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Aprendizagem Baseada em ProjetosIzabel Araújo Neckel
A AUTO R AIzabel Araújo Neckel
A autora trabalha há mais de 25 anos com edu-cação. Atua como professora universitária, na for-mação de professores, de gestores educacionais, no planejamento estratégico de programas e projetos. Autora e fundadora de instituição social que se dedica a processos educativos com crian-ças refugiadas. Graduada em História e Teologia, tendo mestrado e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Além dis-so, tem se dedicado a desenvolver projetos com foco em tecnologias educacionais e Internet of Things (IoT). Atuou em projetos de cooperação internacional Brasil x Espanha, integrando equi-pes multiculturais, pesquisando plataformas de ambientes virtuais de aprendizagem e Computer Assisted Language Learning.
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I CO N O G R A F I A
RESUMINDO
Breve descrição do objetivo;
Breve descrição do objetivo;
Resumo acumulativo das últimas abordagens;
Parte retirada de um texto;
Foco em um objeto de estudo;
As observações escritas têm que ser priorizadas;
Destaque para sugestões e novas informações;
Informações adicionais sobre o conteúdo;
Links úteis para fixação da informação;
Apresentação de um novo conceito;
CITAÇÃO
TESTANDO
IMPORTANTE DICA
SAIBA MAIS ACESSE
DEFINIÇÃO
+
OBJETIVO OBSERVAÇÃO
++
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A PR E S E N TAÇÃOO modelo tradicional de ensino, no qual o
professor assume o papel de detentor absoluto do conhecimento, está aquém das novas exi-gências. A imagem do professor como trans-missor de conteúdo e protagonista principal do processo educativo, bem como a imagem do aluno receptor passivo há muito f icaram dis-tante. Os alunos mudaram, pois representam as primeiras gerações que cresceram com as novas tecnologias, processando informações de maneira diferente das gerações anteriores. Diante da diversidade apresentada pela inter-net se comunicam conectados, colaboram e compartilham informações, interagindo indivi-dualmente e em grupo.
Com isso, convivemos com uma nova pos-sibilidade, o papel do professor como orien-tador e do aluno como protagonista na bus-ca pelo conhecimento sistematizado. Esta possibilidade pode ser materializada através da aprendizagem baseada em projetos, que prioriza a construção colaborativa de conhe-cimentos, a autonomia do aluno e o processo investigativo de questões complexas, de forma interdisciplinar e em rede.
Portanto, nesta disciplina, apresenta-mos a metodologia aprendizagem baseada em projetos (ABP), ou project-based learning (PBL), como facilitadora do desenvolvimento da autonomia do aluno e do professor frente
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ao processo de aprendizagem, vindo a contri-buir para ampliar habilidades, competências e aprendizado colaborativo.
A autora Izabel Araujo Neckel apresenta os aspectos que favorecem a ABP, a história do surgimento dessa metodologia, os conceitos e fundamentos que a envolvem , bem como apli-cações em diferentes níveis educativos.
Vamos juntos nesta jornada!
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Aprendizagem baseada em projetos (ABP) : o que existe de novo?. . . . . . . . . .9
Aprendizagem baseada em projetos (ABP) : um pouco de sua histór ia . . . 15
Contr ibuições da ABP: ref lexões. . . 18
ABP: Pr incipais fundamentos de projetos pedagógicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Aprendizagem Baseada em Proje-tos : experiências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
S U M Á R I O
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A p r e n d i z a g e m b a s e a -d a e m p r o j e t o s ( A B P ) : o q u e e x i s t e d e n o v o ?
OBJETIVO
O objetivo deste tópico é leva-lo a refletir sobre a relevância da metodologia aprendizagem baseada em projetos (ABP) como contribuição a autonomia do aluno e do professor, frente ao atual processo de aprendizagem colaborativo e em rede.
Para Bender (2014), ABP é uma opção de ensino para o século XXI, considerando as tecnologias de ensino em constante transformação.
O ponto de partida se dá a partir de problemas reais que envolvem a comunidade na qual os alunos estão inseridos, ou seja, a partir de sua realidade. Por isso, uma grande contribuição da aprendizagem baseada em projetos está em sua dimensão social.Figura 1 - Reunião
Fonte: https://pixabay.com/pt/escola-de-idiomas-equipe-estagi%C3%A1rios-834138/
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ABP promove discussão entre todos os en-volvidos no processo de aprendizagem, com protagonismo e autonomia de professores e es-tudantes.
Na ABP, os projetos são organizados em atividades investigativas mediante as tarefas complexas, ideias ou temas propostos que de-safiam os estudantes.
A aprendizagem baseada em projetos tem como base a interdisciplinaridade, ou seja, a in-tegração de diferentes áreas do conhecimento.
Outro fator relevante na ABP é o estímu-lo ao desenvolvimento de habilidades e com-petências exigidas no contexto atual, como trabalho em grupo / equipe, empatia, convívio com diferentes olhares, relação da teoria com a prática através da apresentação de soluções a problemas concretos, criatividade, espirito in-vestigativo, protagonismo frente a diferentes saberes, dentre outros.
RESUMINDO
Tal metodologia promove a autonomia dos envol-vidos no processo e faz com que o aluno tenha um papel ativo rumo ao aprendizado, postura pesquisadora e crítica, que são habilidades exigi-das no século 21.
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Na era da conectividade e compartilha-mento, os estudantes se interconectam para resolução de problemas e compartilhamento de informações, com vistas a superação de di-ficuldades e execução de tarefas escolares. A colaboração que mobiliza os alunos em rede passa a ser uma característica geradora nesse ambiente de aprendizagem.
Nesse sentido, diante dessa oferta de meios e recursos, Coll e Monereo (2010, p. 31) afirmam que em médio prazo parece inevitável que o professor incorpore outros papéis, abandonan-do paulatinamente o de transmissor de infor-mação, substituindo-o por “...seletor e gestor dos recursos disponíveis, tutor e consultor no esclarecimento de dúvidas, orientador e guia na realização de projetos e mediador de debates e discussões”.
Portanto, o ambiente da ABP apresenta uma resposta aos principais conhecimentos e habilidades exigidos no século 21, conforme observamos na Figura 1. “Elementos essenciais para aprendizagem baseada em projetos”, abai-xo:
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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS VANTAGENS
CICLO DA VIDA DO PROJETO
OUTRAS POSSIBILI-
DADES
ON ON ON ONOFF OFF OFF OFF
Fonte: Editorial
Figura 2 - Iconografico
De acordo com o relatório Horizon Report, edição 2017, do New Media Consortium (NMC), que edita o levantamento anual em parceria com o Consortium for School Networking (CoSN) des-
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de 2012, a educação básica precisa refletir mudanças sociais para que estudantes estejam preparados para o mundo real, sendo este pre-paro considerado como um dos principais desafios para o século XXI.
DICA:Encare os desafios dos estudantes no século
21: 1. Ser Colaborativo 2. Compartilhar conheci-mento 3. Ampliar Autonomia 4. Apresentar so-luções para a vida real - links teoria e prática.
Portanto, estimular e aprofundar metodo-logias que estimulem a busca por soluções para problemas reais, de forma colaborativa e com-partilhada, com criatividade e inovação, justifica a prática da aprendizagem baseada em projetos.DICA:
O relatório Horizon Report é produzido co-laborativamente por especialistas, liderado pelo New Media Consortium (NMC) e , em sua 14ª edi-ção (2017), descreve os resultados anuais da pes-quisa em andamento que se propõe a identificar e descrever as tecnologias emergentes que pos-sam ter um impacto na aprendizagem, no ensino e na pesquisa.
Enfim, podemos constatar que o relatório NMC Horizon Report- 2017 expressa necessidades de uma sociedade que vislumbra na educação um caminho para superar os desafios através da inovação, criatividade, metodologias inovadoras e novas tecnologias.
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Para tanto, é urgente o repensar as metodo-logias, os currículos e a gestão do conhecimento, bem como suas estruturas, para inovar e avançar.
IMPORTANTE
A ABP se apresenta como um caminho possível na busca por soluções criativas e inovadoras. A forma colaborativa e compartilhada está no cer-ne da metodologia da ABP, pois acredita-se que através do colaboração e do compartilhamento consegue-se construir projetos significativos em um ambiente de reflexão crítica sobre problemas concretos.
REFLITA
Conviver e compartilhar são ações que im-pactam positivamente o mundo? Se tua respos-ta é afirmativa, você não está sozinho nessa. O grande educador Paulo Freire (1996) defensor da educação contextualizada e crítica, defende que as pessoas se educam em comunhão, através da convivência no mundo uns com os outros.
A ABP tem esta direção, do conviver, do compartilhar e do aprendizado colaborativo entre os diferentes atores participantes, na busca pela aquisição do conhecimento sistematizado.
Além disso, apresenta possibilidades para que professores, alunos e comunidade escolar
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SAIBA MAIS
https://youtu.be/jEJOCeRBOGg “NMC Horizon Report: 2017 Higher Education Edition”Download the NMC Horizon Report: 2017 Higher Education Edition at http://go.nmc.org/2017-he.
em geral reflitam sobre os desafios da sociedade na qual estão inseridos e contribuam para o sur-gimento de espaços educativos compartilhados e colaborativos, que promovam o acesso demo-crático a direitos e maior participação nas deci-sões nesta sociedade contemporânea.
++Mas, afinal, como surgiu a ABP? Quais foram
seus idealizadores? Vamos saber um pouco mais sobre tudo isso? Fique conosco!
A p r e n d i z a g e m b a s e a d a e m p r o j e t o s ( A B P ) : u m p o u c o d e s u a h i s t ó r i a . . .
OBJETIVO
O objetivo deste tópico é apresentar a tra-jetória da ABP, seus principais defensores e sua contribuição para a educação contemporânea.
O filósofo e educador John Dewey foi um dos principais representantes da pedagogia de proje-
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tos. Foi um dos precursores da ideia de se traba-lhar com projetos como recurso pedagógico, no início do século XX.
Para este educador, o conhecimento tem na ação e experiências práticas sua fonte de aquisição, pois ele é obtido através do encontro do ser humano com o mundo que o cerca.
Se considerarmos o impacto das tecnologias na sociedade atual, podemos dizer que a ABP é uma metodologia que consegue acomodar as mudan-ças advindas deste contexto, servindo de ‘ponte’ para que os atuais estudantes desenvolvam habilidades para lidar com essas inovações que exigem deles um protagonismo de resposta. (BENDER, 2014).
Figura 3 - John Devery
Figura 4 - Reunião
Fonte: Editora
Fonte: https://pixabay.com/pt/analisando-as-pessoas-brainstorming-3441040/
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Figura 5 - Colaboração
Fonte: https://pixabay.com/pt/m%C3%A3o-manter-puzzle-dedo-concordar-523231/
DICAA ABP está inserida no contexto de me-
todologias ativas, sistematizada por Venturelli (1997),que tem como base o aprender a aprender, bem como a prática das teorias aprendidas, num processo colaborativo entre os pares. Além disso, são centradas no estudante, portanto, estes são vistos como protagonistas de processo de apren-dizagem.
A perspectiva colaborativa é um dos alicer-ces da metodologia ABP, pois as atividades de-senvolvidas pelos grupos, construídas nos proje-tos, caminham nessa direção. Entendemos como colaborativo o ambiente educativo no qual pes-soas interagem, através de discussão, reflexão e tomada de decisão.
Para além disso, a colaboração, também, contribui para difusão de experiências e pesqui-sas de outros grupos, oportunizando o trabalho em redes de colaboração e o compartilhamento de informações.
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Além de Dewey, temos outros pesquisado-res de relevância desta metodologia como, por exemplo, Kilpatrick ( aluno, colega e sucessor de John Dewey) que apoiado nas ideias do colega defende que o trabalho com projetos é uma ativi-dade intencional, que possibilita incorporar habi-lidades que serão desenvolvidas ao longo do pro-cesso, bem como ideias a serem materializadas na prática , dentre outros aspectos.
Tanto John Dewey quanto William Kilpatrick são considerados os precursores da aprendiza-gem baseada em projetos.
C o n t r i b u i ç õ e s d a A B P : r e f l e x õ e s
Uma das contribuições que se apregoa acer-ca da metodologia, é defendida por Hernández (2000) quando expõe que os projetos constituem um espaço que permite a aproximação dos alu-nos com sua realidade, aprendendo a dialogar criticamente para além dos muros da escola.
Afirma, também, que podem contribuir para a desenvolvimento de habilidades e competên-cias relacionadas a: formulação e resolução de problemas, integração entre diferentes saberes e conhecimentos, síntese de ideias e tomada de decisões, dentre outros aspectos.
No Brasil, a caracterização das metodologias ativas, na qual estão incluídas a ABP e a apren-dizagem baseada em problemas, dentre outras, tem um forte componente social. As possibilida-des de aplicação na educação das metodologias
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ativas, foram iniciadas na década de 1990, quando começaram a compor experimentos nas escolas de medicina e enfermagem, sendo pioneiras as escolas de medicina e enfermagem de Marília, Botucatu, e Londrina, conforme aponta Venturelli (1997). As ideias que compõem a metodologia de projetos chegou ao Brasil na década de 1930, ideias de Dewey traduzidas por Anísio Teixeira. (BEHRENS; JOSE, 2001).
Outras vantagens obtidas pelos praticantes da ABP, consistem em:
1. A escola fica mais atraente para o aluno; 2. Melhora a aprendizagem;3. Constrói habilidades para a vida;4. Ajuda alcançar metas do currículo; 5. Oferece oportunidades para os alunos usa-
rem a tecnologia; 6. Torna o ensino mais agradável e gratifi-
cante; 7. Conecta os alunos com a comunidade e o
mundo. (disponível em: http://porvir.org/especiais/maonamassa/aprendizagem-baseada-em-proje-tos. Acesso: 10/12/2018).
Mas afinal? Como organizar um projeto pe-dagógico na ABP? Quais são seus fundamentos? Vamos conversar mais sobre isso?
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A B P : P r i n c i p a i s f u n d a m e n t o s d e p r o j e t o s p e d a g ó g i c o s
OBJETIVO
O objetivo deste tópico é compreender as diferentes etapas de elaboração de um projeto pedagógico na ABP, bem como a diversidade de propostas neste âmbito.
Para Campos (2011), um projeto se consti-tui num esforço temporário empreendido para criar um produto, ou resultado exclusivo.
Além disso, o projeto deve ter prazos def i-nidos, indicando início e término, uma gestão adequada para promover seu desenvolvimen-to, considerando a aplicação de conhecimen-tos, habilidades, ferramentas e técnicas, com vistas a atender aos requisitos propostos em sua elaboração.
Um projeto para ser bem sucedido deve considerar a participação de todos os envolvi-dos em sua elaboração. As palavras colabora-ção e compartilhamento são molas propulso-ras da ABP.
Quantas etapas devem ser consideradas para a elaboração de um projeto?
Bem, o que se tem são algumas indicações para a composição de um projeto. Apresenta-remos algumas ideias recorrentes, a partir de agora.
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1. O Instituto Buck Institute for Education (2008),que desde a década de 1990 realiza es-tudos sobre a ABP, sendo um dos centros de referencia da temática, apresenta como pro-posta o desenvolvimento de projeto através de seis passos, conforme expomos:
O primeiro passo: Desenvolver a ideia do projeto
O segundo passo: Decidir o escopo do pro-jeto
O terceiro passo: Selecionar os padrões de qualidade, deixando claro quais padrões;
O quarto passo: Incorporar resultados si-multâneos;
O quinto passo: Trabalhar a partir de crité-rios de formulação;
O sexto passo: Criar um ambiente ideal de aprendizagem, com base na colaboração.
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Nesta estrutura o docente atua como me-diador, articulador e/ou facilitador do processo, oportunizando ao estudante seu protagonismo. No entanto, cabe ao professor a gestão e articula-ção do processo de elaboração, bem como avaliar as etapas e apresentar os feedbacks necessários.
2. Para Kilpatrick, um projeto educacional apresenta quatro fases de elaboração propostas pelo idealizador:
a) Intenção; b) Planejamento; c) Execução; d) Julgamento;Cada fase proposta é concebida a partir da
identificação de uma situação real sendo que, ao final, apresenta-se um produto, resolução ou ser-viço como resultado do projeto.
RESUMINDO
Projetos podem ser definidos como tarefas, ideias complexas ou situações-problemas que envol-vem os alunos.
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3. Outro modelo de estrutura para elabo-ração de projeto num enfoque da ABP, encon-tra-se divulgado no site Porvir, link de interesse http://porvir.org/especiais/maonamassa/apren-dizagem-baseada-em-projetos, com os seguin-tes critérios e etapas:
a) Criação e planejamento: defina um problema central, formule uma questão orientadora, planeje atividades a serem desen-volvidas, elabore um cronograma;
b) Desenvolvimento: incentive os alunos, envolva a turma durante o processo, mantenha o diálogo, estimule que os alunos fa-çam perguntas;
c) Monitoramento e avaliação: Acompanhe e registre o desenvolvimento dos alunos, observe a motivação e o interesse pe-las atividades, veja se as atividades contribuem para a construção do conhecimento, avalie a necessidade de se fazer ajustes no projeto;
d) Encerramento: reflita com os alu-nos sobre as aprendizagens adquiridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divulgue os re-sultados obtidos.
Tal modelo está exposto, conforme Figura 2. Ciclo de um Projeto, abaixo:
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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS
CICLO DE VIDA DO PROJETO
ELEMENTOS ESSENCIAIS VANTAGENS
CICLO DA VIDA DO PROJETO
OUTRAS POSSIBILI-
DADES
ON ON ON ONOFF OFF OFF OFF
Fonte: Editorial
Figura 6 - Iconografico
CRIAÇÃO E PLANEJAMENTO
DESENVOLVIMENTO
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
ENCERRAMENTO
Defina um problema centralFormule uma questão orientadoraPlaneje atividades a serem desenvolvidasElabore um cronograma
Incentive os alunosEnvolva a turma durante o processoMantenha o diálogoEstimule que os alunos façam pesquisas
Acompanhe e registre o desenvolvimento dos alunosObserve a motivação e Interesse pelas atividadesVeja se as atividades contribuem para construção de conhecimentoAvalie a necessidade de fazer ajustes no projeto
Reflita com os alunos sobre as aprendizagens adquiridas;Avalie se os objetivos foram atingidosDivulgue os resultados objetivos
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Todas as etapas do projeto devem ser marca-das pela autonomia do professor e do aluno em compartilhar e colaborar uns com os outros. O docente como gestor do processo, deve estimular e orientar os alunos ao longo de toda a jornada, promovendo a busca pelo protagonismo de seus estudantes e o aprender a aprender.
Além disso, importante a avaliação, que pode ser realizada durante todas as fases, considerando a participação do aluno, o comportamento indivi-dual e a interação do grupo, a qualidade da parti-cipação, a qualidade do trabalho final proposto e de sua apresentação final. (BENDER, 2014).
Há uma diversidade de formas de elabora-ção de projetos, como você deve ter notado. Va-mos conhecer alguns modelos de projetos de ABP que foram executados? Vamos lá.
A p r e n d i z a g e m B a s e a -d a e m P r o j e t o s : e x p e -r i ê n c i a s
OBJETIVO
O objetivo deste tópico é apresentar experi-ências exitosas de ABP em diferentes segmentos educacionais.
A aprendizagem baseada em projetos pode ser aplicada em todos os segmentos educacio-nais. No entanto, sabemos que temos muitos de-safios a serem superados para a efetiva amplia-
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ção da metodologia nas escolas, de uma maneira geral, especialmente pela necessidade de forma-ção constante.
Neste espaço, iremos apresentar alguns pro-jetos que foram executados e que servem de ins-piração para professores, gestores e coordenado-res que queiram implantar a ABP.
REFLITA
O que é importante na ABP? Uma das prin-cipais tarefas é o estímulo a um ambiente colabo-rativo e de compartilhamento de ideias e experi-ências, considerando a realidade dos alunos e o programa curricular.
EXEMPLO – INÍCIOExperiência 1. Ensino Superior
O relato dessa experiência de ABP, encontra--se registrado em Campos et al. (2016) e aborda uma aplicação de ABP no curso superior de Tec-nologia em Análise e Desenvolvimento de Siste-mas, na disciplina Projeto de Desenvolvimento.
Para fins didáticos, apresentaremos resumi-damente os seguintes critérios de projeto: a) Cria-ção e planejamento: problema central, questão orientadora, atividades a serem desenvolvidas, cronograma; b) Desenvolvimento: incentive os alunos, envolva a turma durante o processo, man-tenha o diálogo, estimule que os alunos façam perguntas; c) Monitoramento e avaliação: Acom-panhe e registre o desenvolvimento dos alunos,
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observe a motivação e o interesse pelas ativida-des, veja se as atividades contribuem para a cons-trução do conhecimento, avalie a necessidade de se fazer ajustes no projeto; d) Encerramento: refli-ta com os alunos sobre as aprendizagens adqui-ridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divul-gue os resultados obtidos.
Desta forma, acompanhe conosco.a) Criação e planejamento: simulação de
participação em um projeto de desenvolvimento de software, considerando as melhores práticas existentes no mercado;
b) Desenvolvimento: o docente se utiliza de metodologia colaborativa na qual a turma de es-tudantes, vinculadas ao docente, é dividida em times de trabalho que se revezam em ciclos , de quatro a cinco pessoas, ao longo do semestre tra-balhando em um problema até a apresentação de um produto que represente a solução. A primeira ação é levantar o perfil dos alunos e seus conhe-cimentos referentes a tarefa proposta, através de uma ferramenta computacional. Tal ação é pro-posital, pois o docente formou times com base na diversidade de conhecimentos e habilidades. Os estudantes participam da escolha a respeito de temática do projeto, metodologias e tecnologias a serem aplicadas. Para tanto, realiza-se o processo de “brainstorm” em que todos os integrantes são convidados a compartilhar ideias para potenciais projetos. Incentiva-se o pensamento em projetos com diferenciais concretos e aplicação de merca-do, sendo definido pela matriz “Esforço X Impac-to” para a escolha do projeto.
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c) Monitoramento e avaliação: cada mem-bro do time tem as suas responsabilidades indivi-duais refletidas na sua avaliação. O docente con-duz todo o processo através de metas, avaliações e feedbacks. A gestão dos projetos fica sob a res-ponsabilidade do docente, que gera e/ou utiliza recursos educacionais diversos para dar suporte a essa gestão.
d) Encerramento: Foram desenvolvidos 68 projetos, dos quais 43 em plataforma web, nove webapps (aplicativos híbridos), dois projetos desk-top utilizando a tecnologia Arduino, 12 mobile (sis-temas operacionais Android e iOS) e dois jogos di-gitais. Destes, 12 projetos tornaram-se Trabalhos de Conclusão de Curso e quatro resultaram em produtos que tiveram continuidade de desenvol-vimento após a disciplina. Os alunos foram res-ponsáveis pelas escolhas técnicas, aprimorando seu senso analítico e crítico em relação à resolu-ção de problemas e as ferramentas necessárias. Houve relatos de alunos a respeito da aplicação de algumas técnicas nas empresas em que traba-lham ou de ingresso em uma vaga trabalho por conta de aprendizados adquiridos especialmente nesta disciplina, pele metodologia ABP.
[EXEMPLO – INÍCIO]Experiência 2. Ensino Fundamental I, II e En-
sino MédioEsta é uma simulação de projeto e pode ser
aplicada em segmentos educacionais diversifica-dos, considerando a realidade de cada público.
a) Criação e planejamento: Realização de
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uma feira de alimentos orgânicos;b) Desenvolvimento: o professor faz um le-
vantamento junto aos alunos para determinar quantos tem conhecimento ou experiência com alimentos orgânicos, ou mesmo na unidade fa-miliar, divide os alunos em grupos para pensar nas primeiras ações do objetivo proposto, os alu-nos definem todas as etapas com a mediação do professor, cada etapa é registrada pelos grupos e apresentadas oralmente. Para determinar as por-ções e quantidades de alimentos a serem com-prados e preparados, é preciso saber multiplicar e dividir, e os estudantes deverão aprender estas operações não pela determinação do professor, mas sim para a realização o projeto, o que confere sentido à aprendizagem.
c) Monitoramento e avaliação: o professor acompanha cada atividade dos grupos, fazendo anotações e mediações para o andamento do processo.
d) Encerramento: organizada a feira de ali-mentos orgânicos pelos grupos de trabalho. O docente faz uma roda de conversa para levantar os benefícios e os pontos a serem melhorados para a próxima edição. Foram registradas as ativi-dades através de fotografias e uma exposição de fotos das atividades, com relatos dos alunos que se envolveram em todo processo.
[EXEMPLO – INÍCIO]Experiência 3. Educação infantil, Ensino Fun-
damental IO relato desta experiência encontra-se dis-
ponível de forma resumida em blog referendado
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abaixo e, trata-se de uma experiência ocorrida na Espanha, junto às crianças de diferentes segmen-tos: ensino infantil, primário e secundário, de um colégio espanhol. O projeto tem a seguinte situ-ação problema: “um extraterrestre, em forma de pequeno robô, chega ao colégio. A partir daí, que podemos fazer?”. Com a gestão do professor, os estudantes decidiram criar uma narrativa desse robô usando textos, música, contando uma histó-ria e trabalhando a robótica. As áreas de conheci-mento envolvidas foram: literatura, Música, Física e Química.
O grande desafio da ABP é no âmbito da for-mação de professores e, especialmente, profes-sores que relatem suas experiências para servir como inspiração a outros docentes na metodolo-gia ABP.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre ABP , alguns links de interesse:
http://www.bie.org/http://porvir.org/especiais/maonamassa/
aprendizagem-baseada-em-projetos
++
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R E F Ê R E N C I A SBEHRENS, M. A. ; JOSE, E.M.A. Aprendiza-
gem por projetos e os contratos didáticos. Revista Diálogo Educacional. V. 2 - n.3 - p. 77-96 - jan/jun, 2001.
BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Trad. Fernando S. Rodrigues. RS: Pensa Edito-ra Ltda, 2014.
BIE_ Buck Institute for Education (BIE). Aprendizagem Baseada em Projetos: Guia para professores de ensino fundamental e médio. 2ª Edição. Porto Alegre: Penso Editora, 2008.
CAMPOS, L.C. Aprendizagem Baseada em projetos: uma nova abordagem para a Educação em Engenharia. In: COBENGE 2011, Blumenau, Santa Catarina, 3 a 6/10/2011. Disponível em: http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/13/arti-gos/1_27_909.pdf. Acesso: 10/12/2018.
COLL, C.; MONEREO, C. (Org.). Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tec-nologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
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HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança na educação e projetos de trabalho. Porto Alegre: ArtMed, 2000.
VENTURELLI, J. Educación médica: nuevos enfoques, metas y métodos. Washington: Organi-zación Panamericana de la Salud, 1997.
CAMPOS, A.; MACHADO, G.B; RADOS, G.J.V.; TODESCO, J.L. Aprendizagem baseada em proje-tos: uma experiência em sala de aula para com-partilhamento e criação do conhecimento no processo de desenvolvimento de projetos de sof-tware. Revista online Competência. Porto Alegre, RS, v.9, n.2, p. 17-35, ago/dez. 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net Acesso 10/12/2018.
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Aprendizagem Baseada em Problemas Izabel Araújo Neckel