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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha para Catálogo Artigo Final

Professor PDE/2010

Título Educação Física e a Educação em Valores: prevenções contra o bullying.

Autor Rosemeire Borges

Escola de Atuação Colégio Polivalente de Londrina

Município da Escola Londrina

Núcleo Regional de Educação Londrina

Orientador José Augusto Victória Palma

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Área do Conhecimento/Disciplina Educação Física

Relação Interdisciplinar Todas as disciplinas

Público Alvo Alunos e professores

Localização Rua: Figueira nº 411 – Jd. Santa Rita

Resumo

Este artigo teve como objetivo estruturar estratégias de enfrentamentos do bullying nas aulas de Educação Física, partindo de uma educação em valores humanos, conduzindo os alunos à “construção” desses valores. Estas intervenções foram aplicadas com alunos da 8ª série do ensino fundamental do Colégio Polivalente de Londrina. A partir do conteúdo Futebol, estabelecendo relações entre a violência nos esportes e nas torcidas, fazendo relações com a violência na vida e na escola (bullying) e os valores humanos. Para auxiliar as discussões, foi usada mídia impressa (jornais e revistas) bem como mídia

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televisiva (filme, documentário e entrevistas), além de explorar letras de músicas que abordem o tema. Concluiu-se que nossa comunidade escolar não diferencia indisciplina, brigas ocasionais do fenômeno bullying, e que se precisa ter claro, que é papel de todos os envolvidos estarem atentos a todos os casos de conflitos e intervir sempre, para que se crie uma relação de respeito a si próprio e aos outros, e também que a situação de conflito não crie proporções que venham prejudicar a aprendizagem e a formação do cidadão, num trabalho contínuo desde as séries iniciais.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Educação, bullying, valores e Educação Física

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EDUCAÇÃO FÍSICA E A EDUCAÇÃO EM VALORES:

Prevenções contra o bullying.1

Autora: Rosemeire Borges2

Orientador: José Augusto Victória Palma3

RESUMO

Este artigo teve como objetivo estruturar estratégias de enfrentamentos do bullying nas aulas de Educação Física, partindo de uma educação em valores humanos, conduzindo os alunos à “construção” desses valores. Estas intervenções foram aplicadas com alunos da 8ª série do ensino fundamental do Colégio Polivalente de Londrina. A partir do conteúdo Futebol, estabelecendo relações entre a violência nos esportes e nas torcidas, fazendo relações com a violência na vida e na escola (bullying) e os valores humanos. Para auxiliar as discussões, foi usada mídia impressa (jornais e revistas) bem como mídia televisiva (filme, documentário e entrevistas), além de explorar letras de músicas que abordem o tema. Concluiu-se que nossa comunidade escolar não diferencia indisciplina, brigas ocasionais do fenômeno bullying, e que se precisa ter claro, que é papel de todos os envolvidos estarem atentos a todos os casos de conflitos e intervir sempre, para que se crie uma relação de respeito a si próprio e aos outros, e também que a situação de conflito não crie proporções que venham prejudicar a aprendizagem e a formação do cidadão, num trabalho contínuo desde as séries iniciais. PALAVRAS-CHAVE: Educação, bullying, valores e Educação Física.

1 Artigo Científico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010.

2 Professora de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, formada em Educação Física na Universisdade Estadual

de Londrina – UEL, pós graduada pela Faculdade de Artes do Paraná – FAP. 3 Doutor em Educação Física e professor no curso de Licenciatura em Educação Física e do programa de Mestrado em Educação na

Universidade Estadual de Londrina (Pr).

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1 INTRODUÇÃO

A violência hoje esta sendo considerada uma das maiores preocupações da

sociedade, atingindo a todos, sem distinção de classe social, tem atingido também

as escolas, tanto públicas como particulares, urbanas ou rurais, trazendo uma

sensação de impotência diante de tantos fatos que têm ocorrido tanto no Brasil,

quanto no mundo, fazendo-se notícias constantes na mídia.

Uma dessas formas de violência tem sido o bullying. Estudos sobre o

fenômeno foram provocados pelo aumento do número de suicídios entre crianças e

adolescentes, especialmente na Europa. Esse fato fez com que os pesquisadores

buscassem as suas principais causas, encontrando entre elas os maus-tratos

praticados pelos companheiros de escola. (FANTE, 2005)

Ainda segundo Fante (2005), levando-se em consideração estes fatores, a

escola precisa estar atenta aos casos de bullying que ocorrem entre os alunos, pois

uma atitude que pode ser interpretada como simples brincadeira, pode estar na

verdade, causando grande constrangimento e sofrimento a outro aluno, alvo de

bullying, que não consegue se defender.

Segundo Faria Junior (1999, p. 376), a Educação Física é uma disciplina que

não tem sido poupada das várias formas de violência, sendo uma delas, o bullying.

Neste sentido, cabe também ao professor de Educação Física estudar sobre o

assunto, e repensar em estratégias que possam contribuir para abordar o fenômeno.

Portanto, é importante que o professor esteja atento às situações de bullying em sua

aula, de forma que possa atuar como mediador de um diálogo, na busca de

contribuir para o processo de sensibilização do desenvolvimento do juízo moral dos

alunos, induzindo os mesmos à reflexão do tema por meio de intervenções

pedagógicas, partindo de uma educação em valores morais, conduzindo os alunos à

construção desses valores e a uma reflexão sobre seus direitos e deveres.

Desta forma, o artigo destina-se a apresentar estratégias de enfrentamentos

do bullying nas aulas de Educação Física, possibilitando a prevenção de bullying por

meio de educação em valores, desde as séries iniciais num trabalho contínuo.

O projeto foi desenvolvido no Colégio Polivalente de Londrina, é uma escola

que pertence a uma comunidade muito carente da periferia, que possui cursos de

Ensino Fundamental Regular, Ensino Médio e Cursos Profissionalizantes em

Técnico em Alimentação, Técnico em Segurança no Trabalho e Técnico em

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Edificações. Possui 1.385 alunos matriculados.

A princípio o projeto foi apresentado aos professores e equipe pedagógica do

Colégio Polivalente de Londrina, em reunião pedagógica. Pude perceber que os

professores estão angustiados e inseguros, sem saber como proceder, pois

dependendo de como agir ele pode agravar mais ainda o problema, e ainda

responder administrativamente e juridicamente por suas ações.

A palestra mostrou as diferenças entre os tipos de brigas ocasionais, violência

e indisciplina que se praticam na escola, muitas vezes tidos como bullying.

Procurando deixar claro o que é bullying, quem pratica, quem sofre e porque são

levados a essa prática, as consequências dessa atitude, e como devemos agir

diante do problema. Buscando assim o envolvimento de todos para a redução do

bullying na escola, trazendo para o interior desta a discussão a necessidade de uma

educação em valores humanos ser incluída em seus planejamentos e sua prática

diária.

As intervenções foram realizadas com alunos da 8ª série do turno vespertino,

que contava com 27 alunos, com a mesma faixa etária. Foi desenvolvido durante as

aulas de educação física, com 3 aulas semanais. Sendo feito uso das instalações da

escola (sala de aula, biblioteca, quadra, pátio), materiais didáticos, esportivos e

áudio visual disponíveis na escola.

O conteúdo estruturante utilizado foi o Futebol, estudando com os alunos a

sua origem, regras, fundamentos, habilidades, capacidades perceptivo-motoras e

táticas do jogo. Foi abordada ainda a violência nos esportes e nas torcidas fazendo

relações com a violência na vida e na escola (bullying) buscando criar discussões

sobre os direitos e deveres. Foi apresentado também um vídeo com imagens de

violência em todos os esportes, em campo e nas torcidas também. Enfatizando as

consequências que geraram estes atos para os agredidos e os agressores.

Foi solicitado que os alunos fizessem um relato por escrito sobre fatos que

tenham presenciado ou sofrido, na escola, em casa ou na rua, para diagnosticar o

conhecimento dos alunos sobre o fenômeno bullying. Os relatos foram os mais

variados, a maioria dos relatos foram brigas pontuais entre alunos e membros da

família. Somente 5 alunos relataram casos relacionados ao bullying, mostrando o

desconhecimento sobre o fenômeno bullying. Toda briga e situação conflituosa é tida

como bullying, alguns até relataram casos de professor chamar atenção de aluno,

pais que colocam limites, e outras situações de conflito.

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Após este relato foi abordado o tema violência, utilizando a Declaração

Universal dos Direitos Humanos (Araújo e Aquino, 2001). Foi enfatizado apenas o

artigo V, que fala sobre o direito à não-violência, buscando oportunidades de

reflexão sobre os direitos e deveres dos alunos, expandindo as discussões sobre

violência física ou psíquica presente no dia a dia, refletindo sobre causas e

consequências, abrindo possibilidade para o diálogo, debate, reflexão e

sistematização de ideias em que os direitos humanos universalmente reconhecidos

estejam presentes na escola e nas aulas.

Em seguida foi apresentado o filme “Em um mundo melhor” de Susanne Bier,

que conta história de um menino chamado Elias que sofria bullying na escola,

quando chegou para estudar ali Christian, um menino que havia acabado de perder

sua mãe, que morreu de câncer, e ele culpava seu pai pela morte da mãe e era

muito revoltado.

Logo que chegou à escola Christian viu um menino batendo em Elias e o

chamou de “rato”, pois ele tinha os dentes projetados para fora, e Elias não reagia.

Até que um dia Christian resolveu ajudar Elias, mas usou de mais violência ainda

contra o agressor e acabou sendo punido. Os dois se tornaram amigos.

Os pais de Elias estavam se separando, pois seu pai se chamava Anton era

médico, ficava muito tempo fora de casa, pois fazia parte de uma equipe de médicos

sem fronteiras e estava numa missão na África. Assim como Elias, Anton também

era muito paciente e acreditava no diálogo, e não era vingativo. Lá também havia um

chefe de tribo local chamado Big Man, que se divertia mutilando e matando

mulheres, até que um dia foi ferido na perna e foi pedir ajuda ao Dr. Anton, que não

podia se negar a atendê-lo, para a revolta das pessoas que sofriam com as

maldades dele.

Certo dia Big Man disse a Anton que desse uma paciente que acabava de

morrer, para um de seus seguidores se divertir com ela, então o médico irado, tirou

Big Man arrastado de seu consultório e o deixou no meio das pessoas do povoado

sem seus seguranças, ele então é levado dali para se vingarem.

Quando retornou para casa, Anton levou seus filhos e Christian para passear,

e seu filho mais novo brigou com outro menino por causa do balanço, ele então foi

separá-los, foi quando o pai do outro menino apareceu e agrediu Anton por ter

tocado em seu filho. Ele não teve reação, e isso deixou Christian revoltado, pois

achava que Anton era covarde, e começou a influenciar Elias para se vingar do

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homem.

Começa então planejar a vingança quando encontra fogos de artifício

guardados na garagem, decide então fazer uma bomba para explodir o carro dele.

Mas na hora de explodir o carro, aparecem a mulher e o filho do homem, e Elias sai

desesperado correndo para tirar a mulher dali. A bomba explode e Elias fica

gravemente ferido. Christian se desespera, achando que matou seu amigo, vai para

a cobertura de um prédio que costumava ir com Elias e decide se jogar de lá. O pai

de Christian se preocupa quando não o encontra e pede ajuda a Anton, que sabia do

local aonde os garotos iam para brincar. Chegou a tempo de impedir que Christian

se jogasse de lá, ele chorava muito, pois estava arrependido de ter levado Elias a

fazer aquilo. No final todos ficaram bem.

É um filme muito tocante que mostra bem o que acontece em nossas escolas

hoje, desestrutura familiar, falta de valores na criação dos filhos e conflitos familiares.

Foi solicitado um relato aos alunos sobre como se sentiram com a história, e o que

irão levar para a vida como ensinamento. Foram muito interessantes os relatos dos

alunos, eles realmente entenderam que a violência gera mais violência ainda, e que,

nada justifica agir desta forma, como mostra relatos feitos por alguns alunos:

Relato de uma aluna:

O filme mostra claramente que é preciso perdoar, e que a vingança só leva a pessoa a fazer coisas maléficas, e que não se deve guardar rancor de seu próximo, e que não se pode julgar ninguém, só Deus pode fazer isso. Temos que praticar o bem. Mostra também, o que as pessoas são capazes de fazer quando estão possuídas pelo ódio, vingança e rancor.

Relato de outro aluno:

O filme causa um mal estar intenso, um peso na consciência, pois retrata a humanidade e a desumanidade das pessoas para com seus semelhantes e que o mundo só é um lugar ruim se as pessoas fizerem dele um lugar assim, porque nós somos o mundo.

Em outro momento foi apresentado aos alunos, um vídeo com a música

„Perfeição‟ da banda Legião Urbana:

Vamos celebrar a estupidez humana A estupidez de todas as nações O meu país e sua corja de assassinos Covardes, estupradores e ladrões

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Vamos celebrar a estupidez do povo Nossa polícia e televisão Vamos celebrar nosso governo E nosso estado que não é nação Celebrar a juventude sem escolas As crianças mortas Celebrar nossa desunião Vamos celebrar Eros e Thanatos Persephone e Hades Vamos celebrar nossa tristeza Vamos celebrar nossa vaidade Vamos comemorar como idiotas A cada fevereiro e feriado Todos os mortos nas estradas Os mortos por falta de hospitais Vamos celebrar nossa justiça A ganância e a difamação Vamos celebrar os preconceitos O voto dos analfabetos Comemorar a água podre e todos os impostos Queimadas, mentiras e seqüestros Nosso castelo de cartas marcadas O trabalho escravo Nosso pequeno universo Toda a hipocrisia e toda a afetação Todo roubo e toda indiferença Vamos celebrar epidemias É a festa da torcida campeã Vamos celebrar a fome Não ter a quem ouvir Não se ter a quem amar Vamos alimentar o que é maldade Vamos machucar o coração Vamos celebrar nossa bandeira Nosso passado de absurdos gloriosos Tudo que é gratuito e feio Tudo o que é normal Vamos cantar juntos o hino nacional A lágrima é verdadeira Vamos celebrar nossa saudade Comemorar a nossa solidão

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Vamos festejar a inveja, a intolerância, a incompreensão Vamos festejar a violência e esquecer a nossa gente Que trabalhou honestamente a vida inteira E agora não tem mais direito a nada Vamos celebrar a aberração De toda a nossa falta de bom senso Nosso descaso por educação Vamos celebrar o horror de tudo isto Com festa, velório e caixão Ta tudo morto e enterrado agora Já que também podemos celebrar A estupidez de quem cantou Essa canção Venha! Meu coração está com pressa Quando a esperança está dispersa Só a verdade me liberta Chega de maldade e ilusão Venha! O amor tem sempre a porta aberta E vem chegando a primavera Nosso futuro recomeça Venha! Que o que vem é Perfeição! (URBANA, 2010)

Os alunos puderam ouvir a música e analisar a letra, formando equipes, cada

equipe com uma estrofe, para discussão e confecção de cartazes. Reuniram em

cada cartaz, figuras de jornal, de revista e da internet, que ilustravam as situações

que relatam a sua estrofe. Ao final fizeram uma exposição com os cartazes no pátio

da escola, levando uma mensagem de paz e a não violência a todos que por ali

circulam.

Em atividade realizada com professores da rede, Grupo de trabalho em Rede

(GTR), pudemos interagir sobre fatos ocorridos em suas aulas, e ficou bem claro a

insegurança em que se encontram os professores. Eles mostraram que mesmo sem

ter muito conhecimento sobre o fenômeno, estão de forma simples, procurando

intervir quando um fato ocorre.

Um professor relatou que: “No calor de uma discussão, como por exemplo,

num jogo de futebol não pode ser caracterizado bullying, mas temos que tomar

cuidado, para que não passe disso, e o problema se torne maior e acabe em

agressões maiores para além da quadra de esportes”.

Outro professor relatou o caso de um aluno que era humilhado pelos colegas

todas as aulas, mas este aluno provocava os outros para que isso chamasse a

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atenção dos colegas: “De certa forma, ele preferia ser molestado pelos demais

alunos a ser ignorado, ou seja, que preferia estar em evidência de alguma forma,

mesmo que fosse sendo chamado por apelidos pejorativos”.

Já outro professor relatou a história de um menino da 5ª série (6º ano), os

outros alunos estavam constantemente chamando-o de Áureo (referindo ao

personagem da novela Morde e Assopra). De primeiro momento, o aluno tinha

ignorado o apelido, mas a sala toda começou a apelidá-lo também, e o mesmo não

aguentou e começou a chorar e dizendo que não iria ao colégio enquanto eles não

parassem de chamá-lo de Áureo. O professor tomando conhecimento da situação

começou a trabalhar em suas aulas de Educação Física, um vídeo disponível no

youtube, sobre o bullying, colocando artistas famosos vítimas quando estudavam, e

as consequências que os mesmos enfrentaram durante grande parte de suas vidas.

Após a exibição do vídeo, houve uma discussão com os alunos sobre este

problema, que não era legal e que isso era um crime, e que tais alunos estariam

sujeitos a punições de órgãos responsáveis, caso a "classe" não parasse com o

apelido ao referido aluno. Onde os alunos pediram desculpas ao aluno em questão,

e disseram também quem realmente iniciou o apelido, e o problema deixou de

existir.

2 CONTEXTUALIZANDO O BULLYING NA ESCOLA

Os estudos internacionais a respeito do bullying tiveram início na década de

70 na Suécia e na Dinamarca. Um dos pioneiros a tratar do fenômeno Bullying foi

Dan Olweus, que realizou pesquisas em escolas da Noruega, iniciando também a

Campanha Nacional contra o Bullying.

A partir da década de 1990 os trabalhos acadêmicos internacionais passaram

a disseminar conhecimentos sobre as causas do bullying e investigar estratégias

preventivas para este fenômeno. Ainda na Noruega, o Ministério da Educação criou,

em 1996, um programa para prevenção e controle do bullying.

Por sua vez a Inglaterra desenvolve inúmeros projetos no sentido de se evitar

o bullying, coordenado por Peter Smith, em Sheffield. Na Espanha, em Portugal e na

Finlândia, o Ministério da Educação incentiva projetos visando à prevenção do

bullying.

No Brasil, os primeiros livros e trabalhos acadêmicos surgiram a partir do ano

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2000 (Lopes Neto e Saavedra, 2003; Cantini, 2004; Constantini, 2004; Fante, 2005;

Beaudoin e Taylor, 2006) como resultado de programas que combateram o bullying.

Nessa perspectiva, um dos programas mais divulgados é o da ABRAPIA, “Programa

de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes”, realizados entre 2002

e 2003, contou com o patrocínio da Petrobrás.

Outra iniciativa que merece destaque é o “Programa Educar para a Paz”, que

tem como objetivo diagnosticar o fenômeno bullying e aplicar estratégias

psicopedagógicas para combatê-lo. Há ainda, os programas realizados por Martta

Canfield e colaboradores, no ano de 1997 em escolas de ensino público em Santa

Maria (Rio Grande do Sul) e por Israel Figueira e Carlos Neto, em 2000/2001, que

diagnosticou o bullying em duas Escolas Municipais do Rio de Janeiro (ABRAPIA,

2005).

O fenômeno bullying ainda é pouco estudado no Brasil, e pesquisas voltadas

à disciplina de educação física ainda não são tão conhecidas. Um estudo de Botelho

(2007), diz que no Brasil todos os projetos e programas que combatem e previnem a

violência, dão mais enfoque à violência explícita, e que na realidade, são reduzidos a

programas educacionais que objetivam atuar sobre o fenômeno bullying.

O Bullying é uma palavra inglesa, que pode ser traduzida como “intimidar” ou

“amedrontar”, utilizada para descrever todo e qualquer tipo de violência física ou

psicológica praticados de forma intencional e repetitiva, por um ou mais indivíduos, e

tem como principal objetivo intimidar ou agredir outras pessoas que são incapazes

de se defender, como uma maneira de demonstração de poder (SILVA, 2003).

Segundo Botelho e Souza (2007), o bullying pode ser caracterizado por dois

tipos de agressão, a física e a psicológica. A agressão física se caracteriza em

agredir, apertar, bater, beliscar, chutar, cuspir, morder, empurrar, ferir, roubar e

quebrar pertences. Ainda segundo Botelho, agressão psicológica é quando o

agressor apelida alguém para destacar algum tipo de deficiência que o mesmo

apresenta, e o chama, por exemplo, de “quatro olhos” por usar óculos. Este é um

caso comum entre os alunos, que pode redundar em grande comprometimento

emocional na pessoa que está sendo vitimizada. Alguns tipos de agressões verbais

são: ofender, zoar, gozar, provocar, sacanear, humilhar, fazer sofrer, discriminar,

excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar,

dominar e ridicularizar.

O Bullying é, portanto, a discriminação dos indivíduos por membros de seu

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grupo de convívio, e se manifesta em vários graus de intensidade, podendo causar

exclusão dos mesmos. “É um comportamento cruel, intrínseco nas relações

interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de

diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e

intimidar” (FANTE, 2005, p.29).

Alguns autores divergem sobre a ocorrência de bullying entre professor e

aluno, segundo Vinha (2006), conceitualmente, não, pois, para ser considerada

bullying, é necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou

de trabalho. O professor pode, então, sofrer outros tipos de agressão, como injúria

ou difamação ou até agressão física, por parte de um ou mais alunos.

Já Fante (2008), diz que pode haver bullying entre professor e aluno, e que é

grande o número de profissionais que sofrem em seu ambiente de trabalho, não

sabendo o que fazer, é assediado sexual e moralmente, humilhado, ameaçado,

perseguido, ridicularizado por seus alunos e até mesmo por seus colegas de

trabalho.

Ainda Fante (2008), diz que o professor também pode praticar e incentivar

bullying a um aluno, criticando-o constantemente, humilhando-o diante dos colegas

pelas notas baixas, criticando-o pela letra feia, pelo trabalho mau feito, etc. O

professor é autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com o

reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútuo. ''O jovem está em

processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com

dignidade'' (FANTE, 2008, p.44).

Segundo Vinha (2011), discussões ou brigas ocasionais não são bullying.

Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como

bullying. Preconceito não é bullying, embora muitas vezes o bullying aconteça pela

não aceitação das diferenças.

Para ser dada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar

quatro características:

A intenção do autor em ferir o alvo;

A repetição da agressão;

A presença de um público espectador;

A concordância do alvo com relação à ofensa.

Segundo Botelho (2007), são classificados como alvos (vítimas), alunos que

somente sofrem bullying. Normalmente não dispõem de recursos, status ou

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habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos. As vítimas são, geralmente,

pouco sociáveis, inseguras e têm problemas para se adequarem a grupos de alunos.

Apresentam aspecto físico diferenciado dos padrões impostos por seus colegas, e

têm baixa autoestima, pouco rendimento nos esportes e em lutas devido à

coordenação motora pouco desenvolvida. A baixa autoestima é agravada pelas

críticas ou pela indiferença dos adultos em relação ao sofrimento da vítima. Alguns

alunos creem serem merecedores deste sofrimento, tem poucos amigos, ficam

isolados, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos

(LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003; FANTE, 2005).

São alvos/autores (vítimas agressoras) os alunos que ora sofrem, ou ora

praticam bullying. Habitualmente, esses alunos são os que passaram por situações

de sofrimento na escola e tendem a encontrar indivíduos mais vulneráveis que eles,

para transferir as agressões sofridas (FANTE, 2005; ABRAPIA 2005).

São autores (agressores) os alunos que só praticam o bullying. Os autores

são indivíduos que têm pouca empatia (que é explicada pela incapacidade de se

colocar no lugar do outro). Além disso, são mais fortes do que seus colegas de

classe, o que lhes dá vantagem em determinadas brincadeiras, esportes e lutas.

Frequentemente pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco

relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais ou responsáveis exercem

sobre eles uma deficitária supervisão, além de, muitas vezes, oferecerem

comportamentos violentos como modelo para solucionar conflitos, o que os leva a já

apresentarem indícios de mau-caratismo e adotarem condutas anti-sociais, como

roubo, vandalismo e uso de álcool e nicotina (LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003;

FANTE, 2005; ABRAPIA, 2005).

Os autores/pesquisadores, acima referendados, afirmam que as testemunhas

são igualmente vítimas, pois são obrigados a conviver com a violência ao seu redor

e nada fazem para intervirem, alguns até incentivam, e outros fingem se divertir com

as agressões, pelo medo de sofrer represálias.

A convivência dos alunos com situações de bullying pode resultar em danos

irreparáveis às vítimas, acarretando, segundo Fante (2005), prejuízos em suas vidas

futuras, como na constituição familiar e na criação dos filhos, além de prejuízos para

a saúde física e mental. Alguns estudos comprovam que aqueles que vivem

situações de bullying podem ter alguns comprometimentos, como o rendimento

escolar inferior, e também o desenvolvimento social, emocional e psíquico atingidos.

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Em geral, ficam amedrontados, estressados e com um quadro de baixa autoestima,

capacidade mínima de autoaceitação e autoexpressão, podendo até desenvolver

doenças de ordens psicossomáticas. Resistem ou recusam–se a ir para a escola

chegando a simular doenças. Sentem-se infelizes, sofrem com o medo,

desenvolvem quadro de depressão e ansiedade, trocam de colégio com frequência

ou abandonam os estudos.

Há jovens com extrema depressão e que se sentem tão oprimidos que

acabam tentando ou cometendo o suicídio, e também como tem acontecido se

vingam matando e maltratando outras pessoas. Além disto, podem atingir a vida

adulta com os mesmos problemas tendo dificuldades para se desenvolverem e se

adaptarem ao ambiente de trabalho.

Os autores têm grande probabilidade de se tornarem adultos com

comportamentos antissociais e violentos (por exemplo, brigas frequentes e lesões

relacionadas a estas, porte de armas), podendo vir a adotar, inclusive, atitudes

delinquentes e/ou criminosas (LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003).

Apesar de não sofrerem agressões diretamente, muitos alunos que são

testemunhas, podem se sentir incomodados com o que veem e inseguros sobre o

que fazer. Alguns reagem negativamente diante da violação de seu direito a

aprender, em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode

influenciar negativamente sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente

(LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003).

Quando nos referimos às causas do bullying concluímos que estas são

sociais, culturais e econômicas, mas não se apresentam de forma isolada, e na

escola estão, também, diretamente relacionadas à alta competitividade, que acaba

gerando o individualismo e a dificuldade de se relacionar (CRUZ E SOUZA, 2007).

Existem também segundo Fante (2008), estudos sobre as causas do bullying

que comentam sobre o âmbito familiar, afirmando que estas causas estão

diretamente relacionadas ao fator emocional, como carência afetiva, ausência de

limites, maus tratos dos pais, excessiva permissividade, exposições prolongadas às

inúmeras cenas de violência exibidas pela mídia e pelos games. Há também a

ausência de modelos educativos baseados em valores humanos, orientados para a

convivência pacífica, solidariedade, cooperação, tolerância e respeito às diferenças,

que despertam os sentimentos de empatia, afetividade e compaixão.

Ainda segundo Fante (2008), outro fator que pode contribuir para o bullying é

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a banalização da violência e a certeza da impunidade, exibidas diariamente pela

mídia e pelos games, em forma de desrespeito e desvalorização do ser humano.

Não se pode negar que um ambiente de constantes agressões e violência

pode contribuir para formação de um futuro agressor ou, de uma vítima conformada

com sua posição. É no exemplo de comportamento de seus pais e professores que

as crianças e adolescentes constroem e reproduzem a formação de sua

personalidade (FANTE, 2008).

A explicação das causas de um aluno se tornar autor está relacionada

também e em parte à construção da sua “identidade”. Em outras palavras não é o

contexto que determina tais condutas agressivas, como também não é a “genética” a

grande vilã desse fenômeno, e sim como os alunos se veem diante do ambiente e

como constroem sua personalidade nestas relações. Os autores afirmam que as

formas como os indivíduos se veem e querem ser vistos (como violentos, como

solidários ou justos) pode explicar o porquê de se comportarem como vítimas e/ou

agressores (TOGNETTA & VINHA, 2006).

Segundo Tognetta (2009), “a construção da identidade e do valor de si,

depende da interrelação que a criança e o adolescente mantêm com o meio em

vive”.

O bullying ocorre principalmente no ambiente escolar, não estando restrito a

nenhum tipo específico de instituição – primária ou secundária, pública ou privada,

rural ou urbana. O local onde mais acontece é na sala de aula, seguidos pelo pátio

na hora do recreio, banheiros, bibliotecas, laboratórios, corredores, quadras

esportivas e imediações da escola, durante os períodos de chegada e saída dos

alunos. Podendo ocorrer também em outros ambientes fora da escola, mas de

convivência comum aos alunos, como condomínios, cybers, shoppings e outros

locais onde se reúnem (FANTE, 2008, p. 53).

Portanto cada vez mais, se vê a necessidade da educação e dos professores,

a atuarem de forma crítica para auxiliar na construção da sociedade do futuro, com

uma educação de valores, que a muito anda esquecida pela sociedade, tendo como

objetivo o preparo para o exercício da cidadania, que não se limita às disciplinas

obrigatórias, e que deve ser abordada por toda a comunidade escolar, isto possibilita

a prática de ações em benefício da comunidade.

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3 EDUCAÇÃO EM VALORES E A EDUCAÇÃO FÍSICA: PREVENÇÕES CONTRA

O BULLYNG.

Observando a literatura sobre a temática do bullying, constatamos que as

estratégias de resolução vão das ações mais imediatas até as de longo prazo. Como

formas imediatas, autores como Fante (2008), dizem que a escola deve buscar o

conhecimento para reconhecer a existência do fenômeno, capacitar seus

profissionais para observação, identificação, diagnóstico, intervenção e

encaminhamentos corretos, traçar estratégias preventivas para fazer frente ao

problema, sugerindo também reuniões com os pais abordando o tema bullying,

alertando sobre o problema, para que fiquem mais atentos.

Sendo diagnosticado um caso de bullying, temos que levar em conta que

todos os envolvidos tanto a vítima como o agressor, estão precisando de ajuda.

Devemos proporcionar segurança à vítima para falar de seus sentimentos e de sua

limitação de defesa, não censurando nem superprotegendo. Quanto ao agressor

também deve haver o diálogo, tendo o cuidado de não o expor a situações de

constrangimento, fazendo-o reconhecer a imagem que faz de si mesmo, o que o

leva a ter atitudes negativas e mostrar-lhes as consequências do seu

comportamento. Dependendo da gravidade deve ser encaminhado à direção para

que tome as medidas cabíveis. O fato deve ser sempre registrado e comunicado os

pais, podendo até recorrer ao Conselho Tutelar. Se for o caso encaminhar para

profissionais que poderão auxiliar na solução do problema, como por exemplo, o

assistente social, psicólogo.

Já um trabalho em longo prazo, implica, segundo Fante (2008), em fazer um

trabalho junto aos alunos em forma de assembleias para debater ou até solucionar

questões relativas a fatos diversos ocorridos nas escolas (conflitos escolares entre

pares ou outros); redações, estimulando-os a falar anonimamente sobre sua vida na

escola, trabalhar oficinas temáticas com dinâmicas de grupo, incentivando a

solidariedade, a tolerância, o respeito às diferenças individuais. Deve haver uma

mudança de atitude dos professores que devem trabalhar com valores morais

durante suas aulas, buscando também observar os alunos que apresentam

mudanças de comportamento, como a busca por isolamento nos horários do recreio,

nos trabalhos em grupo, se é alvo de “zoações”, se está agressivo ou deprimido, se

no decorrer do tempo observa-se uma queda no rendimento escolar, desinteresse,

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muitas faltas, e se apresenta lesões.

Assim, nas estratégias em longo prazo observamos que os professores

devem trabalhar com valores morais desde as séries iniciais, num processo

contínuo. Com isso, as crianças poderão aprender a respeitar e a valorizar as

diferenças individuais, resolvendo seus conflitos por meio do diálogo e aprendendo a

conviver com outro em harmonia (FANTE, 2008).

A educação de valores nas escolas, baseada nos direitos humanos, contidos

na Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) há muito tempo anda

esquecida pelas pessoas, devido às transformações que têm sofrido a sociedade.

Uma educação em valores deve resgatar princípios como a solidariedade, o

respeito, a cooperação, a tolerância e o respeito às diferenças que despertem à

afetividade e a compaixão (ARAÚJO E AQUINO, 2001).

Os pais estão perdidos na educação dos filhos, cada vez mais ocupados com

o trabalho e dispõe de pouco tempo e paciência para dedicarem à educação de seus

filhos, é preciso que haja entre os membros da família afeto, diálogo, limites, o

respeito e a confiança, para que se efetive uma relação entre pais e filhos. Os pais

têm que estar atentos ao comportamento do filho, nas mudanças de humor, agindo

com irritação; se apresenta com frequência dores de cabeça e falta de apetite; volta

da escola com roupas rasgadas ou sujas; se aparece com ferimentos; se perde com

frequência seu material; apresenta desinteresse nas atividades escolares e falta com

frequência às aulas (FANTE, 2008).

Os pais precisam evitar a superproteção, pois não permite que os filhos

vivenciem experiências que os ajudem a construir sua personalidade, mas também

não podem minimizar as situações que o filho esteja sofrendo. Deve estar sempre

atento a apoiar e punir na dose certa.

A legislação como está atualmente, também é tida como uma das causas do

crescente número de crianças e adolescente envolvidos em atos de violência, como

explica o Promotor Sérgio Harfouche, da 27ª Vara da Infância e Adolescência de

Campo Grande (MS), em entrevista a um jornal local da cidade de Londrina, ele diz

que “O Estado deu aos filhos mais poder do que aos próprios pais”. Em sua

experiência como promotor de júri, viu muitos jovens serem mortos, e decidiu então,

vir antes do homicídio. O júri só lida com homicídio e veio para a infância, na

prevenção. Antes de envolver o adolescente em processos judiciais, Harfouche

defende a resolução de conflitos dentro da própria escola e de casa. Junto com os

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educadores foram traçados um plano de ação. Um trabalho que obteve muito êxito,

fortalecendo a autoridade do professor. Logo obteve a adesão dos pais, do

comércio, da sociedade e dos próprios adolescentes.

Segundo Harfouche (2011):

Quando você deixa à própria sorte, vira a lei do mais forte. Se dentro de uma sala de aula tiver 10% de adolescentes maldosos, que não querem estudar, praticam o bullying, os outros se sentem ameaçados. Aí você vai ter dois times: um que se intimida e outro que adere. E você começa a instalar o caos. Isso já vem de certa forma de casa, quando os pais transferem para a escola a responsabilidade de educar.

Neste, sentido, Harfouche (2011), diz que:

Devemos fortalecer a autoridade do professor, mas primeiro, temos que desconstruir esse preconceito com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), dizendo que é uma lei que protege a impunidade. Infelizmente, é assim que ele é conhecido nos últimos 20 anos. No afã de proteger o adolescente e a criança, anunciou-se que eles tinham muitos direitos e nenhum dever. Isso se instaurou pelos conselhos de direito. Tentando fugir do autoritarismo que existia (o autoritarismo é o abuso da autoridade), nós desequilibramos esse eixo para a libertinagem. Se o autoritarismo era ruim, a libertinagem é pior. Com essa libertinagem, que é o abuso da liberdade, talvez na boa intenção, temos 21 anos do ECA e nunca mataram tanto adolescente, estupraram tantas meninas, houve tanta gravidez com menos de 16 anos, e nunca se teve tanto consumo de drogas e envolvimento de adolescentes com a criminalidade como agora.

Harfouche (2011) diz que precisamos resgatar a autoridade dos pais:

Essa autoridade que era exercida pelos pais e pela lei, e ainda é, o artigo 1.634 do Código Civil - que é uma lei 12 anos mais nova que o estatuto - fortalece e obriga os pais a exercerem o poder familiar. O artigo 1.638, pune os pais que castigam imoderadamente seus filhos, mas não suprime o castigo, o limite, não amarra a mão dos pais, como estão querendo fazer com a lei da palmada agora. Apesar disso, esse desvio de informação do ECA fez com que se lesse que os pais não podem mais disciplinar seus filhos. O Estado, o poder público interferiu na família, ingeriu, invadiu a competência da família, dando aos filhos mais direito, mais força e mais poder do que aos próprios pais. Os pais falam „já que não posso educar meu filho, a escola que eduque‟. No entanto, a escola não suporta isso. É preciso fazer o caminho inverso. Prestigiar o professor como autoridade na escola, o diretor, o corpo docente, e fortalecer a autoridade dos pais em casa.

Tendo em vista que enquanto as leis favorecerem a impunidade de crianças e

jovens que cometem esse tipo de violência, só nos resta como educadores, tentar

amenizar esta situação em nossas aulas. Uma vez que, todos os professores devem

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estar envolvidos numa educação em valores, também salientamos a necessidade do

professor de educação física inserir-se neste processo.

A Educação Física, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, é um

componente curricular obrigatório, e, juntamente com outras disciplinas, é uma área

de conhecimento fundamental para a formação do ser humano. Logo, por meio dos

estudos de seus conteúdos pode resultar em um homem e uma sociedade melhor,

menos competitiva, mais solidária e que respeite as diferenças (PALMA E PALMA,

2010).

Segundo Maciel (2008), o esporte pode contemplar os princípios da

competição, mas deve ser pensado para a coletividade, atingindo as necessidades

de toda a turma, sejam elas de divertimento, de prazer, de recriação, superando as

ideologias tidas como verdadeiras e as normas e regras sociais estabelecidas.

Convém ainda destacar que, ao priorizar a formação de indivíduos

autônomos, responsáveis e solidários, estamos falando de valores. Uma educação

em valores parte do princípio de que a criança participa ativamente do processo de

construção dos seus próprios valores, e que elas não os recebem prontamente por

transmissão social. Portanto devem ser proporcionadas situações que possam

refletir sobre as regras da sociedade, sobre suas atitudes, sua vida, metas,

sentimentos, interesses e experiências, para que se tenham claro quais são seus

valores pessoais (ARAÚJO E AQUINO, 2001).

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4 CONCLUSÃO

Pode-se observar que a violência na sociedade e, consequentemente, no

interior da escola, cresce a cada dia, e com esse crescimento vemos a necessidade

de um envolvimento maior de todas as pessoas envolvidas nesse processo, que tem

como único objetivo, ajudar nossas crianças e adolescentes a serem pessoas felizes

e capazes de tomar suas próprias decisões, que o levem a ter uma vida digna, uma

família estruturada e uma vida profissional de sucesso.

Para isso é necessário resgatar os valores morais desde as séries iniciais,

que há muito tempo anda esquecida em nossa sociedade, e devem ser pensados

por toda comunidade escolar, justificando assim, medidas para que a educação seja

pautada em valores tais, devem-se propiciar condições para que os estudantes

desenvolvam toda sua capacidade de dialogar, tomando consciência de seus

próprios sentimentos e emoções, da forma como se veem e de como querem ser

vistos.

Assim, os professores precisam encontrar formas de, em sua prática

educativa cotidiana, recuperar os valores esquecidos pela sociedade, e propiciar

condições para que os educandos possam tomar decisões em situações de conflito,

mostrando para eles, o valor e a importância que cada um tem dentro de um todo,

do respeito às individualidades, enfim dos valores que devem existir para um bom

convívio social.

Partindo deste pensamento, devem-se conduzir os estudantes a construção

de seus valores, dessa forma, levando-os a refletir sobre seus direitos e deveres.

Podemos observar que isso é possível através de aulas estruturadas, que

contemplem estratégias voltadas para a educação em valores humanos, utilizando-

se de um conteúdo presente na disciplina de Educação Física, estabelecendo

relação entre a violência evidenciada no esporte, com aquela do dia-a-dia e com o

bullying, favorecendo a reflexão dos alunos, sobre os direitos humanos, que estão

presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

Algumas das ações que todos os professores deveriam ter para prevenir

esses atos de violência na escola, como:

Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças, por

meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância,

Trabalhos didáticos como atividades de cooperação e interpretação de

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diferentes papéis em um conflito;

Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre

alunos;

Estar atento, quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o

bullying, procurar intervir, mediando o problema, dependendo da gravidade,

encaminhar imediatamente a direção da escola;

Não minimizar os fatos que ocorrem em sua aula, ou em seu redor;

Com o diálogo, o senso de justiça, a solidariedade e o respeito mútuo, o

professor faz com que os alunos agressores reflitam sobre os seus maus atos, sobre

as consequências que suas atitudes podem gerar nos alunos agredidos;

Realização de assembleias para solucionar casos ocorridos na escola e

fora também, para que cada um exponha o que sentiu;

Estar atento à forma de fazer correções, para não ridicularizar ou rotular

os alunos;

Evitar fazer críticas depreciativas quanto ao seu rendimento e fazer

comparações entre eles;

Mostrar preferência por alguns e indiferença a outros;

Não permitir apelidos pejorativos;

Evitar deixá-los em atividades sem supervisão;

Lembrando que o professor também pode praticar e incentivar o bullying a

um aluno.

Evitar usar de atos agressivos, verbais ou não.

Não existe receita para acabar com a violência, mas como educadores não podemos deixar de conduzir o processo ensino aprendizagem voltado a uma educação para a paz e para o desenvolvimento de valores morais e éticos como: o respeito às diferenças, a tolerância, a ética, a cooperação, a solidariedade, a compaixão e a moral (MACIEL, 2010, p. 04).

Diante de tudo que foi exposto neste trabalho, verifica-se que a maior

deficiência da educação, não é somente ligada a falta de preparo de professores e

funcionários das instituições de ensino, mas também, falta de estrutura familiar, que

dê suporte para o individuo, ajudando-o a se desenvolver de forma saudável.

Visto que, o estilo de vida das famílias está cada vez mais voltado para a

busca de recursos, houve com isso uma inversão de valores e o bem mais precioso,

que é a educação dos filhos, muitas vezes vem sendo deixada de lado, não

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proporcionado assim referências familiares.

Também a legislação como é hoje, cada vez mais, deixa os filhos à própria

sorte, os pais acham que não podem mais educar os filhos, e transferem para escola

a responsabilidade de educar, a qual por sua vez, não consegue sozinha suportar

todas as atribuições que lhe estão sendo impostas.

Só resta então, tentar compensar esta deficiência deixada pela família,

buscando conhecimento para desenvolver estratégias no combate a este fenômeno.

Logo o Estado, deve se preocupar com a capacitação e a formação continuada de

toda a comunidade escolar, dando-lhes subsídios para conhecer melhor o fenômeno

e assim saber como intervir e diminuir os casos de bullying.

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