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8/2/2019 Artigo - A Import an CIA Da Aula Pratica No Ensino de Ciencias - Cris
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A IMPORTNCIA DA AULA PRATICA NO
ENSINO DE CINCIAS
Cristiane Pereira Machado1 & Edinalva Oliveira2
1ITECNE- Ps graduanda do curso de Ps Graduao em Ensino e Prticas de Cincias,
2ITECNE- ORIENTADORA-Doutora em Cincias Biolgicas.
RESUMO
Devido ao contato direto com os alunos em diferentes situaes de aprendizagem, cabe ao professor o importantepapel de estimular o crescimento de seus alunos, para impulsiona-lo em direo ao aprendizado efetivo. Oscontedos abordados de forma prtica podem auxiliar o processo de aprendizagem, pois torna as aulas maisinteressantes e assuntos tericos muito mais fceis de assimilar. No entanto para podermos superar asdificuldades de falta de espao apoio e materiais se faz necessrio um bom planejamento por parte dos docentes,
para que o professor possa envolver o aluno e favorea um desenvolvimento de jovens capazes de interpretar,avaliar e criticar as informaes que adquire no seu dia a dia. Este artigo teve como objetivo, por meio de uma
pesquisa de campo, apresentar como as aulas prticas de cincias podem ser mais proveitosas para os alunos emtermos de aquisio de conhecimento. A pesquisa de campo foi realizada utilizando-se dois temas: fotossntese e
cidos e bases em aulas tericas e prticas e avaliaes posteriores com dois grupos de alunos de 7 e 8 srie. Osresultados mostram que estas ltimas tiveram melhor aproveitamento por parte dos alunos As modalidadesdidticas utilizadas para o ensino das disciplinas cientficas esto sujeitas, a concepo de aprendizagem deCincia adotada. A tendncia de currculos tradicionalistas ainda prevalecem no Brasil. Entende-se que, seja qualfor a abordagem adotada para as aulas de cincias, a importncia do professor e a adoo de aulas prticas nesse
processo redobrada como foi constatado na pesquisa de campo.
Palavras-chave: ensino de cincias; didtica; aulas prticas.
INTRODUO
Devido ao contato direto com os alunos em diferentes situaes de aprendizagem, cabe
ao professor o importante papel de estimular o crescimento de seus alunos, para impulsiona-lo
em direo ao aprendizado efetivo.
Ao se aprimorar conceitos, mtodos e procedimentos da cincia, o jovem compreende
melhor o mundo que o cerca e desenvolve uma postura critica diante dos fenmenos naturais e
na relao com o seu meio ambiente.
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Os docentes em geral encontram muitas dificuldades em conciliar aulas praticas
juntamente com a terica, e muitas das vezes por falta de espao, materiais ou apoio da prpria
escola, e acabam por deixar as aulas praticas por ultima opo. Estudos relatam a importncia
da aula pratica como instrumento de aprendizagem, a experincia direta do aluno com as
praticas atravs da cincia e de suma importncia para o desenvolvimento da sua aprendizagem.
Os contedos abordados de forma prtica visa o desenvolvimento do aluno em mltiplos
planos, a concretizao vivenciada pelos alunos torna as aulas mais interessantes e assuntos
tericos muito mais fceis de assimilar.
No entanto para podermos superar as dificuldades de falta de espao apoio e materiais se
faz necessrio um bom planejamento por parte dos docentes, para que o professor possa
envolver o aluno e favorea um desenvolvimento de jovens capazes de interpretar, avaliar e
criticar as informaes que adquire no seu dia a dia.
Desta forma se justifica este estudo e passa-se a reviso de literatura.
Ensino de Cincias
De acordo com Chinelli, Ferreira e Aguiar (2010) pode-se testemunhar um vasto debate
em torno da necessidade de se modificarem os currculos escolares, no que se refere ao ensino
das cincias. Existem sinais incontroversos da falta de adequao das prticas pedaggicastradicionais, o que resulta no fracasso de muitos estudantes e no crescente desinteresse pela
aprendizagem das cincias.
A OCDE realizou estudos em 2002 que conferem a falta de interesse dos jovens pelas
carreiras relacionadas a cincias e tecnologias a uma questo de sentido: os estudantes recusam
a proposta da escola de mostrar-lhes o mundo sob a interpretao de uma cincia fria e
metdica, distante da sua realidade e interesses. Os estudantes almejam que o ensino deixe clara
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a importncia dos conhecimentos cientficos e tecnolgicos para auxilia-los a compreender de
maneira melhor o mundo no qual vivem (OCDE, 2002).
De acordo com Morin (2003) esta constatao particularmente expressiva quando
confrontada com as mudanas mais recentes na forma de conceber a atividade cientfica. Essas
mudanas distinguem, no contexto cultural, a coerncia intelectual que ampara a seleo dos
mtodos e a interpretao dos resultados das investigaes cientficas, ao mesmo tempo em que
acolhem o impacto do desenvolvimento cientfico e tecnolgico sobre a sociedade. Isso
determina a formao de uma conscincia moral objetivando o controle tico e poltico da
atividade cientfica. Para Santos (2004), alm disso, tambm ratifica uma tendncia para
suplantar-se a tradicional distino entre as cincias naturais e as cincias sociais. Os jovens
pesquisados pela OCDE parecem estar em sintonia com o novo paradigma cientfico, o que
traria certo desconforto em relao viso tradicional das cincias, ainda dominante nas
escolas.
Nesse caminho, um enfoque epistemolgico que contemple as origens da natureza do
conhecimento cientfico, pode trazer esclarecimentos importantes para certos problemas que
aparecem no processo de aprendizagem de conceitos e teorias da cincia. Assim sendo, Freire
Junior (2002, p. 27) destaca que:
A educao em cincias enfrenta um desafio contemporneo, ela deve contribuirpara que o cidado estabelea uma relao crtica com a cincia e a tecnologia,relao que seja um antdoto ao ceticismo que idolatra e mitifica a cincia, como
postura irracionalista que desconhece o papel humanizador da cincia. Este desafioguarda correlao com a necessidade de que esse cidado compreenda a cinciacomo parte do legado cultural. Essas so as razes maiores a recomendar o recursos contribuies da histria e da filosofia para a educao em cincias.
De acordo com Arnoni; Koike e Borges(2003) no que so corroborados por Vieira e
Vieira (2005) deve-se reconhecer a necessidade de diminuir a defasagem entre o tipo de
preparao que a escola disponibiliza e aquele que a sociedade demanda, e devido a este fato,
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desde a dcada de 1990, inmeros pases tm desenvolvido movimentos de reforma da
Educao em Cincias. Estes movimentos enfatizam obstinadamente que a meta da Educao
em Cincias deve ser a preparao de alunos cientificamente letrados para que possam
compartilhar um processo democrtico de tomada de decises e a resoluo de problemas
pessoais e sociais que envolvem a cincia e a tecnologia.
Na opinio de alguns autores, como Cassiani e Linsingen (2009), a meta da literacia1
cientfica e da adoo das aulas prticas leva de maneira direta a orientao do ensino das
cincias em torno de contextos CTS (Cincia, Tecnologia e Sociedade). Isto porque uma
orientao CTS para o ensino das cincias ao defender a aquisio de conhecimentos cientficos
e o desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes a propsito da abordagem de
assuntos e problemas em contexto real, isto , a propsito de problemas sociais que abranjam a
cincia e a tecnologia, cria condies para que estas aprendizagens passem a ser teis no dia-a-
dia, no num ponto de vista simplesmente instrumental, mas sim numa perspectiva de ao.
Para Linsingen (2007) o ensino das cincias deve, pois, promover o desenvolvimento de
competncias (entendidas como um conhecimento em ao que integra conhecimentos,
capacidades de pensamento e atitudes e valores) por parte do aluno, que lhe possibilitem
enfrentar as mudanas e participar de uma sociedade democrtica onde as decises pessoais e
polticas ligadas cincia e tecnologia no so isentas de valores por envolverem, muitas
vezes, interesses econmicos e sociais.Mas, toda esta renovao curricular traz o problema da concretizao prtica. De acordo
com Cassiani e Linsingen (2009) deve-se reconhecer um aspecto e corroborar um conjunto de
orientaes em termos de competncias e situaes de aprendizagem a proporcionar aos alunos.
Contudo, outro aspecto lev-los prtica, consolidando-os no contexto da ao educativa na
escola, mais especificamente, na sala de aula. Contribuir para concretizar um ensino das
1 Capacidade de cada indivduo compreender e usar a informao escrita contida em vrios materiais impressos,de modo a atingir os seus objetivos, a desenvolver os seus prprios conhecimentos e potencialidades e a
participar ativamente na sociedade.
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cincias segundo uma orientao CTS, tendo em vista atingir a meta da literacia cientfica,
demanda que se trabalhe com os professores para que possam encarar os novos desafios com
confiana, segurana e iniciativa.
Para Marandino (2003) assumir que os professores so profissionais com capacidade
para identificar e interpretar problemas educativos e buscar solues para esses problemas, no
quadro de orientaes curriculares nacionais, obriga a um olhar para a formao de professores
que englobe uma formao pela investigao, num trabalho conjunto
e partilhado entre e com os professores de modo a interligar inovao/investigao/formao.
Trata-se de utilizar a formao como um processo de pesquisa pelo qual a produo de
conhecimentos seja reinvestida na ao educativa.
De acordo com Silva (2009) a ausncia do estabelecimento de relaes com o cotidiano
nas situaes de ensino-aprendizagem e a grade curricular hermtica consistem em uma camisa
de fora para o desenvolvimento do trabalho criativo do professor. Principalmente na rea de
cincias quando se refere as metodologias de avaliao e aprendizagem surgem muitas
discusses sobre a falta de experimentao e o contedo terico repassados pelo professor.
Segundo Bizzo (1998) o ensino de cincias deve contemplar formas em que o aluno
possa desvendar por si mesmo questes do cotidiano e interesses antes desconhecidos, de forma
que este aluno possa conseguir responder suas prprias perguntas e tomar decises baseadas em
critrios adquiridos com suas prprias experincias.Para Chassot (2003) a compreenso do ensino de cincias faz com que o aluno aprenda
a controlar e prever as transformaes que ocorrem na natureza e com isso ele ter condies de
adquirir uma melhor qualidade de vida.
Na viso construtiva, conforme destacam Chinelli, Ferreira e Aguiar (2009), com a
experincia adequadamente escolhida e criativa que o aluno questiona, frmula, opera e conclui,
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adquirindo seu prprio meio de aprendizagem, e com isso ultrapassa o limite de uma simples
assimilao de conhecimentos prontos.
Galiazzi et al. (2001) a incluso de aulas praticas no ensino de cincias vem sendo
discutido a muito tempo, com pontos positivos e negativos da utilizao das mesmas em sala de
aula. A inteno e a expectativa dos docentes e que a experimentao por parte dos alunos seja
de tal forma que enaltea a aprendizagem.
Papel do Professor
Segundo Chinelli e Aguiar (2008) a formao docente no se desenvolve somente nas
atividades acadmicas. Diversas pesquisas evidenciam que a prtica profissional dos
professores sofre influencia de sua trajetria pessoal. O que significa que aprendizagens no
formais tambm so responsveis pela formao de conceitos sobre a cincia, os cientistas, a
atividade cientfica e o significado de ser professor de cincia.
Baseado neste princpio, a investigao em didtica das cincias tem se voltado, de certa
maneira, para o estudo das concepes dos professores sobre a natureza da cincia e da
atividade cientfica. A importncia deste objeto, de acordo com Fernandez et al. (2002), parte da
convico de que as pr-concepes, ideias e comportamentos que os professores apresentam
sobre as cincias e sobre o ensino podem entrar em conflito com o que a pesquisa em didticadas cincias tem mostrado.
Neste contexto se destaca a importncia do papel do professor. ele que deve conduzir,
com desenvoltura e competncia, o processo de aproximar a realidade da sala de aula
realidade do aluno, visando tornar significativa a aprendizagem de contedos curriculares, pois,
segundo Cortella (2004, p. 16): Uma nova qualidade social exige uma reorientao curricular
que preveja levar em conta a realidade do aluno. Levar em conta no significa aceitar essa
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realidade, mas dela partir; partir do universo do aluno para que ele consiga compreende-lo e
modific-lo.
tambm atribuio do professor trabalhar a multiplicidade de vises de mundo e, para
isto, ele necessita ser preparado. Segundo Pretto (2001, p. 117-118):
Um significativo passo nessa direo considerar, no cotidiano da sua formao, asquestes da comunicao, da informao e das imagens, com o objetivo de tornar osnovos profissionais preparados para vivenciar os desafios do mundo que se estconstruindo. Naturalmente, se estamos pensando numa escola na qual a culturaaudiovisiva seja uma presena, o professor, principal personagem desse processo,
precisa estar preparado para trabalhar com essa cultura. Uma cultura que est
intimamente relacionada com as mdias e, por isso, exige e determina uma novalinguagem.
Segundo Vieira e Vieira (2005) numa conjuntura de trabalho colaborativo com os
professores, encarar a prtica didtico-pedaggica como um ponto de partida, distinguindo as
orientaes em de sala de aula mediante a construo de materiais didticos, institui condies
para introduzir com eficcia as inovaes esperadas. Isto porque quanto maior for a conscincia
do professor relativamente s origens e conseqncias das suas prticas, maior ser o seu poder
de interveno e transformao, quer das prticas, quer dos constrangimentos existentes. Alm
disso, a reflexo sobre as prticas, tendo como referncia o currculo intencional, viabiliza a
tomada de conscincia da necessidade da mudana.
O Processo Didtico
O processo didtico implica alguns elementos fundamentais que se deve procurar
abordar nas questes que envolvem o ensino de eficaz de cincias. Primeiro, pressupe a
mediao do professor na confrontao do aluno com o objeto do ensino: conhecimentos e
atitudes que ele dever aprender. Implica, ainda, que o professor deve ter em mente os objetivosdo ensino, e que ir lev-los em conta, na organizao das situaes de aprendizagem. Contudo,
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deve-se considerar que este no um processo autnomo. A ao do professor, ao mesmo
tempo em que expressa finalidades e exigncias da prtica social concreta, a ela se subordina,
de modo que, segundo Libneo (1993, p. 56):
Entender o processo didtico como totalidade abrangente implica vincularcontedos, ensino e aprendizagem a objetivos scio-polticos e pedaggicos eanalisar criteriosamente o conjunto das condies concretas que rodeiam cadasituao didtica. Em outras palavras, o ensino um processo social, integrante demltiplos processos sociais, no qual esto implicadas dimenses polticas,ideolgicas, ticas, pedaggicas, frente s quais se formulam objetivos, contedos emtodos conforme opes assumidas pelo educador.
Para Chinelli, Ferreira e Aguiar (2010) existe a necessidade de se abranger a
epistemologia e a histria das cincias nos currculos da formao inicial dos professores de
cincias, e de se criar oportunidades para que esses conhecimentos sejam abordados na
formao continuada. Contudo, pode-se perceber na prtica dos professores a insegurana e
desconhecimento, que sugerem tambm o imperativo de que seja reforada a formao
sociolgica dos professores, principalmente no que se refere s questes curriculares.
Conforme Silva e Del Pino (2010) A necessidade de preparao de um projeto curricular
diferente do tradicionalmente utilizado nas escolas consequncia de uma srie de problemas
que so sustentados e se agravam na medida em que os alunos no encontram significado nas
aulas que so obrigados a frequentar.
Ainda para os autores acima citados a tomada de conscincia sobre os problemas
enfrentados e vivenciados pelos sujeitos inseridos no ambiente escolar possibilita a
compreenso da necessidade de que modificar a prtica pedaggica que hoje em dia adotada
nas escolas demanda uma srie de decises vinculadas, entre outras, ao desenvolvimento de
uma nova maneira de planejar e desenvolver esta prtica, renovando relaes e conceitos a
respeito dos processos envolvidos no projeto curricular.
Segundo Silva e Del Pino (2010), mesmo diante destes empecilhos que se fazem
presentes no cotidiano do professor de escola pblica, principalmente, acredita-se que um fazer
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diferente possvel, desde que permeado pela compreenso do que se pretende atingir.
Trabalhar a inovao, apenas pelo simples fato de transformar a prtica em sala de aula com
base em uma receita sugerida por outros, que possivelmente no conhecem o contexto de
trabalho no qual o projeto ser desenvolvido, provavelmente no ser soluo para os
problemas com os quais convivem os sujeitos envolvidos com o sistema de ensino atual,
professores e alunos. Contudo, a busca pela interlocuo entre teoria e prtica possibilitar um
fazer inovador, que se justifica pela necessidade de mudana do que est posto, com o intuito de
encontrar solues que satisfaam as necessidades diagnosticadas no dia a dia escolar.
De acordo com Chinelli, Ferreira e Aguiar (2008) partindo-se do que se convencionou
chamar de crise no ensino de cincias, identificada como o repetido fracasso escolar nas
disciplinas cientficas e o afastamento dos jovens das carreiras cientficas, vrios autores tm
recomendado que a educao em cincia considere a pesquisa como um princpio educativo,
procurando a aproximao dos estudantes dos mtodos e processos cientficos e da
experimentao faz parte de um conjunto de aspectos relativos ao processo ensino-
aprendizagem das cincias que alguns destes pesquisadores tm chamado de consenso
construtivista na educao em cincia, compreendendo ainda a aprendizagem de conceitos, a
resoluo de problemas, aulas prticas e a atitude em relao s cincias.
Ainda para os autores supra citados, na perspectiva construtivista, por meio da
experincia adequadamente proposta e criativamente utilizada, na qual o estudante interroga,formula, opera e conclui, este elabora um processo particular de aprendizagem que extrapola a
simples assimilao de conhecimentos prontos, possibilita uma aprendizagem significativa e
duradoura.
O Ensino de Cincias e as Abordagens Possveis que Envolvem a Possibilidade de Aula
Prtica
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A ABORDAGEM CTS
Para Santos; Mortimer (2002) o ensino de cincias com nfase em CTS (cincia,
tecnologia e sociedade) muito desenvolvidos ao redor do mundo tem como foco de ao a
preparao dos alunos para o exerccio da cidadania e tem por caracterstica principal uma
abordagem dos contedos cientficos dentro do contexto social, fazendo uma ponte entre a
cincia e a tecnologia sem o endeusamento da cincia e sim com uma postura que disponibiliza
as representaes que possibilitam ao aluno agir, tomar deciso e compreender a verdade por
traz do discurso dos especialistas.
Faz-se importante trazer as concepes destacadas por Santos; Mortimer (2002, p. 3):
(i) cincia como atividade humana que tenta controlar o ambiente e a ns mesmos, eque intimamente relacionada tecnologia e s questes sociais; (ii) sociedade que
busca desenvolver, no pblico em geral e tambm nos cientistas, uma visooperacional sofisticada de como so tomadas decises sobre problemas sociais
relacionados cincia e tecnologia; (iii) aluno como algum que seja preparado paratomar decises inteligentes e que compreenda a base cientfica da tecnologia e abase prtica das decises; e (iv) professor como aquele que desenvolve oconhecimento de e o comprometimento com as inter-relaes complexas entrecincia, tecnologia e decises.
Para Hofstein; Aikenhead; Riquarts (apud SANTOS; MORTIMER, 2002, p. 3):
CTS pode ser caracterizado como o ensino do contedo de cincias no contexto
autntico do seu meio tecnolgico e social, no qual os estudantes integram oconhecimento cientfico com a tecnologia e o mundo social de suas experincias dodia-a-dia.
Segundo Auler (2007) a abordagem CTS traz como objetivos educacionais para o
ensino de cincias promover o interesse do educando em estabelecer e relacionar os aspectos
cientficos e tecnolgicos e discutir suas implicaes de forma tica na sociedade, procurando
desenvolver a compreenso dos mesmos sobre a natureza da cincia e do trabalho cientfico,
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formando um cidado alfabetizado cientfica e tecnologicamente capazes de desenvolverem
suas prprias opinies crticas e de tomar decises independentes.
A ABORDAGEM DO ENSINO POR INVESTIGAO
Segundo Silva (s/d) ensino por investigao tem se mostrado como uma abordagem de
ensino que se destina especialmente para o ensino de cincias porque possibilita que os alunos
reproduzam algumas atividades relacionadas apenas aos cientistas de forma que este aluno
possa ser levado a incorporar o discurso da comunidade cientfica.
De acordo com o autor o ensino de Cincias por investigao assume uma concepo
de aproximao pedaggica do modelo de pesquisa cientfica, sendo especialmente utilizado
nos Estados Unidos. Contudo, destaca que se deve entender que esta abordagem diferente da
concepo de investigao cientfica, sendo esta ltima entendida como um conjunto de
processos e de formas de pensamento que do suporte ao desenvolvimento de novos
conhecimentos cientficos. J o primeiro entendido como uma abordagem de ensino que
reproduz parcialmente esta atividade cientfica, de forma que possibilita que os alunos
questionem, pesquisem e resolvam problemas no mbito das cincias.
Rodrigues; Borges (2008) tambm mostram a grande utilizao do ensino por
investigao no currculo das escolas norte americanas, onde o uso do laboratrio uma prtica
recorrente de aprendizagem, e mostram que mesmo de um reconhecimento, por parte dos
professores brasileiros, do valor da investigao no ensino do contedo, estes apontam uma
srie de dificuldades de sua utilizao como tcnica de instruo, entre eles o prprio
gerenciamento da turma, visto que esta prtica no habitual no pas, alm de dificuldades com
os contedos, equipamentos e materiais necessrios.
Desta forma os autores destacam como funo bsica do ensino por aprendizagem uma
estratgia de ensino mais efetiva, que promove um maior engajamento dos estudantes e na qual
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os alunos aprendem mais, passando por uma argumentao bastante psicolgica do processo de
ensino/aprendizagem de conceitos e princpios da cincia.
Como se pode entender, uma abordagem de ensino por investigao se pauta pela
dissociao da figura do professor como o nico a possuir conhecimento e aquele que fornece
um contedo fixo de informaes, e passa a assumir o papel de facilitador da aprendizagem por
descoberta de seus alunos, atravs de conferncias progressivas. Esta idia fica clara na
exposio de Munford; Lima (2008, p. 4):
Quando falamos de Ensino de Cincias por Investigao, pretendemos sugeririmagens alternativas de aulas de cincias, diferentes daquelas que tm sido maiscomuns nas escolas, dentre elas, o professor fazendo anotaes no quadro, seguidasde explicaes e os estudantes anotando e ouvindo-o dissertar sobre um determinadotpico de contedo.
Percebe-se que a essncia da abordagem parte da contextualizao dos contedos com
a realidade do educando, de forma a no fazer uma separao entre o que aprendido da
maneira como esse conhecimento aprendido e utilizado. Para as autoras acima citadas, o
ensino de cincias deve pautar-se pela associao entre a aprendizagem e algumas prticas
cientficas e desta forma no produtivo dissociar esta aprendizagem de conceitos cientficos e
de prticas da comunidade cientfica que geraram esses conceitos.
A abordagem por investigao visa criar ao longo do processo de ensino a utilizao
de experimentos que podem criar oportunidades para a aquisio de conhecimento de forma
conceitualmente consistente. O mecanismo do processo se faz a partir da anlise de resultados
que podem estar errados e se constituem, desta maneira, a mola propulsora para orientar novas
investigaes prticas e conceituais, criando um ciclo de aprendizado e fugindo do esteretipo
do ensino de cincias realizado por meio de proposies cientficas, apresentadas na forma de
definies, leis e princpios que so expresso da verdade de fato, sem maior problematizao e
sem que se exista um dilogo necessrio e importante entre teorias e evidncias que o aluno
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pode constatar no mundo real. Assim, destaca-se como pressuposto bsico da abordagem a
praticizao dos contedos de forma a torn-los mais contextualizados com o cotidiano dos
alunos.
METODOLOGIA
Populao e Amostra
Este artigo teve como objetivo, por meio de uma pesquisa de campo, apresentar como
as aulas prticas de cincias podem ser mais proveitosas para os alunos em termos de aquisio
de conhecimento.
A pesquisa foi realizada no ms de setembro do ano passado (2010) utilizando-se dois
temas: fotossntese e cidos e bases e obteve uma amostra de treze (13) alunos das stimas
sries na aula sobre fotossntese e dezesseis (16) alunos das oitavas sries na aula de cidos e
bases da escola XXXXXXXXXXXXXXXX.
Coleta de dados
Em relao s tcnicas de coleta de dados, usaram-se diversas delas, como: a
observao, o inqurito e a anlise documental. Ao faz-lo, reconhece-se a potencial utilidade
de, numa abordagem qualitativa seguindo a metodologia de investigao-ao, recorrer a uma
variedade de tcnicas de coleta de dados de modo a completar a informao obtida e a aumentar
a sua validade.
Quanto s observaes realizadas, elas incidiram sobre as aulas das professoras
colaboradoras. A pesquisadora adotou, em distintos momentos, papis diversos nas atividades
da turma tais como: apoio aos alunos e envolvimento na conversao com a professora
colaboradora e com os alunos. Ao assumir tais papis, teve a oportunidade de estar mais
prximo das professoras colaboradoras e partilhar uma experincia comum, como preconiza
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Anderson (2000). Esta postura tornou-se importante para promover a reflexo e a introspeco
sobre as prticas das professoras do grupo de investigao-ao. As notas das provas aps as
aulas tericas e aps as aulas prticas so os documentos utilizados para tabular a pesquisa.
Tratamento dos dados
Para comparar o aprendizados dos alunos de ensino fundamental em relao as aulas
tericas e prticas foram analisadas as notas das provas das quatro (4) turmas pesquisadas, onde
foram ministradas aulas somente tericas e posterior avaliao. Foram, ento ministradas aulas
prticas e nova avaliao do mesmo contedo.
RESULTADOS E DISCUSSO
Resultados
QUADRO 1 AULA SOBRE FOTOSSNTESE 7 SRIENotas aulaterica
Notas aula prtica
Aluno 1 4,9 6,8Aluno 2 6,0 7,0Aluno 3 3,9 8,8Aluno 4 3,9 9,0Aluno 5 2,0 6,9Aluno 6 4,8 10,0Aluno 7 3,2 9,2Aluno 8 6,0 8,5Aluno 9 3,8 9,0Aluno 10 1,0 7,1
Aluno 11 0,0 8,8Aluno 12 1,0 9,0Aluno 13 3,9 6,5Fonte: elaborao prpria com dados obtidos na pesquisa de campo.
A partir dos dados das provas sobre o tema da fotossntese aplicadas a stima srie
pode-se perceber a variao para mais nas conforme o grfico 1 a seguir.
GRFICO 1 AULA SOBRE FOTOSSNTESE 7 SRIE
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15
4,9
6,8
6
7
3,9
8,8
3,9
9
2
6,9
4,8
10
3,2
9,2
6
8,5
3,8
9
1
7,1
0
8,8
1
9
3,9
6,5
0
2
4
6
8
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
notas aula terica notas aula prtica
Fonte: elaborao prpria com dados obtidos na pesquisa de campo.
QUADRO 2 AULAS SOBRE CIDOS E BASES 8 SRIENotas aulaterica
Notas aula prtica
Aluno 1 0,0 6,0Aluno 2 0,6 7,0
Aluno 3 0,7 5,3Aluno 4 3,6 5,5Aluno 5 4,0 6,0Aluno 6 6,9 10,0Aluno 7 2,3 3,8Aluno 8 2,1 8,9Aluno 9 5,0 6,9Aluno 10 6,3 9,0Aluno 11 2,9 5,5Aluno 12 1,5 4,5
Aluno 13 3,9 3,0Aluno 14 5,9 8,9Aluno 15 7,2 10,0Aluno 16 2,0 5,0Fonte: elaborao prpria com dados obtidos na pesquisa de campo.
Pode-se perceber que existiu uma variao positiva em relao as notas aps a aula
prtica como se pode ver pelo exposto no grfico 2.
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GRFICO 2 - AULAS SOBRE CIDOS E BASES 8 SRIE
0
6
0,6
7
0,7
5,3
3,6
5,5
4
66,9
10
2,3
3,8
2,1
8,9
5
6,9
6,3
9
2,9
5,5
1,5
4,5
3,9
3
5,9
8,9
7,2
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notas da aula terica notas da aula prtica
Fonte: elaborao prpria com dados obtidos na pesquisa de campo.
Discusso
Para Arnoni, Koike, Borges (2005); Chinelli, Aguiar (2008); Freire Junior (2002) e
Marandino (2003) ao se pensar nos mtodos de ensino de cincias, percebe-se a necessidade de
se recriar o mtodo tomando-se como base uma proposta de ensino para a vida, um mtodo que
permita uma nova abordagem, que sensibilize o aluno para o mundo natural, mas que no se
limite a isso, que tambm faa com que esse aluno aprenda, pense, questione e principalmente
queira saber mais. Desta maneira, formar o cidado crtico e engajado.
Bizzo (1998); Pretto (2001); Vieira e Vieira (2005) e Fernandez et al (2002)
concordam que necessrio aulas e professores que estimulem e proporcionem dvidas aos
alunos durante as aulas a fim de que recebam e assimilem as vrias informaes transmitidas,
para que viajem por diversos lugares, diferentes aspectos que no se resumam mera descrio
dos ossos do corpo humano ou das partes de uma rvore, mas que proporcione enxergar alm
destes aspectos restritos. Assim a aula prtica ferramenta importante, pois necessrio um
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ensino de cincias que faa com que o aluno tenha oportunidade de ver os detalhes das coisas
(como uma flor ou espinhos de cacto) que nunca parariam para prestar ateno, por falta de
oportunidade, tempo ou motivao. Alm disso, e principalmente, ter espao para satisfazer
suas dvidas e curiosidades. Pode-se perceber a partir dos resultados da pesquisa de campo a
importncia do exposto nas aulas prticas oferecidas.
O contato do aluno com o ensino de Cincias nas sries iniciais extremamente
pertinente, uma vez que, crianas dessa faixa etria so naturalmente curiosas, investigativas e
observadoras, demonstram bastante interesse em conhecer o mundo que a cerca, a partir dos
estmulos recebidos atravs do dos professores e dos seus mtodos de trabalharem com esses
interesses conforme destacam Chassot (2003); Silva e Del Pino (2010). E este contato feito nas
aulas prticas traz ainda maiores benefcios aos alunos.
Esse conhecimento deve partir dos interesses das crianas, de suas necessidades
imediatas e do meio em que elas vivem, cabendo ao professor priorizar as habilidades naturais
de cada faixa etria, com trabalhos que estimulem o desenvolvimento das habilidades de
observao, descrio oral ou atravs do desenho, da explorao do ambiente em que vive; o
clima da cidade ou at mesmo o jardim da escola, ou seja, estabelecer relaes entre os diversos
elementos que compem seu meio; enriquecer suas experincias, a fim de que as crianas
adquiram o gosto pelas pesquisas e descobertas, adquirir hbitos de uma vida sadia em relao
higiene, alimentao, eliminao e recreao, proporcionando o desenvolvimento de umapostura crtica e reflexiva frente s descobertas e os fatos do mundo real (AULER, 2007;
CASSIANI E LINSINGEN, 2009; CHINELLI, PEREIRA E AGUIAR, 2008; LINSINGEN,
2007; MUNFORD E LIMA, 2008; RODRIGUES E BORGES, 2008; SANTOS E
MORTIMER, 2002; SILVA, S/D; VIEIRA E VIEIRA, 2005).
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CONSIDERAES FINAIS
As modalidades didticas utilizadas para o ensino das disciplinas cientficas esto
sujeitas, essencialmente, a concepo de aprendizagem de Cincia adotada. A tendncia de
currculos tradicionalistas ou racionalistas acadmicos, apesar de todas as mudanas, ainda
prevalecem no s no Brasil, mas tambm nos sistemas educacionais de pases em vrios nveis
de desenvolvimento.
Admitindo que o foco dos cursos fundamentalmente a transmisso das informaes, ao
professor cabe apresentar a matria de forma atualizada e organizada, facilitando a aquisio de
conhecimentos. Neste contexto, as aulas prticas no ensino de Cincias servem a diferentes
funes para diversas concepes do papel da escola e da forma de aprendizagem.
No caso de um currculo que focaliza primordialmente a transmisso de informaes, o
trabalho em laboratrio motivador da aprendizagem, levando ao desenvolvimento de
habilidades tcnicas e principalmente auxiliando a fixao, o conhecimento sobre os fenmenos
e fatos como se pode perceber na pesquisa de campo.
Para se consolidar o ensino de cincias, especialmente no caso do ensino fundamental,
necessrio uma reflexo sobre a importncia da prtica de educao em cincias e da
qualificao dos professores da educao infantil e do ensino fundamental para tratar do
assunto, pois muitos se demonstram preparados para desenvolver este tipo de atividade dediscusso no ambiente escolar, ou seja, preciso que os professores superem a falta de viso
por parte dos elaboradores dos programas curriculares e dos livros didticos, sobre a
importncia do conhecimento de cincias para a formao dos indivduos. Aqui cabe dizer que
as abordagens estudadas podem dar suporte a esse ensino, especificidades a parte.
As abordagens CTS e por investigao utilizam os pressupostos trazidos por Vygotsky
quando este enfatiza a questo da contextualizao dos contedos para que o aluno possa
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entender que os mesmos fazem parte do seu cotidiano e no so apenas postulados cientficos
sem ligao com a realidade e sem aplicao prtica. Este contexto se se aplica, segundo a
concepo da equipe especialmente aos contedos relacionados ao meio ambiente.
Entende-se que, seja qual for a abordagem adotada para as aulas de cincias, a
importncia do professor e a adoo de aulas prticas nesse processo redobrada. O contedo
deixa de ser aquele quadro com perguntas e respostas prontas e acabadas, onde representa um
erro fatal do aluno tentar buscar respostas ou saber mais que o contedo programado pelo
professor, e passa a ser trabalhado e abordado por meio das dvidas e do conhecimento dos
prprios alunos e na experincia prtica e visualizao como foi constatado na pesquisa de
campo.
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