arenildo dos santos -...
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Rio de Janeiro
2019
Contém mais de 1.000 questões comentadas
Arenildo dos Santos
3ª edição
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2013-2019.
3ª edição, 2019.
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Impresso em junho de 2019, em São Paulo, na gráfica Psi7.
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S233g3. ed.
Santos, Arenildo dos, 1961- Gramática básica para concursos / Arenildo dos Santos. - 3. ed. - Rio de Janeiro : Ferreira, 2019. 704 p. (Concursos)
Inclui bibliografia Contém mais de 1.000 questões comentadas ISBN 978-85-7842-404-6
1. Língua portuguesa - Gramática. 2. Língua portuguesa - Problemas, questões, exercícios. 3. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Título. II. Série.
19-57138CDD: 469.5CDU: 811.134.3’36
Vanessa Mafra Xavier Salgado - Bibliotecária - CRB-7/6644
Editora [email protected]
III
Às mulheres que dão sentido à minha vida:
Patrícia, Isabelle e Caroline.
V
Prefácio
A menos que desrespeitem a Constituição, a única forma de acesso a um cargo público é por meio de concurso, o que representa uma das mais democrá-ticas conquistas da Carta de 1988.
Milhares de pessoas buscam tal acesso, pois querem um espaço seguro, no qual possam prestar sua colaboração com competência. Na maioria dos con-cursos, a relação candidato-vaga é surpreendente; por isso, demonstrar preparo é o grande desafio dos candidatos.
Dentro das condições fundamentais para se passar em uma prova dessa magnitude e que define o futuro de uma pessoa, o conhecimento da língua portuguesa é uma exigência pétrea, independente da carreira almejada. É essa realidade que remete a um aprendizado especializado.
Não é de hoje que o professor Arenildo dos Santos se destaca como um dos mais respeitados mestres da língua portuguesa. Rigoroso no conteúdo, tem de-senvolvido com sucesso métodos de ensino que facilitam a eficiente percepção do conhecimento e um aprendizado de excelência.
Foi a experiência de quase três décadas que esse gramático apaixona-do, de maneira organizada e didática, reuniu na obra Gramática Básica para Concursos. Logo, o livro é peça indispensável ao conhecimento que está final-mente ao alcance de todos. Com ela, os caminhos da aptidão para os candida-tos aos concursos públicos ganham um oportuno atalho.
Pedro Porfírio
VII
Nota sobre o livro
Esta gramática passou por uma “gestação” de mais de trinta anos. Ainda quando eu estava na graduação, na UFRJ, no início dos anos 80, comecei a escrevê-la, antes de tudo para eu mesmo poder entender a nossa língua. Fazia anotações comparando posicionamentos dos grandes gramáticos: Celso Cunha, Bechara, Celso Luft, etc. O curioso é que a versão inicial foi manuscrita: na verda-de, era um aglomerado de apontamentos em folhas de papel almaço. No início dos anos 90, datilografei (numa antiga Remington manual) todos aqueles apon-tamentos. Substituí folhas amarelecidas por outras que, inevitavelmente, também amareleceriam. Virou o século, entramos de vez na era digital, livrei-me das fo-lhas. Redigitei tudo, fazendo necessárias atualizações. A gramática virou arquivo. E agora ela está publicada. Em resumo, a gramática é nova, mas já tem mais de trinta anos de história.
IX
Sumário
Prefácio V
Nota sobre o livro VII
Capítulo 1 – Fundamentos da Comunicação 11 Componentes 1
1.1 Emissor 1
1.2 Receptor 1
1.3 Mensagem 1
1.4 Código 1
1.5 Canal 1
1.6 Contexto 2
2 Funções da linguagem 2
3 Variedades linguísticas 3
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 4
Questões de concursos públicos 5
Gabarito comentado 9
Capítulo 2 – Fonética e Fonologia 111 Conceituação básica 11
2 Encontro consonantal 12
3 Encontro vocálico 13
4 Sílaba 13
5 Classificação das palavras 15
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 16
Questões de concursos públicos 17
Gabarito comentado 20
XArenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
Capítulo 3 – Ortografia 231 Conceituação 23
2 Emprego de algumas letras 24
3 Dupla grafia 27
4 Erros frequentes no cotidiano 27
5 Parônimos e homônimos 28
5.1 Alguns parônimos que merecem atenção especial 28
5.2 Alguns homônimos que merecem atenção especial 29
6 Alguns casos de grande incidência em concursos públicos 29
7 Emprego das iniciais maiúsculas 33
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 34
Questões de concursos públicos 38
Gabarito comentado 44
Capítulo 4 – A Ortografia e a Reforma 491 Acentuação gráfica 49
2 Emprego do hífen: casos mais explorados em concursos 52
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 54
Questões de concursos públicos 59
Gabarito comentado 62
Capítulo 5 – Morfologia – Estrutura e formação das palavras 651 Estrutura das palavras 65
2 Processos de formação de palavras 67
3 Correspondência entre prefixos gregos e latinos 69
4 Outros prefixos gregos e latinos 70
5 Sufixos frequentes 70
6 Principais radicais importados para o Português 73
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 83
Questões de concursos públicos 86
Gabarito comentado 89
Capítulo 6 – Artigo 911 Conceitos básicos 91
2 Semântica básica dos artigos 91
3 Alguns empregos do artigo 92
XI
Sumário
4 Casos especiais 93
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 94
Questões de concursos públicos 95
Gabarito comentado 97
Capítulo 7 – Substantivo 991 Classificações básicas 99
2 Gênero dos substantivos 99
3 Número dos substantivos 104
4 Lista de substantivos coletivos 109
5 Grau dos substantivos 111
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 113
Questões de concursos públicos 115
Gabarito comentado 118
Capítulo 8 – Adjetivo 1211 Classificações básicas 121
2 Gênero dos adjetivos 123
3 Número dos adjetivos 124
4 Grau dos adjetivos 125
5 Adjetivos pátrios e gentílicos 128
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 130
Questões de concursos públicos 131
Gabarito comentado 134
Capítulo 9 – Pronome 1371 Classificação geral 137
2 Pronomes pessoais 137
3 Pronomes de tratamento (ou formas de reverência) 141
4 Pronomes possessivos 143
5 Pronomes demonstrativos 144
6 Pronomes indefinidos 148
7 Pronomes interrogativos 151
8 Pronomes relativos 151
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 154
Questões de concursos públicos 159
Gabarito comentado 165
XIIArenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
Capítulo 10 – Posição do pronome oblíquo átono 1691 Casos fundamentais 169
2 Colocação do POA na locução verbal 172
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 173
Questões de concursos públicos 175
Gabarito comentado 178
Capítulo 11 – Numeral 1811 Conceituação 181
2 Cardinais 181
3 Ordinais 182
4 Fracionários 183
5 Multiplicativos 183
6 Algarismo/Número/Numeral 184
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 186
Gabarito comentado 187
Capítulo 12 – Preposição 1891 Conceituação básica 189
2 Particularidades quanto ao emprego das preposições 190
3 Valor relacional e nocional 191
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 191
Questões de concursos públicos 193
Gabarito comentado 196
Capítulo 13 – Advérbio 1991 Conceituação básica 199
2 Circunstâncias adverbiais 200
3 Graus do advérbio 202
4 Adverbialização do adjetivo 203
5 Denotativos: semelhantes aos advérbios, mas nem tanto 204
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 207
Questões de concursos públicos 209
Gabarito comentado 212
XIII
Sumário
Capítulo 14 – Conjunção 2151 Conceituação 215
2 Classificação das conjunções (e locuções) coordenativas 215
3 Classificação das conjunções (e locuções) subordinativas 218
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 222
Questões de concursos públicos 225
Gabarito comentado 229
Capítulo 15 – Interjeição 2331 Conceituação 233
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 234
Gabarito 234
Capítulo 16 – Verbos 2351 Conceituação 235
2 Morfologia – Estrutura dos verbos 235
3 Classificações 237
4 Formação dos tempos simples 244
5 Formação dos tempos compostos 247
6 Locuções verbais 249
7 Formas nominais do verbo: o infinitivo 251
8 Formas nominais do verbo: o gerúndio 253
9 Formas nominais do verbo: o particípio 254
10 Emprego dos modos e tempos verbais 254
11 Correlação verbal 261
12 Vozes verbais 263
13 Verbos pronominais 268
14 Conjugação dos verbos regulares 271
15 Conjugação dos mais frequentes verbos auxiliares 274
16 Como se conjuga um verbo na voz passiva 280
17 Como se conjuga um verbo acompanhado encliticamente do
pronome átono o (e variações: a, os, as) 281
18 Alguns verbos da primeira conjugação que merecem atenção especial 282
19 Alguns verbos da segunda conjugação que merecem atenção especial 292
20 Alguns verbos da terceira conjugação que merecem atenção especial 314
XIVArenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
21 Verbos que se confundem muito no cotidiano. Compare-os cuidadosamente 334
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 335
Questões de concursos públicos 341
Gabarito comentado 352
Capítulo 17 – Análise Sintática – Termos da oração 3591 Fundamentos básicos 359
1.1 Frase, oração, período 359
2 Sujeito 360
2.1 Sujeito Simples 361
2.2 Sujeito Composto 362
2.3 Sujeito Oculto 362
2.4 Sujeito Indeterminado 363
2.5 Sujeito Inexistente 365
3 Predicado 367
3.1 Predicado Nominal 367
3.2 Predicado Verbal 368
3.3 Predicado Verbo-nominal 370
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 384
Questões de concursos públicos 390
Gabarito comentado 397
Capítulo 18 – Análise Sintática – Orações Coordenadas 4031 Conceitos básicos 403
2 Classificação das orações coordenadas 404
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 408
Questões de concursos públicos 411
Gabarito comentado 413
Capítulo 19 – Análise Sintática – Orações subordinadas substantivas 4171 Conceitos básicos 417
2 Classificação das orações subordinadas substantivas 418
3 Orações subordinadas substantivas reduzidas 422
XV
Sumário
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 424
Questões de concursos públicos 426
Gabarito comentado 427
Capítulo 20 – Análise Sintática – Orações subordinadas adjetivas 4291 Conceitos básicos 429
2 Classificação das orações subordinadas adjetivas 430
3 Orações subordinadas adjetivas reduzidas 431
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 433
Questões de concursos públicos 434
Gabarito comentado 437
Capítulo 21 – Análise Sintática – Orações subordinadas adverbiais 4391 Conceito básico 439
2 Classificação das orações subordinadas adverbiais 439
3 Orações subordinadas adverbiais reduzidas 445
4 Orações intercaladas (ou interferentes) 447
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 448
Questões de concursos públicos 452
Gabarito comentado 458
Capítulo 22 – Concordância verbal 4631 Casos básicos 463
2 Casos particulares 465
3 Casos especiais 471
4 Concordância ideológica (silepse) 475
5 Construções com o pronome SE indeterminador ou apassivador do
sujeito 475
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 478
Questões de concursos públicos 480
Gabarito comentado 489
Capítulo 23 – Concordância nominal 4951 Concordâncias básicas 495
2 Casos particulares 498
XVIArenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
3 Concordância ideológica 503
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 504
Questões de concursos públicos 506
Gabarito comentado 511
Capítulo 24 – Regência 5151 Regência nominal 515
2 Regência verbal 516
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 527
Questões de concursos públicos 530
Gabarito comentado 537
Capítulo 25 – Crase 5431 Conceitos básicos 543
2 Principais casos do emprego do acento grave 544
3 Crase facultativa 547
4 Casos em que não pode haver acento grave 548
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 550
Questões de concursos públicos 553
Gabarito comentado 557
Capítulo 26 – Funções da palavra que 5611 Quadro 1 das funções morfológicas da palavra que 561
2 Funções sintáticas do pronome relativo 563
3 Quadro 2 das funções morfológicas da palavra que: conjunções 566
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 567
Questões de concursos públicos 569
Gabarito comentado 573
Capítulo 27 – Funções da palavra se 5771 Quadro das principais funções morfológicas da palavra se 577
2 Funções sintáticas do pronome reflexivo se 578
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 579
Questões de concursos públicos 581
Gabarito comentado 587
XVII
Sumário
Capítulo 28 – Pontuação 5911 A vírgula: casos em que não é usada 591
2 A vírgula: casos em que é usada 592
3 O ponto final: principais casos em que é usado 598
4 O ponto e vírgula: principais casos em que é usado 599
5 O dois-pontos: principais casos em que é usado 600
6 Emprego do ponto de interrogação: principal caso em que é usado 601
7 Emprego do ponto de exclamação: principais casos em que é usado 601
8 Emprego das reticências: principais casos em que são usadas 601
9 Emprego do travessão: principais casos em que é usado 602
10 Emprego dos parênteses: principais casos em que são usados 604
11 Emprego dos colchetes: principal caso em que são usados 604
12 Emprego das aspas: principais casos em que são usadas 604
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 606
Questões de concursos públicos 609
Gabarito comentado 619
Capítulo 29 – Semântica 6251 Sinonímia 625
2 Antonímia 625
3 Hiperonímia e hiponímia 626
4 Paronímia 626
5 Homonímia 627
6 Polissemia 627
7 Denotação e conotação 628
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 628
Questões de concursos públicos 630
Gabarito comentado 633
Capítulo 30 – Figuras de linguagem 6351 Figuras de palavras (tropos) 635
2 Figuras de sintaxe (de construção) 637
3 Figuras de pensamento 639
4 Figuras fonéticas (exploram o som) 640
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 641
Questões de concursos públicos 644
Gabarito comentado 647
XVIIIArenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
Capítulo 31 – Vícios de linguagem 6491 Estrangeirismos 649
2 Barbarismos 649
3 Cruzamentos léxicos 650
4 Acúmulos 650
5 Cacófatos (cacofonias) 650
6 Ecos 651
7 Colisões 651
8 Arcaísmos 651
9 Preciosismos 651
10 Solecismos 651
11 Pleonasmos viciosos (redundâncias, tautologias, perissologias) 652
12 Ambiguidades (anfibologias) 652
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 652
Questões de concursos públicos 654
Gabarito comentado 658
Capítulo 32 – Coesão e Coerência 6611 Remissão intratextual: endófora 662
2 Remissão extratextual: exófora (dêixis, função dêitica, díctica) 663
3 Coesão sequencial 664
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 665
Questões de concursos públicos 667
Gabarito comentado 671
Capítulo 33 – Transposição de discursos 6731 Discurso direto 673
2 Discurso indireto 673
3 Discurso indireto livre 674
4 Quadro de conversão de discursos 674
Questões de treinamento para fixação de conteúdo 675
Questões de concursos públicos 679
Gabarito comentado 681
Referências bibliográficas 685
403
Capítulo 18
Análise Sintática
Orações Coordenadas
1 Conceitos básicos
A partir de agora, estudaremos as orações. Você não encontrará maiores dificuldades, caso, desde já, fixe certos conceitos. Observe:
1. Quando um período tem uma única oração, ele é chamado de simples; ela, de absoluta. Portanto, não se pode falar em período simples, quan-do há mais de uma oração; não se pode falar em oração absoluta, quando há mais de uma oração no período.
2. Quando um período apresenta mais de uma oração, ele é chamado de composto. Veja e compare:
a) Estudei muito. (Per. Simples – Or. Absoluta) b) Passei em primeiro lugar. (Per. Simples – Or. Absoluta)c) Estudei muito e passei em primeiro lugar. (Período Composto) (or. coord. assind.) (or. coord. sind. aditiva)
Há três tipos de período composto:a) Período composto por coordenação: nele só há orações coordenadas.
Fixe: as orações coordenadas têm a mesma hierarquia, ou seja, uma não manda na outra, elas são independentes entre si, cada uma não exerce função sintática da outra.
b) Período composto por subordinação: por uma questão lógica, se se fala em oração subordinada, automaticamente se fala em oração principal. Um conceito está atrelado ao outro. A oração subordi-nada pode ser substantiva, adjetiva ou adverbial.
c) Período misto: nele há pelo menos uma oração principal, uma oração subordinada e duas orações coordenadas.
404Arenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
3. As orações coordenadas podem ser assindéticas (sem síndeto) ou sindéticas.
Quer um conselho? Antes de você prosseguir neste estudo de orações, faça uma (re)leitura do capítulo 14, no qual abor-damos as conjunções. Você não vai se arrepender.
2 Classificação das orações coordenadas
Assindéticas: são as que não apresentam síndeto, ou seja, conjunção. Elas estão simplesmente justapostas, separadas geralmente por vírgulas.
Acordei, levantei, escovei os dentes, lavei o rosto, fiz a barba.
Observe que, no período acima, há 5 verbos. Portanto, há 5 orações. Nenhuma delas se liga às demais por conjunção. São 5 orações coordenadas assindéticas, num período composto por coordenação.
Sindéticas: são as que apresentam síndeto, ou seja, conjunção. Depen-dendo do valor semântico (sentido prioritário) da conjunção, a oração pode ser classificada como aditiva, adversativa, alternativa, explicativa ou conclusiva.
Abaixo você tem um panorama das orações coordenadas. Observe-o e, em seguida, estudemos cada oração coordenada sindética.
Aditiva Estudo e trabalho.Não só estudo, mas também trabalho.
e, nemnão só ... mas também(série aditiva enfática)
AdversativaA aula acabou, mas o professor pros-seguiu.Ela ia me seduzir; saí, porém, de perto.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.O conector mas vem sempre no início da oração.
AlternativaOu chove, ou faz sol.
Ora estou enganado, ora estou certo.
ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, etc.Excetuando a conjunção “ou”, as demais sempre aparecem correlacionadas.
405
Análise Sintática – Orações Coordenadas
Capítulo 18
ConclusivaOuço música; logo, ainda não morri.Preciso de dinheiro; vou, pois, traba-lhar.
portanto, logo, então, pois, etc.O pois conclusivo nunca vem no início da oração.
Explicativa
Espere um pouco, que a chuva já vai passar.Pare com isso, que você está me irri-tando.
que, pois, porque, porquanto, etc. Em geral, há verbo imperativo no período.
1) Aditivas: a oração coordenada sindética aditiva tem o valor prioritário de acréscimo, adição. É introduzida, geralmente, pelas conjunções e e nem (com valor de e não).
[Eu estudo] [e trabalho.](or. coord. assind.) (or. coord. sind. aditiva)
[Não estudo] [nem trabalho.](or. coord. assind.) (or. coord. sind. aditiva)
Por vezes, o sentido aditivo é estabelecido por grupos de palavras: não só ... mas também, não apenas ... como também, não somente ... mas também, etc. São as chamadas séries aditivas enfáticas.Não só estudo, como também trabalho.
Por vezes, a ideia de adição é estabelecida por uma oração com verbo em forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particí-pio). Exemplos:
Ela pegou a minha mão, beijando-a em seguida. (e beijou-a em se-guida.)
Eu amo você, além de admirar. (e admiro.)
Não se faz análise sintática sem interpretar. A conjunção e pode, por vezes, adotar um sentido de oposição, adversida-de. Exemplo:
[Ele tem fome,] [e não come.] (or. coord. assind.) (or. coord. sind. adversativa)
406Arenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
2) Adversativa: a oração coordenada sindética adversativa estabelece, em geral, uma oposição ou ressalva à ideia presente em outra. É in-troduzida, geralmente, pelas seguintes conjunções (e locuções): mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, etc.
[A aula acabou,] [mas o professor prosseguiu.](or. coord. assind.) (or. coord. sind. adversativa)
[Ela ia me seduzir;] [saí, porém, de perto.](or. coord. assind.) (or. coord. sind. adversativa)
Os conectores adversativos em geral podem migrar na ora-ção. Cuidado requer a conjunção mas, a qual vem necessaria-mente no início da oração.
[Choveu muito;] [porém, a água escoou rapidamente.] [Choveu muito;] [a água, porém, escoou rapidamente.] [Choveu muito;] [a água escoou rapidamente, porém.] [Choveu muito;] [a água, no entanto, escoou rapidamente.] [Choveu muito;] [a água escoou, contudo, rapidamente.] [Choveu muito;] [mas a água escoou rapidamente.] [Choveu muito;] [a água, mas, escoou rapidamente.] (construção errada)
3) Alternativa: a oração coordenada sindética alternativa apresenta fatos ou ideias que se excluem, ou pelo menos se alternam. São introduzidas geralmente pelas seguintes conjunções: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja, etc.
[Ora chove,] [ora faz sol].or. coord. sind. alternativa or. coord. sind. alternativa
[Ou estou enganado,] [ou ele está mancando].or. coord. sind. alternativa or. coord. sind. alternativa
Nem toda repetição de conjunções implica ideia alternati-va. Numa frase como, por exemplo, “Nem corro, nem caminho”, a ideia é aditiva. Observe que o primeiro Nem equivale a Não. Veja: Não corro, nem caminho. Nesse caso, nem equivale a e não.
407
Análise Sintática – Orações Coordenadas
Capítulo 18
Quando se lida com orações, lida-se com semântica. É comum a conjunção acumular sentidos, ou seja, além de seu sentido prioritário, pode haver sentidos secundários (periféricos). A classificação de uma conjunção – e, consequentemente, da oração em que ela se encontra – depende de seu valor se-mântico prioritário. Veja: Coma tudo, ou você vai se arrepender. Não há dúvida de que, além da ideia alternativa, o período traz outros valores semânticos, sobretudo de condição, causa e efeito. No entanto, sintaticamente, no período dado, “Coma tudo” é or. coord. assind., e ou você vai se arrepender é or. coord. sind. alternativa.
4) Conclusiva: a oração coordenada sindética conclusiva apresenta um fecho, uma conclusão do raciocínio desenvolvido em outra oração. As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, etc.
[O acusado sequer encarou a vítima;] [logo, é culpado.] or. coord. assind. or. coord. sind. conclusiva
A conjunção pois tem valor conclusivo sempre que deslocada na sua oração, ou seja, quando vem no meio ou no final.
[Está trovejando desde cedo;] [choverá, pois, muito.] [Está trovejando desde cedo;] [choverá muito, pois.]
5) Explicativa: a oração coordenada sindética explicativa expressa uma justificativa ou explicação para um raciocínio desenvolvido na outra oração. As principais conjunções explicativas são: que, pois, porque, porquanto, etc.
[Espere um pouco,] [que a chuva já vai passar]. or. coord. assind. or. coord. sind. explicativa
[Pare com isso,] [que você está me irritando.]or. coord. assind. or. coord. sind. explicativa
408Arenildo dos Santos
Gramática Básica para Concursos
Em geral, há verbo imperativo na oração anterior. Quando não hou-ver verbo no imperativo, tente identificar a ordem em que os fatos considerados se deram na realidade. A explicação contém, em geral, fato posterior. [André só pode ter chorado,] [pois está com os olhos vermelhos]. or. coord. assind. or. coord. sind. explicativa
Observe que, em geral, uma pessoa chora primeiro, depois fica com os olhos vermelhos.
Nossa língua é muito vivaz e dinâmica no cotidiano. Na lin-guagem coloquial, conjunções são usadas com novos matizes semânticos, bem como palavras de outras classes passam a conjunções. Veja alguns exemplos:
Você está muito bem de vida; pois eu, meu caro, estou muito mal.O conectivo destacado tem valor de oposição, adversidade.Falar é fácil; agora, fazer é que são elas.Na frase, o vocábulo adverbial agora passou a ser uma conjun-ção com valor de oposição, adversidade.
Questões de treinamento para fixação de conteúdo
01. Classifique períodos e orações de cada item abaixo.
a) Dormi muito e estou descansado.b) Dormi muito, e continuo cansado.c) Durma, mas não ronque, que me
incomodo.d) Ora choro, ora sorrio.e) Você me amava e respeitava, mas,
hoje, certamente não mais confia em mim, pois vive perscrutando minhas coisas.
f) Xingue-me, ou elogie-me, mas diga alguma coisa, pois esse seu silêncio me mata.
02. Eu a admiro muito, amo-a mais ainda, mas não dá mais.
Acerca do período acima, identifique a afirmativa errada.
a) Todas as orações são indepen-dentes sintaticamente.
b) As duas primeiras orações são coordenadas justapostas.
c) A substituição de mas por porém mantém a correção gramatical e o sentido original.
d) A conjunção mas pode ser des-locada para o meio da oração, desde que seja colocada entre vírgulas.