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Dehonianos ........................................ 1 |||| Abrindo Espaços e criando Laços! Apresentação Maio tem muito a ver com Maria, com Mãe... Voltaremos à “nossa marialidade” ao longo do mês, a partir da página introdutória. Hoje, porém, retomemos a Páscoa. Os discípulos de Emaús (talvez o casal, Seu Cléofas e Dona Maria...) não reconhecem Jesus no surpreendente forasteiro que se lhes torna companheiro. Por que os discípulos tiveram tanta dificuldade em reconhecer Jesus, a ponto de confundi-lo com jardineiro, pescador, viageiro, até fantasma? Por que nós encontramos tanta dificuldade em reconhecer Jesus quando a vida veste novas cores e apresenta diferentes sabores? Creio que sejam dois os motivos para tal relutância. Os discípulos, ao longo da vida pública, reiteradas vezes, haviam conhecido Jesus distorcidamente. Por isso, agora, não podiam que não reconhecê- lo equivocadamente. Só se re-conhece bem quem bem se conheceu! O segundo motivo está no mistério da encarnação. Jesus, sem deixar de ser Deus, renunciara aos privilégios da divindade (cf. Fl 2,6-8). Embora o Jesus da história e o Senhor da glória sejam uma e única Pessoa, ao retomar plenamente a expressão de sua divindade, existe nEle algo diferente, um (re) novum (cf. Fl 2,9-11), antes desconhecido. Para saber e saborear é preciso voltar à Palavra que aquece e ilumina (cf. Lc 24,25-27.32), recorrer ao Pão que alimenta e aglutina (cf. Lc 24,30-31). Este e aquela remetem à comunidade em comunhão, preparando-se para a missão (cf. Lc 24,33-35). O que é que nossas comunidades, nas pegadas do Senhor Jesus, tem a contar e partilhar? Associamo-nos ao sentir eclesial do Apostolado da Oração (nº 03), sintonizamo-nos à palavra de Papa Francisco (nº 04), revisitamos a nota marial da espiritualidade do Fundador (nº 05), perseveramos no aprendizado conciliar do Vaticano II (nº 06), abrimos uma brecha para espiar a comunhão dos santos na memória dos irmãos falecidos (nº 07). Ênfase especial vai ao homem grande na estatura física e maior na envergadura moral que foi Dom Roque (nº 08). Alegramo-nos com a disposição e disponibilidade de P. Sílvio que se despediu de Varginha, a caminho de Trento, na Itália (nº 09). Valorizamos e inspiramo-nos na profunda simplicidade de “Maria da minha infância” (nº 10). São-nos partilhados o Encontro do Distrito BSL (nº 11) e as impressões de um jovem missionário (nº 12). Vêm-nos oferecidas iguarias seletas de saberes e sabores (nº 13). P. Mariano,SCJ. ANO I | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 40 a Edição - 02/05/14 |||| Abrindo Espaços e criando Laços!

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Dehonianos ........................................ 1

|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

ApresentaçãoMaio tem muito a ver com Maria, com Mãe... Voltaremos à “nossa marialidade” ao longo do mês,

a partir da página introdutória.Hoje, porém, retomemos a Páscoa. Os discípulos de Emaús (talvez o casal, Seu Cléofas e Dona

Maria...) não reconhecem Jesus no surpreendente forasteiro que se lhes torna companheiro. Por que os discípulos tiveram tanta dificuldade em reconhecer Jesus, a ponto de confundi-lo com jardineiro, pescador, viageiro, até fantasma? Por que nós encontramos tanta dificuldade em reconhecer Jesus quando a vida veste novas cores e apresenta diferentes sabores?

Creio que sejam dois os motivos para tal relutância. Os discípulos, ao longo da vida pública, reiteradas vezes, haviam conhecido Jesus distorcidamente. Por isso, agora, não podiam que não reconhecê-lo equivocadamente. Só se re-conhece bem quem bem se conheceu! O segundo motivo está no mistério da encarnação. Jesus, sem deixar de ser Deus, renunciara aos privilégios da divindade (cf. Fl 2,6-8). Embora o Jesus da história e o Senhor da glória sejam uma e única Pessoa, ao retomar plenamente a expressão de sua divindade, existe nEle algo diferente, um (re) novum (cf. Fl 2,9-11), antes desconhecido.

Para saber e saborear é preciso voltar à Palavra que aquece e ilumina (cf. Lc 24,25-27.32), recorrer ao Pão que alimenta e aglutina (cf. Lc 24,30-31). Este e aquela remetem à comunidade em comunhão, preparando-se para a missão (cf. Lc 24,33-35).

O que é que nossas comunidades, nas pegadas do Senhor Jesus, tem a contar e partilhar? Associamo-nos ao sentir eclesial do Apostolado da Oração (nº 03), sintonizamo-nos à palavra de Papa Francisco (nº 04), revisitamos a nota marial da espiritualidade do Fundador (nº 05), perseveramos no aprendizado conciliar do Vaticano II (nº 06), abrimos uma brecha para espiar a comunhão dos santos na memória dos irmãos falecidos (nº 07).

Ênfase especial vai ao homem grande na estatura física e maior na envergadura moral que foi Dom Roque (nº 08). Alegramo-nos com a disposição e disponibilidade de P. Sílvio que se despediu de Varginha, a caminho de Trento, na Itália (nº 09). Valorizamos e inspiramo-nos na profunda simplicidade de “Maria da minha infância” (nº 10). São-nos partilhados o Encontro do Distrito BSL (nº 11) e as impressões de um jovem missionário (nº 12). Vêm-nos oferecidas iguarias seletas de saberes e sabores (nº 13).

P. Mariano,SCJ.

ANO I | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 40a Edição - 02/05/14

|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

2 ........................................ Dehonianos

|||| Abrindo Espaços e criando Laços! NestaEdição

Igreja e CongregaçãoIntenções do Apostolado da Oração

para o mês de Maio3

Palavra de Papa Francisco 4Espiritualidade Marial de

Padre Dehon (1) 5

Província BSP e Distrito BSLDom Roque: Por causa de um

certo Reino 8

P. Zezinho: Teologia e devoção em poesia e canção 10

Encontro de Páscoa dos dehonianos Distrito BSP 11

O Concílo Vaticano II e o diálogo 6

Nossos Falecidos do mês de Abril7

Impressões de jovem missionário em terras do Pará 12

Envio Missionário do P. Sílvio em Varginha 9

Saberes e sabores... 13

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Intenções do Apostolado da Oração para Maio

Intenção Geral: Meios de comunicação social. Para que os meios de comunicação social sejam instrumentos ao serviço da verdade e da paz.

Intenção Missionária: Anúncio de Cristo. Para que Maria, Estrela da Evangelização, guie e missão da Igreja no anúncio de Cristo a todos os povos.

4 ........................................ Dehonianos

|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Palavra de Papa Francisco

Parte da Homilia de Papa Francisco(II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia,

27/04//2014)

No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas

gloriosas de Jesus ressuscitado...São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem

de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.

Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Pd 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão...

E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.

Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.

Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não

nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.

Papa Francisco.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Espiritualidade Marial de Padre Dehon (1)

‘Per Cor Mariae’: a espiritualidade mariana de Léon Dehon

A Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus possui uma saudação tradicional herdada de seu venerável fundador, Padre Léon Dehon,

que, como religioso dehoniano, sempre me intrigou. Trata-se do Vivat Cor Iesu per Cor Mariae. Bom, me chamou a atenção porque, como jovem seminarista menor, no terceiro ano do Ensino Médio, tive a oportunidade de ler o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, de São Luís Maria Grignion de Montfort. E, percebi que o objetivo do santo escritor era, de fato, que as pessoas trilhassem uma via espiritual que passava pela “consagração total a Jesus Cristo, a Sabedoria Encarnada, pelas mãos de Maria”. Isto é, vou a Jesus por Maria. Ou, ao Coração de Jesus pelo Coração de Maria.

Espiritualidade marial na época de DehonApesar da reconhecida e bem desenvolvida obra de São Luís de Montfort, é fato constatável que

ele apresenta uma linguagem hiperbólica, o que gerou, em muitos estudiosos, uma certa resistência àquilo que provinha deste santo, como, com razão, afirma Murad: “Citando Anselmo, Bernardo e Boaventura, [São Luís Maria] chega a dizer que ‘ao poder de Deus tudo é submisso, até a Virgem; ao poder da Virgem tudo é submisso, até Deus’. Esta é a tendência dominante [nos séculos XVIII e XIX]: uma mariologia triunfalista e maximalista” (MURAD, Afonso. Maria, toda de Deus e tão humana. 2 ed.. São Paulo: Paulinas; Valência, ESP: Siquem, 2006, p. 14).

Como o próprio mariólogo marista afirmou, esta é a “tendência dominante” dos séculos XVIII e XIX. Basta lembrarmos que santos como Dom Bosco, Domingos Sávio, João Maria Vianney, Gema Galgani, João Eudes e Teresinha do Menino Jesus se consagraram à Mãe de Deus segundo este método, nesse período. A partir destas personalidades podemos encontrar traços de uma espiritualidade vigente na época, mas não uma expressão em nível de Igreja universal. A espiritualidade do Padre Luís Maria só é expressa em nível de Magistério, a partir do Papa Leão XIII, amigo pessoal de Padre Dehon.

Leão XIII, durante seu período de pontificado (1878-1903), escreveu dez encíclicas sobre o santo Rosário e a devoção mariana. Na Encíclica que escreveu por ocasião do cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, ressaltou a figura de Maria como Medianeira junto ao Mediador, Jesus Cristo, utilizando como fundamento o Tratado da Verdadeira Devoção (cf. Heinrich Maria Köster. Die Magt des Herrn,1947, p. 54 in pt.wikipedia.org).

Além de Leão XIII, que beatificou o Padre Luís Maria, em 1888. Temos a expressiva figura de Pio XII, que canonizou o beato em julho de 1947. E, também a de São João Paulo II, que, enquanto seminarista, leu e releu inúmeras vezes a obra lapidar de Montfort e adotou como lema para a vida inteira a frase: Ego sum totus tuus Maria (sou todo teu Maria), referindo-se à “consagração total” de São Luís.

Frater Thiago Pereira, SCJ/ Reparatoris.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

O Concílio Vaticano II e o diálogo

A experiência de Deus é a experiência de sua relação de amor com Jesus, o Filho. A experiência fundamental de Jesus Cristo é a experiência de sua relação de

amor de Filho amado pelo Pai e que lhe retribui o Amor. Esse Amor que procede da paternidade do Pai e da filiação do Filho é o Espírito Santo.

A comunicação do Espírito-Amor aos humanos torna a humanidade participante do relacionamento divino no Amor: pela filiação ao Pai e no relacionamento fraterno com Jesus.

A espiritualidade da Comunicação nasce exatamente desse caráter relacional com a divindade. Deus – essencialmente relacional – não poderia criar o homem para a solidão. Tudo, pois, o que for relação é Comunicação. O Criador foi claro: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Depois de ter criado o homem em relação com a Natureza e com o divino, Deus sacramentou essas relações criando a mulher como companheira. Então reconheceu que tudo o que havia feito “era muito bom” (cf. Gn 1,31).

Esse raciocínio leva à conclusão de que a Comunicação, por sua natureza e a sua própria espiritualidade, é alicerçada no relacionamento com o divino e no amor fraterno.

Na medida em que se estreitarem as relações humanas, a pessoa vai sendo incluída na Comunidade. Neste mundo que se caracteriza pela exclusão, a Comunidade desenvolve relações inclusivas,

Incluir não é só cadastrar a pessoa. É, além disso, a pessoa aprofundar cada vez mais o espírito de pertença à Comunidade. E, por causa do espírito de pertença, a pessoa entre no processo de corresponsabilizar-se em união com os demais membros da Comunidade.

Nós usamos muitas expressões com a ideia de relação. Por exemplo: cortar relações; estabelecer relações; estremecer as relações; relações amigáveis; relações difíceis; fortalecer as relações; relações internacionais...

Falando na comemoração dos 30 anos do Centro Televisivo do Vaticano, o Papa Francisco afirmou sua intenção de “meditar sobre as suas perspectivas para um serviço mais atento e qualificado”. O Papa Francisco agradece à diretoria e aos funcionários do CTV “a capacidade de tecer relações com diferentes realidades do mundo inteiro para construir pontes, superar muros e fossos e fazer refulgir a luz do Evangelho. [...] convergir e não concorrer”. E insiste que o CTV e a própria Comunicação da Igreja com o mundo se realizem “dialogando com um mundo que tem necessidade de ser ouvido e compreendido, mas também de receber a mensagem da vida verdadeira” (L”Osservatore Romano, Ed. Brasileira, 43).

Pe. Augusto César Pereira SCJ.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Nossos falecidos do mês de abril

Pela noite tenebrosa à alvorada luminosa; dos espinhos à floração. Através da cruz dolorosa à luz gloriosa; pela morte à ressurreição.

No dia 08 de abril/2014 faleceu nosso confrade Ir. Rutgerus Joannes Verbeet da Confederação Holandesa Flândrica, em Nijmegen, Holanda. Nascido no dia18/04/1927, emitiu os primeiros votos em 08/09/1949.

No dia 08 de abril/2014 faleceu nosso confrade P. Víctor de Vega Turienzo da Província Espanhola, em Salamanca, Espanha. Nascera aos 14/12/1930, fizera a primeira profissão no dia 29/09/1950 e ordenara-se presbítero em 29/06/1950.

No dia 21 de abril/2014 faleceu nosso confrade P. Luiz Carlos da Silva da Província Brasil São Paulo, em Barretos/SP. Nasceu em 27/02/1946, professou aos 02/02/1975 e foi ordenado padre no dia 07/12/1980.

No dia 21 de abril/2014 faleceu nosso confrade P. Albino Elegante da Província Italiana Setentrional, em Bologna, Itália. Havia nascido no dia 15/11/1919, feito a primeira profissão em 29/09/1937 e ordenado presbítero aos 25/06/1947.

No dia 23 de abril/2014 faleceu nosso confrade P. Silvestre Müller da Província Brasil São Paulo, em Lavras/MG. Nascido em 27/09/1925, fez a primeira profissão aos 10/02/1947 e foi ordenado presbítero no dia 09/12/1951.

No dia 25 de abril/2014 faleceu nosso confrade P. Adrianus Theodorus Maria Ignatius van der Wilk da Confederação Holandesa Flândrica, em Nijmegen, Holanda. Nascera no dia 28/11/1925 e emitira os a primeiros votos em 08/09/1948 e fora ordenado sacerdote aos 17/07/1955.

No dia 26 de abril/2014 faleceu nosso confrade Dom Aloísio Roque Oppermann, Arcebispo emérito de Uberaba, da Província Brasil São Paulo, em Uberaba/MG. Nasceu no dia 19/06/1936, professou os primeiros votos aos 02/02/1956, foi ordenado presbítero em 29/06/1961 e bispo aos 21/04/1983.

Lembrete: “Quando da morte de um membro da Província, cada sacerdote celebre duas missas e os outros religiosos participem de duas celebrações eucarísticas na intenção do confrade falecido” (DP 71, §2).

“Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida,então morrer também vale a pena...” (Immanuel Kant).

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Dom Roque: Por causa de um certo Reino

Por causa de um certo Reino... é um título cantado por P. Zezinho que bem cabe para historiar um pouco da muita vida de Dom Roque. A razão é simples: foi simples seu viver, como o Reino; foi

simples seu ardor, como o Reino. Logo, alguém que viveu por causa de um certo Reino.

Filho de Jacó Afonso Oppermann e de Maria Ledur Oppermann, Dom Roque nasceu aos 19 de junho de 1936, na comunidade São Vendelino, em Monte Negro/RS. Ali foi batizado (20/06/1936) e crismado (16/12/36). Viveu quase 78 anos.

No ano de 1948 ingressou no Seminário São Miguel de Crissiumal/RS e, no ano seguinte, seguiu para o Seminário SCJ de Corupá/SC onde cursou os então 1º e 2º Graus até 1954. Fez o noviciado em 1955 em Brusque/

SC, de sorte que aos 02/02/1956 emitiu os primeiros votos religiosos na Congregação SCJ na mesma cidade catarinense. Por mais de 58 anos, portanto, foi religioso

dehoniano.Estudou filosofia no Convento SCJ de Brusque (1956 e 1957) e teologia no Instituto Teológico SCJ

de Taubaté/SP (1958 – 1961). Recebeu o diaconato em 19/02/1961 e ao final do mesmo ano foi ordenado sacerdote em Taubaté. Foi padre por quase 53 anos.

Depois do tirocínio pastoral na Vila Maria, em São Paulo (1962), dedicou longos anos à formação em várias casas da Província: auxiliar na formação dos órfãos no Instituto Meninos de São Judas Tadeu (1963) na capital paulista; formador no Seminário São Miguel de Crissiumal/RS (1964 e 1965); professor e formador no Colégio Dehon em Tubarão/SC (1966 – 1968); diretor do Seminário São José (2º Grau) em Rio Negrinho/SC (1969 – 1971); diretor do Instituto Dehonista e pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia em Curitiba/PR (1972 – 1977). Nesses seis anos foi competente diretor, exímio formador e talentoso professor, além de pároco solícito. Sabia fazer-se próximo dos seminaristas e do povo, muito compreensivo e atencioso.

De 1978 a 1982 foi pároco da Paróquia Divino Espírito Santo em Varginha/MG. Por dois triênios foi superior da então BM 5 que corresponde ao atual Setor 5/MG. Exerceu o cargo de conselheiro provincial por três triênios, entre os anos de 1969 e 1982. A partir de 1981 assumira a secretaria do SAM (Serviço de Animação Missionária) e dispunha-se a trabalhar nas missões do Mato Grosso quando foi eleito bispo.

A nomeação a bispo oficializou-se no dia 02/02/1983 e a ordenação episcopal, com o lema pastoral Christus Dominus, aconteceu em Ituiutaba/MG, aos 21/04/1983, coincidindo com a instalação da Diocese local. Ali permaneceu até 15 de maio de 1991 quando da transferência para a Diocese de Campanha/MG. No dia 01/05/1996 tomou posse na Arquidiocese de Uberaba/MG onde foi Arcebispo titular até 2012. Mesmo como arcebispo emérito continuou morando em Uberaba, a serviço da Arquidiocese local. Dom Roque exerceu o ministério episcopal ao longo de 31 anos.

Impressionante pela física estatura (foi um homem grande), Dom Roque mostrou-se maior pela moral envergadura (foi um grande homem). Notável por ser simplesmente grande e grandemente simples. A vida na sua porção terrena foi-lhe trocada pela vida na dimensão plena nas tardas horas do dia 26 de abril de 2014, na sua residência em Uberaba. A causa mortis foi dada como indeterminada, mas tudo indica que tenha tido parada cardíaca. Só foi encontrado na manhã de 27/04 (Domingo), pois não apareceu para presidir a missa das 07:00 que lhe estava destinada no Mosteiro Carmelita da cidade. Sua agenda sempre cheia também previa crisma para o mesmo dia e vários retiros e cursos ao longo do ano.

As celebrações funerais tiveram seu ponto alto a partir das 09h00 de 28 de abril, na Catedral Metropolitana Sagrado Coração de Jesus. Marcaram presença um irmão e duas irmãs de Dom Roque, oito bispos, dezenas de padres e diáconos, muitos religioso(a)s e grande concurso de fiéis. O prefeito de Uberaba decretou luto oficial de três dias.

Quem tanto apontou ao céu a partir da terra, agora pode olhar a terra a partir do céu, porque “Deus me salvará da morte e junto a si me tomará em suas mãos” (Sl 49,16).

P. Mariano,scj.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Envio Missionário de P. Sílvio em Varginha

Despedida e Envio do Pe. Sílvio José do Nascimento

Após três anos de exercício ministerial na Paróquia do Divino Espírito Santo, Pe. Sílvio José do Nascimento recebeu envio

do Superior Provincial, Pe. Mariano Weizenmann para iniciar nova missão em Trento, na Itália e depois em Roma. Na primeira desenvolverá sua pastoral junto a juventude, especialmente no aspecto vocacional; na segunda, para estudos de teologia sistemática.

Sua despedida de Varginha – MG se deu em missa na Matriz, às 10h, presidida pelo próprio

Pe. Silvio e concelebrada por todos os confrades da paróquia, além do Superior Provincial que, após a homilia, enviou-o à nova missão.

Grande afluência de povo verificou-se nesta que, em momentos de particular emoção, a todos contagiou. Por fim, antes da bênção final e depois do depoimento sincero, crível e edificante de uma leiga, dona Aparecida, representando os leigos da paróquia, tomou a palavra o pároco, Pe. José Felipe Dalcegio que, com sorriso e simpatia dedicou palavras de agradecimento pelo tempo de convivência e cooperação ministerial, além de incentivo à missão. Após a despedida, não poucos foram os que aproximaram-se do Pe. Sílvio para saudá-lo e dedicar-lhe algumas palavras de gratidão.

Aos 27 de abril de 2014, da Paróquia do Divino Espírito Santo,em Varginha – MG. Diác. Rodinei Eiselt, scj.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

P. Zezinho: teologia e devoção em poesia e canção

Antes de recordar esta música, um favor: dê uma olhada entre suas músicas e seus livros... O que é que você tem das obras de P.

Zezinho? Na livraria de sua paróquia, de que autor vocês vendem CDs e livros?... O quê? Não tem nada de P. Zezinho? O que é isso, meu irmão?

Associemo-nos à gratidão pelos 50 anos de evangelização de P. Zezinho, fazendo conhecida sua magnífica obra. Músicas e livros de conteúdo catequético incontestável, teologia sólida, senso eclesial louvável.

Você também pode ouvir a música clicando no link.

http://www.cifras.com.br/cifra/padres/zezinho-maria-de-minha-infancia

Maria de Minha Infância (Padre Zezinho)

Eu era pequeno, nem me lembro. Só lembro que à noite, ao pé da cama, juntava as mãozinhas e rezava apressado, mas rezava como alguém que ama. Nas Ave - Marias que eu rezava eu sempre engolia umas palavras e muito cansado acabava dormindo, mas dormia como quem amava.

Ave - Maria, Mãe de Jesus, o tempo passa, não volta mais. Tenho saudade daquele tempo que eu te chamava de minha mãe.

Ave - Maria, Mãe de Jesus, Ave - Maria, Mãe de Jesus.Depois fui crescendo, eu me lembro. E fui esquecendo nossa amizade. Chegava lá em

casa chateado e cansado, de rezar não tinha nem vontade. Andei duvidando, eu me lembro das coisas mais puras que me ensinaram. Perdi o costume da criança inocente, minhas mãos quase não se ajuntavam.

O teu amor cresce com a gente. A mãe nunca esquece o filho ausente. Eu chego lá em casa chateado e cansado, mas eu rezo como antigamente. Nas Ave - Marias que hoje eu rezo, esqueço as palavras e adormeço. E embora cansado, sem rezar como eu devo, eu de Ti Maria, não me esqueço.

P. Mariano,scj.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Encontro de Páscoa dos Dehonianos do Distrito BSL

Nos dias 21 a 24 de abril, os religiosos dehonianos do Distrito BSL, estiveram reunidos para a Pascoela anual, em uma casa de praia na cidade de São Luís

do Maranhão. Esse encontro já se tornou tradicional e é esperado sempre com grande alegria.

Era segunda-feira, aos poucos os confrades foram chegando das diversas áreas de missão, trazendo consigo o cansaço da Semana Santa celebrada com o povo, as histórias peculiares que todo o missionário conta, e a vontade de descansar com a família religiosa, que de alguma forma ameniza a saudade dos que estão longe.Sempre com muita descontração, cada um vai se ajeitando, já vai

pendurando sua rede, caminhando na praia, tomando uma geladinha, colocando em dias as conversas.

Na terça-feira, ainda sobra tempo para trazer os seminaristas do propedeutico e da filosofia, são vinte, para que numa tarde de esportes sintamos a juventude e o futuro do nosso Distrito, e claro, termiando o dia com a Eucaristia tradicionalmente presidida pelo sacerdote recem chegado em nosso distrito. Uma coisa interesante é que a homilia é sempre partilhada e muitos falam dos trabalhos desenvolvidos na Semana Santa, das alegrias, dos desafios....

Tivemos também uma reunião séria na quarta-feira, pois não podemos deixar de aproveitar o clima amistoso para resolver alguns problemas. E encontro de religiosos só para o lazer é ainda raro....

Bem em terras maranhenses tivemos também um delicioso churrasco de espeto corrido, feito por um barriga verde. Tudo pode acontecer quando estamos na missão, até misturar churrasco gaúcho com guaraná Jesus, que Deus nos perdoe por esse pecado.

Quitna-feira chegou rapidamente, cada um foi desamarrando a rede, fazendo a mala, contando as últimas novidades, se é que sobraram alguma, e depois do almoço, estrada. A missão continua, Cristo ressuscitou e com Ele continuamos nossos trabalhos.

Já, já, vamos olhar o calendário para contar os meses para a próxima Páscoela e quem sabe você vem passar conosco esses dias agradáveis.

Tá feito o convite.

Pe. Djalma Lúcio Magalhães Tuniz,scj/Secretário Distrito BSL.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Impressões de jovem missionário em terras do Pará

Sou o frater Marcell Santiago Marcelino, tenho 26 anos e já estou na congregação há mais de 7 anos. Sempre mudando de um lado para o outro, devido as etapas formativas da Congregação realizadas

em diversos pontos no Brasil, posso dizer que acabei me acostumando com o fato de estar sempre pronto para partir. O “IR” e “VIR”, movimentos triviais e próprios de um religioso, constituem parte da grande riqueza formativa de nossa Congregação experenciada ao longo dos anos.

Mas se os movimentos de chegada e partida em si já nos trazem grande crescimento interior, espiritual, cultural, humano entre outros mais, ainda somos beneficiados porque desbravamos novos lugares. Chegar ao Pará foi para mim, algo surpreendente.

Aqui em Parauapebas vemos que a Companhia de Extração de Minério Vale do Rio Doce, exerce peculiar atração na região, para pessoas que buscam oportunidades de emprego. Este

é um dos motivos pelos quais verificamos que a cidade congrega pessoas de estados e cidades circunvizinhas, que trazem consigo seus costumes, valores, cultura, tradição e sabedorias pelo que passaram e enfrentaram durante suas vidas.

Isso constitui para nós que aqui passamos brevemente, um necessário empenho em acolher bem estas pessoas em nossa Igreja, adentrar na vida de cada uma delas e saborear muitos mais que as suas culinárias apetitosas e diversas, mas suas alegrias e tristezas, suas histórias de vida. Auxiliando a cada uma a conhecer o CRISTO, experimentá-lo e construir suas casas sobre a rocha firme que é ELE. Feliz foi minha chegada nesta cidade, e ainda mais feliz está sendo minha permanência por aqui.

Aqui aprendendo pouco a pouco como ajudar as pessoas que me cercam, levando-as a Jesus. Com elas também experimento gradativamente a alegria das festas populares que trazem junto com a fé em Deus, dias mais festivos e alegres a quem muitos calhordas engravatados tentam tirar a alegria de viver.

Frater Marcell Santiago marcelino, SCJ.

Dehonianos ........................................ 13

|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Saberes e sabores...

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”

(Dalai Lama).“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar

do jardim para que elas venham até você” (Mario Quintana).“Preocupe-se mais com a sua consciência do que com

sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles”

(desconhecido).