apostila serviço social2
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SUMRIO
Unidade 3O Assistente Social e seu ambiente de trabalho ........................................... 1
3.1O mercado de trabalho ......................................................................................... 1
3.2Postura tica no ambiente de trabalho ................................................................. 5
3.3Desenvolvimento de projetos sociais .................................................................. 9
3.4Aplicao da psicologia no dia a dia de trabalho .............................................. 18
3.5Aplicao da sociologia e da antropologia no dia a dia de trabalho .................. 28
Unidade 4reas de atuao ........................................................................................ 32
4.1Desenvolvimento de atividades na iniciativa privada - empresas/ hospitais ..... 334.2Desenvolvimento de atividade em instituies pblicas - fundaes................ 36
4.3Desenvolvimento de atividades para o terceiro setor e comunidade - educao/
habitao/ sade/ projetos sociais ............................................................................... 39
4.4Pblico-alvo ....................................................................................................... 45
Concluso do Curso ........................................................................................................ 46
Bibliografia ..................................................................................................................... 48
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Unidade 3O assistente social e seu ambiente de trabalho
Caro Aluno.
Vamos agora para a unidade 3. Nesta unidade voc aprender sobre o mercado
de trabalho do Assistente Social, a postura tica que este deve ter no ambiente de
trabalho, como desenvolver projetos sociais, a aplicao da psicologia no dia a dia de
trabalho, a aplicao da sociologia e antropologia no trabalho.
Voc vai conhecer um pouco mais sobre a psicologia, antropologia e sociologia e
ver a importncia dessas disciplinas para o dia a dia do Assistente Social.
Desejamos a voc uma boa aprendizagem.
3.1O mercado de trabalho
O mercado de trabalho no Brasil tem passado por
grandes transformaes nos ltimos anos. Para algumas
profisses, como a de Assistente Social, percebe-se um
aumento gradual de postos de trabalho especialmente a
partir de 2005. Isso reflexo da evoluo das polticas
pblicas, tais como a implantao do Sistema nico de
Assistncia Social, que assim como o SUS, transfere paraas prefeituras as aes de Servio Social.
O Sistema nico de Assistncia Social (SUAS) cria postos de atendimento
municipais. Esse trabalho coordenado pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e
Combate Fome. Foram criados 5.142 centros de referncia de assistncia social
(CRAS) e outros 1.434 centros de referncia especializados. Cada um deles emprega
pelo menos dois assistentes sociais.
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H ainda a ampliao da demanda nos Ncleos de Atendimento Famlia (NAF)
e nos Centros de Ateno Psicossocial (CAPS), na Sade. Os CAPS substituem as
internaes em sanatrios de doentes mentais e reflexo da evoluo na poltica de
atendimento dessa populao.
Como o SUAS e o SUS municipalizaram as aes, as vagas esto concentradas
nas prefeituras, mas h movimentao grande tambm em autarquias e nos poderes
pblicos federais. Um relatrio feito por um grupo de trabalho interministerial em 2007
apontava para a necessidade de contratao de 1,6 mil assistentes sociais pelo Instituto
de Previdncia Social, apenas para garantir acesso da populao reabilitaoprofissional. A Previdncia realizou concurso em 2009, depois de uma lacuna de 30
anos, mas chamou apenas 886 dos 1,6 mil necessrios.
Situao semelhante encontrada no Poder Judicirio - um dos maiores
empregadores do setor e o que oferece os melhores salrios, segundo Ademir Silva,
professor de Poltica Social da PUCSP.
Tornou-se necessrio ampliar as vagas pelo Estatuto da Criana e do
Adolescente (ECA). O estatuto determina a criao de um grupo interdisciplinar, comprofissionais como psiclogos e assistentes sociais, que devem subsidiar o trabalho do
juiz.
Com a publicao em 2009 de uma resoluo do Conselho Nacional de Justia
determinando a contratao desses profissionais, foi realizado um concurso pblico. O
Judicirio, no entanto, ainda no convocou os profissionais alegando falta de recursos.
Para que se tenha uma viso melhor do mercado, especificamente quanto ao
emprego pblico, segundo dados de pesquisa realizada em 2005 pelo CFESS, mais de
80% dos ento 74 mil assistentes sociais com registro no conselho estavam empregados
em postos do poder pblico; de 6% a 7% nas Organizaes No-Governamentais
(ONGs) - um campo de trabalho crescente -; e outros 10% nas empresas privadas, que
tambm esto ampliando as vagas no setor em funo da adoo de polticas de
sustentabilidade, que envolvem aes de responsabilidade social.
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O assistente social basicamente um funcionrio pblico, isso tem lgica sob
o argumento de que a misso desse profissional garantir o cumprimento dos direitos
do cidado, conscientiz-lo desses direitos e ajud-los a se organizar coletivamente.
Portanto, faz sentido que o campo de trabalho esteja hoje centrado no poder pblico.
A tendncia do mercado aponta para a manuteno dessa proporo, embora
espera-se um crescimento na ocupao de vagas no segmento de ONGs e Empresas
Privadas.
Segundo dados do Conselho Federal de Servio Social, at setembro de 2008,
havia 84 mil assistentes sociais registrados, sendo 22 mil deles apenas no Estado de SoPaulo. A tendncia que hoje esse nmero possa ter aumentado em pelo menos 3 mil
novos profissionais.
O nmero de registros profissionais usado pelo
conselho como um termmetro do mercado, j que, para
trabalhar, o assistente social precisa dele, por determinao
legal. Em geral os profissionais buscam o registro quando
encontram um trabalho, e em So Paulo, foram feitos 985registros em 2004. Em 2008 esse nmero subiu para 1.445,
um aumento de 18%.
O conselho registra tambm um aumento na oferta de cursos de Servio Social,
especialmente pelas universidades privadas, o que considerado outro indcio de
aumento do mercado de trabalho. Nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), por
exemplo, as matrculas no curso Servio Social cresceram 122% este ano em relao
aos anos anteriores.
Como vimos, as instituies que tm contratado o Assistente Social, em geral
so prefeituras, associaes, entidades assistenciais e de apoio luta por direitos,
sistema judicirio e presidirio, sistema de sade, empresas, sindicatos, sistema
previdencirio, ONGs, centros comunitrios, escolas, fundaes, universidades, centros
de pesquisa e assessoria.
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Como as injustias sociais e a desigualdade so persistentes e estruturais,
enquanto permanecerem haver campo de atuao profissional. Nesse sentido, sempre
possvel expandir o mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que, em funo das aes
polticas e econmicas praticadas no pas, outras profisses venham a sofrer diminuio.
H que se considerar em expanso, por exemplo, o
contrato de prefeituras para planejamento/programao de
polticas sociais, devido interiorizao/descentralizao
das polticas pblicas; solicitao de assessorias ou
consultorias em projetos e programas sociais; solicitaode projetos para captao de recursos; e outros.
Resumindo, seguem mais alguns dados referentes ao perfil do assistente social:
PERFIL DO ASSISTENTE SOCIAL - Segundo o manual A profisso de Assistente
Social, de Ademir Silva, editado pela PUC-SP, este o perfil do assistente social:
Campo de atuao - um profissional do setor de servios, a maioria no poder
pblico. Trabalha no meio urbano, como assalariado. Os autnomos so apenas 1,2% do
total. A jornada de trabalho de 30 horas a 40 horas semanais.
Vnculos Empregatcios - 11,07% tm mais de um emprego. A maioria trabalha em
instituies pblicas: 40,97% municipais, 24% estaduais e 13,19% federais. Nas
instituies privadas so 13,19%, e no terceiro setor, 6,81%
Gnero e idade - Cerca de 3% dos profissionais so do sexo masculino, 5% tm entre
20 anos e 24 anos; 25% de 45 a 49 anos; 30% de 25 a 34 anos e 38% de 35 a 44 anos.
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Religio - 67,65% so catlicos; 12,69% protestantes; 9,83% espritas kardecistas,
seguidos pelos demais, dentre os quais 7,92% se declaram agnsticos.
Renda familiar - Mais de nove salrios mnimos para 37,12%; de quatro a seis salrios
para 30,53%; de sete a nove salrios para 21,95% e at trs para 10,4%.
3.2Postura tica no ambiente de trabalho
A palavra tica, do grego ethos, refere-se aos costumes, conduo da vida, s
regras de comportamento. A tica o estudo da moralidade do agir humano; o estudo
da bondade ou da maldade dos atos humanos, a
retido dos atos humanos frente ordem moral.
justificada pela Moral enquanto esta
estabelece regras que so assumidas pela pessoa,
como uma forma de garantir o bem viver, um agirsegundo o bem, remetendo estas regras ao agir
humano, aos comportamentos cotidianos, s escolhas existenciais. A tica permite um
questionamento sobre o agir, um pensar sobre o que preciso fazer, uma procura pelo
que bom ou justo.
Na verdade, a tica no estabelece regras, mas prope uma reflexosobre a ao
humana, sobre sua retido frente ordem moral.
importante lembrar que quem no tem tica pessoal no ter tica profissional,
isto , a tica Profissionals existir se houver a tica Pessoal.
Isso nos leva a outra pergunta. E o que uma pessoa tica?
Dizemos que tico todo ser humano que se depara com a necessidade de
decidir, pois onde h decises a serem tomadas, reflexes a serem feitas, e liberdades a
serem alcanadas, h a tica.
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A tica no existe sem a responsabilidade, ou seja, o sujeito livre, autnomo,
que reflete, dotado de prudncia, coragem e que tem uma crena.
Assim, cada vez mais a tica recorre prudncia, que vigilncia e previso, e
solidariedade.
Vamos agora definir o que a tica Profissional:
A tica Profissional pode ser definida como a reflexo
sobre as exigncias do profissional na sua relao com o
cliente/usurio; com o pblico; com seus colegas; e com sua
corporao, com os demais profissionais.
Essas exigncias remetem ao conjunto de direitos e de
obrigaes expressos no Cdigo de tica da profisso.
Quando falamos sobre refletirsobre as aes realizadas no
exerccio de uma profisso, estamos nos referindo s perguntas como: O que essa
profisso? Para que serve? A quem se destina?
Esse pensar deve se iniciar antes da prtica profissional.
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescncia, muitas vezes j
deve dar incio a essa reflexo.
Cada um de ns tem a liberdade de escolher a profisso que quiser, mas ao
escolh-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatrio.
Geralmente, quando se jovem, escolhe-se a carreira sem conhecer o conjunto
de deveres que est prestes a assumir ao tornar-se parte daquela categoria que escolheu.
Nossa escolha muitas vezes se deve apenas aparncia e nossa imaginao.
Toda a fase de formao profissional, o aprendizado das competncias e
habilidades referentes prtica especfica numa determinada rea, deve incluir a
reflexo, desde antes do incio dos estgios prticos.
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Ao completar a formao em nvel superior, a pessoa faz um juramento, que
significa sua adeso e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente
ingressa. (Medicina, Direito, Psicologia, Servio Social, etc.) Isso caracteriza o aspecto
moral da chamada tica Profissional, ou seja, est concordando voluntariamente em
seguir um conjunto de regras estabelecidas, reconhecendo que so as mais adequadas
para o seu exerccio.
Mesmo depois de formado, o profissional precisa sempre perguntar a si mesmo:
1- Que deveres assumi? O que a entidade, a chefia, e o usurio esperam de mim? Esses
deveres so compatveis com a profisso? Ou a chamada exigncia generalista domercado?
2- Estou assumindo uma funo institucional ou a profisso propriamente dita?
3- Como estou conduzindo os deveres assumidos? Como estou cumprindo minhas
responsabilidades? Estou me conduzindo nos valores previstos pelo Cdigo de tica da
Profisso?
4- O que devo fazer e como fazer? Planejo, organizo, sistematizo, avalio minhas aes?
Que resultados produzo? Em benefcio de quem?
5- E to importante quanto os aspectos acima: Estou sendo bom profissional?
Competente, coerente? Estou agindo adequadamente nas relaes pessoais e
profissionais?
Isto inclui:
- respeitar e exigir respeito,
- atitudes de generosidade e cooperao, trabalho em equipe.
- uma postura proativa (que compromisso, contribuir para o engrandecimento do
trabalho).
O Servio Social uma profisso que tem sua legitimidade regulamentada em
Lei e fundamentada em seu Cdigo de tica, e este defende a equidade e a justia
social.
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O processo de renovao pelo qual o Servio Social tem passado no decorrer de
sua histria vem compromissado com esses valores e princpios que so defendidos por
seus profissionais na conquista de direitos sociais, na defesa dos direitos j alcanados e
na ampliao destes.
Praticar a tica reafirmar a identidade profissional. A identidade profissional
construda pelos grupos profissionais de que fazemos parte.
O que d ao grupo sua existncia so as relaes que as pessoas que dele fazem
parte estabelecem entre si e com o meio em que vivem, isto , pela sua prtica, pela
forma de agir, de trabalhar, fazer, pensar e sentir.
O Assistente Social vai consolidando sua identidade profissional previamente na
graduao e vai assimilando e interiorizando a representao desta identidade ao longo
de suas experincias profissionais.
Esta identidade implica no trabalho dirio, nas prticas de servio social que
realiza, mas a aceitao da sua identidade como profissional que fora
comportamentos, aes compatveis com a profisso. a aceitao que leva o assumir a
postura tica exigida pela profisso.
Por isso, essa percepo da identidade profissional precisa ser continuamente
reafirmada, o que significa agir como. Atuar perante o outro como representante de
um papel, mas como representante de si e de um grupo profissional.
Ser assistente social tico exige:
- Competncia tcnica;
- aprimoramento constante;
- respeito s pessoas;
- confidencialidade;
- privacidade;
- tolerncia;
- flexibilidade;
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- fidelidade;
- envolvimento;
- afetividade;
- correo de conduta;
- boas maneiras;
- relaes genunas com as pessoas;
- responsabilidade;
- corresponder confiana que lhe depositada.
3.3Desenvolvimento de projetos sociais
Por que se fala tanto em projetos sociais?
Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos so
pontes entre o desejo e a realidade. So aes estruturadas e intencionais de um grupo
ou organizao social que partem da anlise e do diagnstico sobre um determinadoproblema ou conjunto de problemas e buscam contribuir, em alguma medida, para
mudar uma determinada situao.
Um projeto social uma ao social planejada, estruturada em objetivos,
resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos e de tempo .
Os projetos sociais tornam-se, assim, espaos permanentes de negociao entre nossas
deias pessoais e coletivas o desejo de mudar as
coisas , e as possibilidades concretas que temos
para realizar estas mudanasa realidade.
A elaborao de um projeto implica em
diagnosticar uma realidade social, identificar
contextos scio-histricos, compreender relaes
institucionais, grupais e comunitrias e, finalmente, planejar uma interveno,
considerando os limites e as oportunidades para a transformao social.
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Os projetos sociais no so capazes de mudar as condies de carncia social
sozinhos. Esto sempre interagindo, por meio de diferentes modalidades de relao,
com polticas e programas voltados para o desenvolvimento social. Um projeto no
uma ilha.
Neste sentido, os projetos sociais podem tanto estimular novas polticas
pblicas, pelo seu carter demonstrativo de boas prticas sociais, quanto atuarem na
gesto e execuo de polticas j existentes.
Como vimos anteriormente, polticas pblicas so aquelas aes continuadas no
tempo, financiadas principalmente com recursos pblicos, voltadas para o atendimentodas necessidades coletivas. Resultam de diferentes formas de articulao entre Estado e
sociedade.
A tomada de deciso quanto direo das aes de desenvolvimento das
polticas pblicas, sua estruturao em programas e procedimentos especficos, bem
como a dotao de recursos, so patrocinados por entidades governamentais. Num
modelo de gesto participativa, desejvel que estas polticas resultem de uma boa
articulao da sociedade civil com o Estado, permitindo que a sociedade civilcompartilhe no apenas a execuo, mas sobretudo os espaos de tomada de deciso,
atuando no planejamento, monitoramento e avaliao destas polticas.
O desafio das polticas pblicas assegurar uma relao de participao e boa
articulao entre os setores sociais envolvidos nas instncias de gesto compartilhada.
Este o caso dos conselhos gestores que vm se estabelecendo em vrias reas das
polticas sociais tendo como finalidade um modelo de gesto participativa.
Um projeto social uma unidade menor do que uma poltica e a estratgia de
desenvolvimento social que esta implementa. Os projetos contribuem para
transformao de uma problemtica social, a partir de uma ao geralmente mais
localizada no tempo e focalizada em seus resultados.
A poltica pblica envolve um conjunto de aes diversificadas e continuadas no
tempo, voltadas para manter e regular a oferta de um determinado bem ou servio,
envolvendo entre estas aes projetos sociais especficos.
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Finalmente, vale lembrar que h tambm muitos projetos sociais que no esto
diretamente ligados a uma poltica pblica governamental. Operam com recursos
pblicos e privados provenientes de agncias de cooperao internacional. Mas, ainda
assim, nestes casos, os projetos estaro ocupando um espao de mediao e interlocuo
com as polticas pblicas nacionais no campo do desenvolvimento social, ou seja,
tambm so pblicos.
importante lembrar que h duas premissas bastante significativas quando se
pretende realizar um projeto social. So elas: A Articulao e a Parceria. Ambas devem
ser mobilizadas.
Articulao a relao que se estabelece entre indivduos e/ou determinadasentidades do poder pblico ou da sociedade civil para possibilitar, ampliar ou melhorar
certa atividade ou um conjunto especfico delas. Trata-se de uma aliana pontual, de
curto ou curtssimo prazo, e conforme seus resultados podem estimular o
estabelecimento de uma parceria ou a organizao de uma rede, passando, ento, a ter
durao de mdio ou de longo prazo.
Parceria a unio e a organizao de pessoas ou de instituies, com interesses
comuns e fim especfico, como, por exemplo, a realizao de um projeto. Pode ser umaalternativa para viabilizar recursos financeiros, humanos, logsticos e tcnicos por
tempo definido.
Uma instituio isolada tem determinado limite de atuao, que pode ser
ampliado com a organizao de parcerias. Isso possibilita o preenchimento do vazio
entre o que a instituio gostaria de fazer e o que efetivamente poderia ser feito,
somando esforos e qualificando resultados. A parceria diz respeito associao que as
organizaes estabelecem entre si, com o objetivo de contar com apoio recproco ouobter benefcios.
No o carter legal ou formal que determina as parcerias, mas sim a qualidade
da relao que as distinguem, ou seja, o modo como instituies com distintos
interesses, poderes, recursos e atribuies constroem um espao onde se comportam
como iguais na definio dos objetivos comuns, dos papis e da complementaridade.
Assim, buscam no parceiro os recursos e as capacidades que no esto ao seu alcance,
mas que so necessrios para atingir seus propsitos.
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E mesmo tendo recursos e poderes distintos, os parceiros devem considerar-se
iguais, num determinado momento, alm de reconhecer e valorizar a contribuio que
cada um representa. Parceria o oposto de subordinao.
Um projeto social deve ser muito mais do que um instrumento para obteno de
recursos. Deve justificar e demonstrar a prioridade do que se pretende fazer. Deve servir
tambm como um guia para a fase de implantao e como uma referncia para sua
avaliao posterior.
O projeto deve estar devidamente concebido e formalizado, contendo desde a
quantificao dos objetivos pretendidos at o detalhamento oramentrio e a previsodo sistema de avaliao de resultados.
Assim importante a compreenso do ciclo completo de um projeto, incluindo
as fases de formulao, execuo e avaliao.
Devemos entender o que a estrutura lgica de projeto, que aspectos das
necessidades sociais sero contemplados. Tambm importante identificar todas as
atividades a serem desenvolvidas e todos osprodutos a serem gerados para se chegar
transformao social desejada.
Alm de ser reconhecido pelas entidades que vo financiar o projeto, deve ser
caracterizado pelo mtodo a ser empregado que deve ser de fcil aplicao pela prpria
lgica que permeia todas as fases do projeto.
Nenhum profissional da rea social pode prescindir do domnio de uma boa
metodologia de projetos. E mesmo os profissionais que j dominam essa rea devem se
beneficiar significativamente das discusses e dos exemplos que o carter participativoda interao com outros profissionais proporciona.
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Projetos
Todo projeto nasce do desejo de transformar determinada realidade. o produtoinicial de uma ideia para solucionar uma questo
especfica. Para ser bem-sucedido, o projeto deve ser
bem elaborado. Isso significa que deve conter o maior
detalhamento possvel das atividades propostas, de
forma clara e organizada, para revelar aos
interessados o que a instituio pretende fazer, por
que deve fazer, e quais as possibilidades reais de obter os resultados esperados.Um projeto bem elaborado contribui para obter aprovao e captar recursos e, ao
mesmo tempo, mecanismo de trabalho e subsdio para o planejamento, a implantao
e o gerenciamento de suas prprias etapas. Existem diversos roteiros para a elaborao
de projetos. Cada qual corresponde s exigncias especficas do Agente Financiador,
dos Apoiadores, ou de ambos que pretendem conhecer a capacidade real dos autores de
elaborar, implantar e administrar o projeto, de reunir as informaes pertinentes e
atender s solicitaes de maneira precisa, inteligvel e bem redigida.As etapas a seguir contm os itens necessrios apresentao e ao
desenvolvimento de um projeto. No entanto, importante salientar que a forma de
apresentao deve adequar-se s exigncias do Agente Financiador.
1 - ApresentaoQuem somos.
Esse o espao para contar a histria de sua entidade: quando surgiu, o que
motivou sua criao, quais so seus objetivos e rea de atuao. A citao das
experincias adquiridas tambm importante, porque demonstra ao Agente Financiador
ou aos Apoiadores que a instituio est preparada para realizar o projeto. Devem ser
ressaltadas as parcerias anteriores, os apoios e financiamentos obtidos em outros
projetos, o que demonstra a credibilidade, reputao e legitimidade da instituio.
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2 - Introduo - Qual o cenrio do problema?
O texto deve ser claro e objetivo. Sua funo aproximar o leitor da realidade
em que o projeto se encontra. Para tanto, esta etapa deve conter informaes gerais
sobre o pblico-alvo e suas condies de vida, os problemas socioambientais existentes
e os grandes desafios a serem superados. Assim descrita, a introduo mostra que a
entidade proponente tem conhecimento sobre a situao local e prepara o Agente
Financiador ou os Apoiadores para entender a importncia e a necessidade do projeto.
3Justificativa - Por que fazer?
Enquanto a introduo apresenta o cenrio do projeto, a justificativa descreve as
razes pelas quais o projeto deve ser realizado e como trazer impactos positivos para a
qualidade de vida da populao e o meio ambiente. preciso destacar os problemas
socioambientais que sero abordados, a eficcia das aes previstas e de que forma
contribuiro para transformar a realidade.
Nesta etapa fundamental demonstrar conhecimento amplo do problema, de sua
interferncia no contexto local e regional e da base conceitual com que se vai trabalhar.
Tambm importante citar dados, referncias bibliogrficas e experincias que
reforcem a justificativa. No se deve esquecer que se trata da defesa do projeto.
4 - Objetivos - O que se pretende fazer?
Este o momento de definir o que se quer realizar. O objetivo geral demonstra
de forma ampla os benefcios que devem ser alcanados com a implantao do projeto.
genrico e de longo prazo. Exemplo: Contribuir para a construo de uma Agenda
Socioambiental da Vila XYZ que possibilite o desenvolvimento econmico local.
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Os objetivos especficos so desdobramentos do objetivo geral. So passos que
levam ao objetivo geral. So possveis de serem medidos e viveis. Podem seralcanados por meio das atividades desenvolvidas durante o projeto e ser entendidos
como as consequncias dessas atividades. Devem ser apoiados no mnimo por um
resultado que possa ser verificado por meio de aes singulares e completas.
Exemplo: Possibilitar o desenvolvimento humano sustentvel de jovens da Vila
XYZ por meio da formao cidad para o mercado de trabalho.
5 - Pblico-alvo - Quem so os beneficirios do projeto.
Uma definio clara do pblico-alvo contribui para criar linguagens e mtodos
adequados para atingir os objetivos propostos. Assim, deve-se levar em considerao a
faixa etria, o grupo social que esse pblico representa, e sua situao socioeconmica,
entre outros.
Exemplo de beneficirios diretos:
35 jovens, de 14 a 17 anos, de baixa renda, no includos no mercado formal de
trabalho e residentes na Vila XYZ.
6 - Metas - Como fazer para alcanar os objetivos?
As metas consistem em uma ou mais aes necessrias para alcanar certo
objetivo especfico. Elas so sempre quantificadas e realizadas em determinado perodo
de tempo. Metas claras facilitam a visualizao dos caminhos escolhidos, contribuem
para orientar as atividades que esto sendo desenvolvidas e servem como instrumento
para avaliar o que foi previsto e o que foi realizado.
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7 - Metodologia - Como fazer?
Esta pergunta define o caminho a ser percorrido pelas etapas do projeto.Esclarece os referenciais tericos que norteiam o trabalho e os mtodos a serem
utilizados para alcanar os objetivos especficos propostos. Referenciais tericos so os
pressupostos que a instituio considera relevantes e que contribuem para nortear a
prtica do projeto.
8 - Avaliao - O que mudou?
O processo de avaliao deve acontecer de forma constante e
peridica durante todo o ciclo de vida do projeto. A avaliao pode ser
interna, quando realizada pelos prprios membros da instituio,
externa, quando os avaliadores no so vinculados instituio, ou
mista quando inclui avaliadores internos e externos. O Plano de
Avaliao pode constituir-se de diferentes etapas, que variam de acordo com as
exigncias do Agente Financiador ou dos Apoiadores. As mais usuais so:
Avaliao de resultado: Consiste em verificar o cumprimento dos objetivos e
das metas estabelecidas, no perodo de tempo previsto. Normalmente a avaliao inclui
uma visita ao local do projeto, a verificao dos relatrios tcnicos e fotogrficos, listas
de presena das reunies realizadas, e um olhar atento sobre o material gerado como
fotos, documentos, material instrucional e de comunicao, entre outros itens.
Avaliao de contedo: Mtodo de anlise, descrio e sumarizao dastendncias verificveis em documentos escritos tais como: minutas ou memrias de
reunies, publicaes, artigos de jornal, relatrios anuais, notas de campo, entrevistas, e
outros documentos similares.
Avaliao do processo: Trata-se da avaliao da forma como o projeto
conduzido e procura verificar a coerncia, a qualidade e viabilidade das tcnicas e
instrumentos pedaggicos utilizados durante o projeto.
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Avaliao de Impacto: Refere-se aos impactos sociais e ambientais que os
objetivos propostos causaram na rea do projeto e as transformaes comportamentais
percebidas no pblico alvo e/ou comunidade. Esta etapa da avaliao representa um
desafio, uma vez que os ganhos obtidos so facilmente medidos, pois se referem s
questes culturais, mudana de valores e novas atitudes, mensurando sua contribuio
do projeto para a emancipao das comunidades atingidas e sua mais eficiente
organizao e atuao poltica.
recomendvel que o processo de avaliao proposto seja permanente e
contemple formas participativas de avaliao que no incluam somente a equipe doprojeto, mas seus beneficirios, parceiros e financiadores.
9 - Formulao de IndicadoresComo medir resultados?
Os indicadores so instrumentos de medida que verificam se os resultados
propostos foram alcanados. No mundo inteiro pessoas procuram definio de
indicadores que contribuam para o processo de avaliao de projetos.
Por parte dos profissionais que formulam projetos, todos concordam que os
indicadores variam em funo da natureza do projeto e dos objetivos propostos.
Destacam-se entre vrios tipos os indicadores quantitativos e objetivos que
medem resultados de forma numrica e prtica e os indicadores qualitativos ou
subjetivos, em geral percebidos pelos sentidos, que refletem resultados difceis de medir
diretamente.
So demonstraes que podem ser observados pelas pessoas envolvidas, mas
que requerem ateno e conhecimento de causa. Para cada resultado que se queira
alcanar existem vrios indicadores.
O grupo de pessoas desenvolve um projeto social deve preparar-se tecnicamente.
Nesse sentido importante procurar um dos vrios cursos disponveis no mercado que
ensinam a elaborar projetos e mesmo assessoram os interessados.
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3.4Aplicao da psicologia no dia a dia de trabalho
Muitos de ns ouvimos no dia a dia falar sobre a psicologia. Nesse sentido,
normalmente temos uma viso clinica, ou seja, imaginamos que psicologia se aplica
normalmente a problemas de comportamento. Vamos ento conhecer um pouco sobre
alguns aspectos da psicologia e sua relao com o Servio Social.
A psicologia uma rea do conhecimento cientfico que, dentro do saber
acadmico em algumas universidades est ligada ao campo das Cincias Sociais e
Humanas e em outras pertence rea da Sade.
As origens do conhecimento psicolgico podem ser localizadas na Filosofia,
Biologia e na Sociologia. Atualmente, em funo de polticas governamentais com o
Sistema Publico de Sade (SUS) e do movimento contrrio aos manicmios e de
intervenes realizadas nas Unidades Bsicas de Sade (UBS) a profisso tem sido
caracterizada cada vez mais na rea da sade.
Historicamente, a Psicologia se consolidou, como cincia, a partir de fins do
sculo XIX; entretanto, desde a metade do sculo XVIII, pode-se dizer que estudos de
carter psicolgico vinham sendo realizados. Tais perodos histricos foram marcados
pelo desenvolvimento de um modelo de pensamento racional que serviu de sustentao
para a cincia moderna, sendo decorrente das revolues cientficas do sculo XVI
(atravs dos trabalhos de Coprnico, Galileu e Newton), basicamente no campo das
cincias naturais.
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No sculo XIX, esse modelo de pensamento racional estende-se ao campo das
cincias sociais emergentes (estudos histricos, filolgicos, jurdicos, literrios,
filosficos e teolgicos), passando a ser referido como modelo nico de racionalidade e
passou-se a no aceitar qualquer outro modelo de conhecimento que no se
estruturassem por esse mtodo.
O fundador do primeiro laboratrio de psicologia
e mundialmente reconhecido como primeiro psiclogo,
W. Wundt, foi quem formou o primeiro laboratrio de
psicologia em Leipzig (Alemanha) em 1978, e seuobjetivo era estudar a experincia da pessoa no momento
em que ela ocorre, considerando no somente a
percepo dos fatos pelos sentidos, mas tambm os
processos da mente como a imaginao.
Isso implicava na anlise da cultura onde o individuo vivia, tais como religio,
costumes, crenas populares. Diferente das abordagens dos psiclogos ingleses e
americanos que procuravam conhecer o comportamento humano utilizando o estudo dafisiologia, surgiu ento, outra forma de conhecimento do comportamento sob o ponto de
vista da psicologia nas cincias sociais e humanas que procuravam compreender o
homem a partir de sua vivncia na sociedade, uma vez que isso no era possvel
somente com estudos em laboratrios.
Tambm deve ser considerada a influncia do pensamento positivista do filsofo
Augusto Comte, que considerava a psicologia no como uma rea do conhecimento
independente, mas como uma rea de conhecimento tambm dependente da Biologia eda Sociologia.
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Dentro desse cenrio histrico se encontram os fundamentos da Psicologia
Social.
Da mesma forma que as cincias naturais
propunham um conhecimento neutro, livre de
implicaes sociais, polticas, religiosas, tambm as
Cincias Sociais, inclusive a Psicologia, adotaram essa
abordagem para estudar o homem. No se procurava
considerar o homem em seu contexto social, mas
considerava-se o homem fora desse contexto.Temos a psicologia baseada nos testes, a
psicologia animal, a reflexologia, a psicologia
comportamental (behaviorismo), a psicologia da forma, psicologia gentica, psicologia
profunda (psicanlise Freudiana), A psicologia analtica (Jung) e diversas teorias
relativas Psicologia Social.
Vimos que a aplicao da psicologia no campo social denomina-se Psicologia
Social. Atualmente na Amrica Latina chamada Psicologia Social Crtica paradiferenciar-se da metodologia e teorias da Psicologia Social desenvolvida na Amrica
do Norte, que seguem o modelo tradicional de enfoque cientfico e consideram o
indivduo na sociedade separado das diversas variveis que atuam nesse campo.
(poltica, mudanas histricas etc.).
Como dissemos, na Amrica Latina a Psicologia Social atua com uma viso
global, social e histrica, procurando eliminar uma postura que reduz a explicao das
realidades a teorias e dedica-se a estudar a dinmica do dia a dia dos processos
psicossociais.
Essa situao aflora algumas perguntas: Qual afinal o lugar da Psicologia e
quais os limites para sua aplicao no campo das Cincias Sociais e Humanas e em
outros campos da rea da Sade? Ser uma cincia com atuao definida ou tem atuao
em diversos campos de outras disciplinas?
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Enfim, essas so algumas perguntas que surgem quando estudamos o
conhecimento a partir da Psicologia e de sua aplicao em outros campos do saber. Um
deles o Servio Social. Justamente devido a suas aplicaes em outras reas podemos
tambm nos perguntar se podemos falar em Psicologia ou Psicologias.
Uma vez que apontamos como finalidade de estudo da Psicologia Social a
construo do mundo interno do indivduo a partir das relaes sociais vivenciadas por
ele, surge a necessidade de se aproximar a Psicologia de outras reas do conhecimento,
uma vez que, historicamente, a Psicologia se ocupou em estudar o indivduo fora do
contexto das suas relaes sociais, culturais, econmicas e polticas.Dessa forma, procura-se contribuir para
ampliar o conhecimento dentro do Servio
Social, uma vez que essa profisso dedica-se
diretamente aos sujeitos sociais nas mais
diversas situaes do dia a dia. O Servio Social,
alm da Psicologia, tambm recorre a outras
reas do conhecimento cientfico, como veremosmais adiante, para construir seu campo terico, tcnico e operacional.
As contribuies da Psicologia Social por meio das disciplinas ministradas nos
cursos de graduao em Servio Social, muitas vezes fundamentam-se em concepes
de indivduo e sociedade e devem procurar compreender os elementos que fazem parte
da relao entre o indivduo e a sociedade de forma a estudar todos eles como
interligados, fazendo parte do mesmo contexto.
A Psicologia Social se desenvolveu como conhecimento cientfico por volta do
fim da I Guerra Mundial, diante do objetivo de compreender as crises e convulses que
abalavam o mundo. A partir da II Guerra, ela atingiu seu auge nos EUA dentro de uma
perspectiva positivista-funcionalista, onde a sociedade era compreendida como o plano
de fundo, o cenrio onde o indivduo desenvolvia suas aes.
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E os psiclogos sociais passaram, a estudar fenmenos de liderana, opinio
pblica, propaganda, preconceito, mudana de atitudes, comunicao, relaes raciais,
conflitos de valores, relaes grupais, etc., por meio de pesquisas e experimentos que
procuravam procedimentos e tcnicas de forma a poder intervir nas relaes sociais para
garantir uma vida melhor para as pessoas.
A interao entre a Psicologia Social e o Servio Social
O servio social brasileiro nasceu e se desenvolveu sob uma orientao do
pensamento e da forma de agir de uma sociedade
conservadora. Num cenrio de desenvolvimento
econmico e social pelo qual vem passando o pas, jovens
profissionais que desenvolviam trabalhos nas comunidades
comearam a questionar a postura de atuao da rea,
defendendo um novo padro de forma a antecipar-se s
novas necessidades provocadas pelas mudanas sociais
que estavam ocorrendo.
Podemos estabelecer vrios pontos em comum em relao atuao dos
psiclogos sociais e assistentes sociais: Em primeiro lugar, ambos vivem do trabalho e
participam da gerao de capital, mas, ao mesmo tempo, participam de aes que
questionam o uso e distribuio desse capital.
Tambm so submetidos a condies de trabalho que limitam suaspossibilidades de atuao. Isso quer dizer que as condies sociais, polticas e culturais
limitam ou favorecem sua viso do ser humano, sua forma de estudar e compreender a
realidade e sua forma de atuar.
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Em segundo lugar, devem agir sobre os problemas do social na direo de
solucion-los, visando obter resultados como ressocializar, reabilitar, resgatar, incluir,
entre outros.
Em terceiro lugar, considerando que a sociedade um cenrio complexo, cada
profissional tende a ver os fatos sob o ponto de vista de sua formao terica, seu
direcionamento poltico, suas crenas. Por exemplo, um poltico tende a ver as questes
que envolvem o poder, o antroplogo ver questes sob o ponto de vista de cultura, o
socilogo, a partir dos movimentos sociais, e o mdico sob o ponto de vista da sade
pblica. Somente cruzando essas formas de ver a realidade, juntando o conhecimento dediversas reas que se vai obter uma proposta de atuao mais efetiva para solucionar
os problemas sociais.
Atuar de forma interdisciplinar no significa
desqualificar os conhecimentos produzidos pelas reas
envolvidas, mas a partir desse conhecimento eliminar as
divises entre as reas de forma a construir uma linguagem
comum, melhor compreender os fatos e melhor atuar para obem estar do homem na sociedade.
Vimos at agora que a Psicologia tem diversas faces e
se conecta de diversas formas com vrias outras reas, dentre elas o Servio Social. No
campo do Servio Social, considerando seu foco no estudo do indivduo na Sociedade,
pois nela que ele vive e onde ele percebe a si mesmo e aos outros; e tambm percebe
as formas de transformar esse meio.
Vamos agora conhecer um pouco das reas onde o conhecimento da Psicologia
se conecta com os conhecimentos do Servio Social.
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Psicologia Apli cada
Quando nos referimos psicologia aplicada, estamos nos falando sobre utilizaros conhecimentos da psicologia de forma prtica. Seu objetivo dar resposta s
necessidades da sociedade como um todo.
A psicologia aplicada considera que o ser humano precisa estar em bom estado
psicolgico para sentir-se bem individual e
coletivamente.
A mente, os desejos, a situao emocional, a
percepo que a pessoa tem de si mesma precisam estar
em equilbrio com seu posicionamento social, seus
relacionamentos com grupos e pessoas, sua atuao
profissional e afetiva.
Essa corrente se relaciona a diferentes reas da psicologia como a psicologia
clnica, educacional, social, do desenvolvimento entre outras.
Busca sempre mtodos para o desenvolvimento mental, emocional e do
relacionamento entre as pessoas, bem como visa desenvolver apoio para que cada
pessoa tenha a melhor aceitao e relacionamento social. Seus principais objetivos esto
relacionados a compreender e prever comportamentos.
As diversas outras reas ligadas psicologia aplicada so:
Psicologia Social.
Vimos anteriormente que essa rea tem a finalidade de estudar o comportamento
da pessoa em sociedade. De forma simples podemos dizer que essa rea estuda como
ocorre o relacionamento entre as pessoas e das pessoas entre si, as relaes de
dependncia entre pessoas, como influenciam seus grupos de convivncia, tais como
amigos, familiares, colegas de trabalho, ou mesmo pessoas com as quais no tem um
relacionamento to prximo.
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Tambm estuda as consequncias que as influncias da vida em sociedade
causam sobre o modo de vida, a forma como sente a vida e as funes que as pessoas
desenvolvem ao longo de sua existncia.
Psicologia Educacional
Essa rea da psicologia estuda como aprendemos. Como funciona o processo de
aprender em crianas, adolescentes e adultos.
Estuda o quanto cada tcnica e mtodo educacional funciona e o quanto
eficiente. Estuda tambm o funcionamento das diversas organizaes escolares e atua
juntamente com os educadores de forma a tornar o processo de aprender mais eficiente e
motivador para quem aprende e atua tambm estudando e tratando as pessoas com
dificuldade de aprendizagem.
Consideram no somente as crianas na escola, mas tambm em todas as reas
onde haja reflexo do processo de aprender.
Psicologia do Desenvolvimento.
Essa rea da psicologia estuda como o nome define as diferentes fases do
desenvolvimento da pessoa e os comportamentos relacionados a cada fase. Interessa-se
por assuntos como os movimentos fsicos se desenvolvem (coordenao motora, andar,escrever, equilbrio), sua habilidade para solucionar problemas, como compreende
conceitos sobre as coisas, como a linguagem se desenvolve como a moral entendida e
como cada um entende e constri a si mesmo.
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Psicologia da Sade
Esse segmento da psicologia estuda as diversas formas de prever e tratar a
doena mental, realizando diagnstico e tratamento da mesma. Estuda as alteraes de
comportamento e atua tambm no estudo e desenvolvimento das polticas da Sade.
Desenvolve projetos voltados ao bem estar social para prevenir o
desenvolvimento das patologias mentais, na reduo dos seus efeitos ou atua para que
os indivduos portadores de doenas mentais sejam aceitos pela comunidade onde
vivem.
Para atuar na preveno e promoo da sade mental, a psicologia da sade atua
ligando-se a outras reas da psicologia como a psicologia hospitalar, social, da
comunidade, e mesmo com a medicina no que se refere psiquiatria. A finalidade
permitir um enfoque global sobre o indivduo em todas as suas formas de atuao, quer
seja individual ou na sociedade.
Psicologia apli cada comuni dade
Quando falamos em psicologia aplicada comunidade, que uma rea da
psicologia social, estamos nos referindo ao estudo do aspecto psicolgico de um modo
de vida prprio de um lugar ou comunidade.
Estuda-se fatores como os efeitos da violncia, da dependncia, dos diferentes
graus de subordinao e controle social prprios de comunidades menos favorecidas
(ex. Favelas) e como esses fatores atuam sobre a personalidade dos indivduos que ali
vivem.
Procura-se com isso propor aes para mudanas sociais e econmicas nos
problemas do dia a dia dessa comunidade e transformar cada pessoa em algum que se
perceba com possibilidades de atuar nesses processos de mudana.
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Psicologia Dif erencial
Essa rea da psicologia estuda as pessoas individualmente no que se refere scausas e consequncias do comportamento dos sujeitos. Procura identificar as
diferenas no desenvolvimento individual de cada pessoa.
A psicologia diferencial procura compreender o processo de funcionamento da
mente, por que funciona da forma identificada (causas) e tambm o resultado,
(consequncias) das diferenas psicolgicas de cada um de ns.
Procura estudar em que pontos as pessoas se assemelham e em que pontos se
diferenciam. Isso ocorre por meio de um mtodo que desenvolve uma srie de meios e
tcnicas para medir as diferenas.
Dessa forma, o profissional que realiza a pesquisa pode avaliar alguns grupos
que mostram diferenas, tomando como base um fato j existente e que seja responsvel
pela formao do grupo. Ex: nvel de escolaridade.
certo que a psicologia social e o servio social podem desenvolver formas de
conhecimentos e tcnicas que utilizem os conhecimentos das duas reas, sabendo-se que
tanto uma rea quanto a outra tem como meta desenvolver a pessoa como um todo.
Para o profissional do servio social, o conhecimento da psicologia pode ajudar
nas aes para dar base s aes que visam a melhorar a vida de cada pessoa.
Vejamos agora algumas das carncias sociais em que as aplicaes da psicologia
tm impacto:
Preveno de comportamentos de risco e educao para a Sade. Tratamento e reintroduo sociedade de dependentes de drogas.
Desenvolvimento sciocomunitrio.
Orientao e acompanhamento individual e familiar de portadores de AIDS. Apoio a vtimas de violncia domstica e preveno. Apoio a vtimas de delitos sexuais (pedofilia, etc.) e orientaes para preveno. Insero no mercado de trabalho de Portadores de Deficincia.
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3.5Aplicao da sociologia e da antropologia no dia a dia de trabalho
A sociologia
Ao iniciarmos a discusso deste tpico, importante definir o que sociologia e
o que faz o socilogo. Veremos tambm como se aplicam os conhecimentos da
sociologia no dia a dia do Assistente Social.
A Sociologia uma das cincias da rea de Humanas que utiliza os mtodos de
investigao cientfica, estuda o comportamento humano no meio social e busca
compreender as estruturas e relaes na sociedade. Teve incio no Sculo 18, quando os
socilogos no s esperavam entender o que unia os grupos sociais, mas tambm
estudavam formas de evitar a desintegrao social.
A Sociologia utiliza tcnicas para estudar os fenmenos sociais, tentando
explic-los, analisando os homens em suas relaes de interdependncia. Compreender
as diferentes sociedades e culturas um dos objetivos da sociologia.O termo sociologia foi criado por Augusto Comte com a inteno de unificar
vrias reas do conhecimento como psicologia, economia, etc. As trs principais linhas
de pensamento dentro da sociologia so: a Positivista-Funcionalista, tendo como
fundador Augusto Comte e grande contribuidor mile Durkheim; a sociologia
compreensiva iniciada por Max Weber; e a explicao sociolgica dialtica, iniciada por
Karl Marx.
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Como foi dito, a sociologia usa mtodos e tcnicas de pesquisa, sendo assim, as
informaes que so o resultado dessa pesquisa no interessam apenas aos socilogos,
mas tambm a diversas reas do conhecimento, tais como o Servio Social, a Medicina,
a Psicologia. Interessa tambm na compreenso das
relaes na famlia, na organizao das grandes
empresas, na poltica, nas religies.
Atualmente no pas o maior investidor em
pesquisa sociolgica e seus resultados so entidades
pblicas, que so os principais financiadores naspesquisas dessa rea.
Assim como toda cincia, a Sociologia pretende explicar totalmente seu foco de
pesquisa. Ainda que esta tarefa no seja alcanvel na prtica, a Sociologia procura
identificar a realidade social de forma cada vez mais precisa.
Por essa razo, ela se constitui num excelente recurso para se compreender o dia
a dia das pessoas, os problemas e dificuldades que enfrentam, suas diversas formas de
relaes sociais e, por fim, ajuda as pessoas a compreender a si mesmas comointegrantes da sociedade.
Tambm a sociologia procura estudar situaes que se repetem nas relaes
sociais e a partir da contribui para desenvolver teorias, mas tambm estuda fatos
nicos, como o nascimento de um determinado movimento econmico num pas. Por
exemplo, o desenvolvimento da economia na China atual.
Fica a esta altura fcil de se entender como as tcnicas e informaes que essa
rea dispoem podem interessar ao Servio Social.
As contribuies da Sociologia para o Servio Social vo desde pesquisas sobre
focos mais gerais da sociedade, como raa, gnero, como podem estreitar seu foco para
processos de desorganizao em estruturas menores, como a famlia, o crime, os
modelos de relacionamento entre sexos.
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As tcnicas que utilizam na maioria das vezes so quantitativas, ou seja,
pesquisam o uso de nmeros e a estatstica, para encontrar tendncias, ou identificar a
repetio de situaes que podem indicar um padro.
Isso ajuda os profissonais do Servio Social a compreender processos e
mudanas sociais e qual seu efeito no comportamento das pessoas afetadas por elas,
bem como quais as carncias que podem gerar e como atuar para atend-las.
A Antropologia
A Antropologia comparada com a Psicologia e a Sociologia uma cincia que
conquistou seu lugar entre as cincias h relativamente pouco tempo. No passado, foi
considerada como a histria natural e fsica do homem e do seu processo de evoluo,
no espao e no tempo. Seu foco de estudo era somente o homem fsico.
uma disciplina que investiga as origens, o desenvolvimento e as semelhanas
das sociedades humanas, assim como as diferenas entre elas. A palavra antropologia
deriva de duas palavras gregas: anthropos, que significa "homem" ou "humano"; e
logos, que significa "pensamento" ou "razo". Os antroplogos comumente investigam
as formas de desenvolvimento do comportamento humano, objetivando descrever
integralmente os fenmenos socioculturais.
Atualmente a Antropologia pode ser considerada a cincia que estuda toda a
humanidade e sua cultura. Seu campo de pesquisa compreende todas as reas habitadas
do planeta e todas as populaes com organizao social. Quanto ao tempo, seu estudo
compreende todo o periodo da existncia da raa humana, cerca de 2 milhes de anos.
Na Antropologia h atualmente dois grandes focos de estudo. A chamadaAntropologia Fsica e a Antropologia Cultural ou Social, que procura estudar o que se
considera um dos focos mais importantes de pesquisa, a Cultura.
Para estudar as diversas sociedades da humanidade, os antroplogos procuram
considerar os seres humanos que compem essas sociedades o mais detalhado possvel,
investigando como eles se relacionam fisicamente entre s e como o seu
relacionamento com a natureza.
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Para os antroplogos, cultura tem diversos enfoques: h o aspecto psicolgico,
os costumes, as crenas, os rituais, as histricas especficas, a linguagem, suas leis,
como a relao entre parentes, etc.
A relao da Antropologia com o Servio
Social est sendo construda. H diversos pontos de
interao entre as duas reas. Temas como classe
social, desigualdades e diferenas sociais geram
questes como raa, sexo, violncia, poltica social,
famlia, entre outros.H tambm o tema da diviso da sociedade em classes sociais na sociedade
atual, assunto de profundo interesse para os Assistentes Sociais no que se refere s
desigualdades e as carncias que elas geram e as resistncias das classes mais
favorecidas quanto s mudanas sociais propostas.
Os pontos de contato e de abertura de canais de comunicao no eliminam as
fronteiras de cada tradio profissional. Mas por meio das diferenas que a
antropologia contribui de forma relevante para o Servio Social. Isso ocorre a partir dadiscusso sobre as diferenas no mundo atual e das relaes entre nveis sociais e
pessoas nas sociedades.
O profissional do Servio Social se beneficia das informaes e concluses das
pesquisas da Antropologia. As informaes que esta rea lhe fornece permitem quele
direcionar melhor suas aes.
Tambm se beneficia pelo aprimoramento da teoria e da metodologia que pode
adquirir acompanhando os mtodos e tcnicas que a Antropologia utiliza.
A pesquisa de campo, a prtica do diagnstico de cada situao tambm outra
contribuio ao Servio Social. possvel ao Assistente Social compreender no s a
influncia de sua atuao no foco da pesquisa (seus valores, pr-conceitos) como
tambm pode entender o ponto de vista da populao pesquisada na explicao dos
fatos.
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Isso permite ao profissional do Servio Social a autocrtica, que possibilita
deixar de lado conceitos e valores que, se no forem eliminados, podem dirigir sua
atuao para uma forma menos eficiente.
Essa comunicao entre as reas , na verdade, um canal de troca parecido com
o que ocorre nos aspectos do dia a dia em uma sociedade complexa, quando pessoas
com diferentes conhecimentos e representantes de diversas reas da sociedade civil se
encontram para apresentar questes e responder a outras.
Unidade 4reas de atuao
Caro aluno,
Chegamos ltima unidade do nosso curso!
Nesta unidade vamos apresentar um panorama das principais reas de atuao do
Assistente Social.
Lembrando que esta uma profisso que est em continua mudana, voc ver
aqui as principais reas onde o Assistente Social pode participar ativamente no s
prestando sua colaborao profissional como participando de processos de mudanas
sociais.
Veremos o desenvolvimento das atividades na iniciativa privada, tais como
empresas e hospitais.
Tambm veremos as atividades do Assistente Social na empresa pblica.
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Outro campo de atuao constitudo pelo chamado Terceiro Setor e
Comunidade, envolvendo ONGs, educao, habitao, sade e projetos sociais.
Finalmente, abordaremos a questo do pblico-alvo dos trabalhos do Assistente
Social.
Desejamos a voc boa aprendizagem!
4.1Desenvolvimento de atividades na iniciativa privada - empresas/
hospitais
Vamos agora abordar a participao e a contribuio que pode oferecer o
Assistente Social nas empresas. Vamos focar especificamente a importncia do seu
trabalho junto dinmica das empresas, do ponto de vista institucional, por meio de
projetos de interveno ou via atendimentos sociais aos
colaboradores.
O objetivo dessa interveno a melhoria da
qualidade de vida. O Assistente Social que atua na
empresa privada no interfere nas relaes de produo e
contribui com informaes e encaminhamentos em busca
da soluo eficaz da situao-problema apresentada pelo
atendido.
Um dos pontos que mais preocupa as empresas atualmente a questo da sade
dos trabalhadores. Isso faz com que cada vez mais passem a adotar polticas de
preveno e controle do ambiente de trabalho, que tem influncia direta sobre a
qualidade de vida das pessoas. Diante dessa preocupao, o Assistente Social procura
atuar sobre todos os aspectos relacionados qualidade de vida, principalmente na
preveno de fatores que podem causar doenas e comprometer a sade.
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Geralmente, no cabe ao Assistente Social garantir a realizao profissional do
trabalhador ou garantir o atendimento de suas necessidades sociais e individuais. Cabe a
ele mediar s relaes de interesse do capital (Empresa) e do trabalho (Trabalhador),
buscando condies mais humanas de trabalho, incrementando o campo dos valores,
conhecimentos e cultura dos envolvidos.
Essas mediaes funcionam como canais por onde fluem as relaes entre os
vrios nveis da empresa, o Servio Social apresenta-se como o promotor de
intervenes que o Assistente Social faz nas relaes sociais, viabilizando os meios para
a conscientizao e conquista dos direitos. atribudo tambm a esse profissional o papel de interveno direta nas relaes
sociais na empresa. Para isso devem ocorrer mudanas, tanto junto aos trabalhadores,
quanto junto empresa, de forma a prever e atuar na soluo das dificuldades de ordem
pessoal e social de seus funcionrios, orientando-os de forma a se tornarem integrados,
individualmente ou em grupo.
Cabe ao Assistente social o desafio de colaborar para estruturar uma prtica
profissional que redirecione o modelo das relaes de trabalho de forma a se obter umaconstruo estratgica que alinhe direitos, necessidades e desejos dos trabalhadores
produtividade e lucratividade.
Na busca pela qualidade de vida como questo determinante da melhoria da
relao entre empresa e colaboradores, o desafio imposto ao Servio Social ainda
maior. Grande parte das organizaes observa no a promoo desta sade, mas a
reduo dos danos gerados; no na sua preveno, mas no tratamento dos efeitos,
mesmo sabendo que eles representam custos superiores.
Com relao a atividades de cunho educativo, o Servio Social realiza uma
parceria junto a rgos internos da prpria empresa a fim de obter melhores resultados
como, por exemplo, em parceria da CIPA. Entre os instrumentos mais usados na
execuo das atividades destacam-se as reunies educativas, plantes sociais, palestras,
pesquisas de campo, comunicao pessoal e grupal, elaborao de materiais
informativos, trabalhos conjuntos com outras reas, entrevistas e outras.
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O fundamento da interveno do Servio Social nas instituies inicia-se com o
estudo do ambiente institucional de maneira a se obter um diagnstico como forma de
melhor analisar os fatores que, no ambiente de trabalho, exercem influncia positiva ou
negativa sobre os trabalhadores.
A participao do Assistente Social nas organizaes privadas no deve seguir o
modelo assistencial, mas deve se caracterizar pela mediao, procurando construir
trabalhadores participativos, visando criar as condies para o atendimento de suas
necessidades pessoais e sociais, mas levando em conta tambm as necessidades da
organizao.O Servio Social, nas empresas, est inserido na
rea de recursos humanos e, juntamente com
profissionais de reas correlatas como a psicologia
organizacional, vem assumindo o papel de
assessoramento de gestores nas questes relacionadas
administrao, integrao dos trabalhadores s novas
demandas originadas por mudanas no modelo da produo e modernizao do trabalhoe ao tratamento das questes sociais ou interpessoais que afetam o cotidiano dos
trabalhadores.
Atualmente, o Servio Social considera a empresa como uma organizao social
que inclui toda uma problemtica do homem (trabalhador), para compreender, analisar e
propor melhorias nas condies de trabalho, visando, alm do desenvolvimento fsico,
social e poltico dos colaboradores nesta realidade, transformao do ambiente na
busca de uma melhor qualidade de vida.
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4.2Desenvolvimento de atividade em instituies pblicas -fundaes
Ao iniciarmos a apresentao do papel do Assistente Social nas empresas
pblicas, vamos lembrar que, segundo a lei de Regulamentao da Profisso, nas
atribuies privativas do assistente social vemos que o profissional capacitado para
coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, programas e
projetos na rea de Servio Social; planejar, organizar e administrar programas e
projetos em Unidade de Servio Social; e realizar vistorias, percias tcnicas, laudos
periciais, informaes e pareceres sobre a matria de Servio Social.
Sendo assim, a maioria dos profissionais atua em organizaes pblicas em nvel
federal, estadual ou municipal, elaborando, supervisionando e avaliando programas e
projetos na rea de Servio Social.
Para melhor entender a atuao desse profissional, devemos considerar alguns
fatores que proporcionam um entendimento melhor do cenrio de trabalho.
importante saber que grande parte das empresas pblicas passou portransformaes em busca de maior eficincia e racionaliazao de suas atividades em
funo da chamada reforma do Estado.
A reforma do Estado atuou sobre a estrutura das organizaes pblicas e sobre o
papel desempenhado pelos funcionrios. Ocorreu ento a reviso de muitos cargos e a
reviso das respectivas funes, entre elas a do Assistente Social. Busca-se hoje mais
eficincia na prestao do servio pblico.
Por outro lado, vm ocorrendo, tambm, mudanas nas polticas do Estado,
muitas delas voltadas populao menos favorecida, e considerando-se que o Servio
Social uma rea que vem acompanhando as mudanas e adaptando-se a elas, houve
tambm reflexos no papel dos profissionais dessa rea.
Outro fator foi a mudana ocorrida no Cdigo de tica da profisso ao longo dos
ltimos anos, dando um perfil de mais pr-ao e de enfrentamento dos problemas
sociais por parte desse profissional.
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Na empresa pblica, a atuao do Assistente Social volta-se em primeiro plano
implantao de programas decorrentes de Polticas Governamentais, como por exemplo,
o Programa Pr-Equidade de Gnero, (igualdade entre sexos no ambiente de trabalho),
que faz parte do Plano Nacional de Polticas para as Mulheres.
Nesse sentido seguem as aes visando informar e auxiliar os funcionrios sobre
os diversos programas governamentais como o Bolsa Famlia.
H tambm programas implantados que visam a atender as necessidades que
surgem nas empresas. Ex. Plano de Preparao para a Aposentadoria. Em projetos como
esse, normalmente o Assistente Social atua junto a grupos multidisciplinares formadospor profissionais de reas relacionadas ao foco do programa.
Os programas voltados a necessidades que surgem nas empresas, uma vez
aprovados e implantados, passam a fazer parte da sua poltica de Recursos Humanos.
O Assistente Social tambm atua em programas que esto ligados finalidade da
empresa e que podem afetar o meio ambiente e populaes como, por exemplo,
programa relativo ao Monitoramento de gua do Rio Paraba do Sul.
Nesse tipo de programa, o Assistente Social desenvolve um trabalho educativo
junto s pessoas prximas ao rio, para informao e esclarecimentos e para treinamento
para a coleta da gua e participao no projeto. O programa gera emprego e renda e
procura melhorar a qualidade de vida da populao local.
Mesmo nas empresas estatais, o Assistente Social
requisitado para administrar os benefcios sociais da
empresa e tambm para cuidar do gerenciamento dascarncias sociais dos servidores, fazendo parte das equipes
tcnicas de Recursos Humanos.
Essas carncias se referem s necessidades de ordem
material, psicolgica e fatores como conscientizar os servidores sobre a tica no
trabalho, suas responsabilidades e deveres para com a empresa por meio de programas
educativos diversos.
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importante considerar que a atuao do Assistente Social, mesmo na empresa
pblica, bastante determinada pelas requisies que a empresa lhe faz e seu grande
desafio ser capaz de atender a essas requisies e no somente aceit-las como
verdades absolutas.
Um dos problemas enfrentados pelos Assistentes Sociais nas empresas pblicas
diz respeito ao atendimento de trabalhadores terceirizados. Com o surgimento da
reestruturao das organizaes, so contratadas empresas para a execuo de servios
como limpeza e conservao, executadas por profissionais pagos por outras empresas,
mas que muitas vezes no recebem benefcios ou os recebem em quantidade insuficientepara atender s suas necessidades, como assistncia mdica e ajuda material em caso de
necessidade.
Uma forma de enfrentar esse problema pode ser uma aproximao do Assistente
Social com a gerncia das empresas desses trabalhadores a fim de mostrar as demandas
que so postas pelos mesmos ao Servio Social, no intuito de obter algum tipo de apoio
para que possam ser solucionadas e na tentativa de elaborar algum tipo de projeto acerca
dessas necessidades.A falta de investimento e de apoio institucional de alguns projetos e programas
do Servio Social tambm um limite imposto ao profissional. Mas essa uma
realidade que ocorre nos diversos campos de atuao dos assistentes sociais. O que no
significa que se deva deixar que isso os torne menos profissionais e com uma viso
fatalista da realidade, onde no conseguem ver possibilidades da superao,
acomodando-se e realizando suas funes de forma burocrtica e rotineira.
Por isso, o profissional deve se antecipar, ter uma postura propositiva, para
conseguir definir seus objetivos estratgicos e ultrapassar essas limitaes e os desafios
impostos pela empresa.
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4.3Desenvolvimento de atividades para o terceiro setor ecomunidade - educao/ habitao/ sade/ projetos sociais
O Terceiro Setor se formou, no decorrer dos ltimos 20 anos, num ambiente
social, econmico e poltico caracterizado pela complexidade, incerteza, instabilidade e
mudanas aceleradas, em uma dimenso que atingiu o mundo como um todo, tendo
como consequncias grande desenvolvimento tecnolgico e cientfico e, em
contrapartida, muita pobreza e desigualdade social.
Dessa forma, o Terceiro Setor no pode ser analisado de forma otimista,
pensando-se que essa rea venha a ocupar o papel do Estado na formulao e execuo
de polticas sociais. Nem devemos encarar o Terceiro Setor de forma pessimista,
negando a sua importncia e a dimenso de suas aes no enfrentamento de diferentes
manifestaes da questo social brasileira.
A forma de encarar esse tema de uma compreenso real e equilibrada do papel
que as organizaes do terceiro setor ocupam no contexto capitalista atual e, ao mesmo
tempo, as diferentes contribuies que as mais diversas reas profissionais podem dar
para o mesmo, entre elas, o Servio Social.
O termo terceiro setor tem sido utilizado com frequncia cada vez maior e, por
mais que na rea do Servio Social tenha sido recebido com certa precauo,
indiferenas e at crticas contundentes, no h como negar a evidncia social,
econmica e poltica que esse setor tem alcanado nos cenrios nacional e
internacional.
Por que essa rea tem sido chamada de terceiro setor? Diversos autores, quetm trabalhado esse conceito partem da explicao inicial de que a sociedade atual est
estruturada a partir de trs grandes setores:
1) O Estado (primeiro setor);
2) O Mercado (segundo setor);
3) Organizaes da Sociedade Civil que atuam sem finalidade de lucro e em
favor do interesse pblico (terceiro setor).
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Sendo assim, o Estado atua na esfera pblica estatal, o Mercado na esfera
privada e o Terceiro Setor na esfera pblica no estatal.
Porm, embora tenham sido citados esses trs setores de forma separada, na
realidade so profundamente interligados e interdependentes, compondo uma realidade
social em constante processo de mudana. Mudanas essas que devemos ressaltar cada
vez mais aceleradas em um mundo marcado pela complexidade, incerteza e
instabilidade.
Tambm para facilitar o entendimento vamos considerar sociedade civil
aquela compreendida fora do aparato do Estado, embora mantenha relao indissocivel
com o Estado medida que ela que o institui, o legitima e o mantm.A questo da cidadania tambm nos remete ao conceito de sociedade civil, pois
civil implica que a sociedade formada de cidados a quem so atribudos direitos e
deveres; so direitos civis, direitos polticos e direitos sociais.
Ento, por Terceiro Setor entenda-se a sociedade civil que se organiza e busca
solues prprias para suas necessidades e problemas, fora da lgica do Estado e do
mercado.
O Terceiro Setor formado por organizaes sem fins lucrativos, criadas e
mantidas exclusivamente pela participao voluntria, num mbito no governamental,
dando continuidade a prticas tradicionais de caridade, da filantropia, do patrocnio a
aes sociais no governamentais e expandindo o seu sentido para outros domnios,
graas, sobretudo, incorporao do conceito de cidadania e de suas mltiplas
manifestaes na sociedade civil.
Exemplos: Greenpeace e ONGs .
De uma maneira geral, podemos apresentar trs razes que explicam a emergncia
do Terceiro Setor :
A substituio gradativa e intencional das funes do Estado de Bem EstarSocial pelo chamado Estado Mnimo, resultante da implantao tambm
gradativa da poltica neoliberal, levando ao sucateamento das polticas sociais
pblicas.
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A legislao social trazida pela Constituio Federal de 1988 e das LeisOrgnicas que deram destaque na participao popular, o que implicou na
necessidade do reordenamento tcnico e administrativo das instituies estatais e
da rede privada. Alm disso, houve o surgimento cada vez mais atuante e
participativo de grupos sociais organizados, buscando fazer valer os direitos e
conquistas trazidas por essa legislao.
Agravamento da questo social: profundas desigualdades sociais, aumento dapobreza, fome, aumento da violncia.
A atuao do Assistente Social no contexto do Terceiro Setor:
Diante dos conceitos, caractersticas, desafios, diversidade e do processo de
configurao do terceiro setor no cenrio brasileiro, no h como negarmos a
importncia da atuao de diferentes profissionais de forma interdisciplinar, tendo em
vista o carter profissional e tcnico que os servios prestados por esse setor necessitam
assumir.
Para tanto, h a necessidade da organizao administrativa e tcnica dessas
instituies, significando a construo de instrumentos e ferramentas de gesto
adequadas s suas especificidades e singularidades. Nesse processo, profissionais de
diferentes reas podem contribuir significativamente e, entre estes o assistente social
tem importante atuao, considerando a sua especificidade profissional.
Alguns requisitos so fundamentais a todos os profissionais que desejam atuar
em organizaes do Terceiro Setor.
Entre estes, o Assistente Social deve:
- Ter um conhecimento bsico sobre o que o Terceiro Setor e as instituies
que o compem, mais especificamente sobre a instituio onde ir desenvolver a sua
ao: histrico, objetivos, misso, recursos, proposta de trabalho, dificuldades,
possibilidades, limites, pblico-alvo.
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- Ter a viso da totalidade institucional, conhecendo o ambiente interno e
externo da organizao e, principalmente, o papel que pretende cumprir naquele
determinado momento histrico e pelo qual a organizao deseja ser reconhecida.
- Conhecer a legislao atual que fundamenta a poltica de atuao junto ao
segmento atendido pela instituio. Isso significa buscar nas leis pertinentes ao
institucional respaldo legal para a um trabalho voltado para a garantia dos direitos da
populao atendida. A Constituio Federal de 1988; a Lei Orgnica da Assistncia
Social (LOAS), o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), a Lei Orgnica da
Sade, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), etc., so exemplos do
aparato legal que pode contribuir para garantir a ao do tcnico, do Servio Social ou
de outras reas, uma ao mais contextualizada, interdisciplinar e abrangente;
- Ter a concepo clara de que a populao atendida pela instituio
constituda por sujeitos de direitos e no meros objetos da ao profissional;
- Saber atuar em equipe, pois essa participao pressupe o trabalho conjunto de
pessoas que discutem e analisam situaes e fatos concernentes ao mbito de atuao,
tomando decises de encaminhamento e executando-as.
- Produzir respostas profissionais concretas e prticas para a problemtica
trabalhada pela instituio a partir de uma postura reflexiva, crtica e construtiva.
- Atuar profissionalmente com compromisso e responsabilidade, primando pela
capacidade de denunciar situaes que necessitam ser superadas, mas tambm
anunciando as formas de faz-lo.
Em se tratando da atuao especfica do assistente social, acrescentamos que
este profissional, necessita, alm dos requisitos apontados, possuir uma slida formao
profissional sobre:
Os determinantes da questo social brasileira e suas diferentes manifestaes,
As polticas sociais setoriais para o enfretamento dessas manifestaes,
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A relao Estado, Mercado e Terceiro Setor, discernindo o papel e funo de
cada um no contexto da formulao e execuo dessas polticas; no esquecendo que
cabe ao Estado o dever de prover polticas sociais adequadas e eficientes para o
enfrentamento da questo social. O terceiro setor parceiro do Estado e no o contrrio.
Alm disso, com base na Lei de Regulamentao da Profisso de Assistente Social (Lei
n. 8.6662, de 07/06/93), podemos visualizar algumas atribuies especficas ao
assistente social que atua na rea do terceiro setor:
Implantar, no mbito institucional, a Poltica de Assistncia Social,
conforme as diretrizes da Lei Orgnica da Assistncia Social (LOAS/93) eSistema nico da Assistncia Social (SUAS/04), de acordo com a rea e o
segmento atendido pela instituio;
Subsidiar e auxiliar a administrao da instituio na elaborao,
execuo e avaliao do Plano Gestor Institucional, tendo como referncia o
processo do planejamento estratgico para organizaes do terceiro setor;
Desenvolver pesquisas junto aos usurios da instituio, definindo o
perfil social desta populao, obtendo dados para a implantao de projetossociais, interdisciplinares;
Identificar continuamente necessidades individuais e coletivas,
apresentadas pelos segmentos que integram a instituio, na perspectiva do
atendimento social e da garantia de seus direitos, implantando e administrando
benefcios sociais;
Realizar seleo socioeconmica, quando for o caso, de usurios para
as vagas disponveis, a partir de critrios pr-estabelecidos, sem perder de vista o
atendimento integral e de qualidade social; e nem o direito de acesso universal
ao atendimento;
Estender o atendimento social s famlias dos usurios da instituio,
com projetos especficos e formulados a partir de diagnsticos preliminares;
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Intensificar a relao instituio/famlia, objetivando uma ao
integrada de parceria na busca de solues dos problemas que se apresentarem;
Fornecer orientao social e fazer encaminhamentos da populao
usuria aos recursos da comunidade, integrando e utilizando-se da rede de
servios socioassistenciais;
Participar, coordenar e assessorar estudos e discusses de casos com a
equipe tcnica, relacionados poltica de atendimento institucional e nos
assuntos concernentes poltica de Assistncia Social;
Realizar percia, laudos e pareceres tcnicos relacionados matria
especfica da Assistncia Social, no mbito da instituio, quando solicitado.
A atuao de profissionais competentes, comprometidos e participativos se faz
de fundamental importncia, entre eles, o Assistente Social. H a necessidade de a
incluso profissional ocorrer de forma equilibrada e cuidadosa, crtica e construtiva,
discernindo claramente a contribuio que esse profissional pode dar para um trabalho
de qualidade social no mbito do terceiro setor.
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4.4Pblico-alvo
Quanto questo do pblico-alvo, podemos dizer que a atuao do Assistente
Social abrange todas as pessoas que compem o contexto social, uma vez que esse
profissional atua na elaborao, aplicao e gesto de polticas sociais.
Prioritariamente, sua atuao dirigida a todas as pessoas que esto em situao
de carncia e vulnerabilidade, seja de que tipo for.
O assistente social desenvolve suas atribuies e
competncias em diferentes reas de atuao, como
Sade, Poder Judicirio, Habitao, Educao,
Assistncia Social, Cultura, Previdncia, empresas,
sistema prisional, Fundao Casa. Ou seja, tanto no
mbito pblico quanto no privado. A maior parte da
categoria ainda se constitui de servidores pblicos.
Seu foco deve ser o desenvolvimento da
autonomia dessas pessoas. Oferecer oportunidades reais
de emancipao e incluso social, sem prticas assistencialistas nem paternalistas, mas
dando espao para o desenvolvimento de aes voltadas transformao do indivduo
em cidado ativo, responsvel e independente.
No que se refere s polticas pblicas, vejamos alguns exemplos do tamanho do
desafio. Apenas no municpio de So Paulo, o nmero de pessoas que vive abaixo da
linha da pobreza chega a aproximadamente 1,4 milho de habitantes. S nas regies
centrais da cidade existem 38 mil pessoas vivendo em cortios, mais de 13 mil
moradores de rua e cerca de 1,8 mil crianas em situao de rua e de trabalho infantil.
H cerca de 930 servios conveniados com 360 organizaes sociais, que fazem
mais de 160 mil atendimentos por dia. Cabe ao assistente social realizar grande parte
desse atendimento, fiscalizar e monitorar se a poltica pblica est sendo corretamente
executada.
Estamos considerando dados da maior e mais rica cidade do Brasil, mas
imaginemos o tamanho da demanda considerando-se o pas todo.
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Tambm devem ser consideradas as atividades na iniciativa privada, nas aes
de assistncia e preveno na rea da sade, educao preventiva e nas entidades no
governamentais. Estamos ento, dimensionando praticamente toda a populao carente
como alvo da ao desse profissional, cada vez mais necessrio numa sociedade
complexa e em mudana constante como a nossa.
Concluso do Curso
Caro aluno.Chegamos ao final do nosso curso.
Pudemos acompanhar toda a evoluo dessa profisso que tem profundo
significado e importncia para a sociedade, que o Assistente Social e tambm o
nascimento da rea de Servio Social, sua evoluo e seu desenvolvimento em nosso
pas.
Agora voc tem uma viso ampla do que a area de Servio Social, a formao
do Assistente Social, a legislao que regulamenta essa profisso, seu cdigo de tica e
a atuao dos profissionais nas organizaes empresariais, estatais, de terceiro setor e
na sociedade em geral.
Vimos como esse profissional representava o relacionamento, atitudes e
comportamentos expressos pela sociedade entre as suas diversas segmentaes. Assim,
a ao do Assistente Social se confundia com a ao das senhoras participantes das
organizaes filantrpicas, que pressupunham o ser humano carente como sujeito sua
ao corretiva, caritativa.
No mbito do desenvolvimento sustentvel e da sustentabilidade corporativa, o
Assistente Social subsidia a organizao na formulao de polticas de gesto das
pessoas, demonstrando o impacto nos resultados de produtividade, lucratividade,
qualidade e imagem corporativa decorrentes da qualidade dos seres humanos nessa
organizao humana-empresa.
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O Assistente Social monitora as interaes e o clima decorrente dessas
interaes e subsidia as decises estratgicas da empresa, proativa e preventivamente.
A importncia do Assistente Social percebida quando, alm de identificar
condicionantes internas e externas geradoras de situaes sociais de risco, estende essa
informao aos seus pares, os responsveis pelas reas clientes para anlise e ao
integradas, apoiadas na ao multidisciplinar.
No que se refere s organizaes empresariais pblicas, privadas e no Terceiro
Setor, h um espao enorme de atuao, porque em todas elas temos seres humanos
interagindo e gerando, como produto, o social.
So alvos da ao profissional do Assistente Social, tanto a ONG, que precisa de
profissionalizao na sua gesto, quanto o Voluntariado, que recebe a assessoria na
formulao de projetos de desenvolvimento social, como tambm o pblico-alvo desses
projetos, a sociedade em geral e em particular aquelas segmentaes que demandam
aes inclusivas efetivas.
A contribuio do Servio Social e do Assistente Social para o desenvolvimento
sustentvel e a sustentabilidade est no enraizamento de valores e cultura de
autopreservao do ser humano, de todos os seres vivos e da transcendncia de
organizaes humanas saudveis.
H aproximadamente duas dcadas vimos o despertar das organizaes para a
cidadania empresarial, responsabilidade social empresarial/corporativa e l estava o
Assistente Social, um dos profissionais precursores da disseminao de atitudes ecomportamentos socialmente responsveis, quer para o pblico interno, quer para o
pblico externo, bem como para outros pblicos de interesse das organizaes.
Finalizamos este curso, desejando a voc sucesso na aplicao dos
conhecimentos adquiridos ao seu repertrio profissional e s suas atividades de
trabalho. Lembramos que este curso no capacita completamente seus alunos ao
exerccio da profisso, constituindo apenas um apanhado geral sobre os principais
aspectos que envolvem a profisso.
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Para concluir o curso, quando se sentir preparado faa a avaliao referente ao
Mdulo II localizada no menu do seu curso.
Sucesso e boa sorte!
Bibliografia
- IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Servio Social na contemporaneidade: trabalho e
Formao profissional. So Paulo: Cortez, 1998, 326p.
- IAMAMOTO, Marilda Vilela, CARVALHO, Raul de. Relaes sociais e servio
social no Brasil: esboo de uma interpretao histrica-metodolgica. 7 ed. So Paulo:
Cortez, 1990. 391p
- FRANCO, Augusto. As ONGs e a (nova) parceria. Braslia, 1994
- TEXTOS DO III CONGRESSO BERO-AMERICANO SOBRE O TERCEIRO
SETOR- RIO DE JANEIRO, 1996.Documento do CELATS
- ABESS - Associao Brasileira de Ensino de Servio Social. O processo de formao
profissional do assistente social. Cadernos ABESS n 1. So Paulo: Cortez, 1986. 87p