MANUAL DEREDAÇÃO E ESTILO

Elaborado pela Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza (CPS), este manual contém normas e recomendações para aperfeiçoar e uniformizar textos

APRESENTAÇÃO

Os textos devem seguir padrão jornalístico. Recomendável que tenham clareza de raciocínio, concisão e didatismo. Os parágrafos e frases devem ser curtos e conter uma única ideia.

Prefira a ordem direta –sujeito, verbo e complemento – e não exagere na voz passiva.

Enquanto verbos e substantivos fortalecem um texto jornalístico, adjetivos e advérbios tendem a enfraquecê-lo.

Evite, quando possível, palavras que afastem o conteúdo da precisão (muitos, inúmeros etc.)

1.TEXTO

2.ESCREVA CERTO E MELHOR

Através dePrefira por meio de no lugar do advérbio. Através tem sentido de atravessar, de movimento. “Por meio de” é mais usado na execução de uma ação.Ex.: A encomenda foi entregue por meio dos Correios. / O aluno passou o bilhete através da janela da escola

À medidaO certo é à medida que ou na medida em que (tendo em vista que).Ex.: Ele foi se acalmando à medida que as boas notícias chegavam. / Nós aprovamos mais alunos na medida em que a qualidade de ensino melhora.

À custaO certo é vive à custa, no singular, e não “às custas”.Ex.: O bom resultado foi conquistado à custa de muito esforço.

Comunicar algoNinguém é comunicado “de” alguma coisa. Algo é comunicado a alguém.Ex.: A diretoria comunicou a decisão aos funcionários. / A decisão foi comunicada aos alunos.

Curso técnico deUse a preposição para “curso técnico de...” O profissional é o técnico em.Ex.: O aluno aprende no curso técnico de Informática com o técnico em...

A

-

D

Curso tecnológico deUse a preposição “de” para “curso tecnológico de...” O profissional é o tecnólogo em.Ex.: O aluno faz curso tecnológico de Silvicultura. O tecnólogo em Agronegócio...

DesapercebidoNão é sinônimo de despercebido. Desapercebido é despreparado, desprevenido, distraído. Despercebido é imperceptível, que não se nota.Ex.: Ele está desapercebido para a prova de amanhã. O fato passou despercebido.

DocentePrefira professor. Docente deve ser usado apenas para evitar repetição da palavra professor. Prefira educador como sinônimo.Ex.: Um dos professores faltou. O educador está doente.

Entre mim e vocêDepois de preposição, usa-se mim ou ti, nunca eu.Ex.: O problema será resolvido entre mim e você.

Em via deSempre no singular.Ex.: O programa está em via de ser interrompido.

GratuitoNão tem acento no “i”. A tônica está no “u” do ditongo “ui”. Ex.: As inscrições são gratuitas.

D

-

G

Haver - flexãoNo sentido de existir, o verbo haver é impessoal, ou seja, deve ser conjugado apenas na terceira pessoa do singular: há, houve, havia, houvera, houver, houvesse.Ex.: Havia 12 professores na sala.

Haver - concordânciaO verbo haver deve concordar com o tempo do restante da frase. Assim: Ex.: A lei vigora há anos. (presente)A lei vigorava havia dez anos. (passado)

ImplicarImplicar é verbo transitivo direto no sentido de acarretar, pressupor.Ex.: Atraso implicará punição. Não use implicará “em” punição.

IntervirIntervir conjuga-se como vir. Ex.: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram.

Junto a/ao/deAs locuções “junto a, junto de” são sinônimas e significam “perto de”, “ao lado de”.Ex.: O processo tramitou no (e não “junto ao”) STF / O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Corinthians. / Santos fica junto a São Vicente.

MembrosEvite o termo, que pertence ao universo da anatomia. Prefira integrantes ou componentes.Ex.: A comissão é formada por seis integrantes.

H

-

M

MesmoNão pode ser usado como pronome pessoal. Além de incorreto gramaticalmente, soa mal.Ex.: O professor foi chamado pelo diretor e advertido “pelo mesmo” (use por ele).

Negar queIntroduz subjuntivo, assim como embora e talvez.Ex.: Ministro nega que seja negligente. Não use “nega que é negligente”.

Onde / AondeOnde e aonde designam lugar, mas não podem ser usados no mesmo contexto, pois indicam, respectivamente, localização e movimento. Ex.: Onde choveu muito não haverá aula. / Onde está? / Aonde você vai?/ Veja quando é usado de forma errada: O candidato prestou o concurso onde questões de provas foram anuladas (o certo seria no qual, em que/ Aonde esta você? O certo seria onde, pois indica localização.

Por que / porqueSeparado e sem acento é usado quando pedimos por uma causa ou motivo. Substitua o por que por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais”, ou inclua a palavra “razão” logo depois. Junto e sem acento é usado nas respostas (frases afirmativas).Ex.: Não sei por que (razão) ele foi mal na prova / Ele perdeu a hora porque dormiu demais.

Por quê / porquêSeparado e com acento é usado no final de frase interrogativas. Junto e com acento é empregado quando for uma palavra substantivada, com função de nome.Ex.: Vai levar casaco por quê? / Você pode me explicar o porquê da confusão

M

-

P

ProfessoresEm textos informativos, o termo deve ser usado apenas quando definir função, nunca como título. Ex.: O professor José Aparecido e os alunos Marcelo e Ivo Silva apresentaram o projeto na Feteps.“O coordenador da área técnica, Fernando Pessoa,...”, e não:“...professor Fernando Pessoa” ou “...professor doutor Fernando Pessoa”. A titulação é indicada para assinatura de artigos e textos acadêmicos.

Pronomes pessoaisEvite o uso de pronomes pessoais para denominar coisas.Ex.: A Etec Guarujá está mais florida. “Ela” recebeu um patrocínio. Substitua por: A escola recebeu um patrocínio.

Qualquer/NenhumNão viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas.Ex.: Não viu nenhum risco. / Nunca provocou nenhuma confusão.

SequerDeve ser usado com negativaEx.: O professor nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

Se não ou SenãoUse separado quando puder incluir um pronome reto entre o se e o não. Escreva junto quando significar “de outra forma”, “mais do que”, “do contrário”, “aliás”, “mas”, “erro”, “de repente”.Ex.: Devemos estudar, senão (do contrário) não iremos passar de ano. / Se (ele) não estudar, não irá tirar boas notas

P

-

S

Sujeito e predicadoNunca separe o sujeito do predicado com vírgula.Ex.: O resultado do exame, não o abateu. O resultado do exame não o abateu.

Título de projetos e livrosUtilize itálico para identificar livros, projetos e congressos.Ex.: O diretor da Etec é autor do livro A importância do Ensino Técnico.

VazarUma informação ”vaza”, mas não se “vaza uma informação”.Ex.: Foram os funcionários que "vazaram" a informação. O certo: Foram os funcionários que fizeram (ou deixaram) vazar a informação.

Vem, vêm ou veemA forma “vem” é a 3ª pessoa do singular do verbo “vir” (presente do indicativo). Já a forma “vêm”, com acento, refere-se à 3ª pessoa do plural. O “veem” é do “ver”, e se refere à 3ª pessoa do plural.Ex.: Ela vem de metrô. / Eles vêm almoçar conosco sábado. / Míopes não veem bem de longe.

Ver/VirSempre que for conjugar o verbo ver na 1ª pessoa do singular no futuro do subjuntivo devemos usar “vir”. A expressão “se eu ver” está errada.Ex.: Se eu vir algo suspeito...

XequeSempre com ”x” quando designar situação difícil. É também tradução de “sheik” para o português.Ex.: Sua candidatura estava em xeque. / O país é governado por um xeque.

S

-

X

S

-

X

3.NÚMEROS

1

2

3

5

6

7

Até 10, escreva o número por extenso. Ex.: seis bolsas de estudo; 12 projetos.

Vale o mesmo para os números ordinais. Ex.: Primeira hora; 15º aniversário

Quando usar dois números indicando sequência em uma frase, utilize numerais se

um deles for maior que dez. Ex.: Foram selecionados 3 alunos da Etec e 21 da Fatec

Para valores acima de mil, utilize o numeral mais o complemento por extenso.

Se for número quebrado, utilize vírgula. Ex.: 10 mil pessoas; 1,5 mil inscritos

Evite usar algarismos romanos. Prefira os arábicos. Ex.: 10ª Feira

Com mil, milhão, bilhão, use a forma mista se os números forem redondos ou aproximados. Ex.: 2

mil pessoas (use apenas mil, e não 1 mil); 1,4 bilhão (e não 1,4 bilhões) 5,4 milhões de unidades

Especifique sempre as ordens de grandeza, mesmo que seja preciso repetir a palavra. Ex.: de 40 mil a 50 mil

4A não ser que a precisão seja relevante ou para uso em tabelas, evite números quebrados e prefira

arredondamentos. Ex.: 43.893 = 43,9 mil ou 44 mil; 43.251 = 43,3 mil ou 43 mil

Prefira usar

por extenso

os números

fracionários:

Ex: Um terço

Números

abaixo de

dois fazem

concordância

sempre com o

singular. Ex.:

1,4 milhão; 0,9

metro; 1,9

segundo

Os números um

e dois e as

centenas, a

partir

de duzentos,

variam em

gênero: duzentas,

trezentas, seis mil

duzentas e uma

pessoas, oito mil

setecentas e

quarenta e duas

espécies

Datas em

geral: Ex.:

São Paulo,

3/3/1993 (sem

zero à

esquerda). /

Avenida 9 de

Julho (e

não Nove de

Julho). Use dia

1º do mês, e

não dia 1

Endereços:

Ex.: Rua

Direita, 7,

3.º andar. /

Alameda dos

Caetés, 8.

Casa 3

Números

decimais: Ex.:

A densidade do

Estado é de

1,88 habitante

por quilômetro

quadrado

8 9 10 11 12 13

14

15

16

17

18

19

Horas, minutos e segundos: Ex.: Fulano chegará às 4 horas. / A reunião irá das 7 às 9

horas. / O voo pousou às 8h5min15s

Dias, meses (em algarismos), décadas, séculos: Ex.: O secretário chega dia 3. / A Câmara

votará a emenda dia 9. / Tinha saudades da década de 10. / Século 21, século 1.º

Graus de temperatura: Ex.: O termômetro marcava 3 graus

Idades: Ex.: Ele tem 3 anos. / Uma criança de 2 anos, 8 meses e 5 dias. Exceção: quando anos

designa período de tempo. Ex.: Ele esperou quatro anos. / Ela parece ter envelhecido dez anos

Dinheiro: Em real, usar algarismo. Em outras moedas, melhor escrever por extenso.

Ex.: R$ 8, R$ 3 mil; 5 milhões de dólares; 1 euro

Seriação de festas, simpósios, congressos, feiras, conferências, corridas, competições.

Ex. 3.º Simpósio de Educação, 5.ª Febrace, Fórmula 1

20Quando mencionar dia da semana em nota do site, complementar com o dia do mês

sem a palavra “dia”. Ex. A lista de alunos será publicada nesta sexta-feira, 3

4.CAIXA ALTAE B A I X A

( m a i ú s c u l a e m i n ú s c u l a )

curso técnico: use as duas palavras em caixa baixa.

Etec e Fatec: sempre em caixa alta e baixa

especialização técnica: caixa baixa, como pós-graduação.

Governo do Estado: caixa alta e baixa.

matemática: nome de disciplina sempre em caixa baixa.

Administração: nome de curso em caixa alta e baixa.

Construção Civil-Modalidade Edifícios: use caixa

alta para modalidades quando se referirem a cursos do Centro Paula

Souza. Esse substantivo aparece em diplomas e certificados do CPS.

Vestibular/Vestibulinho: caixa alta e baixa quando se referirem

aos processos seletivos do CPS e caixa baixa para os demais.

Ensino Médio: para níveis de ensino, use caixa alta e baixa.

Ensino a Distância. Use EaD.

técnicos e tecnólogos em: quando o texto se referir ao

profissional formado pela Etec/Fatec, usar caixa baixa para a profissão. Ex.: técnico em informática. Diferentemente de curso, quando usamos caixa alta e baixa.

Laboratório de Mecânica: quando for o nome de um laboratório,

caixa alta e baixa.

Administração Central: caixa alta e baixa.

mestrado: em caixa baixa. Apenas o nome do programa

deve vir em alta e baixa. Ex.: mestrado em Gestão e Tecnologia

em Sistemas Produtivos.

Estado: caixa alta e baixa quando definir unidade da

Federação, mesmo no plural.

Capital: caixa alta e baixa.

Avenida, Rua, Alameda: caixa alta e baixa.

pós-graduação: caixa baixa, como especialização técnica

prefeitura: use caixa alta apenas quando indicar o nome do

município. Ex.: Prefeitura de Santos

ATENÇÃO: nunca usar frases inteiras em caixa

alta. Soa indelicado e dificulta a leitura

5.SIGLAS

No primeiro uso, desdobre a sigla e a coloque entre parênteses depois. Ex.: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

As siglas de até três letras devem ser escritas em caixa alta.Ex.: ECT/ ABC

Siglas com quatro letras ou mais vão em caixa alta e baixa quando são pronunciáveis.Ex.: Fapesp /

Etec/Fatec

As com quatro ou mais vão em caixa alta quando se pronuncia de forma separada cada letraEx.: CNBB

Dispense a orientação quando citar partidos políticos e empresas comerciais

Não use pontos intermediários ou no final das siglas

Evite usar mais de uma sigla ou uma que seja desconhecida em títulos dos materiais de divulgação

CeetepsUse apenas em textos jurídicos. Prefira CPS, desdobrando a sigla no primeiro uso

Fatec Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec). Ex.: Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Americana

Etec Escola Técnica Estadual (Etec). Utilize “de” para indicar o município.Ex.: Escola Técnica Estadual (Etec) Benedito Storani,

de Jundiaí

Fatec e Etec Coloque "estaduais' apenas ao final das siglas desdobradas. Ex.: Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e Escolas Técnicas (Etecs) estaduais

Fatec com nome Quando tiver nome, ele deve ser incluído ao final, após hífen. Ex.: Fatec Zona Sul - Dom Paulo Evaristo Arns

6. Hífen

VOGAIS DIFERENTES

VOGAISIGUAIS OU H

SEM HÍFEN

COM HÍFEN, quando a

palavra seguinte começar com h ou com vogal igual à

última do prefixo

Infraestrutura; extraoficial; semialfabetizado; autoescola;

autoaprendizagem.

anti-inflamatório; micro-ondas; semi-intensivo; contra-argumento; auto-observação; semi-hospitalar,

co-herdeiro.

CONSOANTESIGUAIS

COM HÍFEN

super-requisitado; sub-base; inter-racial; inter-relação; hiper-realista

VOGAL +R e S

SEM HÍFEN, duplique as consoantes:

RR e SS

Macrorregião; autorregulamentação; antissocial; autossuficiente;

ultrassonografia; autorretrato; contrarreforma; ultrarrápido

BEM

COM HÍFEN

bem-vindo; bem-nascido; bem-educado; bem-humorado

CARGOS

COM HÍFEN,

quando formado por “geral”, em postos de hierarquia ou

com numeral

Diretor-geral, secretário-executivo, tenente-coronel, editor-chefe,

diretor-presidente, primeiro-ministro, brigadeiro do ar (sem hífen)

PRIMEIRA PALAVRA

ACENTUADA

COM HÍFEN

pós-graduação, pré-datado, pré-escolar, pré-história, pré-natal,

pré-sal

CO, PRE, PRO, RE, NÃO

SEM HÍFEN

coorganizar, coordenar, cooperação, coirmão, coorganizador, preestabeler,

predeterminado

RECÉM, EX, VICE

COM HÍFEN

recém-empossada, ex-reitor, vice-presidente

LOCUÇÕES

SEM HÍFEN, salvo em

exceções consagradas pelo uso como à queima-roupa,

ao-deus-dará

dia a dia, disse me disse, tomara que caia, à toa, arco e flecha,

calcanhar de aquiles

Para ver mais casos, acesse: https://educacao.uol.com.br/portugues/reforma-ortografica/2009/01/30/hifen-prefixos.jhtm

7.ACENTUAÇÃO

CRASE

Use em expressões que indiquem hora: Ex.: Às 15 horas começaremos a estudar. Quando as horas estiverem antecedidas das preposições para, desde e até, não use a crase. Ex.: Ele estava esperando desde as 10 horas. / Marcaram o encontro para as 20 horas. / Estarei no trabalho até as 19 horas

Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo. Ex.: Às vezes chegamos mais cedo à escola. / Ele terminou a prova às pressas.

Na maioria das vezes não ocorre antes de palavra masculina.Ex.: O pagamento foi feito a prazo. / Eles foram andar a cavalo. Tempere com sal a gosto. / Marcos foi a pé ao trabalho.

Exceção: A crase ocorre antes de palavra masculina quando a expressão “à moda de” estiver implícita. Ex.: O salão era mobiliado à Luis XV.

Algumas regras

Por fusão:da preposição a + artigo feminino a/as. Ex: Fui à Bahia.

da preposição a + pronome demonstrativo a/as (= aquela/aquelas). Ex: Sua casa é igual à (casa) de todos nós.

da preposição a + vogal a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.Ex: As aulas não se referiram mais àqueles episódios.

DIFERENCIAL

Dois acentos diferenciais foram mantidos após a reforma ortográfica: "pôr", a forma verbal, continua recebendo o circunflexo que o distingue da preposição "por", e "pôde", forma de pretérito perfeito do verbo "poder", mantém o acento em oposição à forma de presente do indicativo ("pode").

Também foram mantidos os acentos das formas de plural do presente do indicativo dos verbos "ter" e "vir" (eles têm, eles vêm) e do "porquê" na condição de substantivo (em oposição à forma "porque", que funciona como conjunção).

OBRIGADO