apostilaarmadefogo cfsd 2009

95
ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO APOSTILA ARMA DE FOGO R E C I F E 2009

Upload: omusico84

Post on 26-Jun-2015

13.801 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL

POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO

APOSTILA ARMA DE FOGO

R E C I F E 2009

Page 2: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

2

O HABITAT POLICIAL

“A Polícia não possui outros senhores. Só serve ao seu amo. Por isso,

não cuida de riquezas é pobre, humilde e mal remunerada. Seu ambiente, quase

sempre modesto, poucas vezes confortável, jamais luxuoso. Chão apodrecido de

velhos pardieiros onde ratos passeiam ou ladrilhos frios a lembrar necrotérios. Os

móveis são gastos e obsoletos. A iluminação parca e amarelenta. Trajes vulgares,

blusões de pano ou malha, são indumentárias ordinárias.

Em regra, não trabalha em gabinetes. O gabinete é apenas parte de

uma de suas árduas tarefas: a de auxiliar a Justiça na aplicação da pena, pois é na

rua, ao sabor das intempéries, que ela atua; arrostando o Sol candente do verão e o

gélido sopro do inverno, escorregando na lama dos morros, das sarjetas esconsas,

dos terrenos vadios, no tumulto das favelas, impregnando-se do cheiro acre das ruas

transversais onde crescem os prostíbulos.

Está sempre presente na hora da desgraça, individual e coletiva. No

crime, no fato anti-social, no desastre, no incêndio, na inundação. O crime a salpica

do sangue ainda quente. A personalidade anormal e viscosa do criminoso a envolve,

sua grosseira gíria a contagia, sua fala inculta se lhe transmite. O cheiro pútrido dos

cadáveres adere à sua pele, o odor mofado da maconha a intoxica, a prostituição a

conspurca, o fogo a incendeia, a inundação a inunda.

Está sempre presente também na hora da alegria e do entretenimento

geral, porém, desses momentos ela não participa. No Natal e Ano Novo, não ceia

com a família, pois está nas ruas vigiando as possíveis conseqüências das

liberações de todas as ceias. No carnaval, não samba nem bebe; no clube, austera

e vigilante, cuida da segurança dos que sambam e bebem. No futebol, não está na

Page 3: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

3

torcida; antes dá cobertura à segurança dos torcedores. Em finados, nem tempo tem

de chorar seus mortos, pois garante a tranqüilidade dos que choram os seus.

Não dorme nunca. Cão fiel a velar o sono da sociedade. Traz sempre

os olhos vermelhos e a expressão desfeita das noites indormidas. Nas Delegacias,

atenta ao rádio, ao telefone, e lá fora, em suas viaturas ou mesmo a pé em longo

caminhar, sempre incansável, percorre avenidas e ruas sonolentas para atender a

perigosas chamadas onde pode haver tiros. À porta dos restaurantes, boates e

clubes, onde a sociedade em aquecido e confortável convívio come, bebe, dança e

ama, ela sofre a algidez, a fome, a sede e a solidão da noite interminável,

alimentada quase sempre do parco sanduíche, do vencimento parco.”

Autor Desconhecido

Page 4: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

4

SUMÁRIO

01 - APRESENTAÇÃO: 07

02 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO: 08

03 - ARMAMENTO: 17

Conceito de Arma: 17

Classificação: 17

Conceito de Armamento Leve: 17

Noções Básicas Sobre Calibres: 18

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Tipo: 20

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Emprego: 20

Classificação das Armas de Fogo Quanto à Refrigeração: 20

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Funcionamento: 21

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Princípio de

Funcionamento: 21

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Sentido da Alimentação:

21

Classificação Quanto ao Raiamento: 22

Classificação Quanto à Alimentação: 22

Classificação Quanto ao Carregamento: 22

04 - CONCEITOS BÁSICOS DE TIRO: 23 Velocidade Teórica do Tiro: 23

Velocidade Prática de Tiro: 23

Alcance Máximo: 23

Alcance Útil/Eficaz: 23

Alcance de Utilidade: 23

05 - ARMAMENTO E TIRO: 24 Conceito de Munição e Cartucho: 24

Page 5: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

5

Composição do Cartucho: 24

A Guarda de Munições: 31

06 - NOÇÕES DE BALÍSTICA: 33 Conceito de Balística: 33

Divisão da Balística: 33

A Mecânica do Disparo: 34

Velocidade Inicial: 36

Forçamento nas Raias: 36

Fatores Que Atuam na Trajetória de um Projétil: 37

Poder de Parada ou Stopping Power: 38

07 - CLASSIFICAÇÃO E MANEJO DE ARMAMENTO 40 Regras de Segurança: 40

Preparando-se Para Atirar – Uso de EPI: 41

Revólver Calibre .38" Taurus: 42

Pistola Taurus - PT 100, Calibre .40 SW: 45

Pistola Taurus - PT 24/7, Calibre .40 SW: 51

Metralhadora Taurus - FAMAE Calibre .40 SW: 60

Espingarda de Repetição Caibre. 12" CBC: 68

Fuzil SA/ Para SAS: 71

08 - FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE TIRO COM ARMA DE FOGO: 76 Posição do Atirador: 76

Empunhadura: 76

Visada: 79

Respiração: 80

Puxada do Gatilho: 81

Condicionamento Mental: 82

Erros Mais Comuns Durante a Execução do Tiro Real: 83

Incidentes e Acidentes de Tiro: 84

Manutenção Preventiva: 84

Causas Gerais de Acidentes e Incidentes de Tiro: 85

Page 6: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

6

Emprego Técnico e Tático de Arma de Fogo: Técnicas e Táticas

Individuais e em Dupla: 86

Saque: 86

Controle de Cano: 88

Deslocamento Com Arma: 88

Cobertas e Abrigos: 89

Táticas em Dupla: 89

Tipos de Recargas ou Troca de Carregador: 90

Métodos de Tiros Com Lanterna: 91

REFERÊNCIAS: 93

Page 7: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

7

1. APRESENTAÇÃO:

A atividade policial é uma atividade que possui um nível elevado de

risco e complexidade, exigindo do profissional um preparo apurado. Preparo esse

que necessita, invariavelmente, de constantes aprendizados e capacitações.

Principalmente no dias atuais, com o aumento e sofisticação da violência e

criminalidade.

Diante disso, o presente trabalho procura lançar luz sobre aspectos

importantes relacionados ao manuseio e uso das principais armas de fogo utilizadas

pela Polícia Militar de Pernambuco. É um material construído para servir de

referência e consulta na formação básica do Curso de Formação de Soldados ano

2009.

Longe de procurar esgotar o tema, principalmente diante de sua

complexidade e exigüidade temporal para tratar sobre o mesmo, o presente trabalho

tratará dos pontos considerados importantes pela equipe que o organizou.

Recife, abril de 2009.

Page 8: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

8

2. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO:

Uma arma de fogo, da mais simples a mais complexa, é uma máquina

térmica que utiliza a força explosiva de uma mistura ou de um composto químico,

transferindo-a ou dirigindo-a para um corpo sólido e móvel. Este corpo sólido, o

projétil, é um componente que percorre um determinado espaço com grande

velocidade e pára violentamente ao se chocar contra um obstáculo, transferindo

para este a força, a energia cinética que possui, partindo-o, rasgando-o, destruindo-

o1.

As primeiras armas de fogo ou artefatos pirobalísticos eram tão

maciças e pesadas que podemos considerá-las como pequenos canhões. Nelas se

empregava como propelente a pólvora negra, um explosivo que modificou a história

do homem. Uma mistura de carvão (15 %), salitre (75 %) e enxofre (10 %) que

“cheirava a raios” e que comoveu o mundo do combate2.

As primeiras referências à pólvora negra datam por volta do século IX,

na China, embora se acredita que eles já a conheciam desde o século I d.C.. Ao que

tudo indica, foi descoberta por alquimistas. Na maior parte das vezes em que foi

1 Com modificações. Armas Ligeiras de Fogo. V.1. Madri: Edições Delprado: 1996. p. 01. 2 Idem, ibidem.

Ilustração de um manuscrito de 1400 no qual representa uma prova da ascensão da pólvora negra.

Page 9: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

9

mencionada, há avisos para não se misturar a pólvora com outros elementos,

alertando sobre o perigo do seu manuseio.

Inicialmente os chineses utilizavam a pólvora negra principalmente

para fiz religiosos e para produção de belíssimos fogos de artifícios. Do ponto de

vista militar, a China, por volta do século X, começou a usar a pólvora para fins

bélicos e a primeira referência a um canhão surge em 1126, quando foram usados

tubos feitos de bambu para lançar flechas incendiárias. Posteriormente, esses tubos

passaram a ser fabricados em metal e o mais antigo canhão metálico da China data

de 1290.

Esse conhecimento foi transmitido aos Mongóis, deste para os Árabes

na Palestina e Península Ibérica, sua chegada ao ocidente se deu através dos

monges e dos alquimistas.

Os bizantinos usavam a pólvora negra para “borrifar” os inimigos

através de um tubo comprido.

Mas foram os europeus, graças ao avanço de sua metalurgia, que

desenvolveram e incrementaram a artilharia pirobalística.

Na Europa as primeiras referências às armas de fogo datam de 1247,

quando do cerco a cidade de Sevilha, ocasião em que foram utilizados canhões para

arremessar pedras. Situações semelhantes ocorreram quando do cerca da cidade

de Niebla, em 1257 e Meliha, em 1259.

A primeira referência a uma arma de fogo que podia ser carregada por

um único homem data de 1313, na Alemanha. Uma crônica da cidade de Dante,

Foto de um artefato pirobalístico datado por volta de 1300.

Page 10: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

10

considerada pelos estudiosos como documento autêntico, relata o emprego de

“canhões de mão”. Compunham-se de um cano tosco de bronze fundido, fechado

em uma de suas extremidades, em cima da qual havia um pequeno orifício

denominado “ouvido” ou “fogão”, que se comunicava com o interior. Possuíam

coronha em madeira de diversas formas.

O princípio de funcionamento das primeiras armas de fogo permaneceu

invariável ao longo dos séculos e é conhecido com o nome de “carga avante” ou

“antecarga”, isto é, de se carregar pela boca. Introduzia-se pólvora negra no cano

pela boca da arma, depois se colocava um pouco de tecido. Em seguida, inseria-se

um projétil (ou vários projéteis) e se comprimia tudo cuidadosamente no cano com

uma vareta. Por fim colocava-se um pouco de pólvora no fogão da arma, geralmente

era usada uma pólvora mais fina chamada de escorva.

Page 11: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

11

O primeiro mecanismo de acionamento utilizado nas armas de fogo

portáteis foi o da serpentina, por volta de 1400. A serpentina assemelha-se a um

pavio, com o diferencial de ter uma combustão lenta. Tratava-se de uma corda

comprida, trançada, fervida em salitre ou em acetato de chumbo e seca

posteriormente. Quando acesa no fogo, não fazia chama, mas mantinha uma

pequena brasa sempre acesa, queimando-se lentamente.Quando se aproximava a

extremidade acesa à pólvora do fogão da arma, o disparo era iniciado. O mecanismo

da serpentina permitia ao atirador aproximar a brasa do fogão com a sua própria

mão, sem se distrair do alvo. Tratava-se de um simples dispositivo formado por um

grampo de ferro em forma de “S”.

Page 12: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

12

Embora o sistema de serpentina representasse um avanço, ele

continha grandes e sérias limitações de uso. Cavalgar com o pavio aceso na mão

era quase impossível, além de perigoso. De noite, o pavio e os movimentos que

faziam para reavivar a brasa indicavam aos inimigos a presença do artilheiro. Armas

com pavio aceso não podiam ser camufladas debaixo da roupa. Bastava o tempo

chuvoso ou mesmo úmido para apagar a brasa, e nem sempre os meios necessários

para reacendê-la estavam disponíveis. Além disso, o artilheiro poderia literalmente

explodir, caso alguma fagulha atingisse a pólvora que ele carregava consigo.

Posteriormente, em relação ao mecanismo de disparo, temos a

invenção do sistema de roda. O mecanismo de roda aparece no início do século

XVI. Alguns atribuem sua invenção a um armeiro de Nuremberg, outros, a Leonardo

da Vinci.

O sistema de roda pode ser comparado ao

acionamento do isqueiro moderno: uma roda metálica

gira em contato com uma pedra, produzindo faísca por

fricção. Nesse mecanismo, o atrito da roda, girando a

certa velocidade, com uma pedra, geralmente o sílex,

produzia faíscas de curta duração, mas suficientes para

incendiar um material combustível adequado. Com isso,

temos a produção instantânea do fogo, fundamental

para o disparo.

Page 13: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

13

Acima, desenho de Leonardo da Vinci no qual temos o sistema de acionamento de roda. À direita, desenho realizado por Agostini Galibi, estudioso da história das armas fogo, interpretando o desenho de Leonardo da Vinci.

Page 14: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

14

Embora fosse um sistema eficiente, o alto custo de sua produção

impedia sua produção em massa para uso militar. A maioria dos exemplares que se

tem referência eram usados em caçadas por nobres ou burgueses ricos.

Em meados do século XVI,

com o desenvolvimento ainda maior da

mecânica e da metalurgia, temos o

surgimento do sistema de acionamento por pederneira. A primeira referência a

esse sistema data de um edital florentino

de 1547.

O sistema de pederneira

funcionava da seguinte forma: o martelo

(ou cão da arma) possuía uma pedra de

sílex presa em si; ao ser impulsionado por

uma mola, em alta

velocidade, batia com força

numa placa de metal,

produzindo faíscas que

inflamam a pólvora.

Fotografia de uma arma alemã, de 1630, onde temos o sistema de roda.

Page 15: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

15

Alexander Forsyth, um reverendo protestante escocês, caçador e

estudioso da Química, inventou, em 1807, o mecanismo de ignição por percussão

para armas de fogo. Forsyth se baseou nas experiências químicas de Bayen

(França) e Howard (Inglaterra), criadores de um composto químico que detonava por

percussão. As armas simplificaram-se grandemente. Rhaygino Setúbal expressa

muito bem a importância e funcionamento dessa invenção:

O composto químico era colocado em um pequeno copo metálico, que por sua vez era colocado sobre a chaminé. Um cão metálico era armado e quando disparado pelo gatilho chocava-se sobre a espoleta, a mistura se inflamava e a chama era transmitida ao interior do cano, onde se encontrava a carga de projeção e o projétil. Esse sistema de ignição veio simplificar o uso de armas de fogo, muito embora, de início fosse um sistema caro e muito perigoso. Mas a revolução trazida pelo sistema de percussão foi tão grande que, após 1.818, quando foram liberados os direitos de sua patente, inúmeros armeiros e fabricantes de armas de fogo passaram a utilizá-lo de várias maneiras3.

Diante dessa invenção temos o cartucho metálico que, após algumas

modificações ao longo do tempo, apresenta-se, hoje, com as seguintes partes

principais:

3 SETÚBAL, Rhaygino Sarly Rodrigues. Tiro Policial: Uma Proposta de Mudança na Formação e Capacitação do Policial Militar. UFMT. 2003

01 – Projétil

02 – Estojo

03 – Propelente

04 - Espoleta

Page 16: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

16

Sobre o cartucho metálico falaremos com mais profundidade em outro

ponto.

Por fim, é importante destacar que o surgimento de um sistema mais

moderno de acionamento não implicou, necessariamente, o desaparecimento do

sistema mais antigo. Por questões de custo de produção, de materiais disponíveis,

de conhecimento técnico do armeiro, dentre outros fatores, os diferentes sistemas

co-existiram durante um considerável lapso temporal.

Page 17: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

17

3. ARMAMENTO

Conceito de Arma:

Conceitua-se como arma todo instrumento ou objeto concebido pelo

homem com a finalidade específica de ser utilizada como meio de ataque e defesa,

para ferir, matar ou causar danos diversos.

Classificação:

A) Brancas: geralmente em metal, atuando de forma perfurante,

contundente ou cortante. A faca, a espada, a baioneta, o punhal, e a foice são

exemplos de armas brancas.

B) Impulsivas ou de Arremesso: caracterizam-se geralmente por

utilizarem meios manuais ou mecânicos para lançamento de seus projéteis. Como

exemplo podemos citar o conjunto arco e flecha, a besta, a catapulta e a zarabatana.

C) De Fogo: Arma de fogo, aquelas armas, construídas pelo homem,

capazes de expelir projéteis, utilizando, para tal, da força expansiva dos gases

resultantes da queima controlada de determinado tipo de propelente4. O fuzil, o

revólver, a pistola, a espingarda, a carabina, são exemplos de armas de fogo ou

arma pirobalísticas.

Conceito de Armamento Leve:

É todo aquele calibre inferior a 0,60” (15,24mm), com exceção dos

lança-rojões 2,36” (59,9mm) e 3,5 (89,9mm).

4 OLIVEIRA, João Alexandre Voss. Tiro de Combate Policial: uma abordagem técnica / João Andrade Voss de Oliveira; Gerson Dias Gomes e Érico Marcelo Fontes – Erechim: São Cristóvão. 2.001. p.18.

Page 18: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

18

Noções Básicas Sobre Calibres:

Antes de adentrarmos mais sobre armas de fogo, cabe-nos algumas

considerações sobre calibre de armamento. Quando se fabrica um cano de arma –

longa ou curta – a parte interna do mesmo (alma) é furada, alargada, polida e

lapidada até um diâmetro pré-determinado. Este diâmetro, antes de ser efetuado o

raiamento, é denominado de calibre real, calibre nominal ou diâmetro entre cheios.

A seguir, o raiamento, constituído por um certo número de ranhuras de

pequena profundidade, será usinado de forma helicoidal ao longo do cano, com

passo adequado para corretamente estabilizar o projétil a ser nele utilizado. A

distância entre os fundos opostos do raiamento é chamada de diâmetro entre fundos e é igual ao diâmetro ou calibre real do projétil. Conclui-se, portanto, que

o calibre efetivo de um projétil será sempre maior do que o calibre real do cano e

essa diferença para maior que irá permitir que o mesmo seja forçado contra os

cheios do raiamento, neles se engrazando e passando a acompanhar a hélice

segundo a qual o raiamento foi produzido, adquirindo assim a rotação necessária à

sua estabilidade durante a trajetória.

Usualmente os calibres são expressos utilizando o sistema métrico

decimal (em milímetros), centésimos de polegada ou mesmo em milésimos de

polegada. No sistema métrico decimal a separação de decimais é sempre feita

usando-se uma vírgula, isto é, escreve-se corretamente 6,35mm; 7,62mm e etc. No

sistema inglês, a separação de decimais é feita por um ponto e, não havendo

Page 19: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

19

número significativo à esquerda do ponto, o zero é normalmente omitido. Assim,

escreve-se corretamente 3.150” e, no caso de 0.300”, anota-se .300”.

Exemplos

Sistema Métrico Polegada Polegada

7,62 mm 380 38

No geral, nas armas de alma lisa5, o calibre é expresso de forma

indireta, advindo o número de balas esféricas de chumbo que se obtém de uma libra

inglesa (453,59 gramas). Assim, para o famoso calibre 12, significaria que 12 esferas

de chumbo do calibre da arma em questão (com diâmetro de 18,5 mm) pesariam

453,59 gramas. No entanto, para as munições de espingarda de calibre reduzido,

deixa-se de utilizar este sistema de nomenclatura, passando a adotar-se o sistema

métrico decimal.

Page 20: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

20

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Tipo:

A) De Porte: Armamento de peso e dimensões reduzidos, podendo ser

conduzido no coldre. Pistolas e Revólveres são exemplos de armas de porte.

B) Portátil: Peso significativamente maior que o armamento de porte,

mas podendo ser facilmente conduzido por um só homem. Geralmente é dotado de

uma bandoleira, para facilidade e comodidade de transporte. A Sub-metralhadora

MT-40, utilizada pela Polícia Civil de Pernambuco e o Fuzil são exemplos de armas

portáteis.

C) Não Portátil: Armamento de volume e peso relativamente grande,

devendo ser conduzido somente por uma viatura ou dividido em fardos, por vários

homens. Ex: Metralhadora Hotkiss.

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Emprego:

A) INDIVIDUAL: Quando destinado à proteção daquele que a conduz.

B) COLETIVO: quando se destina ao emprego em benefício de um

grupo de homens ou fração de tropa.

Classificação das Armas de Fogo Quanto à Refrigeração:

A) A ÁGUA: Quando o cano é envolvido por uma camisa d’água. (Ex:

Mtr 30M917A1 – Browning Pesada).

B) A AR: Quando é o próprio ar ambiente que produz o resfriamento. A

pistola PT 940 e PT 24/7 são exemplos desse tipo de refrigeração.

C) A AR E ÁGUA: Quando o cano está em contato com o ar

atmosférico mas recebe, de quando em quando, jatos d’água para ajudar o

resfriamento. É o da MTR 7mm M934 Nadsen.

5 Tipo de cano no qual inexiste raiamento.

Page 21: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

21

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Funcionamento:

A) DE TIRO SINGULAR: São as que efetuam apenas um disparo,

tendo que ser recarregadas manualmente para que se possa efetuar um novo tiro;

B) DE REPETIÇÃO: São aquelas em que se emprega a força muscular

do atirador para executar as diferentes fases do funcionamento (carregamento,

trancamento, ejeção, etc.) decorrendo daí a necessidade de se repetir a ação para

cada disparo. O Mosquefal e o revólver são exemplos de armamento que utilizam

esse tipo de funcionamento.

C) SEMI-AUTOMÁTICA: são aquelas que realizam automaticamente

todas as fases do funcionamento com exceção do disparo. A pistola PT 940 e PT

24/7, por exemplo.

D) AUTOMÁTICA: são aquelas que realizam automaticamente todas as

fases do funcionamento. Submetralhadora Taurus Cal. 9mm e o Fuzil M16 são

exemplos de arma de funcionamento automático.

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Princípio de

Funcionamento:

A) Armas que utilizam a força muscular do atirador;

B) Armas que utilizam a pressão dos gases resultantes da queima da

carga de projeção.

Classificação das Armas de Fogo Quanto ao Sentido da Alimentação:

A) Da direita para a esquerda.

B) Da esquerda para direita.

C) De baixo para cima.

D) De cima para baixo.

E) De trás para frente.

F) De frente para trás.

Page 22: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

22

Classificação Quanto ao Raiamento:

A) ALMA RAIADA:

A1) Da esquerda para a direita.

A2) Da direita para esquerda.

B) ALMA LISA: Não possui raiamento.

Classificação Quanto à Alimentação:

A) Manual

B) Com carregador:

B1) metálico;

B2) tipo lâmina;

B3) tipo cofre;

B4) tipo fita de elos metálicos

Classificação Quanto ao Carregamento:

A) ANTECARGA: aquela que se carrega pela boca do cano;

B) RETROCARGA: aquela que se carrega pela culatra.

Page 23: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

23

4. CONCEITOS BÁSICOS DE TIRO:

Velocidade Teórica do Tiro:

Número de disparos que pode ser feito por uma arma em um minuto,

não se levando em conta o tempo necessário para a alimentação, pontaria,

incidentes de tiro etc., isto é, supondo-se a arma dotada de um carregador de

capacidade infinita.

Velocidade Prática de Tiro:

Número de disparos em um minuto, levando-se em conta o tempo

necessário á pontaria, à alimentação, incidentes de tiro etc.

Alcance Máximo:

Distância maior que um projétil pode alcançar ou em que perde sua

energia cinética. Depende das características balísticas de cada cartucho, do

cumprimento do cano da arma e do ângulo em que o disparo foi efetuado.

Alcance Útil/Eficaz:

Distância em que um projétil ainda possui energia suficiente para

causar danos ao alvo.

Alcance de Utilidade:

Distância em que se pode efetuar o tiro com precisão.

ALCANCE MÁXIMO > ALCANCE ÚTIL/EFICAZ > ALCANCE DE UTILIZAÇÃO

Page 24: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

24

5. ARMAMENTO E TIRO

Conceito de Munição e Cartucho:

Munição é o conjunto de cartuchos

necessários ou disponíveis para uma arma ou uma

ação qualquer em que serão usadas armas de fogo.

Cartucho é o conjunto do projétil e os componentes

necessários para lançá-lo, no disparo. É composto

do estojo, projétil, propelente e espoleta, destinado

a armas de retrocarga de pequeno ou médio

calibre. Em armas de grandes calibres (canhões,

obuses, etc.) podem ainda existir outros

componentes e até mesmo itens não montados.

Composição do Cartucho:

A) Estojo ou casquilho:

Porção cilíndrica, cônica ou com forma de “garrafa” do cartucho, na

qual se aloja a espoleta, o projétil e na qual se coloca o propelente. A sua base é

chamada de culote, podendo apresentar, ou não, diâmetro maior que o estojo. Nas

armas de repetição onde existe uma peça chamada extrator, para retirar o estojo

vazio da câmara, este exibe um sulco, ou gola, entre o culote e o corpo do estojo.

Os estojos podem ser

classificados quanto à forma do corpo em:

cilíndricos, cônicos e garrafa.

Page 25: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

25

Os estojos cilíndricos e cônicos são habitualmente usados para

munições de armas curtas, enquanto que os do tipo “garrafa” são utilizados em

armas longas devido ao seu maior volume interno, possibilitando um depósito maior

de propelente.

Os estojos também podem ser classificados quanto ao tipo da base.

Classificação Quanto ao Tipo de Base Com Aro ou

Gola - (rimmed)

Com Semi-aro

ou Semi-gola -

(semi-rimmed)

Sem Aro ou

Gola - (rimless)

Rebatido -

(rebated)

Cinturado -

(belted)

Com ressalto

na base.

Com ressalto

de pequenas

proporções e

uma ranhura

(virola)

Possui a base

do mesmo

diâmetro das

paredes do

estojo.

A base tem

diâmetro menor

que o corpo do

estojo.

Diferentemente

dos restantes,

possuem na

parte inferior

uma cintura

mais espessa

que une as

paredes à

base.

B) Espoleta ou Cápsula de Espoletamento:

A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante e uma

bigorna, utilizado em cartuchos de fogo central. A mistura detonante é um composto

Page 26: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

26

que queima com facilidade, bastando o atrito gerado pelo amassamento da espoleta

contra a bigorna, provocada pelo percussor. A queima dessa mistura gera calor,

que passa para o propelente, através de pequenos furos no estojo, chamados

eventos.

Os tipos mais comuns de espoleta são: boxer, berdan e bateria.

Boxer: Muito usada atualmente. Possui a bigorna presa à espoleta e

se utiliza de apenas um evento central, facilitando o desespoletamento

do estojo quando da recarga do mesmo.

Berdan: Utilizada principalmente em armas de uso militar. Possui a

bigorna é um pequeno ressalto no centro da base do estojo estando a

sua volta dois ou mais eventos.

C) Propelente, Carga de Projeção ou Pólvora:

Propelente ou carga de projeção é a fonte de energia química capaz de

arremessar o projétil a frente, imprimindo-lhe grande velocidade. A energia é

produzida pelos gases resultantes da queima do propelente, que possuem volume

muito maior que o sólido original. Esses gases ocupam um volume muito maior do

que o ocupado pelos grãos de pólvora (até 20.000 vezes maior). Este aumento de

volume por sua vez, faz com que a pressão suba muito rapidamente, até um limite

determinado. Este aumento de pressão é suportado pelo conjunto

cartucho/câmara/ferrolho. Segundo o Princípio de Pascal, que diz que a pressão

exercida sobre um fluido em equilíbrio se propaga em todas as direções inclusive

sobre as paredes do recipiente que o contém (neste caso o estojo); o projétil, sendo

o componente menos resistente do Cartucho, é empurrado para frente pelos gases

que se expandem no interior do estojo à grande velocidade. Atualmente, o

propelente usado nos cartuchos de armas de defesa é a pólvora química ou pólvora

sem fumaça. Desenvolvida no final do século passado, substituiu com grande

eficiência a pólvora negra, que hoje é usada apenas em velhas armas de caça e

Page 27: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

27

réplicas para tiro esportivo. A pólvora química produz pouca fumaça e muito menos

resíduos que a pólvora negra, além de ser capaz de gerar muito mais pressão, com

pequenas quantidades.

Dois tipos de pólvoras sem fumaça são utilizadas atualmente em armas

de defesa:

Pólvora de base simples: fabricada a base de nitrocelulose, gera

menos calor durante a queima, aumentando a durabilidade da arma; e

Pólvora de base dupla: fabricada com nitrocelulose e nitroglicerina, tem

maior conteúdo energético.

D) Projétil:

Projétil é qualquer sólido que pode ser ou foi arremessado, lançado. No

universo das armas de defesa, o projétil é a parte do cartucho que será lançada

através do cano. Projétil de chumbo, como o nome indica, são projéteis construídos

exclusivamente com ligas desse metal. Podem ser encontrados diversos tipos de

projéteis, destinados aos mais diversos usos, os quais podemos classificar de

acordo com o tipo de ponta e tipo de base.

Existem também projéteis “encamisados” que são revestidos por uma

liga de cobre-níquel com a finalidade de aumentar a sua dureza. Esta camisa é

conhecida por camisa de tombac. São projéteis constituídos por um núcleo

recoberto por uma capa externa chamada camisa ou jaqueta. A camisa é

normalmente fabricada com ligas metálicas como: cobre e níquel; cobre, níquel e

zinco; cobre e zinco; cobre, zinco e estanho ou aço. O núcleo é constituído

geralmente de chumbo praticamente puro, conferindo o peso necessário e um bom

desempenho balístico.

Os projéteis encamisados podem ter sua capa externa aberta na base

e fechada na ponta (projéteis sólidos) ou fechada na base e aberta na ponta

Page 28: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

28

(projéteis expansivos). Os projéteis sólidos têm destinação militar, para defesa

pessoal ou para competições esportivas. Destaca-se sua maior capacidade de

penetração e alcance.

Os projéteis expansivos destinam-se à defesa pessoal, pois ao atingir

um alvo humano é capaz de amassar-se e aumentar seu diâmetro, obtendo maior

capacidade lesiva. Esse tipo de projétil teve seu uso proibido para fins militares pela

Convenção de Genebra.

Os projéteis expansivos podem ser classificados em totalmente

encamisados, (a camisa recobre todo o corpo do projétil); e semi-encamisados, a

camisa recobre parcialmente o corpo, deixando sua parte posterior exposta. Os tipos

de pontas e tipos de bases são representados nas figuras abaixo.

Projéteis expansivos tipo ponta oca

Page 29: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

29

E) Bucha:

É um componente geralmente utilizado em cartuchos

para armas de alma lisa (cartuchos metálicos de armas longas ou curtas não as utilizam). Estes cartuchos normalmente utilizam

como projéteis múltiplas esferas de chumbo; podem, entretanto,

utilizar um único projétil conhecido como “balote”. As funções da

bucha são:

- servir de separação entre os projéteis (ou projétil) e o propelente;

- comprimir a pólvora;

- e melhorar, em termos balísticos, os grupamentos obtidos pelos “bagos” de

chumbo.

As buchas podem ser confeccionadas em papelão, feltro, cortiça, couro

e modernamente com plástico. As buchas plásticas têm forma de copo. Dentro delas

é depositado o chumbo que sai do cano da arma sem trocar as paredes internas do

mesmo. Ao sair do cano, a bucha é freada pela resistência do ar e o chumbo

percorre a trajetória até atingir o alvo. A utilização deste tipo de componente gera um

ganho de energia e velocidade da origem de 20% em relação aos cartuchos que

utilizam os tipos

convencionais de buchas

(confeccionadas em resina

prensada). Já existem, à

disposição no Brasil,

munições cal. 12 que

utilizam buchas plásticas.

São comercializadas pela

CBC com o nome de

“cartucho SG” e “cartucho com Balote”.

Page 30: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

30

A figura ao lado mostra as principais partes de um estojo.

Page 31: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

31

A Guarda de Munições:

Como vimos anteriormente, existem 04 (quatro) componentes básicos

na munição: estojo, espoleta, pólvora e projétil. Qualquer um deles pode apresentar

defeitos de fabricação. Dos 04 (quatro) componentes 02 (dois) são mais sujeitos a

falhas; a espoleta e a pólvora.

Os causadores mais comuns de falhas em cartuchos são a

contaminação química e a recarga mal feita.

No Brasil , como a recarga não é comum para o trabalho policial, resta

o segundo fator. Contaminação química de uma munição é a sua desnecessária

exposição a corantes, solventes, lubrificantes, gases e as intempéries do tempo,

principalmente a umidade.

CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS COM A MUNIÇÃO:

A lubrificação de uma arma deve prever cuidados com o uso dos

lubrificantes, de modo que eles nunca se depositem em excesso, escorrendo para a

munição, existindo a possibilidade de se infiltrarem em espoletas e cargas de

pólvora.

O tanino, utilizado no tingimento e curtição de couros, tem a

propriedade de, em contato com o latão dos estojos, corroê-los rapidamente, essa

corrosão enfraquece as paredes do estojo;

A munição enferrujada ou atingida por algum tipo de contaminação

pode transferir essa corrosão para as outras.

Genericamente devem ser evitadas embalagens de madeiras, papelão

grosso ou qualquer outro material que tenha propriedades higroscópicas (de

absorção de umidade).

O ideal é usar embalagens de papelão fino, metal, plástico ou isopor.

As munições nunca deverão ser colocadas próximas a produtos químicos. Também

não deverão ser expostas diretamente à luz do sol por longos períodos.

Page 32: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

32

O local onde as munições serão guardadas deverá ser seco, fresco,

ventilado ao extremo, sem muita incidência de luz solar e individualizado quanto à

guarda de qualquer tipo de produto químico, ou pelo menos bem distante;

A constante vibração, os chacoalhos e os tremores de uma viatura

podem dilatar levemente as buchas de cartuchos Cal.12, fazendo com que os grãos

de pólvora passem entre elas e as paredes do cartucho, podendo causar explosões

perigosíssimas. Contudo este problema é bem menor em munições que utilizam

buchas plásticas.

Page 33: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

33

6. NOÇÕES DE BALÍSTICA

Conceito de Balística

Balística é a ciência que

estuda o movimento dos projéteis,

particularmente os disparados por

armas de fogo, seu comportamento no

interior destas e também no seu

exterior, como a trajetória, impacto,

marcas, explosão, etc., utilizando-se de

técnicas próprias e conhecimentos de

física e química, além de servir a outras

ciências.

Divisão da Balística:

A) INTERNA: Entende-se por Balística Interna a secção da Balística

que estuda os fenômenos que ocorrem dentro do cano de uma arma de fogo

durante o seu disparo. Mais especificamente estuda as variações de pressão dentro

do cano, as acelerações sofridas pelos projéteis, a vibração do cano, entre outras

coisas.

B) EXTERNA: A Balística Externa é o estudo das forças que atuam nos

projéteis e correspondentes movimentos destes durante a sua travessia da

atmosfera, desde que ficaram livres das influências dos gases do propelente, até aos

presumíveis choques com os seus alvos.

C) TERMINAL, FINAL OU DOS EFEITOS: estuda a atuação do projétil sobre o alvo.

Page 34: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

34

A Mecânica do disparo

As armas de fogo utilizam a pressão resultante da queima do

propelente contida no cartucho para lançar os projéteis à distância.

Inicialmente o cartucho encontra-se em repouso no interior da câmara.

Com o acionamento do gatilho, terá início o processo que culminará com a saída do

projétil do interior do cano da arma. Observe figura abaixo.

O percussor golpeia a espoleta que, violentamente comprimida,

provoca uma labareda. Esta labareda passa através do evento (ou eventos)

incendiando o propelente. Observe figura abaixo.

Page 35: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

35

A pressão dos gases resultantes da queima do propelente aumenta

gradualmente, se propagando em todas as direções, até um determinado limite pré-

calculado. . Observe figura abaixo.

Os gases que se produzem durante a combustão do propelente

expandem-se, fazendo o estojo aderir à câmara. Nesse momento são vencidos o

fechamento do estojo (crimp) e a inércia do projétil, forçando-o a se liberar do estojo.

Começa então o movimento do projétil para a frente.

Page 36: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

36

Os gases da queima continuam a empurrar o projétil para frente a este

passa a adquirir um movimento de giro sobre si próprio, devido às estrias helicoidais

da alma do cano. Este movimento de giro proporciona estabilidade na trajetória do

projétil. Esta estabilidade é chamada de Estabilidade Giroscópica. Observe figura

abaixo.

Ao deixar o cano da arma o projétil está animado de uma velocidade

(v) e de uma velocidade de giro (w). No entanto, ele sofre uma forte oposição da

Força de Resistência do Ar além do seu próprio peso que o atrai para baixo. Estas

duas forças (peso e resistência do ar) fazem com que o projétil perca energia

rapidamente. Ao deixar o cano da arma o atirado experimenta um retrocesso ou

recuo que nada mais é do que a conseqüência da Lei de Ação e Reação.

Velocidade Inicial:

Pra efeito de estudo, consideramos velocidade inicial (V), a velocidade

linear, com que o projétil deixa o estojo após o disparo, tendo se deslocado pelo

interior do cano da arma.

Forçamento nas Raias:

O projétil, impulsionado pelos gases, uma vez que possui um calibre

efetivo maior do que o calibre real do cano da arma, será forçado contra os cheios

Page 37: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

37

do raiamento, adquirindo assim, a rotação necessária à sua estabilização na

trajetória. Tal forçamento produzirá um atrito capaz de causar a transferência de

energia do projétil para o cano da arma, transformando energia cinética em térmica,

o que resultará na diminuição de velocidade do projétil, e, conseqüentemente, da

sua energia, uma vez que a massa do projétil continuará praticamente a mesma.

Fatores Que Atuam na Trajetória de um Projétil:

Logo que o projétil se encontra fora do cano, passa a sofrer a ação de

uma série de fatores:

01 - A força dos gases que conferiram uma aceleração, fazem com que, ao

cessar esta força, o projétil alcance uma determinada velocidade;

02 - Estabilidade Giroscópica; pelo forçamento do projétil nas raias do cano o

projétil ganha uma velocidade de giro, ou angular (W), passando a realizar um

movimento circular sobre o seu próprio eixo.

03- Reação ou resistência das capas de ar atmosférico. Esta força exerce

uma ação extremamente intensa. Por exemplo, um projétil da munição 30-60 mm

alcança no vácuo 69km; enquanto que na atmosfera ele atinge “apenas“

aproximadamente 4km.

04- Peso do próprio projétil, que pela ação da gravidade, puxa o projétil para o

solo. Isto faz com que a trajetória de qualquer projétil seja um segmento de parábola.

Entretanto, por este segmento ser muito curto (denomina-se a esta característica

tensão da trajetória) o deslocamento de projéteis de arma de arma curta se passa

como se fosse um movimento retilíneo.

Page 38: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

38

Poder de Parada ou Stopping Power: Conceito: “STOPPING POWER” é uma forma abstrata de indicar a capacidade de um projétil em parar ou neutralizar um atacante, em seu curso de ataque, pondo-o fora de combate, não sendo intencional a sua morte, mas apenas a

sua momentânea incapacitação.

A eficiência balística de determinados calibres, comparativamente a

outros é objeto de estudo por parte de Órgãos Policiais Militares há muitos anos.

Esta questão começou a ser analisada com uma maior profundidade a partir de

1889 pelo exército americano. Na época, os E.U.A estavam envolvidos num conflito

em uma região da Ásia quando ficou evidenciado que os projéteis .38 Long Colt,

utilizados nas munições de armas curtas do Exército americano, não eram eficientes

contra os nativos da região, pois estes, mesmo atingidos por dois ou três disparos,

continuavam o seu c urso de ataque, tendo êxito dos combates à curta distância.

Passou-se então a produzir calibres com projéteis mais pesados. O

resultado foi a criação do calibre, juntamente com a arma, .45 ACP(Automatic Colt

Pistol) que foi usado nas pistolas semi-automáticas Colt 1911. Posteriormente,

chegou-se à conclusão de que aumentando-se a velocidade do projétil obtinha-se

uma eficiência balística melhor do que se, simplesmente, a massa do projétil fosse

aumentada. Esta conclusão foi reforçada pelo trabalho de um sargento americano,

chamado Evan P. Marshall. Marshall passou aproximadamente 15 anos

pesquisando casos em que houve a incapacidade de um atacante ou vitima com

apenas um tiro na região do tórax até que, em 1992, publicou o resultado das suas

Page 39: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

39

pesquisas. Ele determinou incapacitação da seguinte maneira: “se a vitima quando

atingida entra em colapso antes de fazer algum disparo ou expressar uma reação de

ataque ou fuga; se a vitima quando atingida não se deslocar mais que 3 metros

antes de entrar em colapso.”. O Ex-policial também chegou à conclusão de que

determinadas pessoas resistem a ferimentos melhor que outras; mas, de maneira

geral, as suas conclusões mais importantes para uma utilização prática são as

seguintes:

Projéteis leves, de alta velocidade e com pontas expansivas são bem mais

eficientes do que os pesados e totalmente encamisados (FMJ) ou de chumbo ogival;

o calibre .38 SPL só tem relativa eficácia quando empregado em sua versão +P,

com projéteis de 158 “greains” e em armas com canos de 4”. Com este binômio

obteve-se um percentual de 72% de eficácia. Esta conclusão reforça a necessidade do uso de revólveres com canos de 4” para trabalho policial;

O “campeão” de eficiência, segundo Marshall, é o calibre .357 Magnum com projétil

Hydra Shock da federal, que obteve 96% de eficiência.

O calibre 9 mm Parabellum ficou em terceiro lugar, na sua versão +P+ com ponta

expansiva, obtendo 89% de eficiência.

Não existem calibres 100% eficientes, mas é indispensável o treinamento para a realização de tiros precisos, pois de nada adianta a potência da munição sem a precisão do disparo.

O calibre .380 ACP só relativamente eficiente quando empregado em

sua versão +P com pontas expansivas. Sem esta configuração a eficiência deste

calibre não passa de 60% (teoricamente).

O tema “Stopping Power” não se esgota ao longo dos anos, sobretudo

pelo surgimento de novos calibres e armas. Na época em que Evan Marshall

publicou o sue trabalho não se dispunha de dados sobre os calibres modernos como

o 10 mm ou .40 S&W, hoje, no entanto, sabe-se que o calibre .40S&W é um dos

melhores calibres para armas curtas, se adaptando bem, tanto ao trabalho policial

quanto à defesa pessoal. Ainda devem surgir outros estudos importantes sobre o

assunto, mas as conclusões feitas até agora perdurarão como válidas por um bom

tempo ainda.

Page 40: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

40

7. CLASSIFICAÇÃO E MANEJO DE ARMAMENTO

Regras de Segurança

Nunca, em qualquer hipótese, aponte uma arma, carregada ou não, para

qualquer pessoa exceto se for atirar;

Trate sua arma como se ela estivesse sempre carregada;

Mantenha sempre o dedo fora do gatilho exceto na hora do disparo;

Conheça bem o funcionamento de sua arma;

Guarde sua arma e munições em local seguro evitando o acesso de outras

pessoas não habilitadas;

Manuseie sua arma sempre com o cano voltado para um local seguro;

Ao dar ou receber uma arma, faça-o com ela aberta (ferrolho aberto e sem

carregador);

Use somente munições indicadas para o tipo de arma que possui evitando

munições velhas e com alteração no estojo ou projetil;

Jamais transporte ou coldreie sua arma com o cão armado;

As travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos mecânicos e não

um substituto do bom senso;

A arma deve ser transportada, sempre que possível, em um coldre;

Page 41: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

41

Não tente fazer modificações em sua arma para ela receber calibres maiores pois

a mesma não foi projetada para isso;

Mantenha sua arma sempre limpa;

Verifique se não há obstrução do cano de sua arma antes de carregá-la;

Nunca pergunta se a arma que você recebeu esta carregada, verifique

pessoalmente.

Preparando-se Para Atirar – Uso de EPI:

ATENÇÃO: Toda e qualquer etapa do manuseio, com todas as armas aqui

apresentadas, deve ser feita em local seguro que não exponha outros a riscos.

Sempre que for efetuar qualquer

tipo de treinamento de tiro com sua arma de

fogo, seja ela qual for, tenha sempre alguns

cuidados. Use sempre óculos de proteção e

protetores auriculares. Da mesma forma, evite

que pessoas ao seu redor permaneçam sem

esses Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Sem proteção auricular, uma repetitiva exposição ao barulho do tiro talvez

cause uma permanente e cumulativa perda de audição. Olhos desprotegidos podem

causar lesões por causa da pólvora, gás, resíduos de carbono, lubrificantes,

partículas de metal ou fragmentos similares que talvez desprendam-se

ocasionalmente de qualquer arma de fogo em uso normal. Em se tratando de armas

automáticas ou semi-automáticas, cartuchos vazios são ejetados automaticamente

Page 42: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

42

com considerável velocidade e podem causar lesões em pessoas que estiverem

próximas. Por fim, e não menos importante, o ferrolho das armas de fogo move-se

durante o disparo, por esse motivo, evite colocar o rosto próximo à pistola. NÃO ESQUEÇA DE SEMPRE USAR O COLETE BALÍSTICO MESMO EM TREINAMENTO.

Revólver Calibre .38" Taurus

a) Características:

01) Calibre: 38"

02) Peso desmuniciado: 0,950 Kg (cano

de 4 pol.)

3) Peso municiado: 1,010 Kg (cano de 4 pol.)

4) Comprimento total: 0,235 m(cano de 4 pol.)

5) Número de raias: 06 (esquerda p/ direita)

6) Número de câmaras no tambor: 05, 06, 07 ou 08

7) Alcance útil: 50 m

b) Classificação:

1) Quanto a tipo: de porte

2) Quanto ao emprego: individual

3) Quanto ao funcionamento: de repetição

4)Quanto ao principio de funcionamento: ação muscular do atirador

Page 43: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

43

5) Quanto a refrigeração: a ar

6) Quanto ao raiamento: alma raiada (06 da esquerda p/ direita)

7) Quanto a alimentação: manual

8) Quanto ao sentido da alimentação: da esquerda p/ direita.

c) Manejo: Consiste basicamente em cinco etapas:

1) Municiar o tambor;

2) Alimentar e carregar a arma;

3) Disparar;

4) Abrir a arma;

5) Extrair os estojos.

1) Municiar o tambor: Consiste em introduzir as munições nas câmaras, conforme a

foto abaixo.

Page 44: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

44

2) Alimentar e carregar a arma:

Consiste em fechar a arma girando o tambor para a direita (ver foto)

3) Disparar a arma:

Sem muitas novidades, é o ato de trazer (puxar) o gatilho a retaguarda.

4) Abrir a arma:

Consiste em pressionar o botão serrilhado do tambor com o polegar da

mão esquerda e empurrar o tambor com os dedos da mão direita para a esquerda

(destro) (ver foto)

Page 45: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

45

5) Extrair os estojos:

Pressionando-se a vareta do extrator com o polegar da mão esquerda,

este (extrator) retira os estojos das câmaras do tambor (ver foto)

Pistola Taurus - PT 100, Calibre .40 SW:

Características do Amamento:

Quanto ao tipo De porte

Quanto ao emprego Individual

Quanto a alma do cano Raiada

Quanto ao sistema de carregamento Retrocarga

Quanto à refrigeração A ar

Quanto à alimentação Carregador tipo cofre

Quanto ao sentido da alimentação De baixo para cima

Quanto ao funcionamento Semi-automática

Quanto ao princípio de

funcionamento

Ação direta dos gases

Page 46: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

46

Pistola PT 100:

Apresentação da Pistola PT 100:

Page 47: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

47

Municiamento da Pistola PT 100:

O municiamento da pistola deve possui as seguintes etapas:

01- Aponte o cano da arma para local seguro.

02- Pressione o Botão do Retém do Carregador,

localizado próximo ao

guardamato e retire o

carregador.

03- Coloque os cartuchos no

carregador (municiar).

Para isso, segure o mesmo com uma das mãos e com a outra

introduza os cartuchos pressionando-os para baixo e para trás.

04- Recoloque o carregador na arma (alimentar), assegurando-se que

ele fique preso pelo retém. Carregadores mal colocados podem cair

no momento em que você menos espera.

05- Segure a pistola

firmemente com a

mão que você usa

para atirar,

lembrando-se de

manter o dedo fora do gatilho.

Com a outra mão puxe o ferrolho para trás até o batente e solte-o

bruscamente. Com Isso o ferrolho posiciona uma munição na

câmara do cano (carregar).

06- A pistola está agora

engatilhada e municiada, pronta

para atirar. Para desengatilhá-la pressione o desarmador do cão.

Page 48: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

48

07- Após o último tiro, o ferrolho fica recuado e imobilizado pela ação

do retém do ferrolho. Para retorná-lo à posição normal, pressione

para baixo o retém do ferrolho.

Desmuniciamento da Pistola PT 100:

O desmuniciamento da Pistola PT 100 possui as seguintes etapas:

01- Aponte o cano da

arma para local

seguro.

02- Pressione o

desarmador para baixo

fazendo com que o cão

desengatilhe

automaticamente, voltando a sua posição de descanso, caso esteja

engatilhado.

03- Retire o carregador.

04- Puxe o ferrolho para trás certificando-se de que o cartucho que

estava na câmara foi devidamente removido. Este procedimento

engatilhará novamente o cão.

05- Acione novamente o desarmador, causando o desengatilhamento

da arma.

Page 49: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

49

06- Após desmuniciar sua arma, faça sempre o exame visual da

câmara. Pronto: sua arma está desengatilhada e desmuniciada.

Desmontagem e Montagem da PT 100:

A desmontagem da Pistola PT 100 possui as seguintes etapas:

01 - Retire o carregador pressionando retém do carregador que está

próximo ao guardamato.

02 - Puxe o ferrolho até o final do curso para certificar-se de que não há

munição na câmara.

03 -Pressione o retém da alavanca de desmontagem e gire a alavanca.

Page 50: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

50

04 - Deslize o conjunto cano-ferrolho para frente até liberá-lo da

armação.

05 - Comprima a guia da mola recuperadora levantando o conjunto e

retirando-o cuidadosamente.

06 - Retirar o conjunto do cano do ferrolho.

ATENÇÃO: A montagem da Pistola PT 100 deve ser feita no sentido inverso da desmontagem.

Page 51: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

51

ATENÇÃO: o impulsor da trava do percussor deve estar abaixado no momento da montagem do ferrolho na armação, conforme figura abaixo.

Pistola Taurus - PT 24/7, Calibre .40 SW:

Características do Amamento:

Quanto ao tipo De porte

Quanto ao emprego Individual

Quanto a alma do cano Raiada

Quanto ao sistema de carregamento Retrocarga

Quanto à refrigeração A ar

Quanto à alimentação Carregador tipo cofre

Quanto ao sentido da alimentação De baixo para cima

Quanto ao funcionamento Semi-automática

Quanto ao princípio de

funcionamento

Ação direta dos gases

Page 52: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

52

Especificações Técnicas da Pistola PT 24/7:

Apresentação da Pistola PT 24/7:

Page 53: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

53

Municiamento e Funcionamento da Pistola PT 24/7:

O municiamento da pistola deve possui as seguintes etapas:

01 - Para remover o carregador, pressione

o botão do retém do carregador localizado

próximo ao guardamato com o seu polegar.

02 - Segure o carregador com uma das

mãos e com a outra insira os cartuchos um

de cada vez, pressionando-os para baixo e

para trás. Insira o carregador na pistola até

que fique preso pelo retém do carregador.

Carregador mal colocado pode cair no

momento em que você atirar.

03 - Segure a pistola com uma mão

mantendo seu dedo longe do gatilho.

Com a outra mão puxe o ferrolho até seu

limite e solte-o bruscamente, assim o

ferrolho irá para frente, sob a pressão da

mola recuperadora, e inserirá um cartucho na câmara.

04 - A pistola agora está pré-armada e

pronta para disparar Sistema de Ação Simples. O percussor está pré-armado

pela ação da armadilha e sua mola

comprimida. Neste instante o gatilho está

totalmente á frente. Quando o gatilho é

acionado, o tirante do gatilho movimenta-se para trás acionado a

armadilha fazendo-a liberar o percussor, que é lançado a frente pela

ação de sua mola ferindo a espoleta e deflagrando a munição. Após o

disparo o ferrolho recuará pela ação dos gases e ejetará o estojo vazio,

Page 54: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

54

alimentado um outro cartucho na câmara.

A pistola está novamente pronta para

disparar e com o percussor pré-armado no

Sistema Ação Simples. Para disparos

sucessivos, basta liberar o gatilho à frente

até sentir ou ouvir um "click", e então puxá-

lo totalmente para trás. Em caso de falha de munição onde não ocorra

o disparo, esta arma está provida de um mecanismo que

automaticamente passa o sistema para o Sistema de Ação Dupla

(DAO), permitindo disparar sem necessidade de ciclagem do ferrolho.

Após o último disparo, o ferrolho permanecerá na posição aberta

mantido pelo retém do ferrolho. Objetivando seu retorno para a posição

de descanso, pressione o retém do ferrolho para baixo.

05 - Caso você não queira atirar, ou mesmo

queira parar antes de disparar o último cartucho

de um carregador, empurre o registro de

segurança para cima.

Desmuniciamento da Pistola PT 24/7:

O desmuniciamento da Pistola PT 24/7 é igual ao empreendido pela Pistola

PT 940: (ver armamento anterior)

Page 55: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

55

Desmontagem e Montagem da PT 24/7:

A desmontagem da Pistola PT 24/7 possui as seguintes etapas:

01 - Retire o carregador pressionando o

botão do retém do carregador.

02 – Puxe o ferrolho até o final do curso

para certifica-se de que não há munição

na câmara e empurre a tecla do retém

do ferrolho para cima. Lembre-se de

deixar sempre o dedo fora do gatilho.

03 - Com o polegar esquerdo, gire a

alavanca de desmontagem do ferrolho

no sentido horário, até que pare. A

alavanca de desmontagem nessa etapa

fica perpendicular em relação ao

ferrolho.

04 - Com a mão esquerda, puxe a

alavanca de desmontagem para fora da

armação. Como maneira alternativa,

libere o ferrolho acionando o retém do

ferrolho e puxe o ferrolho para trás.

Este movimento liberará a alavanca de

desmontagem.

Page 56: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

56

05 - Cuidadosamente, pressione para

baixo o retém do ferrolho e deslize o

ferrolho para frente, sobre controle.

Puxe o gatilho, mantendo-o acionado.

Empurre o ferrolho um pouco para

frente até ouvir um click, solte o gatilho

e empurre o ferrolho totalmente para frente até sair da armação.

06 - Retire o conjunto mola recuperadora

de sua posição na parte inferior do cano.

07 - Remova o cano do ferrolho

puxando-o para frente e para cima.

A montagem da Pistola PT 24/7 possui as seguintes etapas:

01 - Encaixe o cano no ferrolho

empurrando-o para trás. Insira a

extremidade do conjunto mola

recuperadora no alojamento do ferrolho,

comprimindo a mola levemente para

colocá-la na posição. O ferrolho deve ser

montado na armação e totalmente empurrado para trás e o retém do

ferrolho deve ser movimentado para

cima para manter o ferrolho na parte de

trás.

02 - Ao reinstalar a alavanca de

desmontagem, ela é inserida na armação

Page 57: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

57

com a tecla apontada para trás (posição horizontal). Insira a

alavanca de desmontagem uma vez que o ferrolho esteja em

posição para alinhar o cano com o orifício, então o empurre

suavemente para dentro. Um clique indicará que a alavanca de

desmontagem está presa no lugar.

03 - O retém do ferrolho pode ser então

pressionado para baixo, o que permite

que o ferrolho deslize para frente.

04 - Você deve clicar o ferrolho diversas

vezes, sem carregador inserido e

nenhum cartucho na câmara, de forma a

garantir que a relação

cano/ferrolho/armação esteja correta.

Page 58: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

58

Visão Explodida da Pistola PT 24/7/Lista de Peças:

Page 59: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

59

Page 60: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

60

Metralhadora Taurus - FAMAE Calibre .40 SW

Características do Armamento:

Quanto ao tipo Portátil

Quanto ao emprego Individual

Quanto a alma do cano Raiada

Quanto ao sistema de carregamento Retrocarga

Quanto a refrigeração A ar

Quanto a alimentação Carregador tipo cofre

Quanto ao sentido da alimentação De baixo para cima

Quanto ao funcionamento Automática

Quanto ao princípio de

funcionamento

Ação direta dos gases

Page 61: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

61

Especificações Técnicas da Metralhadora FAMAE MT-40:

Page 62: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

62

Apresentação da Metralhadora FAMAE MT-40:

Page 63: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

63

Municiamento da Metralhadora FAMAE MT-40:

O Municiamento da Metralhadora FAMAE MT-40 possui as seguintes

etapas:

01 - Aponte o cano da arma para local seguro.

02 – Posicione o seletor de na posição “S”.

03 – Coloque os cartuchos no carregador, segurando-o com uma mão e com

a outra introduza os cartuchos pressionando-os para baixa, até o máximo

de trinta cartuchos.

04 – Coloque o carregador no

alojamento na caixa do

mecanismo, assegurando-se que

fique preso pelo retém.

Carregadores mal colocados

podem cair no momento a qualquer

momento, especialmente durante os disparos.

05 – Com o cano apontado para uma posição segura, puxe o ferrolho

fortemente para trás até o final do curso e solte-o bruscamente. Lembre-

se que o dedo deve sempre esta fora do gatilho. Com isso o ferrolho

posicionará um cartucho na câmara e a arma estará pronta para atirar,

bastando apenas posicionar o seletor na modalidade de tiro desejada.

Desmuniciamento da Metralhadora FAMAE MT-40:

O desmuniciamento da Metralhadora FAMAE MT-40 possui as

seguintes etapas:

01 - Aponte o cano da arma para local seguro.

02 – Posicione o seletor de na posição “1”.

Page 64: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

64

03 – Retire o carregador pressionando

o retém do carregador localizado

próximo ao guardamato.

04 – Recue o ferrolho através do

preparador ou alavanca de

manejo e certifique-se que não

têm cartucho da câmara.

05 - Pressione o gatilho ou puxe levemente o preparador para trás acionando

o gatilho e voltando-o a posição inicial.

Sua arma está desmuniciada. Faça sempre o exame visual da câmara.

Desmontagem e Montagem da Metralhadora FAMAE MT - 40

A) Desmontagem:

A desmontagem da Metralhadora FAMAE MT-40 possui as seguintes

etapas:

01 – Posicionar o seletor em segurança “S”.

02 – Recue o ferrolho através do preparador e certifique-se que não tem

cartucho na câmara.

03 - Retire os pinos de união de seu

alojamento. Os pinos de união para serem

removidos é necessário pressiona-los

retirando primeiro o pino posterior e

depois o anterior. Uma vez retirados, a

caixa do mecanismo se desconectará da

caixa da culatra, separando a arma em suas partes.

Page 65: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

65

04 - Retire as placas do guarda-mão. Primeiro

retira-se o guarda-mão inferior puxando-o

pra trás e para baixo, logo após, o guarda-

mão superior, deslocando-se para cima.

05 - Retire a pino da haste (ou

guia) da mola recuperadora.

Para isso é necessário

pressionar a haste com o

dedo polegar retirando assim

o pino. Logo em seguida retira-se a haste e a mola recuperadora.

06 - Retire o ferrolho. Para retirar o

ferrolho pressione o retém do

preparador para baixo retirando

assim, o preparador. Em seguida

incline a arma fazendo com que sai

o ferrolho de seu depósito.

B) Montagem

A montagem é feita na ordem inversa da desmontagem conforme a

seguir:

01 - Coloque o ferrolho na caixa da culatra colocando em seguida o

preparador em seu devido alojamento.

02 - Introduza a haste (guia) com a mola recuperadora no ferrolho e pressione

até que o orifício da extremidade oposta ultrapasse o limite da caixa da

culatra suficientemente para a colocação do pino de retenção (fixação).

Certifique-se que o mesmo esteja perfeitamente encaixado na caixa da

culatra. ATENÇÃO: A não observância desse detalhe poderá vir a

causar danos a arma.

Page 66: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

66

03 – Coloque o guarda-mão superior e inferior, verificando se não interferiu no

orifício de passagem do pino de união.

04 - Unir as caixas de mecanismo e culatra, posicionando primeiro o pino de

união anterior e depois o pino de união posterior.

ATENÇÃO: Logo após a montagem é aconselhável realizar um teste de funcionamento. O manuseio deve ser efetuado sem munição, sem carregador e certificar-se que nas quatros posições do registro de tiro o mecanismo não

apresenta irregularidades.

Visão Explodida da Metralhadora FAMAE MT-40/Lista de Peças:

Page 67: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

67

Page 68: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

68

Espingarda de Repetição Caibre. 12" CBC:

Características:

1) Calibre: 12"

2) Peso: 3,35 Kg

3) Comprimento: 1055 mm

4) Capacidade do depósito de munição: 7+1

5) Alcance útil: 30 m

Classificação:

1) Quanto a tipo: portátil

2) Quanto ao emprego: individual

3) Quanto ao funcionamento: de repetição

4)Quanto ao principio de funcionamento:

ação muscular do atirador.

5) Quanto ao raiamento: alma lisa

6) Quanto a refrigeração: a ar

7) Quanto a alimentação: manual

8) Quanto ao sentido da alimentação de

baixo para cima ou de trás para frente.

Divisão Geral:

1- Soleira

2- Coronha

3- Receptáculo

4- Ferrolho

Page 69: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

69

5- Cano

6- Guarda-mato

7- Transportador

8- Telha

9- Tubo do depósito

10- Bujão do depósito

Funcionamento:

1) Abertura:

Estando a arma fechada, ao se pressionar o acionador da trava da corrediça,

libera-se a mesma, possibilitando que a telha seja movimentada à retaguarda;

movendo na mesma direção o conjunto-ferrolho, que baixa o transportador, o

mesmo aciona o localizador direito (que é o retém de munições), deixando o

transportador alinhado com o depósito de munições, onde pela pressão da mola do

êmbolo do depósito de munições, é empurrada a munição sobre o transportador.

2) Fechamento e carregamento:

Estando a arma aberta (com a telha recuada e a munição no transportador )

ao levar a telha á frente, o transportador levanta-se e se alinha ao cano, ao mesmo

tempo que o ferrolho é levado à frente, interceptando a munição pelo culote e

empurrando-a para a câmara, onde ocorre o fechamento, trancamento e

carregamento da arma, deixando-a assim pronta para disparar.

3 ) Travamento:

Estando a arma fechada, trancada e carregada, ao se acionar a tecla do

registro de segurança (trava de segurança), o mecanismo impede que a tecla do

Page 70: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

70

gatilho seja posta em ação, pelo bloqueamento da alavanca de disparo; porém, não

impede que a trava da corrediça seja acionada, permitindo que a arma seja aberta,

fechada, trancada e carregada; só não permite o disparo.

4) Disparo:

Estando a arma fechada, trancada, carregada e travada, ao destravá-la, a

mesma encontra-se pronta para disparar, pois a munição encontra-se na câmara,

alinhada ao cano e, pelo simples acionamento da tecla do gatilho, a alavanca de

disparo é liberada, impulsionando o percursor a frente, por intermédio de sua mola,

indo percutir a espoleta.

5) Abertura, extração e ejeção:

Efetuando o tiro, o próprio mecanismo de disparo mantém a trava da

corrediça destravada, permitindo que, sem acioná-la, possa o atirador recuar a telha

à retaguarda, executando a abertura da arma ao mesmo tempo que ocorre a

extração da munição percutida da câmara, através do extrator, localizado no

ferrolho.

Ao recuar totalmente a telha, extraindo o estojo, este vem topar no ejetor, que

apresenta-se saliente quando o ferrolho está totalmente à retaguarda, ejetando-o.

Neste momento, o ferrolho tem baixado o transportador , que captura outra munição

( se existir no depósito de munições), podendo recomeçar todo o processo, caso o

atirador leve a frente a telha, fechando, trancando e carregando a arma.

Manejo:

1) Inspecionar e travar a arma;

2) Alimentar a arma;

3) Carregar a arma;

4) Disparar a arma;

5) Ejetar o cartucho da câmara;

6) Descarregar a arma.

Page 71: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

71

Deve-se:

01- Apontar a arma para uma direção segura.

02 - Travar a arma.

03 - Empurrar para cima o acionador da trava da corrediça.

04 -Puxar vagarosamente a telha até que a parte da frente do cartucho esteja

rente com a janela de ejeção.

05 - Levantar a frente do cartucho para fora retirando-o pela janela.

06 - Puxar a telha completamente para trás até que o próximo cartucho esteja

fora do depósito.

07 - Inclinar a arma de lado para permitir que o cartucho saia pela janela de

ejeção.

08 - Fechar e abrir o mecanismo até que todos os cartuchos sejam removidos.

Fuzil SA/ Para SA

Classificação do Fuzil AS/ Para SA:

1) Quanto a tipo: portátil

2) Quanto ao emprego: individual

3) Quanto ao funcionamento: automático ou semi-automático

4)Quanto ao principio de funcionamento: ação dos gases no ferrolho

5) Quanto ao raiamento: alma raiada

6) Quanto a refrigeração: a ar

7) Quanto a alimentação: com carregador

8) Quanto ao sentido da alimentação.: de baixo para cima

Page 72: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

72

Manejo do Fuzil SA/ Para SA:

1) Municiar o carregador.

2) Alimentar a arma.

3) Carregar a arma.

4) Travar a arma.

5) Destravar a arma.

6) Disparar a arma.

7) Retirar o carregador.

8) Descarregar a arma.

9) Rebater a coronha do Para SA.

Municiando Carregador do Fuzil SA/ Para SA:

Consiste em introduzir os cartuchos no

carregador. Os cartuchos deverão ser pressionados

diretamente sobre a mesa de apresentação do

carregador. Os cartuchos deverão ser colocados com

os projéteis voltados para o pequeno entalhe que

prende o carregador a arma.

Page 73: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

73

Alimentando o Fuzil SA/ Para SA:

Consiste me introduzir o carregador

municiado na arma prendendo-o pelo seu retém.

Observe na foto ao lado a forma correta de

colocação.

Carregando o Fuzil SA/ Para AS:

Consiste em introduzir a munição na

câmara puxando-se a alavanca de manejo

completamente a retaguarda e soltando-a. A alavanca

de manejo deve ser solta bruscamente não conduzida à

frente. O carregamento inadequado pode não fechar

completamente o ferrolho.

Travamento do Fuzil SA/ Para SA:

Consiste tão somente em girar o registro

de tiro de segurança para a posição "S".

Page 74: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

74

Destravamento do Fuzil SA/ Para SA:

Consiste em girar o registro de tiro e

segurança para a posição “F".

Disparando o do Fuzil SA/ Para SA:

Consiste apenas em acionar, trazendo

para trás a tecla do gatilho.

Retirando o Carregador do Fuzil SA/ Para SA:

Aperta-se o retém do carregador liberando-o.

Descarregando o do Fuzil SA/ Para SA:

Como primeira e necessária providência, retiramos o carregador e

em seguida procedemos como se quiséssemos carregar a arma; o cartucho será

automaticamente extraído da câmara e ejetado; a arma estará descarregada.

Page 75: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

75

Rebater a Coronha do Fuzil Para SA:

Devemos adotar três

procedimentos:

a) Acionar o retém da coronha

existente em baixo de sua parte

anterior;

b) Pressionar a coronha para

baixo, com uma considerável força,

fazendo com que ela desprenda-se

do seu encaixe;

c) Dobrá-la para a direita.

Page 76: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

76

8. FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE TIRO COM ARMA DE FOGO

Os fundamentos do tiro podem ser divididos em seis partes, que são:

posição do atirador, empunhadura, visada, respiração, puxada do gatilho e condicionamento mental. Falaremos um pouco sobre cada um desses

fundamentos, dentre outras coisas, nas linhas que se seguem.

Posição do Atirador:

O atirador poderá tomar

diferentes posições para efetuar o tiro; a

mesma definida pela situação que se

apresentar no momento, pois no caso

de uma troca de trios, quanto mais

estiver reduzida silhueta do atirador,

mais ele estará seguro, livre de

impactos de projéteis; então por que tomar a posição em pé quando a de joelhos

seria a mais apropriada para a ocasião?. O posicionamento correto do corpo

representa 5% de um tiro perfeito. As posições são basicamente cinco; a seguir

explicaremos cada uma delas, bem como o que muda nos diferentes armamentos,

sejam eles de porte ou portáteis:

Page 77: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

77

Posição Isóceles:

Posição assumida pelo atirador no qual o corpo

fica um tanto curvado e de frente para o alvo. As pernas ficam

um pouco dobradas com os pés paralelos e ambos os braços

esticados para frente, formando assim, um triângulo cuja base

seriam os ombros. Uma das mãos empunha e efetua o

disparo e a outra apenas apóia.

Posição Weaver e Weaver Modificada:

A posição Weaver permite que se efetue disparos

com muita rapidez e precisão. Nela o pé esquerdo fica posicionado

à frente do direito uns 20 a 30 cm, fazendo com que seu corpo

naturalmente assuma uma posição lateral em relação ao alvo,

ficando seu ombro esquerdo ligeiramente à frentedodireito. A arma

é segurada com direita e apoiada com a esquerda, que faz uma

leve pressão para trás ao mesmo tempo em que a direita faz uma

força contrária, dando estabilidade. O corpo é mantido reto e os

braços levemente dobrados. Ray Chapman, campeão de tiro

prático, modificou ligeiramente a posição Weaver original, mantendo o braço direito

totalmente esticado e o esquerdo dobrado.

Empunhadura

Ao se empunhar qualquer tipo de

armamento, deve-se fazer da forma mais firme

possível, no entanto não se deve utilizar uma

força desnecessária ao envolver o armamento nas mãos. Em armas de porte,

Page 78: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

78

apenas os dedos polegar e médio da mão forte seguram o armamento, os demais

são depositados sobre ele sem exercer qualquer tipo de pressão (o anular e o

mínimo na coronha e o indicador distendido ao logo do guarda-mato), pois isto

causaria um pequeno tremor em toda arma, bem como deslocamento da arma para

baixo ou para cima indevidamente. Para um tiro preciso é necessário completar a

correta empunhadura com a colocação do dedo indicador no gatilho. Acredita-se que

a correta colocação do dedo no gatilho represente 50 % de um tiro preciso.

A falange distal, antigamente

denominada falangeta, do dedo indicador e, no

máximo, a distância até a falange medial, é a porção

que deve ser colocada sobre o gatilho para acioná-lo

A empunhadura deverá ser

empreendida com ambas as mãos (empunhadura

dupla). Nela a mão fraca servirá de apoio à mão

forte. O atirador deverá utilizar-se de forças

contrárias a fim de estabilizar as arma deixando-a

o máximo possível parada. Para tanto deverá força

a o braço da mão forte para frente ao mesmo tempo em que, com a fraca, trará

conjunto para trás. Desta forma o braço da mão forte ficará totalmente retesado,

distendido à frente, enquanto que o da mão fraca ligeiramente flexionado, atuando

como uma alavanca. Acredita-se que uma boa empunhadura

representa 20% de um tiro perfeito.

Page 79: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

79

Aparelho de Pontaria:

Todos os armamentos que nos

possibilitam realizarmos uma visada, o que

alguns chamam de realizar pontaria, são

compostos de duas peças básicas: a alça de mira e a massa de mira. O conjunto

composto da alça/massa de mira é

denominado de aparelho de pontaria.

Basicamente o aparelho de pontaria é o

mesmo em todos os armamentos, diferindo um

pouco nos diversos modelos das armas e

fabricantes.

Visada

A visada é um dos fundamentos mais importantes na execução do tiro.

É onde procuramos atingir nosso alvo com o máximo de precisão, exercendo cerca

de 15% de um tiro preciso. Consta de duas fases: a realização da Linha de Mira; e

a realização da Linha de Visada.

Page 80: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

80

Linha de Mira – É a distância, partindo-se do olho do

atirador, compreendida entre a alça de mira e a

massa de mira. Para uma perfeita visada a massa

deverá estar no centro do entalhe da alça e na

mesma altura.

Linha de Visada – É o prolongamento da linha de

mira ao alvo

Fotografia:

Ao se realizar a

visada entre a alça, massa e

alvo, forma-se uma figura que

chamamos de fotografia,

sendo uma imagem com três

pontos posicionados em

diferentes distâncias. Contudo a

visão humana, ocasião na qual estaremos usando olho diretor, não permite a

focalização nítida e simultânea de objetos posicionados em diferentes distancias.

Foco de Visão na Massa de Mira

Page 81: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

81

Assim sendo, deve o atirador concentrar seu foco de visão na massa, ficando a alça

e o alvo embaçados.

Olho Diretor:

A tomada da linha de mira deverá

ser vista apenas por um dos olhos. Podemos

atirar com os dois olhos abertos, o que seria ideal,

porém apenas um dos nossos olhos é que dirigirá

a pontaria. O olho que dirige a pontaria é

chamado de olho diretor. Para determinação do

olho diretor basta um simples exercício: forme um

círculo semelhante ao “OK” norte-americano com a com a mão que normalmente

você empunha uma arma; em seguida procure focar um ponto de referência olhando

através do orifício criado por sua mão; abra e feche um olho de cada vez e perceba

qual deles você possui maior predominância (melhor acuidade visual), este é o olhor

diretor.

Normalmente, para quem é destro, a vista direita é o olho diretor e,

para quem é sinistro ou canhoto, o olho será o esquerdo. Porém, por características

Page 82: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

82

visuais de cada indivíduo, poderá haver uma troca. No caso de armas curtas, não

haverá tanto problema a ser resolvido. Os dois olhos totalmente abertos permitem

que a musculatura facial fique completamente relaxada, evitando que ao se fechar

um dos olhos mantendo o outro aberto, dependendo do atirador, logo ele estará com

a pálpebra do olho diretor tentando fechar-se ou a do outro tentando abrir-se,

provocando tremores faciais.

Respiração:

A respiração é uma combinação de processos que determinam a

condição geral física do atirador. Nela observamos uma expansão e uma diminuição

do volume do tórax. Evidentemente isso causa uma certa movimentação de ombros

e, conseqüentemente da arma. O diafragma é o principal

músculo responsável pela inspiração e expiração, entrada

e saída de ar dos pulmões, que provoca uma certa

oscilação do tronco podendo interferir no disparo. Todas

as vezes que você constatar que o ritmo do coração esta

mais acelerado que o normal (principalmente quando ele for transmitido ao braço e á arma) ou quando sentir

diminuições da acuidade visual, faça exercícios

respiratórios moderados, até que seja sanado o inconveniente notado.

Puxada do Gatilho:

O gatilho deverá ser acionado lenta e progressivamente de forma ao

atirador ser surpreendido pelo disparo. O atirador deve evitar determinar o momento

da deflagração do cartucho. Caso isso venha a ocorrer, é bem provável que apareça

o fenômeno da gatilhada, no qual existe um considerável desvio no alvo pretendido.

Evidentemente sabemos que numa situação de defesa, numa

ocorrência em que há troca de tiros, logicamente não iremos acionar o gatilho

Page 83: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

83

lentamente, progressivamente no entanto para conseguirmos obter bons resultados

numa situação de acionamento rápido do mesmo, é necessário que tenhamos

completo domínio sobre o seu funcionamento, o que só conseguimos com o

constante treinamento.

Um detalhe muito importante relacionado a puxada do gatilho, refere-se

ao posicionamento do dedo no mesmo. Deve-se observar os diferentes

procedimentos para disparos em ação dupla e em ação simples, usando, no último

caso, apenas a ponta do dedo. De maneira semelhante, se deve ter cuidado de ao

colocar o dedo no gatilho, sempre deixar um espaço mínimo (luz) entre ele e a

armação da arma, lateral – esta será movida em conjunto, ocasionando desvio do

cano e, em conseqüência, do ponto de impacto do projétil (observar figura). Acredita-

se que o acionamento do gatilho significa 25% da possibilidade de tiro certeiro.

Durante a puxada do gatilho o atirador deve ter a preocupação de ir

aumentando a pressão lenta e continuamente, com bastante suavidade, procurando

manter alinhadas o aparelho de pontaria e o enquadramento perfeito do alvo.

Condicionamento Mental

Uma das propriedades mais

características dos seres vivos é a

excitabilidade. Todo organismo recebe

estímulos do meio que o rodeia e responde aos

Na figura acima temos o posicionamento correto no dedo no gatilho. O da esquerda representa o disparo em ação simples, enquanto que o da direita representa um disparo em ação dupla.

Page 84: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

84

mesmos com reações que o relacionam com o meio exterior.

Nos organismos

multicelulares superiores a

reação entre a zona onde

recai a excitação e o órgão

correspondente é de

responsabilidade de Sistema Nervoso. O sistema nervoso

penetrando com suas

ramificações em todos os

órgãos e tecidos, unindo

todas as regiões do corpo em um todo, e conseqüentemente, efetuando sua

integração.

Erros Mais Comuns Durante a Execução do Tiro Real:

Estrangulamento: O atirador empunha a arma com

excesso de força, fazendo com que o cano desloque-se para

baixo e para direita.

Gatilhada: É o ato de puxar o gatilho para trás

depressa demais, o que fará com que os tiros atinjam a parte

inferior do alvo.

Page 85: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

85

Excesso de Dedo no Gatilho: Ao introduzir

demasiadamente o dedo no guarda-mato, ocorre uma

pequena torção no momento do disparo, ocasião na qual o

cano da arma vai para a direita.

Antecipação do recuo (recuo): Quando aperta-se o

gatilho a espera do recuo, provocando alteração no

enquadramento das miras.

Incidentes e Acidentes de Tiro:

Incidente de tiro é a interrupção do tiro da arma resultante de uma

ação imperfeita de uma peça, ou de falha da munição, ou ainda de imperícia do

atirador.

Acidente de tiro é toda ocorrência de que resulte dano ou avaria da

arma, material estranho a arma ou de pessoas, em conseqüência de funcionamento

anormal da arma ou munição, provocado ou não por imprudência, imperícia ou

negligência de um ou mais agentes.

Manutenção Preventiva:

É o conjunto de cuidados e serviços realizados, com a finalidade de

manter o armamento em satisfatórias condições de operações, de periódicas

inspeções e averiguações, e de correção de incipientes falhas antes de ocorrerem

(ou evoluírem) para defeitos ou avarias mais graves.

Page 86: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

86

Deflagração Retardada:

É o resultado de uma falha temporária ou atraso na ação de uma

espoleta ou carga de projeção. Durante alguns segundos não se pode distingui-la de

uma nega.

Nega:

É uma falha no tiro de uma arma, quando o gatilho é apertado e há o

funcionamento normal do percussor.

Causas Gerais de Acidentes e Incidentes de Tiro:

A) MATERIAL: a manutenção preventiva que inclui também a lubrificação

correta e a inspeção para verificação de partes gastas, frouxas ou danificadas –

realizada de maneira deficiente ou imprópria, é a causa da maior parte de

acidentes ou de incidentes de tiro, ou avarias, ou acidentes.

B) PESSOAL: A imperícia, a imprudência, negligência, são na maioria das

vezes, as causas do mau funcionamento das armas.

Prevenção de Acidentes e Incidentes de Tiro e Outras Ocorrências:

01 - Usar sempre o material adequado para as finalidades para as quais

foram produzidos originalmente.

02 - Examinar todo o seu material diariamente para descobrir qualquer

irregularidade ou peças perdidas.

03 - Cumprir todas as prescrições aplicáveis ao material.

04 - Participe, na forma da legislação vigente, com urgência, ao superior

hierárquico imediato, toda e qualquer irregularidade ocorrida com o material bélico.

Page 87: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

87

05 - Não realize alterações ou reparos que não seja autorizado ou

especificado, pelo órgão competente, a fazê-los, salvo quando existam condições

excepcionais e urgentes que exijam que adote todas as medidas possíveis para

manter sua arma em funcionamento.

Os mecanismos das diversas armas devem ser adequadamente

lubrificados. Avarias têm ocorrido pelo continuado uso de armas sem lubrificação

adequada de suas partes em funcionamento. A contínua falta de lubrificação das

partes em funcionamento resulta aquecimento à fricção, que é suficiente para

aumentar danosamente o desgaste das peças para vencer a força de expansão da

mola antes dos ciclos de trancamento estarem terminados. O trancamento ou o

fechamento parcial produz freqüentes falhas ou negas. Evitar a lubrificação

excessiva.

Emprego Técnico e Tático de Arma de Fogo: Técnicas e Táticas Individuais e em Dupla

Tipos de Porte.

01- Lateral Direto - Ótima retenção e boa apresentação.

02 – Lateral Cruzado - Propicia o acesso fácil da arma pelo adversário além

do péssimo saque.

03 - Frontal Direto - Porte seguro, porém com ressalva no saque pelo

direcionamento do cano para a genitália. Muito utilizado por policiais à paisana.

04 – Frontal cruzado - Opção ruim de porte tanto para o saque como para a

retenção.

05 – Mexicano (nas costas) - Excelente retenção para ataque pela frente, mas

deixando a desejar em ataque pelas costas, além da lentidão no saque.

06 - Tornozelo - Deve ser utilizado apenas para a arma reserva (backup) e

deve está no lado oposto da mão que fará o saque.

Page 88: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

88

07 – Tático - muito utilizado em coldre de perna ou até mesmo em colete

tático.

08 - Subaxilar - Pouco utilizado

09 - Portes não ortodoxos - Ex. arma presa com fita adesiva nas costas, arma

amarada com cordão e pendurada no pescoço.

Obs: A utilização do fiel preso ao cinto ajuda bastante na retenção e recuperação da

arma.

Saque

Utilize sempre coldre de boa qualidade, preferencialmente com mais de

um tipo de retenção e de rápido saque.

Tempos Para o Saque:

Tenha sempre em mente que o policial é um profissional que deve

dominar um conjunto de conhecimento e técnicas específicas, referentes à sua

atividade. Dessa forma, é importantíssimo a utilização e domínio de uma linguagem

própria, que referencia seus procedimentos. As posições de saque vinculadas a

posições numéricas devem ser entendidas nessa perspectiva.

Durante o saque o dedo deverá permanecer fora do gatilho, com exceção da Posição 5.

Posição 1: A mão forte empunha a arma

destravando-a do coldre, ao mesmo tempo que a mão fraca é

trazida junto ao estômago ou batida junto à fivela do cinto.

Page 89: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

89

Posição 2: A arma é sacada e colocada a um

ângulo de 45º junto ao corpo.

Posição 3: As mãos se encontram, formando a

empunhadura dupla, frente ao corpo, mantendo ainda um ângulo

de 45º em relação ao solo.

Posição 4: A arma é engajada na linha de divisada

em forma de soco, fazendo o alinhamento entre alça, massa e

alvo.

Posição 5: Controlando-se o gatilho, é

efetuado o disparo. Após o disparo a arma é levemente

abaixada para que se proceda o acompanhamento até

que se cesse a ameaça.

Page 90: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

90

Controle de Cano:

Em toda ocorrência, o policial deverá manter o controle de sua arma de

fogo, evitando apontá-la para o fogo amigo. Desta forma ele deverá adotar uma

melhor posição para o controle do seu cano.

Deslocamento Com Arma:

Durante uma perseguição a pé, ou mesmo um deslocamento de um

lugar para outro em ocorrência, o policial deverá manter a arma em punho sempre

com o braço junto ao corpo, sem oscilações e movimentos amplos. Caso o

deslocamento seja realizado com a arma no coldre deve-se sempre manter pressão

da mão sobre a empunhadura.

Cobertas e Abrigos:

Abrigo: É tudo aquilo que protege o policial contra observação do

meliante e que resista a penetração de projéteis, podendo ser naturais ou artificiais.

O melhor abrigo em um veículo é o bloco do motor e as calotas das rodas.

Exemplos: poste de concreto, caçambas de resíduos de lixo, arquivos cheios de

papéis.

Cobertas: É tudo o que protege o policial do contato visual do

meliante,todavia não oferece proteção contra projéteis de arma de fogo. Evite

disparar sua arma durante posicionamento em uma coberta, pois isto revelará sua

posição. Exemplos: moitas e arbustos, lata de lixo, paredes de madeira, portas de

automóveis, etc.

Page 91: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

91

Táticas em Dupla:

Cima/Baixo: Nesta técnica o deslocamento da dupla de policiais deverá

ser feito com um policial agachado e o outro em pé, este último projetando seus

braços sobre a cabeça do primeiro. A arma do policial em pé deverá passar da linha

da cabeça do policial em silhueta reduzida.

Em L: Nesta técnica, os policiais deverão progredir com um apontado

para a frente e o outro cobrindo sua lateral, sempre com o contato físico, fazendo

assim o formato de um “L”.

Costas com Costas: Os dois policiais irão se deslocar, um de costas

para o outro, tendo além do contato físico o apoio da mão fraca para guiar o

movimento.

Tipos de Recargas ou Troca de Carregador:

Existem três tipos básicos de recarga. No primeiro

tipo de recarga o policial efetuou alguns disparos com sua arma

de fogo, porém a crise que motivou os disparos já se encontra

contida, levando o policial a guardar sua arma no coldre. Como

já efetuou alguns disparos, mas não suficientes para acabar a

munição do carregador, o policial, por uma questão de

administração, efetua a troca de carregador no qual um carregador cheio de

munição é trocado pelo anterior. Essa troca de carregador é efetuada com a arma no

coldre e recebe o nome de recarga administrativa.

No segundo tipo de recarga o policial também

efetuou alguns disparos com sua arma de fogo, mas não

suficientes para acabar com a munição do carregador ou

deixar o ferrolho aberto. Ainda, durante a crise que ocasionou

os disparos, pode haver momentos de certa tranqüilidade, de

Page 92: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

92

um cessar fogo, ou mesmo o policial pode se encontrar abrigado ou mesmo em uma

cobertura. Nesse momento, o policial troca estrategicamente o carregador por outro

cheio ou com uma quantidade maior de munição. Isso porque o policial não sabe

quando ele terá oportunidade para efetuar outra recarga ou quando ela será

necessária. Esse tipo de recarga recebe o nome de recarga estratégica.

Lembramos que a troca de carregador deve ser feita preferencialmente com a

silhueta reduzida.

No terceiro e último tipo de recarga o policial

encontra-se sob fogo, necessitando trocar o carregador vazio por

outro com mais munição. Por se encontrar sob fogo do inimigo, a

última preocupação do policial é com o carregador vazio,

devendo ele efetuar a troca com a maior brevidade possível e de

silhueta reduzida. Esse tipo de recarga é chamada de tática ou

de combate.

É importante destacarmos que a nomenclatura da recarga varia de acordo com

a escola, podendo haver nomes distintos para o mesmo procedimento.

Métodos de Tiros Com Lanterna:

Método F.B.I.

Método utilizado pelo FBI durante bastante

tempo. Consiste em manter a mão que segura a lanterna

longe do corpo. O atirador deve manter o braço esticado

lateralmente enquanto empunha a arma com a outra mão.

Trata-se de um método eficaz, no entanto, segurar a

lanterna nessa posição, além de ser cansativo, não permite que se efetue um

disparo com precisão pois a empunhadura continua simples. Atualmente não é mais

adotado no treinamento dos futuros agentes da Polícia Federal norte-americana.

Page 93: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

93

Método Harries

Criado pelo instrutor norte-americano Mike

Harries, baseado na posição de tiro criada por Jack Weaver.

Nela o atirador mantém-se virado em direção ao alvo, com os

braços um tanto dobrados. As costas das mãos se encontram

e se apóiam mutuamente, criando pelo sistema de pressões

contrárias, inércia e firmeza necessárias para um disparo

preciso. A mão que segura a lanterna passa por baixo do braço que empunha a

arma e se encontram firmemente apoiando-se uma mão à outra. Esse método

fornece grande precisão no disparo e imprime muita confiança.

Método Roger

O atirador empunha a lanterna, segurando-a com

se fosse uma seringa. Os três dedos restantes seguram

firmemente a mão que empunha a arma. Dessa forma os

braços não se cruzam, como no Método Harries, nem as mãos

ficam encostadas, mas sim a mão da lanterna procura envolver

a da arma. Muito eficaz para quem tem mãos grandes ou

possui uma lanterna do tipo Sure Fire ou Scorpion.

Método Ayoob

Massad Ayoob criou essa posição baseando-se

na posição isósceles de tiro visado. Nesse método, tanto a

mão que segura a lanterna quanto a mão que empunha a

arma são mantidas juntas, polegar ao lado de polegar, e

Page 94: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

94

ambos os braços esticados retos são levantados juntos em direção ao alvo. Além de

permitir um disparo preciso, é possível cegar o oponente com a luz da lanterna. Ao

levantar os braços, o facho de luz tende a ter uma inclinação para cima, portanto é

uma técnica recomendada para curtas distâncias.

ATENÇÃO: Em todas as técnicas a visada é feita pela aparelho de pontaria e não pelo facho de luz da lanterna.

Page 95: ApostilaArmaDeFogo CFSd 2009

95

REFERÊNCIAS

CÂMARA JÚNIOR, Wellington Bezerra. Manual de Tiro Policial. Capitão, PM-PE.

Coleção Armas Ligeiras de Fogo. Editora Del Prado.1996.

Instruções do Curso de Armamento, Tiro e Tática de Abordagem - ATTA-2002.

Instruções do Curso de Low Light Tactical Pistol. Tees Brazil. 2002.

Instruções do Curso de Operações de Alto Risco – PCPE. 2001.

Manual de Instruções da Metralhadora FAMAE-MT-40. Forjas Taurus.

Manual de Instruções da Pistola PT 24/7. Forjas Taurus.

Manual de Instruções da Pistola PT 940. Forjas Taurus.

Manual de Instruções de Revólver. Forjas Taurus.

Manual do Curso de Operacional de Técnica de Abordagem e Tiro - COTAT-SDS-

PE. 2003.

OLIVEIRA, João Alexandre Voss. Tiro de Combate Policial: uma abordagem técnica / João Andrade Voss de Oliveira; Gerson Dias Gomes e Érico Marcelo

Fontes – Erechim: São Cristóvão. 2001.

SETÚBAL, Rhaygino Sarly Rodrigues. Tiro Policial: Uma Proposta de Mudança na Formação e Capacitação do Policial Militar. UFMT. 2003.

ZANOTA, Creso M. Identificação de Munições. Editora Magnum.1992.