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Geometria Fractal Experimento Eletivo de Física Experimental II (2002) – Profº.: Zwinglio Guimarães da Costa Filho Otávio de .C. Emmert Bárbara C. A. Kato [email protected] [email protected] Formato do papel Nº de bolinhas Intervalo de área * (cm) Nº de medidas do diâmetro de cada bola** Quadrangular 15 0,5 x 0,5 a 45 x 45 0,5 x 1,5 a 45 x 135 Retangular 15 12 12 OBJETIVOS Parte A Estudar uma possível sistemática no gráfico logM x log φ. Isto é, verificar a validade da expressão M = k. φ D para bolinhas muito pequenas ou grandes demais Parte B Avaliar a incerteza proveniente do ato de amassar as bolinhas INTRODUÇÃO Fractal é uma figura geométrica não-euclidiana (possui dimensão fracionária), que pode ser dividida em partes, sendo estas partes semelhantes ao objeto inicial. Em geral possuem a propriedade de auto-semelhança (simetria através das escalas), ou seja, apresentam sempre o mesmo aspecto não importando a escala na qual são observados. Estes objetos são estudados pela Geometria Fractal, criada para estudar problemas que não podem ser resolvidos pela Geometria Euclidiana. O termo fractal foi cunhado por Benoit Mandelbrot (atualmente Sterling Professor of Mathematical Sciences na Universidade Yale, EUA), ao estudar objetos de dimensão fracionária (ou dimensão fractal). Muitos são os exemplos de estruturas de dimensão não-inteira, uma vez que poucos objetos são retas, planos ou esferas perfeitas. E, particularmente, bolas de papel amassado apresentam uma dimensão fractal (sua dimensão é um número entre 2 e 3 – algo entre um plano e uma esfera). Por isso, aplicamos a Geometria Fractal à este objeto, por meio da seguinte expressão: Onde: - M é a massa da bolinha - k é uma constante de proporcionalidade - φ é o diâmetro da bolinha - D é a dimensão fractal do objeto M = k. φ D log M = D.log φ + log k ( y = a . x + b) Obs.: k tem dimensão de densidade linear, superficial e volumétrica, para D = 1, 2 e 3, respectivamente. ou linearizando... Justificativa: O experimento feito em sala nessa disciplina utiliza bolas de papel de tamanho médio, que são relativamente fácil de amassar e para as quais a expressão acima se aplica. Nossa intenção foi verificar se a mesma expressão era válida para bolinhas maiores e menores do que as usadas em aula, pois elas são mais difíceis de amassar, o que poderia acarretar num novo tipo de comportamento. Justificativa: No experimento feito em sala nessa disciplina, em todos os anos anteriores a 2002, a flutuação das medidas de diâmetro, com relação as massas das bolinhas, ao redor do comportamento médio não é explicada considerando apenas as incertezas de medição (diâmetro e massa das bolas). Por isso, poderia haver uma outra incerteza não considerada no cálculo, que por hipótese , foi tida como sendo a incerteza do ato de amassar, uma vez que é impossível amassar as bolinhas de uma mesma maneira sempre. METODOLOGIA Parte A Parte B Material: - Papel alumínio de 45 x 750 (cm) - Paquímetro de metal (incerteza de 0,02mm) - Balança analítica (incerteza de 0,0001g) - Régua (incerteza de 0,5mm) - Esquadro Figura 1: arranjo experimental para medição do diâmetro das bolinhas grandes, que não podiam ser medidas com o paquímetro. Formato do papel Nº de bolinhas (N)*** Área * (cm) Nº de medidas do diâmetro de cada bola (n)** Retangular 50 10 x 20 15 x 30 Retangular 25 10 10 * O tamanho do papel foi feito sempre obedecendo a proporção dos lados ** Todas as medidas de diâmetro foram feitas em posições aleatórias. E cada experimentador contribuiu com a metade das medidas. *** Das 50 bolinhas, cada experimentador contribuiu com metade. E as 25 bolas, 15x30, foram amassadas por um único experimentador. Análise Feita através do ajuste linear no gráfico log M x log φ pelo Método dos Mínimos Quadrados (MMQ) Exemplo do cálculo da incerteza do ato de amassar (σ amassar ) Nº de bolinhas Valor Médio 1 - - φ (diâmetro) (n medidas) X 1 X 2 ... X N A ( ) Desvio-padrão σ 1 σ 2 ... σ N B - 2 ... N - - - - ... ... - ... - Para um dado tamanho de papel temos... Tabela 1: Demonstração do procedimento experimental para determinação da incerteza do ato de massar. n B media = σ 1 ) ( 1 2 = = N A x N i i F φ σ φ Como foi observado que os desvios- padrões de cada bolinha não variava muito entre si, pois foram amassadas de maneira semelhante, calculamos uma média deste valor (B) e sua respectiva incerteza (σ media ), que foi utilizada como estimativa da incerteza de cada diâmetro médio ( ). E ainda... φ Deveríamos ter… F media φ σ σ = Mas temos… F media φ σ σ < amassar media F 2 2 σ σ σ φ + = Hipótese ANÁLISE Parte A Gráfico 1: Ajuste MMQ – Papel Quadrado e Retangular, juntos (com incertezas originais, sem correção) Gráfico 2: Resíduo Absoluto refernte ao ajuste do Gráfico 2 Parte B -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0,0 0,1 0,1 0,2 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Log φ -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Log φ Log M Na curva de ajuste MMQ (Gráfico 1) vemos que todas as bolinhas estudadas, não importando o seu tamanho, apresentam a mesma sistemática. Ou seja, tanto para bolinhas menores ou maiores das que usadas em aula, elas seguem têm um mesmo comportamento. O Gráfico 2, que contém o resíduo absoluto do ajuste, nos mostra que não há nenhuma tendência perceptível de comportamento. Tabela 1; Dados referentes às bolinhas utilizadas na parte A do experimento. Tabela 2; Dados referentes às bolinhas utilizadas na parte B do experimento. (1) (2) O Gráfico 3 vemos de forma clara que a incerteza não explica a flutuação dos dados ao redor do comportamento médio. O que mostra que realmente há alguma incerteza não considerada. F φ 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 0,488 0,49 0,492 0,494 0,496 0,498 0,5 0,502 0,504 massa(g) diâmetro(mm) 2,455(21) 2,532(32) D Com Correção 1,5 20 2,507(9) Quadrangular 1,6 15 2,468(6) Retangular χ 2 R χ 2 R D Formato do papel Sem cooreção Tabela 3: Dados do ajuste MMQ feito para os dois tamanhos de bolinha utilizados. São apresentados os dados com as incertezas originais e os dados corrigidos pela incerteza do ato de amassar. Gráfico 3: Flutuação dos diâmetros em relação à média, para um mesmo tamanho de bolinha. Comparando os dados sem e com correção (Tabela 3), verificamos que a correção aplicada devido à incerteza do ato de amassar “melhora” a estimativa da incerteza (χ 2 R mais próximo de 1), mas ainda resta algo a considerar. Resumo Como continuação do experimento Geometria Fractal feito na disciplina Física Experimental II, o presente trabalho foi realizado com o intuito de aprofundar o estudo da geometria de bolinhas de papel amassado. Buscou-se verificar se havia alguma tendência de comportamento para bolinha de tamanhos muito pequenos e muito grandes. Também estudamos a incerteza envolvida na flutuação dos diâmetro das bolinhas, pois esta não explicava o comportamento dos dados ao redor do comportamento médio. Verificou-se que apesar de usarmos bolinhas de tamanho muito variado, não houve nenhuma tendência perceptível (os dados apresentaram a mesma sistemática verificada em sala de aula). Já em relação à incerteza, conseguimos calcular incerteza do ato de massar e verificamos que a sua contribuição para a incerteza total é muito expressiva. Dessa forma, contribuímos para o melhor entendimento sobre as fontes de incerteza nesse tipo de experimento. CONCLUSÃO - Quanto a sistemática, nao foi verificado nehuma tendência de comportamento para bolinha muito pequenas ou muito grandes; - Em relação à incerteza do ato de amassar, conseguimos calcular sua contribuição para a incerteza total, que mostrou muito significativa, como pode ser visto no valor do χ 2 R. Futuras Pesquisas Pode-se estudar melhor qual a contribuição da incerteza do ato de amassar, utilizando a mesma metodologia apresentada, mas com tamanhos e tipos de papéis diferentes. É possível também buscar relacionar esta incerteza com alguma característica intrínseca da bolinha (como diâmetro médio, massa ou até a área do papel antes de amassar). 0,51 0,54 15 x 30 0,45 0,48 10 x 20 σ amassar Formato do papel (cm) Tabela 4: Comparação entre a incerteza total (sem correção) e incerteza do ato de amassar. F φ σ

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Geometria Fractal

Experimento Eletivo de Física Experimental II (2002) – Profº.: Zwinglio Guimarães da Costa Filho

Otávio de .C. Emmert Bárbara C. A. Kato

[email protected] [email protected]

Formato do papel Nº de bolinhas Intervalo de área* (cm) Nº de medidas do diâmetro de cada bola**

Quadrangular 15 0,5 x 0,5 a 45 x 45

0,5 x 1,5 a 45 x 135 Retangular 15

12

12

OBJETIVOS

Parte AEstudar uma possível sistemática no gráfico logM x log φ. Isto é, verificar a validade da expressão M = k. φD para bolinhas muito pequenas ou grandes demais

Parte BAvaliar a incerteza proveniente do ato de amassar as bolinhas

INTRODUÇÃO

Fractal é uma figura geométrica não-euclidiana (possui dimensão fracionária), que pode ser dividida em partes, sendo estas partes semelhantes ao objeto inicial. Em geral possuem a propriedade de auto-semelhança (simetria através das escalas), ou seja, apresentam sempre o mesmo aspecto não importando a escala na qual são observados. Estes objetos são estudados pela Geometria Fractal, criada para estudar problemas que não podem ser resolvidos pela Geometria Euclidiana.

O termo fractal foi cunhado por Benoit Mandelbrot (atualmente Sterling Professor ofMathematical Sciences na Universidade Yale, EUA), ao estudar objetos de dimensão fracionária (ou dimensão fractal).

Muitos são os exemplos de estruturas de dimensão não-inteira, uma vez que poucos objetos são retas, planos ou esferas perfeitas. E, particularmente, bolas de papel amassado apresentam uma dimensão fractal (sua dimensão é um número entre 2 e 3 – algo entre um plano e uma esfera). Por isso, aplicamos a Geometria Fractal à este objeto, por meio da seguinte expressão:

Onde:

- M é a massa da bolinha

- k é uma constante de proporcionalidade

- φ é o diâmetro da bolinha

- D é a dimensão fractal do objeto

M = k. φ D

log M = D.log φ + log k ( y = a . x + b)

Obs.: k tem dimensão de densidade linear, superficial e volumétrica, para D = 1, 2 e 3, respectivamente.

ou linearizando...

Justificativa: O experimento feito em sala nessa disciplina utiliza bolas de papel de tamanho médio, que são relativamente fácil de amassar e para as quais a expressão acima se aplica. Nossa intenção foi verificar se a mesma expressão era válida para bolinhas maiores e menores do que as usadas em aula, pois elas são mais difíceis de amassar, o que poderia acarretar num novo tipo de comportamento.

Justificativa: No experimento feito em sala nessa disciplina, em todos os anos anteriores a 2002, a flutuação das medidas de diâmetro, com relação as massas das bolinhas, ao redor do comportamento médio não é explicada considerando apenas as incertezas de medição (diâmetro e massa das bolas). Por isso, poderia haver uma outra incerteza não considerada no cálculo, que por hipótese, foi tida como sendo a incerteza do ato de amassar, uma vez que é impossível amassar as bolinhas de uma mesma maneira sempre.

METODOLOGIA

Parte A

Parte B

Material: - Papel alumínio de 45 x 750 (cm)- Paquímetro de metal (incerteza de 0,02mm)- Balança analítica (incerteza de 0,0001g)- Régua (incerteza de 0,5mm)- Esquadro Figura 1: arranjo experimental para medição do diâmetro

das bolinhas grandes, que não podiam ser medidas com o paquímetro.

Formato do papel Nº de bolinhas (N)*** Área* (cm) Nº de medidas do diâmetrode cada bola (n)**

Retangular 50 10 x 2015 x 30 Retangular 25

1010

* O tamanho do papel foi feito sempre obedecendo a proporção dos lados ** Todas as medidas de diâmetro foram feitas em posições aleatórias. E cada experimentador contribuiu com a metade das medidas.*** Das 50 bolinhas, cada experimentador contribuiu com metade. E as 25 bolas, 15x30, foram amassadas por um único experimentador.

AnáliseFeita através do ajuste linear no gráfico log M x log φ pelo Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)

Exemplo do cálculo da incerteza do ato de amassar (σamassar)

Nº de bolinhas Valor Médio1

-

-φ (diâmetro)(n medidas)

X1 X2 ... XN A ( )Desvio-padrão σ1 σ2 ... σN B

-

2 ... N

-

-

-

-...

... -

... -

Para um dado tamanho de papel temos...

Tabela 1: Demonstração do procedimento experimental para determinação da incerteza do ato de massar.

nB

media =σ1

)(1

2

−= ∑ =

NAxN

i i

Fφσ

φ

Como foi observado que os desvios-padrões de cada bolinha não variava muito entre si, pois foram amassadas de maneira semelhante, calculamos uma média deste valor (B) e sua respectiva incerteza (σmedia), que foi utilizada como estimativa da incerteza de cada diâmetro médio ( ). E ainda...φ

Deveríamos ter…F

media φσσ =

Mas temos…F

media φσσ <

amassarmediaF

22 σσσ φ +=

Hipótese

ANÁLISE

Parte AGráfico 1: Ajuste MMQ – Papel Quadrado e Retangular, juntos (com incertezas originais, sem correção)

Gráfico 2: Resíduo Absoluto refernte ao ajuste do Gráfico 2

Parte B

-0,2

-0,2

-0,1

-0,1

0,0

0,1

0,1

0,2

0 0,5 1 1,5 2 2,5

Log φ

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

0 0,5 1 1,5 2 2,5Log φ

Log

M

Na curva de ajuste MMQ (Gráfico 1) vemos que todas as bolinhas estudadas, não importandoo seu tamanho, apresentam a mesma sistemática. Ou seja, tanto para bolinhas menores ou maiores das que usadas em aula, elas seguem têm um mesmo comportamento. O Gráfico 2,que contém o resíduo absoluto do ajuste, nos mostra que não há nenhuma tendênciaperceptível de comportamento.

Tabela 1; Dados referentes às bolinhas utilizadas na parte A do experimento.

Tabela 2; Dados referentes às bolinhas utilizadas na parte B do experimento.

(1)

(2)

O Gráfico 3 vemos de forma clara que a incerteza não explica a flutuação dos dados ao redor do comportamento médio. O que mostra que realmente há alguma incerteza não considerada.

15,0

15,5

16,0

16,5

17,0

17,5

18,0

0,488 0,49 0,492 0,494 0,496 0,498 0,5 0,502 0,504massa(g)

diâm

etro

(mm

)

2,455(21)

2,532(32)

D

Com Correção

1,5202,507(9)Quadrangular

1,6152,468(6) Retangular

χ2Rχ2

RDFormato do papel

Sem cooreção

Tabela 3: Dados do ajuste MMQ feito para os dois tamanhos de bolinha utilizados. São apresentados os dados com as incertezas originais e os dados corrigidos pela incerteza do ato de amassar.

Gráfico 3: Flutuação dos diâmetros em relação à média, para um mesmo tamanho de bolinha.

Comparando os dados sem e com correção (Tabela 3), verificamos que a correção aplicada devido à incerteza do ato de amassar“melhora” a estimativa da incerteza(χ2

R mais próximo de 1), mas ainda resta algo a considerar.

Resumo

Como continuação do experimento Geometria Fractal feito na disciplina Física Experimental II, o presente trabalho foi realizado com o intuito de aprofundar o estudo da geometria de bolinhas de papelamassado. Buscou-se verificar se havia alguma tendência de comportamento para bolinha de tamanhos muito pequenos e muito grandes. Também estudamos a incerteza envolvida na flutuação dos diâmetro das bolinhas, pois esta não explicava o comportamento dos dados ao redor do comportamento médio. Verificou-se que apesar de usarmos bolinhas de tamanho muito variado, não houve nenhuma tendência perceptível (os dados apresentaram a mesma sistemática verificada em sala de aula). Já em relação à incerteza, conseguimos calcular incerteza do ato de massar e verificamos que a sua contribuição para a incerteza total é muito expressiva. Dessa forma, contribuímos para o melhor entendimento sobre as fontes de incerteza nesse tipo de experimento.

CONCLUSÃO

- Quanto a sistemática, nao foi verificado nehuma tendência de comportamento para bolinhamuito pequenas ou muito grandes;

- Em relação à incerteza do ato de amassar, conseguimos calcular sua contribuição para aincerteza total, que mostrou muito significativa, como pode ser visto no valor do χ2

R.

Futuras PesquisasPode-se estudar melhor qual a contribuição da incerteza do ato de amassar, utilizando a mesma metodologia apresentada, mas com tamanhos e tipos de papéis diferentes.É possível também buscar relacionar esta incerteza com alguma característica intrínseca da bolinha (como diâmetro médio, massa ou até a área do papel antes de amassar).

0,510,5415 x 30

0,45 0,48 10 x 20

σamassarFormato do papel

(cm)

Tabela 4: Comparação entre a incerteza total (sem correção) e incerteza do ato de amassar.

Fφσ