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  • 7/24/2019 ART_Diagnstico Da Gesto Da Manuteno Em Industrias de Grande e Mdio Porte Na Regio Metropolitana de R

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    Produo, v. 23, n. 2, p. 226-240, abr./jun. 2013

    http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132012005000079

    Diagnstico da gesto da manuteno em

    indstrias de mdio e grande porte daregio metropolitana de Recife

    Ana Carla Bittencourt Reisa*, Ana Paula Cabral Seixas Costab, Adiel Teixeira de Almeidac

    a*[email protected], UFBA, [email protected], UFPE, [email protected], UFPE, Brasil

    Resumo

    Este artigo apresenta os resultados de uma investigao acerca das prticas de gerenciamento da manutenonas indstrias de manufatura de mdio e grande porte da Regio Metropolitana de Recife, nos diversos ramos deatividade. A pesquisa foi realizada por meio da aplicao in loco de um questionrio que aborda questes importantesdo contexto da manuteno. As 50 indstrias entrevistadas foram selecionadas por meio de uma amostragemprobabilstica cuja estrutura foi extrada do cadastro da Federao das Indstrias do Estado de Pernambuco (anosde 2005 e 2006). As entrevistas foram conduzidas durante o segundo e terceiro trimestres de 2007 e, dentre osresultados encontrados, pode-se afirmar que a manuteno mostrou algumas deficincias que podem ser amenizadas

    e at mesmo superadas por meio de uma maior ateno a esse setor. Alm disso, pode-se destacar que grande partedas indstrias utiliza a experincia gerencial como ferramenta de anlise em detrimento de tcnicas analticas maiseficientes para a soluo de problemas. Esse comportamento limita os resultados positivos que podem ser obtidos apartir de um tratamento adequado da manuteno.

    Palavras-chaveGesto da manuteno. Estratgia da manuteno. Planejamento da manuteno.

    *UFBA, Salvador, BA, BrasilRecebido 01/07/2010; Aceito 18/08/2011

    1. Introduo

    O presente artigo expe os resultados de uma

    pesquisa que descreve a situao da gesto damanuteno em indstrias de manufatura da regiometropolitana de Recife (RMR). A RMR corresponde auma rea de 2.768,955 km2, com uma populao de3.730.397 habitantes (INSTITUTO..., 2007) e abrangeos seguintes municpios do estado de Pernambuco:Recife, Jaboato dos Guararapes, Olinda, Paulista,Abreu e Lima, Igarassu, Camaragibe, Cabo de SantoAgostinho, So Loureno da Mata, Araoiaba, Ilhade Itamarac, Ipojuca, Moreno e Itapissuma.

    Foram investigadas as indstrias de manufatura

    de mdio e grande porte, conforme classificao doSebrae (Tabela 1), a qual se baseia no nmero defuncionrios.

    Os aspectos investigados envolveram treinamentos,planejamento (ALMEIDA; BOHORIS, 1995), estratgia

    da manuteno (PINTELON; KUMAR; VEREECKE,

    2006; ALMEIDA, 2005), custos, terceirizao damanuteno (ALMEIDA, 2001; VALOIS; ALMEIDA,2009), dimensionamento de sobressalentes, estruturaorganizacional (SZAJUBOK et al., 2006) e outrasquestes relacionadas manuteno (PARIDA; KUMAR,2006; CAVALCANTE; ALMEIDA, 2007, 2005; REIS;COSTA; ALMEIDA, 2009; SANTOS, 2001).

    Em seu artigo sobre a anlise de desempenho damanuteno, Groote (1995) relata que um exame dequalidade da manuteno significa fornecer algumaideia sobre sua performancemediante uma avaliao

    dos problemas existentes, do ponto de vista operacionale organizacional, para ser capaz de mensurar e iniciarum plano de ao. E ainda, de acordo com Paridae Kumar (2006), o que no pode ser medido nopode ser gerenciado, efetivamente. Dessa forma,

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    2. Metodologia

    A pesquisa um meio que permite esclareceraspectos de interesse do pesquisador, assim comocoletar dados para diferentes tipos de anlise e,

    tambm, para averiguar hipteses construdas.A metodologia utilizada nesta pesquisa envolveas etapas a seguir:

    1 - Definio da populao-alvo

    O primeiro passo da pesquisa foi a definio dapopulao-alvo desta investigao: as indstrias demanufatura de mdio e grande porte localizadas naRMR, nos vrios ramos de atividade existentes, comexceo das empresas de construo civil.

    2 - Definio do plano de pesquisa

    Um plano de pesquisa til para fornecer as

    orientaes bsicas sobre como se deve proceder naconduo de uma investigao (HAIR JUNIOR et al.,2005). Por se tratar de um procedimento que visamensurar, ou seja, relatar o objeto de estudo, o planoescolhido para apoiar a pesquisa foi o descritivo.

    3 - Escolha do mtodo de coleta de dados

    As caractersticas da populao pesquisada foramlevantadas por meio de entrevistas, a partir da aplicaode um questionrio, o qual abordou os diferentesaspectos do contexto da gesto da manuteno,conforme apresentados ao longo do trabalho. Asperguntas que compem o questionrio foramdesenvolvidas de pesquisa bibliogrfica e abordamaspectos da manuteno considerados relevantes.

    O mtodo utilizado para a administrao doquestionrio foi a realizao de uma entrevistaestruturada, o que possibilitou coletar os dados demaneira sistemtica e numa sequncia padronizadapara todos os entrevistados. Desse modo foi possveldar a mesma oportunidade de resposta e evitartendncias relacionadas forma de arguio.

    O questionrio foi apresentado diretamente aoindivduo responsvel pela manuteno, devido ao

    contato e acesso a todas as atividades relacionadase por, supostamente, ser o tomador das decises. Aentrevista foi realizada pessoalmente, por meio de

    visitas s empresas, por tal mtodo de administraodo questionrio possibilitar uma alta taxa de resposta,alm de evitar interpretaes enganosas sobre asquestes formuladas.

    4 - Processo de amostragemBusca-se com a amostragem observar um

    subconjunto da populao em anlise que permitaestabelecer concluses sobre a populao.

    O processo de amostragem foi realizadotomando-se como base os passos definidos emHair Junior et al. (2005), conforme a seguir:

    a) Escolha da estrutura de amostragem

    A estrutura de amostragem diz respeito a umalista abrangente dos elementos que compem a

    para que os gerentes de operao possam gerenciaros processos de manuteno e os prprios recursos preciso medir a contribuio da manuteno paraos objetivos do negcio.

    A gesto da manuteno tem sido objeto de muitos

    estudos como, por exemplo, a pesquisa-piloto sobreo status da gesto da manuteno em empresas demanufatura do Reino Unido realizado por Cholasuke,

    Bhardwa e Antony (2004). Esse trabalho conclui quea manuteno assume um papel crtico como suportedas atividades de manufatura e que um aceitvelnvel de performancedas indstrias inalcanvelsem o efetivo suporte da gesto da manuteno.Outra pesquisa, realizada por Jonsson (1997), buscouanalisar o status da gesto da manuteno emempresas de manufatura da Sucia. Como resultado,

    tem-se que um tero das firmas considera de poucaimportncia o setor de manuteno, e que isso umgrande obstculo para proporcionar aprendizagem etrabalhar por melhorias contnuas.

    Dados da Associao Brasileira de Manuteno(ASSOCIAO..., 2007) mostram que 41,17% dasempresas no Brasil no desenvolvem atividadede engenharia de manuteno e, dentre as quedesenvolvem, cerca de 25% dos funcionrios nopossuem nem ao menos o nvel tcnico. Esses, dentreoutros nmeros encontrados na pesquisa, mostram

    que incipiente e escassa a utilizao de tcnicas maisadequadas gesto da manuteno e tambm, deprocedimentos que possibilitem melhoras na produo.

    No Brasil foram encontrados poucos estudosabordando o tema em questo e, quanto RMR,no foi encontrado nenhum registro que retrate asituao das indstrias de manufatura no contextodo gerenciamento da manuteno. Dessa forma, umdiagnstico da gesto da manuteno na RMR podetrazer grandes benefcios, pois expe as caractersticase prticas ineficientes atualmente utilizadas nas

    organizaes e, consequentemente, incentiva aesque proporcionem melhorias significativas.Os itens a seguir apresentam a metodologia

    utilizada na pesquisa, uma breve descrio dasquestes consideradas relevantes para a funomanuteno, a anlise descritiva e exploratria dosdados, a hiptese construda, uma discusso sobre osresultados encontrados, as concluses e as limitaese sugestes para trabalhos futuros.

    Tabela 1. Classificao das indstrias quanto ao porte.

    Classificao das indstrias Nmero de funcionriosMicroempresa de 1 a 19

    Pequenas Empresas de 20 a 99

    Mdias Empresas de 100 a 499

    Grandes Empresas a partir de 500

    Fonte: Sebrae (2006).

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    J para o estrato das Grandes Empresas percebeu-seque aproximadamente 50% delas pertenciam a umnico ramo de atividade, o da fabricao de produtosalimentcios e bebidas. As demais empresas eram deramos diversificados. Por se tratar de uma populao

    relativamente pequena, foi adotado o procedimentode extrao de uma amostra proporcional a esses doisgrupos de empresas.

    c) Definio do tamanho da amostra eimplementao do plano de amostragem

    A determinao do tamanho da amostra umaetapa extremamente importante do processo deamostragem, j que influi diretamente na precisodas informaes produzidas e generalizao dasdescobertas. Existem frmulas estatsticas que

    possibilitam calcular o tamanho da amostra para oparmetro de interesse. Contudo, para aplic-las preciso determinar o erro amostral mximo tolerado(E

    0), o nvel de confiana () a ser adotado e a varincia

    populacional (2).Geralmente, encontra-se bastante dificuldade na

    determinao da varincia da populao. Em algunsproblemas ela pode ser avaliada por meio de estudosanteriores sobre a mesma populao (BARBETTA;

    REIS; BORNIA, 2004; COCHRAN, 1977), por conjeturasacerca da estrutura da populao, ajudadas por

    frmulas matemticas, ou pelos resultados de umlevantamento-piloto (COCHRAN, 1977).

    Por no ter sido encontrado em Pernambuconenhum estudo semelhante a este, no houve qualquerdado que indicasse o desvio padro das variveisenvolvidas, o qual pudesse servir de base inicial para oclculo do tamanho da amostra. A opo mais coerentefoi a realizao de uma amostragem-piloto. Nessecaso, a varincia da amostra-piloto foi generalizadapara a populao em estudo.

    Uma vez colhidos os dados para a amostragem-piloto, foi aplicada a Equao 1 para o clculo dovalor inicial do tamanho da amostra (BARBETTA;REIS; BORNIA, 2004):

    =

    2 2

    0 2

    o

    zn

    E

    (1)

    Em que:

    n0 o tamanho inicial da amostra

    z a estatstica do teste

    2 a varincia populacional

    Eo o erro amostral mximo tolerado

    Por se tratar de uma populao finita, com o seutamanho, denominado N, conhecido, procedeu-se

    amostra (HAIR JUNIOR et al., 2005). Para compor aestrutura de amostragem foi acessado o cadastro daFederao das Indstrias do Estado de Pernambuco(Fiepe) referente aos anos 2005 e 2006. Esse cadastroprocura listar todas as indstrias de Pernambuco,

    distribudas dentre os diversos setores da economia,segundo uma classificao feita pela prpria Federao.

    b) Seleo do mtodo de amostragem

    O mtodo de amostragem utilizado na pesquisafoi o probabilstico, realizado pela seleo aleatriadas empresas a serem entrevistadas, com o intuitode tornar a amostra representativa.

    A amostragem (probabilstica) aleatria estratificada um mtodo onde a populao-alvo subdivididaem estratos homogneos segundo algum critrio. Essacondio visa assegurar a aleatoriedade do processo deamostragem de modo que, uma vez repetida a pesquisa,utilizando-se os mesmos procedimentos, sejam obtidosos mesmos resultados. Os estratos devem resguardara caracterstica de serem mutuamente excludentes,para que no haja reposio na amostragem. Almdisso, a estratificao um mecanismo que permitea reduo da heterogeneidade e, consequentemente,aumenta a preciso da estimativa (SUKHATME;SUKHATME, 1970).

    A populao investigada foi dividida em estratos

    distintos e amostras aleatrias simples, as quaisatribuem a mesma probabilidade de seleo aoselementos da populao, foram extradas de cadaum deles.

    A estratificao da populao teve como critrio declassificao o atributo porte da indstria, conformecategorias determinadas pelo Sebrae. Outra opo deestratificao poderia ser o critrio ramo de atividade,porm determinados ramos de atividade possuemcaractersticas extremamente distintas com relaoao porte da indstria. Em alguns casos, como nas

    empresas de pequeno porte, h indstrias que sequerpossuem um setor dedicado manuteno. Sendoassim, para este trabalho foram consideradas apenasas indstrias de manufatura classificadas como Mdiase Grandes Empresas.

    No estrato das Mdias Empresas foi realizadoum agrupamento pelo ramo de atividade, por setratarem de 29 ramos distintos. Esses 29 ramos foramreagrupados de acordo com as semelhanas nostipos de atividade desenvolvida, a fim de assegurar

    a homogeneidade de cada conjunto de empresas egarantir o sucesso da amostragem. Como resultado,restaram treze conjuntos de empresas mutuamenteexcludentes. Amostras aleatrias sem reposio foramextradas de cada um deles, respeitando-se a proporode cada grupo em relao populao em estudo.

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    operacional ou disponvel, para a preveno defalhas que podem ocorrer. A manuteno preventivainfluencia diretamente na confiabilidade, planejadae deve ser executada num instante predeterminado.

    J a manuteno preditiva, de acordo com a

    ABNT (ASSOCIAO..., 1994), busca garantir aqualidade de servio desejada com base na aplicaosistemtica de tcnicas de anlise, utilizando-semeios de superviso centralizados ou de amostragempara reduzir ao mnimo a manuteno preventiva ediminuir a manuteno corretiva.

    Por fim, a manuteno corretiva que, de acordocom OConnor (2005), inclui todas as aes necessriaspara levar um sistema de um estado de falha paraum operacional ou disponvel. Aes de manutenescorretivas, usualmente, no podem ser planejadas. As

    falhas devem ser reparadas quando ocorrem, emboraalguns reparos possam ser protelados. Conforme aABNT (ASSOCIAO..., 1994), esse tipo de manutenoest relacionado ocorrncia de falhas aleatrias, queno podem ser detectadas ou planejadas.

    3.2. Modelos para a gesto da manuteno

    Os modelos desenvolvidos para a gesto damanuteno so diversos, por exemplo: TotalProductive Maintenance (TPM), Reliability-CenteredMaintenance (RCM), Condition Based Maintenance(CBM), Computerized Maintenance ManagementSystems (CMMS), Effectiveness Centered Maintenance(ECM), Strategic Maintenance Management (SMM) e

    Risk Based Maintenance (RBM) (GARG; DESHMUKH,2006). A seguir esto descritos os modelos abordadosneste trabalho:

    A manuteno produtiva total (TPM) implica oenvolvimento de toda a organizao na otimizaodo processo produtivo, desde a alta gerncia atos operrios que trabalham no cho de fbrica, embusca de melhoria contnua da capacidade produtiva,da motivao das pessoas, do funcionamento dosequipamentos e da qualidade.

    A manuteno centrada em confiabilidade (RCM)foi desenvolvida por Stanley Nowlan e HowardHeap, ambos da United Airlines, em 1978, a partirda necessidade de aumento da confiabilidade dasaeronaves civis americanas (SIQUEIRA, 2005). Tambmchamada de manuteno baseada na confiabilidade(MBC), procura avaliar as consequncias das falhas

    em termos gerais visando elevar a disponibilidadeassociada reduo dos custos e dos tempos dereparo das mquinas e equipamentos.

    A metodologia RBM (manuteno baseada no risco)tem por objetivo otimizar as tarefas de manuteno,mantendo um elevado nvel de disponibilidade dos

    correo do valor de n0, conforme indica a Equao 2

    (BARBETTA; REIS; BORNIA, 2004):

    =+

    0 1

    oN .n

    nN n

    (2)

    Esta pesquisa envolve mais de uma especificaoe, diante dessa circunstncia, de acordo com Cochran(1977), um dos processos para se determinar agrandeza da amostra estabelecer as margens de erropara as especificaes consideradas mais importantespara o levantamento. A partir da, foram verificados os

    valores encontrados de npara os atributos consideradosrelevantes e que tambm possuem os requisitosnecessrios para a aplicao das frmulas.

    Para as Grandes Empresas, cuja populao

    encontrada na base da Fiepe de 31 indstrias, foiobtido um nigual a 10. A partir da, procedeu-se realizao de um sorteio para selecionar as indstriaspertencentes amostra. No caso das Mdias Empresas,cuja populao de 122 indstrias, o ncalculado paraalguns atributos ficou em torno de 30. Decidiu-seinvestigar 40 empresas (selecionadas por sorteio) parase obter uma melhor representatividade.

    5 - Organizao dos dados

    Concluda a coleta, os dados foram cuidadosamentetransportados para uma planilha eletrnica e

    codificados para a formao da base. A plataformacomputacional utilizada como ferramenta de anlisefoi o software Statistica 6.0. (STATSOFT, 2001).

    6 - Anlises estatsticas e interpretao prticados resultados

    Para ambos os estratos, das Mdias e GrandesEmpresas, foi feita uma anlise descritiva e exploratriados dados e construda uma hiptese de forma similara outros trabalhos encontrados na literatura e querealizaram pesquisas no Brasil (BARBOSA; ALMEIDA;COSTA, 2006; CLERICUZI; ALMEIDA; COSTA, 2006).

    3. A funo manuteno

    Esse item apresenta algumas definies teis aocontexto da funo manuteno e relevantes parauma melhor compreenso do trabalho realizado.

    3.1. Aes de manuteno

    Na literatura podem ser encontradas diferentes

    classificaes para as aes de manutenoempreendidas nas empresas. Neste trabalho, elasforam classificadas como preventivas, preditivas ecorretivas, conforme definio a seguir.

    De acordo com OConnor (2005), a manutenopreventiva busca reter o sistema, que est em estado

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    4.2. Estrutura funcional

    Nas Mdias e Grandes Empresas, tanto o nmerode funcionrios total das empresas quanto da rea demanuteno apresentou grande disperso (Tabela 3).

    4.3. Manuteno contratada

    Em busca de disponibilidade, muitas indstriasutilizam somente pessoal prprio para a realizaoda manuteno. Porm, um alto contingente depessoal alocado para a realizao da manutenotende a torn-la bastante dispendiosa. A terceirizaoda manuteno pode ser uma forma de minimizarcustos, desde que haja um compromisso com adisponibilidade.

    Nas mdias e nas Grandes Empresas pesquisou-se sea manuteno era realizada por funcionrios prprios,terceirizados ou ambos, conforme apresentado naTabela 4. Vale ressaltar que em nenhum dos casosargudos a manuteno era realizada apenas porempresa terceirizada.

    Em complemento investigao sobre acontratao da manuteno, buscou-se identificarcomo feita a procura por empresas terceirizadas,se por pesquisa de mercado, indicao ou de outra

    forma.A pesquisa de mercado uma alternativa quepermite um leque mais amplo e atual de opes porpossibilitar ao tomador da deciso acesso a qualquerempresa existente no mercado. Nesse caso h tambma possibilidade de se analisar outros critrios quepossam ser julgados importantes na seleo, enquantoa indicao prioriza, na maior parte dos casos, ocritrio credibilidade.

    Dentre as indstrias de mdio porte que utilizama manuteno contratada, observa-se que 61%

    da procura por esse servio acontece por meioda realizao de pesquisa de mercado, contra39% de indstrias que o fazem por indicao. Ocomportamento das Grandes Empresas semelhante.

    4.4. Dimensionamento de sobressalentes

    O dimensionamento de sobressalentes de extremarelevncia, visto que interfere diretamente no tempogasto para se realizar a manuteno. A Tabela 5apresenta os resultados da investigao sobre comoele feito.

    Observa-se que nenhuma das indstriasentrevistadas considera o comportamento das falhaspara realizar estudos que identifiquem a demanda porcertos itens e, consequentemente, o quantitativo de

    equipamentos. Isso conseguido por meio de umestudo de todos os possveis modos de falha, o quedetermina uma estimativa realista do nvel de riscoassociado a cada modo de falha e o desenho de umaestratgia de manuteno que minimize a ocorrncia

    dos modos de falha de alto risco (KHAN, 2004).

    3.3. A manuteno como fonte devantagem competitiva

    A vantagem competitiva trata do modo como umaempresa coloca em prtica as estratgias genricas.

    De que forma uma empresa ganha uma vantagem decusto sustentvel? De que forma ela pode diferenciar-seda concorrncia? (PORTER, 1992) Ainda de acordo

    com o autor, a vantagem competitiva no podeser compreendida quando se observa a empresacomo um todo. Ela tem sua origem nas inmerasatividades que uma empresa executa e cada umadessas atividades pode contribuir para a posiodos custos relativos de uma empresa. Dentre essasatividades est a manuteno. Surge ento a seguintequesto (discutida neste trabalho): qual tratamentodeve ser dado rea de manuteno para que ela sejapercebida como uma fonte de vantagem competitivapara as organizaes?

    4. Anlise descritiva dos dados

    A estatstica descritiva visa a identificao demedidas de posio central, disperso e assimetriados dados investigados. Foram analisados fatorescomo faturamento, estrutura funcional, estrutura damanuteno, planejamento, questes estratgicas,dentre outros.

    4.1. FaturamentoOs dados sobre o faturamento bruto das Mdias

    Empresas revelam uma grande disperso (Tabela 2):variam de empresas que faturam em torno de 2 milhesa empresas que faturam cerca de 480 bilhes de reais.

    Das empresas de grande porte entrevistadas,apenas 30% dispuseram os valores referentes aofaturamento bruto anual, neles foi possvel observarque esse estrato de empresas tambm apresentou umaalta variao com relao a esse critrio.

    Tabela 2. Estatsticas do faturamento das empresas de mdioporte (em milhes de reais).

    Mdia Desvio padro Mnimo Mximo

    2.248,25 10.219,08 2,00 480.000.000,00

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    nas de grande porte, esse percentual fica em tornode 42%, conforme a Tabela 6.

    4.7. Previso oramentria

    Nesta sesso so exploradas questes relativasao oramento dedicado manuteno. Inicialmentefoi perguntado aos gerentes se era realizada previsooramentria para o setor de manuteno e a repostafoi positiva para maior parte das mdias (67%) e dasgrandes (80%) empresas.

    Dentre as empresas que realizam previso

    oramentria, buscou-se identificar como esta realizada: atravs do histrico do oramento doperodo anterior; arbitrariamente, atravs da fixaode uma quota para manuteno; atravs de umplanejamento oramentrio feito a cada perodo;ou de outra forma. Observou-se que apenas 37%das indstrias de mdio porte realizam um novoplanejamento oramentrio a cada perodo.

    Em nmero maior (80%), as Grandes Empresasrealizam previso oramentria e metade delas o faz

    por meio de um novo planejamento oramentrio acada perodo.

    Percebe-se que ainda h muitas indstrias queno fazem previso oramentria para a manuteno.Quando afirmam que o fazem ou utilizam o oramentodo perodo anterior, ou usam alguma quota fixadaarbitrariamente pela organizao.

    4.8. Modelos e ferramentas de gesto

    Os gerentes foram questionados sobre a utilizaode metodologias de gesto como TPM, RCM e RBM.Pela Tabela 7, pode-se observar que a metodologiamais utilizada a TPM, tanto nas mdias quanto nasgrandes indstrias. Porm, em geral, o uso das trsmetodologias baixo.

    peas de reposio necessrias para um determinadomodelo de equipamento.

    4.5. Uso de software

    Diante da diversidade de equipamentos utilizadosnas indstrias e suas peculiaridades, torna-se difcilgerenciar os dados de comportamento dessesequipamentos de modo a gerar informao. Autilizao de softwarespara apoiar o gerenciamentoda manuteno uma ferramenta de grande utilidadena gesto da manuteno por facilitar o clculo deindicadores, a realizao de estudos de confiabilidade

    e mantenabilidade, dentre outros aplicativos.As empresas foram questionadas se utilizam ouno algum softwareno apoio gesto da manuteno.Apenas 37,5% das indstrias de mdio porte utilizamo software, enquanto que 70% das indstrias degrande porte utilizam o fazem.

    4.6. Aes de manuteno

    Os gerentes foram questionados sobre aporcentagem de utilizao das aes de manuteno(corretiva, preventiva e preditiva). Percebe-se emambos os estratos, Mdias e Grandes Empresas, queainda so realizadas muitas manutenes corretivas.Nas indstrias de mdio porte arguidas, uma mdiade 50% das manutenes realizadas corretiva e,

    Tabela 3. Estatsticas referentes ao nmero de funcionrios total das indstrias e o nmero deles lotados na rea de manuteno.

    Porte da indstria Nmero de funcionrios Mdia Mediana Moda Mnimo Mximo Desvio padro

    MdioTotal 273,62 275 Mltipla 100 499 135,23

    Lotados na manuteno 16,42 15,5 20 1 40 10,73

    GrandeTotal 905,8 729 700 500 1800 404,81

    Lotados na manuteno 51,2 43,5 54 29 140 32,85

    Tabela 4. Origem dos funcionrios responsveis pela realizao da manuteno.

    Porte daindstria

    Porcentagem de empresas que realizam manutenosomente com funcionrios prprios (%)

    Porcentagem de empresas que realizam manuteno comfuncionrios prprios e terceirizados (%)

    Mdio 55 45

    Grande 30 70

    Tabela 5. Critrios utilizados pelas indstrias para dimensionarsobressalentes

    Critrio para dimensionamentode sobressaltentes

    Porcentagemde Mdias

    Empresas (%)

    Porcentagemde Grandes

    Empresas (%)

    Pela experincia gerencial 43 50

    Pela quantidade de equipamentossob os cuidados da manuteno

    37 50

    No realizado 20 -

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    de intervalos (SIEGEL; CASTELLAN, 1988). A hiptesenula (H

    0) do teste de que no h diferena entre as

    posies centrais das duas populaes.A correlao mede, numericamente, a fora ou o

    grau de relacionamento entre duas variveis, o que

    no implica, necessariamente, numa relao causae efeito (STEVENSON, 2002; BARBETTA; REIS;BORNIA, 2004). A correlao por postos de Spearman,ou correlao por ordem de ranqueamento, medidapor meio do coeficiente de correlao de Spearman,designado por e que varia entre 1,0 e 1,0. uma medida de associao que exige que ambas asvariveis se apresentem numa escala de mensuraopelo menos ordinal e no faz nenhum pressupostoquanto normalidade da distribuio.

    O nvel de significncia adotado foi 5% e a

    interpretao de todos os testes foi feita baseada naanlise da probabilidade de significncia, o p-valor(p) que determina a probabilidade de se rejeitar H0quando ela for verdadeira (erro tipo I). Assim, sep < 0,05, H

    0 rejeitada, caso contrrio o teste indica

    que no existem evidncias suficientes para se rejeitara hiptese nula.

    As relaes encontradas esto apresentadas nasTabelas 10, 11, 12 e 13, no Apndice 1, onde constamos testes utilizados para identificar cada uma dessasrelaes, assim como a estatstica do teste utilizado

    e o respectivo pvalor.

    5.1. Resultados encontrados nas MdiasEmpresas

    5.1.1. Uso de software

    As empresas entrevistadas foram questionadas seutilizam ou no algum softwarecomo apoio gestoda manuteno e esse tpico apresenta algumas

    caractersticas dessas empresas. Os entrevistados foramsolicitados a responder at que ponto concordamcom as afirmativas representadas na Figura 1. Comoopes de resposta utilizou-se uma escala intervalarde cinco pontos que vai desde a intensidade discordototalmente a concordo totalmente.

    Todas as empresas entrevistadas que utilizamsoftwareapresentam o comportamento a seguir: Concordam que a estratgia da manuteno est

    alinhada estratgia da empresa;

    Concordam que a manuteno traz vantagemcompetitiva pra a organizao; e

    Concordam que a manuteno realizada de formaplanejada.

    A Figura 1 apresenta as variveis relacionadascom o uso de software.

    4.9. Treinamentos

    de fundamental importncia o investimentoem mo de obra qualificada a fim de se obter maiorqualidade na realizao das tarefas demandadas.

    Alm da qualidade, funcionrios devidamentetreinados esto menos propensos a cometer errose executam o servio proposto em um perodo detempo menor.

    As empresas foram questionadas se realizam ouno treinamentos com seus funcionrios. Observa-seque 15% das indstrias de mdio porte no oferecemtreinamentos aos seus funcionrios. Nas grandesindstrias, esse percentual fica em torno de 10%.

    5. Anlise exploratria dos dados

    Nesta etapa da pesquisa buscou-se explorar aspossveis associaes entre as variveis e identificarpadres de comportamento.

    A investigao inicial partiu da busca por relaesentre os pares de variveis por meio da utilizao detestes estatsticos. A escolha do teste estatstico paraa identificao das relaes levou em considerao ostipos de variveis envolvidas na anlise e o atendimentoaos pressupostos exigidos por cada teste. Basicamente,aplicou-se o teste de Mann-Whitney quando uma

    varivel era intervalar ou de razo e a outra categrica

    e a correlao de Spearman para os casos em queambas as variveis eram pelo menos ordinais.

    Desde que seja atingido um grau de mensuraoao menos ordinal, pode-se aplicar a prova U de Mann-

    Whitney para comprovar se dois grupos independentesforam ou no extrados da mesma populao. Trata-sede uma das mais poderosas provas no paramtricase constitui-se uma alternativa extremamente til daprova paramtrica t, quando o pesquisador desejaevitar as suposies exigidas por esta ltima, ouquando a mensurao atingida inferior da escala

    Tabela 6. Mdia de realizao das aes de manuteno nasindstrias.

    Porte da indstriaAes de manuteno

    Corretiva (%) Preventiva (%) Preditiva (%)

    Mdias Empresas 50 40 10

    Grandes Empresas 42 40 18

    Tabela 7. Porcentagem de empresas que utilizam metodologiasde gesto.

    Porte daindstria

    Modelos de gesto

    TPM(%)

    RCM(%)

    RBM(%)

    Nenhum modelo utilizado (%)

    Mdias Empresas 23 15 3 59

    GrandesEmpresas

    50 20 20 10

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    vantagem competitiva para a organizao apresentamo seguinte comportamento:

    Utilizam a metodologia RCM;

    Realizam treinamentos com os funcionrios damanuteno;

    Concordam que a estratgia da manuteno estalinhada estratgia da empresa; e

    Fizeram recentemente algum estudo ou pesquisasobre a estratgia da manuteno.

    5.1.3. Planejamento da manuteno

    Os entrevistados foram solicitados a responder atque ponto concordavam com a afirmativa de que amanuteno realizada de forma planejada. Como

    opes de resposta utilizou-se a escala da Tabela 8.As empresas que concordam (entre os pontos 4

    e 5 da Tabela 8) que a manuteno realizada deforma planejada apresentam as seguintes relaes:

    As empresas que concordam que a manuteno realizada de forma planejada concordam quea manuteno traz vantagem competitiva paraorganizao; e

    As empresas que utilizam a metodologia RCMconcordam que a manuteno realizada de forma

    planejada.

    5.1.4. Aes de manuteno utilizadas

    Os gerentes foram questionados sobre porcentagemde realizao das aes de manuteno adotadasna indstria (corretiva, preventiva e preditiva). Essasvariveis apresentaram algumas relaes, conformeexposto a seguir:

    5.2. Manuteno corretiva

    A realizao de menos manutenes corretivasapresenta relao com algumas variveis. A primeirarelao apresentada (Figura 3) mostra que as Mdias

    Empresas que utilizam softwarede apoio gesto damanuteno realizam menos manutenes corretivas.

    A realizao de menos manutenes corretivasapresenta correlao inversa (Figura 4) com aconcordncia de que a manuteno traz vantagemcompetitiva para a organizao (Q37).

    A ltima associao apresentada com a realizaode manuteno corretiva em relao ao planejamento.A correlao encontrada foi negativa e alta, ou seja, asempresas que concordam que a manuteno realizadade forma planejada realizam menos manuteno dotipo corretiva (Figura 5).

    5.1.2. Vantagem competitiva

    Os entrevistados foram solicitados a responderat que ponto concordavam com a afirmativa deque a manuteno traz vantagem competitiva para a

    organizao. Como opes de resposta utilizou-se a escalada Tabela 8. A Figura 2 ilustra as relaes encontradas.

    As Mdias Empresas que concordam (entre ospontos 4 e 5 da Tabela 8) que a manuteno traz

    Figura 1. Atributos das Mdias Empresas que utilizam softwarecomo apoio gesto da manuteno.

    Figura 2. Variveis caractersticas das empresas que concordamque a manuteno traz vantagem competitiva para a organizao.

    Tabela 8. Amplitude da escala intervalar utilizada.

    Escala PontosDiscordo totalmente 1

    Discordo 2

    No concordo nem discordo 3

    Concordo 4

    Concordo totalmente 5

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    5.4. Manuteno preditiva

    A realizao de manuteno preditiva, da mesmaforma que a preventiva, apresentou correlaespositivas com algumas variveis. A Figura 8 mostra

    que as Mdias Empresas que utilizamsoftware

    de apoio gesto da manuteno realizam maismanutenes preditivas.

    Outra relao encontrada nas Mdias Empresasdiz respeito s indstrias que concordam (conformeescala de cinco pontos da Tabela 8) que a manutenotraz vantagem competitiva para a organizao: elasrealizam mais manutenes preditivas (Figura 9).

    Por fim, a ltima associao encontrada mostra queas empresas que concordam (conforme escala de cincopontos da Tabela 8) que a manuteno realizada

    5.3. Manuteno preventiva

    Neste caso, a realizao de mais manutenesdo tipo preventiva apresenta relao com algumasvariveis. Uma das relaes encontradas diz respeito

    ao uso de software, ou seja, as Mdias Empresas queutilizam softwarede apoio gesto da manutenorealizam mais manutenes preventivas (Figura 6).

    Outra associao encontrada com a realizao demanuteno preventiva em relao ao planejamento,cuja correlao encontrada foi positiva e moderada. Asempresas que concordam (conforme escala de cincopontos da Tabela 8) que a manuteno realizadade forma planejada realizam mais manuteno dotipo preventiva (Figura 7).

    Figura 3. Porcentagem de manuteno corretiva realizada pelasMdias Empresas em relao ao uso de softwarede apoio gesto da manuteno.

    Figura 4. Porcentagem de manuteno corretiva realizada pelasMdias Empresas em relao competitividade.

    Figura 5. Porcentagem de manuteno corretiva realizada pelasMdias Empresas em relao ao planejamento.

    Figura 6. Porcentagem de manuteno preventiva realizadapelas Mdias Empresas em relao ao uso de softwarede apoio gesto da manuteno.

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    como fonte de vantagem competitiva. Perguntou-seaos gerentes: A rea de manuteno traz vantagemcompetitiva para sua organizao? As opes deresposta eram sim ou no.

    O gerente da manuteno foi questionado se a

    rea de manuteno traz vantagem competitiva parasua organizao. Para aqueles que a consideram fontede vantagem competitiva procedeu-se investigaode algumas variveis que representam um tratamentopositivo dado rea de manuteno. Foram elas:

    A realizao de estudos ou pesquisas sobre a estratgiade manuteno;

    O alinhamento entre a estratgia de manuteno ea estratgia da organizao;

    Planejamento de manuteno;

    A porcentagem de cada ao de manuteno realizada(corretiva, preventiva e preditiva);

    A utilizao da metodologia RCM;

    A realizao de treinamento; e

    A coleta e o tratamento de dados de falha e dereparo dos equipamentos.

    A escolha dessas variveis teve origem naobservao das caractersticas do setor de manutenobem como na realizao de uma pesquisa na literatura,na qual foi possvel verificar a nfase dada a essasvariveis, como se pode verificar a seguir.

    Sherwin (2000), em seu artigo sobre modelosde gesto da manuteno, enfatiza a importnciada coleta detalhada de dados sobre a operao,manuteno, falhas, etc. Ele diz que sem esses dadosno possvel aplicar nenhum modelo matemtico.E, ainda, acredita que a implementao de tais

    de forma planejada realizam mais manuteno dotipo preditiva (Figura 10). A correlao encontradafoi positiva e moderada.

    5.5. Resultados encontrados nas GrandesEmpresas

    Nesse estrato de empresas tambm foramencontradas algumas relaes importantes, conformea seguir: As empresas que realizam estudos de confiabilidade

    com os dados de falha dos equipamentos concordam(conforme escala de cinco pontos da Tabela 8) quea manuteno traz vantagem competitiva para aorganizao;

    As empresas que realizam estudos de mantenabilidade

    com os dados de reparo dos equipamentos concordam(conforme escala de cinco pontos da Tabela 8) quea manuteno traz vantagem competitiva para aorganizao; e

    As empresas que concordam (conforme escala de cincopontos da Tabela 8) que a manuteno realizadade forma planejada realizam menos manutenescorretivas e mais manutenes preventivas.

    6. Hiptese construda

    Foi construda uma hiptese que envolve a questoda competitividade conforme a seguir:

    H1: A percepo do potencial estratgico damanuteno como fonte de vantagem competitivaest positivamente relacionada com o tratamentodado manuteno.

    No que diz respeito construo da hiptese,partiu-se para investigar o tratamento dado rea demanuteno por empresas que veem a manuteno

    Figura 7. Porcentagem de manuteno preventiva realizada pelasMdias Empresas em relao ao planejamento da manuteno.

    Figura 8. Porcentagem de manuteno preditiva realizada pelasMdias Empresas em relao ao uso de softwarede apoio gesto da manuteno.

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    bem sucedida em diversas reas da indstria, temsido investigada.

    A competitividade proporcionada pelos setoresde manuteno das organizaes proporciona umdiferencial estratgico s organizaes. Segundo

    Pintelon, Kumar e Vereecke (2006), uma intensa ecompetitiva presso est levando muitas empresasa buscarem todas as possveis fontes de vantagemcompetitiva e, por isso, essencial compreender opotencial de cada funo.

    A Tabela 9 apresenta os testes estatsticosutilizados para identificar as associaes entre asvariveis tratadas na hiptese H1, assim como asestatsticas dos testes e o pvalor.

    A hiptese construda foi investigadaseparadamente, nas mdias e grandes indstrias.

    Nas empresas em que o gestor v a manutenocomo uma potencial fonte de vantagem competitivaforam encontradas associaes com diversas variveisque definem esse padro de comportamento. Elasrefletem um tratamento positivo dado manuteno,tanto para procedimentos quanto para questesestratgicas. Nas Mdias Empresas em que os gestorespercebem a manuteno como uma fonte de vantagemcompetitiva, o tratamento positivo dado manuteno explicado pelas seguintes variveis:

    V1: O percentual de manuteno corretiva realizada;

    V2. O percentual de manuteno preventiva realizada;

    V3. A utilizao da metodologia do RCM;

    V4. A empresa realizou recentemente algum estudoou pesquisa sobre a estratgia de manuteno;

    V5. A equipe de manuteno recebe treinamento;

    V6. Acredita-se que a estratgia de manuteno estalinhada estratgia organizacional;

    V7. A manuteno realizada de forma planejada.

    Nas Grandes Empresas onde a manuteno vistacomo uma potencial fonte de vantagem competitiva,o foco principal da gesto da manuteno a coletae anlise de dados sobre falhas e reparos para estudosde confiabilidade e mantenabilidade, respectivamente.O tratamento positivo dado manuteno explicadopelas seguintes variveis:

    V8. Estudos de confiabilidade so realizados emdados de falha de equipamento;

    V9. Estudos de mantenabilidade so conduzidos emdados de reparo de equipamentos.

    6.1. Discusso sobre a hiptese construda

    O tratamento dado rea de manuteno mostrouuma relao positiva com a percepo da gernciaquanto competitividade que pode ser proporcionadapela gesto da manuteno. Esse tratamento foi

    modelos pode trazer benefcios como contribuiopara os lucros.

    A prtica de aes de manuteno preditivae preventiva, em vez da manuteno corretiva, destacada por diversos autores. Um estudo propostopor Swanson (2003) examina as maneiras de lidar coma complexidade do ambiente de produo e o uso deprticas de manuteno que ajudam na gesto dainformao e no processamento de requisitos que talcomplexidade gera. O autor enfatiza que uma maneira

    de a funo manuteno obter maior controle do seutrabalho e reduzir a incerteza o uso das aes demanuteno preditiva e preventiva.

    No que diz respeito s questes estratgicas demanuteno, a utilizao de modelos como o RCM,que Eisinger e Rakowsky (2000) consideram como

    Figura 9. Porcentagem de manuteno do tipo preditiva

    realizada pelas Mdias Empresas em relao competitividade.

    Figura 10. Porcentagem de manuteno preditiva realizadapelas Mdias Empresas em relao ao planejamento.

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    7. Discusso

    De modo geral observa-se que ainda h muitoa se fazer para a obteno de melhores indicadoresna manuteno das Mdias Empresas. Muitas delas

    utilizam como ferramenta principal a experinciagerencial em detrimento de ferramentas analticasmais poderosas para a soluo de problemas e paraapoiar a gesto. Os recursos que podem ser alocadospara auxiliar a gerncia so muitos, porm no dadaa devida ateno ao uso que pode ser feito deles e,consequentemente, aos resultados que podem serobtidos com a sua utilizao.

    Na anlise exploratria das Mdias Empresas,com relao porcentagem de utilizao das aesde manuteno, interessante observar a ideia deque o planejamento, a competitividade e a utilizaode softwareesto relacionados aos bons indicadoresdas aes de manuteno utilizadas, ou seja, essas

    variveis esto relacionadas com uma menor realizaode manutenes corretivas e uma maior realizaode manutenes preventivas e preditivas. Mesmodiante desse comportamento observa-se que ainda expressiva a quantidade de manutenes corretivasrealizadas, o que sugere que as indstrias deveriamdispensar uma maior ateno a esse fator com o intuitode evitar paradas desnecessrias e sem planejamento,o que, consequentemente, pode afetar o desempenhoda produo.

    As Grandes Empresas mostraram melhores ndicesquando comparadas s mdias. Observou-se que dispensada uma maior ateno coleta e ao

    representado por algumas variveis identificadas apsa anlise estatstica (Tabela 9).

    Foi constatado que as Mdias Empresas que veema manuteno como fonte de vantagem competitiva

    conduziram recentemente algum estudo ou pesquisasobre a estratgia de manuteno. Observou-se,tambm, que essas empresas concordam que aestratgia de manuteno deve estar alinhada estratgia da organizao.

    Quanto ao uso de metodologias e ferramentasde apoio, foi observado que as Mdias Empresasque veem a manuteno como fonte de vantagemcompetitiva utilizam a metodologia RCM. Aquelasque no utilizam RCM no mostraram qualquercomportamento especial em relao competitividade

    organizacional. Percebeu-se que as Mdias Empresasque acreditam que a manuteno traz vantagemcompetitiva realizam menos manutenes corretivase, por outro lado, mais manutenes preditivas.

    No que diz respeito aos treinamentos realizadoscom os funcionrios, observou-se que nas MdiasEmpresas em que a administrao acredita quea manuteno traz vantagem competitiva para aorganizao mais sesses de treinamento foramdirigidas aos profissionais de manuteno.

    Finalmente, com relao s Grandes Empresas,observou-se que o foco principal para as empresasque consideram a manuteno fonte de vantagemcompetitiva a realizao de estudos de confiabilidadee mantenabilidade nos dados de falha e reparo dosequipamentos.

    Tabela 9. Estatsticas referentes percepo dos gerentes quanto competitividade da manuteno.

    Porte daindstria

    Variavel Variavel Teste Estatstica pvalor

    MdioPercentual de manuteno corretivarealizada (V1)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competitiva para organizao

    Spearman Correlation R = 0.509 0.000

    Mdio

    Percentual de manuteno preditiva

    realizada (V2)

    A manuteno vista como uma fonte de

    vantagem competiutiva para organizao Spearman Correlation R = 0.400 0.010

    Mdio Utilizao da metodologia RCM (V3)A manuteno vista como uma fonte de

    vantagem competiutiva para organizaoMann-Whitney U = 51 0.039

    MdioA empresa realizou recentementealgum estudo ou pesquisa sobreestratgia da manuteno (V4)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Mann-Whitney U = 87 0.049

    MdioA equipe de manuteno recebetreinamento (V5)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Mann-Whitney U = 48 0.040

    MdioAcredita-se que a estratgia damanuteno est alinhada estratgia organizacional (V6)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Spearman Correlation R = 0.445 0.003

    MdioA manuteno realizada de formaplanejada (V7)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Spearman Correlation R = 0.430 0.005

    Grande Estudos de confiabilidade sorealizados em dados de falha deequipamentos (V8)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Mann-Whitney U = 4.0 0.045

    GrandeEstudos de mantenabilidade sorealizados em dados dereparo deequipamentos (V9)

    A manuteno vista como uma fonte devantagem competiutiva para organizao

    Mann-Whitney U = 4.1 0.045

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    Diagnstico da gesto da manuteno ... metropolitana de Recife.Produo, v. 23, n. 2, p. 226-240, abr./jun. 2013

    apresentadas neste trabalho, que apresentam maiorimpacto em questes estratgicas e de planejamentoe nas prticas utilizadas.

    9. Limitaes e sugestes para trabalhosfuturos

    Como limitao do presente estudo destaca-se afalta de algum estudo semelhante que pudesse servirda base inicial de informao no que se refere

    varincia das variveis analisadas, o que importantepara clculo do tamanho da amostra. Diante dessecenrio recorreu-se amostragem-piloto, conformedescrito na metodologia do trabalho.

    A seguir, so propostas recomendaes cujoobjetivo dar continuidade ao presente trabalho

    e contribuir para o desenvolvimento da gesto damanuteno nas empresas:

    A aplicao do questionrio desenvolvido no presentetrabalho, de forma mais abrangente, em estratosdistintos para cada ramo de atividade; e

    A realizao desta pesquisa em mbito nacional, emsetores especficos da economia.

    Referncias

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    Intervalos de Manuteno Preventiva Baseada na Teoriada Utilidade Multiatributo. Pesquisa Operacional, v. 25,n. 1, p. 69-81, 2005. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-74382005000100005

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    Preventive Maintenance Planning Under UncertainConditions. Journal of Quality in MaintenanceEngineering, v. 13, p. 385-397, 2007. http://dx.doi.org/10.1108/13552510710829470

    CAVALCANTE, C. A. V.; ALMEIDA, A. T. Modelo multicritriode apoio a deciso para o planejamento de manutenopreventiva utilizando PROMETHEE II em situaes

    tratamento dos dados, assim como h uma maiorutilizao das metodologias e ferramentas direcionadas manuteno.

    Diante do exposto, este trabalho pde proporcionarconhecimento sobre o que, de fato, vem sendo

    realizado na manuteno das indstrias da regioinvestigada. Os resultados apontam para uma sriede melhorias que um maior investimento nessa reapode proporcionar. Quando se fala em investimento no sentido de prestar maior ateno ao que vemsendo feito na manuteno das indstrias, pois,pelo exposto neste trabalho, possvel observar queas deficincias nessa rea (conforme os resultadosda pesquisa) podem ser minimizadas se tratadas deforma direta.

    Sobre a hiptese construda, observou-se que

    o tratamento dado rea de manuteno mostrouuma relao positiva com a percepo da gernciaquanto competitividade que pode ser proporcionadapela gesto da manuteno. Esse tratamento pdeser explicado por algumas variveis que representamprticas da manuteno e so mencionadas ao longodo texto.

    8. Concluses

    A pesquisa realizada mostra resultados de umainvestigao sobre a gesto da manuteno na regiometropolitana de Recife. Esses resultados so de grandeimportncia por gerarem um maior conhecimentonessa rea, visto que nesta pesquisa foi utilizada aamostragem probabilstica, o que possibilita generalizaros resultados encontrados na anlise dos dados paraa populao investigada.

    Alguns dos resultados encontrados puderam serobservados em outras pesquisas realizadas com outrasamostras. Porm, a populao de empresas-alvo destetrabalho ainda no havia sido investigada, o que torna

    os resultados encontrados ainda mais relevantes.Alm disso, no se podem generalizar os resultadosde pesquisas realizadas em outros locais, com outraspopulaes distintas da investigada neste trabalhopara esta amostra. A estatstica uma ferramentaque permite testar alguns comportamentos, porvezes esperados, porm ainda no comprovados, e,alm disso, avaliar a intensidade de algumas relaesentre as variveis.

    As relaes encontradas so de grande utilidadepara o setor produtivo, por mostrar algumas

    deficincias (como, por exemplo, a grande utilizaode manutenes do tipo corretiva e a pouca utilizaodas metodologias de gesto existentes) na manutenodos setores industriais investigados. Isso possibilitauma anlise mais crtica e detalhada dos gestores eo direcionamento de sua ateno para as variveis

    http://dx.doi.org/10.1590/S0101-74382005000100005http://dx.doi.org/10.1590/S0101-74382005000100005http://dx.doi.org/10.1108/13552510110386883http://dx.doi.org/10.1108/13552519510083138http://dx.doi.org/10.1108/13552519510083138http://www.abraman.org.br/http://dx.doi.org/10.1108/13552510710829470http://dx.doi.org/10.1108/13552510710829470http://dx.doi.org/10.1108/13552510710829470http://dx.doi.org/10.1108/13552510710829470http://www.abraman.org.br/http://dx.doi.org/10.1108/13552519510083138http://dx.doi.org/10.1108/13552519510083138http://dx.doi.org/10.1108/13552510110386883http://dx.doi.org/10.1590/S0101-74382005000100005http://dx.doi.org/10.1590/S0101-74382005000100005
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    Diagnosis of maintenance management in mediumand large industries in the metropolitan area of Recife

    Abstract

    This article presents the results of a research study on maintenance management practices in medium and largemanufacturing industries in the metropolitan area of Recife, in various branches of activity. The survey was carriedout by means of in loco application of questionnaires addressing important issues dealing with the context ofmaintenance. The 50 industries surveyed were selected by probability sampling, where sampling framework was drawnfrom the records of the Federation of Industries of the State of Pernambuco, in 2005 and 2006. The interviews wereconducted during the second and third quarters of 2007. Among the results, it is possible to state that maintenance

    has presented some shortcomings, which can be mitigated or even overcome through greater attention to the sector.Moreover, it is possible to note that most industries use experience as a management tool, at the expense of moreefficient analytical techniques for solving problems. This behavior limits the positive results that can be obtained froman appropriate treatment to maintenance.

    KeywordsMaintenance management. Maintenance strategy. Maintenance planning.

    http://dx.doi.org/10.1108/13552510610654501http://dx.doi.org/10.1108/13552510910983206http://dx.doi.org/10.1108/13552510910983206http://dx.doi.org/10.1108/13552510010341171http://dx.doi.org/10.1108/13552510010341171http://dx.doi.org/10.1016/S0925-5273(02)00266-9http://dx.doi.org/10.1016/S0925-5273(02)00266-9http://dx.doi.org/10.1108/13552510410526820http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132006000100002http://dx.doi.org/10.1016/S0951-8320(00)00088-0http://dx.doi.org/10.1016/S0951-8320(00)00088-0http://dx.doi.org/10.1108/13552510610685075http://dx.doi.org/10.1108/13552519510089556http://dx.doi.org/10.1108/13552519510089556http://www.ibge.gov.br/homehttp://www.ibge.gov.br/homehttp://dx.doi.org/10.1108/13552519710176863http://dx.doi.org/10.1108/13552510610685084http://dx.doi.org/10.1108/13552510610685084http://dx.doi.org/10.1108/13552519710176863http://www.ibge.gov.br/homehttp://www.ibge.gov.br/homehttp://dx.doi.org/10.1108/13552519510089556http://dx.doi.org/10.1108/13552519510089556http://dx.doi.org/10.1108/13552510610685075http://dx.doi.org/10.1016/S0951-8320(00)00088-0http://dx.doi.org/10.1016/S0951-8320(00)00088-0http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132006000100002http://dx.doi.org/10.1108/13552510410526820http://dx.doi.org/10.1016/S0925-5273(02)00266-9http://dx.doi.org/10.1016/S0925-5273(02)00266-9http://dx.doi.org/10.1108/13552510010341171http://dx.doi.org/10.1108/13552510010341171http://dx.doi.org/10.1108/13552510910983206http://dx.doi.org/10.1108/13552510910983206http://dx.doi.org/10.1108/13552510610654501
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    Diagnstico da gesto da manuteno ... metropolitana de Recife.Produo, v. 23, n. 2, p. 226-240, abr./jun. 2013

    Tabela 12. Variveis das Mdias Empresas que esto correlacionadas; testes utilizados; estatsticas dos testes e o respectivo pvalor.

    Varivel 1 Varivel 2 Teste Estatstica pvalor

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    A empresa fez recentemente algum estudoou pesquisa sobre estratgia da manuteno

    Mann-Whitney U = 87,0 0,049

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Utilizao da metodologia RCM Mann-Whitney U = 51,0 0,039

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao O pessoal da manuteno recebetreinamentos Mann-Whitney U = 48,0 0,040

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Porcentagem de manuteno corretivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,509 0,000

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Porcentagem de manuteno preditivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,400 0,010

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Acredita-se que a estratgia da manutenoest alinhada estratgia da empresa

    Correlao de Spearman R = 0,445 0,003

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Correlao de Spearman R = 0,430 0,005

    Tabela 11. Variveis das Mdias Empresas que esto correlacionadas; testes utilizados; estatsticas dos testes e o respectivopvalor.

    Varivel 1 Varivel 2 Teste Estatstica pvalor

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Porcentagem de manuteno corretivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,769 0,000

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Porcentagem de manuteno preventivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,578 0,000

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Porcentagem de manuteno preditivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,517 0,000

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Utilizao da metodologia RCM Mann-Whitney U = 43,0 0,025

    Tabela 10. Variveis das Mdias Empresas que esto correlacionadas; testes utilizados; estatsticas dos testes e o respectivo pvalor.

    Varivel 1 Varivel 2 Teste Estatstica pvalor

    Usa software A manuteno vista como uma fonte de vantagem competitiva para a organizao Mann-Whitney U = 72,0 0,001

    Usa software Acredita-se que a estratgia da manuteno est alinhada estratgia da empresa Mann-Whitney U = 91,5 0,007

    Usa software Porcentagem de manuteno corretiva realizada Mann-Whitney U = 92,0 0,007Usa software Porcentagem de manuteno preventiva realizada Mann-Whitney U = 115,5 0,044

    Usa software Porcentagem de manuteno preditiva realizada Mann-Whitney U = 114,0 0,040

    Usa software O gerente concorda que a manuteno da empresa realizada de forma planejada Mann-Whitney U = 113,0 0,037

    Apndice 1. Correlao entre as variveis

    Tabela 13. Variveis das Grandes Empresas que esto correlacionadas; testes utilizados; estatsticas dos testes e o respectivopvalor.

    Varivel 1 Varivel 2 Teste Estatstica pvalor

    So realizados estudos de confiabilidadecom os dados de falha dos equipamentos

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Mann-Whitney U = 4,0 0,045

    So realizados estudos de mantenabilidadecom os dados de reparo dos equipamentos

    A manuteno vista como fonte devantagem competitiva para a organizao

    Mann-Whitney U = 4,1 1,045

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Porcentagem de manuteno corretivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,905 0,000

    O gerente concorda que a manuteno daempresa realizada de forma planejada

    Porcentagem de manuteno preventivarealizada

    Correlao de Spearman R = 0,674 0,033