artigo aportes para nova visada.... anais compós
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APORTES PARA NOVA VISADA DA METAPESQUISA EM COMUNICAÇÃO 1
Maria Ângela Mattos2, Ricardo Costa Villaça3
Resumo: O artigo propõe uma discussão sobre a carência da metapesquisa no campo acadêmico da comunicação e, em particular, dos artigos científicos que abordam fenômenos emergentes, a exemplo da interação midiatizada e da midiatização das sociedades contemporâneas, já que não ultrapassam muitas vezes o nível da empiria e apresentam imprecisão, dispersão e fragmentação das perspectivas teóricas adotadas. Daí a proposição de retomar alguns autores que, na década atual, têm buscado construir novos modelos interpretativos, além de “desentranhar” o comunicacional dos aportes emprestados de outras áreas de conhecimento. Partindo de lugares e visadas teóricas que ora se aproximam ora se distanciam, esses autores contribuem para a constituição do capital teórico das interações midiatizadas e da midiatização.
Palavras-chave: Metapesquisa em Comunicação. Capital Teórico. Interação Midiatizada e Midiatização.
Introdução
Este artigo promove uma reflexão sobre a importância da metapesquisa para a
constituição do capital teórico de uma questão emergente nos estudos da comunicação
hoje: a interação midiatizada e a midiatização das sociedades contemporâneas. Discute
ainda as perspectivas de análise deste fenômeno adotadas pelos estudiosos que têm se
destacado na literatura de comunicação na década atual, visando contribuir para a
construção do marco teórico da metapesquisa: “A construção do capital teórico sobre os
processos de interação midiatizada nos artigos científicos apresentados nos eventos
nacionais da Compós e Intercom durante os anos 2000”4. Assim, pressupomos que tais
perspectivas são possíveis fontes de referência dos artigos apresentados em eventos
científicos, particularmente aqueles que abordam esta problemática de investigação. O
1 Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho (GT): Práticas Interacionais e Linguagens na Comunicação do XX Encontro da Compós, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, de 14 a 17 de junho de 2011.2 Profª Drª do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas e coordenadora do grupo de pesquisa Campo Comunicacional e suas Interfaces e da metapesquisa: “A construção do capital teórico sobre os processos de interação midiatizada nos artigos científicos apresentados nos eventos nacionais da Compós e Intercom durante os anos 2000”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – [email protected] Mestre em Comunicação Social pela PUC Minas e bolsista de apoio técnico de pesquisa (FAPEMIG). [email protected]. 4 Financiada pela FAMPEMIG, esta metapesquisa objetiva investigar o capital teórico das interações midiatizadas e da midiatização a partir da análise e interpretação das perspectivas teoricoepistemológicas adotadas nos artigos científicos apresentados nos eventos nacionais da Compós e da Intercom. Propõe ainda analisar as teorias, categorias, conceitos e noções sobre a temática; as possíveis interpretações e apropriações das abordagens e autores de referência; qualificar as interfaces com outras áreas de conhecimento, entre outros. Ela será desenvolvida no período 2011-2013 pelo grupo de pesquisa Campo Comunicacional e suas Interfaces.
que nos instiga a indagar: de que forma os aportes teóricos estão sendo compreendidos,
apropriados, ressignificados e articulados com os objetos analisados nesses artigos?
O ponto de partida deste trabalho é que sob diferentes denominações e tradições
teoricometodológicas, o estudo das interações midiatizadas e da midiatização, desde os
primórdios das pesquisas sobre o fenômeno da cultura e comunicação de massa até o
cenário atual de expansão das tecnologias da informação e comunicação, não se
estabeleceu ainda como área de pesquisa consolidada e legitimada. Os estudos de
comunicação, de maneira geral, mantêm ainda ora uma visão abrangente da interação,
que focaliza mais os seus condicionantes socioculturais do que suas dimensões
comunicacionais, ora um olhar parcial circunscrito aos dispositivos tecnológicos,
concebendo as interações mais em sua dimensão técnica do que processual.
A vertente funcional e tecnicista, hegemônica em quase todo o século passado,
concebe a comunicação como relação unidirecional, estanque e mecanicista entre
emissor e receptor, e se preocupa mais com as respostas e reações dos indivíduos,
grupos e instituições aos estímulos dos meios massivos do que com a interação entre os
sujeitos envolvidos no processo comunicacional.
Nova roupagem dessa vertente se expressa em parte considerável da literatura
atual que trata dos novos dispositivos de “interatividade” com os usuários das redes
digitais e também dos meios convencionais de comunicação. Tal perspectiva com
frequência aborda de forma parcial e redutora os processos de interação, em virtude da
demasiada ênfase nos aspectos técnicos em detrimento da dimensão humana e
relacional.
Na atual década, por sua vez, a noção de interação tem se mostrado como mais
apropriada para compreender e investigar o processo comunicacional, o que tem
refletido num crescimento expressivo do número de artigos, teses, dissertações e
monografias de comunicação que abordam o assunto. Além disso, as perspectivas
adotadas pelos estudiosos têm se diversificado e avançado no sentido de romper com a
visão generalista bem como com a vertente tecnicista da interação, deslocando o foco
excessivo nos meios e dispositivos técnicos para o estudo dos processos interacionais.
No entanto, esse movimento é ainda incipiente e paradoxal, pois ao mesmo tempo em
que as diversas perspectivas enriquecem e complexificam o quadro interpretativo das
interações midiatizadas, provoca dispersão e fragmentação dos conhecimentos
produzidos. Daí a importância de se investir no desenvolvimento de metas pesquisas
que possibilitem maior sistematização e autorreflexão sobre os aportes teóricos e
metodológicos das pesquisas desenvolvidas.
Este artigo estrutura-se em dois tópicos de discussão, além das considerações
finais. No primeiro, consideramos a importância da metapesquisa para o avanço dos
estudos da comunicação e, em especial, da investigação sobre os artigos científicos que
abordam a questão das interações midiatizadas e da midiatização. Partindo da discussão
conceitual sobre capital teórico e da associação desse termo ao comunicacional e às
interações midiatizadas e à midiatização, o tópico seguinte faz um balanço das
principais contribuições de autores de referência para a constituição deste campo de
investigação.
1) Metapesquisa dos artigos científicos de comunicação: desafios e perspectivas
Conforme Navarro (2007), o campo acadêmico da comunicação enfrenta
diversos desafios, entre os quais a fragmentação dos saberes especializados e a
dificuldade dessa área lidar com a diversidade de aportes teoricoepistemológicos
provenientes de outras áreas de conhecimento, sem subsumir as questões e abordagens
próprias da comunicação. Daí a importância da metapesquisa para a consolidação do
seu campo acadêmico, na medida em que ela possibilita o desenvolvimento de
autorreflexões sistemáticas e críticas das investigações, como também disponibiliza a
produção de conhecimentos.
A opção por realizarmos a metapesquisa dos artigos científicos se fundamenta na
ideia de que parte significativa deles se ancora em fontes bibliográficas e procedimentos
metodológicos, ainda que muitas vezes não explicitados. Considerando ainda que boa
parte desta produção é resultado de sínteses, desdobramentos e avanços das questões
abordadas em trabalhos acadêmicos desenvolvidos anteriormente pelos pesquisadores, a
escolha deste objeto se justifica pela necessidade que sejam identificadas as tendências
de utilização de determinadas perspectivas teóricas e epistemológicas, ou de certos
autores e obras.
Salientamos ainda que os artigos configuram-se como importantes objetos de
análise da produção de conhecimento, particularmente aqueles que representam
desdobramentos de teses, dissertações, monografias, entre outros. Vanz, Brambilla,
Ribeiro e Stumpf (2007, p. 54) consideram que tais documentos revelam as
preocupações de seus autores quanto à configuração do campo em períodos específicos
ou ao longo de uma trajetória, podendo apresentar ainda “problemas disciplinares, bem
como teorias e metodologias utilizadas na área”.
Segundo Alvarenga citado por Primo (2008), vários fatores influenciam os
autores na escolha das fontes para produzir seus trabalhos:
as de ordem psicológica dizem respeito aos hábitos e comportamentos já enraizados no sujeito na forma de produzir conhecimento e na hora de citar; as de cunho sociológico refere-se, principalmente, às escolhas comuns aos membros dos grupos de pesquisa que têm a ver com a sensação de pertencimento a determinada comunidade de pesquisador; as de caráter político referem-se ao sentimento de poder do autor citante por demonstrar domínio por determinadas idéias ou autores , ou também citar autores de determinada instituição por conveniência; e as implicações de origem históricas mantêm relação com as influências que o autor vem acumulando sobre utilização de determinados autores ou grupo ao longo do tempo. (PRIMO, 2008, p. 3-4).
No entanto, tais fatores não foram suficientemente estudados nas pesquisas
bibliométricas no campo da comunicação, já que somente a partir da década de 1990 é
que elas emergem como objetos de investigação nos programas de pós-graduação.
Conforme já salientamos, a expansão das pesquisas e dos artigos científicos
sobre a temática em questão não recebeu ainda tratamento adequado no campo , muito
embora nos últimos tempos a noção de interação tenha se mostrado como a mais
apropriada para, não apenas nomear, mas compreender o processo comunicativo:
A escolha por “interação” substitui e qualifica distintamente a idéia de ação, enfatizando seu aspecto compartilhado. Se o conceito de ação traz a figura do ator e a dimensão do agenciamento (Weber), o conceito de interação traz dois elementos, dois pólos: fala de ação conjunta, reciprocamente referenciada. (FRANÇA, 2008, p. 71).
Abordado em suas determinações tecnológicas, socioculturais, éticas, estéticas,
discursivas, entre outras, e por tradições teóricas e metodológicas filiadas a saberes
diversos, este objeto de estudo demanda maiores investimentos na investigação sobre a
sua dimensão comunicacional a partir de uma perspectiva própria.
No entanto, segundo Rizo Garcia, pesquisadora mexicana vinculada ao grupo
Hacia una Comunicología Posible (GUCOM)5 que investiga a dimensão comunicativa
5 O GUCOM desenvolve investigações sobre o campo comunicacional desde o início desta década, que podem ser sintetizadas em quatro fases de trabalho. Nas três etapas, o projeto procedeu a organização teórica geral do pensamento em comunicação, por meio da revisão bibliográfica e do estudo historiográfico da ciência possível da comunicação. Na quarta e atual etapa, iniciada em 2007, o grupo se dedica a construir um programa de investigação básica sobre a configuração cosmológica, epistemológica e propriamente teórica do particular e do geral. (Cf. CÁRCERES, 2010).
da interação abordada na literatura de referência daquele país, o tema tem pouca
presença no campo seja em relação aos aportes teóricos ou aos estudos de casos
empíricos, além de prevalecer a comunicação interpessoal. Esta metapesquisa revela
também que a interação mediada não é problemática investigada, e que os poucos livros
adotados no ensino de graduação e da pós-graduação que abordam o assunto baseiam-se
em referências externas ao campo6.
Partimos do pressuposto de que essa situação ocorra também no Brasil,
sobretudo se levarmos em conta as recentes incursões teóricas sobre o processo de
midiatização e a emergência de novos regimes de interação instaurados pelas redes
sociotécnicas e pelos próprios meios convencionais. É igualmente recente a apropriação
das correntes da sociologia compreensiva e da fenomenologia pelo campo da
comunicação para analisar as interações comunicacionais e/ou midiatizadas.
Outro sintoma pode ser identificado na tímida presença das expressões
“interação comunicacional”, “midiática” e/ou “midiatizada” nas denominações das 42
áreas de concentração e 97 linhas de pesquisa no conjunto de 39 programas de pós-
graduação em comunicação (PPG-COM) existentes no país em 2010, onde apenas uma
área e duas linhas adotam o termo interação, sendo que sete e 31, respectivamente, os
nomeiam de forma tangencial. O mesmo ocorre com os nomes dos grupos de trabalho
das entidades científicas da área. Em relação à Compós, por exemplo, em apenas um
grupo aparece o termo “interacional”. Já na Intercom não existe nenhum núcleo ou
grupo de pesquisa que recebe tal denominação.
Com base nessa discussão, a interação midiatizada parece ser uma questão
emergente e atravessada por problemas, tais como: dispersão temática, ênfase na
pesquisa empírica e incipiente sistematização teórica. Pode-se inferir, portanto, que não
há produção sistemática e acumulada de conhecimento que reflita as potencialidade e
limitações dos aportes que ancoram tais estudos. Dito em outros termos, há carência de
metas pesquisas que situem e analisem os quadros interpretativos utilizados nos estudos
da área, discutindo sua validade, relevância e pertinência para o avanço do saber
comunicacional.
Como se vê, o alerta feito por Goffman em “A Ordem da Interação” de que a
6 As obras clássicas mais citadas nos 16 livros que abordam a questão da interação são: 1) A representação da pessoa na vida cotidiana (Goffman, 1973); 2) Espírito, pessoa e sociedade (Mead, 1968); 3) Teoria da comunicação humana (Watzlawick et al., 1971). (Cf. RIZO GARCIA, 2004).
teorização acerca do tema foi negligenciada pelas ciências humanas aplica-se ao campo
da comunicação, sobretudo no que diz respeito aos estudos sobre as interações
midiatizadas. Essas além de se constituírem nova modalidade de interação na
contemporaneidade, têm afetado os outros regimes de interação, ainda hoje pouco
exploradas nos estudos da área.
2) Capital teórico da interação midiatizada e da midiatização: um campo em
construção
Compreendemos capital teórico como locus de construção, sistematização e
acumulação de conhecimentos de determinada área de conhecimento e de articulação
com outros saberes que abordam objetos e problemáticas afins. Trata-se também de
instância responsável pela reflexão e revisão crítica de teorias, conceitos, categorias,
métodos e objetos de investigação peculiares a um campo de conhecimento, originários
ou não do seu interior.
Já a expressão capital comunicacional é tributária da noção de saber
comunicacional, e não de campo comunicacional ou científico. O termo campo
comunicacional está associado às primeiras formulações teóricas e investigações
empíricas sobre os impactos e efeitos dos modernos meios de comunicação massivos no
final do século XIX e no século XX. Nesse contexto, segundo Martino (2006), o campo
comunicacional se confunde com o debate sobre a própria atualidade, não havendo
ainda uma base teoricocientífica. Essa acepção remete também a uma visão bastante
ampla da comunicação como área de conhecimento, marcada pela perspectiva
interdisciplinária que advoga a impossibilidade de se construir uma ciência da
comunicação, por ser considerado espaço de “encruzilhada” entre as disciplinas das
ciências sociais e humanas.
A noção de saber comunicacional, por sua vez, emerge a partir dos anos 80 e se
relaciona ao crescente investimento dos estudiosos em construir estatuto científico de
comunicação, com corpus teórico próprio. Sob a ótica da transdisciplinaridade, busca-se
ir além da inter e da multidisciplinaridade, já que não consiste num mero intercâmbio ou
justaposição de disciplinas, e, sim, num movimento que se propõe construir a identidade
e legitimidade academicocientífica da comunicação e, ao mesmo tempo, romper com as
especialidades fechadas e hierarquizadas. Por fim, a denominação capital
comunicacional não compartilha com a perspectiva sociológica de Bourdieu (1983) que
concebe o campo científico mais em suas determinações sociopolíticas e institucionais
do que epistemológicas, embora não se deva desconsiderar a importância de tais
determinações no processo da produção de conhecimento.
Antes de prosseguirmos na discussão conceitual sobre capital comunicacional e
abordarmos noções relativas ao capital teórico das interações midiatizadas e da
midiatização, é importante explicitar as razões de associarmos o termo capital às
expressões subseqüentes. Uma delas diz respeito ao nosso entendimento de que o
capital se refere ao saber científico, e não às injunções sociopolíticas e institucionais na
produção de conhecimento, conforme Bourdieu (1983) ao definir capital científico
como o lugar da luta pelo monopólio da autoridade científica, incluindo capacidade
técnica e poder social. Nossa opção em empregar o termo capital e não o de saber
comunicacional deve-se ao fato de que a expressão “saber” remete a conhecimento
estável e consolidado, enquanto que o termo capital conota possibilidades de
acumulação, convertibilidade e reciprocidade.
Já esses três componentes referenciam-se na primeira formulação conceitual de
capital social por Pierre Bourdieu (1980), que considera a acumulação, a
convertibilidade e a reciprocidade um conjunto de elementos com os quais uma classe
social garante sua reprodução, tais como: capital econômico, capital cultural e capital
simbólico. Na avaliação de Matos (2009, p. 35), esses tipos de capital circulam em
redes sociais e possuem características que justificam a adoção do termo capital:
“possibilidade de acumulação (capital mobilizável), convertibilidade (capital humano
transformado em capital social) e reciprocidade (indicadores de confiança)”. Podemos
depreender daí que a comunicação, enquanto área de conhecimento está em permanente
processo de constituição e susceptível às mudanças de paradigmas, modelos teóricos,
conceitos, métodos e às contribuições de outros saberes, sem perder, no entanto, sua
especificidade epistemológica. Por tais razões, a expressão capital comunicacional não
apenas se justifica, mas possui potencial heurístico para compreensão de objetos de
estudo mutáveis e dinâmicos, como o da comunicação.
Condição essencial para produzir o capital comunicacional está estreitamente
relacionada à forma como ele se articula com outros saberes e como se apropria de seus
aportes para interpretar os processos e as práticas de comunicação. Essa articulação não
deve ser realizada, segundo Braga (2004), a partir da valoração abstrata da diluição de
fronteiras entre os saberes, mas como procedimento necessário para identificar e
incorporar pontos de vista que constroem o objeto comunicacional. Daí a importância
de se desentranhar esse objeto do magma “transdiciplinar”, ou seja, destacar o que é
propriamente comunicacional das questões investigadas por outras áreas. Isso não
significa o descarte de conhecimentos produzidos em outros saberes, pois o que se
propõe é refletir sobre o comunicacional na interface realizada e, sobretudo, avaliar a
contribuição que cada um deles traz para o avanço do conhecimento e, por
conseqüência, para a constituição do capital comunicacional.
O capital teórico das interações midiatizadas é entendido sob o mesmo prisma
do capital comunicacional, razão pela qual compartilhamos com Braga (2004) que
avalia que a concepção generalista da interação comunicativa considera que toda e
qualquer conversação no espaço social deve ser investigada, apontando a necessidade de
se diferenciar as práticas de conversação que ocorrem nas diversas instâncias e situações
da vida social da interação comunicativa propriamente dita. Tal distinção é útil para
desentranhar o que há de “comunicacional” nas interações, assim como para apreender
suas especificidades em relação aos objetos e enfoques abordados pelas demais
disciplinas das ciências sociais e humanas.
A despeito da necessária angulação do “comunicacional”, consideramos
relevantes as contribuições das correntes ligadas à sociologia compreensiva para se
pensar os processos de interação hoje, quais sejam: Interacionismo Simbólico,
Sociofenomenologia, Etnometodologia, entre outras. Em primeiro lugar, porque certas
categorias e noções formuladas por elas têm potencial para analisar as formas de
interação presentes na vida social contemporânea, seja as interpessoais, grupais,
institucionais ou as midiatizadas. Em segundo, porque esse fenômeno gera um
movimento de retomada de referenciais multidisciplinares para dar conta da
complexidade e da diversidade dos regimes de interação instaurados pelas redes
sociotécnicas e pelas novas mídias. Tais regimes mesclam as características das diversas
modalidades de interação, compondo um sistema de afetação mútua, o que solicita um
aparato conceitual refinado para apreender os diferentes modelos de interação,
coexistentes e não excludentes, já que interagem entre si.
Além de relevante, a Sociossemiótica é uma perspectiva muito apropriada para
analisar a convergência dos regimes de interação, particularmente a linha de estudo
adotada por Landowski (2008), que advoga a necessidade de construção de modelos
interpretativos flexíveis, abertos e abrangentes, mas nem por isso menos rigorosos,
capazes de analisar espaços sociais e midiáticos emergentes que comportam distintos
regimes de interação e de produção de sentido. Para tanto, Landowski propõe os
seguintes regimes de interação capazes de compreender processos distintos: 1) Junção:
interação regida pela busca de adaptação unilateral entre um sujeito e um parceiro, ou
seja, interação identificada com a manipulação; 2) União: interação regida pela
descoberta, no ato comunicacional, por definição mútua, entre as respectivas
sensibilidades dos sujeitos envolvidos no processo comunicacional; 3) Programação:
interação programada, regida por constrangimentos de ordem social ou psicológica,
explícitos ou não, sob a forma de regras ou hábitos, de rituais, ou de simples manias
pessoais; 4) Assentimento: interação assentada no regime de aceitação, resignada ou
entusiasta, ou até mesmo da busca do encontro acidental do evento comunicacional, o
que permite se não controlar os processos interacionais, no mínimo ter uma ideia da
posição e da identidade dentro dele enquanto esfera existencial.
Mais do que uma taxonomia das interações midiatizadas, Landowski (2008)
considera que esses regimes constituem a sintaxe geral da interação, rede de
configurações interconectadas, deixando aberta a possibilidade de idas e voltas, de
bruscas metamorfoses ou de passagens gradativas, superposições ou inclusões da maior
diversidade possível de interações midiatizadas.
Sintetizando, essa perspectiva contribui para se difundir na literatura da área a
concepção de que os processos de comunicação hoje, além de seus aspectos funcionais,
podem gerar espaços interacionais que possibilitam efeitos de sentido emergentes,
contingentes, se não totalmente imprevisíveis pelo menos processos que se instauram
em situação. Esse novo olhar, conforme Landowski (2008), guia, hoje, “estudos sobre o
encontro midiático enquanto experiência vivida do sentido oriunda das dinâmicas
temporais, espaciais e intersubjetivas, com as quais permite jogar a co-presença em ato,
ao vivo, ainda que midiatizada, dos actantes da enunciação”. (FECHINE apud
LANDOWSKI, 2008, p. 64).
Assim, podemos perceber que a preocupação predominante de Landowski é
buscar no próprio ambiente midiático evidências de compartilhamentos simbólicos e
efeitos de sentido que engendram “modos de presença, formas de contato com o outro,
que, conquanto sejam da ordem do simulacro, atuam com toda eficácia no plano do
vivido” (LANDOWSKI, 2008, p.57).
Ainda sob o prisma da sociossemiótica, Oliveira (2008) tem investigado os
contratos de interação estabelecidos entre as instâncias de produção e as de apreensão. A
autora considera que a relação comunicativa engendrada no polo da produção estabelece
o modo da significação ser capturada pelo destinatário a partir de um agir que se produz
por meio da volição e da estesia do enunciatário. Tal relação, segundo a autora, é
apreendida “não apenas por meio de uma racionalidade, mas, sobretudo, por uma
sensibilidade que deles emana e os faz ter sentidos”. (OLIVEIRA, 2008, p. 32).
Nessa direção, a autora evidencia que os estudos da intencionalidade do
destinador e sua atuação sobre o destinatário que antes se pautavam pela análise da
manipulação, voltam-se, hoje, para investigar novo tipo de interação comunicacional
que se pauta, sobretudo, nas estratégias sensíveis, numa espécie de cultura das
sensações e emoções. Conforme Sodré (2006) trata-se de experiência contemporânea
mais afetiva do que logicoargumentativa que promove vinculação fusional entre os
sujeitos da comunicação, chamada por John Dewey de “interação comunal”, o que
rompe a posição histórica de receptor “passivo”, visto não mais como espectador, mas
como membro orgânico da nova ambiência comunicacional, virtualizada e midiatizada.
Para ele, esse tipo de interação pode ser entendido mais como “ideologia do contato”
que visa substituir a idéia da relação social.
Inspirado na semiótica e na teoria da enunciação, como também nas tradições
teóricas da sociologia compreensiva, Rodrigues (2010) entende que os estudos acerca da
interação verbal dos últimos anos têm descoberto processos complexos de interação
discursiva que não se limitam ao campo midiático e nem às suas dimensões verbais,
mas abrangem componentes paraverbais e extraverbais utilizados pelos falantes.
Conforme o autor, os estudos de interação verbal buscam dar conta das normas
que os falantes respeitam e os seus condicionamentos em diferentes situações
interacionais que estão envolvidos, como também das atividades em que os
participantes se envolvem quando se encontram. Já os componentes paraverbais da
interação representam todas as formas de comunicação que se expressam através do
som (entonação, timbre de voz, intensidade, altura e débito), das particularidades da
pronúncia, das características da voz etc. Os extraverbais, por sua vez, materializam-se
nos gestos e expressões corporais, nos olhares, na mímica, nos sorrisos etc. Para ele,
nome sugestivo desta forma de comunicação foi dado por Mead, que a denomina de
“conversação de gestos”, e se manifesta por processos de coordenação, de ajuste
progressivo, encadeando entre si comportamentos mutuamente orientados e dotados de
reciprocidade.Embora os elementos paraverbais e extraverbais se manifestem nas
interações face a face, eles são representados simbolicamente nas modalidades
midiatizadas de interação verbal, a exemplo das conversações telefônicas, ou das
interações epistolares ou eletrônicas, mediante marcadores gráficos que as representam.
(RODRIGUES, 2010).
Na visão de Rodrigues, a presença física é fator primeiro e fundamental da
interação discursiva e tem na atividade conversacional o seu modelo e fundamento,
devendo ser considerado em qualquer das outras modalidades de interação discursiva,
nomeadamente as interações mediadas por dispositivos técnicomidiáticos. Nesse
sentido, na prática discursiva que depende desses dispositivos “só podemos entender o
sentido daquilo que escrevemos ou lemos porque pressupomos a presença física dos
interlocutores”. (RODRIGUES, 2010, p. 9).
Ainda que o autor considere que nas modalidades midiatizadas seja necessário
suprir os componentes não midiatizados7, é possível distinguir dois tipos de
modalidades: aquelas em que os participantes são definidos e conhecidos, como nas
conversações telefônicas, por exemplo, e aquelas em que eles são indefinidos ou
desconhecidos, a exemplo da interação mediada pelo rádio, televisão e literatura. No
entanto, Rodrigues evidencia que cada uma das modalidades midiatizadas de interação
verbal exige da parte dos interatuantes um trabalho de reconstrução imaginária dos
componentes de interação não midiatizadas, assim como elaboração específica das
expressões díticas8.
O autor chama a atenção também para o fato de que a interação verbal
cibernética é hoje objeto de estudo e de intensa discussão no meio acadêmico, devido à
generalização de programas de conversação pela internet, como o Messenger ou o
Skype, que midiatizam, de maneira cada vez mais realista, grande parte dos
componentes de interação verbal, criando, assim, efeito de copresença física dos
7 Quer dizer, os condicionamentos sistêmicos – relativos às convenções que regulam as etapas e o bom funcionamento do processo de interação - e os condicionamentos rituais – referentes às normas que visam instituir, preservar, manter e recuperar as faces e os territórios dos participantes (Cf. RODRIGUES, p. 9).8 Expressões díticas são enunciados enigmáticos que só poderão ser compreendidos se levarmos em conta a relação que os enunciadores estabelecem entre si e a atividade em que estejam envolvidos para que as palavras que produzem ou que escutam possam ser consideradas razoáveis e, deste modo, as possam explicar, atribuir-lhes sentido. Para um enunciado ter sentido, ele deve ser explicado apresentando a razão pela qual alguém o anunciou, como também poder ser encadeado por outros enunciados, tanto por parte de quem o enunciou, como da parte a quem foi endereçado. (Cf. RODRIGUES, p.1-2).
interactantes. “A discussão que a interacção cibernética levanta tem a ver com o
pressuposto de que a evolução dos dispositivos técnicos pode substituir completamente
a experiência humana e tornando deste modo imperceptível a sua artificialidade, isto é,
a sua estrutura e o seu modo de funcionamento técnico.” (RODRIGUES, 2010, p. 29).
Percebe-se, portanto, que a preocupação central de Rodrigues diz respeito a
adaptações ou adequações pelas quais passam determinadas particularidades das
interações do tipo face a face ao serem deslocadas para o interior dos dispositivos
técnicos de comunicação, possibilitando, assim, diferentes efeitos de copresença. Nesse
sentido, a interação midiatizada parece ser, em Rodrigues, uma forma particular de
interação que se caracteriza por acontecer em ambiente midiático, com especificidades
que a diferem qualitativamente das interações ocorridas em situação de copresença.
Perspectiva que parece distanciar-se progressivamente das visadas teóricas
citadas compreende que as interações midiatizadas possuem configurações específicas,
ou seja, são formas de interação que ocorrem a partir das incidências da mídia na vida
social e vice-versa. Constituem, sobretudo, modalidades de interação geradas a partir
dos produtos midiáticos que se expressam nas práticas de conversação social,
reverberando no próprio campo dos media. Compartilhamos com Braga (2006) que
considera que as interações midiatizadas são processos diferidos e difusos na sociedade
e gera diversos tipos e níveis de interação, quais sejam: a sociedade interage a partir da
mídia (conversação social sobre a mídia), a sociedade e seus dispositivos de interação
são apropriados, reapresentados e ressignificados pelos media (conversação social na
mídia) e a sociedade incorpora a lógica da mídia nos seus processos de interação na vida
cotidiana (conversação social midiatizada). Nesse sentido, considera-se que a sociedade
não apenas conversa sobre os conteúdos veiculados nos meios de comunicação, mas
também interfere nesse próprio conteúdo e incorpora a lógica midiática nas suas práticas
cotidianas de interação. Processo que se tem chamado “midiatização”.
Assumindo a midiatização como nova ordem comunicacional na qual as
mídias não são mais uma “variável dependente”, estudiosos desse fenômeno o
encaram como processo que atinge não apenas determinados âmbitos das sociedades,
mas que se desenvolve e engloba todas as instâncias sociais, chegando a constituir-se
como nova forma de sociabilidade. O termo sugere mudança de perspectiva em
relação ao lugar ocupado pelas mídias no funcionamento das sociedades e na
construção dos parâmetros pelos quais essas sociedades criam suas “realidades”. Para
Fausto Neto (2008), os diversos estudos que compõem essa nova visada teórica partem
da percepção quanto ao deslocamento do sistema midiático contemporâneo da posição
de um “meio de ação” para os demais sistemas sociais, passando a ve-lo como uma
“ambiência” capaz de estabelecer, a partir de seu interior, as referências para a
validação das formas de sociabilidade.
Já não se trata de reconhecer a centralidade dos meios na tarefa de organização de processos interacionais entre os campos sociais, mas de constatar que a constituição e o funcionamento da sociedade - de suas práticas, lógicas e esquemas de codificação - estão atravessados e permeados por pressupostos e lógicas do que se denominaria “a cultura da mídia”. Sua existência não se constitui fenômeno auxiliar, na medida em que as práticas sociais, os processos interacionais a própria organização social, se fazem tomando como referência o modo de existência desta cultura, suas lógicas e suas operações. (FAUSTO NETO, 2008, p.92).
Nesse prisma, Braga (2006) assinala que a midiatização em curso na sociedade
diz respeito à dinâmica, em estado avançado, pela qual as interações midiáticas podem
ser vistas como processos interacionais “de referência”, isto é, “tendencialmente
prevalecentes”. Entretanto, ressalta o autor, considerar a midiatização como processo de
referência não significa desconsiderar a existência dos demais processos de interação
presentes nas sociedades, nem mesmo afirmar suposta substituição de uma forma por
outra. Com o termo referência, ele procura enfatizar que há na estrutura social certa
centralidade de determinados processos interacionais em relação aos demais que, não
obstante, se mantêm ainda ativos. Esses, contudo, deixam de ser centrais e passam a ser
secundários em relação ao processo de referência.
Para Sodré (2002, p. 21), a midiatização é uma ordem de mediação socialmente
realizada pela comunicação, entendida no caso específico como processo informacional,
“a reboque das organizações empresariais e com ênfase num tipo particular de
interação – a que poderíamos chamar de tecnointeração – caracterizada por uma
espécie de prótese tecnológica e mercadológica da realidade sensível, denominada
medium”.
Este processo implica uma qualificação particular de vida a qual o autor
denomina “um novo bios”, uma espécie de nova forma de vida. Nela predomina o
mundo dos negócios com a tecnocultura. Esse quarto âmbito existencial, amparado por
uma moralidade baseada nas relações de consumo e, portanto, própria do modo de
produção capitalista, configura novos parâmetros para experimentação dos referenciais
de existência social, tais como realidade e verdade, implicando em uma nova
“condição antropológica”. (SODRÉ, 2002).
Compartilhado por tais posicionamentos teóricos, o conceito de midiatização
parece apontar para uma mudança qualitativa no próprio sentido que a noção de
interação midiatizada adquire a partir das interpretações e apropriações engendradas por
esta nova perspectiva. Uma vez que como pano de fundo deste conceito encontra-se a
ideia de passagem de uma sociedade dos meios, na qual as mídias estão a serviço de
uma organização do processo interacional, para uma sociedade midiatizada, em que “a
cultura midiática se converte na referência sobre a qual a estrutura sociotécnica-
discursiva se estabelece”. (FAUSTO NETO, 2008, p.93).
Deslocados do lugar de outrora, de auxiliaridade perante os outros campos
sociais, as mídias constituem agora “uma referência engendradora no modo de ser da
própria sociedade, e nos processos e interação entre as instituições e os atores sociais”.
(FAUSTO NETO, 2008, p.93). Dessa forma, não se trata mais da era dos meios em si,
mas de uma era que se gesta pelas próprias noções de realidade de comunicação
midiática.
Considerando a midiatização um novo modo de ser no mundo, segundo Gomes
(2006), supera-se a mediação como categoria de análise, já que permanecer no horizonte
da mediação é manter-se fora dessa nova ambiência. Nesse sentido, a sociedade
percebe e se percebe a partir do fenômeno da mídia, agora alargado para além dos
dispositivos tecnológicos tradicionais. Por isso, conforme o autor, é possível falar da
mídia como locus de compreensão da sociedade.
Considerações finais
O debate sobre os conceitos de interação midiatizada e midiatização encontra-se
ainda incipiente. Não faltam perspectivas de análise distintas e até mesmo excludentes,
seja pela diversidade de aportes epistemológicos e metodológicos os quais recorrem os
pesquisadores do campo para estudar o tema, ou pela multiplicidade de objetos e
objetivos de cada pesquisa específica. Não é raro, salientamos, que estas pesquisas que
muitas vezes abordam o tema apenas tangencialmente, como parte do processo de
compreensão de problemas e questões de outra ordem, representem valiosas
contribuições para a construção do capital teórico sobre esta questão.
Por fim, a metapesquisa que se inicia não pretende esgotar as possibilidades de
interpretações sobre o assunto, nem mesmo responder a todas as questões que dele
emergem. Tem como finalidade a elaboração de um mapa conceitual que contribua para
a compreensão dos lugares epistemológicos ocupados pelos estudiosos destes
fenômenos sociais. Ao mesmo tempo, e consequentemente, que estimule esforços da
comunidade no sentido de buscar bases teóricas sólidas para a construção de um olhar
próprio do campo da comunicação sobre o processo de midiatização e das interações
midiatizadas.
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