arteterapia
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ARTETERAPIATRANSCRIPT
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ZAGO, Lvia Cornlia Andrade Arteterapia na Terceira Idade / Lvia Conelia Andrade Zago Goinia; [s.n.], 2005. 50 p. Monografia (Especializao em Arteterapia) _ Universidade Potiguar. Pr Reitoria de Educao Profissional. Alquimy Art. 1. Arterapia 2. Terceira Idade GO/BGSF CDV. 51
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UnP - Universidade Potiguar
Alquimy Art
Curso de Especializao em Arteterapia
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Lvia Cornlia Andrade Zago
Goinia
2005
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LVIA CORNLIA ANDRADE ZAGO
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Monografia apresentada Universidade Potiguar, RN e ao Alquimy Art, de So Paulo como parte dos requisitos para a obteno do ttulo de Especialista em Arteterapia Holstica. Orientadora: Profa Ms. Deolinda M. C. F. Fabiete
Goinia
2005
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UnP Universidade Potiguar
Alquimy Art Pr-Reitoria de Educao Profissional
ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Monografia apresentada pela aluna Lvia Cornlia Andrade Zago ao curso de
Especializao em Arteterapia Holstica em ___/____/____ e recebendo a avaliao
da Banca Examinadora constituda pelos os professores:
____________________________________________ Prof. Ms. Deolinda Florim Fabietti, Orientadora ____________________________________________ Prof. Dr. Cristina Dias Allessandrini, Coordenadora da Especializao ____________________________________________ Prof. Esp. Flora Elisa Carvalho Fussi
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Aos meus filhos
Gustavo, Elissa e Estevo,
pela pacincia, e apoio.
Aos meus pais,
que me ensinaram a vencer as dificuldades
da vida.
minha Sogra que foi para mim uma
segunda me, nas horas difceis.
s minhas irms e cunhadas que sempre me
incentivaram.
A Deus por me amar como filha.
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Agradecimentos
Agradeo primeiramente a Deus, por ter me dado a direo, e
oportunidade de concluir este curso.
A todas as orientadoras deste curso, em especial a Arteterapeuta Flora
Fussi que tantas vezes se dispes a me orientar.
As colegas do curso de Arteterapia, que sempre demonstraram carinho e
amizade.
A amiga e colega de profisso, Salma que por Deus cruzou novamente
meu caminho, e como duas irms nos apoiamos nas horas difceis.
A minha Sogra que sempre me incentivou com palavras sbias.
A todas as idosas, pois com elas aprendi a valorizar mais o idoso, como
ser de tamanha grandeza que so.
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As rugas e dobras do rosto so as inscries deixadas pelas grandes paixes, pelos vcios, pelas intuies que nos falaram [...]
Walter Benjamim, 1986
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RESUMO
A ARTETERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Este trabalho monogrfico tem por objetivo evidenciar o papel da arterapia na
reconstruo da auto-estima do idoso, pois, quanto mais avanada a idade maior a
dificuldade de mant-la. O fazer arte, no critrio arteteraputico, viabiliza o reflexo
das tendncias culturais e o processo histrico do homem, enquanto indivduo e
como membro de uma sociedade. Atravs da atualizao do processo criativo, dado
pela possibilidade de realizar algo novo, elemento modular do ato criativo, a
arteterapia refere-se ao processo pelo quais os problemas, conflitos e
acontecimentos pessoais e particulares so entendidos a partir da compreenso
dessa nova forma criada. O trabalho arteteraputico junto ao idoso passa a ser troca
de experincias de forma ldica, trabalhando suas emoes, desenvolvendo sua
criatividade, expressando seus sentimentos e emoes de forma livre sem ligao
com correntes artsticas.
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ABSTRACT
THE ART THERAPY ON ELDERLY AGE
The aim of the present monograph is to make evident the role of the Art Therapy on
bringing the self-respect of elderly people back, so as older they are, the more
difficult is to keep it. The making art on art-therapeutic criteria makes possible the
cultural tendency reflex and the historical process of the man, as member of the
society and as individual. Due to creative process updating when doing something
new, understood as the modular element of creative action, the Art Therapy
concerns for the process in which the problems, conflicts and private issues are
understood from the comprehension of this new creation. The Art therapy on elderly
age becomes an exchange of playing experiences, working out their emotions,
developing their creativity, showing their feelings and emotions in a free manner,
without connection to any artistic trend.
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SUMRIO
RESUMO................................................................................................................... 06 ABSTRACT .............................................................................................................. 07 1. TRAJETRIA DE VIDA ......................................................................................... 09 2. ARTETERAPIA ..................................................................................................... 12
2.1 Teoria ......................................................................................................... 12 2.2 Prtica ........................................................................................................ 14 2.3 O Uso dos Materiais ................................................................................... 16
3. CRIATIVIDADE ..................................................................................................... 17 4. A VIDA DO IDOSO ................................................................................................ 20
4.1 A Sociedade do Idoso .................................................................................. 22 4.2 A Velhice ...................................................................................................... 22 4.3 O Processo de Envelhecimento ................................................................... 23
5. O TRABALHO DA ARTETERAPIA JUNTO AO IDOSO ........................................ 27 5.1 Momentos Arteteraputicos Junto com os Idosos Durante o Estgio na Instituio Sede da Associao Dos Idosos do Bairro Feliz Roda Viva ... 33 5.2 Relatos Finais .............................................................................................. 37
6. CONCLUSO ........................................................................................................ 46 7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 48
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1. TRAJETRIA DE VIDA
A transformao buscar uma nova forma de agir, seria como
reestruturar alguma coisa.
Tudo que nos conduz a um estado consciente e vigilante tem o poder de
transformar. De acordo com o relato de minha vida profissional, passei por vrios
processos transformadores. A minha carreira profissional veio por uma passagem de
mudana que ocorreu em minha vida, com. um rompimento sbito que desencadeou
uma transformao. Houve um movimento no sentido de uma maior maturidade.
Vrias aberturas, que foi onde adquiri foras para poder prosseguir.
A partir do momento que aconteceu esta transformao ocorreu tambm
uma mudana na minha forma de agir, firmando conhecimentos. Onde aos poucos fui
crescendo como profissional. Quando deparava com alguma situao nova entrava s
vezes em estado de choque, mas veio o equilbrio. Novas experincias que jamais
imaginei que passaria, mas foram de grande valor, adquirindo maior confiana em mim,
reestruturando minha forma de trabalhar, vendo as pessoas de uma maneira positiva.
Em toda a minha vida, eu busquei viver me apoiando em algo, que fosse
mais forte que eu, desde a minha infncia, onde me sentia muito protegida pelos
meus pais. Tinha uma ligao muito forte com a minha me, que sempre me
abraou. Cresci com muito equilbrio, e havia algo dentro de mim que buscava o
desejo de criar, aprendi a fazer vrias atividades plsticas. Desde tempos remotos,
devido o prazer por estas atividades, obtive um contato muito grande com os idosos,
onde eram sempre os primeiros a admirar as coisas que fazia, mas sempre a opinio
de minha me era mais importante.
Minha me, devido uma enfermidade que lhe apossou quando eu ainda
era criana, e que durou muitos anos em sua vida. Foi buscar trabalhos voluntrios,
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onde sempre eu a acompanhava, e passava tempos com aquelas mulheres
voluntrias, e que eu por ter muita habilidade, trabalhava, ali com elas me
envolvendo com aquelas senhoras bem mais velhas do que eu. Como eu amava
estes momentos, ficaram comigo como boas lembranas. Foram dias preciosos.
Segui em direo de minha vida cursando a faculdade de arte. No perodo
de faculdade eu sentia falta de algo, pois achava que a arte poderia ser mais bem
aproveitada. Como eu cresci fazendo trabalhos voluntrios, dizia sempre que a arte
poderia ser redirecionada em benefcio do prximo. Continuei meu percurso. Perdi
meu pai, depois de alguns anos perdi minha me, e j estava casada. Tive trs filhos
quando estavam com 15, 13 e 10 anos, meu marido faleceu. Fui obrigada a
trabalhar, pois at a no trabalhava. Passei na educao como professora de arte.
Assim iniciava a trajetria de minha vida profissional.
Nesta trajetria, confiando sempre na ajuda de Deus (onde sempre tive a
necessidade de me apoiar numa fora superior). Pude crescer profissionalmente e
transmitir com mais firmeza e equilbrio o conhecimento aos alunos.
Fui crescendo profissionalmente, mas sempre inconformada, de como a
arte trabalhada no ensino pblico. Havia uma busca de algo dentro de mim, que eu
no conhecia, mas sentia que j existia. Sempre procurei trabalhar com o aluno,
buscando um trabalho de auto-estima.
Fiquei sabendo da arteterapia por uma colega que fazia este curso e
quando falava, algo dentro de mim vibrava, pois, era tudo que queria ouvir. isto
que procuro a tempos. Tive oportunidade de fazer este curso, que para mim foi muito
gratificante, principalmente por estagiar junto aos idosos que o meu alvo principal.
E estou desenvolvendo esta monografia, especificando a importncia da arteterapia
junto ao idoso.
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Foi muito gratificante a oportunidade de trabalhar com o idoso em meu
estgio. Momentos que realmente marcaram a minha vida. Quando estava ali junto,
a eles me voltei em lembranas vrias vezes aos momentos em que ia aos trabalhos
voluntrios com a minha me. Estas senhoras so maravilhosas. Cada uma tinha
uma histria de vida, para ali projetar atravs dos momentos arteteraputicos em
que estivemos direcionando.
Foram experincias riqussimas para a minha vida profissional como
arteteraputa.
Cada relato, cada descoberta, nos envolvia mais e mais. Aqueles
momentos, alm de estarmos ali como profissionais foram tambm muito
prazerosos. E os idosos que participaram sentiram o mesmo.
Quero prosseguir ir adiante, abraar este trabalho na oportunidade de
minha vida que Deus me conceder. Quero crescer estudar e aprofundar mais e mais
enquanto tiver vida.
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2. ARTETERAPIA
2.1 Teoria
Arteterapia a terapia onde a expresso artstica o principal veculo de
comunicao. A arte na arteterapia no requer uma preocupao esttica. O
principal objetivo somente o de possibilitar e facilitar a comunicao.
A arteterapia trabalha com as imagens simblicas produzidas pelo
inconsciente. Para que essas imagens se materializem e passem a ser analisadas, o
arteteraputa utiliza-se de vrias tcnicas e materiais tais como a argila, tintas
diversas, colagem, desenhos, sucata, papel mach, etc. o objetivo de o
Arteteraputa fornecer meios para que o indivduo possa se comunicar expressando
seus sentimentos e emoes criando uma relao entre a sua realidade interna e a
realidade externa, e, atravs de atividades criativas e integradoras de personalidade,
auxiliar no resgate das imagens simblicas trazendo-as para a conscincia com a
finalidade de propiciar melhoria na qualidade de vida.
O objetivo da arteterapia, na viso Yunguiana o de gerar instrumentos
apropriados, para que a energia psquica forme smbolos em variadas produes, o
que ativa a comunicao entre o inconsciente e o consciente (PHILIPPINI, 2000, p.
47). Desde o sculo V a.C. h registros na Grcia de emprego da Arte, como um meio
de tratamento e cura. Desde pocas remotas, as expresses artsticas correspondem
s expresses psquica da comunidade e particularmente, de cada indivduo. Com
isso, a arte passou a ser utilizada como instrumento de expresso cooperadora e
transformadora na edificao de seres mais inventivos, criadores, fortes e saudveis.
Segundo Philippini (1994), a arte como ferramenta teraputica, no Brasil
vista por segmentos mais conservadores com reservas, contudo dentro do universo
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junguiano, ela sempre esteve presente entre as estratgias teraputicas dos que
trabalham com esta abordagem. Parte-se da premissa que os indivduos, em seu
processo de auto conhecimento e transformao, so orientados por smbolos.
Estes emanam do self, centro de sade, equilbrio e harmonia, representando o
pleno potencial da psique e a sua essncia. Na vida, o self, atravs de seus
smbolos precisa ser reconhecido compreendido e respeitado.
A arteterapia auxilia neste processo, oferecendo inmeros materiais
para que o indivduo sinta-se livre na escolha daquele que mais lhe for
apropriado. Isso atende a sua singularidade, funciona como ferramenta para
despertar e ativar a criatividade e, tambm, para desbloquear e transmitir
conscincia instrues e informaes oriundas do inconsciente. Essas
informaes normalmente so ignoradas, contidas e disfaradas, encobertas e
principalmente ocultas na psique humana e as informaes colaboram para o
desenvolvimento de toda a dinmica intrapsquica ao serem transportadas
conscincia por meio do processo arteteraputico.
Este processo facilitado pelas modalidades e materiais expressivos
diversos, tais como: tintas, papis, colagens, modelagem, confeces de mascaras,
criao de personagens e outras infinitas possibilidades criativas. Todos propiciam o
surgimento de smbolos indispensveis para que cada indivduo entre em contato
com aspectos a serem atendidos, assimilados e alterados.
Para Philippini (2000, p. 25):
As modalidades expressivas devem ser criativas e variadas para o alcance da compreenso simblica, e tambm da funo organizadora especfica de cada smbolo. Por isso, muito importante que o setting teraputico seja munido de instrumentos indispensveis viabilizao desse processo, uma vez que o smbolo contm por meio da linguagem metafrica o sentido de todos os enigmas psquicos.
Dentre estas modalidades expressivas destaca-se a construo, que
tambm um modo de informao lgica ensina (Philippini 2000). atravs da
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construo que o indivduo transmite o seu sentimento, pensamento e o modo como
vivencia e entende o mundo, fazendo-o de acordo com o seu prprio
desenvolvimento emocional, mental, psquico e bio - social.
A construo proporciona, em sntese a reproduo do conhecimento e a
estruturao, constituio e reconstituio do nosso universo interior.
Segundo Rubim (apud, COLL, 1995, p. 30): Todo processo criativo, aps
o momento de se deixar levar, experimentar e explorar materiais surge como uma
necessidade de organizar, de colocar junto, de arranjar e elaborar o trabalho final.
Os indivduos podem e devem ser favorecidos por modalidades
expressivas que lhes permitam analisar, inventar e compreender. Dentre estas,
destacamos a construo no processo arteteraputico, que auxilia no auto
conhecimento e na edificao de benefcios especficos das tcnicas construtivas. A
obra criada pode ser compreendida como a manifestao da individualidade do ser
humano em seus diversos conflitos, mecanismos de defesa, capacidades egicas e
estgios de desenvolvimento, nos colocam Coll (1995). Sendo esta obra criada o
resultado do processo criativo.
2.2 Prtica
A prtica em ateli coloca como objetivo o acompanhamento do cliente,
fornecendo - lhe dentre eles a arteterapia. O uso de expresso esttica (desenho,
pintura, modelagem, msica, dana, construes, drama) no atendimento em
arteterapia o trabalho orientado de acordo com vrias tendncias (Pain e Jarreau
2001, p.13), entre eles, a gestalt, a analtica. Diagnstico e no trabalho
psicoterpico j algo sedimentado na Psicologia Clnica desde aproximadamente
1940 e na Academia.
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A histria denota segundo Pain e Jarreau (2001) que as contribuies da
Antropologia, da Psicanlise, da Psicologia profunda, das abordagens existenciais e
holsticas, destacando nomes como Houschka, Freud, Klein, Jung, Naumburg,
Winnicot, Phyne, Rogers, Silveira e da gerao nova, Bello fizeram da terapia pela
Arte um mtodo: teoria com tcnicas condizentes ou ainda a teorizao parte de
tcnicas bem aplicadas e estudadas.
Quando Silveira (2001) destaca o fazer com emoo e quando
Sandor (2000) destaca seu mtodo como a Fenomenologia do Inconsciente,
nosso pas ganha uma figura tpica, condizente com a alma brasileira. A
Musicoterapia a Danaterapia e a Arteterapia. So mtodos bem fundamentados
que combinam bem com a expressividade do brasileiro em geral. Nossa alma
calorosa, forte, expressiva e a arte tem ajudado a trabalhar eficazmente nosso
povo.
A Arteterapia utilizada em instituies de reabilitao fsica, deficincia
mental, hospitais psiquitricos e hospitais. As instituies pblicas e privadas
possuem arteteraputas e psiclogos trabalhando com artes em mltiplas funes,
entre outros profissionais. A arte tem sido excelente instrumento nas terapias
sexuais, familiares e nos problemas do dia-a-dia, principalmente nos casos de
dificuldade de comunicao verbal e oral. O uso da expresso das emoes,
sentimentos, idias atravs do desenho nas sesses iniciou-se com Jung,
posteriormente Silveira (2001). (Carvalho, Margarida (1993)).
A prtica da arteterapia no se restringe funo teraputica, ou
psicoteraputica, que de acordo com dispositivos legais, fica restrita a mdicos e
psiclogos. A rea educacional, por exemplo, um grande campo de aplicao para
a Arteterapia. Alessandrini, 2002.
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2.3 O Uso dos Materiais
O uso da arte como terapia implica que o processo criativo pode ser um
meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a autopercepo e o
desenvolvimento pessoal. O arteteraputa pode trabalhar com material usado nas
artes plsticas como, por exemplo, papel, lpis de diversas cores, tintas, argilas,
carvo, e ensinar conhecimentos tcnicos simples, para que o cliente possa lidar
com esses materiais. Ou o arteteraputa pode estimular e auxiliar o paciente a
desenvolver alguma outra forma de expresso artstica por intermdio do corpo, da
voz, da dramatizao ou da literatura. (Carvalho, Margarida. 1993).
Cada atividade, material, cor, forma, movimento e som tm uma
possibilidade de atuao durante o atendimento em arteterapia para o sujeito.
Usando como exemplo, as caixas de medicamentos para o mdico podem virar
materiais artsticos. Um rolo de barbante pode permitir a percepo e integrao de
noes de especialidade. As cores quando bem utilizadas podem permitir a
harmonizao efetiva, emocional. A modelagem permitia estimulao ttil, o trabalho
muscular, a estruturao postural assim como a capacidade de concretizar e de
planejar. A tcnica do desenho, inicialmente utilizada apenas projetivamente, tem na
terapia pela arte papel de desenvolver a esfera cognitiva, o logos, alm da
capacidade de abstrao. Os fios de l, barbante e de linha utilizados no bordado,
tric, croch e tecelagem permitem o fortalecimento e a reeducao do pensamento.
A imagem sonora faz entrar em contato com seu eu mais profundo que energiza os
campos astrais etricos e cria, segundo as diferentes melodias ritmos que,
segundo a orientao teraputica, equilibram e harmonizaram o sujeito. A dana,
alm de sua excelncia na projeo das imagens internas permite a explorao e o
uso adequado do espao, nos refere Philippini (2000).
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3. CRIATIVIDADE
de conhecimento pblico a influncia positiva exercida pela atividade
criativa no ser humano. A criao o veculo do pensamento, das emoes, da
objetivao de contedos conscientes e inconscientes.
O ser humano criativo por natureza. Desde a Idade da Pedra o homem
demonstra seu poder de criao demonstrando que a criatividade e a necessidade
costumam caminharem juntas, pois, a necessidade de suprir algo fsico ou de expor
emoes so detonadores da criatividade. Ao necessitar caar ou se defender, o
homem criou armas. Descobriu como plantar para que no houvesse escassez de
alimentos. Inventou maneiras de cobrir o corpo para se proteger das intempries,
meios de transporte para locomoo, meio de comunicao distncia, etc... Criou
linguagens poticas de seduo, conquistando o objeto de sua afeio atravs da
msica, da palavra oral ou escrita, da dana, da arte. A criao de obras de arte
para impressionar outros indivduos, a criao artstica como meio de aproximar os
povos, a criatividade como veculo da sua prpria realizao, do direcionamento dos
seus prprios sentimentos, de saciedade de suas necessidades emocionais.
A Arte possibilita ao indivduo inmeros canais de expresso, seja atravs
das tintas e pincis, da modelagem, da msica, teatro, dana escrita e outros.
praticamente infindvel a gama de opes que nos oferece o fazer artstico. Sendo a
linguagem artstica bi ou tridimensional, cada indivduo deve procurar aquela na qual
melhor se adapta para expressar-se facilitando assim o desenvolvimento plstico da
atividade artstica e sua prpria realizao.
Uma obra artstica pode ser analisada por sua esttica do ponto de vista
artsticos ou a partir de uma leitura simblica levando-se em conta os contedos
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inconscientes presentes na dita obra. Ao analisar-se uma obra, Jung recomenda que
no se misturem parmetros estticos e simblicos. (Silveira, N - Yung (2001)).
Cada pessoa um ser nico, especial em si e por si mesmo. No existem
dois seres iguais. As personalidades diferem e por isso no haver jamais dois
processos criativos iguais, o que torna impossvel generalizar-se o processo criativo.
O homem ser sempre um ser nico e inigualvel, residido na sua busca incessante
e profunda motivao humana que o criar.
importante falar do papel da criatividade no desenvolvimento artstico,
bem como quais as mudanas e transformaes que se podem perceber na vida do
idoso, como o desenvolvimento emocional, intelectual fsico, perceptivo, social,
esttico e criador etc.
O idoso devido seu aspecto de envelhecimento que percebido a nveis
fsico, psquico e biolgico, depara com esta realidade em sua vida, que o torna com
sentimentos mais fragilizados. Nesta fase importante o trabalho artstico, onde
atravs deste despertar tambm a criatividade.
Para Simone Beauvoir, (1970) a arteterapia atravs da utilizao de
tcnicas e de materiais dos mais variados tipos, fazem uma ponte de ajuda entre o
velho e a arte, com o intuito de reativar e recuperar, entre outras coisas, o sujeito
idoso.
Segundo Paul Bruton (1980) comentado por Deolinda Fabietti e Regina
Fiorezzi na Revista do departamento de arteterapia do Instituto Sapientiae, atravs
da prtica da arte, o homem pode chegar mais perto da alma. Vamos perceber que
a criatividade e a atividade artstica podem ser facilitadoras e catalisadoras no
processo de resgate de qualidade de vida, e do sentimento mais humano de viver
(CIORNAI, 1995, p. 60).
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Conforme Clarissa Pincolas Estes (1970, p.29). A arte importante
porque ela celebra as estaes da alma. A arte no s para o indivduo; no s
um marco da compreenso do prprio indivduo. Ela tambm um mapa para
aqueles que viro aps de ns.
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4. A VIDA DO IDOSO
J de conhecimento pblico a informao de que quanto mais avanada
a idade, maior a dificuldade dos idosos em geral manterem sua auto-estima. Ao se
descondicionarem fisicamente e conscientizarem-se de suas limitaes motoras e
funcionais, tendem ao isolamento, afastando-se do convvio social situao que
favorece a baixa estima e a depresso. A sensao de estar alijado do mundo
uma realidade dolorosa para quase todos aqueles que conseguiram viver at idades
avanadas. Aps uma vida plena e tantos esforos para prolongar a vida biolgica,
no se oferecem condies satisfatrias para viv-la, tornando-se a velhice sinnima
de inutilidade pessoal e social.
Vrios fatores interagem e tornam variveis os conceitos de
envelhecimento dentre os quais a cultura, a poca e o grau de desenvolvimento
econmico, assim como a alimentao, cuidados mdicos com a sade e medidas
preventivas, dificultando a definio da velhice, visto que ela uma abstrao
varivel. As mazelas fsicas trazidas com a velhice, tais como a queda dos dentes, o
branqueamento dos cabelos e a queda de vigor fsico sempre implicam na
diminuio do vigor intelectual ou psicolgico.
Na Antigidade, entre os gregos, romanos e hebreus, os idosos eram
respeitados, pois, exerciam ao poltica. Na Bblia, inclusive, a velhice se apresenta
como a idade da mxima virtude. Plato, na Repblica, valoriza os velhos e reafirma
seu poder de comandar a sociedade. A atitude de rejeio aos velhos aparece
segundo Simone de Beauvoir (1970), j em Aristteles, na Retrica, quando
descreve a juventude com as mais lindas cores e a senescncia como seu oposto.
J Philippe ries (1981), ao estudar os estgios da vida humana, assinada, o
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destronamento da velhice a partir da Idade Mdia, pois, segundo ele, nessa poca o
velho de modo geral deixa de ser celebrado e passa a ser considerado decrpito e
ridculo.
O Renascimento, por exaltar a beleza do corpo e a procura pelo
equilbrio e perfeio acentuou essa rejeio. Aps a Revoluo Industrial, a
velhice passa a ser encarada como uma segunda infncia perde a aura de nobreza
e menosprezado por no ser uma fora produtiva, o que diminui sua funo
social.
No decorrer do sculo XX, com os avanos da cincia da tecnologia e da
medicina houve um prolongamento da vida humana til. Ocorreram avanos
importantes tanto no aumento da longevidade quanto na vitalidade humana para as
camadas da populao menos privilegiadas. Ao mesmo tempo, cresceu a
necessidade da participao da mulher no mercado de trabalho e a dificuldade de se
cuidar do idoso, que passa progressivamente a ser abandonado em suas casas,
cuidados por terceiros, ou vivendo asilado.
Resumindo-se a trajetria da vida atravs dos tempos, vimos que a
Antigidade teceu a ideologia da velhice. Na Idade Mdia e no Renascimento, a
exaltao da juventude e da maturidade. Com a burguesia, a criana se torna o
centro das preocupaes e a velhice passa a ser a segunda infncia. Com a
tecnocracia, passa a se idolatrar os valores juvenis.
Para Secco (1999, p. 24).
Nas sociedades capitalistas, o ancio s oprimido pelos isolamentos dos asilos e pela burocracia. A moral de trabalho tambm o exclui do convvio com os familiares, que no af de consumirem cada vez mais, no tm tempo para dilogo com os pais e avs.
neste momento que o idoso deve investir em si mesmo aps ter dividido
sua vida entre o trabalho e a famlia.
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4.1 A Sociedade do Idoso
Existem cinco documentos bastante significativos sobre a promoo da
sade Carta de Otawa (1986), Declarao de Adelaide (1988), Declarao de
Sundsvall (1991), Declarao de Bogot (1992) e Declarao de Jakarta (1997) cujos
conceitos e proposies, respectivamente, consideram a sade como o processo da
capacitao da comunidade para controlar os fatores determinantes de sua sade.
Na Carta de Otawa (1986, p.17). A sade se cria e se vive no marco do
cotidiano, nos centros de aprendizagem, de trabalho e de criao. A sade o
resultado dos cuidados que as pessoas se dispensam a si mesmos e aos demais, da
capacidade de tomar decises e controlar a prpria vida e de assegurar que a
sociedade em que se vive oferea a todos os seus membros a possibilidade de
gozar de bom estado de sade.
de fundamental importncia ressaltar que a Constituio Brasileira de
1988, no seu Artigo 200, torna obrigatrio, constitucionalmente muitos destes
princpios ao estabelecer que a sade um direito de todos e dever do Estado,
garantindo mediante polticas sociais e econmicas que evitem os danos e
promovam a sade [...].
4.2 A Velhice
A velhice uma categoria sociolgica do final do sculo XX, onde o mais
importante assegurar a autonomia, independncia e estrutura dos ciclos produtivos
e funcionais, sem perder a historicidade social e a identidade pessoal, superando
preconceitos com o objetivo de promover a sade, prevenir as doenas e postergar
as incapacidades.
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A questo se agiganta, quando se estima que, no ano de 2025, haver 32
milhes de idosos. Diante dos dados, a ONU (Organizao das Naes Unidas)
definiu o ano de 1999 como o Ano Internacional do Idoso.
Sem dvida alguma, o primeiro problema a ser pensado pelo profissional
que pretende trabalhar nesse campo social a indagao, comum a todos os que
desenvolvem servios junto a idosos, qual o conceito que a sociedade construiu
para a velhice.
As mutaes ocorridas, nesse ltimo tempo natural do processo de ida
no se caracterizam com a mesma evidncia que as etapas anteriores como, por
exemplo, os da infncia e as da adolescncia, cujos limites se revestem de
fundamentais transformaes tanto nos planos fsico quanto mental.
To grande a preocupao dada em conhecer os problemas da velhice
que, atendendo necessidade de uma didtica operatria, data a falta de
investigaes mais especficas da Gerontologia, as definies tm indicado filiao a
uma ou a outra cincia, segundo os critrios de cada uma, no que tange ao
envelhecimento. Em alguns casos, a conceituao se alicera em elementos
comparativos com os de grupos etrios anteriores, devendo entender-se por velhos
todos os que se enquadrarem nesses conceitos.
A terminologia velha, nos dias atuais, usada de forma pejorativa quando
a questo do envelhecimento, na realidade percebida a nveis fsico, psquico e
biolgico. Atualmente, as pessoas com mais de 60 anos so rotuladas de idosas ou
indivduos que esto na Terceira Idade.
4.3 O Processo de Envelhecimento
O envelhecimento um processo biolgico universal. Na maior parte dos seres vivos, e em particular dos seres humanos, este processo no permite
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definies fceis, no se resumindo a um simples transcurso do tempo. Ele dinmico, progressivo e irreversvel, caracterizado por diversas manifestaes nos campos biolgico, psquico e social, que ocorrem ao longo da vida de forma diferenciada em cada indivduo (MARTINES, 1994, apud, MOTA, 1999, p. 107).
O idoso pode permanecer em atitude de defesa, mesmo quando todas as
garantias de segurana lhe so doadas, porque no tm confiana nos adultos, pois
a sua dependncia que o leva a assumir a forma da desconfiana. Sabe que os
filhos, os amigos, os sobrinhos que o ajudam a viver financeiramente, ou cuidando
dele, fisicamente ou hospedando-o podem, a qualquer tempo cessar-lhe essas
ajudas ou restringi-las; podem abandon-lo ou dispor dele contra sua vontade;
obrig-lo a mudar de residncia, por exemplo, o que se constitui um dos seus
principais temores, pois conhece a imprevisibilidade da vida dos adultos (FREITAS,
2001).
A intemprie que o idoso teme doenas, deficincias, aumento do custo
de vida so tanto mais temveis quanto suscetveis de acarretar mudanas
nefastas na conduta de outrem. Longe de esperar que seu irreversvel declnio
natural seja sustado ou compensado pelo comportamento de seus parentes, ele
suspeita que estes ltimos precipitem o transcurso desse declnio, ocasionando
situaes indesejveis, tais como colocando no asilo, justificando-se pelo trabalho
que suas deficincias ocasionam, em contraponto com as necessidades de
administrar suas principais necessidades cotidianas (trabalho, etc.).
Durante o estgio pude perceber o quanto estes idosos sentem
fragilizados, principalmente pelos parentes, ou de pessoas mais prximas. Deixaram
transparecer suas inseguranas, em relao as atitude dos mesmos.
Os idosos casados unem-se suas angstias, uma vez que cada qual fica
duplamente preocupado, tanto pelo destino do cnjuge quanto por si mesmo.
De acordo com Caldas (1998, p. 53)
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A mediada que uma pessoa envelhece, os primeiros sinais que se notam so fsicos: os cabelos embranquecem, a pele enruga, os passos tornam-se mais lentos ao caminhar e a atividade fsica diminui. Cada pessoa envelhece de forma diferente e as alteraes ocorrem em tempos diferentes. Algumas pessoas parecem velhas aos 50anos enquanto outros desafiam sua idade cronolgica demonstrando assim muito mais jovens e ativos aos 80 ou 90 anos.
Muitos fatores contribuem para determinar como uma pessoa envelhece.
O estilo de vida, a ocorrncia de doenas crnicas ou agudas, acidentes, estresse
emocional e condies ambientais desfavorveis colaboram para acelerar o
processo de envelhecimento de uma pessoa.
Um dos aspectos a serem examinados, a relao que o idoso estabelece com o tempo. Observa-se uma tendncia perda de perspectivas para o futuro, o que pode tornar o momento presente pouco estimulante, favorecendo muitas vezes a supervalorizao do passado, com uma nica etapa em que houve realizaes (NASCIMENTO, 2000, p. 23).
O processo de envelhecimento influenciado no apenas pela idade,
mas, em grande parte, pela maneira como o indivduo vive (MOTTA, 1999, p.
107).
Geralmente as mudanas relacionadas idade comeam em diversas
partes do corpo em momentos diferentes e sua evoluo varia muito de pessoa para
pessoa.
Podemos dizer que o tempo transcorre de modo homogneo para todos
os seres, pois a cronologia objetiva e quantificvel, mas seus efeitos so diferentes
em cada um devido variabilidade e subjetividade individual. Cada pessoa vive o
tempo objetivo de forma subjetivamente diferente e este produz efeitos muito
distintos.
As dimenses psquicas da pessoa se transformam com o passar do
tempo, no sendo necessariamente mudanas negativas. Atualmente existe um
enfoque positivo do envelhecimento que minimiza as perdas e valoriza a experincia
de vida.
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Assim a capacidade de adaptao s perdas e as demais mudanas que
ocorrem durante toda uma vida determinam, profundamente, a idade avanada ou
terceira idade.
Do ponto de vida social, o envelhecimento reflete uma inter-relao de
fatores individuais e sociais fruto da educao, trabalho e experincia de vida
(MOTTA, 1999, p. 09).
Obtive uma curta passagem com os idosos durante o estgio, mas
durante este perodo de convivncia com os mesmos pude perceber que apesar de
toda insegurana que alguns demonstraram, outros sabiam lidar muito bem com
esta etapa de suas vidas, buscando romper estas barreiras de forma prazerosas;
com viagens em grupos, danas, trabalhos manuais, e outros afazeres prazerosos
que ajudavam superar suas dificuldades.
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5. O TRABALHO DA ARTETERAPIA JUNTO AO IDOSO
Um dos maiores ganhos de nossa existncia poderia ser a participao na
produo da conscincia. E a sua continuidade nesta fase da vida em que
conquistamos afinal, a concretizao maior do raciocnio abstrato fazendo
associaes de representaes antes inacessveis.
Eu tenho aprendido que voc no deve se comparar com o melhor que
os outros podem fazer. Mas com o melhor que voc pode fazer (Autor
desconhecido).
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Foto N. 1 - Cartes Natalinos
A insero do idoso segundo Novais (2004) em grupos de Arteterapia com
pessoas de sua faixa etria, cria oportunidades de relacionamento e de desenvolver
atividades que propiciem o resgate de sua auto-estima da descoberta de
potencialidades ocultas, da liberao da emoo, objetivando sua valorizao
perante si mesmo, aos olhos da sociedade e da famlia como um ser produtivo,
como indivduo e cidado, pois, a prtica da arteterapia d arte atribuies
teraputicas deixando-se de privilegiar os aspectos estticos formais das produes
e abandonando-se os rtulos j que sua meta principal ajudar os indivduos a
lidarem melhor com seus contedos internos, restabelecendo seu equilbrio
emocional e encontrando sua prpria linguagem expressiva ao liberar suas
emoes.
A Arteterapia tem como objetivo de melhorar a qualidade de vida. Para a
Terceira Idade, o processo teraputico visa mudanas psquicas e comportamentais.
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Aumentar ou despertar, nos que no se prepararam para esta fase da vida, a auto-
estima, o prazer pela vida e pela convivncia social so os resultados pretendidos.
Com recursos expressivos, como desenho, pintura, dana, modelagem, entre outros.
O idoso pode ser fortalecido e continuar produzindo.
Muito tem se discutido, atualmente sobre a problemtica dos idosos na
sociedade atual. Com a diminuio dos ndices de mortalidade e reduo das taxas
de natalidade, muitos pases desenvolvidos e em desenvolvimento tiveram um
considervel aumento da populao idosa. No Brasil, a situao no diferente.
Grande parte deste contingente populacional possui uma qualidade de
vida muito baixa. Afastados das atividades laborativas pela aposentadoria, isolados
do convvio social pela falta de insero em grupo de referncia, negligenciado pelos
familiares que no dispem de tempo para lhes dar ateno de que necessitam e
destitudos de tarefas motivadoras que estimulem a manuteno de seu
funcionamento fsico e mental, muitos idosos acabam entregando-se ao cio,
desnimo e melancolia, desenvolvendo em seguida, patologias fisiolgicas que vo
progressivamente limitando seu desempenho fsico e psquico, restringindo sua
autonomia e seus nveis de conscincia e, gradativamente, acelerando sua morte,
segundo Novais (2004). Cria-se, desta forma, um grave problema social, pelos altos
custos designados ateno mdico-hospitalar de um grupo economicamente
inativo e pela perda dos direitos scios de uma parcela dos cidados.
Em todo o mundo, esta situao tem inspirado medidas e aes sociais
que visam a melhorar o padro de vida dos idosos. A terceira idade transforma-se
em fonte de pesquisas e filo comercial crescentemente explorado por agncias de
viagens, clnicas mdicas, centros de beleza e companhias de turismo. Entretanto,
em nosso pas, tais empreendimentos e iniciativas tm sido acessveis a uma
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pequena parcela da populao mais abastada financeiramente, enquanto a maioria
dos idosos continua abandonada e a merc da prpria sorte.
Estudos recentes tm comprovado, contudo, que simples atividades de
lazer e recreao, de baixo custo e simples realizao, permitem ao idoso uma
significativa melhora em seus quadros clnicos, prevenindo o desenvolvimento de
patologias mais graves, elevando seu vnculo afetivo com sua prpria existncia e
aumentando sua expectativa de vida. Apesar desta constatao o nmero de
programas ou projetos que atuam realizando tarefas deste tipo com pacientes de
terceira idade ainda reduzido no Brasil.
So bastante conhecidos os efeitos benficos das atividades ldicas que
possibilitam o exerccio da criatividade, o desenvolvimento das capacidades
imaginativas, a sublimao da agressividade, a catarse das tenses psquicas e o
alvio do estresse emocional e fsico. A arte, como um instrumento que facilita o
direcionamento da sensibilidade, e, principalmente, a expresso das emoes e
sentimentos e o crescimento da auto-valorizao do eu, atravs do reconhecimento
externo de seu potencial criativo, , sabidamente, uma das tcnicas mais ricas e
eficazes entre as atividades ldicas.
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Foto N. 2 - Pastas trabalhando o Exterior e Interior
No caso do tratamento de pacientes idosos a prtica de atividades
artsticas tem efeitos altamente teraputicos, uma vez que possibilitam a
concentrao da conscincia em atividades prazerosas, desviando o foco da
ateno dos momentos de sofrimentos e angstia vivenciados pelo idoso.
A arteterapia, atravs do trabalho com sucata, tinta, materiais diversos e
dramatizaes, colabora para a reorganizao do pensamento e da personalidade,
que eleva a possibilidade de elabora planos que lhe tragam maior satisfao pessoal
e exercitar a capacidade de realizao dos indivduos, que se sentem mais aptos a
reconstrurem suas vidas. O paciente que anteriormente era vtima de abandono e
discriminao passa, assim a se sentir mais til e produtivo, podendo descobrir uma
nova vocao ou profisso, tendendo a recuperar o estmulo e a alegria de viver,
possibilitando uma melhor qualidade de vida e satisfao pessoal.
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Foto N. 3 - Apresentao de teatro com as peas de argila.
No processo arteteraputico, vamos lentamente desfazendo complexos,
buscando possibilidades de tolerar transgresses s normas rotineiras, rev-las e
reescrev-las em situaes igualmente novas. Ou seja, permitir-se renovar contextos
que j no se adequam mais nossa necessidade de comprometimentos maiores...
com a Vida.
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5.1 Momentos Arteteraputicos Junto com os Idosos Durante o Estgio na
Instituio Sede da Associao Dos Idosos do Bairro Feliz Roda Viva
Foto N. 4 - INSTITUIO SEDE DA ASSOCIAO DOS IDOSOS
DO BAIRRO FELIZ RODA VIVA
A Instituio a qual fiz meu estagio, foi a, Instituio Sede da Associao
dos Idosos do Bairro Feliz RODA VIVA. Esta Instituio desenvolve um trabalho
junto aos idosos do Bairro Feliz com vrias atividades em grupos.
So vrios idosos que participam de eventos programados entre eles e a
Equipe como: viagens, danas, almoos, trabalhos manuais, etc.
O grupo de Arteterapia foi desenvolvido somente durante o perodo do
Estagio do Curso de Especializao em Arteterapia que iniciou no dia 28 de Outubro
de 2003 e terminou no dia 06 de julho de 2004.
Foram desenvolvidas diversas atividades de Arteterapia, junto aos
idosos.
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Os horrios de sada e entrada foram respeitados, havendo tolerncia
para pequenos atrasos. Sendo que em algumas sesses deixamos um espao para
o lanche. Na hora da chegada todos se cumprimentavam e se assentavam,
aguardavam calmamente as instrues para prosseguir ou iniciar novas atividades.
Foto N 5 - Hora do lanche
Durante os meses de estgio foram desenvolvidas atividades de desenho,
pintura, argila, tecelagem (colha de retalhos), massa de modelar, teatro com vestes
de vrios utenslios trazidos pelos prprios idosos.
Os participantes tiveram liberdade para escolherem as atividades
artsticas oferecidas e as experimentarem. Quando gostavam da tcnica escolhida,
dedicavam-se a elas. Sendo que quase todas foram de acordo com as nossas
sugestes.
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Foto N 6 - Colcha de Retalho
Foto N 7 - Mostra das partes das Colcha de Retalho
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Apesar de que houve orientaes quanto s tcnicas, esta se deu com
apenas a finalidade de oferecer os instrumentos para que estes idosos pudessem
conduzir suas emoes e expressar seus sentimentos atravs da criao. Houve
bastante interao entre os idosos com conversas, risos, ajudas entre eles e trocas
de experincias, de forma ldica, trabalhando suas emoes desenvolvendo sua
criatividade, expressando seus sentimentos e emoes de forma livre propiciada
pelo prazer da criao em si, sem ligao com correntes artsticas, arte pela arte, o
que tornou a convivncia agradvel a sociabilizou um fato.
Os problemas apresentados pelos idosos em cada estgio foram: baixa
estima, isolamento, depresso, esquecimentos, doenas diversas, solido, que
foram trabalhados atravs do fazer artstico, que como facilitadora das oficinas foi
direcionado tcnicas especficas para cada problema a fim de agir sobre os
mesmos. Descompromissados com as vertentes artsticas, ou seja, o prazer da
criao pelo prazer em si, o criar para a prpria satisfao, pela liberao das
emoes. Ao se dedicarem a atividades propostas estes idosos estavam tambm
tendo a oportunidade de desenvolver seu senso esttico, de trabalhar a
coordenao viso-motora, a memria visual, a concentrao, a capacidade de
ateno, a memria, a criatividade, a motricidade, etc... Alm de exercitar a
sociabilidade, recuperando a alegria, a auto-estima e a motivao, to necessrias
no dia-a-dia, o que influencia beneficamente na diminuio da ansiedade,
depresso e do stress.
Durante o perodo de estgio tivemos tambm momentos relaxantes junto
aos idosos como: o lanche, alongamentos, exerccios de respirao, relaxamento,
etc. Durante o lanche havia muito envolvimento uns com os outros, na troca de
idias, receitas, comentrios dos filhos, famlia, etc.
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Durante todo o fechamento das oficinas dvamos oportunidades aos
idosos para relatarem sobre seus trabalhos e o que significou para si. Nestes
momentos aconteceram desabafos, choros, risos e lembranas de infncia trazendo
a percepo de melhorar o humor, do relacionamento com os familiares, da auto
estima e da com fiana em si.
5.2 Relatos Finais
(Todos estes relatos, fotos e trabalhos que os idosos fizeram durante as
sesses de arteterapia foram permitidos pelos mesmos. As fotos foram cedidas com
grande prazer pelos participantes para constar nessa pesquisa.)
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Foto N. 8 - Idosas Trabalhando com Argila
Apesar de ter participado pouco do trabalho com arteterapia foi muito
bom para mim, pois eu ficava isolada em casa! L no grupo pude conversar com as
pessoas e ouvir suas histrias. E sinto que ainda sou piru C. (61 anos).
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Foto N. 9
Cheguei para o grupo de Arteterapia j na metade do estgio, pois
estava em tratamento mdico.
Estava deprimida frgil e no grupo eu melhorei bastante, pois as colegas e
estagirias foi um amor comigo e logo me alegrei com aquelas belezas que ali
acontecia. Senti-me valorizada, amada e mais tranqila para enfrentar a realidade.
Foi muito bom e gostaria que durasse mais, sinto saudade de tudo e de todos,
obrigada pela oportunidade. L. ( 61 anos )
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Foto N. 10
Eu me sentia estressada, angustiada, cansada. Com a Arteterapia, eu
aprendi a questionar a minha vida, e relembrando a minha infncia, eu me senti um
pssaro voando em busca da liberdade, de alegria, de tudo aquilo que fizesse feliz.
Eu passei a enxergar um horizonte mais colorido e senti necessidade de explor-lo,
e buscar a realizao de meus sonhos. G. (62 anos)
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Foto N. 11 - Idosa Trabalhando com Tinta
Quando eu cheguei aqui para fazer arteterapia o que eu mais gostei foi
dos relaxamentos, das msicas, que me deixava tranqila e leve, hoje melhorei
muito. Estou menos ansiosa, e mais equilibrada. Os trabalhos de recortes,
desenhos, pintura e modelagem, me levaram a recordar a minha terra, em Fortaleza
no Cear. Foi muito bom recordar. M.E (79 anos.)
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Foto N. 12
Gostei muito de participar, pintar, desenhar, recordar coisas que s fiz
quando criana. Hoje estou mais tranqila, menos ansiosa e depressiva.Recordar as
coisas da infncia foi muito bom para mim. M.H (76 anos.)
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Eu sofri e sofro at hoje com a morte do meu marido e minha filha, dos
meus pais, meus irmos, mas a vontade de deus que assim seja ele mesmo vai
me ajudar a sair dessa, eu espero um dia encontrar com todos eles no reino dos
cus.
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6. CONCLUSO
Observando atentamente o comportamento desses idosos durante os
meses de estgio, percebi que sempre que ocorria uma mudana de atitude, ela
havia sido causada pela valorizao externa, de onde se conclui que o homem
realmente um ser Gregrio e que necessita da aprovao externa para sobreviver,
pois sempre que um desses idosos recebia um estmulo externo de valorizao de
sua produo, passava de imediato a modificar suas atitudes em relao ao grupo e
a si mesmo. Essa aprovao externa vinha geralmente na forma de um elogio, de
um olhar culminado, da aceitao e da valorizao do que cada idoso tem e pode
oferecer. A repetio desse tipo de atitude causava um efeito de auto-afirmao e
auto-valorizao que se mostrava sempre eficaz no imediato aumento da auto-
estima do idoso e conseqente melhoria de nimo e disposio.
O papel do Arteteraputa o de fornecer ou apresentar ao cliente os
materiais, as tcnicas e o incentivo que ele necessita para poder externar suas
emoes e sentimentos atravs de tcnicas de arte, facilitando o processo
teraputico.
Durante este estgio pude observar no decorrer desses meses s
mudanas gradativas de comportamento e de interesses apresentados pelos
participantes em conseqncia de mudanas de atitude e de viso sobre si mesmos.
Trabalhando em Arteterapia os idosos puderam a cada dia dedicar-se a novos
desafios encarando propostas novas ou atividades onde anteriormente j se haviam
negado a experimentao por acharem-se incapazes de uma produo mais
elaborada ou pelo receio de arriscar-se em algo que poderia resultar em fracasso.
Pude assistir essas pessoas se arriscando aos poucos, vencendo tabus com
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grandes dificuldades, duvidando de sua prpria capacidade, tentando ou
experimentando apenas pelo prazer da experimentao e, ao mostrarem pelos
resultados obtidos do que eram capazes, ou mesmo que aos olhos de outros no
fosse os mesmos olhos dos idosos e maravilhava-se com sua prpria produo,
tornando-se cada vez mais seguros de seu prprio potencial, demonstrando alegria
no criar descompromissado, ocupando seu tempo vago, transformando lazer em
prazer, fortalecendo e reconstruindo sua auto-estima e demonstrando o papel
importantssimo que a arteterapia ocupa no seu dia-a-dia.
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