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Tribunal Regional Federal – TRF4 Redação e Interpretação de Texto Profª Maria Tereza

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Tribunal Regional Federal – TRF4

Redação e Interpretação de Texto

Profª Maria Tereza

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Redação e Interpretação de Texto

Professora: Maria Tereza

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Redação

INFORMAÇÕES GERAIS – CONFORME ÚLTMO EDITAL

1. Na Prova de Redação, o candidato deverá desenvolver um texto dissertativo a partir de uma única proposta.

2. Na avaliação da Prova de Redação, serão considerados, para atribuição dos pontos, os seguintes aspectos:

• Conteúdo – até 30 (trinta) pontos:

a) perspectiva adotada no tratamento do tema; b) capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;c) consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.

A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a divagações, e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.

• Estrutura – até 30 (trinta) pontos:

a) respeito ao gênero solicitado;b) progressão textual e encadeamento de ideias;c) articulação de frases e parágrafos (coesão textual).

• Expressão – até 40 (quarenta) pontos:

A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas sim de acordo com sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido. A perda dos pontos previstos dependerá, portanto, do comprometimento gerado pelas incorreções no desenvolvimento do texto.

A avaliação será feita considerando-se:

a) desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido;b) adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;c) domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática de

orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia e acentuação.

Na aferição do critério de correção gramatical, por ocasião da avaliação do desempenho na Prova de Redação deste Capítulo, poderão os candidatos valerem-se das normas ortográficas vigorantes antes ou depois daquelas implementadas pelo Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, em decorrência do período de transição previsto no art. 2º, parágrafo único da citada norma que estabeleceu acordo ortográfico da Língua Portuguesa.

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3. Será atribuída nota ZERO à Prova de Redação que:

a) fugir à modalidade de texto solicitada e ou ao tema proposto;b) apresentar texto sob forma não articulada verbalmente (apenas com desenhos, números e

palavras soltas ou em versos);c) for assinada fora do local apropriado;d) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificação do candidato; e) for escrita a lápis, em parte ou em sua totalidade;f) estiver em branco;g) apresentar letra ilegível e ou incompreensível.

4. Na Prova de Redação, a folha para rascunho no Caderno de Provas será de preenchimento facultativo. Em hipótese alguma o rascunho elaborado pelo candidato será considerado na correção pela banca examinadora.

5. Na Prova de Redação, deverão ser rigorosamente observados os limites mínimo de 20 (vinte) linhas e máximo de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem atribuídos à redação.

6. A Prova de Redação terá caráter eliminatório e classificatório e será avaliada na escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos, considerando-se habilitado o candidato que nela obtiver nota igual ou superior a 50 (cinquenta) pontos.

10. O candidato não habilitado será excluído do Concurso.

OBSERVAÇÕES QUANTO À BANCA (FCC)

1. Na FCC, pequenos deslizes gramaticais têm tanto peso quanto o conteúdo; por isso, atenção redobrada: duas acentuações incorretas mais duas ou três vírgulas mal empregadas, por exemplo, podem significar cinco pontos a menos na avaliação da banca.

2. Procure ocupar quase todas as trinta linhas.

3. A Fundação Carlos Chagas é muito clara ao expor, no edital, os critérios de correção. parâmetros. Na correção propriamente dita, apresenta informações vagas sobre as falhas cometidas pelo candidato. Os avaliadores, em alguns casos, apenas comentam brevemente qual o motivo das punições (de cinco em cinco pontos num total de 100).

DÚVIDAS COMUNS

• Linhas: respeite o número de linhas – de 20 a 30 linhas. • Margens: obedeça às margens direita e esquerda, bem como a do parágrafo. • Letra: faça letras de tamanho regular. Diferencie maiúsculas de minúsculas. • Retificações: atráz atrás • Título: Expressão, geralmente curta, colocada antes da dissertação. Não se deve pular linha

depois do título. É importante para o texto – agrega qualidade – e deve corresponder ao âmago da redação.

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• com verbo – apenas a primeira letra maiúscula e ponto final; • com pontuação intermediária – apenas a primeira maiúscula e ponto final; • sem verbo e sem pontuação intermediária – letras maiúsculas no início das palavras

(exceto nexos e artigos).

A presença de título no texto não é penalizada, a não ser que haja determinação contrária expressa em comando da prova. A linha em que o título for exposto é contada como efetivamente escrita.

• Translineação: hífen tão somente do lado direito da palavra translineada.

O QUE É DISSERTAÇÃO?

Trata-se da discussão de problemas por meio de um texto argumentativo, o qual deve apresentar Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, adotando-se o padrão de quatro/cinco parágrafos. Em cada parágrafo, deve haver um mínimo de dois períodos com, aproximadamente, três linhas em cada um.

Tal texto deve ser objetivo, veiculando informações consensuais. Sua finalidade não é literária. Visa a convencer, a persuadir o leitor.

Evite definições e críticas virulentas, bem como manifestação de preconceitos.

Introdução (± 5 linhas)

Assunto + Tema + Tese

Conclusão (± 5 linhas): Tema + Tese + sugestão de medidas e de ações efetivas.

Importante

Todos os parágrafos

deverão conter, no mínimo,

dois períodos.

Cuidado: um § para

cada aspecto.

ESTRUTURA

Desenvolvimento 2 (± 10 linhas)

Argumentar: tese.

Desenvolvimento 1 (± 10 linhas)

Dissertar: assunto + tema.

INTRODUÇÃO: a principal finalidade da introdução é anunciar o assunto, definir o tema que vai ser tratado, de maneira clara e concisa. Na introdução, são requisitos básicos a definição do assunto e a indicação do caminho que será seguido para sua apresentação.

Anotações

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INTRODUÇÃO

Estrutura da Introdução:1º período: assunto (palavra mais geral do tema).

2º período: tema

3º período: tese.

1º período: assunto + tema.

2º período: tese.

3º período: encaminhamento de solução de eventual problema.

OU

Anotações

1. EXPRESSÕES INTRODUTÓRIAS – DICAS

• O (A) ..... é de fundamental importância em .... É de fundamental importância o (a) .... • É indiscutível que ... / É inegável que ... • Muito se discute a importância de ... • Comenta-se, com frequência, a respeito de ... • Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de ... • Apesar de muitos acreditarem que ... (refutação) • Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação) • Pode-se afirmar que, em razão de ... (devido a, pelo ) ... • “Os recentes acontecimentos ... evidenciaram...”

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• “A questão ... está novamente em evidência...

2. MODELOS DE INTRODUÇÃO

• Declaratória - consiste em expor o mesmo que sugere a proposta, usando outras palavras e outra organização. O principal risco desse tipo de introdução é o de ser parafrástica.

• Perguntas - pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas. Porém, cuidado! Devem ser perguntas não retóricas, que levem a questionamentos e reflexões, e não vazias cujas respostas sejam genéricas. As perguntas devem ser respondidas, no desenvolvimento, por meio de argumentações coerentes. Por ser uma forma bastante simples de começar um texto, às vezes não consegue atrair suficientemente a atenção do leitor.

• Histórica - deve-se tomar o cuidado de escolher fatos históricos conhecidos e significativos para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto.

• Comparação social, geográfica ou de qualquer outra natureza – trata-se de apresentar uma analogia entre elementos, sem buscar no passado a argumentação. Constitui-se na comparação de dois países, dois fatos, de duas personagens, enfim, de dois elementos, para comprovar a tese. Lembre-se de que se trata da introdução, portanto a comparação apenas será apresentada para, no desenvolvimento, ser discutido cada elemento da comparação em um parágrafo.

• Citação / Argumento de Autoridade – abre-se esse tipo de introdução por meio de uma citação pertencente a qualquer área do conhecimento ou mediante a afirmação de uma autoridade no tema em pauta. É preciso ressaltar que tais expedientes não são gratuitos – meros “enfeites” – e que, portanto, a ideia que veiculam deve ser retomada ao longo do texto ou na conclusão.

3. DESENVOLVIMENTO: é a parte nuclear e a mais extensa da redação. Nessa parte, são apresentados os argumentos, as ideias principais. No D1 (tomando-se por base dois parágrafos de desenvolvimento) primeiramente, analisa-se o tema, desdobrando-o, decompondo o todo em partes. Dessa primeira análise surgirão os detalhes importantes que serão, por sua vez, posteriormente analisados e justificados. A discussão dos detalhes dará ensejo para a apresentação, no D2 (TESE), dos argumentos. A discussão pode ser ilustrada com citações textuais ou conceituais de autoridades, escritores, filósofos, cineastas, pensadores, educadores, atores etc.

4. MODOS DE DESENVOLVIMENTO

• Causas e consequências – é a apresentação dos aspectos que levaram ao problema discutido e das suas decorrências.

• Exemplificação – a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a dissertação, desde que não seja exclusiva: é preciso analisar os exemplos e relacioná-los ao tema. Devem-se apresentar exemplos concretos.

5. LIGAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO - DICAS

D1 • É preciso, em primeiro lugar, lembrar... • É preciso, primeiramente, considerar... • É necessário frisar também...

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D2/D3 • Nota-se, por outro lado, que... • É imprescindível insistir no fato de que... • Não se pode esquecer • É imprescindível insistir no fato de que... • Além disso... • Outro fator existente... • Outra preocupação constante... • Ainda convém lembrar...

Anotações

6. TIPOS DE ARGUMENTO

• Argumento de autoridade - a citação de autores renomados (escritores célebres) e de autoridades de certa área do saber (educadores, filósofos, cientistas etc.) é aconselhável quando se trata de fundamentar uma ideia, uma tese.

• Argumento baseado no consenso - são proposições evidentes por si mesmas ou universalmente aceitas como verdade – conceitos. Contudo, não se deve confundir argumento baseado no consenso com lugares comuns carentes de base científica.

• Argumento baseado em provas concretas - a argumentação consiste numa declaração seguida de prova. As provas concretas constituem-se, principalmente, de fatos, de dados estatísticos, de exemplos, de ilustrações.

CITAÇÕES

I – Aristóteles

“Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência.”“A dúvida é o principio da sabedoria.”“Haverá flagelo mais terrível do que a injustiça de armas na mão?”“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.”“A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: o julgamento é a aplicação da justiça.”“A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si.”“A esperança...: um sonho feito de despertares.”

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II – Platão

“O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê.”“O homem é a medida de todas as coisas.”“Quem critica a injustiça fá-lo não porque teme cometer ações injustas, mas porque teme sofrê-las.”“A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior.”“A coisa mais indispensável a um home é reconhecer o uso que deve fazer de seu próprio conhecimento.”

Anotações

III – Rubem Alves

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

“O princípio da educação é pregar com o exemplo.” – Anne Turgot

“Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender.” – Pascal

“A ética é a estética de dentro.” – Pierre Reverdy

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” – Immanuel Kant

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CONCEITOS

I – Ética

Segundo Aristóteles, as qualidades do caráter podem ser dispostas de modo que identifiquemos os extremos e a justa medida. Por exemplo, entre a covardia e a audácia, está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação, está a amizade; entre a indolência e a ganância, está a ambição etc. É interessante notar a consciência do filósofo ao elaborar a teoria do meio termo. Conforme ele, aquele que for inconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro de vício. Por exemplo, na política, o liberal é chamado de conservador e radical por aqueles que são radicais e conservadores, porque os extremistas não enxergam o meio termo.

Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em excesso”, Aristóteles formula a ética da virtude baseada na busca pela felicidade, mas felicidade humana, feita de bens materiais, riquezas que ajudam o homem a se desenvolver, e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais, como a ação (política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).

A ética, para Sócrates, tinha como objetivo fundamental, conhecer a respeito do homem. Daí sua frase: “conhece-te a ti mesmo”. Ele dizia que o homem que se conhece não comete erros. Para ele o que era certo para um, valia para todos e da mesma forma o que era errado para um, era para todos. Seu pensamento era racionalista. Ele acreditava que o bem era a felicidade da alma e o bom era útil para felicidade. O homem que errava, errava por ignorância, por isso precisava ser ensinado. Também para ele havia princípios universais de ordem e de justiça que vinham de Deus e eram impostos aos homens. Quem desobedecesse a essas leis era contrário a Deus, assim como à ética e à moral; eram ignorantes. Ele acreditava que era possível mudar a moral dos homens de forma intelectual e pregava que bens eram úteis se produzissem felicidade, que virtude e sabedoria eram bens supremos e que, por meio deles, viriam outros bens. Em resumo, quando o homem conhece o bem, não pode ignorá-lo; por outro lado, praticando o bem, sente-se dono de si e é feliz.

A palavra ética surgiu do grego “ethos”, sendo traduzida para o latim como “morale”, ambas carregando o mesmo significado: conjunto de condutas, aspectos relativos aos costumes. Sócrates foi o primeiro filósofo a pensar no conceito abstrato do que é ética, porém foi Platão que introduziu a definição sistemática do termo, o qual foi concretizado por Aristóteles. A filosofia platônica vê “a ética como uma qualidade do sábio, pois apenas pelo conhecimento se chega à razão e ao controle das iras e desejos, logo, a ser ético.” Logo, para Platão, ser ético exige como pressuposto basilar o controle dos sentimentos e desejos (expressos majoritariamente pelos anseios corpóreos), ou seja, não se é ético no sistema platônico sem o controle e a submissão corpórea ao reino das ideias. Já Aristóteles dizia que a principal função da ética está em delimitar o bom e o ruim para o homem, sendo que a dualidade corpo-mente se arquiteta como o principio basilar de seu sistema teórico. Só com Protágoras, um sofista da antiguidade grega, separou-se a ética da religião. A ele se atribui a frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais enquanto não são.”. Para Protágoras, os fundamentos de um sistema ético dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao mundo percebido pelos sentidos, entretanto, ainda assim o conceito de ética/moral ainda está fortemente ligado à religião. Epicuro, outro filósofo, deu outra definição para ética, ele dizia que a felicidade se encontra no prazer moderado, no equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação, fundando, assim, o hedonismo. No período Renascentista, surge outro nome “de peso”, Maquiavel. Ele revolucionou o conceito de ética uma vez que promove a independência

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da política em relação à moral, cuja máxima residia em tirar o máximo proveito possível de determinada situação. Nesse universo, os fins justificam os meios, sendo que o propósito do homem não era ser bom, mas alcançar a felicidade e o poder a qualquer custo, mesmo que esse custo passasse, às vezes, pelo aniquilamento da diferença, do outro. Nesse mesmo período, surgem vários filósofos como Hobbes, por exemplo. Este dizia que o homem era essencialmente mau, precisando de um sistema coercitivo material e espiritual para controlar seus impulsos. Logo, a ética de Hobbes tinha como única função o controle e o policiamento dos homens a fim de que estes não se digladiassem por quaisquer motivos fúteis. No período Iluminista, surge outro grande filósofo: Kant. Ele dizia que os seres humanos devem ser encarados como fins e não meios para o alcance de determinados interesses. Daí passamos a Karl Marx, que nega a ética em qualquer plano de constituição classista. Ele e Engels viam na ética de seu tempo uma ferramenta para manipular o povo, afirmando, assim, os valores burgueses. Após Marx, Nietsche também desenhou alguns pensamentos filosóficos sobre a ideia de ética e moral, rejeitando uma visão moralista de mundo e colocando-a num plano terrestre do presente. Freud também deu sua contribuição ao desenvolvimento do tema ao tratar sobre tabus sociais. Já em Gramsci, Habermas e Sartre, é possível notar determinada continuação de uma linha de pensamento cujas raízes estão fincadas em Marx: todos têm como pressuposto basilar a necessidade da construção de uma nova sociedade, ainda que por caminhos diferentes, e a premência na crítica aos valores não democráticos estabelecidos pelo sistema capitalista de produção.

Anotações

II – Justiça

Justiça pode ser entendida como um valor. Aliás, para Platão, ela é a virtude mais preciosa para a realização política na polis. A cidade ideal é aquela em que as pessoas têm um papel, uma função, cada um ocupa seu lugar no todo segundo sua capacidade. Artesãos, guerreiros, governantes têm suas funções específicas e realizam um tipo de valor: os primeiros realizam a virtude da temperança, da moderação, sua alma é sensitiva; os guerreiros defendem a cidade, sua virtude é a da coragem; os governantes devem ser sábios, sua virtude é a da sabedoria. Justiça é uma decorrência dessa distribuição.

O conceito de justiça que mais usamos na modernidade não é o distributivo, e sim o equitativo. Ela é para todos, e todos ganham o mesmo quinhão. Evidentemente, isso não funciona; há diversidade enorme de gostos, de educação, de projetos pessoais. Governo algum consegue distribuir tudo a todos da mesma forma. E se, por acaso,

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o fizesse, teria que ser impositivo, totalitário, ter mão de ferro para que uns não quisessem também o que caberia ao outro.

Um conceito mais interessante e viável é o de um filósofo norte-americano, Richard Rorty (1931-2007), de justiça como lealdade ou solidariedade alargada. Para ele, não há uma moral universal, não há regras morais que devam ser seguidas por todas as culturas. Ele sugere que, em algum lugar, de alguma forma, entre as crenças e os desejos compartilhados, deveria haver recursos que permitissem a convivência, a convivência sem violência. Alargar a lealdade que se tem com o amigo, com o familiar, com o outro, com o outro lado da fronteira, com o diferente, isso seria praticar justiça.

III – Educação

No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se desenvolvendo por meio de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida.

O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização. No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo.

O acesso ao ensino escolar formal faz parte do processo de educação dos indivíduos e é um direito fundamental do ser humano que deve ser garantido pelo Estado. No processo educativo em estabelecimentos de ensino, os conhecimentos e habilidades são transferidos para as crianças, jovens e adultos sempre com o objetivo desenvolver o raciocínio dos alunos, ensinar a pensar sobre diferentes problemas, auxiliar no crescimento intelectual e na formação de cidadãos capazes de gerar transformações positivas na sociedade.

III – Cidadania

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar do destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranquila.

Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. É a possibilidade de o cidadão exercer o conjunto de direitos e liberdades políticas, socioeconômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, à participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade, zelando para que seus direitos não sejam violados.

“Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo.” (Gandhi)

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7. CONCLUSÃO

Não confunda conclusão com apreciação do trabalho. É muito comum encontrar dissertações que apresentam na conclusão uma apreciação do assunto, ou frases do tipo “Eu acho muito importante .........., por isso ou aquilo...”

Na introdução, anuncia-se o que se vai fazer; na conclusão, confirma-se o que foi feito. Se a introdução pode ser considerada um “trailer” do trabalho, a conclusão é um “replay”.

A despeito de ser um “replay” (tema – tese – solução), admite-se fato novo: ideia ou argumento.

8. EXPRESSÕES CONCLUSIVAS – DICAS

• Conjunções conclusivas: • Portanto,... • Por conseguinte,... • Logo,...

• Em suma,... • Dessa forma,... • Definitivamente,... • Indubitavelmente,...

Na CONCLUSÃO não use •Fórmulas prontas para iniciar a conclusão(Conclui-se,Concluímos, De acordo com os argumentos citadosanteriormente, Com base na problemática acima enfocada,etc.)•Uma frase de efeito, um clichê, um slogan, umprovérbio:

A esperança é a última que morre.•Um apelo a uma entidade milagrosa:

É preciso que o governo se conscientize de que...•Uma conclusão utópica, messiânica:

No dia em que o homem perceber que... ele aprenderá que...

Mas temos certeza de que, dentro de poucos anos, o problema do menor abandonado estará resolvido.

Anotações

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9. QUALIDADES BÁSICAS DO TEXTO

As três partes fundamentais da redação - introdução, desenvolvimento e conclusão - são autônomas, mas devem apresentar-se de forma plenamente articulada.

O texto que não conta com UNIDADE, COERÊNCIA, COESÃO e ÊNFASE invariavelmente, vê comprometidas as melhores intenções de seu autor.

QUALIDADES BÁSICAS DO TEXTO

Unidade: consiste em fixar-se em uma ideia central nodecorrer da texto.

Todas as proposições são atuais / Há solução para tudo = FALTA DE COERÊNCIA

Ênfase: consiste no fato de a ideia-núcleo estar emdestaque e ser reforçada subsequentemente.

excesso de exemplos = FALTA DE UNIDADE.

Coerência: reside na associação e correlação de ideiasentre os períodos e entre um parágrafo a outro.

Coesão: reside na compreensão da proposta e no bomuso de nexos.

• Ausência de Coerência: são absolutamente vazias as fórmulas em que se exige “conscientização urgente do governo, das pessoas...”. Para evitar a incoerência, FUJA

• do episódio isolado ou sem retomada, pois ele comprova falta de encadeamento textual;

• da circularidade ou quebra de progressão discursiva (o texto não progride, você se vale do “vaivém”, isto é, aborda um enfoque, interrompe-o e volta a abordá-lo em outro parágrafo); NÃO seja repetitivo;

• da conclusão não decorrente do que foi exposto; NÃO a inicie com nexos adversativos. • Ausência de Coesão: para não incorrer na falta de coesão

• sublinhe as palavras com maior carga de significado que se encontram na proposta; • formule (para si mesmo) as seis perguntas sobre o assunto e responda-as: o quê? /

quem? / quando? / onde? / como? / por quê?

10. COMO UTILIZAR ADEQUADAMENTE OS TEXTOS DE APOIO

• Compreender as ideias desses textos: apenas apreender o essencial, deixar de lado o acessório, fazer inferências, perceber o que está implícito.

• Aproveitar os dados oferecidos como pontos de partida para reflexões: não faça paráfrases, apenas parta do texto.

• Acrescentar aos dados oferecidos sua contribuição: repetir o óbvio ou fixar-se no senso comum resulta em produção de textos entediantes.

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EXEMPLIFICANDO

Texto 1

(TRT-RJ 2013)

Mobilidade urbana é, também, a capacidade de as pessoas se deslocarem de um lugar para outro para realizar suas atividades de forma confortável, segura e em tempo hábil. É mais do que meios de transporte e trânsito. Nas grandes cidades, o resgate dos espaços públicos para os cidadãos se associa à limitação do uso de veículos automotores.

Considerando-se o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema abaixo

A mobilidade urbana: aspectos sociais, econômicos e ambientais

Anotações

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O texto que segue foi produzido pela aluna da Casa do Concurseiro, Fernanda Mattos. A ela, meu imenso obrigada e milhões de PARABÉNS!!!!!

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Evitar linguagem figurada (sofrer = padecer) / alterou- se...

Ausência de vírgula = adj. adv.deslocado – apontada pelo avaliador.

Uso de maiúsculas.

Ausência de vírgula = adj. adv.deslocado – apontada pelo avaliador.

Quebra de coesão textual.

Ausência de paralelismo (“a coibir”)

Regência – “em relação aos”

hipossuficientes

possuíam – apontada pelo avaliador.

repetição próxima.

Concordância – apontada pelo avaliador.

Ausência de vírgulas isolando deslocamento.

“por isso”

Incoerência temporal.

Não há tal especificação.

Ausência de vírgula isolando termo intercalado – apontada pelo avaliador.

Repetição próxima.

TEXTO 2 – Análise e correção

BB – 2013

Em uma relação comercial, há sempre duas partes envolvidas: a empresa e o consumidor. O acordo entre os interesses de cada uma das partes é um desafio a ser superado quando se quer transformar intenções em realidade.

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se a respeito do seguinte tema:

Conciliar as necessidades dos consumidores aos objetivos da empresa

O texto que segue foi produzido pela aluna da Casa, Cristiane Kipper. A ela, meu imenso obrigada e parabéns pelo bom texto.

Mudanças para o Bem do Consumidor

A relação comercial entre empresas e consumidores (sofreu)

mudanças bastante perceptíveis no decorrer das últimas décadas. Até aproximadamente o final dos anos (80) não havia legislação a qual defendesse o consumidor e não havia grandes preocupações, das empresas, em elaborar um bom (Plano de “Marketing”).

Assunto: RELAÇÃO COMERCIAL Tema: apenas EMPRESAS e CONSUMIDORES (ausência da ideia de conciliação de interesses). Opinião + encaminhamento de solução = AUSÊNCIA 6 linhas = 2 períodos

A partir da década de (90) surge o CDC (Código de Defesa do Consumidor), uma legislação específica para regulamentar as relações de consumo. (Esse) passa a inibir e (coibir) práticas abusivas das empresas (com) os consumidores, os quais eram (hiposuficientes) e não (possuiam) qualquer (legislação específica) que os protegesse.

Progressão temporal.Uso de argumento de prova concreta.Trecho expositivo; ausência de aspectos reflexivos.6 linhas = 2 períodos.

Além disso, as organizações passaram a se preocupar em (reterem e conseguirem) clientes, pois (na mesma década da criação do CDC) também se começou a falar em (Globalização), e, (com isso) , aumentou a concorrência. Então, (surge) a necessidade de uma boa estratégia de “marketing” para as empresas se manterem no mercado. Não bastava apenas produzir e vender para obter lucro, havia necessidade de qualidade, de bom atendimento, de boa prestação de serviços, pois, caso (o) (contrário) o consumidor procuraria outra (empresa) que o fizesse melhor.

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Anotações

Relação de causa – “devido à”

Idem – “devido ao”

Ausência de vírgula – oração explicativa.

Redundância.

Inversão de termos.

Utilização adequada de nexo entre os parágrafos.

Uso de argumento de prova concreta.

10 linhas = 3 períodos.

Portanto, (com) a legislação reguladora das relações de consumo e (com) o mercado aberto (que intensifica a concorrência), quem mais obtém vantagem (com isso) são os consumidores que cada vez (mais são) respeitados, possuem produtos com maior qualidade e preço justo.

Utilização adequada de nexo entre os parágrafos.Uso de argumento de prova concreta.Ausência de retomada tema + tese.6 linhas = 1 período.

Texto predominantemente expositivo = perda de pontos em ESTRUTURA.Destaque para “necessidades dos consumidores”.Pouco relevo para o aspecto “objetivos da empresa”.Tangência ao aspecto “conciliação”.Uso de apenas um tipo de argumento (prova concreta).Não exploração do texto de apoio.

CONTEÚDO = 25

ESTRUTURA = 20

EXPRESSÃO = 25

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11. LINGUAGEM – PECADOS!

A clareza é uma das principais qualidades de uma redação. Consiste em expressar-se da melhor forma possível, de modo a deixar-se compreender pelo leitor do texto.

Seja natural. Linguagem direta, clara, fluente é mais efetiva do que expressões rebuscadas, às vezes inadequadas para o contexto. Não seja prolixo ou verborrágico.

PECADOS!

Prolixidade Verborragia

Ambiguidade Lugar-comum, clichê

Impropriedade de registro

Inadequação semântica

Ambiguidade

• Imprecisão: Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência. É uma boa oportunidade para se livrar das coisas inúteis que há na sua casa. Tragam seus maridos.

• Expressão de amplo sentido: A corrupção nacional é uma COISA assustadora, um PROBLEMA quase sem solução. (A corrupção nacional é assustadora, um problema social quase sem solução).

Lugar-comum

• Desde os primórdios da humanidade, o homem tem-se mostrado cruel com seus semelhantes.

• É preciso lembrar que dinheiro não traz felicidade. • A juventude é o futuro do país. • Se cada um fizer a sua parte, certamente viveremos num mundo melhor. • Já não se fazem mais pais como antigamente. • Ditados: agradar a gregos e troianos, chover no molhado, ficar literalmente arrasado,

passar em brancas nuvens, segurar com unhas e dentes, ter um lugar ao sol...

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Impropriedade de registro

Gírias ou expressões informais retiradas da fala cotidiana podem enfraquecer um argumento.

Ex.: Os problemas tipo entre pais e filhos geram estresse.

Assim sendo, evite,

• fazer com que: Isso faz com que o povo fique desanimado. (Isso FAZ o povo FICAR desanimado).

• ter no lugar de haver: • Ex.: Tem uma liquidação ótima no “shopping”. = coloquial. (Há uma liquidação ótima no

“shopping” = formal. • só que: use mas, porém, etc. • diálogo com o examinador: não use VOCÊ / TU. Use “se” (apassivador, indeterminante do

agente). Não se desculpe, dizendo que não escreveu mais porque o tempo foi pouco. • mistura de tratamento – eu / nós / se / ele(s) – num mesmo período / parágrafo. • experimentalismos linguísticos: agudizar, apoiamento, barrichelização, grenalização... • cacofonia: Já que tinha interesse, ficou atento. • excesso de estrangeirismos: a palavra estrangeira, na sua forma original, só deverá ser

usada quando for absolutamente indispensável. O excesso de termos de outro idioma torna o texto pretensioso e pedante. Não se esqueça de explicar sempre, entre parênteses, o significado dos estrangeirismos menos conhecidos. Não empregue no idioma original palavra que já esteja aportuguesada.

Ex.: estresse e não stress.

Quando houver vocábulo equivalente em Português, prefira-o ao estrangeirismo.

Ex.: cardápio e não menu; desempenho e não performance.

Inadequação Semântica • Uso repetitivo de nexos, de palavras ou de expressões. • Redundâncias e obviedades. • Ex.: Há cinco anos atrás, não se ouvia falar em aquecimento global. (Há cinco anos... /

Cinco anos atrás...) • Ex.: Hoje em dia; A cada dia que passa; Eu acho / Eu penso...; Mundo em que vivemos;

(no mundo); um certo (“Quando certo alguém / cruzou o seu caminho...”). • Excesso de paráfrases: Num mundo em que nós, SERES HUMANOS, buscamos apenas a

excelência profissional... (desnecessário o aposto);

Anotações

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12. APRIMORANDO A LINGUAGEM

Uso do etc.

Não use etc. sem nenhum critério. Trata-se da abreviatura da expressão latina et cœetera, que significa “e as demais coisas”. Só devemos usá-la quando os termos que ela substitui são facilmente recuperáveis.

Ex.: A notícia foi veiculada pelos principais jornais do país como O Globo, Jornal do Brasil, etc.

O leitor bem informado sabe que os outros jornais ficam subentendidos: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Zero Hora.

MAS

Ex.: Muitas vezes, os pais não sabem como falar aos filhos problemas relacionados ao sexo, à morte, etc.

Quais seriam os outros problemas? Fica difícil saber.

Nunca escreva “e etc.”, pois a conjunção “e” já faz parte da abreviatura. Seria o mesmo que dizer “ e e as demais coisas”. Após a abreviatura, usa-se ponto final: ,etc.

Pluralização

Se uma “propriedade” refere-se a sujeitos diversos, deve manter-se no singular. Quando são vários os possuidores, o nome da “coisa” possuída fica no singular, inclusive partes do corpo, se unitárias, ou atributos da pessoa.

Exemplos:

• A insegurança das grandes cidades prejudica nossas vidas. (nossa vida / a vida) • A polícia tenta apurar as identidades dos marginais. (a identidade) • Eles concordaram e balançaram as cabeças... (a cabeça)

Expressões comuns

• Através: = “atravessar”, “passar de um lado para outro”, “passar ao longo de”Ex.: A luz do sol, através da vidraça, ilumina o se rosto. Ex.: O tipo de redação solicitada mudou através dos tempos.

• NÃO use através no lugar de mediante, por meio de, por intermédio de, graças a ou por. Ex.: Comuniquei-me com ele por meio do computador.

• Em princípio = antes de mais nada, teoricamente, em tese, de modo geral. Ex.: Em princípio, três horas diárias de estudo é bastante.

• A princípio = no começo, inicialmente. Ex.: A princípio, o curso de Medicina era o mais concorrido. Atualmente, isso mudou.

• A nível de NÃO existe. Existem em nível de (= no âmbito de; expressão desgastada!) e ao nível de. Ex.: A decisão foi tomada em nível de turma. (Melhor: A decisão foi tomada pela turma.)

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Ex.: Não chegou ao nível catastrófico, mas seu desempenho deixou a desejar. • Acontecer = suceder de repente; ideia de inesperado, desconhecido. Ex.: Tudo pode

acontecer, se não nos prepararmos bem! (é recomendável usá-lo com os indefinidos tudo, nada..., os demonstrativos isto, aquilo...).

• NÃO use acontecer no sentido de ser, haver, realizar-se, ocorrer, suceder, existir, verificar-se, dar-se, estar marcado para.Ex.: O exame está marcado para o dia 03 de janeiro.

• Possuir, adquirir, obter = posse, propriedade (de um bem material). Ex.: Ele possui imóveis fora do Brasil.

• NÃO utilize possuir, por exemplo, em “Ele possui excelente situação financeira.” Substitua por “Ele desfruta de excelente situação financeira.” Use ter, desfrutar, apresentar, manifestar, produzir, demonstrar, gozar, ser dotado de.

• Ao invés de = inverso, ao contrário de. Ex.: Enganou-se, ao invés de açúcar, pôs sal no cafezinho.

• Em vez de = no lugar de. Ex.: Em vez de ir ao cinema, resolveu estudar.

• Ao encontro de = a favor de. Ex.: Concordo com você; minhas ideias vão ao encontro das suas.

• De encontro a = em sentido oposto, contra. Ex.: Não concordo com você; minhas ideias vão de encontro às suas.

• A meu ver (não “ao meu ver”). • Chamar a atenção (não “chamar atenção”). • Defronte de (não “defronte ao”). • Em frente de / diante de (não “frente a”).

Uso do Gerúndio (-ndo): forma nominal do verbo (≈advérbio), indica ação continuada e simultânea. Logo,

Ex.: Vou ficar esperando por você até às 17h. (correto)

Ex.: Vou estar enviando a proposta até às 17h. (incorreto)

Ex.: Isso acaba provocando ódio. (desnecessário)

Ex.: Isso provoca ódio. (preferível)

Nexos

• ESSE(A)(S) + substantivo / ISSO = retomam assunto.Ex.: A inflação retornou. Esse fato denota que a economia não é tão estável como apregoa o governo. / Isso denota que...

• MESMO(A)(S) = não retomam palavras ou expressões; nessas situações, utilize ELE(A)(S).Ex.: Ainda tenho os mesmos ideais. Meus amigos, contudo, mudaram. Eles creem que manter certas convicções é estagnar.

• ONDE = refere-se apenas a lugar em que se está; caso contrário, utilize em que, no(a)(s) qual(is).Ex.: A cidade onde (= em que / na qual) nasci é maravilhosa. / O dia em que (no qual) te conheci foi o melhor de minha vida. / A sociedade na qual (em que) nos inserimos...

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• AONDE = refere-se apenas a lugar para o qual se vai.Ex.: Essa é a praia aonde você vai nas férias?

INOVE

já que, visto que e não "pois"urge que, é necessário e não "tem que"em suma, posto que e não "como foi dito"contudo, todavia e não "mas"

13. PONTUAÇÃO

Aspas: são empregadas adequadamente em um texto dissertativo para indicar

• transcrições textuais; • palavras estrangeiras; • títulos.

Dois-pontos: usados numa relação em que a segunda oração é uma consequência ou uma explicação da primeira, mas não no início de qualquer série.

Ex.: No tabuleiro da baiana tem: vatapá, caruru, umbu... (incorreto)

14. ESTRUTURA DO PERÍODO

Chamamos de fragmento de frase (ou frase fragmentada) o isolamento indevido de trechos do período.

Ex.: Era necessário preservar os vários sentidos do texto. Cabendo ao leitor interpretá-lo. (oração reduzida) / Era necessário [...], cabendo ao leitor...

Chamamos de frases siamesas quando não há sinal de pontuação entre os períodos cujo assunto foi concluído.

Ex.: A pessoa se acostuma a competir, quando isso ocorre, ela é beneficiada. (...a competir. Quando isso ocorre,...)

Nunca inicie períodos porSendo que

PoisIsso porque

O qual

Mesmo porque

Paralelismo

A quebra de paralelismo consiste em coordenar elementos semelhantes de forma diferente.Quebra de paralelismo sintáticoEx.: Pediu que eu saísse e para apagar a luz. (Pediu que eu saísse e que apagasse a luz. / Pediu para eu sair e para apagar a luz.)

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Ex.: Há muito desejava e sonhava com uma BMW. (Há muito desejava uma BMW e sonhava com ela.)

Quebra de paralelismo vocabular

Ex.: Matriculei-me na disciplina, fiz os trabalhos, provas e presença nas aulas. (Matriculei-me na disciplina, fiz os trabalhos e compareci às aulas.)

Ex.: Escrever romances é diferente da pintura. [escrever = ação / pintura = resultado da ação] (Escrever romances é diferente de pintar quadros.)

Quebra de paralelismo semântico

Ex.: Quando fui à Grécia, visitei as ruínas e minha avó.

Anotações

15. GRAFIA

Emprego de maiúsculas e de minúsculas

• Maiúsculas • substantivos próprios de qualquer natureza; • nomes de vias e lugares públicos; • nomes que designam altos conceitos políticos, religiosos ou nacionais (A Igreja teceu

duras críticas às pesquisas com células-tronco.); • nomes que designam artes, ciências e disciplinas; • nomes de estabelecimentos públicos ou particulares e nomes de escolas de qualquer

espécie ou grau de ensino;

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• títulos de livros, jornais, revistas, produções artísticas, literárias e científicas; • pontos cardeais, quando nomeiam regiões (No Sul, desfruta-se de um inverno

europeu.); • nomes de fatos históricos importantes, de atos solenes e de grandes

empreendimentos públicos; • expressões como fulano, beltrano e sicrano, quando usadas em lugar de nome de

pessoas; • País com letra maiúscula em substituição ao nome próprio da nação (O Brasil ainda é

vítima de problemas terceiro-mundistas. O País precisa, pois, curar-se da síndrome do “coitadismo”.);

• Estado = o conjunto das instituições (governo, congresso, forças armadas, poder judiciário etc.) que administram uma nação. (A máquina administrativa do Estado.).

• Minúsculas • nomes de povos, de suas línguas e gentílicos (O brasileiro é cordial.); • nomes dos meses e dos dias da semana; • nomes comuns que acompanham nomes geográficos (Transposição do rio São

Francisco); • nomes de festas pagãs ou festas populares (Em fevereiro, há o carnaval.); • nomes das estações do ano; • depois de dois-pontos, quando se trata de uma enumeração ou de uma exemplificação; • estado = cada uma das divisões político-geográficas de uma nação. (O Amazonas é o

maior estado brasileiro.).

Grafia de números

• Por extenso • os números até noventa, que se constituírem de apenas uma palavra no início da frase

(Dois alunos saíram mais cedo da aula.); • substantivados (Ela lia as Mil e Uma Noites.); • dados por aproximação ou estimativa (“Nem por você / Nem por ninguém / Eu me

desfaço / Dos meus planos / Quero saber bem mais / Que os meus vinte / E poucos anos...”);

• números com mais de uma palavra e números a partir de 100 (Nas próximas vinte e quatro horas saberei o que fazer de minha vida.);

• Em algarismos • horas, minutos e tempo em geral (O voo sai às 17h e chega por volta das 19h30min.); • medidas (Corro 5 km todos os dias.).

• Em forma mista • os números de 1 milhão em diante (Esta estrela tem, seguramente, mais de 19 milhões

de anos.)

Siglas

• todas as letras maiúsculas se a sigla tiver até três letras (ONU); • todas as letras maiúsculas se todas as letras forem pronunciadas (INSS); • se houver mais de três letras, só a inicial maiúscula (Unesco).

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16. EXEMPLO

PROVA DISCURSIVA − REDAÇÃO - TRT-SP 2014

Instruções gerais:

Conforme Edital publicado, Capítulo IX, item 6, será atribuída nota ZERO à Prova Discursiva − Redação que, na Folha de Resposta Definitiva:

a) for assinada fora do local apropriado; b) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificação do candidato; c) for escrita à lápis, em parte ou em sua totalidade; d) estiver em branco; e) apresentar letra ilegível e/ou incompreensível. Deverão ser rigorosamente observados os limites de linhas da Folha de Resposta Definitiva.

Em hipótese alguma será considerada pela Banca Examinadora a redação escrita neste rascunho.

Redija seu texto final na Folha de Resposta Definitiva da Prova Discursiva.

As pessoas vão às ruas protestar por vários motivos, exercendo um direito que é legítimo, mas é preciso considerar alguns limites, sem os quais suas manifestações perdem a legitimidade.

Escreva um texto dissertativo-argumentativo, no qual você deverá discutir o tema apresentado.

PLANEJAMENTO:

ASSUNTO – PROTESTO

TEMA – protestar é um direito legítimo, mas limites devem ser considerados a fim de que tal ação se mantenha em conformidade com princípios justos.

TESE – concordância.

ENCAMINHAMENTO DE SOLUÇÃO – quais são os limites a serem observados quando de protestos?

INTRODUÇÃO:

1º período = assunto + tema.

2º período = tese.

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3º período = encaminhamento de solução.

Em qualquer comunidade, há os que – em desacordo com o status quo – exercem o seu direto legítimo de protestar. Contudo, manifestar-se de forma contrária ao que é estabelecido legal ou consensualmente, requer, no mínimo, conhecimento da situação e maturidade, a fim de que não se perca a legitimidade de tais ações. Talvez, aí esteja o maior desafio: estabelecer os limites entre uma manifestação pública e o contrassenso.

D1 = 1º período.

• exposição do tema; • argumento de consenso; • argumento de prova concreta.

A história prova que o progresso está diretamente relacionado à capacidade de transgressão. Ao não se acomodar, o homem busca alternativas e soluções para as situações que não o satisfazem. Assim, rompendo a cadeia acomodatícia, ele ocupa os espaços públicos a fim de protestar – uma prerrogativa legal. Momento recente da história brasileira exemplifica de maneira modelar tal direito (e dever): notadamente nos meses de junho/julho de 2013, a população brasileira – impulsionada, inicialmente, pelo aumento do valor do transporte público – saiu às ruas a fim de expor sua indignação com os rumos político-sociais do País. Legitimava, assim – mesmo que de forma pouco homogênea –, o seu papel de construtor da sociedade.

D2 = 2º período

• exposição da tese; • argumento de autoridade; • comparação.

O direito de protestar – conquistado recente e arduamente pela maioria dos povos, de forma especial pelo latino-americano –, contudo, está diretamente relacionado ao conhecimento da situação que motiva manifestações a ela contrárias e à maturidade (inclusive, política). A ausência de tais requisitos pode transformar a população legitimamente indignada em massa de manobra daqueles cujo principal interesse é o próprio. Assim, indignada tal qual uma criança que não sabe bem por que chora, o conjunto dos cidadãos – agora uma turba – manifesta-se irrefletidamente, ultrapassando os limites do bom senso. Esquece-se, paradoxalmente, de que há o “direito do mais sábio, mas não o do mais forte”, conforme afirma Joseph Joubert.

CONCLUSÃO = retomada do tema + reforço da tese + explicação da solução

Assim sendo, o ato de protestar e de agir (a ação é indispensável), mais do que legítimo, é ferramenta indispensável ao exercício da cidadania – a expressão concreta do exercício da democracia. Todavia, há que se buscar a justa medida aristotélica, que – se menosprezada – destrói qualquer limite que torne equânimes os propósitos da manifestação, transformando-a no grito dos que perderam a razão.

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17. PROPOSTAS DE REDAÇÃO

Instruções gerais:

• redija um texto dissertativo-argumentativo obedecendo aos limites mínimo de 20 (vinte) linhas e máximo de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem atribuídos à Redação;

• não copie ou parafraseie trechos do texto de apoio; • utilize caneta preta ou azul; lápis apenas no rascunho; • não rasure seu texto e não use corretivo; • faça letra legível – ilegibilidade é critério de anulação.

Proposta 1 (TRE-Técnico – 2011)

Escolha UMA (apenas uma) das seguintes propostas:

Proposta I

Capazes de aproximar candidatos e eleitores e promover debates engajados em tempo real, as novas tecnologias da comunicação impõem desafios imprevisíveis e de difícil solução ao Tribunal Superior Eleitoral, como o de fiscalizar a chamada “boca de urna digital” e a autenticidade do que se veicula na internet.

Discuta, em um texto dissertativo-argumentativo, a utilização das novas mídias durante o período eleitoral.

Proposta II

No Art. 14 da Constituição Brasileira consta: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante: (I) − plebiscito; (II) − referendo; (III) − iniciativa popular.” A iniciativa popular levou à criação da chamada Lei da Ficha Limpa, marco fundamental para a democracia na luta contra a corrupção e a impunidade.

Discuta, em um texto dissertativo-argumentativo, o que representa essa Lei para a democracia brasileira.

Proposta 2 (TRE-Analista – 2011)

Leia os textos abaixo.

A ONU Mulheres é a nova liderança global em prol das mulheres. A sua criação, em 2010, proporciona a oportunidade histórica de um rápido progresso para as mulheres e as sociedades. A ONU Mulheres trabalha com as premissas fundamentais de que as mulheres têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento.

(http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-mulheres, com adaptações)

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No Brasil, as mulheres representam mais da metade (52,6%) da População Economicamente Ativa (PEA). Entretanto, ocupam principalmente a base da pirâmide ocupacional, em cargos de menor qualificação e remuneração. Não bastasse isso, o rendimento médio das mulheres corresponde a apenas 65,6% do rendimento dos homens (PNAD 2006/IBGE). É nesse contexto que o Governo Federal assume a iniciativa de implementar o Programa Pró-Equidade de Gênero, em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).

(http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/programa_proequidade.pdf)

Considere as informações acima para desenvolver um texto dissertativo a respeito do seguinte tema: igualdade de gênero e a contribuição da mulher para o desenvolvimento das sociedades.

Proposta 3 (TRT 6ª Região – 2012)

“Viajar amplia os horizontes”, diz o lugar-comum. Todos os indicadores apontam que os brasileiros estão viajando como nunca, sobretudo para o exterior. Será que esse contato com outros países e diferentes culturas está contribuindo para nos tornarmos mais bem informados, críticos, perceptivos e tolerantes? Ou, como querem alguns, estaríamos voltando ao país carregados apenas com os bens de consumo que o Real valorizado tornou mais fácil adquirir?

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: turismo internacional hoje: transformação pessoal ou consumo desenfreado?

Proposta 4 (TRE-CE – 2012)

Os protestos e manifestações realizados em diversos países pelo que ficou conhecido como The Occupy movement (Movimento de ocupação), trazendo como principal slogan “Nós somos os 99%”, têm se voltado contra as crescentes desigualdades econômicas e sociais. O principal executivo de um dos maiores bancos do mundo, com sede na Grã-Bretanha, pode ilustrar à perfeição o 1% restante e os gritantes contrastes entre os ganhos dos dois grupos. Segundo o jornal The Guardian, o salário para essa função aumentou quase 5.000% em trinta anos, ao passo que a média salarial no país cresceu apenas três vezes no mesmo período.

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: as desigualdades econômicas e os movimentos sociais.

Proposta 5 (TRE-CE – 2012)

No Brasil, como em praticamente todo o mundo, o envelhecimento gradativo da população parece um processo sem volta. Se não há como não saudar essa conquista da humanidade e enaltecer os seus frutos, é preciso reconhecer que o aumento da expectativa de vida traz enormes desafios a todas as gerações.

A qualidade de vida na velhice e o equilíbrio entre trabalho e aposentadoria são apenas dois dos temas mais polêmicos no centro de um debate que deve se estender ainda por muitos e muitos anos.

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Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: os benefícios e os desafios que o aumento da longevidade traz aos indivíduos e à sociedade.

Proposta 6 (BANCO DO BRASIL – 2012)

Ergonomia:

1 estudo científico das relações entre homem e máquina, visando a uma segurança e eficiência ideais no modo como um e outra interagem.

1.1 otimização das condições de trabalho humano, por meio de métodos da

tecnologia e do desenho industrial.

(Dicionário Houaiss)

A proteção da saúde dos trabalhadores é uma das pretensões da ergonomia, mas não apenas isto, e sim, também, a melhoria da produção e da produtividade.

(Adaptado de http://www.maurolaruccia.adm.br/trabalhos/hopital.htm)

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: produtividade e qualidade de vida no trabalho.

Proposta 7 (TRT /PE – 2012)

A Declaração de Chapultepec é uma carta de princípios e coloca “uma imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam a sua liberdade. Não deve existir nenhuma lei ou ato de poder que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, seja qual for o meio de comunicação”. O documento foi adotado pela Conferência Hemisférica sobre Liberdade de Expressão realizada em Chapultepec, na cidade do México, em 11 de março de 1994.

(http://www.anj.org.br/programas-e-acoes/liberdade-de-imprensa/declaracao-de-chapultepec)

Ainda que o Brasil tenha assinado a declaração em 1996 e renovado o compromisso em 2006, não é incomum a defesa de que limites deveriam ser impostos à liberdade de imprensa, mas até que ponto isso poderia ser feito sem prejuízo da liberdade de expressão e do direito à informação?

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: liberdade de imprensa, desenvolvimento da sociedade e direitos individuais.

Proposta 8 (DPE-RS – 2013)

Neste momento, nós, mulheres e homens, enfrentamos muitas novidades, num mundo fascinante, vertiginoso, belo e às vezes cruel. Com tecnologias efêmeras e atordoantes, estamos condenados à brevidade, à transitoriedade, depois de séculos em que os usos e costumes duravam muitos anos, e qualquer pequena mudança causava um alvoroço. A convivência de

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TRF4 – Redação e Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

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homens e mulheres também mudou. Em muitas empresas as mulheres trabalham ombro a ombro com colegas homens e, eventualmente, assumem cargos de comando. Como agimos, como nos portamos, como nos reinventamos, nós, homens e mulheres?

(Adaptado de Lya Luft. Veja, 19 de dezembro de 2012)

Considerando o que está escrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema: a conciliação dos sentimentos humanos na vida moderna.

Proposta 9 (TRT-9ª Região – 2013)

A fronteira é, simultaneamente, o lugar onde países se encontram e se separam. Essa definição ambígua deve-se às semelhanças, diferenças e assimetrias muitas vezes verificadas entre os países e, em específico, as cidades fronteiriças.

(Adaptado de Vicente Giaccaglini Ferraro. Disponível em: Júnior http://www.academia.edu)

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema: fronteiras territoriais e suas implicações nas relações entre países vizinhos.

Proposta 10 (TRT-SC – 2013)

Nos anos 70, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) registrou pela primeira vez a existência da economia informal. Hoje, o trabalho sem vínculo empregatício (alternativo, temporário, provisório) é uma realidade que desconhece fronteiras.

(HTTP://www.dw.de/economia-informal-o-futuro-do-mercado-de-trabalho/a-434175)

Com base no que está transcrito acima, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema: causas e efeitos do trabalho informal.

Proposta 11 (TRT 24 – 2011)

Atente para as seguintes afirmações:

1. A liberdade de imprensa é, indiscutivelmente, um pressuposto para o exercício da democracia.

2. Eventualmente, em nome da liberdade de imprensa, o sensacionalismo de certas práticas jornalísticas desrespeita outros direitos e compromete a essência mesma dos princípios democráticos.

Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “A liberdade de imprensa”, posicionando-se em relação às afirmativas acima.

Proposta 12 (TRT 6 - 2012 – ANALISTA JUD E EXECUÇÃO DE MANDADOS)

A Declaração de Chapultepec é uma carta de princípios e coloca “uma imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam a sua liberdade. Não deve existir nenhuma lei ou ato de poder que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, seja qual for o meio de comunicação”. O

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documento foi adotado pela Conferência Hemisférica sobre Liberdade de Expressão realizada em Chapultepec, na cidade do México, em 11 de março de 1994.

(http://www.anj.org.br/programas-e-acoes/liberdade-de-Imprensa/declaracao-de-chapultepec)

Ainda que o Brasil tenha assinado a declaração em 1996 e renovado o compromisso em 2006, não é incomum a defesa de que limites deveriam ser impostos à liberdade de imprensa. Mas até que ponto isso poderia ser feito sem prejuízo da liberdade de expressão e do direito à informação?

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:

Liberdade de imprensa, desenvolvimento da sociedade e direitos individuais.

Anotações

Proposta 13 (TRT 5ª – 2013)

Texto 1

Desde o seu surgimento, a publicidade, que procura estar em sintonia com a visão dos grupos sociais aos quais se destina, extrapola a finalidade meramente comercial e ajuda a criar e a consolidar estereótipos, sejam de uma nação ou grupo de indivíduos.

Texto 2

Os discursos dos meios de comunicação, que comumente são acusados de reforçar os conteúdos negativos de certos estereótipos sociais, poderiam contribuir, no entanto, para a sua desconstrução.

(Adaptado de: www.vcs.br)

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Considerando o que consta das passagens acima, desenvolva um texto dissertativo-argumentativo posicionando-se a respeito do tema:

A contribuição da mídia para a construção e a desconstrução de estereótipos

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Proposta 14 (TRT 9ª – 2010)

Muita gente vê como opção compulsória a decisão entre “julgar com a cabeça” e “julgar com o coração”. Nesses termos, razão e sentimento tornam-se incompatíveis. O homem deveria reconhecer e homenagear sua complexidade, jamais admitindo essa drástica separação, pela qual tanto o sentimento como a razão saem diminuídos.

Levando em conta o que afirma esse texto, redija uma dissertação em que você se posicionará, de modo claro e coerente, diante do seguinte tema:

Quem julga sem equilibrar lucidez e sensibilidade não alcança a justiça.

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Proposta 15 (TRT 12 – SC/2010)

Comunidade virtual é aquela que se estabelece no ambiente da internet, através de meios de comunicação a distância.

(Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_virtual)

A palavra “comunidade” nunca foi tão utilizada quanto no momento atual, em que as comunidades se tornaram difíceis de encontrar na vida real. Pessoas procuram grupos de que possam fazer parte, num mundo em que tudo se desloca e muda.

(Adaptado de citação de Eric Hobsbawm)

Com base nas afirmações acima, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema.

As novas formas de sociabilidade na era da comunicação virtual.

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18. PROPOSTAS INÉDITAS DE REDAÇÃO

Proposta 16As indenizações por acidentes de trânsito no Brasil já passaram de R$ 1 bilhão neste ano. Desde 2003, a quantidade aumentou 133%. [...] “Infelizmente, o seguro é um reflexo de uma situação que verificamos no País. Os índices de acidentes são alarmantes, seja em feriados seja no dia a dia”, disse o diretor da seguradora, Ricardo Xavier.

(Adaptado de O Estado de S. Paulo)

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema: a sociedade brasileira e os conflitos no trânsito.

Proposta 17Dos cerca de 7,046 bilhões de habitantes do planeta, algo em torno de 3,5 bilhões assistem regularmente a partidas de futebol. Na Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, as 73 mil horas de transmissão foram dirigidas para 214 países. Estima-se que um único jogo, a final entre França e Itália, tenha sido visto por 715 milhões de espectadores. O evento de 2010, na África do Sul, foi transmitido a 204 países por 245 canais diferentes. Dentro dos estádios, 3.170.856 espectadores compareceram às 64 partidas, com uma média de 49.670 por jogo. A tendência é a de que esses números se ampliem na Copa do Brasil, agora em 2014. Trata-se de mercado muito rico, uma verdadeira indústria do esporte como entretenimento das massas, que envolve altas somas em patrocínio e em publicidade.

Considerando que o fragmento acima tem caráter motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: Copa do Mundo de Futebol – o esporte em tempos de globalização.

Proposta 18

O uso das redes sociais é a grande novidade na arregimentação de pessoas no século XXI e chega agora ao Brasil, após mostrar sua força em países europeus, asiáticos e africanos, disse hoje o professor de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Vítor Iório. Para ele, trata-se de uma ferramenta poderosa, por ser on line e não ter obrigatoriedade de identificação – tanto pode ser legitimada pela assinatura quanto ser anônima.

“Nada disso impede que ela [ferramenta] arregimente uma legião de jovens.” A arregimentação, que começa com os mais jovens, em poucos instantes consegue envolver os jovens mais adultos e, por fim, os adultos propriamente ditos, observou o professor . “Essa ferramenta não está mais em discussão. Ela é uma realidade”, disse Iório.

Com base no texto motivador, redija uma dissertação a respeito da influência das redes sociais nos protestos sociopolíticos.

Proposta 19

As efusivas manifestações mundiais de respeito por Nelson Mandela sugerem que não apenas dissemos adeus ao homem no momento de sua morte (ocorrida em dezembro de 2013), mas também que perdemos um líder... Entre as muitas frases a ele atribuídas – que revelam sua

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sabedoria – está a afirmação de que “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo expondo seu ponto de vista sobre a necessidade de líderes em uma sociedade.

Proposta 20

Não devemos aceitar a imortalidade

Trocar um gene defeituoso por outro, saudável, e curar uma doença é um feito louvável. Mas e se a modificação genética fosse feita somente para tornar o ser humano mais forte, mais bonito? Essa é uma das polêmicas surgidas a partir do florescimento de tecnologias capazes de modificar o DNA e também é um dos temas do novo livro do filósofo americano Michael Sandel, “Contra a Perfeição”. Professor de filosofia política da Universidade Harvard (EUA) e celebrado como um dos mais brilhantes pensadores da atualidade, Sandel acredita que os feitos proporcionados pela engenharia genética – entre eles a seleção dos melhores embriões ou a escolha do sexo do filho – impõem à sociedade um espinhoso desafio moral que, no limite, chega ao questionamento do que representa a própria humanidade.

(Trecho da matéria escrita por Monique Oliveira para a revista Istoé, edição de número 2284, de 23 de agosto de 2013).

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo expondo seu ponto de vista sobre a manipulação do material genético sem fins curativos.

Proposta 21

Exposição pública e direito à privacidade

A tecnologia nos oferece a oportunidade de controlar o que o mundo vê – escolhendo e atuando para uma audiência. (...) Precisamos de privacidade, certas coisas devem ser compartilhadas apenas com as pessoas em quem realmente confiamos.

Tom Chatfield. Como viver na era digital

Considerando o que está transcrito acima, redija um texto opinativo-argumentativo a fim de responder à seguinte pergunta: até que ponto a privacidade continua sendo um direito a ser preservado?

Proposta 22

Espionagem internacional e controle da internet

Nos últimos meses, informações revelaram que os americanos grampeiam os telefones e a internet de embaixadas de vários países e que vigiam e-mails de milhões de pessoas ao redor do mundo. Uma reportagem no programa Fantástico, da Rede Globo, deu indícios de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) também espionou as comunicações da presidente Dilma Roussef e as mensagens de celular do presidente mexicano Enrique Peña Nieto.

Revista Veja, 11/09/2013

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Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo argumentativo expondo seu ponto de vista sobre a criação de uma organização mundial capaz de controlar a internet. (25 a 30 linhas).

19. Temas Recentes

• A ARRECADAÇÃO DE RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS E AS IMPLICAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DO FINANCIAMENTO PÚBLICO EXCLUSIVO ( FCC 2012/TRE- SP)

• A SEPARAÇÃO DOS PODERES NO BRASIL E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA ( FCC 2012/TRE-SP)

• OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DAS ONGs NO CENÁRIO POLÍTICOATUAL(FCC 2012/TST) • TURISMO INTERNACIONAL HOJE: TRANSFORMAÇÃO PESSOAL OU CONSUMO

DESENFREADO? (FCC 2012/ TRT) • LIBERDADE DE IMPRENSA, DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE E DIREITOS INDIVIDUAIS

(FCC 2012/TRT) • OS PARTIDOS POLÍTICOS E A FIDELIDADE PARTIDÁRIA (FCC 2012/TRE-PR) • AS DESIGUALDADES ECONÔMICAS E OS MOVIMENOS SOCIAIS (FCC 2012/TRE-CE) • AS VIAGENS REAIS E VIRTUAIS AO REDOR DO MUNDO ( FCC 2012/TRF) • A ATUAÇÃO POLÍTICA NO MUNDO ATUAL: LIMITES E DESAFIOS (FCC 2012/TRF) • O IDEAL DE SOCIEDADE EM CONTRAPOSIÇÃO AO RESPEITO À DIVERSIDADE (FCC 2014/ TRT

– ÁREA JUDICIÁRIA) • ÉTICA E MERCADO NA PRÁTICA CIENTÍFICA (FCC 2014/TRT-19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO) • CONVÍVIO DE GRUPOS SOCIAIS DISTINTOS NA ATUALIDADE (FCC 2014/TRF-3ª – TÉCNICO

JUDICIÁRIO)

20. Para refletir...

• MARCO CIVIL DA INTERNET (razões para a elaboração / privacidade na rede / lei Carolina Dieckman / redes sociais / liberdade de expressão na rede / direitos autorais)

• DEMOCRACIA EM DEBATE (eleições nos EUA – processo indireto / troca de comando na China / cerceamento da livre imprensa na América Latina – Equador, Argentina, Venezuela e Cuba / o papel da blogosfera)

• GARGALOS DA ECONOMIA BRASILEIRA (problemas de infraestrutura / apagão da mão de obra / burocracia / corrupção)

• MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL DO SÉCULOXXI (atual fase da economia brasileira / crise europeia / carência de mão de obra qualificada / dificuldades nos países vizinhos – Haiti, Bolívia, Paraguai)

• TRABALHO DOMÉSTICO (PEC dos trabalhadores domésticos / jornada de trabalho de oito horas diárias / 44 horas semanais / pagamento de horas extras / o seguro contra acidentes de trabalho / seguro-desemprego / creches e pré-escolas para filhos e dependentes até seis anos de idade / adicional noturno / salário família)

• O BRASIL NO CENÁRIO DO COMÉRCIO MUNDIAL (dificuldades no Mercosul / protecionismo argentino / crise europeia / pauta de exportação brasileira)

• JUSTIÇA HISTÓRICA OU REVANCHISMO GRATUITO? (desafios da Comissão Nacional da Verdade / casos exemplares: Herzog e Anísio Teixeira / Lei de acesso à informação / reação dos militares)

• TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL (Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438/01 permite a expropriação de imóveis rurais e urbanos onde a fiscalização encontrar exploração de trabalho escravo).

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Interpretaçãode Texto

Último Edital

Interpretação de texto.

Leitura, análise e interpretação de texto.

PROCEDIMENTOS

1. Observação da fonte bibliográfica, do autor e do título;2. identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos,

etc.);3. leitura do enunciado.

EXEMPLIFICANDO

TJ-RJ – 2013

Crônicas

E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os descombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriçava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em França. Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se tivesse visto um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da rua da Passagem. O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaça que, ao vê-lo passar, várias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo, eram os precursores da era automobílica. Mas ninguém adivinhava essa era. Quem poderia pensar na futura influência do Automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? Quem imaginaria velocidades enormes na corriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idêntico aos baloiços e aos pôneis mansos? Ninguém! Absolutamente ninguém. [...]

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Para que a era se firmasse fora preciso a transfiguração da cidade. [...] Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automóveis. Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chofer é rei, é soberano, é tirano.

(João do Rio. “A era do automóvel”. Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras. 2005. p. 17-18)

1. Trata-se de uma crônica (título da obra publicada); o autor – João do Rio, pseudônimo de João Paulo Barreto – foi importante jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo no início do século XX. Imortal da ABL, imortalizou o Rio de Janeiro em suas obras).

2. O TÍTULO pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por meio dele, certas vezes, identifica-se a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar afirmações feitas em determinadas alternativas. No texto em questão, o título – Crônicas –, somado à identificação temporal (“a era do Automóvel’) e ao uso de expressões coloquiais (“mais parecia uma tartaruga bulhenta”, por exemplo), remete imediatamente o leitor ao gênero do texto que lerá: uma crônica baseada em fato atual à época – a era do automóvel no início do século XX, no Rio de Janeiro.

3. Trata-se de uma CRÔNICA (linguagem predominantemente coloquial): fotografia do cotidiano, realizada pelo cronista que se apropria de um fato do dia a dia, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista.

4. No ENUNCIADO, observa-se a presença da expressão “nA crônica de João do Rio” (totalidade), o que norteia a estratégia de apreensão das ideias.

5. Destaque das palavras-chave das alternativas/afirmativas (expressões substantivas e verbais).

6. Identificação das palavras-chave no texto.

7. Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.

1. (12238) É correto perceber nA crônica de João do Rio

a) ceticismo quanto ao poder de uma nova invenção e à sua eventual influência no futuro da cidade, despreparada para tais novidades.

b) crença na possível destruição de valores sociais decorrente da busca irrefreável pelo progresso e do orgulho pessoal trazido pela posse do automóvel.

c) entusiasmo pelas medidas que deveriam ser tomadas no sentido de preparar uma cidade antiga para a modernidade representada pelo automóvel.

d) censura à inadequação do comportamento de alguns proprietários de automóveis que ostentavam seu poder em uma época de austeridade.

e) viés irônico em algumas observações a respeito do incipiente poder e da inimaginável influência do automóvel nos rumos da cidade.

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Anotações

8. Identificação do “tópico frasal”: intenção textual percebida, geralmente, no 1º e 2º períodos do texto (IDEIA CENTRAL).

TJ-RJ – 2012

EXEMPLIFICANDO

Minha última consideração é sobre o negro no samba. E uma vez mais, há que bendizer os poetas. Cartola diz: “Habitada por gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos cobre, como podes Mangueira cantar?”

A indagação vai além da Mangueira. Como podem os do morro fazer com que cantem os do asfalto? Amplie-se a indagação. Como puderam os negros, ao longo de séculos de tanto sofrimento, construir uma cultura poderosa, da qual somos todos herdeiros? Amplie-se a indagação para o país. Como uma história como a nossa – tão dura e, por tanto tempo, tão brutal – pôde construir uma cultura tão rica?

É nisso que temos muito a aprender com as Escolas. A começar pelo senso de disciplina e de organização que as leva a realizar, no Rio de Janeiro, o maior espetáculo de arte popular do mundo. Além da disciplina e da organização, a maior beleza das Escolas, creio, é a alegria e o orgulho de serem o que são. Alegria e orgulho que expressam nas cores que adotam e no toque das baterias que elevam o tambor ancestral a extrema sofisticação. Pelo rufar dos tambores e o som dos tamborins, o povo identifica a Escola, antes mesmo que possa vê-la.

Ninguém se surpreenda, portanto, se, ao cantar sua Escola, o poeta invocar os céus, os santos e os orixás. Se invocar a “graça divina”. Se disser de sua Escola que “vista assim do alto mais parece um céu no chão”. Se discorrer sobre os grandes temas da história, se cantar o nome de Joaquim José da Silva Xavier e os grandes heróis da pátria. Ninguém se surpreenda se o poeta disser que as cores da sua Escola são como o manto azul de Nossa Senhora Aparecida, abrindo a “procissão do samba”.

As Escolas afirmam suas raízes e sua identidade e, ao fazê-lo, afirmam também as raízes e a identidade do Brasil. Nascidas do povo mais humilde do Brasil, as Escolas afirmam a vocação dos brasileiros, de todos os brasileiros, para a grandeza. E o fazem com a dignidade e a elegância de quem oferece ao mundo um belo exemplo de humanidade.

(Trecho do discurso de Francisco Weffort, na entrega da Ordem do Mérito Cultural, 07 de novembro de 2001. TAM. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo: Andreato, fevereiro

de 2002. p. 17)

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2. (1224) O desenvolvimento do texto é feito a partir

a) da incredulidade quanto à disposição do povo brasileiro, diante de tantas dificuldades, em manter a alegria que demonstra nos desfiles das escolas de samba.

b) de considerações sobre a cultura brasileira e, em especial, sobre a miscigenação que caracteriza o povo brasileiro.

c) de uma visão poética da realidade brasileira, que se transfigura na grandiosidade mostrada pelas escolas de samba durante o carnaval.

d) de uma dúvida genuína e presente nas considerações apresentadas a seguir, diante da contraditória questão que surge já no início da exposição.

e) do desdobramento de uma citação feita pelo autor no 1º parágrafo que, por meio de uma gradação, se estende a manifestações da cultura brasileira.

ERROS COMUNS

EXTRAPOLAÇÃO

Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

REDUÇÃO

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto é um conjunto de ideias.

EXEMPLIFICANDO

SABESP – CONTROLADOR DE SISTEMAS – FCC – 2014

A renovação do interesse pelas cidades marcou o início do novo século. O século XXI será um século urbano, quando mais pessoas viverão em cidades do que em qualquer outro tipo de formação espacial. Há o temor de que grande parte desse processo de urbanização se dê nas cidades do sul global, cidades que têm sido caracterizadas pelo hipercrescimento.

Mas há muita discordância sobre como interpretar a paisagem urbana de hoje. De um lado, um discurso otimista vê as cidades como arenas de transformação social. De outro lado, alguns veem nelas o surgimento de formas fragmentadas e dispersas de cidadania urbana, constituídas por enclaves fechados e espaços exclusivos.

(Adaptado de: ALSAYAD, Nezar; ROY, Ananya. Modernidade medieval: cidadania e urbanismo na era global. Trad. Joaquim Toledo Jr. Novos Estudos CEBRAP, n. 85, 2009)

3. No texto, afirma-se categoricamente que as cidades no século XXI serão áreas

a) cujos habitantes se sentirão ameaçados.b) em que prevalecerão as práticas democráticas de cidadania.c) de transformação social.d) de grande aglomeração humana.e) constituídas por espaços públicos amplos e de fácil acesso.

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Comentário:

a) EXTRAPOLAÇÃO: habitantes ameaçados > temor de hipercrescimento das cidades.

b) EXTRAPOLAÇÃO: práticas democráticas de cidadania > arenas de transformação social.

c) REDUÇÃO: de um lado [...] arenas de transformação social < áreas de transformação social.

e) CONTRAPOSIÇÃO: espaços públicos amplos e de fácil acesso ≠ De eoutro lado [...] por enclaves fechados e espaços exclusivos.

ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS

1. PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARÁFRASES e CAMPO SEMÂNTICO e ETIMOLOGIA.

Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo mais fácil ao entendimento.

Campo Semântico = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.

Exemplo:

Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação, etc.

EXEMPLIFICANDO

BB – 2012

Adeus, caligrafia

01.02.03.04.05.06.07.08.09.10.11.12.13.14.15.16.17.18.19.

O anúncio do fim dos exercícios para aprimoramento da letra cursiva – as velhaspráticas de caligrafia – ocorreu recentemente em Indiana, nos Estados Unidos.Dezenas de escolas já adotaram o currículo que desobriga os estudantes de ter uma“boa letra” – já dada como anacronismo.O fim do ensino da letra cursiva nos EUA provocou no Brasil uma onda, se não deprotestos, ao menos de lamento e nostalgia. As lamúrias têm um precedente ilustre: “Aescrita mecanizada priva a mão da dignidade no domínio da palavra escrita e degradaa palavra, tornando-a um simples meio para o tráfego da comunicação”, queixou-se,há quase setenta anos, o filósofo Martin Heidegger. “Ademais, a escrita mecanizadatem a vantagem de ocultar a caligrafia e, portanto, o caráter do indivíduo”. Heideggerreclamava, numa palestra que fez em 1942, da adoção progressiva das máquinas deescrever.Os jovens americanos nunca escreveram tanto como hoje. Segundo estudosrealizados recentemente, o adolescente daquele país manda e recebe todo mês cercade 3.300 mensagens de texto por celular. O fim do ensino da letra cursiva reflete essesnovos hábitos – um dia também foi preciso tirar do currículo a marcenaria parameninos e a costura para as meninas.As crianças que deixarem de aprender letra cursiva (também já chamada de “letrade mão”) pagarão um certo custo cognitivo, ao menos segundo alguns estudiosos. A

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20.21.22.23.24.25.26.27.28.29.

escrita manual estimularia os processos de memorização e representação verbal. Aprática do desenho de letras favoreceria a atividade cerebral em regiões ligadas aoprocessamento visual.Mas a substituição da escrita manual pela digitação não assusta o neurocientistaRoberto Lent. “Não há grande diferença entre traduzir ideias em símbolos commovimentos cursivos ou por meio da percussão de teclas. Ambas são atividadesmotoras e envolvem grupos neuronais diferentes da mesma área do cérebro”, afirmou.Para ele, as implicações culturais da mudança são mais preocupantes do que as defundo biológico. “Será interessante para a humanidade não saber mais escrever amão?” – indaga. O tempo dirá.

(Adaptado da Revista PIAUÍ 59, agosto/2011. p.74)

4. (12242) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em

a) As lamúrias têm um precedente ilustre (l.06) = os lamentos têm um nobre antecedenteb) o currículo que desobriga os estudantes (l.03) = a grade escolar que sanciona os alunos c) pagarão um certo custo cognitivo (l.19) = demandarão prejuízo da percepção d) por meio da percussão de teclas (l.25) = na prática rítmica do tecladoe) implicações culturais da mudança (l.27) = inclusões da altercação cultural

Anotações

SABESP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC – 2014

Hermético e postiço, jargão incentiva ‘espírito de corpo’ Na maioria dos textos produzidos no universo corporativo, vê-se um registro muito particular da língua, nem sempre compreensível aos “não iniciados”. É o que se pode chamar de “jargão corporativo”, uma linguagem hoje dominada por grande quantidade de decalques do inglês − ou ingênuas traduções literais.

O termo “jargão”, que em sua origem quer dizer “fala ininteligível”, guarda certa marca pejorativa, fruto de sua antiga associação ao pedantismo, ao uso da linguagem empolada. Embora os jargões sejam coisa muito antiga, foi nos séculos 19 e 20 que proliferaram na Europa, fruto de uma maior divisão do trabalho nas sociedades industriais. Na época, já figuravam entre as suas características o uso de termos de línguas estrangeiras como sinal de prestígio e o emprego de metáforas e eufemismos, exatamente como vemos hoje.

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Os jargões são alvo constante da crítica não só por abrigarem muitas expressões de outras línguas, o que lhes confere um ar postiço e hermético, como por seu viés pretensioso. A crítica a esse tipo de linguagem tem fundamento na preocupação com a “pureza” do idioma e com a perda de identidade cultural, opinião que, para outros, revela traços de xenofobia.

Essa é uma discussão que não deve chegar ao fim tão cedo, mas é fato que os jargões têm claras funções simbólicas: por um lado, visam a incentivar o “espírito de corpo”, o que deve justificar o empenho das empresas em cultivá-los (até para camuflar as relações entre patrão e empregado), e, por outro, promovem a inclusão de uns e a exclusão de outros, além, é claro, de impressionar os neófitos.

(Adaptado de: CAMARGO, Thaís Nicoleti de. Caderno “Negócios e carreiras”, do jornal Folha de S. Paulo. São Paulo, 24 de março de 2013. p. 7)

5. No título e no último parágrafo, a autora aproxima intencionalmente, de modo criativo, as palavras “espírito” e “corpo”. No texto, a expressão “espírito de corpo” assume um sentido mais diretamente relacionado a agrupamentos que se constituem no universo

a) da religião.b) do trabalho.c) da geografia.d) da medicina.e) do esporte.

2. PALAVRAS DE CUNHO CATEGÓRICO NAS ALTERNATIVAS:

• advérbios e expressões totalizantes; • expressões enfáticas; • expressões restritivas; • elementos referenciais; • pontuação.

Anotações

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EXEMPLIFICANDO

Advérbios e Expressões Totalizantes

BB – 2012

Adeus, caligrafia

01.02.03.04.05.06.07.08.09.10.11.12.13.14.15.16.17.18.19.20.21.22.23.24.25.26.27.28.29.

O anúncio do fim dos exercícios para aprimoramento da letra cursiva – as velhaspráticas de caligrafia – ocorreu recentemente em Indiana, nos Estados Unidos.Dezenas de escolas já adotaram o currículo que desobriga os estudantes de ter uma“boa letra” – já dada como anacronismo.O fim do ensino da letra cursiva nos EUA provocou no Brasil uma onda, se não deprotestos, ao menos de lamento e nostalgia. As lamúrias têm um precedente ilustre: “Aescrita mecanizada priva a mão da dignidade no domínio da palavra escrita e degradaa palavra, tornando-a um simples meio para o tráfego da comunicação”, queixou-se,há quase setenta anos, o filósofo Martin Heidegger. “Ademais, a escrita mecanizadatem a vantagem de ocultar a caligrafia e, portanto, o caráter do indivíduo”. Heideggerreclamava, numa palestra que fez em 1942, da adoção progressiva das máquinas deescrever.Os jovens americanos nunca escreveram tanto como hoje. Segundo estudosrealizados recentemente, o adolescente daquele país manda e recebe todo mês cercade 3.300 mensagens de texto por celular. O fim do ensino da letra cursiva reflete essesnovos hábitos – um dia também foi preciso tirar do currículo a marcenaria parameninos e a costura para as meninas.As crianças que deixarem de aprender letra cursiva (também já chamada de “letrade mão”) pagarão um certo custo cognitivo, ao menos segundo alguns estudiosos. Aescrita manual estimularia os processos de memorização e representação verbal. Aprática do desenho de letras favoreceria a atividade cerebral em regiões ligadas aoprocessamento visual.Mas a substituição da escrita manual pela digitação não assusta o neurocientistaRoberto Lent. “Não há grande diferença entre traduzir ideias em símbolos commovimentos cursivos ou por meio da percussão de teclas. Ambas são atividadesmotoras e envolvem grupos neuronais diferentes da mesma área do cérebro”, afirmou.Para ele, as implicações culturais da mudança são mais preocupantes do que as defundo biológico. “Será interessante para a humanidade não saber mais escrever amão?” – indaga. O tempo dirá.

(Adaptado da Revista PIAUÍ 59, agosto/2011. p.74)

6. (12228) Em relação ao progressivo abandono da escrita cursiva, as posições do filósofo Martin Heidegger e do neurocientista Roberto Lent

a) são convergentes, pois ambos acreditam que o fim da prática de caligrafia implicará prejuízo para certas áreas neuronais.

b) são antagônicas, pois o neurologista não vê, com o fim da caligrafia, qualquer prejuízo para as atividades culturais, como viu o filósofo.

c) baseiam-se em ênfases distintas: um trata do reconhecimento autoral ameaçado, ao passo que o outro avalia as implicações biológicas.

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d) opõem-se diametralmente, já que o primeiro vê desvantagens exatamente onde o segundo reconhece tão somente efeitos positivos.

e) aproximam-se bastante: há, em ambos, a suspeita de que a digitação trará sério retrocesso para as atividades culturais da humanidade.

7. (12240) Atente para as seguintes afirmações.

I – Para Martin Heidegger, a escrita mecanizada acaba por constituir um canal impessoal de comunicação, ocultando aspectos reveladores da identidade do sujeito.

II – O autor lembra que reformas curriculares ocorrem eventualmente, não sendo novidade a exclusão de atividades que deixam de ter justificativa como práticas escolares.

III – Há consenso entre especialistas de várias áreas quanto aos ônus que o abandono da caligrafia trará para o desenvolvimento da nossa capacidade cognitiva.

Em relação ao texto, está correto o que consta APENAS em

a) I.b) II.c) III.d) II e III.e) I e II.

Expressões enfáticas

8. (12231) Afirma-se que o anúncio do fim da caligrafia, ocorrido em Indiana,

a) gerou protestos veementes do filósofo Martin Heidegger, que levantou argumentos contra a escrita mecanizada. (não contemporâneo)

b) teve como efeito a exclusão da letra cursiva em boa parte das escolas norte-americanas. c) provocou uma reação crítica, anacrônica e injustificável por parte de quem vê como

indispensável ter “boa letra”.d) repercutiu desfavoravelmente entre nós, em uma reação menos crítico-analítica do que

emocional.e) granjeou sérios adversários, que passaram a alertar contra os riscos de uma degradação

neurológica.

Anotações

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TJ-RJ – 2013

Expressões restritivas

Receita de casa

Juro que entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora alguns pobres arquitetos profissionais achem que não.Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa é que ela deve ter um porão, um bom porão com entrada pela frente e saída pelos fundos. Esse porão deve ser habitável porém inabitado; e ter alguns quartos sem iluminação alguma, onde se devem amontoar móveis antigos, quebrados, objetos desprezados e baús esquecidos. Deve ser o cemitério das coisas. Ali, sob os pés da família, como se fosse no subconsciente dos vivos, jazerão os leques, as cadeiras, as fantasias do carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os sapatos que outrora andaram em caminhos longe.

(Adaptado de Rubem Braga, Casa dos Braga – Memórias de infância)

9. (12235) Depreende-se do texto que, para o autor, o porão é o espaço de uma casa

a) destinado ao despejo de coisas inúteis, inexpressivas e sem vida, que nenhum membro da família vê sentido em preservar.

b) caracterizado tanto pelo aspecto sombrio como pelos mais variados vestígios de um tempo morto, ali acumulados.

c) reservado às vivas lembranças de uma época mais feliz, que a família faz absoluta questão de não esquecer.

d) resguardado de qualquer vestígio do presente que possa macular a história solene dos antepassados, ali recolhida e administrada.

e) esvaziado de sentido, tanto pelo fato de não ser funcional como por parecer um desses museus que a ninguém mais interessa visitar.

Elementos Referenciais

TJ-RJ – 2012

Manuel Bandeira publicou diversos textos durante o “mês modernista”, espaço aberto para o movimento no jornal carioca A Noite, em dezembro de 1925. O poeta era então assíduo frequentador do restaurante Reis, no velho centro do Rio. Eram dias de vida boêmia, e, apesar de todo o resguardo que tocava a um “tísico profissional”, Bandeira descia do morro do Curvelo ao sorvedouro da Lapa e vizinhanças, à vida pobre e corriqueira aos pés da Glória, onde a poesia se mesclava a um pouco de tudo. O poeta já não é o ser exclusivamente voltado para si mesmo, na busca da expressão da pura subjetividade, mas antes um sujeito que se abre ao mundo.Uma tal atitude, cheia de consequências para a poesia brasileira, tinha enormes implicações. Implicava algo geral e, ao mesmo tempo, muito particular: uma abertura maior da vida do espírito para a realidade de um país largamente desconhecido de si mesmo e para a novidade de fatos palpáveis da existência material de todo dia, tal como afloravam chocantes no espaço modernizado das cidades.A fratura da antiga convenção poética coincidia com a brecha do novo, por onde os fatos do dia penetravam no universo da arte, exigindo um tratamento artístico igualmente renovado.

(Adaptado de Davi Arrigucci. Humildade, paixão e morte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990. p.92-93)

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10. (12248) A atitude a que o autor se refere no início do 2º parágrafo é a de

a) desvendar os mistérios da existência por meio da poesia.b) buscar matéria poética nos fatos triviais do cotidiano.c) encontrar inspiração para o fazer artístico nos sentimentos pessoais.d) cultivar a vida boêmia como fonte de inspiração para o fazer poético.e) recorrer à criação poética para escapar das agruras do cotidiano.

Pontuação

BB – 2013

Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenômeno que transformaria para sempre a natureza das relações internacionais: a primeira onda da chamada globalização. O outro motor daquela era de florescimento extraordinário das trocas comerciais e culturais era um império do outro lado do planeta − a China. Só na década de 1650, 40.000 homens partiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos cobiçados que se fabricavam por lá. Mas a derrota em uma guerra contra a França encerrou os dias da Holanda como força dominante no comércio mundial.

Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte testemunhou a consequência maior delas: o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. “O sonho de chegar à China é o fio imaginário que percorre a história da luta da Europa para fugir do isolamento”, diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu de Vermeer.

Isso determinou mudanças de comportamento e de valores: “Mais gente aprendia novas línguas e se ajustava a costumes desconhecidos”. O estímulo a esse movimento era o desejo irreprimível dos ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. A princípio refratários ao comércio com o exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o comércio significava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a forma de toneladas de prata).

Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII eram a tradução de um mesmo espírito de liberdade comercial. Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional. A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo, criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas. Beneficiando-se dos baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande potência empresarial do século XVII.

(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012)

11. (12205) A Companhia das Índias Orientais – a primeira grande companhia de ações do mundo, criada em 1602 – foi a mãe das multinacionais contemporâneas.

O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que

a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela Empresa.

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Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente, é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo...

EXEMPLIFICANDO

TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2014

Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos Anéis, baseia-se, essencialmente, no que está acontecendo no mundo no momento em que o filme foi feito. Não no futuro ou numa galáxia distante, muitos e muitos anos atrás, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em projeções que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer uma adequada distância de tempo e espaço.

Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus piores problemas: desumanização, superpopulação, totalitarismo, loucura, fome, epidemias. Não se imita a realidade, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde possamos colocar e resolver no plano da imaginação tudo o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica o fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essencial ao gênero. Parte do poder desse tipo de magia cinematográfica está em concretizar, diante dos nossos olhos, objetos possíveis, mas inexistentes: carros voadores, robôs inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba se tornando realidade, o gênero reforça a sensação de que estamos vendo na tela projeções das nossas possibilidades coletivas futuras.

(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um filme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato ebook.)

12. Considere.

I – Segundo o texto, na ficção científica abordam-se, com distanciamento de tempo e espaço, questões controversas e moralmente incômodas da sociedade atual, de modo que a solução oferecida pela fantasia possa ser aplicada para resolver os problemas da realidade.

II – Parte do poder de convencimento da ficção científica deriva do fato de serem apresentados ao espectador objetos imaginários que, embora não existam na vida real, estão, de algum modo, conectados à realidade.

III – A ficção científica extrapola os limites da realidade, mas baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredita-se que seja possível.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II.

e) III.

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Anotações

AS QUESTÕES PROPOSTAS

Compreensão do texto: resposta correta = paráfrase textual.

e

InferênciaObserve a seguinte frase:

A água voltou. Já podemos lavar a roupa.

Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:

a) que a água voltou;b) que a roupa pode ser lavada.

Ao utilizar a forma verbal “voltou” e o advérbio “já”, comunica também, de modo implícito, que havia faltado água e que havia roupa suja.

INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.

Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.

EXEMPLIFICANDO

TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2014

O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.

As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes, graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraídos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.

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Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia. Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.

A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos seus inescapáveis limites humanos. Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo.

Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do herói era clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de vida − prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em sua própria alma.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)

13. Depreende-se do texto que as sereias atingiam seus objetivos por meio de

a) dissimulação.b) lisura.c) observação.d) condescendência.e) intolerância.

EXTRATEXTUALIDADE

A questão formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual, exigindo do aluno conhecimento mais amplo de mundo.

EXEMPLIFICANDO

TJ-RJ – 2012

Crônicas

E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os descombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriçava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em França. Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de

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guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se tivesse visto um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da rua da Passagem. O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaça que, ao vê-lo passar, várias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo, eram os precursores da era automobílica. Mas ninguém adivinhava essa era. Quem poderia pensar na futura influência do Automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? Quem imaginaria velocidades enormes na corriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idêntico aos baloiços e aos pôneis mansos? Ninguém! Absolutamente ninguém. [...]

Para que a era se firmasse fora preciso a transfiguração da cidade. [...] Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automóveis. Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chofer é rei, é soberano, é tirano.

(João do Rio. “A era do automóvel”. Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras. 2005. p. 17-18)

14. (12237) A afirmativa correta é

a) a crônica aborda transformações decorrentes da chegada do automóvel às ruas do Rio de Janeiro.

b) João do Rio mostra uma cidade multifacetada, dividida entre poderosos e humildes.c) a elegância dos hábitos da sociedade carioca da época é destaque no desenvolvimento do

texto.d) a cronista se desencanta com as ruas malcuidadas da cidade, que impedem a circulação de

veículos.e) a crônica é uma reportagem sobre os perigos do tráfego de automóveis nas ruas do Rio.

Anotações

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

EXEMPLIFICANDO

BB - 2012

15. (12252) Estão presentes características típicas de um discurso narrativo em

I – Heidegger reclamava, numa palestra que fez em 1942, da adoção progressiva das máquinas de escrever.II – A escrita mecanizada priva a mão da dignidade no domínio da palavra escrita.III – A escrita manual estimularia os processos de memorização e representação verbal.Atende ao enunciado APENAS o que consta em

a) I.b) II.c) III.d) I e II.e) II e III.

Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal.

EXEMPLIFICANDO

TRE-SP - 2012

Pela primeira vez, um estudo pretende demonstrar como as plantações de citros favorecem, ou não, a fauna de uma região. Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), campus de Sorocaba, mostra que pelo menos 50% das aves mais comuns na região vivem e se reproduzem em fragmentos de mata naturais, e não em áreas agrícolas e pomares. De acordo com o estudo, a possível redução das reservas previstas na proposta do novo Código Florestal pode levar ao desaparecimento de diversas espécies.

O trabalho de campo para a pesquisa foi realizado na zona rural de Pilar do Sul, próxima a Sorocaba. A área é tomada por plantações de tangerinas, além de pastos e campos de produção de grãos. O objetivo da pesquisa era verificar se as espécies avaliadas poderiam usar as plantações de tangerina, que são culturas permanentes, como acréscimo ao seu hábitat natural − ou até substituí-lo.

Segundo o estudo, das 122 espécies da amostra, 60 foram detectadas nas plantações e nos fragmentos florestais (áreas com vegetação nativa), e as demais somente nesses fragmentos, ou seja, 62 espécies não ocorrem nos pomares. “A mata nativa quase não existe mais e, por causa disso, muitas espécies desapareceram ou estão ameaçadas”, lamenta o pesquisador Marcelo Gonçalves Campolin.

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A pesquisa também chama a atenção para o novo Código Florestal, que prevê a redução de algumas áreas − hoje legalmente protegidas, como matas ciliares e topos de morros −, para serem utilizadas para a agropecuária. “Ficamos receosos de que as mudanças nas áreas protegidas possam ser terríveis para as aves e para outros animais, que vão perder ambientes naturais. E aquelas que não conseguem sobreviver nas plantações tendem a se tornar raras ou até mesmo a desaparecer”, prevê o professor.

(José Maria Tomazela. O Estado de S. Paulo, Vida, A15, 26 de junho de 2011, com adaptações)

16. (12229) Considerando-se o desenvolvimento textual, afirma-se corretamente que

a) no 2º parágrafo apresentam-se as razões que levaram à escolha do tipo de frutas no estudo proposto pelo pesquisador.

b) o levantamento, no 3º parágrafo, das áreas nativas e das áreas cultivadas não apresenta relação com o número de espécies estudadas em cada uma dessas áreas.

c) o 1º parágrafo apresenta, em resumo, o assunto que vai ser exposto nos demais, com conclusão expressa nas falas do responsável pela pesquisa.

d) o texto é repetitivo, nada havendo de acréscimo às informações constantes do 1º parágrafo, que são retomadas nos seguintes.

e) as conclusões apresentadas no final do texto mostram certa incoerência por não ter sido determinado com precisão o objetivo do estudo.

Obs.: observe os trechos predominantemente descritivos ao longo do texto.

Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as defendam e comprovem.

EXEMPLIFICANDO

TRE-SP – 2012

Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular, expressivo como poucos; mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim João Rubinato, que adotou o nome de um amigo do Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A idéia foi excelente, porque um artista inventa antes demais nada a sua própria personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a realidade tão paulista do italiano recoberto pela terra e do brasileiro das raízes européias. Adoniran é um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas heranças necessárias de fora.

Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e português. Não concordo. Da mistura, que é o sal da nossa terra, Adoniran colheu a flor e produziu uma obra radicalmente brasileira, em que as melhores cadências do samba e da canção, alimentadas inclusive pelo terreno fértil das Escolas, se alia com naturalidade às deformações normais de português brasileiro, onde Ernesto vira Arnesto e assim por diante.

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São Paulo muda muito, e ninguém é capaz de dizer aonde irá. Mas a cidade que nossa geração conheceu (Adoniran é de 1910) foi a que se sobrepôs à velha cidadezinha caipira, entre 1900 e 1950; e que desde então vem cedendo lugar a uma outra, transformada em vasta aglomeração de gente vinda de toda parte. Esta cidade que está acabando, que já acabou com a garoa, os bondes, o trem da Cantareira, o Triângulo, as Cantinas do Bexiga, Adoniran não a deixará acabar, porque graças a ele ela ficará, misturada vivamente com a nova mas, como o quarto do poeta, também “intacta, boiando no ar.”

A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em geral e paulistanas em particular. Sobretudo quando entram (quase sempre discretamente) as indicações de lugar, para nos porem no Alto da Mooca, na Casa Verde, na Avenida São João, na 23 de Maio, no Brás genérico, no recente metrô, no antes remoto Jaçanã. Talvez João Rubinato não exista, porque quem existe é o mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para inventar no plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia, ao apito fantasmal do trenzinho perdido da Cantareira.”

Adaptado de Antônio Cândido. Texos de intervenção. São Paulo, Duas Cidades, Ed.34, 2002, p.211-213

17. (12256) No primeiro parágrafo, Antônio Cândido

a) destaca a contribuição de Adoniran Barbosa para a comunidade italiana de São Paulo, na época em que a cidade era conhecida como terra da garoa.

b) analisa o contexto histórico em que a obra de Adoniran Barbosa aflorou, emitindo opinião crítica sobre a cidade que a acolheu.

c) contextualiza a obra de Adoniran Barbosa, expondo as características positivas e negativas da época em que o autor compunha.

d) fornece alguns dados biográficos sobre Adoniran Barbosa e emite opiniões críticas favoráveis a respeito do compositor.

e) critica João Rubinato por ter alterado o seu nome tipicamente brasileiro, embora reconheça que o pseudônimo escolhido tem maior força poética.

Exposição: apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.

EXEMPLIFICANDO

TRE-SP – 2012

O teatro de mamulengos, como a maioria das artes de bonecos, chegou ao Brasil, com os portugueses, sob a forma de presépio. Esse tipo de apresentação já era realizado na Europa desde a Idade Média, com o objetivo de difusão religiosa, característica que faz com que religião e teatro de bonecos se misturem desde a origem.

Muita coisa mudou na arte do mamulengo, a começar pela duração dos espetáculos. Histórias e linguagem também variam bastante de um grupo para outro. Histórias são passadas de geração para geração, enquanto outras são criadas. Esse teatro tem como principal característica o improviso, e os espectadores participam dele o tempo todo, por isso o roteiro e o enredo não são fixos.

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TRF4 – Redação e Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

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Com o tempo se desenvolveram dentro da modalidade dois tipos de mamulengos. O rural é o mais tradicional, que conserva figuras alegóricas bíblicas, como a alma e o diabo, e cujo universo social reproduz os hábitos cotidianos, os valores culturais, os conflitos entre os humildes e as autoridades nas fazendas e povoados. Já o mamulengo urbano adota novas personagens e circunstâncias relacionadas à dinâmica das cidades e do tempo e mantém um enredo, embora não abra mão do improviso.

(Conhecimento Prático Língua Portuguesa. São Paulo: escala educacional, nº 21, p. 46-49, com adaptações)

18. (12227) Fica evidente no texto que

a) os roteiros do teatro de bonecos se mantêm tradicionalmente os mesmos, em razão da necessária participação do público em momentos específicos.

b) o teatro de mamulengos, voltado para as histórias de um mundo rural, dificilmente consegue criar personagens e cenas citadinas.

c) as situações bastante antigas de convívio social com base em aspectos religiosos, que caracterizavam os mamulengos, se alteraram em razão da urbanização.

d) o elemento mais importante da arte dos mamulengos é a improvisação, marca de suas apresentações a um público participante.

e) o teatro de mamulengos está deixando de despertar interesse devido à mudança de hábitos e de gosto de seu público tradicional.

Injunção: indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo.

Anotações

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EXEMPLIFICANDO

19. Considere as afirmações.

I – O texto verbal é, predominantemente, injuntivo.II – A segunda oração do texto verbal faz referência contrária a conhecido ditado popular, exigindo do leitor conhecimento prévio.III – O texto não verbal é dispensável, visto que não acrescenta informação.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

GÊNEROS TEXTUAIS

EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) não expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, dirigindo-se (explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.

EXEMPLIFICANDO

TST-2012

Cursos

Os cursos universitários a distância costumavam ser malvistos na academia brasileira. Lutava-se contra a sua regulamentação, que só se deu em 1996. A má fama dessa modalidade em que o aluno se forma praticamente sem ir à universidade − já tão disseminada em países de educação de alto nível − persiste até hoje no Brasil. Em parte, pela resistência de uma turma aferrada à velha ideia de que ensino bom, só na sala de aula. Mas também pelo desconhecimento que ainda paira sobre esses cursos. Uma nova pesquisa, conduzida pela Fundação Victor Civita, retirou um conjunto deles dessa zona de sombra, produzindo um estudo que rastreou as

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fragilidades e o que dá certo e pode ser exemplar para os demais. Durante cinco meses, os especialistas analisaram os cursos de oito faculdades (públicas e particulares) que oferecem graduação a distância em pedagogia, a área que, de longe, atrai mais alunos. O retrato que emerge daí ajuda a desconstruir a visão de que esses cursos fornecem educação superior de segunda classe. Em alguns casos, eles já chegam a ombrear com tradicionais ilhas de excelência. Mas, no geral, resta muito que avançar.

À luz das boas experiências, não há dúvida sobre os caminhos que elevam o nível. Os melhores cursos souberam implementar o mais básico. “Não dá para deixar o aluno por si só o tempo inteiro. É preciso fazer uso constante da tecnologia para conectá-lo ao professor”, alerta a doutora em educação Elizabeth Almeida, coordenadora da pesquisa. Isso significa, por exemplo, usar a internet para envolver os estudantes em debates liderados por um mestre que, se bem treinado, pode alçar a turma a um novo patamar. Outra fragilidade brasileira diz respeito ao tutor, profissional que deve guiar os estudantes nos desafios intelectuais. Muitos aqui não estão preparados para a função, como enfatiza a pesquisa. Os casos bem-sucedidos indicam ainda a relevância de o aluno não ir à faculdade apenas para fazer prova ou assistir a aulas esporádicas nas telessalas, como é usual. Ele precisa ser também incentivado a visitar à vontade a biblioteca e os laboratórios.

No Brasil, até uma década atrás, os cursos de graduação a distância estavam em instituições pequenas e pouco conhecidas. Hoje, esparramaram-se pelas grandes e vão absorver quase um terço dos universitários até 2015. São números que reforçam a premência da busca pela excelência.

(Adaptado de VEJA. ano 45, n. 31, 1º de agosto de 2012. p. 114)

20. (12202) Os cursos de graduação a distância bem-sucedidos

a) priorizam o bom relacionamento dos alunos com os colegas, por meio de atividades lúdicas mediadas pela tecnologia, como bate-papos virtuais.

b) incentivam os alunos a usar a internet o máximo de tempo possível, desde que sob a supervisão do professor.

c) procuram despertar no aluno o desejo de frequentar outras instalações importantes para os estudos, além das telessalas.

d) promovem a autonomia do aluno, deixando-o livre para frequentar a telessala apenas nos momentos em que estiver verdadeiramente concentrado.

e) contam com avaliações virtuais frequentes, por meio das quais o professor pode fornecer ao aluno um retorno imediato de seu progresso.

Anotações

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ARTIGOS: são os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é da inteira responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.

EXEMPLIFICANDO

TRF-2ª REGIÃO – 2012

O Brasil é um país de preguiçosos. A pequena parcela da população com disposição de calçar um par de tênis para se exercitar é formada majoritariamente por homens jovens e com alto poder aquisitivo. O futebol é, disparado, o esporte mais praticado, seguido por corrida e caminhada. Essas são as principais conclusões da maior pesquisa já feita sobre os hábitos esportivos dos brasileiros. Os resultados preocupam. É indiscutível que a prática de esportes, associada a uma alimentação regrada, está diretamente ligada a uma vida mais saudável.

A pesquisa traçou ainda um mapa da prática de esportes no Brasil. Poder aquisitivo e questões culturais explicam as modalidades favoritas de cada região. Porto Alegre e Florianópolis, locais de alto padrão de renda, são as cidades em que a população mais se exercita. Já Recife é a capital do sedentarismo. Pelos mesmos motivos, os brasileiros se mexem mais do que habitantes de países pobres da América Latina, África e Ásia. Mas bem menos do que europeus, japoneses e americanos. O Rio de Janeiro, com suas praias e a tradição de seus times, é a capital do futebol. Brasília, plana e cheia de parques, é onde mais se corre.

A saúde aparece como o principal motivo para a procura por atividades físicas. No ranking da Organização Mundial de Saúde dos principais fatores de risco para as causas mais comuns de morte, como infarto e derrame, o sedentarismo figura na quarta posição, atrás apenas de diabetes, tabagismo e hipertensão. “O corpo humano foi feito para se mexer”, diz o fisiologista Paulo Zogaib, da Universidade Federal de São Paulo. “Em movimento constante, nosso organismo realiza melhor todas as suas funções. Parado, adoece.”

(Otávio Cabral e Giuliana Bergamo. Veja, 28 de setembro de 2011, p. 103-104, com adaptações)

21. (12212) Os mesmos motivos para a prática de exercícios físicos, referidos no 2º parágrafo, são

a) alimentação regrada e hábitos esportivos.b) sedentarismo e modalidades favoritas.c) praias e tradição dos times de futebol.d) poder aquisitivo e questões culturais.e) parques e existência de áreas planas.

NOTÍCIAS: são autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

EXEMPLIFICANDO

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Desenvolvimento sustentável foi um termo utilizado pela primeira vez em 1987, como resultado da Assembleia Geral das Nações Unidas, e definido como aquele que “atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas”.

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Trata-se, portanto, de uma nova visão de mundo com implicação direta nas relações político-sociais, econômicas, culturais e ecológicas, ao integrar em um mesmo processo o equilíbrio entre as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Diz respeito à necessidade de revisar e redefinir meios de produção e padrões de consumo vigentes, de tal modo que o crescimento econômico não seja alcançado a qualquer preço, mas considerando-se os impactos e a geração de valores sociais e ambientais decorrentes da atuação humana.

(Adaptado de: http://www.bb.com.br/portalbb/page251,8305,3912,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=28665)

22. (12211) O sentido do Texto está corretamente exposto em

a) sistema econômico sustentável, como propôs em 1987 a Assembleia das Nações Unidas, não condiz com uma visão moderna dos padrões de consumo vigentes.

b) Tentar diminuir os atuais padrões de consumo será o melhor caminho para se chegar a um real desenvolvimento econômico, de acordo com a proposta das Nações Unidas.

c) Só será possível atender as necessidades futuras com um real crescimento econômico de todos os meios de produção, independentemente dos atuais padrões de consumo.

d) O conceito de sustentabilidade é relativamente datado, pois o crescimento econômico ampliou a necessidade da interferência humana na exploração do meio ambiente.

e) Desenvolvimento sustentável é aquele em que há equilíbrio entre meios de produção e padrões de consumo vigentes, ao lado de uma preocupação ecológica, de preservação ambiental.

CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente coloquial.

EXEMPLIFICANDO

SABESP – CONTROLADOR DE SISTEMAS – FCC – 2014

“O amor acaba”, disse Paulo Mendes Campos, em sua crônica mais bonita; só não disse o que fica no lugar. É na esperança, talvez, de entender essa estranha melancolia, esse vazio preenchido por boas lembranças e algumas cicatrizes, que a encontro a cada ano ou dois. Marcamos um almoço num dia de semana. Falamos do passado, mas não muito. Falamos do presente, mas não muito. Há uma vontade genuína de se aproximar e o tácito reconhecimento dessa impossibilidade. Dois velhos amigos, quando se reveem, voltam no ato para o território comum de sua amizade. Reconstroem o pátio da escola, o prédio em que moraram − e o adentram. Para antigos amantes, no entanto, é impossível restabelecer o elo, o elo morreu com o amor, era o amor. O que sobra é feito um cômodo dentro da gente, cheio de objetos valiosos, porém trancado. Sentimos saudades do que está ali dentro, mas não podemos nem queremos entrar. Como disse um grego que viveu e amou há 2.500 anos: não somos mais aquelas pessoas nem é mais o mesmo aquele rio.Uma vez vi um filme em que alguém declarava: “Se duas pessoas que um dia se amaram não puderem ser amigas, então o mundo é um lugar muito triste”. O mundo é um lugar triste,

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mas não porque antigos amantes não podem ser amigos: sim porque o passado não pode ser recuperado.

(Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S.Paulo, 20/02/2013)

23. No texto, o autor

a) contrapõe o amor à amizade, em defesa desta.b) lamenta que antigos amantes não possam mais ser amigos.c) admite nutrir a expectativa de recuperar um antigo amor.d) constata que o passado é irrecuperável.e) critica o caráter insondável das relações interpessoais.

Anotações

BREVE ENSAIO: é autoral; trata-se de texto opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor expressa a sua opinião. Geralmente, aborda assuntos universais.

EXEMPLIFICANDO

TRT 6ª REGIÃO PE – 2012

Um dos mitos narrados por Ovídio nas Metamorfoses conta a história de Aglauros. A jovem é irmã de Hersé, cuja beleza extraordinária desperta o desejo do deus Hermes. Apaixonado, o deus pede a Aglauros que interceda junto a Hersé e favoreça os seus amores por ela; Aglauros concorda, mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Isso irritou Palas Atena, que já detestava a jovem porque esta a espionara em outra ocasião. Não admitia que a mortal fosse recompensada por outro deus; decide vingar-se, e a vingança é terrível: Palas Atena vai à morada da Inveja e ordena-lhe que vá infectar a jovem Aglauros.

A descrição da Inveja feita por Ovídio merece ser relembrada, pois serviu de modelo a todos os que falaram desse sentimento: “A Inveja habita o fundo de um vale onde jamais se vê o sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas. A palidez cobre o seu rosto e o olhar não se fixa em parte alguma. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor alheia. Assiste com despeito aos sucessos dos homens, e este espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício”.

(Adaptado de Renato Mezan. “A inveja”. Os sentidos da paixão. São Paulo: Funarte e Cia. das Letras, 1987. p.124-25)

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24. (12215) Atente para as afirmações abaixo.

I – O autor sugere que se rememore a descrição da Inveja feita por Ovídio com base no fato de que antes dele nenhum autor de tamanha magnitude havia descrito esse sentimento de maneira inteligível. II – A importância do mito de Aglauros deriva do fato de que, a partir dele, se explica de maneira coerente e lógica a origem de um dos males da personalidade humana. III – Ao personificar a Inveja, Ovídio a descreve como alguém acometido por ressentimentos e condenado à infelicidade, na medida em que não tolera a alegria de outrem

a) I e II.b) I e III.c) II e III.d) I.e) III.

PEÇA PUBLICITÁRIA: a propaganda é um modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política, visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação. A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal de influenciar uma audiência. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando elementos não verbais para reforçar a mensagem.

CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

CHARGE

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CARTUM

QUADRINHOS: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

TEXTO LITERÁRIO

EXEMPLIFICANDO

SABESP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC – 2014

A marca da solidão

Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente.

Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver.

Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.

(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)

25. No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzido no qual o menino detém sua atenção é

a) fresta.b) marca.c) alma.d) solidão.e) penumbra.

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SEMÂNTICA

SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

Porém os sinônimos podem ser

perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.

Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião

imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.

Ex.: belo~formoso/ adorar~amar / fobia~receio

Antônimos: palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de um prefixo de sentido oposto ou negativo.

Exemplos:

mal X bemfraco X forte

subir X descerpossível X impossível

simpático X antipático

EXEMPLIFICANDO

SABESP – CONTROLADOR DE SISTEMAS – FCC – 2014

“O amor acaba”, disse Paulo Mendes Campos, em sua crônica mais bonita; só não disse o que fica no lugar. É na esperança, talvez, de entender essa estranha melancolia, esse vazio preenchido por boas lembranças e algumas cicatrizes, que a encontro a cada ano ou dois. Marcamos um almoço num dia de semana. Falamos do passado, mas não muito. Falamos do presente, mas não muito. Há uma vontade genuína de se aproximar e o tácito reconhecimento dessa impossibilidade.

Dois velhos amigos, quando se reveem, voltam no ato para o território comum de sua amizade. Reconstroem o pátio da escola, o prédio em que moraram − e o adentram. Para antigos amantes, no entanto, é impossível restabelecer o elo, o elo morreu com o amor, era o amor. O que sobra é feito um cômodo dentro da gente, cheio de objetos valiosos, porém trancado. Sentimos saudades do que está ali dentro, mas não podemos nem queremos entrar. Como disse um grego que viveu e amou há 2.500 anos: não somos mais aquelas pessoas nem é mais o mesmo aquele rio.

Uma vez vi um filme em que alguém declarava: “Se duas pessoas que um dia se amaram não puderem ser amigas, então o mundo é um lugar muito triste”. O mundo é um lugar triste, mas não porque antigos amantes não podem ser amigos: sim porque o passado não pode ser recuperado.

(Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S.Paulo, 20/02/2013)

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26. Há uma vontade genuína de se aproximar e o tácito reconhecimento dessa impossibilidade. (1º parágrafo)

Considerando-se o contexto, os termos grifados acima podem ser corretamente substituídos, na ordem dada, por

a) crescente − silenciosob) verdadeira − nefastoc) legítima − implícitod) real − ilusórioe) sincera − sombrio

TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2014

O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.

As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes, graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraídos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.

Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia. Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.

A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos seus inescapáveis limites humanos. Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo.

Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do herói era clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de vida − prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em sua própria alma.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)

27. O navio atravessou incólume a zona de perigo. (4º parágrafo). Mantém-se o sentido original do texto substituindo-se o elemento grifado por

a) inatingível.

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TRF4 – Redação e Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

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b) intacto.c) inativo.d) impalpável.e) insolente.

Anotações

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação: significação objetiva da palavra - valor referencial; é a palavra em “estado de dicionário“.

Conotação: significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades devido às associações que ela provoca.

EXEMPLIFICANDO

SABESP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC – 2014

A marca da solidão

Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente.

Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver.

Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.

(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)

28. No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figurado é

a) menino.b) chão.c) testa.d) penumbra.e) tenda.

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TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2014

O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.

As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes, graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraídos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.

Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia. Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.

A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos seus inescapáveis limites humanos. Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo.

Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do herói era clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de vida − prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em sua própria alma.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)

29. Há no texto

a) rivalidade entre o mortal Ulisses e o divino Orfeu, cujo talento musical causava inveja ao primeiro.

b) juízo de valor a respeito das atitudes das sereias em relação aos navegantes e elogio à astúcia de Orfeu.

c) crítica à forma pouco original com que Orfeu decide enganar as sereias e elogio à astúcia de Ulisses.

d) censura à atitude arriscada de Ulisses, cuja ousadia quase lhe custou seu projeto de vida.e) comparação entre os meios que Orfeu e Ulisses usam para enfrentar o desafio que se

apresenta a eles.

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TRF4 – Redação e Interpretação de Texto – Profª Maria Tereza

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30. Doce o caminho, amargo o fim. (3º parágrafo)

A frase acima

a) contrapõe a natureza singela das sereias à violência do mar.b) assinala a vitória de Ulisses sobre o poder mágico das sereias.c) descreve a principal consequência do confronto entre Ulisses e as sereias.d) introduz a razão pela qual Orfeu venceu o embate contra as sereias.e) sintetiza o percurso dos navegantes quando eram seduzidos pelas sereias.

Gabarito: 1. (12238) E 2. (1224) E 3. D 4. (12242) A 5. B 6. (12228) C 7.(12240) E 8. (12231) D 9. (12235) B 10. (12248) B 11. (12205) C 12. C 13. A 14. (12237) A 15. (12252) A 16. (12229) C 17. (12256) D 18. (12227) D 19. D 20. (12202) C 21. (12212) D 22. (12212) E 23. D 24. (12215) E 25. A 26. C 27. B 28. E 29. E 30. E

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Anotações