossolúveis
Indicado para rações pré-iniciais de leitões:
Único glicídio digestível nesta idade
Permite a instalação de flora intestinal
desejável
- Composição:
- Proteína: 34%
- Lactose: 51%
- Minerais: 8%
- Gordura: 1%
- Umidade: 6%
- Obtido pela desidratação do leite integral
- Indicado para uso em rações pré-iniciais
- Tem custo mais elevado
Composição:
- Proteína: 25%
- Lactose: 37%
- Gordura: 26%
- Umidade: 6%
- Matéria mineral: 6%
3. Soro de leite em pó48
- Obtido pela desidratação do soro de leite
- Rico em vitaminas hidrossolúveis
(especialmente a B2)
- Pobre em vitaminas lipossolúveis
- Recomendado como fonte de lactose
para leitões (produção de ácido lático)
- Prebiótico para rações pré-iniciais de aves
Composição:
- Proteína: 10%
- Lactose: 71%
- Gordura: 1%
- Umidade: 6%
- Matéria mineral: 12%
COMPRA DE INGREDIENTES
• Matrizes nutricionais com composição
nutricional mais próximas possível daquela
que será utilizado na dieta.
- tabelas ® variabilidade alta
Ex. farinha de carnes e ossos:
- média de 2,51% de Lys – CV 19,9%
- média de 0,68% de Met – CV 23,5%
• Soja: diferenças de até 7% no nível de
aminoácidos sem apresentar relação com o
nível de proteína
49
50
“Milho é milho”?!
Amido
Energia metabolizável
Densidade
Micotoxinas
Pode ser caracterizado pelo seu grau de
digestibilidade (Englyst e Hudson, 1996;
Englyst e Kingmann, 1990):
Amido imediatamente digerido
Amido lentamente digerido
Amido resistente - RS (Brown, 1996)
RS1: Não disponível fisicamente
RS2: Não disponível devido a sua
estrutura química
RS3: Amido retrogrado
• O amido não é homogêneo. Sua
composição pode variar
consideravelmente.
• A digestibilidade do amido pode ser tão
baixa quanto 75%.
• Esta diferença está por conta do tipo de
amido (resistências).
• Resistente por razões de acessibilidade. É
fisicamente inacessível (preso a fibra).
• Depois da moagem e da peletização, uma
parte do endosperma segue intacta.
• Muitas células passam pelo trato
digestório sem ser expostas aos sucos
digestivos.
• Pode ser fermentado no intestino grosso
ou ceco.
• “Necessita de Xilanase”
51
DENSIDADE DO MILHO
52
53
54
Prevenção e Controle de Micotoxinas
• Boas Práticas Agrícolas;
• Cultivares mais resistentes à
contaminação fúngica na pré-colheita;
• Tratamento dos grãos com ácidos
orgânicos, como ácido sórbico, propiônico,
acético e fórmico e seus sais de sódio,
cálcio ou potássio
• Uso correto do secador;
• Remoção física dos grãos ardidos;
• Uso de solventes;
• Processamento físico;
• Uso de Adsorventes de Micotoxinas nas
rações;
• Monitoramento dos lotes de
ingredientes e produto acabado
Proteínas de origem vegetal estão
relacionadas:
- ao conteúdo indesejável de alcalóides,
- inibidores tripsínicos
- proteínas globulares imunologicamente
ativas (glicinina, ß-conglicinina e um
composto aromático, o benzil-isocianato)
55
- Produzem espessamento da parede
intestinal e aumento da velocidade de
passagem dos produtos da digestão,
prejudicando a absorção dos nutrientes no
intestino
tratamento hidrotérmico ® combinação
do uso de
calor, umidade e pressão
Finalidade do processo:
- Desativar e eliminar os fatores
antinutricionais (ex.: inibidores de tripsina,
lectinas, lipase, lipoxigenase e
polissacarídeos não amiláceos)
- Atribuir ao produto o máximo de
digestibilidade e palatabilidade;
- Entretanto, pode provocar reação de
Maillard e desnaturação protéica pelo
excesso de calor® perda da função
biológica
Controle de qualidade da soja integral
processada fornece informações sobre:
- a inativação dos fatores antinutricionais
- efeitos do aquecimento sobre a qualidade
da proteína.
A atividade ureática da soja é um teste que
indica a presença de fatores tóxicos, como
os inibidores da tripsina.
A solubilidade da proteína em KOH avalia o
grau de processamento da soja. ®
subaquecimento e superaquecimento.
56
57
6 - ADITIVOS58
• Difícil conceituação genérica
• São substâncias adicionadas
intencionalmente às rações com o
objetivo de conservar, intensificar ou
modificar as suas propriedades
químicas, sem prejuízo
ao seu valor nutritivo (Lei 6198 de
26/12/1974).
• Crença: Toda substancia sintética
adicionada ao alimento é prejudicial à
saúde e toda substância natural é
benéfica.
• Atualmente há 22 aditivos aprovados
pela legislação brasileira para utilização
nas rações animais
▪ Classificação • Quanto ao metabolismo: nutriente e nãonutrientes • Quanto à origem: naturais e sintéticos • Quanto à função:
Aditivos que influenciam a estabilidade do alimento, seu processamento ou propriedades físicas e nutritivas:
Antifúngicos, antioxidantes e aglutinantes
Aditivos que modificam o crescimento animal,a eficiência alimentar, o metabolismo e seu desempenho:- Flavorizantes e aromatizantes- Modificadores da digestão:
Enzimas
Aditivos que modificam o estado de saúde doanimal:- Drogas- Imunomoduladores
Aditivos que alteram a aceitação do produtopelo consumidor:- Xantofilas
• CONDIÇÕES PARA O USO DOS
ADITIVOS
- Intensidade de produção
- Forma de utilização
- Uso combinado de aditivos
- Período de carência
- Não deixarem resíduos nos produtos
animais
- Serem biodegradáveis
- Relação custo: benefício
• ADITIVOS NÃO NUTRIENTES -
nutracêuticos
Enquadram em 4 categorias, com as
seguintes funções:
- Assegurar que os nutrientes sejam
ingeridos,
digeridos, preservados na luz intestinal,
absorvidos e utilizados
- Alterar o metabolismo animal
(crescimento
mais rápido, maior conversão,
qualidade do59
produto, etc.)
- Assegurar a saúde do animal e do
homem
- Preservar alimentos e nutrientes
durante a
estocagem.
1. Aglutinantes ou ligantes
Propriedade de aglutinação (peletização)• Bom poder aderente• Alto poder de lubrificação• Inerte• Economicamente viável
Bentonita (2,5%)Hemicelulose (2,5%)Caulim (1-2,5%)LigninasPentoses (5%)Sebo e outros lipídeos (até 5%)Gomas vegetais, etc.
2. Aromatizantes/palatabilizantes
• Os aromatizantes artificiais ou
naturais, conferem o aroma ao produto
destinado à alimentação, melhorando
sua aceitação e, consequentemente,
estimulando o seu consumo pelo
animal.
• Provocam as atividades de secreção
das
glândulas, favorecendo o
aproveitamento do
alimento pelo organismo.
• Criam um aroma especifico
Exaltam um aroma já existente
Mascaram ou modificam um aroma
• O palatabilizante tem a função de
melhorar o
paladar dos produtos, estimulando o
seu consumo.
• Alguns produtos podem ter ambas as
funções
(aromatizante e palatabilizante).
▪ ENZIMAS
“Como são utilizadas nas rações?”
• São divididas em dois grupos:
- Enzimas endógenas: são destinadas a complementar as próprias enzimas digestórias (proteases, amilases, lipases, etc.).- Enzimas exógenas: são enzimas que as aves não podem sintetizar (glucanase, pentosanas, galatosidase, fitase, xilanase, etc.)
• As enzimas exógenas apresentam 4 formasprincipais de atuação: - provocando a ruptura das paredes celulares das fibras; - reduzindo a viscosidade, devido à fibra solúvel, na digesta do intestino proximal; - degradando as proteínas, por exemplo, do farelo de soja, reduzindo os efeitos dos fatores antinutricionais tais como os inibidores de protease, e tornando-os mais disponíveis ao animal;
60
- suplementando a produção de enzimas endógenas do animal, cuja ação é mais importante em animais jovens.
Grupos de enzimas disponíveis no mercado
1. enzimas para alimentos com baixa viscosidade (milho, sorgo e soja).2. enzimas para alimentos de alta viscosidade (trigo, centeio, cevada, aveia, triticale e farelo de arroz).3. enzima para degradar o ácido fítico dos grãos vegetais.
Enzimas, substratos e efeitos das enzimas utilizadas em dietas para suínos e aves
FITASE
Reduzir excreção de fósforo;Impacto ambiental;Custo do P na dieta;
61
62
QUANDO USAR AS ENZIMAS?
• Animais jovens - TGI imaturo• Redução de custos• Meio ambiente• Matérias primas alternativas
4. Antioxidantes
São substâncias que visam evitar a
autooxidação
dos alimentos, preservando o alimento,
retardando a sua deterioração,
rancificação e
perda de coloração devido a oxidação.
A oxidação de óleos e gorduras provoca
odor e
paladar desagradáveis e torna os
alimentos
63
menos nutritivos. Além de gorduras, os
pigmentos e vitaminas ficam sujeitos a
oxidação
quando em contato com o ar.
A ação dos antioxidantes pode ser
explicada por
um ou mais dos seguintes mecanismos:
• Doação de H pelo antioxidante;• Doação de elétrons pelo antioxidante;• Incorporação do lipídeo ao antioxidante;• Formação de um complexo entre o lipídeo e oantioxidante.
A vitamina E e o ácido ascórbico são
exemplos de
antioxidantes naturais, enquanto que
BHT, BHA
e Etoxiquim são exemplos de
antioxidantes
sintéticos.
5. Antifúngicos
As infeções fúngicas podem atingir os
animais das
seguintes formas:
- parasitando os alimentos no campo, antes dacolheita- infectando os alimentos durante a estocagem,após a colheita- infectando as misturas prontas- infectando diretamente o trato gastrointestinalou respiratório dos animais.
Exemplos: acido propiônico e seus sais,
formaldeído, diacetato de sódio, acido
sórbico e
64
violeta de genciana.
Após a contaminação dos alimentos porfungos, pouco pode-se fazer; mesmo queelimine-se o fungo suas toxinas permanecerão MICOTOXINAS.
• Podem ser transferidas ao homem via leite, carne e ovos.
• Leite: percentualmente mais toxina pode ser transferida.
6. Agentes sequestrantes de micotoxinas – adsorventes (atualmente MAPA: antimicotoxinas)
Os adsorventes são substâncias que
não são absorvidas no trato
gastrointestinal e tem a capacidade de
ligar-se a micotoxinas de modo a
transportá-las sem absorção para fora
do TGI e, consequentemente
impedindo a intoxicação por
micotoxinas.
Os aluminosilicatos, bentonitas e
ananoligosacarídios são considerados
adsorventes.
As principais micotoxinas são:
- Aflatoxinas: B1, B2, G1, G2, M1 – produzidas por Aspergillus flavus e Penicillium, sendo bastante comuns.- Zearalenonas e Tricotecenos: produzidas por fungos do gênero Fusarium- Ocratoxinas: produzidas por Aspergillus ochraceus
Efeito de aluminossilicato de cálcio e
sódio hidratados
(HSCAS) e bentonita sódica para
frangos que
receberam aflatoxina nas rações.
7. Corantes e pigmentantes
Diferença entre colorante e
pigmentante: os
primeiros são adicionados aos produtos
ou
alimentos e os segundos são ofertados
ao
animal, absorvidos e depositados em
tecidos e
produtos (carcaça, ovo, leite, etc.)65
- Urucum, colorau, Pimentão vermelho
(páprica),
açafrão, Cravo de defunto, etc.
- Outros carotenóides presentes em
forragens
(alfafa), cereais (milho, glúten de
milho), etc.
8. Antiestressantes e tranqüilizantes
Utilizados em condições
desconfortáveis: muda
das aves, estresse calórico,
deslocamento de
animais, quarentenas, adaptações,
mudanças de
ambiente, mudanças de manejo,
desmama.
9. Acidificantes
São ácidos orgânicos ou inorgânicos
adicionados
à dieta, visando redução do pH do trato
digestivo com objetivo de facilitar a
digestão e
controlar a flora microbiana. A
quantidade de
acidificante a ser adicionada à ração
depende do
seu pH e de sua capacidade
tamponante.
Dos diversos ácidos orgânicos utilizados
na
alimentação animal o ácido fumárico e
o
ácido cítrico são os mais utilizados,
enquanto
o ácido fosfórico é o ácido inorgânico
mais
comum.
Legislação Européia de aditivos –
directiva
70/524/CEE: os acidificantes devem ser
usados como conservantes e não como
promotores do crescimento.
Modo de ação:
a. acidificação da dieta pode reduzir o
pH estomacal e aumentar a ação da
pepsina na digestão de peptídeos;
b. Com a redução do pH estomacal há
redução na
taxa de esvaziamento do estômago,
aumentando
a digestão de peptídeos;
c. Essa redução de pH no estômago
pode reduzir a proliferação de
patógenos;
66
d. Os ácidos orgânicos e inorgânicos
podem aumentar a conservação dos
ingredientes e
rações.
10. Anticoccidianos
São produtos que adicionados aos
alimentos
com a finalidade de prevenir a
coccidiose,
podendo ser ionóforos, químicos e suas
associações. Os ionóforos provocam o
desequilíbrio osmótico das Eimérias,
com
maior perda de energia na bomba de
Na-K,
ocorrendo sua vacuolização.
Atuam geralmente na fase inicial de
vida das
Eimérias podendo ser coccidiostáticos
e/ou
coccidicidas.
11. Promotores de crescimento
São compostos sintéticos orgânicos,
compostos
químicos ou elementos inorgânicos
simples
administrados em pequenas
quantidades com a
finalidade de melhorar a taxa de
crescimento
e/ou a conversão alimentar.
A flora intestinal dos animais não
ruminantes
consta de cerca de 1014
microorganismos vivos.
O equilíbrio da microflora intestinal
baseia-se em
conseguir uma relação mais ou menos
estável
de dominância dos microorganismos
não
patogênicos sob os microorganismos
patogênicos capazes de induzir uma
resposta
imunitária vigorosa.
Causas da alteração da microflora intestinal:
- A composição em nutrientes/ingredientes dadieta;- As características físicas da dieta;- As situações de estresse (principalmenteestresse imunológico);- A sanidade ambiental;- A carga microbiana da dieta.
67
No grupo dos promotores podem
existir
substâncias cujo o efeito seja de pró-
nutriente
como antimicrobianos e
quimioterápicos ou
ainda de repartidores de energia como
o
hormônio de crescimento e os beta-
agonistas,
os quais tem atividade especifica no
metabolismo da proteína e da gordura.
Definição: São princípios ativos
derivados de
substâncias bacterianas, utilizados em
doses
bastante reduzidas, que não sejam
recomendados para a terapêutica
humana ou
animal, biodegradáveis, não terem ação
mutagênica para bactérias, sem
acumular
resíduos no organismo animal ou
humano.
Atuam somente contra bactérias Gram-
positivas.
“Antimicrobianos como Aditivos Melhoradores daEficiência em Animais de Produção"
A decisão de banimento dos aditivos
antibióticos
nas rações de aves com base na
transferência
de resistência bacteriana a antibióticos
de
animais para o homem é, até este
momento,
totalmente carente de comprovação
científica.
11. 1. Antibióticos
- O Brasil define as normas de inspeção e fiscalização de produtos destinados à alimentação animal através da lei 6.198 de 26-12-74 e seu subsequente decreto 76.986 de 06-01-76.
- Instrução normativa (IN) 10 27/4/2001, proíbe da importação ao uso de substancias anabolizantes para fins de crescimento e ganho de peso de bovinos de abate;
- Portaria 193, de 12-5-98, que dispõe de instruções de registro e trata da vedação ao uso de cloranfenicol, tetraciclinas, penicilina e sulfonamidas sistêmicas;
- Portaria 31, de 29/01//2002, que proíbe produtos à basde arseniacais e antimoniais para uso em rações visando a melhoria ou promoção do crescimento;
- Portaria 38, de 08/05/2002, que proíbe o uso, fabricação e importação de cloranfenicol e nitrofuranos na pecuária nacional, revogada pela IN 9 de 27/6/2003, que proíbe o uso
68
veterinário e suscetível dessas substâncias;
- IN 17 de 18/6/2004, que proíbe a administração por qualquer meio na alimentação e produção de aves de substâncias hormonais e de beta-agonistas;
- IN 11 de 24/11/2004, que proibiu o uso de Olaquindox como aditivo promotor de crescimento em animais produtores de alimentos. Em adição existe o oficio circular19/98 de 16/11/ que suspende o uso de Avoparcina.
Antibióticos ainda permitidos:
Avilamicina e
Flavomicina.
A retirada destes aditivos da
alimentação dos
frangos resultará nas seguintes perdas:
-menor peso final;-maior coeficiente de variação de peso dentro dolote;-pior conversão alimentar-aumento na taxa de mortalidade final.
Modo de ação:
- Estimulam a proliferação de microorganismossintetizadores de nutrientes e inibem ocrescimento dos competidores- Inibem a proliferação de microorganismosprodutores de amônia- Sendo menos agredida, a parede intestinal
diminui de espessura e aumenta a absorção- Aumento no consumo de água e alimento ,como resultado final.
Eficiência dos antibióticos como
promotores de
crescimento para suínos:
IMPACTO DA REMOÇÃO DOSANTIBIOTICOS COMO PROMOTORES DECRESCIMENTO DAS RAÇÕES AVÍCOLAS
Mito x Fatos
Mito
Há um forte senso comum de que a banimento dos promotores de crescimento avícolas poderá causar:• Perda de produtividade avícola por: - Redução no ganho de peso, efeito negativo na conversão alimentar e aumento da mortalidade
Fatos
69
Os dados de produção são muito variáveis; vão de nenhum a 20%, dependendo de: • Base alimentar;• Práticas de manejo;• Controle ambiental;• Uso de produtos alternativos;
70
71
ALTERNATIVAS PARA A REMOÇÃO DE ANTIBIÓTICOS COMO PROMOTORES
DE CRESCIMENTO DAS RAÇÕES DE FRANGOS
• Uso de uma ração (dieta) apropriada;
• Controle das condições ambientais de
criação;
• Probióticos/Prebióticos/Simbióticos;
• Enzimas;
• Óleos essenciais e especiarias.
11. 2. Probióticos
Os probióticos são misturas de
bactérias e/ou
leveduras vivas que são fornecidas
através das
dietas com o objetivo de estabelecer
uma
microflora desejada para competir com
bactérias
deletérias no intestino.
Existem vários probióticos comerciais
disponíveis
para inclusão nas dietas contendo
microorganismos pertencentes aos
gêneros
Streptococcus, Lactobacillus, Bacillus e
Saccharomyces.
▪ PROBIÓTICO
• Devem promover um desequilíbrio na
microflora gastrointestinal, reduzindo
as
bactérias indesejáveis e favorecendo a
colonização das desejáveis.
- Redução da competição direta pelos
nutrientes entre a bactéria e o
hospedeiro.
- Redução da produção microbiana de
metabólitos tóxicos como aminas,
amônia e endotoxinas que afetam o
72
epitélio gastrointestinal e impedem a
absorção de nutrientes.
- Aumento da atividade enzimática a
nível gastrointestinal (fosfatases e
dipeptidases).
- Aumento da absorção de aminoácidos
e minerais (Mn).
- Redução da espessura da parede
intestinal.
Efeitos benéficos no desempenho animal
após colonização do trato digestivo
- Síntese de enzimas digestivas e
vitaminas.
- Inibição da proliferação de bactérias
patogênicas ou microrganismos não
úteis por competição, produção de
ácidos orgânicos.
- Produção de metabólitos que
neutralizam ou inibem as toxinas das
bactérias patogênicas.
- Aumento da imunidade da mucosa
intestinal.
• Restauração da flora intestinal normal.
• Mais de 40 microrganismos podem ser utilizados.
• Os mais utilizados são o Lactobacillus sp (L. acidophillus), Streptococcus faecium, Bacillus toyoi e Saccharomyces sp.,
Efeitos da melhoria da microflora
intestinal sobre o animal de produção:
USO ESTIMULADO NOS ÚLTIMOS ANOS
• Preocupação com o uso tradicional deantibióticos promotores de crescimento• Riscos de desenvolvimento demicrorganismos resistentes• Pressão de grupos de consumidores quetêm restrições em consumir carne deanimais criados com rações medicadas.
73
74
▪ PREBIÓTICO
Definição:
• Ingredientes não digeridos pelas
enzimas digestivas normais, mas que
75
atuam estimulando e alimentando
seletivamente o crescimento e/ou
atividade de bactérias benéficas no
intestino.
• Estimulam o crescimento e/ou ativam
o metabolismo de algum grupo de
bactérias benéficas do trato intestinal.
• Agem intimamente relacionados aos
probióticos; constituem o “alimento”
das bactérias probióticas.
• A mistura de probióticos e prebióticos
tem sido referida como “simbióticos”.
• A adição contínua de simbióticos tem
por objetivo, reduzir a incidência de
enterites (Salmonella, Clostridium,
Campylobacter), melhorando a
absorção de nutrientes.
Os prebióticos são carboidratos não
digestíveis
que estimulam o crescimento e/ou a
atividade de
um limitado número de
microorganismos capazes
de proporcionar um ambiente
intestinal saudável ao hospedeiro
(Gibson & Roberfroid, 1995). Entre os
prebióticos que têm sido mais
estudados como
aditivos em alimentação animal estão:
- frutoligossacarídeos (FOS)- glucoligossacarídeos (GOS)- mananoligossacarídeos (MOS).
Fonte: Rev. Eletr. Nutritime, 2008.
• Estimulam flora benéfica: FOS, GOS.
• Imunoestimulantes: MOS,
nucleotídeos.
• Adsorventes de patôgenos: MOS.
• Adsorventes de micotoxinas: B
Glucanos e Bentonitas.
MECANISMO DE AÇÃO
1- Adsorção de bactérias patogênicas.2- Melhoria da saúde da parede intestinal.3- Estímulo à modulação imunogênica.
Alternativas aos promotores do crescimento:
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Os aditivos fitogênicos, extratos herbais
e
vegetais, fazem parte de uma classe de
produtos
que poderá substituir os agentes
antimicrobianos.
Como opção, destaca-se o extrato de
orégano,
por ser composto de dois principais
fenóis com
propriedades antimicrobianas: o
carvacrol e o
thymol, que agem sobre a membrana
celular
bacteriana, impedindo sua divisão
mitótica,
causando desidratação nas células e
impedindo a
sobrevivência de bactérias patogênicas.
Definição
“Preparação obtida pelo tratamento de
tecido
vegetal com um solvente, afim de
retirar os
componentes odoríferos, desejáveis.”
Blakiston, 1982
Utilidades
Os extratos vegetais e seus
componentes
representam uma alternativa para a
substituição
dos antibióticos promotores de
crescimento.
Maior conhecimento de seu modo de
ação,
estabilidade, toxidade e eficácia
zootécnica para que possam ser
utilizadas na indústria de produção
animal com maior confiabilidade e
melhor relação custo-benefício.
77
78
79
7- EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS
1. Mantença ou manutenção: substituição somente do que foi perdido pelo organismo – quantidades fixas e proporcionais ao tamanho do animal:
Energia para funções vitais Proteína para repor os tecidos corporais Minerais para reparar as perdas Vitaminas envolvidas nas rotas metabólicas Água
2. Produção:
2.1. Crescimento – hiperplasia e hipertrofia dependentes do potencial genético Û expressa seu potencial se suas exigências nutricionais forem atendidas
Necessidade de proteica é elevada Energia para síntese de tecidos Vitaminas e minerais Água (75-80% no músculo)
2.2. Engorda – “acabamento” final para o abate – deposição de gordura intramuscular Û melhorar a maciez, a suculência e o sabor das carnes
Altos níveis de energia Nível de proteína não é crítico
A preocupação não é apenas elaborar uma fórmula de ração de custo mínimo. O mais importante é obter uma fórmula que permite a produção de carne e ovos a custo mínimo!
PARA “DOMINAR BEM” A CIÊNCIA NUTRICIONAL É NECESSÁRIO:
Conhecer a bioquímica dos nutrientes Conhecer a fisiologia da espécie a qual o estudo se destina, mais
especificamente a fisiologia digestiva Conhecer o valor nutritivo de cada alimento potencialmente utilizado Conhecer as necessidades nutricionais de cada espécie Descobrir novos nutrientes
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As exigências de diferentes nutrientes são geralmente oriundas de experimentos no qual aves e suínos de uma determinada idade são gradualmente suplementados com níveis crescentes do nutriente a ser estudado, sendo o nível que produzir máximo crescimento aquele considerado nível de exigência e é expresso em uma concentração fixa da dieta.
TABELAS DE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS:
NRC - National Research Council ARC - Agricultural Research Council. EMBRAPA - Tabela de Composição Química e Valores Energéticos de Alimentos para Suínos e Aves UFV - Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos
e exigências nutricionais
GRANDES AVANÇOS NA NUTRIÇÃO DE AVES E SUÍNOS:
Consideração dos valores de EM dos alimentos
Valores de P disponível Exigências de aminoácidos e não apenas por proteína bruta
-digestibilidade de aminoácidos- conceito de proteína ideal
Existem vários fatores que podem alterar as exigências nutricionais das aves e suínos:
raça, linhagem sexo consumo de ração nível energético da ração disponibilidade dos nutrientes temperatura ambiente, umidade do ar estado sanitário
GENÉTICA
Nos últimos 45 anos, a seleção genética foi responsável por 85 a 90% dos avanços na capacidade produtiva dos frangos.
As diferenças entre linhagens comerciais de suínos são mais proeminentes do que as de frangos.
Seleção genética foca critérios relacionados à qualidade da carcaça, como a quantidade e a qualidade da gordura e carne produzidas.
Assim, a moderna suinocultura trabalha com animais de linhagens especializadas para produção de maior rendimento de carne na carcaça.
81
82
A sexagem feita pela velocidade do empenamento é uma característica que foi incluída artificialmente no frango de corte moderno na qual o empenamento dos machos é muito mais lento do que o das fêmeas.
Formação das penas é um processo de custo energético mais elevado do que os demais tecidos protéicos em que a treonina e os aminoácidos sulfurados estão envolvidos.
A medida que a taxa de potencial de crescimento de frangos de corte aumenta devido a seleção genética, as exigências por aminoácidos e energia também aumentam, mas estas não aumentam na mesma proporção. A exigência aminoacítica aumenta proporcionalmente mais rápido do que a exigência por energia, logo uma maior relação aminoácido: energia é necessária para linhagens de crescimento rápido (Gous, 1998).
A conseqüência mais importante no fornecimento de dietas marginalmente deficientes em algum aminoácido é o da ave consumir um excesso de energia na tentativa de obter um consumo compensatório, e esta energia ser depositada como lipídio. Outro fator que deve ser levado em conta é que a medida que a taxa de crescimento relativa tem sido aumentada a temperatura de conforto ambiental pode estar reduzindo. A produção de calor pela ave aumenta a medida que aumenta o consumo, logo dietas com uma baixa relação nutriente: energia pode levar a um decréscimo na temperatura de conforto. Assim, em um ambiente de
83
clima quente, o efeito de uma deficiência marginal de um nutriente seria mais severa do que em um ambiente mais ameno.
Se uma ave é selecionada para maior taxa de crescimento e seu consumo de ração aumenta proporcionalmente, é, portanto, possível que o consumo absoluto de um aminoácido possa ser mantido a um nível que sustente o crescimento máximo sem que o nutricionista tenha que aumentar a concentração do aminoácido na dieta. Isto pode explicar porque cientistas não encontram sempre um aumento na exigência de aminoácidos (expressa como concentração na ração) quando as aves são selecionadas para crescimento rápido.
Nos estudos das exigências nutricionais a temperatura ambiente interfere no desempenho de frangos de corte e suínos.
Em virtude do menor consumo de ração, causado pela menor exigência de energia das aves, criadas sob condições de temperatura ambiente acima de 21°C
No caso de galinhas poedeiras e de reprodutoras pesadas foi determinado que as exigências energéticas variam em 2 kcal de EM para cada quilo de peso corporal, para cada 1°C acima ou abaixo de 21°C de temperatura ambiente.
Esta correção seria adequada até a temperatura ambiente média de aproximadamente 27 C.
84
Diferenças no metabolismo de aminoácidos entre as linhagens Þ definição de níveis aminoacídicos ideais diferenciados por linhagem.
PARTIÇÃO ESQUEMÁTICA DA ENERGIA NO ORGANISMO
A energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM) expressas em Kcal/kg de ração são as principais formas utilizadas para expressar as necessidades de energia para suínos.
O nível energético influencia diretamente o consumo de ração - aves e suínos atendem primariamente suas exigências nutricionais de energia:
Consumo de ração com baixo conteúdo energético: consomem ração em maiores quantidades, podendo assim estar ingerindo maiores quantidades de aminoácidos e outros nutrientes, acima de sua exigência, sem nenhum benefício para produção, e podendo ser
85
A energia não pode ser medida diretamente, mas pode ser estimada a partir da oxidação completa dos alimentos – bomba calorimétrica
Energia bruta dos nutrientes: _Proteína = 4,06 Kcal/ grama
_Gorduras e óleos = 9,02 kcal/grama
_Carboidratos = 3,82 Kcal/grama
Unidades de medida:- cal/ g- kcal/ g- kcal / kg- Mcal/kg- Joule (J) = 1,0 J = 0,239 cal ou 1,0 cal = 4,18 J.
prejudicial ao desempenho esperado com a dieta empregada. Consumo de ração com alto conteúdo energético: da mesma forma, efeitos indesejáveis podem ocorrer quando suínos consomem pequenas quantidades de ração, devido ao alto conteúdo energético, limitando o consumo de outros nutrientes.
Relação entre o nível de energia da ração e dos demais nutrientes, principalmente dos aminoácidos digestíveis.
Os níveis de energia da ração devem respeitar as fases de desenvolvimento dos animais.
NÍVEIS DE PROTEÍNA
A redução do excesso de nutrientes nas rações avícolas sobre o meio ambiente, têm sido obtidos com rações contendo níveis mais baixos de proteína, mantendo-se os níveis recomendados dos aminoácidos essenciais.
Os níveis dos aminoácidos devem ser bem aproximados dos níveis recomendados, evitando-se excessos.
De modo geral, nos níveis protéicos recomendados, as exigências de arginina, de glicina + serina, de valina, de isoleucina, de leucina, de histidina e de fenilalanina + tirosina são normalmente satisfeitas.
redução dos custos mediante a diminuição dos níveis de proteína bruta. redução da quantidade de N excretado, calculada em 8% para cada
ponto percentual reduzido no conteúdo de PB.
AMINOÁCIDOS SINTÉTICOS
1. Métodos de Produção:
Síntese Química (DL-Metionina, HMTBa) Síntese Fermentativa (L-Lisina, L-Treonina, L-Triptofano,...) Hidrocloreto de L-Lisina (78% de L-Lisina) Sulfato de L-Lisina (48 a 52% de L-Lisina) L-Treonina 98% L-Triptofano 98% DL-Metionina 98 a 99% Metionina Análoga Líquida (88% de HMBa) Metionina Análoga pó (84% de sal cálcico de HMB) Glutamina 98% (uso em suínos, propriedades funcionais)
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PROTEÍNA IDEAL
Proteína que possui um balanço de aminoácidos essenciais que atendem exatamente às exigências das aves, juntamente com nitrogênio suficiente, proveniente de aminoácidos não-essenciais, para permitir a síntese de todos os aminoácidos não-essenciais
Perfil ideal de aminoácidos para frangos de corte :
A proteína ideal pode ser definida como o balanço exato dos aminoácidos, sem deficiências ou sobras.
O objetivo no uso da proteína Ideal é atender a exigência de todos os aminoácidos para mantença e ganho de proteína corporal.
A proteína Ideal reduz o uso de aminoácidos como fonte de energia e diminui a excreção de nitrogênio.
O aminoácido lisina foi escolhido como referencia (Padrão = 100) por ser utilizado principalmente para a síntese de proteína.
As exigências dos outros aminoácidos essenciais são expressas como porcentagem da lisina.
Esta proposta também permite manter uma proporcionalidade entre todos os aminoácidos da dieta.
A lisina foi escolhida como o aminoácido referência pelas seguintes razões:
é o primeiro aminoácido limitante para suínos e o segundo para aves (dietas a base de milho e farelo de soja);
87
trata-se de um aminoácido estritamente essencial; é de análise relativamente simples; não é exigida para mantença; sua exigência é bastante conhecida; existe muita informação sobre sua concentração e disgestibilidade nos
ingredientes; sua suplementação é economicamente viável.
EXIGÊNCIA DE LISINA
EXIGÊNCIA DE SULFURADOS
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EXIGÊNCIA LÍQUIDA DE LYS (mg/d)
EXIG. LÍQUIDA DE MET+CYS (MG/D)
IDADES (DIAS)
IDADES (DIAS)
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNA IDEAL P/ FRANGOS DE CORTE*
*recomendações baseadas em relações entre aminoácidos digestíveis verdadeiras
89
Dig. Total90,7%
Lys: 1,295%
ETAPAS P/ DEFINIÇÃO DO PERFIL IDEAL
Definir:
o nível de Lisina; as relações com os demais aa ; o nível de Proteína Bruta (?).
Não esquecer:
da matriz nutricional; da qualidade da mistura; do qualidade dos ingredientes, manejo, sanidade, ...
90
88%
Digestível Total
Relação AAS:Lys x Desempenho (14 a 35 dias de idade)
AAS:Lys Gan Peso (g) CAlim (g/g)
.50:1 1180 b 1.84 a
.62:1 1336 a 1.70 b
.69:1 1381 a 1.65 bc
.77:1 1372 a 1.63 c
Prob <.001 <.001
Vieira et al., 2004
VITAMINAS
pequenas mudanças nos últimos anos (NRC, 1994) as aves são submetidas a diversos fatores estressantes que podem
aumentar suas exigências em vitaminas atendimento de objetivos específicos: melhoria do sistema imunológico qualidade dos produtos enriquecimento de ovos comerciais com vitaminas Þ função
nutritiva/funcional.
NUTRIÇÃO VITAMÍNICA ÓTIMA
Nutrientes clássicos Þobjetivos de produção
Nutracêuticos Þ saúde e bem-estar das aves
Moduladores imunes Þ resposta imune
91
Tabela 1 – Principais funções metabólicas e fisiológicas das vitaminas
92
TABELA 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais.
1 – 21 dias 22 – 42 dias
Ingredientes
Milho, grão 64,557 65,672
Farelo de soja, 45% 30,070 26,953
Fosfato bicálcico 1,845 1,494
Calcário 0,773 0,765
Bicarbonato de Sódio 0,412 0,00
Inerte (caulin) 0,700 0,700
Óleo de soja 0,193 3,200
Sal comum 0,300 0,300
Dl-Metionina, 98% 0,351 0,281
L-Lisina HCl, 78% 0,450 0,368
L-Treonina 98% 0,178 0,118
L-Triptofano 0,020 0,00
L-Arginina 99% 0,00 0,00
Suplemento mineral1 0,050 0,050
Supl. Vitamínico2,3 0,100 0,100 Total 100,00 100,00 Valores calculados
PB (%) 20,00 18,500
EMA (kcal/kg) 2947 3170
Met + Cis, dig (%) 0,890 0,790
Lisina, dig (%) 1,240 1,100
Triptofano, DIG (%) 0,230 0,193
Treonina, dig (%) 0,810 0,710
Arginina, dig (%) 1,30 0,150
Cálcio (%) 0,870 0,770
Fósforo disponível(%) 0,450 0,380
Sódio (%) 0,270 0,157
Cloro (%) 0,214 0,214 1 Suplemento mineral ® (Conteúdo por kg de premix): Ferro 100.000 mg; Cobre 16.000 mg; Iodo 2.400 mg; Zinco
100.000 mg; Manganês 140.000 mg; Selênio 400 mg; Veículo q.s.p. 1.000 g. 2 Suplemento Vitamínico Inicial ® (Conteúdo por kg de premix): Vit. A 7.000.000 UI; Vit. D3 2.200.000 UI; Vit.E
11.000 mg; Vit. K3 1.600 mg; Vit. B1 2.000 mg; Vit. B2 5.000 mg, Vit. B12 12.000 mcg; Vit. B6 3.000 mg, Niacina 35.000 mg; Ácido Pantotênico 13.000 mg; Ácido Fólico 800 mg; Antioxidante 100.000 mg; Veículo q.s.p. 1.000g.
3 Suplemento Vitamínico Crescimento ® (Conteúdo por kg de premix): Vit. A 6.000.000 UI; Vit. D3 2.000.000 UI; Vit.E 10.000 mg; Vit. K3 1.600 mg; Vit. B1 1.400 mg; Vit. B2 4.000 mg, Vit. B12 10.000 mcg; Vit. B6 2.000 mg, Niacina 30.000 mg; Ácido Pantotênico 11.000 mg; Ácido Fólico 600 mg; Antioxidante 100.000 mg; Veículo q.s.p. 1.000 g.
MINERAIS
Devem ser evitados altos níveis de cálcio e de fósforo nas rações de frangos de corte, que além de afetar o desempenho das aves, aumentam a contaminação do meio ambiente.
A relação Ca:P disponível deve ser mantida em 2:1 nos níveis recomendados.
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1. Suplemento mineral ® (Conteúdo por kg de premix): Ferro 100.000 mg; Cobre 16.000 mg; Iodo 2.400 mg; Zinco 100.000 mg; Manganês 140.000 mg; Selênio 400 mg; Veículo q.s.p. 1.000 g.
2.Suplemento Vitamínico Inicial ® (Conteúdo por kg de premix): Vit. A 7.000.000 UI; Vit. D3 2.200.000 UI; Vit.E 11.000 mg; Vit. K3 1.600 mg; Vit. B1 2.000 mg; Vit. B2 5.000 mg, Vit. B12 12.000 mcg; Vit. B6 3.000 mg, Niacina 35.000 mg; Ácido Pantotênico 13.000 mg; Ácido Fólico 800 mg; Antioxidante 100.000 mg; Veículo q.s.p. 1.000g.
3.Suplemento Vitamínico Crescimento ® (Conteúdo por kg de premix): Vit. A 6.000.000 UI; Vit. D3 2.000.000 UI; Vit.E 10.000 mg; Vit. K3 1.600 mg; Vit. B1 1.400 mg; Vit. B2 4.000 mg, Vit. B12 10.000 mcg; Vit. B6 2.000 mg, Niacina 30.000 mg; Ácido Pantotênico 11.000 mg; Ácido Fólico 600 mg; Antioxidante 100.000 mg; Veículo q.s.p. 1.000 g.
BIODISPONIBILIDADE
concentração ou conteúdo mineral total
quanto pode ser absorvido no intestino e usado pelas células e tecidos do animal.
MINERAIS ORGANICOS
Produtos biossintéticos ou combinados com aminoácidos, proteinatos, polissacarídeos, hidroxi-análogo de aminoácidos (em forma de complexo ou quelato, conforme a sua natureza) e se caracterizam por serem mais biodisponíveis e, portanto, menos excretáveis pelos animais.
Aminos / peptídeos são bons ligantes uma vez que eles tem dois pontos de leigações: amino e carboxilas.
– 1- A estrutura em anel protege o mineral de reações químicas indesejáveis no trato gastrintestinal.
– 2- Quelatos passam facilmente através da parede intestinal para a corrente sanguínea.
– 3- A absorção passiva é aumentada ao reduzir a interação entre minerais e outros nutrientes.
– 4- O mineral é oferecido ao animal da mesma forma que é encontrado no corpo.
– 5- Os quelatos são absorvidos através de vias diferentes da dos minerais inorgânicos.
– 6- Cada mineral no quelato facilita a absorção de outros minerais no quelato.
– 7- Os quelatos carream uma carga negativa, de forma que são absorvidos e metabolizados mais eficientemente.
– 8- A quelação aumenta a solubilidade e o movimento através membranas celulares.
– 9- A quelação aumenta a absorção passiva ao aumentar a solubilidade do mineral na fase aquosa e lipídica.
– 10- A quelação aumenta a estabilidade a um baixo pH.
– 11- Os quelatos são absorvidos pelo mecanismo de transporte dos aminoácidos.
BALANÇO ELETROLÍTICO94
Eletrólitos essenciais à manutenção da homeostase ácido-base são:sódio (Na+), potássio (K+) e cloro (Cl-).
“número de Mongin”, cujo valor expressa a quantidade e o balanço entre estes eletrólitos, sendo 250 mEq/kg ou 25 mEq/100g de ração para frangos de corte o valor considerado ideal.Ex. Milho
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96
97
98
Exig. de PB: 4,83 x 2,9Mcal/Kg
99
Programas de Alimentação para Frangos de Corte
tabelas de requerimentos nutricionais
genética, manejo, sanidade e meio ambiente
programas de alimentação
- 3 rações (inicial, crescimento e terminação)
- 4 rações com a inclusão de uma ração pré-inicial
- 5 rações com uma pré-inicial, duas de crescimento e terminação.
Exigências nutricionais de frangos de corte fêmeas são em geral 4 a 6 % inferiores às exigências dos machos
A formulação de rações diferenciadas para machos e fêmeas resulta em menores custos de alimentação e na economia proporcional de nutrientes importantes para o meio ambiente.
100
EFEITO DA ESTOCAGEM DOS ALIMENTOS OU RAÇÕES SOBRE SEU VALOR NUTRICIONAL
O valor nutricional dos alimentos ou rações pode ser alterado por diferentes fatores relacionados ao processamento ao qual o alimento foi submetido:
• Perda de vitaminas – carotenos e xantofilas;
• Destruição pelos microminerais;
• Destruição da riboflavina, piridoxina e vitamina C por ação da luminosidade;
• Redução do conteúdo de vitaminas A, D e E
• Tiamina é afetada pela estocagem prolongada
• Deterioração das gorduras, formando ácidos graxos livres e peróxidos, resultantes da oxidação, alterando a palatabilidade
• Deterioração de proteínas
• Destruição por insetos e fungos
• Em frangos a moagem é importante para homogeneidade da mistura e, entre outros aspectos, também o correto tamanho de partículas promove a economia de energia da trituração dos cereais.
101
• Tamanhos de partículas de milho entre 750 e 1000 mm ficam na faixa recomendada, sendo esse valor facilmente mensurado através do granulômetro
Tratamentos químicos e físicos como extrusão e peletização são utilizados no processamento de rações, com o objetivo de incrementar a eficiência de utilização de uma dieta, aproveitando melhor o potencial do animal.
• O processo de peletização consiste em submeter os alimentos a moagem e posteriormente a pressão, umidade e calor, de forma que consiga-se obter comprimidos (peletes), de vários tamanhos ou formas. Neste processamento muitas vezes utilizam-se ligantes (aditivos).
• Este processo pode ser definido como um “agrupamento de pequenas partículas em partículas de maior diâmetro, denominados peletes
Vantagens:
• Aumenta a densidade física de rações muito volumosas, reduzindo o custo de transporte e armazenagem.
• Aumenta o consumo da ração pelos animais
• Reduz a pulverulência de rações muito secas (evita os problemas respiratórios e facilita o manuseio)
• Elimina a seleção de ingredientes (particularmente em aves)
• Reduz o desperdício em comedouros
Desvantagens:
• Custos elevados (peletizadoras)
• Destruição pelo calor, umidade e pressão de parte das vitaminas e antibióticos adicionados à mistura (entre 10 - 20 %), necessitando de quantidades maiores destes aditivos.
• Problemas com alimentos com alto teor de lipídeos ( os pélets desmancham)
• Em ruminantes aumenta o tempo de passagem ruminal dos alimentos, diminuindo a digestibilidade neste local
Extrusão:
Consiste em submeter o alimento a variações de pressão abruptas, elevando a pressão interna do alimento e diminuindo a externa, o que causaria uma expansão da matéria .
A alta pressão, umidade e temperatura, em curto espaço de tempo distinguem a
extrusão de outros tratamentos tais como peletização, floculação ou tostagem
102
As rações e matérias-primas extrusadas promoveram aumento de peso e eficiência alimentar em animais e, em alguns casos, melhoraram significativamente a palatabilidade dos ingredientes ou rações.
O amido é gelatinizado Þ torna-se solúvel absorvendo grande quantidade
de água Þ melhor digestão enzimática devido a maior facilidade para absorção das enzimas
Durante o processo de extrusão Þ desnaturação proteica Þ altera a conformação da molécula
A proteína desnaturada é mais sensível à hidrólise pelas enzimas proteolíticas Þ digestibilidade e utilização Ý Processo benéfico Þ desnaturação parcial na molécula protéica
Inibição de fatores antinutricionais
minimização das reações de Maillard
retardamento na rancificação das gorduras
aumento na digestibilidade do óleo
diminuição nas perdas de vitaminas,
103
8 - PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO PARA POEDEIRAS E MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE.
PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO PARA POEDEIRAS
Atualmente:
poedeiras atingem a maturidade sexual mais precocemente
peso corporal mais reduzido quando adultas
potencial para produção de elevada massa de ovos/ave/dia
1.FASE DE CRIA E RECRIA:
Conceito importante: alimentação de frangas deve ser de acordo com o peso corporal e não de acordo com a idade.
A relação peso x idade Û por quantas semanas se prolongará a produção de ovos após o pico: alojamento de frangas com peso inadequado (leves) em associação com menor ingestão de raçãoÞ queda de 5 a 8% na taxa de produção de ovos logo após o pico de produção;
Período da criação em que as aves atingem um peso corporal que pode variar de 1, 25 a 1,35kg às 18
semanas (branca):_6 semanas: 450 gr/500gr
_12 semanas: 900gr/1000gr_18 semanas: 1350gr/1500gr
o peso corporal às 18 semanas, corresponde em média, a 80% do peso corporal esperado para as 70 semanas de idade;
uniformidade de peso do lote Û manutenção dos níveis de produção dentro do esperado (longevidade do ciclo produtivo).
2. FASE DE PRODUÇÃO
Poedeiras (no final das 80 semanas de idade): cerca de 340 ovos/ave com um pico de produção de 93 a 94% entre 26 a 28 semanas;
Objetivo : longevidade da produção: lote pode ficar com 18 a 20 semanas com 90% de produção e cerca de 16 a 22 semanas acima dos 80%
Utiliza-se cerca de 3 a 4 dietas durante a fase de postura (Ca e o ¯P), considerando:
que na fase de produção ocorre um súbito aumento na produção, a galinha precisa
104
ganhar peso corporal e o consumo ainda é pequeno;
que a qualidade da casca do ovo deve ser mantida e para tal deve-se considerar a idade/estado fisiológico da ave relacionando-os com o tamanho do ovo e ao metabolismo do Ca e P;
que são necessários ajustes dietéticos como em presença do estresse calórico, a suplementação com vitamina C, aumento do nível energético e manutenção da ingestão de aminoácidos.
PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO PARA MATRIZES PESADAS
Desbalanço nutricional afeta tanto a produtividade em termos de números de ovos incubáveis quanto de eclodidos (ex. o teor protéico pode não afetar a produção, mas o tamanho do ovo Û tamanho do pintinho).
1. RESTRIÇÃO ALIMENTAR
No período compreendido entre a 3a ou 4a semana até a 19a ou 20a semanas_6 semanas: 1.700gr _12 semanas: 1.825gr _18 semanas: 2.580gr
1.1. Finalidades e vantagens do controle de peso:
Manutenção do peso da ave evitando a engorda exagerada
Controle da maturidade sexual
Uniformidade garante melhores índices na fase de produção
Os primeiros ovos postos são maiores
Produção durante todo o ciclo é maior
Mais ovos incubáveis são produzidos devido ao > tamanho
Menor mortalidade na fase de produção
1.2. Programas de restrição alimentar
Qualidade dos ingredientes e espaçamento no comedouro
Limitado diário ( 70 a 80% da quantidade total)
Dia sim – dia não (Skip-a-day)
Alternativos = 5 x 2, 6 x 1, 2 x 1
EXEMPLO:
1a a 3a semana: ad libidum 3a semana: diário controlado até 12 semanas: skip-a-day até 19 a 20 semanas: 5 x 2 a partir de 20 semanas:
alimentação diária conforme tabela
Þ excesso de peso: manter a quantidade de ração nas semanas seguintes até o lote chegar próximo ao peso padrão para aquela determinada idade Þ abaixo do peso: aumentar a quantidade de ração em relação a tabela utilizada
2. FASES DE CRIA E RECRIA
105
Fundamental é o controle de peso (equilíbrio entre a antecipação/retardo da maturidade sexual)
Recomendado:
ração pré-inicial (até 14 dias): 21%PB, 3000 Kcal/Kg EM;
ração inicial (até 35 dias): 18% PB, 2800 Kcal/Kg EM ;
ração de crescimento (35 dias até 126 dias): 16%PB, 2800 Kcal/Kg EM.
Às 4 e 10 semanas o lote todo deve ser pesado! Às 15 semanas as aves são classificadas !
aumento de peso semanal: 90 a 100g
3. FASE DE PRÉ-POSTURA
ração pré-postura: mais protéica que a ração de recria e com > nível de Ca (2,0 a 2,5%)
rápido ganho de peso 3 semanas antes do 10 ovo (aumento de ração conforme o peso)
aumento de peso corporal: 135 a 165 g/semana
3.1. A partir de 22 a 23 semanas: postura do 1° ovo – 1a fase de produção
É recomendado que as aves, a partir desta fase ganhem peso adequadamente até o pico de produção, numa taxa de 90 a 110gr/semana.
3.2. A partir do momento em que a ave inicia a postura, os incrementos de ração devem ser feitos de acordo com a taxa de produção:
a partir dos 40% de produção fornecer no máximo de 165 a 170gr/dia;
após o pico de postura (40 semanas): reduzir a quantidade de ração na base de 1 a 2 gr/semana/ave até em torno de 12% em relação em relação à quantidade máxima (estabiliza na faixa de 140 a 150g/ave/dia, a partir das 56 semanas).
3.3. A partir de 45 a 49 semanas: 2a fase de produção: < teor de P e proteína, > teor de Ca e fibra e menos EM
NUTRIÇÃO DO GALO
ALIMENTAÇÃO DE MACHOS EM SEPARADO
Machos se alimentam em comedouros tubulares;
Fêmeas se alimentam em comedouros de calha (espaçamento de 4,3 cm);
Fase de produção:
12 a 14%PB, 1% de Ca, 2750 a 2800 kcal EM;
115 a 125 g/ave/dia, consumo máximo de 430 Kcal/dia.
106
9 - MANEJO NUTRICIONAL DO SUÍNO
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS• Pré iniciais e iniciais; • Crescimento;• Terminação;• Reprodução.
1.Pré-I: Fornecer dos 7 aos 35 dias de idade;
2.Pré-II: Fornecer dos 36 aos 49 dias de idade;
3.Inicial: Fornecer dos 50 aos 70 dias de idade;
4.Crescimento: Fornecer do Alojamento aos 119 dias de idade;
5.Terminação: Fornecer dos 120 ao abate;
6.Gestação: Fornecer durante a gestação ;
7.Lactação: Fornecer durante a lactação .
Quadro 03 – Comparações entre o número de rações utilizadas na granja
Número de rações
1 – Pré máter (7 -10 dias – desmama1)
1 – Pré Iniciais e Iniciais (10 - 65 dias) 2 – Pré-inicial I (desmama1- 32 dias)
3 – Pré-inicial II (33 – 46 dias)
4 – Inicial I (47 - 56 dias)
2 – Crescimento (66 – 110 dias) 5 – Inicial II (57 - 70 dias)
6 – Recria I (71 - 85 dias)
7 – Recria II (86 - 100 dias)
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3 – Abate (111 dias – abate2) 8 – Terminação (101 - 125 dias)
9 – Abate (125 dias – abate)
4 – Gestação 10 – Gestação (cobertura ao parto)
11 – Lactação (Parto à cobertura)
5 – Lactação 12 – Reposição (70 kg – flushing)
13 – Varrão (2,5 – 3 kg/ dia)
1 – desmama de 21 a 42 dias de idade; 2 - > 90 kg Fonte: Benati (1996).
NUTRIÇÃO DE LEITÕES
Concentração de proquimosina e pepsinogênio.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE DE ENZIMAS DIGESTIVAS EM LEITÕES
108
Adaptado de PIC USA, 2003
Morfologia e a altura das vilosidades do intestino delgado (jejuno) em leitões, antes e depois do desmame.
MANEJO ALIMENTAR DOS LEITÕES
Leitões desmamados estão sujeitos a três fatores estressantes: Nutricionais (troca de dieta líquida por dieta seca), Psicológico (separação da mãe e mudança de local). Ambientais (mudança de meio ambiente).
Contribui para Reduzir a capacidade digestível e absortiva do ID. Uma menor ingestão de alimento. Redução do crescimento após o desmame.
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NA DIETA
Substitutos do Leite da Porca Subprodutos do leite (altamente digestíveis):
Soro de leite em pó, Leite desnatado em pó Lactose. Vantagens:
Possibilidade de formular uma dieta de transição. Rações mais adequadas à capacidade digestiva dos
leitões Escolha das fontes de Carboidratos
Lactose;
109
Lactose Equivalente; Cereais tratados termicamente;
Escolha das Fontes de Proteína
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS
Subprodutos da soja: Farelo de soja: incluir até 15 % (21 dias) e 25% (28 dias) Soja integral ou semi-integral extrusada Soja micronizada Proteína concentrada de soja
Outros ingredientes: Plasma suíno spray-dried. 22,5% imunoglobulinas, 48,0% albumina e 0,5% proteínas
de baixo peso molecular Farinha de peixe
110
Escolha das fontes de Lipídios Gorduras e óleos; Cadeias médias ou longas insaturadas; Redução pulverulência e auxilio peletização; 2 – 6%
Núcleos: o Normalmente são fontes de vitaminas, micro e macro-minerais e
aminoácidos.o Os núcleos pré-iniciais e iniciais (fontes de proteína e de energia
altamente digestíveis).o São incluídos em altas proporções nas rações de leitões pré
desmame e desmame (15 a 60%). o Fornecer sempre o nível de inclusão recomendado no rótulo do
produto.
Forma física da ração. Rações fareladas
Pode reduzir o consumo. Aumenta a probabilidade de problemas
respiratórios. Rações peletizadas
Estimula o consumo de alimento. Melhora o desempenho e o aproveitamento dos
nutrientes. Rações de difícil peletização, em função dos
produtos lácteos. Rações líquidas ou úmidas.
Eleva o consumo de alimento e de água. Melhora no aproveitamento dos nutrientes
111
Aditivos Antimicrobianos Probióticos Prebióticos Enzimas Acidificantes Palatabilizantes Flavorizantes
Óxido de Zn – 3000 - 4000 ppm Zn Resposta imune Integridade e permeabilidade da barreira epitelial
Sulfato de Cu – até 250 ppm Cu Ação microbiota intestinal Aumento consumo Sinergismo ATB
Antimicrobianos
Efeito de agente antimicrobiano (sulfato de cobre) no desempenho de suínos em crescimento e terminação
Probióticos: Microrganismos vivos Equilibra a microbiota intestinal.
Prebióticos São substratos não digestíveis no trato gastro-intestinal
superior. Exemplos Frutoligossacarídeos (FOS) Glucoligossacarídeos (GOS)
112
Mananoligossacarídeos (MOS) Estimulam o crescimento ou atividade de espécies de
bactérias já residentes nos intestinos Enzimas
Favorecem a digestão (sistema digestório é imaturo); Favorecem a quebra dos fatores antinutricionais.
Acidificantes (Ácido fumárico, cítrico, málico, benzóico, butirico, etc.) Função de diminuir o pH do trato digestório Promotor de crescimento Redução Crescimento fungos em MP e Rações Redução Proliferação enterobactérias (Salmonella sp.
Escherichia coli) Potencializador ganhos nutricionais – aumento
disponiblidade nutrientes;
PROGRAMAR A ALIMENTAÇÃO EM FASES
“A maneira de se extrair de um leitão o máximo desempenho está em respeitar sua fisiologia digestiva e assegurar que todos os ingredientes que compõem a ração estejam sendo devidamente manuseados, armazenados e incluídos nas doses apropriadas.” (Penz, 2010)
SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO
2/3 Custos com alimentação;
113
Aumentar produtividade; Redução custos;
Esta fase representa 70% do total da ração consumida na granja.
Satisfação das necessidades nutricionais; Adequar fases;
Proteínao Nutrientes mais caros das dietas
o Quantidade X Qualidade
o Exigências de aminoácidos
Mantença Crescimento muscular
o Aminoácidos sintéticos
114
IDADE Fase de crescimento
Maior velocidade de deposição de tecido magro O consumo menor do que a exigência
é a densidade da dieta. Fase de terminação
Consome mais alimento do que necessita Deposição de gordura maior que a de proteína
Sexo Sexo tem influência no desenvolvimento corporal, carne, gordura e ossos
o São divididos em três classes sexuais:
Machos inteiros (testosterona) Machos castrados Fêmeas.
115
Uso de fibras Aumenta a taxa de passagem do alimento pelo trato
digestório. Reduz o conteúdo de energia digestível. Aumenta o metabolismo basal dos animais. Reduz a gordura da carcaça.
Mudanças no Desempenho da Porca Durante os Últimos 30 anos
METAS NA REPRODUÇÃO
Maximizar o número de leitões nascidos vivos/porca/ano:
• 25 leitões vivos/porca/ano;• 2,3 leitegadas/porca/ano; • 11,0 nascidos vivos por leitegada
Mortalidade pré-desmame
• < 8 % dos leitões nascidos vivos
Eficiência na vida produtiva
116
• 5 leitegadas/porca/vida produtiva
“O objetivo da porca é produzir leitões viáveis e saudáveis.”
Apropriado Programa de Alimentação é aquele que:
• Maximize o número de leitões;• Otimize o peso individual dos leitões;• Maximize o número de leitegadas/porca/ano;• Maximize a produção de leite da porca;• Otimize a longevidade da porca.
A Fêmea Suína Moderna
Mais pesada (KG)
Mais magra (% Gordura)
Tem pior apetite
Mais fértil
Produz mais leitões/leitegada
Produz mais leite
EXIGE MANEJO ALIMENTAR ATUALIZADO
Condições para a Marrã iniciar na Reprodução
Nutrição Marrã
• Crescimento;
• Idade puberdade;
• Número de óvulos.
Objetivo do Programa de Alimentação da Marrã
Condições para a Marrã iniciar na Reprodução
117
• Idade Mínima de 220 dias;
• Peso mínimo de 130 kg;
• ET na P2 de no mínimo 18 mm;
• 2º ou 3º Cio
Nutrição da Marrã de Reposição
Não alimentar a marrã de reposição igual àquelas de abate
Necessitam aumentar a deposição de gordura
Necessitam desenvolver boa ossatura
_ Mais alta concentração de Vitamina A, E, Ca, P, Se, Cu e Zn
Necessitam apresentar o primeiro cio mais cedo
Necessitam aumentar sua imunidade natural
Alimentação da Marrã (da granja)
META : GPD de 600 g/dia
As marrãs recebem ração normalmente do desmame até 120 dias (± 70 kg PV).
Fornecer ração de reposição (marrã) dos 120 dias até o Flushing (10-14 dias antes da Inseminação).
Fornecer uma ração de 3200 Kcal EMA a vontade até a cobertura >> aumento número de leitões nascidos vivos.
FLUSHING
Intervalo Desmame – Cobertura118
Período crítico
• Assegurar que o útero esteja pronto para a gestação
• Observar a condição corporal
Efeito “Flushing” (Período curto!!!)
Objetivos da Alimentação na Gestação
Focado em dois pontos:
• Reprodutivos:
• número de partos/porca/ano
• número de partos na vida produtiva porca
• Produtivos:
• número de leitões desmamados/porca/ano
Conservar estado nutricional;
Assegurar a sobrevivência dos embriões;
Maior número de leitões vivos;
Maior consumo durante a lactação;
Desenvolvimento Corporal das Marrãs;
Recomposição Reservas Corporais – Porcas;
Evitar Mortalidade Embrionária;
Desenvolvimento Glândulas Mamárias;
Desenvolvimento dos Fetos (Fibras musculares).
Excesso de alimento (Energia)
Eleva a mortalidade embrionária
Reduz o desenvolvimento mamário
119
Porcas gordas (dificuldades no parto)
Reduz do consumo de ração – Próxima lactação
Gasto desnecessário com ração
DIVISÃO ALIMENTAÇÃO GESTAÇÃO
1 – implantação e sobrevivência embrião
2 – Recuperação das reservas corporais
3 – Crescimento exponencial dos fetos e anexos placentários e tecido mamário
Fornecendo Fibra durante a Gestação
Pode obter alguma energia da fibra dietética usando a fermentação do intestino grosso.
Reduz a constipação e previne a obesidade.
Melhora o consumo de ração na lactação.
Exigências Nutricionais durante a Gestação:
Primeiro parto : (10-15% maior >> crescimento ainda)
14 % proteína bruta (0,7% lisina total)
3.000 Kcal de EM/kg
0,95% Cálcio
+ ou – 5% de fibra
0,45% Fósforo disponível
Segundo parto e demais :
12-13 % proteína bruta (0,6% lisina total)
Não super alimentar as Porcas durante a Gestação porque ”ISTO REDUZ O CONSUMO DE RAÇÃO DURANTE A LACTAÇÃO”.
Objetivos da Alimentação na Lactação
Propiciar elevada produção de leite da fêmea
Favorecer o crescimento dos leitões
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Minimizar a perda de peso das fêmeas
Preservar as reservas corporais das fêmeas
Melhorar o desempenho reprodutivo seguintes
Fonte e Destino dos Nutrientes nas Lactantes
Exigências nutricionais durante a Lactação:
Primeiro parto :
18,5 % Proteína Bruta (1,2 % lisina total )
3.400 Kcal d EM/kg
1,0% Cálcio
0,5% Fósforo Disponível
± 4-5 % de Fibra
Segundo Parto e seguintes :
17,5 % Proteína Bruta (1,1% Lisina total)
3.350 Kcal EM/kg
Alimentação da Porca durante a Lactação
Meta:
• Atingir alimentação “ad libitum” em aproximadamente 3 a 5 dias pós-parto
• Primeiro dia – alimentar para a mantença (1% do peso corporal)
» Alimentar (pouca quantidade) várias vezes durante o dia
Mudar de 2 para 3 alimentações ao dia pode resultar em 10 a 15 % de aumento no consumo
» Durante o período quente, manter a temperatura corporal mais baixa.
Estratégias manejo alimentar durante a lactação
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• Manter as porcas confortáveis (18-20ºC)
• Não super alimentar na gestação
• Água – 20 – 60 litros/dia (bebedouro = 2 litros/min)
• Alimentar várias vezes ao dia
• Moer/misturar os alimentos com mais freqüência (Alimentos frescos)
• Evitar ração velha ou estragada
• Aumento densidade energética ração – redução fibra e aumento óleo
• Proteína ideal – redução incremento calórico
• Aa limitantes lactação – “Proténa Ideal Dinâmica”
• Mobilização protéica – Lisina – treonina – triptofano e valina
• Sem mobilização – lisina – valina – treonina
• Intensa mobilização – Treonina limitante
• Padrão é dinamico e dependente da ingestão e da mobilização de tecido (perda de peso)
Resumo
Programar a alimentação em fases
Fornecer ração durante a lactação122
Utilizar produtos com alta digestibilidade
Produtos lácteos
Proteína de origem animal
Crescimento e Terminação
• Programar a alimentação em fases
• Separar os animais por sexo
• Produzir suínos com boa qualidade de carcaça
Fêmeas
• O processo reprodutivo é intimamente relacionado com a nutrição da fêmea suína
• Não alimentar marrãs de reposição como terminados
• Alimentação restrita e controlada durante a Gestação
• Alimentar a porca durante a gestação de acordo com estágio da gestação e da condição corporal da porca
• Maximizar o consumo (á vontade) de ração durante a Lactação
NUTRIÇÃO DE MACHOS REPRODUTORES SUÍNOS
Pode influenciar:
- a quantidade de sêmen (número de espermatozóides e volume do ejaculado) Þ animais jovens e sob condições desfavoráveis de ambiente Þ depressão da alta temperatura sobre a produção de sêmen.
- libido: relação proteína x energia Þ sobrepeso Þ letargia
- produção de esperma (diferenças no volume e células com patologias): disponibilidade de aminoácidos e de alguns microminerais, como zinco, manganês e ferro, especialmente os quelatados (zinco-metionina e selenometionina) balanço eletrolítico (potássio, sódio e cloro Þ que tem uma concentração muito específica no sêmen), vitamina E
composição de hormônios e na reserva de energia do espermatozóide: diferentes tipos de ácidos graxos são necessários, além da necessidade de gordura bruta
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complicações de casco e perda de pelo: vitamina A e Biotina
A produção de espermatozóides pode influenciar o tamanho da leitegada (+ 0,48 leitão viável por leitegada) e a taxa de fecundação;
Macho reprodutor fornece 50% do potencial genético;
um programa de nutrição de cachaços mal conduzido pode significar uma expressiva perda de leitões nascidos.
A produção anual de uma matriz gira em torno de 25 animais, um único reprodutor pode vir a gerar de 6000 a 7000 - regime de colheita de sêmen para inseminação artificial
Chegam na granja com idade média entre 5 e 6 meses e devem receber 2 a 2,5 kg diários de ração gestação (idade de crescimento e desenvolvimento testicular );
Após 18 meses de idade procurar manter os machos (enxutos), os mesmos devem ser mantidos relativamente magros - ração gestação será equivalente a 1% do peso vivo do reprodutor, e devera ser o suficiente para mantê-los em um bom estado físico.
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