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1Modos de Organização Textual
Modos de Organização Textual
Lilia Gonçalves
2Modos de Organização Textual
Sumário
Introdução ......................................................................................................... 03
Objetivos .......................................................................................................... 04
Estrutura do conteúdo .................................................................................... 04
Modos de Organização Textual
Tópico 1: Modos de organização Textual ......................................................... 05
Tópico 2: Narração ........................................................................................... 05
2.1 Tipos de Narrador ....................................................................... 06
2.2 Estruturas de textos narrativos ................................................... 06
Tópico 3: Descrição .......................................................................................... 09
Tópico 4: Dissertação ....................................................................................... 11
Resumo .......................................................................................................... 13
Referências Bibliográficas .............................................................................. 14
3Modos de Organização Textual
Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “Modos de Organização Textual”.
Neste material serão observados os modos de organização do texto, suas características e relação com os gêneros textuais. Estudaremos a estrutura do texto narrativo e os seus principais elementos constitutivos. Logo após, passaremos para estudo da composição do texto descritivo. Finalizamos o conteúdo focalizando o texto dissertativo e suas principais características.
Bons estudos!
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Estrutura do Conteúdo
Objetivos
Modos de Organização Textual
Esperamosqueaofinaldesteconteúdovocê seja capaz de:
1. Conhecer os modos de organização textual, suas características bem como os gêneros relacionados a eles;
2. Considerar os aspectos teórico-práticos que envolvem os modos de organização para uma adequada elaboração textual.
Para melhor compreensão do conteúdo, este material está dividido de acordo com os seguintes tópicos:
1. Modos de Organização Textual: Narração, Descrição e Dissertação;
2. Narração
3. Descrição
4. Dissertação
5Modos de Organização Textual
1. Modos de Organização Textual Osmodosdeorganização textual designamumasequênciadefinidapelanaturezalinguística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas.
Os modos de organização textual podem ser basicamente: narrativo, descritivo ou dissertativo. Veja as principais características:
Modos Características
Narrativo Descritivo Dissertativo
Agente Narrador Observador Argumentador
Objetivo RelatarQualificarIdentificarLocalizar
Persuadir Convencer
Tempos verbais Presente e
pretérito perfeito do indicativo
Presente e Pretérito
Imperfeito do Indicativo
Presente do Indicativo
2. Narração
Era uma vez...
6Modos de Organização Textual
Narrarécontarfatosreaisoufictícios,apresentandopersonagensnumdeterminadotempo e espaço. A história é contada por um narrador que pode ser um personagem ou apenas um observador da narrativa.
2.1 Tipos de Narrador
Quando você vai redigir uma história, a primeira decisão que deve tomar é se você vai ou não fazer parte da narrativa. Tanto é possível contar uma história que ocorreu com outras pessoas quanto narrar fatos acontecidos com você. Essa decisão determinará o tipo de narrador a ser utilizado em sua composição. Este pode ser, basicamente, de dois tipos:
Narrador em 1ª pes-soa: é o narrador--personagem, uma vez que participa da ação, ou seja, está incluído na narrati-va. O narrador em 1ª
pessoa não precisa ser o personagem central, pode ter apenas presenciado os fatos.
Narrador em 3ª pessoa: é o nar-rador-observador, pois ele não parti-cipa da ação. Esse tipo de narrador apenas observa os
fatos ocorrido na narrativa e não exerce a função de nenhum personagem.
Em textos que apresentam o narrador em 1ª pessoa, ele não precisa ser necessariamente o personagem principal, pode ser somente alguém que, estando no local dos acontecimentos, presenciou-os.
2.2 Estrutura de textos narrativos
Elementos da narração
Depois de escolher o tipo de narrador que você vai utilizar, é necessário ainda conhecer os elementos básicos de qualquer narração.
7Modos de Organização Textual
O texto narrativo conta um fato que se passa em determinado tempo e lugar. A narração exige uma ação; esta ação é praticada pelos personagens.
Um fato, em geral, ocorre por uma determinada causa e desenrola-se abarcando certas circunstâncias que o caracterizam. Logo, é preciso apontar o modo como tudo aconteceu. Um episódio pode provocar consequências que devem ser observadas.
FATO
(ao que se
vai narrar)
TEMPO (quando o
fato ocorreu)LUGAR
(onde o fato
se deu)
PERSONAGENS (quem participou do ocorrido ou o observou)
CAUSA
(motivo que
determinou a
ocorrência)
CAUSA (motivo que determinou a ocorrência)
MODO (como se deu o fato)
CONSEQUÊNCIA (resultado do fato)
Na narração, o clímax prepara o leitor para a resolução do acontecimento.
Atenção também aos tipos de discurso (direto, indireto e misto). Nesta modalidade, por exemplo, é muito importante a criatividade.
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Discurso direto: é a representação
da fala das personagens por meio
do diálogo. Geralmente é marcado
pela presença de verbos como
afirmar,dizer,responder,indagar
e sugerir. Veja como as falas das
personagens ocorrem de forma
direta por meio de travessões:
“E de repente veio a frase:
— Até o ano que vem! disse José subitamente
com malícia, encontrando, assim, sem mais
nem menos, a frase certa: uma indireta feliz!
Até o ano que vem, hein?, repetiu com receio
de não ser compreendido.
Olhou-a, orgulhoso da artimanha da velha que
espertamente sempre vivia mais um ano.
— No ano que vem nos veremos diante do
boloaceso!EsclareceumelhorofilhoManoel,
aperfeiçoando o espírito do sócio. Até o ano
que vem, mamãe! E diante do bolo aceso!
Disse ele bem explicado, perto de seu ouvido,
enquanto olhava obsequiador para José. E
a velha de súbito cacarejou um riso frouxo,
compreendendo a alusão.
Então ela abriu a boca e disse:
— Pois é.”
(Clarice Lispector in “Feliz aniversário”)
Discurso indireto: consiste em
o narrador transmitir, com suas
próprias palavras, o pensamento
ou a fala das personagens.
Veja como o fato é contado
indiretamente por meio de
verbos na 3ª pessoa:
“Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a
nenhuma parte. Só executava a invenção de se
permanecer naqueles espaços do rio, de meio
a meio, sempre dentro da canoa, para dela
não saltar, nunca mais. A estranheza dessa
verdade deu para estarrecer de todo a gente.
Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes,
vizinhos e conhecidos nossos se reuniram,
tomaram juntamente conselho.”
(Guimarães Rosa in “A terceira margem do rio”)
9Modos de Organização Textual
Discurso indireto livre: ocorre
quando a fala da personagem se
mistura à fala do narrador, ou seja,
aofluxonormaldanarração.
Perceba como o trecho a seguir
mostra um parecer da personagem.
Assimocorreseufluxodeconsciênciaemmeio
a um discurso indireto:
“Lembrou-se da casa velha onde morava, da
cozinha, da panela que chiava na trempe de
pedra. Sinhá Vitória punha sal na comida.
Abriu os alforjes novamente: a trouxa de
sal não se tinha perdido. Bem. Sinhá Vitória
provava o caldo na quenga de coco. E Fabiano
se aperreava por causa dela, dos filhos e da
cachorra Baleia, que era como uma pessoa da
família, sabida como gente.” (Graciliano Ramos
in Vidas secas).
Vale ressaltar que o discurso indireto livre
possui grande riqueza expressiva, e esta
se amplia quando este tipo de discurso se
relaciona com os discursos direto e/ou indireto
dentro do mesmo parágrafo.
Acesse o Recurso Multimídia e observe os aspectos estruturais do modo narrativo no texto de Graciliano Ramos, Primeira Aventura de Alexandre.
http://www.releituras.com/graciramos_menu.asp
Conteúdo On-line
3. Descrição Na redação descritiva, ao contrário da narrativa, o texto não apresenta ação. A descrição é de natureza estática. Descrever é apresentar características do ser observado.
Neste sentido, a descrição prima pelo detalhamento. Neste caso, deve-se estar atento ao tipo de descrição desejada. Isso porque há descrições objetivas e subjetivas.
10Modos de Organização Textual
Descrição objetiva
Descrição subjetiva
Apresenta
características
reais do objeto
observado.
As palavras
aparecem no
seu sentido
dicionarizado,
sem construções
figurativas.
O observador imprime seus sentimentos, aproveitando de palavras em seu sentido conotativo, ou seja, figurado.
Ao descrever pessoas podemos apresentar características físicas e psicológicas.
11Modos de Organização Textual
Características físicas:
• altura
• peso
• cor da pele
• idade
• cabelos
• traços do rosto: olhos, nariz e boca.
• voz
• vestimenta
Características psicológicas:
• personalidade
• temperamento
• caráter
• preferências
• inclinações
• postura
• objetivos
Ao descrevermos um objeto, precisamos analisar seu formato (comparando-o com outros objetos semelhantes e com figuras geométricas) e suas dimensões (largura,comprimento, altura, diâmetro etc.) e seus detalhes (material, peso, cor, brilho ou opaco e textura).
Acesse o Recurso Multimídia e observe os aspectos estruturais do modo descritivo no texto de Graciliano Ramos, Um Amigo em Talas.
Lá você verá também como descrever paisagens.
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4. Dissertação No modo de organização dissertativo, o objetivo é informar o leitor sobre um determinado assunto, apresentando seu ponto de vista por meio de apresentação de argumentos.
Isso exige daquele que escreve conhecimento do assunto, além de organização das ideias em parágrafos coesos e coerentes.
12Modos de Organização Textual
O novo sistema de poder
As empresas d
e jornalism
o estão
perdendo o contro
le do que é
notícia.
É preciso ressaltar que a criatividade, nesta modalidade, também é importante, mas é vista como um fator de persuasão, ou seja, a pessoa que lê um texto do modo dissertativo deve “comprar” a ideia que é transmitida por meio de informações e argumentações.
A dissertação pode ser subjetiva (os assuntos abordados levam em consideração as emoções da pessoa que escreve como em cartas) e pode ser objetiva (os argumentos apresentadossãodecaráterimpessoalcomoemrelatórios,textoscientíficos,ensaiosetc.).
O texto dissertativo deve ter: introdução, desenvolvimento e conclusão, organização, seleção de informações e argumentos, unidade, coesão, coerência, clareza e concisão.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo e os tópicos relativos à coesão e coerência serão detalhados e estudados separadamente.
Acesse o Recurso Multimídia para continuar lendo o texto dissertativo acima.
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13Modos de Organização Textual
Neste material, conhecemos os modos de organização textual e suas características. Cada modo foi descrito e explicado para que fosse possível perceber as diferenças e particularidades de cada um. O primeiro modo foi a narração, que consiste em contar fatosreaisoufictícios,apresentandopersonagensnumdeterminadotempoeespaço.Onarrador pode ser um personagem ou apenas um observador. Depois de determinar o tipo de narrador, é necessário conhecer os elementos básicos da narração, entre eles: fato, tempo, lugar, personagens, causa, modo e consequência. Por último, vimos a sua estrutura; os tempos verbais usados e os tipos de discurso.
A descrição, outro modo de organização explicitado, não apresenta ação e sim características do ser observado, que podem ser físicas ou psicológicas. Ela também pode ser objetiva ou subjetiva. Adiante, foram apresentadas suas características e os tempos verbais utilizados. E, por último, aprendemos sobre a dissertação, que tem o objetivo de informar o leitor sobre determinado assunto, apresentando seu ponto de vista por meio de argumentos. Suas principais características são: o agente é argumentador e o objetivo é persuadir e convencer.
O objetivo deste material, aluno, é fazê-lo entender os modos de organização textual para que, futuramente, possa desenvolver seus textos de forma mais clara e objetiva.
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CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção: a escritura do texto. São Paulo: Moderna, 2001.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990.
GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. São Paulo: Scipione, 1988.