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DEFINIÇÃO DE TRANSTORNO
MENTAL Os Transtornos Mentais são síndromes ou padrões
comportamentais ou psicológicos clinicamente importantes, que ocorrem num indivíduo e estão associados com sofrimento ou incapacitação ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento, morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade.
A expressão “transtorno mental” infelizmente sugere uma distinção entre transtornos “mentais” e transtornos “físicos”, uma visão reducionista do dualismo mente/corpo.
Um equívoco comum consiste em pensar que uma classificação de transtornos mentais classifica pessoas, quando na verdade o que se classifica são os transtornos que as pessoas apresentam.
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DIAGNOSTICAR É DESCOBRIR UM
FENÔMENO PATOLÓGICO
• Permite o estabelecimento de condutas, prognóstico, investigação científica e hipóteses explicativas.
• Os critérios diagnósticos visam a servir como diretrizes a serem moduladas pelo julgamento clínico, não devendo ser usados como um “livro de receitas”.
• Mau uso do diagnóstico psiquiátrico
• Uso político e punitivo
• Instrumento de estigmatização
• Rótulo
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DIAGNÓSTICO
Diagnóstico é um construto, não é um dado concreto da natureza
É formulado para ajudar a entender melhor nossos doentes e poder ajudá-los de uma maneira mais eficaz
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DIAGNÓSTICO
Função científica e de
comunicação
Função pragmática e ética de
entendimento, ordenação e
subsídio para a prática clínica
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DIAGNÓSTICO
Baseado em dados clínicos, na história
dos sintomas e no exame psíquico atual
É orientado pela observação, descrição e
aspectos fenomenológicos, além da
evolução temporal.
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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO
• Não há sintomas patognomônicos específicos de um
transtorno mental
• É o conjunto de dados clínicos que possibilita o diagnóstico
psicopatológico
• O diagnóstico se torna consistente com a observação do
curso, da evolução do transtorno
• É necessário aguardar a evolução para se
confirmar a hipótese inicial
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ASPECTOS PARTICULARES DO
DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO
Baseado em dados clínicos
Difícil base em mecanismos etiológicos
Inexistência de sintomas específicos
Estão em constante evolução
Confiabilidade (reprodução)
Validade (verdade)
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NORMALIDADE
Padrões de comportamento ou traços de
personalidade típicos ou que estejam em
conformidade com certos padrões adequados e
aceitáveis de se comportar e agir.
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DSM-IV-TR
Transtorno mental é caracterizado como um comportamento, uma síndrome psicológica ou um padrão que está associado a uma perturbação (p. ex., sintoma doloroso) ou deficiência (i.e., uma limitação em uma ou mais áreas importantes do funcionamento).
A síndrome ou o padrão não deve ser uma resposta esperada e culturalmente aceita a determinado evento, como a morte de um familiar.
Comportamentos que diferem dos padrões (p. ex., políticos, religiosos ou sexuais) ou conflitos entre o indivíduo e a sociedade não são transtornos mentais.
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PERSPECTIVAS DA NORMALIDADE
Normalidade como saúde: ausência de sinais e
sintomas.
Normalidade como utopia: “uma ficção ideal”.
Normalidade como média: faixa intermediária
normal e extremos anormais.
Normalidade como processo: mudanças ou
processos ao invés de definição transversal.
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NORMALIDADE CONTEXTUALIZADA
• Autonormal: pessoa considerada normal por sua própria sociedade
• Autopatológica: pessoa considerada anormal por sua própria sociedade
• Heteronormal: pessoa considerada normal por membros de outra sociedade que a observam
• Heteropatológia: pessoa considerada incomum ou patológica por membros de outra sociedade que a observam
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EXAME DO ESTADO MENTAL
Aparência e comportamento
Estado de consciência
Orientação
Confiança
Relacionamento com o entrevistador
Afeto e humor
Fala
Pensamento
Senso-percepção
Insight
Juízo crítico
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SEXO
Mulheres: anorexia, bulimia nervosa,
somatização e transtornos do humor.
Homens: personalidade anti-social e abuso de
álcool.
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IDADE
Pacientes jovens: anorexia nervosa e
esquizofrenia.
Pacientes idosos: demência degenerativa.
Um paciente que parece mais velho do que sua
idade pode ter uma história de abuso de drogas,
transtornos cognitivos, depressão ou doença
física.
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RAÇA E ORIGEM ÉTNICA
Pode ser fonte de estresse ou reação de adaptação
Pode ter formação cultural diferente (p. ex.
psicose interpretada como possessão de espíritos)
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ESTADO NUTRICIONAL
Precário: anorexia nervosa em mulheres jovens;
anorexia devido ao abuso de álcool e de outras
drogas; esquizofrenia; depressão ou doenças
físicas como câncer e diabete.
Obesidade: transtorno da alimentação;
transtorno da somatização; transtorno do humor
com hiperfagia; ou uso de drogas psicotrópicas
como a mirtazapina, valproato de sódio, lítio,
clorpromazina, clozapina e olanzapina.
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HIGIENE E MODO DE VESTIR
A vestimenta pode demonstrar status social e
profissional, engajamento em atividades de lazer
e de trabalho, atitude em relação à sociedade ou
um estado de humor extremo como a mania ou
depressão.
Estes indícios servem como alerta, mas não deve
predispor o médico a favor ou contra um
diagnóstico.
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CONTATO VISUAL
• A maioria dos pacientes mantém contato visual e segue com os olhos os movimentos e gestos do entrevistador.
• Movimentos oculares aberrantes são indícios diagnósticos: olhos errantes revelam distratibilidade, alucinações visuais, mania ou deterioração cognitiva.
• A evitação do contato visual pode expressar hostilidade, timidez ou ansiedade.
• O rastreamento constante do olhar pode revelar desconfiança.
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POSTURA
Alto tônus muscular: paciente tenso e agitado,
aumento no nível de energia.
Baixo tônus muscular: calmo ou sonolento,
decréscimo no nível de energia.
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MOVIMENTOS PSICOMOTORES
• Gestos (expressivos, ilustrativos, simbólicos)
• Catatonia
• Flexibilidade cérea
• Agitação psicomotora
• Coréia
• Tremores
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ESTADO DE CONSCIÊNCIA
• Coma: não desperta.
• Estupor: é despertado temporariamente.
• Torpor: percepção reduzida.
• Estado crepuscular ou de sonho: desorientado.
• Ingestão de álcool
• Drogas
• Desmaios
• Narcolepsia
• Convulsões
• Pseudoconvulsões
• A letargia pode indicar doença física, demência ou delirium.
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ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
A concentração se limita a assuntos
interessantes?
Ele pode se concentrar somente quando fala, ou
também quando ouve?
Se distrai facilmente?
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MEMÓRIA
• Envolve a capacidade de:
• registrar
• fixar
• Conservar
• reproduzir a experiência anterior
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MEMÓRIA
Remota
Recente
Imediata
Confabulação
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A FALA
Disartria: articulação indistinta (p. ex. no abuso
de álcool)
Disprosódia: perturbação do ritmo (pausas longas
entre sílabas, p. ex.)
Salada de palavras (fluência contínua e sem
sentido)
Taquilalia (fala rápida)
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PENSAMENTO
• Pensamento concreto (não simboliza)
• Circunstancialidade (detalhes irrelevantes)
• Tangencialidade (não atinge o alvo, mas se aproxima)
• Perseveração (repetir a mesma coisa)
• Verbigeração ou palilalia (repetir automaticamente palavras ou expressões, especialmente ao final da frase)
• Associação por ressonância (associa por sons)
• Taquipsiquismo
• Descarrilhamento
• Fuga de idéias
• Divagação
• Salada de palavras
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ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Idéia prevalentes: idéias carregadas de afeto que dominam a preocupação da pessoa:
Ansiosos
Depressivos
Fóbico
Obsessivos
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CONTEÚDO DO PENSAMENTO
Delírios de grandeza
Delírios de ruína
Delírios persecutórios
Delírios de passividade (inserção ou roubo de sentimentos ou pensamentos)
Delírios bizarros
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SENSO-PERCEPÇÃO
Despersonalização
Desrealização
Ilusão
Alucinações (visuais, auditivas, olfativas, gustativas, táteis, somáticas)
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ORIENTAÇÃO
Quanto à pessoa
Quanto ao tempo
Quanto ao espaço
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AFETO
Hipomodulado: varia pouco (p. ex.: embotamento
afetivo).
Modulado: varia de acordo com a situação.
Hipermodulado: varia muito.
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HUMOR
Deprimido
Tranquilo
Eufórico
Irritável
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HUMOR E AFETO
• O afeto é momentâneo e o humor duradouro.
• O afeto está ligado a um estímulo externo ou interno e muda com eles; o humor altera-se espontaneamente.
• O afeto é primeiro plano; o humor plano de fundo.
• O afeto é observado pelo médico (sinal); o humor é referido pelo paciente (sintoma).
• O afeto pode ser congruente (coerente) ou incongruente com o humor.
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AFETIVIDADE E HUMOR
• Afeto • Qualidade e tônus emocional que acompanham uma idéia ou
representação mental. Componente emocional de uma idéia.
• Dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas.
• Humor • Tonalidade de sentimento mantido pelo paciente durante a
entrevista.
• Emoções • Reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por
estímulos importantes. São intensas e de curta duração.
• Alegria, tristeza, raiva, medo.
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INSIGHT
Pleno
Parcial
Inexistente
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JUÍZO CRÍTICO
Juízo crítico é a capacidade de escolher objetivos adequados e selecionar meios socialmente aceitáveis e adequados de os atingir.
Reflete o teste de realidade, a inteligência e a experiência.
Os planos para o futuro são realistas?
O paciente é responsável?
Há risco de auto ou hetero-agressão?
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Diretoria de Ensino – Leste 4
José Carlos Francisco
Dirigente Regional de Ensino -Diretoria de Ensino – Leste 4
Regina de Fátima Leôncio – PCNP Educação Especial
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